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Peripecias 10

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Ano I – Nº <strong>10</strong> – Mar 2018<br />

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Rio de Janeiro, março de 2018 e-mail: peripecias2017@gmail.com ANO I – Nº <strong>10</strong><br />

EDITORIAL<br />

Muito me apraz ter a oportunidade de escrever<br />

um Editorial na publicação mensal da Revista<br />

PERIPÉCIAS, criada por meu irmão José<br />

Francisco e meu sobrinho Antônio Carlos, o<br />

Carlinhos.<br />

Plausível a ideia que tiveram e impressionante<br />

a dedicação que tem meu sobrinho em divulgar<br />

a seu tempo as notícias de vários assuntos que<br />

são atinentes à família e também de interesse<br />

geral.<br />

Minha formação como gráfico direciona<br />

também para a apreciação do trabalho pela ótica<br />

crítica de um técnico, não tendo observado algo<br />

que me tenha desagradado.<br />

O foco primordial destacado em PERIPÉCIAS<br />

é passar para a nova geração o que tivemos a<br />

chance e alegria de ouvirmos diretamente dos<br />

que hoje são protagonistas do enredo dos Alves<br />

Corrêa. E isso me alegra e sensibiliza porque<br />

várias gerações da família podem tornar-se<br />

conhecedoras da verdadeira história e do legado<br />

que hoje vivemos.<br />

Aventureiros, heróis, corajosos e destemidos,<br />

iniciando-se pelo responsável por toda essa<br />

progênie que veio a ocorrer no Brasil - Antônio<br />

Alves Corrêa – a quem o denomino<br />

PATRIARCA. Seguido de meu Pai, exemplo de<br />

honestidade, caráter e bondade. Não só meu<br />

ídolo, mas de minha mãe e de meus irmãos, e<br />

sem errar de vários familiares que tiveram a<br />

felicidade do seu convívio e que sempre o<br />

consultavam na tomada de decisões para ter a<br />

aprovação ou receber sugestões de como<br />

melhor proceder em diversas situações<br />

cotidianas.<br />

Carlinhos soube transcrever de maneira clara e<br />

objetiva a história de vida de Antônio, a<br />

Biografia de Francisco e ainda escreveu sobre a<br />

Família Firinfinfim, originada por meu irmão<br />

Antoninho, seu pai. Aquele que saiu de casa<br />

para casar no dia em que eu cheguei ao mundo.<br />

Podemos extrair fatos que só nos trazem ótimas<br />

recordações dessa história da qual Carlinhos<br />

participou bem diretamente em uma parte, pois<br />

nasceu em 1949.<br />

Agradeço emocionado pelas referências feitas a<br />

minha pessoa e a minha família em algumas<br />

edições de PERIPÉCIAS.<br />

Fico feliz em saber que minha neta terá a<br />

oportunidade de conhecer tantas histórias não<br />

só através de minha querida filha, mas também<br />

na leitura virtual que brevemente terá<br />

oportunidade de acessar. As crianças de hoje já<br />

nascem com percepção cem por cento maior do<br />

que a que nós tínhamos com a idade em que<br />

hoje elas estão. A inteligência aguçada e a<br />

reação imediata a determinadas questões, com<br />

conclusões rápidas e espontâneas, nos<br />

surpreendem a todo o momento.<br />

Por isso endosso o apelo do José Francisco e do<br />

Carlinhos para que a turma jovem da família<br />

participe bastante com material para as<br />

vindouras publicações da PERIPÉCIAS, a fim<br />

de que tenham o que contar futuramente para<br />

seus descendentes.<br />

Com meu agradecimento e sinceras<br />

considerações a todos os leitores,<br />

Jeremias Simões Alves Corrêa


Colaboração: José Francisco Simões Corrêa<br />

Em março de 1989, 29 anos atrás, O GLOBO publicou no Jornal da Família uma reportagem – Os<br />

seus, os meus, os nossos a Nova Família, com destaque para José Mauro, Elaine, Patrícia, Samantha,<br />

Júlia e Joana...


Mensagem enviada por Estela Maria Corrêa Nunes...<br />

Carlinhos,<br />

Que memória tem o José Francisco!<br />

Está tudo muito correto, há detalhes dos quais nem lembrava!<br />

Até nome de tios e primos meus ele ainda recorda.<br />

Fiquei até emocionada pela narração carinhosa com que relata<br />

as sessões de cinema que havia em minha casa.<br />

Interessante é que só me lembro com clareza do dia em que foi<br />

exibido o filme "Inês de Castro"!<br />

Como grande medrosa que sou, fechei os olhos em alguns<br />

momentos, já que sabia que iriam apresentá-la... morta! ... rsrs.<br />

Muito bom recordar dos velhos tempos, porém a saudade aperta o<br />

coração!<br />

A cada mês a Peripécias mais prende a atenção e nos deleita com<br />

seus artigos.<br />

Obrigada primo, a você e José Francisco que tanto trabalham<br />

para melhor conhecimento e entrosamento entre nossas famílias!<br />

Cabe ressaltar, entretanto, que a semente foi iniciada as partir<br />

do exaustivo trabalho que tiveram Mirinha e David.<br />

Creio que também devemos agradecer à Mara que nos<br />

"emprestou" você para mais esse brilhante trabalho.<br />

Beijos<br />

Estela Maria


Leila Farnesi<br />

Leila mal chegou da terra do Mickey e partiu<br />

para relaxar em Porto Seguro...<br />

Os netos se esbaldando na neve!<br />

Júlia, Lucas e Sophia, curtindo o inverno em<br />

Chapell Hill – Carolina do Norte<br />

Ana Paula Corrêa Accioly, também em Porto<br />

Seguro, curtindo as férias!<br />

Nando Lapagesse e Fernanda conquistando mais<br />

uma medalha...<br />

Errata:<br />

Na seção Bodas do Peripécias nº 8 informamos erroneamente a data de casamento do casal Carlos<br />

Alberto e Sonia Cristina Corrêa da Silva.<br />

O Casal contraiu núpcias em 04 de abril de 2002.


Colaboração: Marco Antônio Lapagesse Alves Corrêa (in memoriam)<br />

Desconhecemos a origem deste artigo sobre o bisavô Léon Lapagesse, mas o Marcos nos deu este artigo<br />

antes de falecer...


Aniversariante: Arlette Neves de Faria<br />

Colaboração: José Francisco<br />

Arlette Neves de Faria, filha de Trajano de<br />

Oliveira Faria e Joaquina Neves de Faria,<br />

nasceu em 17 de março de 1921, em uma casa<br />

da Vila Mutualidade, na Rua São Francisco<br />

Xavier, no Maracanã – Rio de Janeiro. Com<br />

dois anos de idade tirou a foto abaixo, na Rua<br />

Mariz e Barros 129 – Fotografia Miguel<br />

Alvares – entre os irmãos, Maria Erundines<br />

com 4 anos e Renato com 7 anos.<br />

De temperamento alegre, sempre gostou de<br />

carnaval. Frequentava as Batalhas de<br />

Confetes na Rua Santa Luiza e participava<br />

do Grupo de Organização das Festividades.<br />

Muitos passeios fizemos com meus sogros, e<br />

aproveitamos oportunidades de excursões,<br />

como por exemplo na Região do Salto das<br />

Sete Quedas. Na foto abaixo, em abril de<br />

1980, estamos com Nilson e Edina visitando<br />

as Cataratas do Iguaçu.<br />

Em janeiro desse ano a Edina veio visitar-nos<br />

em Volta Redonda, e aproveitamos para tirar<br />

uma foto das duas conosco, visto que D.<br />

Arlette há cinco anos mora aqui.<br />

Aos 20 anos casou com o tio, meio irmão do<br />

Pai, e primo por parte de mãe, o Mário Neves<br />

de Faria. Ficaram casados durante 61 anos e<br />

desta união nasceram Regina Maria e Mario<br />

Trajano.<br />

Totalmente lúcida, apenas com dificuldades<br />

de audição, enxergar bem e andar, precisa<br />

tomar apenas 1 comprimido por dia para<br />

controlar a pressão, e pingar uma gota de<br />

colírios nos olhos.<br />

Atualmente está com 2 filhos, 6 netos e <strong>10</strong><br />

bisnetos e, ao completar 97 anos, se sente<br />

Feliz. Parabéns D. Arlette, Beijos nossos.


Suely Nahas de Castro Pinto<br />

animadíssima para o Carnaval 2018!<br />

Ou será Carmem Miranda?<br />

Edina no Carnaval em 1931<br />

Edina de Almeida Alves Corrêa se<br />

preparando para a folia!<br />

Antônio Carlos e Mara Liangela<br />

fiscalizando os foliões.


As rodas eram cilindros giratórios com uma grande cavidade lateral que se colocavam<br />

junto às portarias dos conventos. As rodas existiam sobretudo nos mosteiros de clausura<br />

mas também em alguns conventos. Inicialmente serviam de meio de comunicação entre o<br />

interior e o exterior do convento. Na abertura lateral, eram colocados objetos pelas<br />

pessoas que se encontravam no exterior do convento. Após a colocação do objeto, aquele<br />

que se encontrava no exterior tocava uma sineta e a irmã "rodeira", no interior do<br />

convento, aí fazia girar a roda, retirando de seguida os objetos aí colocados.<br />

Mais tarde começaram a colocar crianças enjeitadas ou fruto de ligações "inconvenientes".<br />

Estes "filhos de ninguém" eram, muitas vezes, filhos de raparigas pobres, fruto de<br />

relações proibidas, ou mesmo crianças encontradas por eremitas que as recolhiam e as<br />

educavam até as colocarem na Roda. Por vezes as mães dos enjeitados deixavam algumas<br />

marcas identificativas (fitinhas, pequenos bordados com monogramas, medalhinhas), a<br />

fim de, um dia mais tarde, as poderem recuperar. Quando atingiam a idade de<br />

aprendizagem, as crianças eram transferidas para a Casa Pia, uma instituição de<br />

acolhimento que as educava e preparava para a vida adulta.<br />

De tanto ser usada, a roda acabou por se tornar legítima chegando a ser oficializada nos<br />

finais do século XVIII e a receber a designação de Roda dos Expostos ou dos Enjeitados .<br />

O intendente geral da Polícia do Reino, Pina Manique, reconheceu oficialmente a<br />

instituição da roda através da circular de 24 de maio de 1783, com o objetivo de pôr fim<br />

aos infanticídios e acabar com o horroroso comércio ilegal de crianças portuguesas na<br />

raia, onde os espanhóis as vinham comprar. A Roda dos Enjeitados passou a existir em<br />

todas as terras, vindo a perder a sua importância e uso com o advento do Liberalismo em<br />

Portugal, na primeira metade do século XIX.


Nilson Simões Alves Corrêa<br />

Colaboração: José Francisco Simões Corrêa<br />

Sempre gostei de todos os meus irmãos.<br />

Aprendi muito do que sei, com todos eles,<br />

afinal sou o caçula. Mas hoje a homenagem<br />

que faço é para meu irmão Nilson, o<br />

Aniversariante do mês.<br />

A época mais distante que me lembro do<br />

Nilson, foi quando ele ainda estudava no<br />

Colégio Vera Cruz, na Rua São Francisco<br />

Xavier, ao lado do Edifício Corrêa Nunes.<br />

Outro fato que lembro bem era quando o<br />

Nilson marchava todo o dia pelas ruas do<br />

Maracanã. Estávamos na época da Guerra.<br />

Onde era Sede do Tiro de Guerra, não sei<br />

bem. Se na Casa que foi do Victor<br />

Fernandes, e tinha sido doada para Sede<br />

da FEB – Força Expedicionária Brasileira ou<br />

no antigo Derby Club, atual Estádio Mário<br />

Filho – o célebre Maracanã.<br />

Lembro-me dele em casa estudando física,<br />

em um livro grosso, que tinha as iniciais<br />

dele no dorso das folhas.<br />

Lembro também do dia da Formatura do<br />

Nilson. O Baile foi no Colégio Vera Cruz, a<br />

Nilda já estava pronta, meu pai colocando<br />

a gravata borboleta no colarinho postiço e<br />

engomado que se usava na época, e o<br />

Nilson, ainda não tinha acabado de se<br />

aprontar. E a Nilda falava, anda Nilson<br />

vamos chegar atrasados. Daqui a pouco a<br />

orquestra vai começar a tocar. E quando<br />

iniciou o Baile deu para ouvir lá de casa.<br />

Certo é que passavam sempre pela Rua<br />

Santa Luiza, de manhã marchando, e eu<br />

corria para a janela, para ver a turma<br />

passar. E tinha uma banda tocando bumbo,<br />

tarol e corneta.<br />

Quase na hora do Almoço, estava ele<br />

chegando em casa com o uniforme que<br />

tinha nas pernas as chamadas perneiras de<br />

couro. O uniforme era caqui e as Perneiras<br />

de couro preto. Nessa época, chamava o<br />

Nilson de TATU. Após o almoço, ainda tirava<br />

um sono, (tinha 3 para 4 anos) e para<br />

dormir, alguém tinha que cantar.


Por várias vezes o Nilson cantava uma<br />

música que era assim:<br />

O lagarto mais a cobra, tarará,<br />

tarara-rará.<br />

Fizeram uma patuscada, tarará-rará<br />

O lagarto comeu tudo,<br />

tarara,´tarararará<br />

E a cobra ficou sem nada, tarará-rará<br />

E eu acabava dormindo até a hora do café.<br />

O Nilson, também, gostava muito de<br />

bananada, e meu Pai tomava Água Prata<br />

(Mineral com gás). E por algumas vezes eu<br />

atendi ao telefone, era meu pai dizendo:<br />

Pergunta para sua mãe o que precisa levar<br />

para casa. Ia perguntar o que ela queria, e<br />

acrescentava: Traz Água Prata pra Papai e<br />

Bananada pra TATU.<br />

Lembro-me do Nilson fazendo balão, no<br />

corredor da garagem, com uns amigos<br />

dele. Soube depois que um era o Filho do<br />

Arthur da Costa e Silva, que foi Presidente,<br />

e da Yolanda, que era filha do Coronel<br />

Severo que morava na casa de número 20.<br />

Também me recordo, do dia em que fez<br />

prova na Faculdade de Odontologia em<br />

Niterói, estava um pouco preocupado em<br />

não passar.<br />

Realmente não passou. Chegou a casa<br />

dizendo: Não quero estudar mais. Vou<br />

trabalhar e ganhar dinheiro. Ficou<br />

trabalhando com o meu Pai no Hotel<br />

Cruzeiro do Sul.<br />

Mas vinha almoçar em casa. Só que por<br />

vezes, antes passava pelo Instituto de<br />

Educação para pegar a Edina e<br />

acompanhá-la até em casa. Ela quando<br />

começou a namorar o Nilson, morava na<br />

Rua São Francisco Xavier, perto da Rua<br />

Visconde de Itamarati. Depois morou na<br />

Santa Luiza, nº 45, e ultimamente na Rua<br />

Felipe Camarão 151- no Maracanã.<br />

Meu tio Izaías, também trabalhou no Hotel<br />

Cruzeiro do Sul. Tinha chegado no Brasil<br />

em 1940. Conversando com meu Pai, falou<br />

que tinha vontade de comprar um Bar que<br />

tinha visto no Grajaú, na Av. Engenheiro<br />

Richard, onde nessa época, trabalhava com<br />

o irmão João Simões, em um bar, que meu<br />

pai tinha dado um suporte financeiro para<br />

João comprar.<br />

O Nilson soube e propôs a meu Pai, ser<br />

sócio de Izaias no Bar. Meu Pai entrou em<br />

entendimento com o cunhado, expondo a<br />

situação do Nilson, e o negócio foi<br />

realizado. Ambos foram sócios no Bar por<br />

algum tempo.<br />

Meu Pai teve uma morte súbita em<br />

21.06.1946. O Baluarte de todos, nos<br />

deixou. Ficamos atônitos.<br />

Quem assumiu o comando, da parte<br />

financeira da casa foi meu irmão Nilson,<br />

através de uma procuração de minha Mãe<br />

lhe dando Plenos Poderes. Uma condição<br />

que interferiu um pouco na situação do<br />

Inventário de meu Pai, foi o fato de minha<br />

avó paterna, ter falecido em 1943, minha<br />

tia Rosa em 1945. Meu Pai era o<br />

inventariante de minha avó. Prolongaramse<br />

os prazos ideais. Mas o Nilson com sua<br />

integridade, perseverança, e habilidade de<br />

negociação conseguiu resolver todos os<br />

problemas, sempre apresentando<br />

religiosamente todos os dados a minha<br />

mãe e aos irmãos maiores. Eu e o Jeremias<br />

ainda, éramos bem pequenos, 5 e <strong>10</strong> anos<br />

respectivamente.<br />

Em 1947, minha Mãe ficou doente, teve<br />

anemia profunda. Ficou internada 3 meses<br />

no Hospital da Ordem Terceira de São<br />

Francisco de Paula. Quem comandou o<br />

Barco? O Timoneiro Nilson. Sempre<br />

presente, amigo e protetor dos irmãos.<br />

Nossa tia Maria Alves irmã de meu pai, se<br />

ofereceu a prestar os serviços de<br />

administração doméstica, uma vez que


minhas irmãs se revezavam em<br />

acompanhar minha mãe no Hospital.<br />

O preparo da alimentação ficava a cargo da<br />

tia Maria, uma vez que a Marina, que<br />

trabalhava lá em casa, quando meu Pai<br />

ainda era vivo, tinha saído para casar.<br />

Eu e o Jeremias, às vezes nos<br />

desentendíamos com as tarefas que<br />

tínhamos de fazer, além do dever de<br />

estudar. Alertado pela tia Maria, o Nilson,<br />

estabeleceu que: numa semana, um varre<br />

o quintal e o outro lava a louça e passa a<br />

ferro, pano de prato, toalha de rosto etc.<br />

Na outra semana invertem-se as tarefas.<br />

E assim entramos no eixo. O respeito que<br />

sempre tive pelo Nilson foi como para um<br />

segundo Pai. E sempre foi meu amigo, de<br />

todas as horas. E não somente meu, mas<br />

de todos nós. Sempre pedi opinião a ele,<br />

além de minha Mãe, em assuntos que<br />

queria empreender. Sempre obtive<br />

respostas sinceras. Ora dizia: Não vale a<br />

pena, pensa bem. Observe isso, e mais isso<br />

e mais aquilo. Outras vezes dizia: Muito<br />

bom, deve fazer.<br />

O carinho e respeito que o Nilson tinha com<br />

minha Mãe, eram muito grandes. Todo<br />

domingo levava de carro minha mãe à<br />

missa, e mais quem fosse junto, também.<br />

Meus Pais fariam Bodas de Prata em<br />

26.01.1947, e o projeto era comemorar na<br />

Ilha Terceira, na Igreja de São Jorge, nas<br />

Doze Ribeiras, onde casaram. Quando<br />

viajássemos, seria feita a reforma da casa.<br />

Mas Deus o chamou em junho de 1946.<br />

Em 15.04.1948, o Nilson casou com Edina.<br />

Em 1949, o Tio João, viajou com a família<br />

para a Ilha Terceira, onde ficou durante 4<br />

anos e o Tio Izaías, ficou comandando o<br />

Bar do tio João, ficando assim<br />

impossibilitado de continuar trabalhando<br />

no bar do Nilson.<br />

Em 1952 ele se mudou lá de casa, porque<br />

a família estava crescendo, ia nascer mais<br />

uma criança. Chegou o José Geraldo.<br />

Já era o terceiro filho. Queria o Nilson ter<br />

sua casa própria, pois morava com a família<br />

lá no noventa desde 1948, quando casou.<br />

Antes, ainda chegou a comandar uma<br />

reforma na casa, que estava prevista para<br />

ser feita um ano antes.<br />

Nilson sempre foi um comerciante, assíduo,<br />

cumpridor de seus deveres. Coordenava<br />

ainda as atividades do Hotel Cruzeiro do<br />

Sul, que tinha delegado, ao José Rocha<br />

Alves (o Zé Gordo) que era filho do Tio<br />

Manuel Alves Corrêa, o segundo sócio. O<br />

terceiro sócio era o Tio João Alves Corrêa,<br />

e o Sócio Majoritário, meu Pai.<br />

Nilson, sempre seguiu as orientações<br />

deixadas por nosso Pai, e bem coordenadas<br />

por minha mãe, que cobrava a retidão de<br />

atitudes. As quais foram absorvidas por<br />

todos os irmãos. Do mais velho ao mais<br />

novo. Antoninho, sempre que podia nos<br />

visitava, e sempre acompanhava o<br />

desenrolar de nossa situação. Sua afinidade<br />

conosco sempre foi muito grande, e viceversa.<br />

Felizmente, podemos dizer que soubemos<br />

apreender os ensinamentos que nosso Pai<br />

nos deixou, e o Nilson soube trazer a<br />

felicidade para minha Mãe, do dever<br />

cumprido, que ela lhe outorgou com a<br />

Procuração.<br />

Assim, desejamos que onde se encontre<br />

nosso querido irmão Nilson, possa receber<br />

a Homenagem que queremos prestar,<br />

registrando para os descendentes e<br />

familiares, a gratidão a quem por nós se<br />

preocupou, em transmitir os princípios<br />

morais elevados de conduta e<br />

comportamento.


Colaboração: César Lapagesse<br />

(publicado no Correio Brasiliense, como autor desconhecido)<br />

METE O SACA-ROLHA<br />

Outro dia estava com meu amigo Omar,<br />

num restaurante e vimos um vinho<br />

daqueles bons e caros. O garçom logo<br />

perguntou se queríamos aquela safra pra<br />

acompanhar o pedido e o meu amigo, sem<br />

pensar duas vezes, disse “Mete o saca<br />

rolha”.<br />

achando que a vida é eterna e que vai ter<br />

todo o tempo do mundo pra tentar, cair,<br />

errar e seguir em frente.<br />

Depois de dar boas risadas com aquela<br />

expressão, ele me contou que aquela frase<br />

servia pra vida.<br />

Que tempos atrás tinha perdido um grande<br />

amigo que tinha uma grande adega com<br />

vinhos caríssimos, e deixava os vinhos lá,<br />

sem abrir.<br />

Certo dia, morreu num acidente, e a esposa<br />

do cara acabou se casando com um outro,<br />

mais jovem, que consumiu toda a adega<br />

em tempo recorde.<br />

Depois disso, ele começou a perceber<br />

quantas vezes na vida desperdiçava<br />

oportunidades, deixando pra depois. Sendo<br />

que o depois pode nem existir.<br />

Eu fiquei refletindo sobre isso e hoje quero<br />

te perguntar: quantas oportunidades você<br />

desperdiça, se preparando, sem entrar em<br />

campo? Quantas roupas deixou de usar<br />

esperando a ocasião especial?<br />

Quantas atitudes deixou de tomar,<br />

acreditando que sempre existiria ‘a semana<br />

que vem’, adiando seus sonhos?<br />

Por isso, a dica é ‘mete o saca rolha’. Abra<br />

a garrafa de sonhos, tome as atitudes que<br />

precisa tomar, pare de procrastinar<br />

“Mete o saca rolha” pode ser uma filosofia<br />

de vida. Pra ele, que diz que nunca viu<br />

carro forte seguindo carro funerário, é uma<br />

frase inspiradora.<br />

Não deixe os bons vinhos pra amanhã. Não<br />

espere pra agir se a hora é agora e não<br />

desperdice seu tempo acreditando que<br />

amanhã dá pra fazer diferente.<br />

O que a gente tem é hoje. Então, mete o<br />

saca rolha e segue em frente!!!!


Colaboração: Marly Lapagesse de Camargo Pinto<br />

Obra: Diversidade da Arte.<br />

É muito bom, trabalhar com foto. Meu irmão Antoninho tinha, na casa dele, um<br />

quartinho que transformou em estúdio fotográfico. À noite, ficávamos horas ali,<br />

fazendo "experiências ". Depois, ele gostou e até passou a revelar filmes para um<br />

fotógrafo, como um trabalho extra. ( a Rosemary deve lembrar).<br />

Recentemente fiz um trabalho com foto da Frida Kalo, digitalizada sobre um antigo LP<br />

de vinil. O meu propósito foi mostrar a diversidade da arte.


Pedro Scott de Andrade<br />

Luciano Andrade comemorando a formatura, em janeiro de 2018, do seu filho Pedro.<br />

Parabéns Pedro, Parabéns Luciano e também parabéns à vovó Maria Cecília!<br />

Mais um biólogo na família...


Colaboração: Cláudio Manuel Simões Alves Borges<br />

SUPERLUA AZUL DE SANGUE<br />

Foto da Lua, em 31 de janeiro de 2018, tomadas no Tibete.<br />

A foto foi tirada em Kailas Manaasa Sarovar (fronteira tibetana - China),<br />

ao nível do mar 5580 m às 3h30 do início da manhã. A impressão é que a lua<br />

vai pousar na terra...


ENSINAMENTOS DAS MÃES DE ANTIGAMENTE<br />

Era uma forma, hoje condenada pelos<br />

educadores, mas funcionou com a gente e por<br />

isso, somos pessoas de bem, sabemos valorizar<br />

tudo que temos, sabemos usar as palavras<br />

"mágicas", aprendemos o verdadeiro sentido<br />

do respeito e sabíamos conversar...<br />

Minha mãe ensinou a:<br />

VALORIZAR O SORRISO...<br />

ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS<br />

DENTES!<br />

RETIDÃO...<br />

EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!<br />

DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS... SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA<br />

FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!<br />

LÓGICA E HIERARQUIA...<br />

o que é MOTIVAÇÃO...<br />

CONTRADIÇÃO...<br />

sobre ANTECIPAÇÃO...<br />

sobre PACIÊNCIA...<br />

ENFRENTAR OS DESAFIOS...<br />

sobre RACIOCÍNIO LÓGICO...<br />

PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL!<br />

QUEM É QUE MANDA AQUI?<br />

CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO<br />

VERDADEIRA PARA VC CHORAR!<br />

FECHA A BOCA E COME!<br />

ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!<br />

CALMA!...<br />

QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ...<br />

OLHE PARA MIM!<br />

ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!<br />

SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO<br />

E EU VOU TE DAR UMA SURRA!<br />

sobre GENÉTICA...<br />

VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!<br />

sobre minhas RAÍZES... TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?<br />

sobre a SABEDORIA DE IDADE... QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE,<br />

VOCÊ VAI ENTENDER.<br />

RELIGIÃO...<br />

MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!<br />

CONTORCIONISMO...<br />

OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!<br />

DETERMINAÇÃO...<br />

VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!<br />

habilidades como VENTRÍLOGO... NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA<br />

E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?<br />

ESCUTAR...<br />

TER GOSTO PELOS ESTUDOS...<br />

COORDENAÇÃO MOTORA...<br />

os NÚMEROS...<br />

SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME<br />

EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!<br />

SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA<br />

LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!...<br />

JUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!<br />

VOU CONTAR ATÉ DEZ.<br />

SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!


Califórnia – São Francisco e Alcatraz<br />

Colaboração: Antônio Carlos L. Corrêa<br />

Depois de uma semana em Las Vegas, decidimos<br />

(Eu, Mara, Lucia e o neto dela Thiago) passar uns<br />

dias em San Francisco, na Costa Oeste dos Estados<br />

Unidos, antes de voltar para New York.<br />

Fomos recepcionados na chegada por Cary Cramer,<br />

amiga de longa data que mora em Palo Alto,<br />

pertinho de San Francisco e que nos ciceroneou<br />

pelos pontos mais interessantes desta linda cidade.<br />

Nos hospedamos na Geray Street, 432, no bairro<br />

dos teatros de San Francisco, bem em frente ao<br />

Curran e ao ACT Theaters no Union Square Plaza<br />

Hotel, pertinho da estação terminal do famoso<br />

Powell Street Cable Car (bonde).<br />

Depois de tomar um chocolate incrível no<br />

Ghirardelli curtimos os arredores do cais, e a vista<br />

espetacular da Golden Gate Bridge e da ilha de<br />

Alcatraz.<br />

No dia seguinte Cary nos levou em um passeio de<br />

carro pela Golden Gate Bridge até Sausalito, na<br />

região metropolitana de São Francisco. A ponte é o<br />

principal cartão postal da cidade, uma das mais<br />

conhecidas construções dos Estados Unidos, e é<br />

considerada uma das Sete maravilhas do Mundo<br />

Moderno pela Sociedade Americana de<br />

Engenheiros Civis.<br />

ALCATRAZ<br />

No dia seguinte tomamos o Ferry Boat no píer 33 e<br />

fomos conhecer a prisão de Alcatraz, que já foi<br />

considerada a mais segura dos Estados Unidos, foi<br />

morada de grandes bandidos como Al Capone.<br />

Depois de conhecer os arredores decidimos pegar<br />

o bondinho em Powell-Mason, saindo de Market e<br />

Powell, seguimos por North Beach até o final da<br />

linha em Fisherman’s Wharf, um bairro tradicional<br />

onde se concentram as principais atrações<br />

turísticas da cidade.<br />

Após seu fechamento, a prisão tornou-se um<br />

museu. Muitas das celas de Alcatraz estão<br />

preservadas com objetos da época, inclusive o<br />

buraco feito pelos dois únicos fugitivos da história<br />

do presídio de segurança máxima.


Festa de Aniversário de 3 anos do meu primo.<br />

Colaboração: José Francisco S. Corrêa<br />

Fomos convidados para a comemoração do<br />

aniversário de 3 anos de meu primo Jayme<br />

José, filho de meu Padrinho e tio Izaías, irmão<br />

de minha mãe, que foi realizada em julho de<br />

1953. Nessa época tinha 12 anos de idade.<br />

As recomendações habituais de minha mãe,<br />

antes de sair, eram: Comporte-se, fique<br />

sentado perto de mim, não fique em correria<br />

pela casa com as outras crianças, etc, etc,<br />

conforme de praxe, para alertar os mais<br />

levados.<br />

Chegamos à residência, era um apartamento<br />

térreo em que tinham duas áreas. A de serviço,<br />

ficava próximo da cozinha e era toda<br />

cimentada e tinha um tamanho suficiente,<br />

para acolher todos os homens que estavam na<br />

festa, onde ficaram comendo e bebendo à<br />

vontade sem interferências.<br />

No fundo, no quarto do casal tinha uma porta<br />

que dava para outra área, onde tinha um<br />

jardim e uma parte cimentada que abrangia<br />

toda a largura do apartamento.<br />

Conforme recomendado, e criança obediente<br />

que era, fiquei sentado ao lado de minha mãe,<br />

na sala onde se posicionavam cadeiras ao<br />

redor da sala, e no centro a mesa com doces e<br />

o bolo de aniversário. Minha irmã Neuza,<br />

também estava e meu irmão Jeremias,<br />

padrinho do aniversariante. Realmente não me<br />

lembro se minha irmã Nilda e meu cunhado<br />

Manuel já tinha chegado, a filha dela Maria<br />

José tinha feito três anos em março, Ana Maria<br />

com 2 meses e minha cunhada Edina com as<br />

filhas Maria Regina com 4 anos e Maria da<br />

Penha com dois anos também já tinham<br />

chegado com meu irmão Nilson. Aliás, não sei<br />

se foram, acho que sim.<br />

Estavam presentes ainda a tia e madrinha do<br />

aniversariante, irmã da mãe e a avó Materna.<br />

Uns quinze minutos após nós chegarmos,<br />

entraram, meus primos Geraldo- 14 anos, José<br />

Mariano 12 anos, Maria Aparecida 11 anos,<br />

João Alberto <strong>10</strong> anos, Maria Lúcia 9 anos,<br />

Maria de Fátima 7 anos e Maria de Lourdes 4<br />

anos, juntamente com a mãe, a<br />

Tia Elvira. Meu tio João chegou mais tarde, pois<br />

estava ainda trabalhando.<br />

Todos ficaram sentados em redor da sala e<br />

comportados. A Lourdes estava no colo da Tia<br />

Elvira. Era pequena.<br />

Acontece que a Festa era mais para adulto do<br />

que criança. A conversa girava em torno de um<br />

Padre que tinha sido convidado, e aguardavam<br />

ansiosos. Estava recém-chegado da Ilha<br />

Terceira, era amigo de meu tio Padre Jeremias<br />

e a preocupação era maior com a recepção que<br />

fariam a ele, do que com o aniversário de meu<br />

primo.<br />

O Jeremias e o Geraldo, acho que se<br />

encaminharam para o portão do prédio e<br />

foram conversar num lugar mais arejado,<br />

olhando as meninas passarem.<br />

A Avó do aniversariante, com mais idade que<br />

minha mãe, disse assim:<br />

As crianças levantem das cadeiras e vão lá para<br />

a área dos fundos, a conversa aqui é para<br />

adultos. Fiquem lá.<br />

Olhei para minha mãe, que acenou com a<br />

cabeça que sim. Afinal era a mãe da dona da<br />

casa que estava nos expulsando. Acho que ela<br />

não era muito amiga de crianças.<br />

Nisso chega o tal do Padre, que se não me<br />

engano, chamava-se Domingos.<br />

Nos dirigimos ao quarto do meu tio, menos a<br />

Lourdes que ficou no colo da Tia Elvira.<br />

Sentamos na soleira da porta do quarto que<br />

dava para o jardim e ficamos conversando,<br />

brincando de berlinda, coisa que se fazia na<br />

época, e outras distrações próprias que<br />

costumávamos brincar. Pois tínhamos muita


convivência, tanto lá em casa no 90, como na<br />

casa deles, no Grajaú.<br />

Só que o tempo foi passando e ninguém<br />

aparecia para trazer uma empada ou cachorro<br />

quente que acho que nem tinha. Naquela<br />

época festa de criança ainda não tinha<br />

cachorro quente e nem pipoca. Estavam<br />

preocupados em atender ao Padre.<br />

Esqueceram de nós. Fomos ficando meio<br />

irritados. Tinha chegado mais pessoas.<br />

Eis que eu e o Mariano percebemos que tinha<br />

em cima de uma cômoda no quarto um prato<br />

cheio daquelas balas de coco, embrulhadas<br />

com papel, que tem uma franja desfiada, sabe<br />

qual? Muito comum em festas. E as franjas do<br />

papel saiam penduradas, ornamentando o<br />

prato.<br />

O que fazer para distrair? Tirar uma bala e<br />

chupar. Diz o João Alberto, também quero. E<br />

todos quiseram. Esperem aí, disse eu. Assim vai<br />

esvaziar o prato.<br />

Vamos fazer o seguinte: Procurem pedrinhas<br />

pequenas no Jardim e vamos a cada bala que<br />

chupar substituir por uma pedra. O Mariano<br />

aprovou. Uma prima ficou na porta do quarto<br />

para o corredor, vigiando se vinha alguém.<br />

Outro pegava a bala. E outro embrulhava a<br />

pedra que as outras primas achavam na terra<br />

do jardim. E assim chupamos todas as balas e<br />

deixamos o prato cheio e enfeitado como<br />

estava, só que cheio de pedras.<br />

Pouco tempo disso, nos chamaram para cantar<br />

os parabéns (já tinham chamado o Jeremias e<br />

o Geraldo), comer bolo e os doces que estavam<br />

na mesa. Juntamo-nos ao grupo dos adultos,<br />

alguns homens vieram da outra área,<br />

engrossar o coro, apagaram-se as luzes, o<br />

Jayme meio acordado meio que dormindo,<br />

conseguiu apagar a vela. Estava no colo da Mãe<br />

ao lado do Pai. Enquanto, ficou escuro o<br />

Mariano tirou uns doces e colocou no bolso da<br />

minha calça, eu peguei uns coloquei na frente<br />

do João Alberto, quando acenderam as luzes os<br />

pratos de doces estavam meio bagunçados, e<br />

comemos doces e bolo após a primeira fatia,<br />

que acho foi dada ao Padre. Não afirmo,<br />

tamanho era o burburinho, com um monte de<br />

gente com sotaque português.<br />

Nisso, o padre que já tinha sido paparicado de<br />

tudo e sei lá mais o que, e comido alguns doces,<br />

ouve a Sra. Mercedes, a avó do meu primo<br />

dizer, naquele sotaque da Algalva, uma<br />

Freguesia que fica lá na Ilha Terceira.<br />

Aceita uma balinha?<br />

E o Padre. Oh, sim!<br />

Olhei para o meu primo Mariano, ficamos<br />

parados e dissemos um ao outro.<br />

É agora.......<br />

Quando o Padre viu a pedra deve ter pensado,<br />

será milagre? Conseguiram fazer a bala virar<br />

pedra? A Sra. Mercedes quase caiu sentada. A<br />

filha dela solteira, pegou outra bala abriu,<br />

outra pedra, ficaram pálidas. Chamaram a tia<br />

Estela esposa do Tio Izaias e as três começaram<br />

a gritar: Izaiaaas! Izaiaaas! Izaiaaas!, naquele<br />

sotaque português fino e cantado. O Padre<br />

estava meio assustado, e acho que rezou umas<br />

dez Ave-Maria. Meu tio veio da área lateral<br />

onde estava com os outros amigos e parentes,<br />

soube do acontecido, chamou-me e também<br />

ao José Mariano, lá na área e falou: por que<br />

vocês fizeram isso? Eu respondi: Esqueceram<br />

de nós lá atrás! Meu padrinho, deu-nos aquela<br />

chamada geral, e disse nem sei o que fazer com<br />

vocês. Pedimos desculpas e entramos.<br />

Alguns minutos depois fomos embora. A Festa<br />

estava acabando. Já tinham cantado os<br />

parabéns!<br />

Mas o Padre ainda ficou lá.<br />

Minha mãe ao chegar em casa perguntou, por<br />

que fizeram isso?<br />

Respondi que estava quieto ao lado dela e<br />

meus primos também, mas fomos intimados a<br />

sair da sala. E esqueceram de Nós.<br />

Ela não disse uma palavra.


Colaboração: Antônio Carlos<br />

Jeremias revivendo viagens de navio que fez<br />

com o pai dele para a Ilha Terceira, desta vez<br />

em companhia da filha, do genro e da neta.<br />

Jeremias e Anna não poderiam deixar de<br />

registrar uma ‘selfie’ com o farol ao fundo!<br />

A elegante família preparada para a festa à<br />

bordo!<br />

O Garboso Comandante Jeremias!<br />

Os “Imediatos” Anna Luiza e Haroldo,<br />

completando a “tripulação” e garantindo o<br />

sucesso desta Peripécia!


Antônio José de Almeida Corrêa, nasceu em 21<br />

de março de 1960 e foi batizado em 27 de março<br />

na Matriz Nossa Senhora de Lourdes, em Vila<br />

Izabel, sendo padrinhos Geraldo Lima Simões e<br />

Maria Aparecida Lima Simões. Seu nome foi<br />

escolhido para homenagear o bisavô paterno e<br />

seu irmão (José e Antônio Alves Corrêa) e<br />

também o bisavô materno do seu pai que era<br />

Antônio José de Menezes.<br />

Antônio José e Marcia Alvares, nascida em 04 de<br />

julho, casaram-se em 01 de março de 1986, na<br />

Igreja de Santa Terezinha no Palácio Guanabara<br />

e estão comemorando 32 anos de casados<br />

Quando Nilson foi dar à mãe a notícia do<br />

nascimento e falou o nome, Francisquinha disse:<br />

Nome de meu avô, Pai de Minha mãe... Gostei<br />

muito!<br />

Antônio José trabalhou no Banco do Brasil no Rio<br />

de Janeiro, em Volta Redonda e em Brasília.<br />

Desta união nasceram Thais, Cecília e Bárbara.


Colaboração: Gustavo Teles<br />

O ARTE/2017 – IX Acampamento Regional de Tropas Escoteiras, em São Bernardo do<br />

Campo, ocorreu entre os dias 07 a <strong>10</strong>/09/2017 e nosso colaborador VIP Gustavo mandou um<br />

relato das aventuras e das peripécias deste evento ...<br />

1º DIA 2º DIA<br />

No primeiro dia que chegamos, estávamos<br />

muito ansiosos, mas quando o chefe Alex<br />

falou que tinha que armar as barracas,<br />

limpar o campo e organizar a barraca com<br />

as mochilas, aí todo mundo desanimou,<br />

mas no final eu fiquei feliz, porque iriam<br />

servir o almoço.<br />

Depois de comer fomos passear no<br />

acampamento, soubemos que iria ter um<br />

show à noite. Então ficamos animados de<br />

novo, para chegada da noite.<br />

Este dia foi um dos mais legais do<br />

acampamento.<br />

Começamos o dia com café da manhã que<br />

tinha pão, chocolate quente ou café, e eu<br />

lembro que tinha uma máquina de suco<br />

escondida quase na porta do banheiro,<br />

poxa foi difícil de encontrar aquele suco.<br />

Depois do jantar fomos para o show,<br />

muito legal!<br />

Depois do café tinha vários brinquedos<br />

infláveis: futebol de sabão, cotonete<br />

gigante, e um brinquedo com dois bastões<br />

que de um lado ficava na altura da cabeça<br />

e o outro na canela.<br />

Foi muito legal!!!


Um amigo ficou muito chateado e saiu, foi<br />

embora. Eu fiquei bravo porque ele foi<br />

para outro lugar que tinha duas<br />

passagens, eu que sou bem espirituoso eu<br />

falei que tinha o caminho bom e ruim, e<br />

adivinha o que aconteceu ... fomos no<br />

caminho ruim. Resultado da atividade, o<br />

monitor que comandava a patrulha bateu<br />

a cabeça e torceu o pé, e eu caí num<br />

buraco. Tirando esses contratempos, foi<br />

muito divertido.<br />

Em seguida fomos para a barraca.<br />

escotismo. Quando terminou fomos a<br />

festa tinta em pó que foi inesquecível!!!<br />

4º DIA<br />

Este dia não foi muito legal, porque<br />

estávamos indo embora.<br />

Todos os amigos que nós fizemos durante<br />

o acampamento assinaram uns as camisas<br />

dos outros e lenços também, e até<br />

trocamos número do telefone.<br />

3º DIA<br />

Tomamos o café e encontrei meu antigo<br />

grupo e meus amigos.<br />

Fomos para as bases, aprendemos a<br />

importância da energia e da água e<br />

aprendemos a fazer fogo com gravetos e<br />

seus componentes.<br />

E teve a última base que era que iríamos<br />

botar nossas mensagens dentro de uma<br />

cápsula do tempo que vamos abrir só em<br />

2019. Então em 2019 tem mais histórias<br />

para contar.<br />

E esse foi um dos acampamentos mais<br />

legais que participei ...<br />

Até as próximas peripécias ...<br />

Passamos pelo caminho que nós nos<br />

machucamos no dia anterior.<br />

Mais a tarde teve o fogo de conselho que<br />

foi muito legal, gostei muito porque<br />

cantamos e dançamos as canções do


Na primavera de 2016, uma equipe de arqueólogos<br />

descobriu um achado incrível na Grécia: a tumba<br />

intacta de um guerreiro da Idade do Bronze que<br />

datava de 1500 a.C. Ao menos 1.500 objetos,<br />

incluindo anéis de ouro, taças de prata, uma<br />

espada com bordado dourado no punho, pedras<br />

preciosas, uma armadura de bronze, pentes de<br />

marfim, um colar de ouro ou mais de 50 pedras de<br />

selo.<br />

se aventuraram a assegurar que poderia reescrever<br />

a história da arte grega antiga e, portanto, da arte<br />

em geral.<br />

A peça mostra a um guerreiro que lança sua espada<br />

sobre um segundo inimigo, enquanto outro<br />

aparece derrotado no solo. Uma cena que a equipe<br />

denominou como "Pylos Combat Agate".<br />

Ali encontraram uma pedra talhada que poderia<br />

reescrever a história da arte. Apesar de que não<br />

parecesse grande coisa no princípio, já que se<br />

tratava-se de uma pequena peça, de apenas 3,6<br />

centímetros de comprimento coberta com uma<br />

camada de pedra calcária, que inclusive poderia ter<br />

sido descartada como uma pedra comum.<br />

No entanto, o Pylos Combat Agate é algo muito<br />

diferente, raro e transcendente. Segundo Jack<br />

Davis, da Universidade de Cincinnati:<br />

Após mais de um ano de limpeza, os pesquisadores<br />

toparam com uma gema talhada simplesmente<br />

incrível. A pedra tinha sido talhada com um nível de<br />

detalhes que poderia reescrever a história da arte<br />

A incrível pedra talhada. Via: Department of<br />

Classics, University of Cincinnati<br />

- "O que é fascinante é que a representação do<br />

corpo humano se encontra com um nível de<br />

detalhes e musculatura que a gente não vai<br />

encontrar até o período clássico da arte grega<br />

1.000 anos depois. Parece que os minóicos estavam<br />

produzindo arte do tipo que ninguém imaginou<br />

jamais que fossem capazes de produzir. Isto<br />

demonstra que sua habilidade e interesse em arte<br />

representacional, em particular o movimento e<br />

anatomia humana, vai além do que se supunha.<br />

Combinado com as características estilizadas, isso<br />

em si mesmo é simplesmente extraordinário."<br />

Como explica Davis, o insólito do achado é a<br />

destreza e sofisticação necessárias para realizar a<br />

intrincada escultura. Os arqueólogos não<br />

encontram nada similar da época, tão detalhado<br />

que necessitasse de uma fotomicroscopia para vêlo<br />

corretamente.<br />

A pedra de ágata, utilizada para estampar uma<br />

imagem em argila ou cera, foi qualificada pelos<br />

pesquisadores como "uma das melhores obras de<br />

arte pré-histórica grega já descobertas". Tanto, que<br />

É possível que a peça tenha sido feita com uma<br />

espécie de lupa, o problema é que não existe<br />

objeto de aumento que date dessa época.<br />

Perguntas que talvez nunca sejam respondidas.<br />

Mas ninguém tem dúvidas neste momento é de<br />

que se trata de uma jóia artística de valor<br />

incalculável. Alucinante!


02/04/1838 Josepha Rosa de Menezes 16/04/1966 Roberta Odenbreit Nunes de Oliveira<br />

02/04/1899 Francisca Menezes Simões Corrêa 17/04/1968 + João Alves Corrêa Nunes<br />

02/04/1901 Ricardina Carvalheda Alves Corrêa 17/04/1972 Patrícia Monteiro Alves<br />

02/04/1904 Julieta Lapagesse 18/04/1955 Ana Matilde Amandia Coelho<br />

02/04/1994 + Waldemiro Alves Corrêa Nunes 19/04/1924 Odete Alves da Rocha<br />

03/04/1935 Carlos Sa Corrêa Alves 19/04/1951 José Mauro Lapagesse Alves Corrêa<br />

03/04/1954 + Joaquim Alves Martins Corrêa 20/04/1937 José Mauro Alves Corrêa<br />

05/04/1950 Virgínia Maria Fragoso Esbérard 21/04/1887 Maria Rita Do Livramento Natividade<br />

06/04/2014 Theo Lapagesse Duque estrada 22/04/1896 Emilia de Lourdes Alves<br />

07/04/1879 Manoel Alves Corrêa 22/04/1896 Joaquim Alves Martins Corrêa<br />

07/04/1939 Marly Camargo Pinto 22/04/1904 Avelino Parente<br />

07/04/1994 Yasmim Cunha Lapagesse 22/04/1940 Carlos Alberto Verissimo de Pina<br />

08/04/1896 Virginia Sá Corrêa Alves 22/04/1947 Ricardo Castro Peixoto<br />

<strong>10</strong>/04/1941 Dioneia Gonçalves Corrêa 22/04/1987 Diogo de Pina Mendez<br />

<strong>10</strong>/04/2013 + Solange Rabello Alves Corrêa 23/04/1973 Gustavo Guimarães Alves<br />

11/04/1975 Joice Cristina de Souza 24/04/1973 Flavio Franco Teixeira Corrêa<br />

11/04/1978 Maria Claudia Infante de Castro 25/04/1987 Bruna Ribeiro de Andrade Ramos<br />

11/04/1996 Natalia Valente Cramer Ribeiro 26/04/1988 + Regina Maura Lapagesse Beltrão<br />

13/04/1958 João Rodrigues da Silva 27/04/1895 Deolinda Alves Corrêa Martins<br />

13/04/1983 Juliana de Almeida Mota Corrêa 27/04/1911 Manoel Alves Corrêa Nunes<br />

14/04/1832 Sophia Gertrudes Cândida Bertão 28/04/1980 Gustavo Rodero<br />

14/04/1973 + Terezinha Alves da Rocha 28/04/1981 Maria Farnesi Ferreira<br />

15/04/1920 Maria Conceição Lapagesse 28/04/1993 + Francisca Menezes Simões Corrêa<br />

15/04/1963 Andrea de Andrade Ramos 28/04/2004 João Henrique Fragoso Esbérard<br />

15/04/1975 Alejandro Gomes Fernandes 29/04/1947 Luiz Antônio C Nunes V de Oliveira<br />

16/04/1821 José Alvares Corrêa Bertão 29/04/2016 Clara Nahas Figueiredo<br />

16/04/1911 + Sophia Gertrudes Cândida Bertão 30/04/1935 Paulo Lapagesse<br />

16/04/1931 Antônio Lapagesse 30/04/1979 Alexandre Infante de Castro<br />

16/04/1937 + José Alves Corrêa<br />

Turbokar Veículos - Jacarepaguá


I N SC RI Ç ÕES N A B A B I LÔ N I A HÁ 3 7 00 A N OS MUDA M HI ST ÓRI A DA MA T EMÁ T I C A<br />

Colaboração: Mara Liângela<br />

Depois de quase um século de mistério, um<br />

grupo de cientistas descobriu a utilidade de<br />

uma antiga placa de argila da Babilônia que<br />

ostenta inscrições de mais de 3,8 mil anos:<br />

trata-se da mais antiga tábua trigonométrica,<br />

provavelmente utilizada pelos antigos<br />

matemáticos para realizar cálculos na<br />

construção de palácios, templos e canais.<br />

O astrônomo grego Hiparco, que viveu no<br />

século 2 antes de Cristo, é considerado o pai da<br />

trigonometria - a área da matemática que<br />

estuda as relações entre ângulos e lados dos<br />

triângulos -, mas o novo estudo revela que os<br />

babilônios já haviam desenvolvido uma<br />

sofisticada trigonometria cerca de 1500 anos<br />

antes dos gregos.<br />

tarefa de gerar e classificar os números na<br />

placa", disse Mansfield.<br />

Conhecida como Plimpton 322, a pequena<br />

placa foi descoberta em Senkereh, no sul do<br />

atual Iraque - onde ficava a antiga cidade<br />

suméria de Larsa - pelo arqueólogo,<br />

acadêmico, diplomata e negociante de<br />

antiguidades americano Edgar Banks - figura<br />

polêmica que inspirou o famoso personagem<br />

do cinema Indiana Jones.<br />

A placa, com 13 centímetros de largura, nove<br />

centímetros de altura e dois centímetros de<br />

espessura foi vendida por Banks, por volta de<br />

1922, para o editor americano George Arthur<br />

Plimpton. Na metade da década de 1930, o<br />

objeto foi doado com toda a coleção de<br />

Plimpton para a Universidade Columbia, em<br />

Nova York, onde é estudada até hoje. Segundo<br />

Mansfield, a placa usa a escrita cuneiforme - o<br />

sistema de escrita mais antigo que se conhece.<br />

Em vez de utilizar o atual sistema numérico<br />

decimal (de base <strong>10</strong>), os babilônios utilizavam<br />

um sistema sexagesimal, (de base 60).<br />

O estudo, liderado por Daniel Mansfield e<br />

Norman Wildberger, da Universidade de New<br />

South Wales (UNSW), da Austrália, foi<br />

publicado ontem na revista científica “Historia<br />

Mathematica”. De acordo com Mansfield, a<br />

placa revela uma sofisticação matemática<br />

surpreendente.<br />

De acordo com Mansfield, a placa não apenas<br />

corresponde à mais antiga tábua<br />

trigonométrica do mundo, mas também é a<br />

única tábua trigonométrica totalmente<br />

precisa, por conta da abordagem babilônica<br />

extremamente original da aritmética e da<br />

geometria.<br />

"Essa peça tem intrigado os matemáticos há<br />

mais de 70 anos, desde que se percebeu que<br />

ela contém um padrão especial de números,<br />

conhecido como trios pitagóricos. O grande<br />

mistério, até agora, era seu propósito - por que<br />

os antigos escribas realizaram a complexa


GRATIDÃO<br />

Colaboração: Jeremias Simões Alves Corrêa<br />

Faço coro a meu irmão José Francisco que<br />

está homenageando na coluna<br />

Personalidades, nosso irmão Nilson<br />

Simões Alves Corrêa, o considerando<br />

como um segundo pai.<br />

Também sempre o considerei assim. Sou<br />

imensa e infinitamente grato ao Nilson a<br />

quem considero meu orientador<br />

profissional, apesar de não ter muita queda<br />

para o comércio, pois minha preferência<br />

sempre foi fazer as coisas, produzir algo,<br />

mesmo que fosse por encomenda; portanto<br />

a Indústria se encaixava mais em meu<br />

perfil.<br />

Depois que nosso pai partiu, o Nilson e o<br />

tio Izaías eram sócios, porém o Tio Izaías<br />

esteve afastado do Bar Santo Antônio por<br />

ter ido a Portugal em 1947 a passeio e para<br />

tratar de assuntos do seu casamento, que<br />

foi em 26/05/1949. Assim, esteve bastante<br />

afastado, mas ainda participando da<br />

sociedade provisória com seu irmão João,<br />

que por sua vez foi com a família também<br />

para Portugal, permanecendo de abril de<br />

1949 a fevereiro de 1953.<br />

Eu estudava no turno da manhã e após o<br />

almoço por muitas vezes ia caminhando<br />

até a rua Almirante Cochrane, entrava no<br />

ônibus 72 e descia na esquina de<br />

Engenheiro Richard com Mearim para<br />

ajudar o Nilson no que eu podia fazer em<br />

termos de limpeza, pintura de prateleiras<br />

da área onde ficavam guardados<br />

vasilhames, garrafas, etc. Nesta ocasião o<br />

Nilson não tinha o Luiz como empregado<br />

o dia todo. De manhã ele trabalhava no Bar<br />

do Nilson e a tarde ficava no Bar com o tio<br />

Izaías, dormindo em um cômodo anexo à<br />

casa. Adiante as coisas foram se ajustando<br />

com a vinda do Manoel Menezes e<br />

Joaquim Mancebo, que então<br />

permaneceram no Bar dos tios João e<br />

Izaías e o Luiz passou a ficar em horário<br />

integral no Bar do Nilson.<br />

Ressalte-se aqui que o Nilson era um<br />

comerciante austero e exemplar, jamais<br />

vendendo bebidas alcoólicas ou cervejas<br />

aos menores de idade. Quando não<br />

acreditava na idade aparente, pedia que<br />

mostrassem a carteira de identidade. A<br />

clientela era repleta de rapazes, visto que<br />

o Bar ficava bem próximo ao Grajaú Tênis


Clube. Os atletas vinham ao bar<br />

comemorar suas partidas ganhas ou<br />

meditar sobre suas derrotas. Mas o Nilson,<br />

apesar de ser um rapaz com 24 anos de<br />

idade, impunha respeito. Os pais desses<br />

rapazes, grande parte moradores do<br />

Grajaú, ficavam tranquilos porque o<br />

Nilson não vendia aos menores e ponto.<br />

Assunto encerrado.<br />

Por outro lado, na esquina oposta ficava o<br />

Colégio Companhia de Maria, dirigido por<br />

freiras, que não se acanhavam de ir ao bar<br />

comprar o que necessitavam, pois era um<br />

ambiente de respeito. Aliás, o bar também<br />

fazia as vezes de papelaria, vendendo<br />

papel de carta, papel almaço, lápis,<br />

borracha, bloco de rascunho e alguns<br />

outros materiais afins. O marketing era<br />

aproveitar o colégio em frente como<br />

cliente. A venda fiada também era natural.<br />

E a entrega de mercadorias em casa se<br />

fazia com frequência. Até entrega de<br />

maços de cigarro. Por tudo isso era um<br />

comerciante querido pelos clientes,<br />

moradores e vizinhos comerciantes.<br />

A farmácia ERGO, o açougue Santa<br />

Terezinha e a quitanda do Rufino, além da<br />

padaria “A Caprichosa” na Av. Júlio<br />

Furtado, a papelaria/barbearia do Hildo, a<br />

farmácia Santos, a Despensa Nacional<br />

(armazém) e a Igreja de Nossa Senhora do<br />

Perpétuo Socorro cujo Vigário era o Padre<br />

Alberto, todos estes faziam um círculo de<br />

amizade quase familiar.<br />

Em certa ocasião, o Nilson concedeu o uso<br />

da linha de telefone 38-6939 para o<br />

Renato, rapaz que fazia serviços de<br />

bombeiro encanador, eletricista e gasista;<br />

era um amigo dele, bom profissional, que<br />

tinha um ajudante chamado Jorge e ambos<br />

guardavam seus pertences e ferramentas<br />

na despensa que ficava na área do bar. O<br />

Renato era participante da escola de samba<br />

da Boca do Mato, situada no final da Rua<br />

Boca do Mato. Depois de um tempo o<br />

Renato ficou também fazendo serviço de<br />

cozinha, porque o Nilson resolveu servir<br />

pratos feitos, já que nesta época havia<br />

muitos operários de construção civil por<br />

ali, pois o Grajaú vivia um “boom” de<br />

construções e reformas residenciais;<br />

então, o Jorge, que era seu ajudante,<br />

assumiu as funções de bombeiro<br />

encanador. Cabe lembrar que o Nilson não<br />

ganhava nada com tudo isso, estava<br />

apenas ajudando aos dois.<br />

Na verdade, sempre achei que o Nilson<br />

gostaria de ter uma papelaria. Em uma<br />

ocasião, chegamos a procurar o Sr. Santos,<br />

na papelaria Santos, que ficava em frente<br />

ao Colégio Militar, e o Nilson ficou<br />

entusiasmado em comprá-la, mas não<br />

houve interesse por parte do dono em<br />

vendê-la, pois era dali que obtinha sua<br />

subsistência, principalmente com a venda<br />

de livros FTD, muito adotados pelos<br />

colégios da região, à época.<br />

Dando um salto no tempo relembro que<br />

em 1960 o Nilson desejou se aventurar em<br />

outro âmbito comercial, de venda de


material de construção, criando a “Casa<br />

Três Irmãos”. Ele chegou a convidar o<br />

Antoninho para que fosse “Casa Quatro<br />

Irmãos”, mas ele declinou porque estava<br />

com planos de ir para Brasília por força de<br />

sua carreira militar.<br />

Infelizmente o negócio não deu certo<br />

devido à concorrência e a crise<br />

governamental da época, mas felizmente<br />

não houve prejuízo.<br />

E para concluir, registro minha gratidão ao<br />

Nilson por ter proporcionado a mim uma<br />

outra oportunidade: a de aprender um<br />

ofício.<br />

O OFÍCIO<br />

No ano de 1950, o Nilson apareceu a tarde<br />

em casa (morávamos no noventa da Santa<br />

Luiza) com um caminhão para descarregar<br />

uma máquina tipográfica manual, uma<br />

estante com tipos para composição,<br />

material de apoio, guarnições para<br />

impressão, rolos de gelatina para<br />

distribuição de tinta na mesa rotativa, etc.<br />

“O que aconteceu” - perguntou minha<br />

mãe? E o Nilson explicou que uma pessoa<br />

que estava lhe devendo um dinheiro, não<br />

tendo como pagar, lhe ofereceu aqueles<br />

equipamentos como pagamento, e que ele<br />

havia aceitado.<br />

Assim que acabaram de descarregar e<br />

colocar os objetos na garagem, logo que as<br />

pessoas saíram fiquei curioso em ver os<br />

objetos; mais ainda o José Francisco que,<br />

por ser 5 anos mais novo que eu, tinha<br />

curiosidade maior.<br />

Da análise e limpeza do material,<br />

conversando com o Nilson, demonstrei<br />

interesse em aprender o ofício, visto que<br />

em 1950 eu já estava terminando o<br />

ginasial, próximo às provas finais. Ele<br />

então prontamente se propôs a conversar<br />

(se é que já não havia falado...) com um<br />

senhor que conhecia no Grajaú e que<br />

trabalhava em uma gráfica na rua Teodoro<br />

da Silva, Sr. Atílio Menegoto,<br />

combinando com ele de ir em nossa casa<br />

na parte da noite para me ensinar a utilizar<br />

os materiais e equipamentos. Assim foi<br />

feito, e após 3 meses já estava sabendo<br />

fazer composição e impressão, diga-se de<br />

passagem, com o José Francisco sendo<br />

minha sombra... Então falei com o Nilson<br />

que não precisaria mais pagar ao Sr. Atílio<br />

porque já sabia como fazer.<br />

Apresentei a seguinte sugestão ao Nilson:<br />

na parte da noite, o “professor”<br />

continuaria indo lá em casa para ver o meu<br />

desempenho, corrigir qualquer possível<br />

falha e eu o ajudaria a fazer o cálculo dos<br />

pedidos de serviços que ele costumava<br />

trazer – custo de material (papel ou<br />

cartão), preço do tempo que um operário<br />

usaria para fazer a composição, preço do<br />

acerto da máquina, correção, tempo de<br />

execução na máquina, percentagem de<br />

ganho sobre o somatório obtido –<br />

chegando ao preço final. Do valor a ser<br />

cobrado, <strong>10</strong>% seria do vendedor (então


esta parcela automaticamente passaria a<br />

ser despesa) e então chegaríamos a um<br />

outro valor que seria assim distribuído:<br />

50% para o Nilson (que entrara com o<br />

maquinário), 25% para o executor e 25%<br />

para o professor, Sr. Atílio.<br />

Por uma coincidência, ou destino, um<br />

professor de Física, Leon Lifchit, do<br />

Colégio Felisberto de Menezes, sabendo<br />

que eu lidava com tipografia, me chamou<br />

para ir trabalhar na gráfica que tinha<br />

comprado; a fim de fazer um trabalho<br />

diferente, o de corrigir um<br />

“empastelamento” feito por um operário<br />

ao saber que havia sido demitido. Até<br />

comecei a empreitada, mas acabei<br />

desistindo, pois seria tarefa árdua e<br />

demandaria muito tempo.<br />

Próximo ao final do ano de 1952, no<br />

segundo ano do curso científico, o<br />

professor de português, chamado José<br />

Aguirre, convidou a turma – convite mais<br />

voltado aos rapazes - para fazer uma visita<br />

ao SENAI (Serviço Nacional de<br />

Aprendizagem Industrial), na Rua Costa<br />

Lobo, em Benfica, que abrigava a parte<br />

mecânica e o parque gráfico. Após a visita,<br />

recebemos o convite para inscrição no<br />

curso de retocador e dentre os doze alunos<br />

visitantes fui o único a aceitar esta chance,<br />

iniciando as aulas em janeiro de 1953, em<br />

tempo integral.<br />

Nesta época a minha rotina ficou bastante<br />

assoberbada, porque em função deste<br />

curso em horário integral, a solução foi<br />

cursar a noite o terceiro ano científico.<br />

No final de 1954, o curso chegou ao fim.<br />

Fiquei muito feliz em poder comparecer à<br />

solenidade de entrega do diploma,<br />

acompanhado de minha mãe, que muito<br />

me apoiou. A esta altura da vida, eu já<br />

havia ressarcido ao Nilson o dinheiro que<br />

ele tinha aplicado de forma indireta no<br />

equipamento inicial. Também já havia<br />

pago à minha mãe o dinheiro que ela havia<br />

me emprestado para eu dar de entrada na<br />

compra de uma máquina elétrica e ia<br />

levando a tipografia com aquisições de<br />

uma guilhotina maior e máquina de<br />

picotar. Apenas não pude indenizar o<br />

Nilson pela ocupação da garagem, que ele<br />

mandou fazer para guardar o primeiro<br />

carro, Austin A40; assim, o segundo<br />

(Austin A16), não teve este mesmo<br />

conforto para seu estacionamento.<br />

A gráfica ia bem, eu tinha até um ajudante,<br />

o Floriano, que ficava encarregado da<br />

parte de impressão. Assim, eu também<br />

tinha mais tempo livre para ir ao centro da<br />

cidade comprar papel em fornecedores<br />

que eram retalhistas, levar facas para afiar,<br />

entregar encomendas, visitar fregueses.<br />

Depois me associei a dois amigos que<br />

também tinham gráfica, Wanderlin e<br />

Eduardo, os quais deram bom impulso ao<br />

negócio, porque tinham bons<br />

relacionamentos com a UBC (União<br />

Brasileira de Compositores), com a<br />

SBACEN e outras instituições. Fiz um<br />

acordo de utilização da gráfica, tendo eles<br />

assumido o meu funcionário, Floriano.<br />

Nesta época eu já me via as voltas com o<br />

serviço militar, pois fui classificado no<br />

C.P.O.R para Arma e Infantaria, cursando<br />

no oitavo pelotão. Fui diplomado em 1956<br />

na turma Santos Dumont, na patente de<br />

Aspirante a Oficial da reserva.<br />

A convivência com diversos colegas de<br />

famílias e profissões diversas propiciaram<br />

a oportunidade de bons trabalhos gráficos.


Da mesma forma, a afinidade com os<br />

Oficiais, ajudaram a fazer laços de<br />

amizade que vieram a resultar em outras<br />

oportunidades de trabalhos, sempre havia<br />

algum impresso de folhetos ou prospectos,<br />

convites de casamento, cartões de visita ou<br />

de outras finalidades.<br />

Já tendo concluído o C.P.O.R., casei com<br />

Solange em fevereiro de 1958 e depois de<br />

ter sido convocado para fazer estágio,<br />

resolvi oficializar o negócio, criando a<br />

Gráfica JERSOL, que teve como seu novo<br />

endereço a Rua Barão de Mesquita, 769-<br />

B, no Andaraí.<br />

Passado algum tempo, percebi que lidar<br />

com constantes faltas de funcionários,<br />

muitas vezes injustificadas ou até<br />

justificadas, mas de forma abusiva, era<br />

difícil. Eu até tentei por um tempo<br />

aconselhar os empregados, chamar a<br />

atenção e dar críticas construtivas para que<br />

cada um melhorasse sua imagem, mas<br />

percebi que esse era um hábito da classe,<br />

pois meus conhecidos do ramo também se<br />

queixavam bastante dessas atitudes. Em<br />

um dado momento, me cansei de toda essa<br />

situação e deixei a responsabilidade da<br />

gráfica com o Wanderlin, peguei meu<br />

carro, malas, minha esposa e fiquei trinta<br />

dias viajando e passeando, ou seja, me<br />

refazendo de um período em que tive<br />

muitos aborrecimentos. Até que em um<br />

domingo, almoçando na casa dos meus<br />

sogros na Rua Maxwell, recebi o<br />

telefonema de um colega do C.P.O.R.,<br />

dizendo que havia me procurado na<br />

gráfica e que precisava falar comigo...<br />

E aí começa outro capítulo da história,<br />

quando acabei com a gráfica, levando todo<br />

o equipamento para a casa da Santa Luiza<br />

número 90 e posteriormente vendendo<br />

parte dele e alugando o restante para a<br />

firma Max Indústria e Comércio LTDA.,<br />

localizada na Rua Barão de São Félix, 77.<br />

Fiz faculdade de administração de<br />

empresas, passando de dono de gráfica a<br />

executivo em diversas multinacionais do<br />

ramo de laboratórios, de cosméticos e<br />

posteriormente atuando como consultor de<br />

empresas. Todavia, as artes gráficas<br />

sempre estiveram presentes em momentos<br />

profissionais e muitas portas foram abertas<br />

para mim por conta de minha experiência<br />

e das oportunidades que soube valorizar lá<br />

no início, ainda bem jovem. Então eu não<br />

me esqueço do “start” que o Nilson deu.<br />

Os momentos de luta, trabalhando desde<br />

bem jovem, dariam um livro extenso.<br />

Atualmente me reservo ao direito de ser<br />

apenas o admirador da minha neta e<br />

realizar somente serviços filantrópicos,<br />

agradecendo a Deus sempre pela saúde,<br />

pelas conquistas e pelos já bem vividos 82<br />

anos.<br />

Jeremias Simões Alves Corrêa


Lembramos aos nossos leitores que as publicações da Editora PERIPÉCIAS podem ser<br />

solicitadas grátis, em formato eletrônico, através do e-mail: peripécias2017@gmail.com<br />

113 Páginas<br />

Uma comédia em 83 capítulos que relata a vida de um português naturalizado brasileiro,<br />

um “gozador” que soube encarar os desafios com fé, muita graça, irreverência, uma pitada<br />

de inconsequência e muito amor pela família.<br />

Este álbum é o registro fotográfico comentado, ano a ano, da vida de Antônio Alves<br />

Corrêa Netto, que nasceu Antônio Alves Martins e passou a ser o “Antoninho”.


Colaboração: José Geraldo de Almeida Corrêa<br />

Carnaval de 1988 em Volta Redonda - Tatiana, Luciana, Bruno, Fábio, Anna Beatriz,<br />

Juliana, Gustavo, Rodrigo, Camila, Rodrigo Corrêa, Amanda e Marian Marcon.<br />

Carnaval de 1969 – Praça Niterói - Glória, Penha, Maria José, Regina e Ana no time das<br />

meninas. No time dos rapazes José Ricardo, Geraldo, Paulo, Cláudio e Antônio


POTÊNCIA ATIVA, REATIVA E APARENTE.<br />

Colaboração: Victor Alexandre Lapagesse Marques<br />

Para quem nunca entendeu a respeito de Potência Ativa, Reativa e Aparente... Taí uma<br />

maneira bem didática de aprender! Duvido vocês esquecerem disso!<br />

A Potência Ativa (W) representa a porção líquida do copo, ou seja, a parte que realmente<br />

será utilizada para matar a sede. Como na vida nem tudo é perfeito, junto vem uma parte de<br />

espuma, representada pela Potência Reativa (VAR). Essa espuma está ocupando lugar no<br />

copo, porém não é utilizada para matar a sede. O conteúdo total do copo representa a<br />

Potência Aparente (VA).<br />

Esta analogia pode ser utilizada para tirarmos algumas conclusões iniciais:<br />

- Quanto menos espuma tiver no copo, haverá mais cerveja. Da mesma maneira,<br />

quanto menos Potência Reativa for consumida, maior será o Fator de Potência;<br />

- Se um sistema não consome Potência Reativa, possui um Fator de Potência<br />

unitário, ou seja, toda a potência drenada da fonte (rede elétrica) é convertida em<br />

trabalho.<br />

Ah, agora vocês entendem!<br />

Resumindo:<br />

A AMBEV é uma USINA;<br />

O Caminhão é uma LINHA DE TRANSMISSÃO;<br />

O boteco é uma SUBESTAÇÃO;<br />

A chopeira é um TRAFO (transformador);<br />

O garçom é uma LINHA DE DISTRIBUIÇÃO;<br />

Você é o CONSUMIDOR;<br />

Sua mulher é a ANEEL: O Poder REGULADOR!

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