Artigo - MailVU (2)
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O ambiente virtual tornou-se, nos últimos anos, um espaço usado em grande escala para a<br />
comunicação. Com conexões cada vez mais fáceis, rápidas e móveis, a informação circula, há<br />
a promoção do entretenimento, da cultura e do ensino nesse ambiente. De acordo com<br />
Santaella (2001), a revolução tecnológica que estamos atravessando é psíquica, cultural e<br />
socialmente muito mais profunda que do foi a invenção do alfabeto, do que foi também a<br />
revolução provocada pela invenção de Gutenberg. A autora vai mais longe ao dizer que para<br />
se ter uma idéia das consequências trazidas por essa revolução basta dizer que a nova ordem<br />
econômica, social e cultural mundializada não seria possível sem ela. Nesse espaço que está a<br />
caminho de uma convergência, é possível uma integração dos serviços presenciais e digitais.<br />
No campo educacional, o mundo virtual desperta o interesse de educadores para utilizá-lo no<br />
ensino-aprendizado e, consequentemente, de pesquisadores para avaliar a efetividade do uso<br />
das inúmeras ferramentas oferecidas nesse ambiente. Moran (2007) chama atenção para a<br />
mudança urgente da metodologia na educação. Para ele, as mudanças que estão acontecendo<br />
na sociedade, mediadas pelas tecnologias em rede, são de tal magnitude que implicam – em<br />
médio prazo – em reinventar a educação como um todo, em todos os níveis e de todas as<br />
formas.<br />
O contato com os aparatos tecnológicos faz parte do cotidiano das pessoas. Percebe-se que<br />
há uma ligação muito forte entre o indivíduo e o objeto. “Se o indivíduo não possui o objeto<br />
da necessidade, experimenta-o como uma falta e orienta seu comportamento visando à sua<br />
aquisição” (MOLES, 1972, p.24). Para Moles, pode-se distinguir cinco estados no<br />
desenvolvimento desta ligação: desejar o objeto, cobiçar o objeto, habituar-se ao objeto,<br />
conservar o objeto e substituir o objeto. Para o autor, “o indivíduo é pois, ligado ao objeto por<br />
estas múltiplas maneiras e esta ligação é mantida e reforçada pela sociedade consumidora,<br />
pelo prestígio social e pelos mass media que definem um retrato ideal do ser social. Assim, o<br />
filme norte-americano definirá como outcast todo o indivíduo que não possua televisão,<br />
icebox ou carro.” (MOLES, 1972, p.24). No atual contexto, pode-se dizer que isso se aplica<br />
ao celular e ao computador. Ambos se tornaram objetos de desejo de cada ser existente e<br />
estaria “outcast” todo o indivíduo que não possua celular ou computador conectados à<br />
internet. Os dados confirmam essa afirmação, já que o aumento de pessoas que fazem uso de<br />
celulares e computador conectados à internet aumenta a cada dia. Segundo dados da Agência<br />
Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgado pelo site Folha de São Paulo online 2 , o<br />
2 Disponível em http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/09/mais-de-50-dos-brasileiros-estao-conectadosinternet-diz-pnad.html.<br />
Acesso em 28 de fevereiro de 2015.