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Creditos/Índice<br />
Fala Presidente ..................Pg. 06<br />
Luiz Guilherme Soares Rodrigues<br />
Presidente ACGB<br />
Matéria ..............................Pg. 29<br />
A Raça <strong>Guzerá</strong> no Semiárido Brasileiro<br />
Entgrevista .........................Pg. 12<br />
<strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança – Marca LKW<br />
Artigo ................................Pg. 34<br />
Controle leiteiro<br />
Artigo 01 ............................Pg. 18<br />
Programa de Melhoramento Genético Uniube<br />
Produz Leite Que Valoriza a Zebuinocultura<br />
Linha do Tempo .................Pg. 40<br />
Polirural - Waldemir Miranda Neto<br />
Exposição Nacional ............Pg. 24<br />
Em Paracatu do Príncipe/MG<br />
Artigo ................................Pg. 46<br />
Associar é Crescer – Eros Gazzinelli<br />
Diretoria<br />
Henrique Viana<br />
(31) 99911-7889<br />
henrique@marchanews.com.br<br />
Cristiano Varandas Ladeira<br />
(31) 99851-6114<br />
cristianoladeira@marchanews.com.br<br />
Luiz Felippe de Campos Vieira<br />
(31) 99832-7780<br />
luizfelippe@marchanews.com.br<br />
Jornalista Responsável<br />
Diogo Heller – MG-09789-JP<br />
diogo@marchanews.com.br<br />
Colaboradores<br />
Eros Gazinelli, Marcelo Cordeiro, Nativa<br />
Propaganda, ACGB, Associações<br />
e Núcleos Regionais<br />
Criação de Anúncios<br />
André César<br />
Projeto Gráfico / Diagramação<br />
Denilson F. Fernandes (31) 99204-9865<br />
Fotógrafos<br />
Marcelo Cordeiro, Boy,<br />
Carlos Lopes, Jadir Bison,<br />
JM Matos, Zzn Peres<br />
Rua Chefe Pereira, 62 - Serra - Belo Horizonte/MG<br />
Cep.: 30240-150 - Tel.: (31) 2552-2293<br />
www.marchanews.com.br<br />
A <strong>Guzerá</strong> News é uma publicação independente. As matérias e os artigos assinados não representam necessariamente,<br />
a opinião do Conselho Editorial da <strong>Revista</strong>, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.
EDITORIAL<br />
Depois do sucesso da primeira edição da <strong>Guzerá</strong> News, lançada na Expozebu<br />
2017, tomamos como meta repetir o projeto em <strong>2018</strong>. A raça <strong>Guzerá</strong> merece<br />
uma publicação perene, que reflita a curva crescente vivida pela mesma.<br />
Os desafios foram enormes, mas achamos que no final conseguimos entregar<br />
um produto à altura da publicação do ano passado, recheada com informações<br />
importantes aos criadores e amantes do <strong>Guzerá</strong>.<br />
O cenário de incertezas permanece, mas o agronegócio, que carrega o país<br />
nas costas, não desanima. Dentro desse setor, o <strong>Guzerá</strong> desempenha papel<br />
importantíssimo, com sua capacidade de produção de leite e carne ao menor<br />
custo.<br />
Esperamos que nos encontremos de novo em 2019 em outras circunstâncias,<br />
com o Brasil renovado por um novo governo, trabalhando e crescendo, e a<br />
raça <strong>Guzerá</strong> desempenhando cada vez mais seu protagonismo na pecuária<br />
nacional.<br />
Um abraço e boa leitura,<br />
Luiz Felippe de Campos Vieira<br />
Henrique Viana Ribeiro Pena<br />
Cristiano Varandas Ladeira<br />
Marcelo Cordeiro
FAZENDA GUZERá DE BOA FAMÍLIA - SELEÇÃO DE GUZERá LEITEIRO<br />
Dom Fiv Boa Família<br />
DEP LEITE + 347 Kg (6º Melhor Touro do Sumário 2017)<br />
CUBITO GI ND (Dep + 390 Kg) x QUEIMADA (Lact: 4606 Kg/300 Dias)<br />
Fotos: Marcelo Cordeiro<br />
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Sêmen disponível na<br />
Alta Genetics<br />
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Boa Família<br />
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Lactação: 5485 Kg/315 Dias - 1ª Cria<br />
www.guzeradeboafamilia.com<br />
Proprietário: Wemerson Amaro Coura<br />
contato@guzeradeboafamilia.com<br />
Tel:(32) 98886-9366 / (32) 3721-0713<br />
Distrito: Boa Família - Muriae/MG
Fala Presidente<br />
Depois de muitas instabilidades em diversos<br />
setores, é possível notarmos uma mudança no<br />
comportamento do cenário nacional, em que o Brasil<br />
começa a sair da zona de recuo e retoma, ainda que<br />
timidamente, seu crescimento econômico.<br />
Para o <strong>Guzerá</strong>, cenários como esses, se mostram<br />
favoráveis, quando o assunto é enxugar custos e<br />
manter a produtividade. Trazendo esse conceito para<br />
uma realidade mais palpável, podemos analisar por<br />
exemplo, as provas de ganha de peso, em que o <strong>Guzerá</strong><br />
apresenta ótimos índices de desempenho, e altas taxas<br />
de conversão alimentar entre os zebuínos. Isso, nos<br />
dá ainda mais legitimidade, quando afirmamos sobre<br />
a versatilidade da raça, seja na produção sustentável<br />
de carne e de leite, seja na qualidade dos animais<br />
cruzados.<br />
E para mostrar ao mercado o que temos de melhor,<br />
é preciso marcar presença. Vale destacar a participação<br />
de representantes e rebanhos do <strong>Guzerá</strong>, no Fórum<br />
Econômico Brasil & Países Árabes. Encontros desta<br />
grandeza são valiosíssimos na ótica de expansão<br />
de mercados. O zebuíno já conquistou as américas<br />
e vem se expandindo com facilidade, graças à sua<br />
fácil adaptabilidade (principalmente ao nosso clima),<br />
resultando em produtividade. Mas tudo isso precisa<br />
ser “apresentado” fora do continente americano. Há<br />
um mercado extraordinariamente vasto e inexplorado, quando<br />
falamos em Ásia e África, e que precisa ser trabalhado.<br />
Destaque também para os leilões de Guzolando. Tivemos<br />
o tradicional Leilão Guzolando Taboquinha, na sua 25° edição,<br />
com 100% de liquidez. Outros dois leilões, Sula e Central<br />
Leite, acontecem no decorrer dos meses de abril e maio. No<br />
<strong>Guzerá</strong>, remates expressivos marcam o 19º Leilão de Produção<br />
<strong>Guzerá</strong> IT, com média de R$ 11.047,00 (onze mil e quarenta<br />
sete reais) para os tourinho PO. Todos avaliados para eficiência<br />
alimentar; uma nova ferramenta de avalição genética utilizada<br />
pelo rebanho IT.<br />
No mês de julho, teremos o Teste de Desempenho de<br />
Touros Jovens (TDTJ), realizado pela Embrapa Cerrados / Arroz<br />
e Feijão em parceria com a Associação Goiana de Criadores<br />
de Zebu. As inscrições vão até 15 de junho, com espaço para<br />
30 animais da raça <strong>Guzerá</strong>. Uma excelente oportunidade para<br />
avaliarmos geneticamente nossos animais e lapidar ainda mais<br />
a seleção.<br />
No circuito Norte, tivemos o reconhecimento do trabalho<br />
desempenhado pela Associação dos Criadores de <strong>Guzerá</strong><br />
da Amazônia - ACGA, que recebeu no dia 29/11/2017, o III<br />
Prêmio Agropará 2017, promovido pelo jornal Diário do Pará,<br />
na categoria Extensão e Organização Rural de Produtores<br />
Rurais. Outro grande evento que promete marcar o calendário,<br />
é a 13ª edição do Leilão Evolução do <strong>Guzerá</strong>. Evento que<br />
vem se consolidando por remates expressivos e total liquidez,<br />
06<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
mostrando o bom momento do <strong>Guzerá</strong> e do Guzolando na região<br />
norte. Uma novidade para este ano, é oferta de bezerros, oriundos de<br />
cruzamento com Angus e as novilhas Guzolandas, para mostrar ao<br />
público como a raça é insuperável nos seus cruzamentos.<br />
Grandes expectativas para a Megaleite, que acontece de 20 a 23 de<br />
junho, no Parque da Gameleira em Belo Horizonte; a ACGB participará<br />
do evento, com o dobro de exemplares da raça <strong>Guzerá</strong> e Guzolando em<br />
relação ao ano de 2017, com trabalhos de julgamento e torneio leiteiro.<br />
Uma das grandes promessas para a feira, é a presença das comitivas<br />
internacionais.<br />
Em agosto, temos a nossa tão esperada 13ª Exposição Nacional do<br />
<strong>Guzerá</strong>, durante 32ª Expo Paracatu/MG, entre os dias 01 e 05 de agosto.<br />
Parque de exposições bem estruturado, forte apoio da cooperativa e do<br />
sindicato, além de recursos vindos do munícipio. A famosa receptividade<br />
dos criadores da região, sem dúvida somada aos demais fatores, forma<br />
uma atmosfera propícia para o<br />
sucesso de mais uma Nacional. Teremos o julgamento da pista<br />
tradicional, torneio leiteiro de <strong>Guzerá</strong> e Guzolando e um Leilão de<br />
Produção. Em breve mais detalhes da programação.<br />
Neste momento respiramos a 84ª Expozebu, o maior evento da<br />
pecuária moderna. Nossa programação inicia com o Concurso Leiteiro<br />
de <strong>Guzerá</strong> e Guzolando, que se faz presente pelo 3º ano consecutivo na<br />
feira. Os trabalhos de julgamento da pista tradicional serão entre os dias<br />
02 e 04/05. A entrega dos troféus dos Melhores do Ranking 2016/2017,<br />
acontece no dia 03/05 no Palanque Vicente Araújo de Souza Jr. Teremos<br />
também o tradicional Dia de Campo na Fazenda Escola Uniube e o III<br />
Dia Internacional Genética Brasil. Além dos eventos que já fazem parte<br />
do calendário, como a Assembleia, a escolha dos touros do TP e o<br />
lançamento do Sumário.<br />
Estamos na 2ª Edição da <strong>Revista</strong> <strong>Guzerá</strong> News. Um trabalho que<br />
chega para selar a força da nossa pecuária; grandes rebanhos, desafios,<br />
resultados, o que há de melhor do <strong>Guzerá</strong>,<br />
narrados e ordenados por profissionais da<br />
mais alta competência, que leva a chancela da<br />
Marcha News. Obrigado mais uma vez ao Luiz<br />
Felippe de Campos e Marcelo Cordeiro, por<br />
viabilizarem tamanho projeto.<br />
É isso amigos. O objetivo da ACGB é<br />
congregar, somar. Estamos sempre lançando<br />
mão de oportunidades que nos auxiliam nessa<br />
missão. Mas sozinhos, nada disso é possível.<br />
União, com ideais que superem as diferenças<br />
com visão de totalidade e de bem comum.<br />
É por esse caminho que chegaremos ao<br />
sucesso.<br />
Forte abraço,<br />
Luiz Guilherme Soares Rodrigues<br />
Presidente ACGB<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
07
Um ano de<br />
CIRCUITO NORTE<br />
<br />
Desafios e conquistas são os termos que marcam<br />
o balanço da ACGA em 2017. Reconhecemos<br />
e parabenizamos os esforços de todos<br />
os criadores nessa forte missão, que assumimos<br />
à frente da ACGA, de promover de forma<br />
sustentável a raça <strong>Guzerá</strong> na região norte.<br />
Frutos dessa empreitada já começam a ser<br />
colhidos. Em 29/11/2017, a ACGA recebeu o III<br />
Prêmio Agropará 2017, promovido pelo jornal<br />
Diário do Pará, na categoria Extensão e Organização<br />
Rural de Produtores Rurais. Na ocasião,<br />
receberam a premiação o presidente da<br />
ACGA José Luiz F. Almeida Filho e o diretor Josaphat<br />
Paranhos Neto. “Sem dúvidas, uma<br />
enorme alegria para toda comunidade guzeratista,<br />
pois conquistas como esta, sinalizam<br />
que estamos no caminho certo”, destaca o<br />
Presidente da ACGA, José Luiz F. Almeida Filho<br />
.<br />
Sayonara Umbelino
XIII Leilão<br />
<strong>2018</strong><br />
CABUL IV S<br />
LUIZ GUILHERME RODRIGUES<br />
FAZ. ENCARNAÇÃO<br />
JOSAPHAT PARANHOS NETO<br />
GUZERÁ DO GUAMÁ<br />
GENIS CARLOS DEPRÁ<br />
FAZ. SÃO MARCOS<br />
ADRIANO VARELA & BRILHANTE NETO<br />
GUZERÁ DA CAPITAL<br />
JOSÉ LUIZ F. ALMEIDA FILHO<br />
COND. TACHY DO SAL<br />
CONVIDADOS<br />
GRUPO GUZERÁ PARACATU<br />
PARACATU - MG<br />
CARLOS PONTUAL - GUZERÁ FP (GUZERÁ)<br />
RECIFE - PE<br />
GUTO LOBATO - FAZ. MATINADAS (JUMENTO PÊGA)<br />
PARAGOMINAS - PA<br />
NÚCLEO MANGALARGA DO PARÁ<br />
PARTICIPAÇÃO<br />
24<br />
AGOSTO<br />
20 HORAS<br />
PARQUE EXPOSIÇÕES<br />
BELÉM - PA<br />
DURANTE A<br />
EXPOPARÁ <strong>2018</strong><br />
19 a 26 de Agosto - Belém - PA<br />
Tudo para o homem do campo<br />
ACGA<br />
Fone: 91-3729-1102<br />
Markeng para o Agro
uralbook<br />
ACGA<br />
EXPOPEC<br />
12 a 19<br />
AGOSTO<br />
PARAGOMINAS - PA<br />
EXPOPARÁ<br />
19 a 26<br />
AGOSTO<br />
BELÉM - PA<br />
EXPOFAC<br />
02 a 09<br />
SETEMBRO<br />
CASTANHAL - PA<br />
Associados<br />
Armando Augusto Amoêdo Dacier Lobato Josaphat Paranhos de Azevedo Neto Junior Zamperlini<br />
Fabio Bruno Mendes Rodrigues José Alípio Leão Bordalo Luiz Guilherme Soares Rodrigues<br />
Fabrício Miranda Sizo & Neuro Zortea José Eloy de Barros Neo Nestor Ferreira Filho<br />
Gabriel Wilson Silva Bentes José Francisco Borsoi Toledo Severino Ramos de Moura<br />
Gastão Carvalho Filho<br />
José Luiz Ferreira de Almeida Filho<br />
Genis Carlos Depra<br />
José Maria de Castro Caslho<br />
Av. Almirante Barroso, 5386 - Souza - Belém - PA * guzeradaamazonia@gmail.com - 91.99116.1140
ENCANADOR<br />
VILLEFORT<br />
Líder do Ranking Nacional<br />
• 2017/<strong>2018</strong> - Líder atual do Ranking Nacional - Associação dos Criadores<br />
de <strong>Guzerá</strong> do Brasil<br />
• 4 vezes consecutivas melhor reprodutor do Ranking Nacional<br />
• 27 Campeonatos Nacionais conquistados antes de completar 7 anos de<br />
vida.<br />
O Fenômeno.<br />
Foi grande campeão com apenas 12 meses<br />
Normalmente, os animais que conquistam este título estão na fase adulta<br />
• Com apenas 12 meses foi Grande Campeão SUPERAGRO<br />
Belo Horizonte/2011<br />
• Com apenas 14 meses foi Grande Campeão EXPOAGRO Governador<br />
Valadares<br />
• Com apenas 15 meses foi Grande Campeão Exposição Nacional<br />
EXPOBRASÍLIA/2011<br />
• Com apenas 23 meses foi Grande Campeão EXPOZEBU Uberaba/2012<br />
É TETRA!<br />
4 anos<br />
consecutivos<br />
Melhor<br />
Reprodutor<br />
Destaque Fenomenal na Produção<br />
• Com 40 meses foi destaque na 7ª EXPOGENÉTICA - Uberaba, pela sua<br />
produção fenomenal<br />
• Pai Campeão Progênie Expozebu 2015, 2016 e 2017<br />
• Pai de vários Campeões Nacionais<br />
• iABCZ: 15,16<br />
• TOP: 10%<br />
• F: 1,56%<br />
• TOP 0,5% para idade ao 1º parto<br />
• TOP 1% STAY (Stayability)<br />
VENDA DE SÊMEN<br />
31 2191.7864<br />
romilda@villefort.com.br
Entrevista<br />
Por Eros Gazzinelli / Diogo Heller<br />
Fotos aquivos cliente<br />
30<br />
Anos<br />
de critério, trabalho e leite<br />
Em julho de <strong>2018</strong>, Lack e família comemoram 30 anos de dedicação<br />
ao <strong>Guzerá</strong>, e orgulhosamente celebram o trabalho e a paixão investidos no<br />
melhoramento genético da pecuária leiteira brasileira através do criatório que se<br />
tornou referência em <strong>Guzerá</strong> Leiteiro. São três décadas de trabalho e êxito que<br />
inspiram e honram a Raça!<br />
Nas linhas a seguir Marcelo Lack conta a história do <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança<br />
– Marca LKW, famosa pela liderança de ranking, sumário de fêmeas, recordes,<br />
provas a pasto, seleção e controle de dados para melhoramento genético.<br />
12<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Entrevista<br />
<strong>Guzerá</strong> News: Como iniciou essa trajetória de sucesso<br />
do <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança – Marca LKW?<br />
Laje Boa Lembrança<br />
Maior DEP da História do <strong>Guzerá</strong> Leiteiro<br />
Marcelo Lack: O início da história do <strong>Guzerá</strong> Boa<br />
Lembrança – Marca LKW, se deu em 16 de julho de<br />
1988, nos Currais da Fazenda São Luiz – Carmo/RJ.<br />
Aos 19 anos de idade, adquiri meus primeiros animais<br />
<strong>Guzerá</strong>: quatro jovens fêmeas, todas de criação do Sr.<br />
Francisco José de Araújo Lutterbach, que me presenteou<br />
com a quinta bezerra. Assim, Nagóia, Neuma,<br />
Normalista, Nostalgia e Navarra da São Luiz seguiram<br />
para a Fazenda Boa Lembrança, propriedade de Romeu<br />
Wermelinger Lack, meu pai, que abriu as porteiras para<br />
receber os sonhos do filho...<br />
<strong>Guzerá</strong> News: Marcelo, seria possível traçarmos uma linha do tempo com a história do criatório?<br />
Marcelo Lack: Em ordem cronológica temos:<br />
1989, 28 DE FEVEREIRO<br />
Nascimento de Alegria Boa Lembrança, primeiro animal do criatório.<br />
1989, MARÇO A NOVEMBRO<br />
Aquisições de 19 fêmeas e 2 machos <strong>Guzerá</strong>, criações de Francisco José de Araújo Lutterbach,<br />
Flávio Medeiros de Brito Pereira, Napoleão Fontenelle e Allyrio Jordão de Abreu – <strong>Guzerá</strong> JA.<br />
1991 – EXPOSIÇÃO REGIONAL DO GUZERÁ - CORDEIRO/RJ<br />
Primeira participação do <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança em Torneios Leiteiros.<br />
Nagóia da São Luiz – Campeã Vaca Jovem com produção média acima de 14kg leite/dia.<br />
1994 – Início do Controle Leiteiro Oficial de 100% do rebanho <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança.<br />
2002 – Aquisição da liquidação de plantel 4 Meninas Agropecuária Ltda <strong>Guzerá</strong> 4M, juntamente<br />
com todo o banco genético de sêmen (dentre elas 280 doses de Cubito G.I da ND).<br />
2003 – EXPOSIÇÃO DE GOVERNADOR VALADARES/MG<br />
Vassoura JA, de propriedade de Alyrio Jordão de Abreu e acompanhada por <strong>Guzerá</strong> Boa<br />
Lembrança – Marca LKW, sagrou-se Grande Campeã Torneio Leiteiro, com produção média<br />
acima de 29kg leite/dia aos 15 anos de idade.<br />
• 2005 - Exposição de Governador Valadares/MG Ondina 4M - Grande Campeã Torneio<br />
Leiteiro, com produção média acima de 32kg leite/dia.<br />
• 2008 – Uberaba/MG<br />
Início da parceria Uniube/Boa Lembrança, uma verdadeira revolução na seleção de<br />
melhoramento do <strong>Guzerá</strong> Leiteiro.<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
13
Entrevista<br />
<strong>Guzerá</strong> News: Desde quando o <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança participa do sumário do <strong>Guzerá</strong> Leiteiro?<br />
Marcelo Lack: Desde 1994, ininterruptamente, o <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança realiza controles leiteiros oficiais integrados<br />
ao Programa Nacional de Melhoramento Genético do <strong>Guzerá</strong> para Leite (programa que já avaliou mais de 500 touros<br />
e 1.000 vacas desde 1994, o que torna o <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança, criatório parceiro fundador do Programa).<br />
São 23 anos de avaliações, estudos e acasalamentos dirigidos que conferem altíssimas DEP´s e elevada<br />
confiabilidade ao rebanho, além da liderança do Sumário Nacional de Fêmeas nos anos 2015, 2016 e 2017.<br />
Atualmente 4 das 10 melhores vacas de todos os tempos de avaliações do PNMGul são de criação do <strong>Guzerá</strong><br />
Boa Lembrança – Marca LKW:<br />
1º Lugar – Laje FIV Boa Lembrança (DEP +817kg de leite)<br />
2º Lugar – Juruá FIV Boa Lembrança (DEP +688kg de leite)<br />
5º Lugar – Jaquéia FIV Boa Lembrança (DEP +569kg de leite)<br />
7º Lugar – Cubana da Boa Lembrança (DEP +543kg de leite)<br />
<strong>Guzerá</strong> News: Como o senhor avalia a performance da sua criação no ranking Nacional do <strong>Guzerá</strong> Leiteiro?<br />
Marcelo Lack: Fomos os Melhores do Ranking 2015/2016, premiações entregues durante a ExpoZebu 2017, onde<br />
honraram os criatórios e animais mais destacados, o melhor do circuito das Pistas e dos Torneios Leiteiros. Assim<br />
como nas edições anteriores, o <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança esteve em evidência:<br />
Melhor Criador Ranking Nacional<br />
Melhor Expositor Ranking Nacional<br />
Melhor Vaca Jovem – Jacente NF, com 31,76kg de leite/dia<br />
Maior Lactação Fêmea Jovem – Malina FIV Boa Lembrança, com 7.999kg de leite<br />
Maior Lactação Vaca Adulta – Haical FIV Boa Lembrança, com 11.552kg de leite<br />
HAICAL GRANDE CAMPEA<br />
GUZERA LEITEIRO 2016<br />
14<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Entrevista<br />
<strong>Guzerá</strong> News: Qual a participação do <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança nos Teste de Progênie<br />
<strong>Guzerá</strong> Leiteiro?<br />
Marcelo Lack: Seguros do melhoramento genético realizado em 30 anos de seleção<br />
e confiantes na brilhante contribuição da nossa raça à pecuária leiteira sustentável, o<br />
<strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança participa e revela touros de potencial no Teste de Progênie<br />
coordenado pela Embrapa, Centro Brasileiro de Melhoramento Genético do <strong>Guzerá</strong> e<br />
pelo Programa de Melhoramento Genético das Raças Zebuínas:<br />
Gari Boa Lembrança - LKW 223 - 11ª Bateria do TP<br />
Humorista FIV Boa Lembrança - LKW 243 - 11ª Bateria do TP<br />
Ipê Boa Lembrança – LKW 319 - 13ª Bateria do TP<br />
<strong>Guzerá</strong> News: O <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança é também é conhecido por diversos recordes<br />
mundiais, quantos foram e qual a importância?<br />
Marcelo Lack: Entre 2013 e 2017, o <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança conquistou dez recordes<br />
mundiais em torneios leiteiros e lactações oficiais. Do total, 7 recordes permanecem<br />
atuais, pertencentes às fêmeas marca LKW das categorias Fêmea Jovem, Vaca Jovem<br />
e Vaca Adulta.<br />
Recorde Vaca Jovem em Torneio<br />
33,74kg/dia média, com Gabiroba NF na ExpoZebu 2013<br />
Recorde Vaca Jovem em Torneio<br />
42,32kg/dia média, com Haical FIV Boa Lembrança na MegaLeite 2013<br />
Atual Recorde Vaca Jovem Lactação<br />
10.771kg de leite em 362 dias, com Haical FIV Boa Lembrança em maio 2014<br />
Atual Recorde Fêmea Jovem em Torneio<br />
36,11kg/dia média, com Malina FIV Boa Lembrança na ExpoZebu 2015<br />
Recorde Vaca Adulta em Torneio<br />
51,62kg/dia média, com Uta FIV JF, na MegaLeite 2015<br />
Atual Recorde Fêmea Jovem Lactação<br />
7.999kg de leite em 350 dias, com Malina FIV Boa Lembrança em fevereiro 2016<br />
Atual Recorde Vaca Adulta Lactação<br />
11.771kg de leite em 322 dias, Haical FIV Boa Lembrança em junho 2016<br />
Atual Recorde Produção Acumulada<br />
32.982kg de leite (1º, 2º e 3º partos), Haical FIV Boa Lembrança em fevereiro 2017<br />
Atual Recorde Vaca Jovem em Torneio<br />
48,28kg/dia média, com Navalha FIV Boa Lembrança na MegaLeite 2017<br />
Atual Recorde Pico Vaca Adulta em Torneio<br />
65,06kg nas 3 primeiras ordenhas, com Laje FIV Boa Lembrança em Brasília 2017<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
15
Entrevista<br />
<strong>Guzerá</strong> News: Como ocorrem as Provas de Leite a Pasto e como seu criatório vem se saindo?<br />
Marcelo Lack: Os “Concursos Leiteiros Naturais” ou “Concursos Leiteiros de Fazenda” buscam avaliar a produção de<br />
leite 100% natural, nas condições semelhantes à realidade dos pequenos e médios produtores. Provas a pasto cujas<br />
fêmeas participantes são submetidas aos mesmos manejos e regime alimentar, para mais justo nível de aferição.<br />
O <strong>Guzerá</strong> Boa Lembrança também lidera as produções diárias das provas a pasto levadas a cargo pela ABCZ desde 2013:<br />
Goia Boa Lembrança – LKW 191, com média diária de 13,87kg de leite<br />
Maior Produção a Pasto 2013<br />
Huri FIV Boa Lembrança – LKW 244, com média diária de 15,63kg de leite<br />
Maior Produção a Pasto 2013<br />
Monalisa JA – aos 14 anos de idade, com média diária de 18,65kg de leite, corrigidos para sólidos totais.<br />
Maior Produção a Pasto 2017<br />
<strong>Guzerá</strong> News: A <strong>Guzerá</strong> News lhe parabeniza pelo<br />
vitorioso e duradouro trabalho e gostaríamos de saber<br />
qual palavra melhor representa esse momento?<br />
Marcelo Lack: Gratidão! Especialmente àqueles que<br />
apostaram alto nas competências de sonhar e realizar:<br />
Aos meus Pais (Romeu & Marly) e ao xará Dr. Marcelo<br />
Palmério, que me abriram as porteiras das fazendas e<br />
das oportunidades.<br />
Em 1988 – Fazenda Boa Lembrança – Carmo/RJ<br />
“Porteiras se abrem para um sonho”. As primeiras<br />
e mais importantes porteiras, lhe foram abertas por<br />
Romeu Wermelinger Lack e Marly Garcia Lack,<br />
por acreditarem nos sonhos do filho, que aos 19 anos<br />
decidiu se tornar criador de <strong>Guzerá</strong>, e assim receberam<br />
na Fazenda os primeiros animais adquiridos por Marcelo.<br />
Na mesma Fazenda que hoje exibe, na sala de troféus,<br />
dezenas de Prêmios e Campeonatos em Exposições<br />
Nacionais.<br />
Em 2008 – Fazenda Escola Uniube - Uberaba/MG<br />
“Porteiras se abrem para uma parceria”<br />
O grande projeto da Uniube, cuja missão é tornar a<br />
criação do Zebu Leiteiro da Sociedade<br />
Educacional Uberabense em referência<br />
genética na produção de leite para os<br />
países tropicais, teve grande impulso<br />
quando o Dr. Marcelo Palmério me<br />
convidou para integrar ao projeto com<br />
meus conhecimentos, práticas e com<br />
seu rebanho melhorador. Então se<br />
estabeleceu uma parceria que sem<br />
dúvida é divisora de águas na história<br />
do zebu leiteiro do Brasil.<br />
A Parceria Uniube – Boa Lembrança<br />
revolucionou o <strong>Guzerá</strong> Leiteiro, faz dele uma<br />
potência e confere à raça a importante visibilidade<br />
e reconhecimento.<br />
HEVEA GRANDE CAMPEÃ VACA - GUZERA LEITERIO<br />
16<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
30<br />
anos<br />
Uma<br />
história com<br />
o Leite...<br />
Marcelo Garcia Lack e Outros - (34) 99939 8565<br />
marcelolack@gmail.com
Artigo Técnico<br />
PROGRAMA DE MELHORAMENTO<br />
GENÉTICO UNIUBE<br />
PRODUZ LEITE<br />
QUE VALORIZA<br />
A ZEBUINOCULTURA<br />
Com a evolução da genética<br />
molecular e genômica, o melhoramento<br />
animal alcançou grandes avanços na<br />
seleção de animais geneticamente<br />
superiores de forma mais eficaz e<br />
acurada. Além disso, trouxeram<br />
a possibilidade de descobertas<br />
significativas relacionadas à<br />
produção de leite e saúde humana.<br />
Uma destas descobertas<br />
foi referente às vacas que<br />
produziam leite contendo um<br />
alelo denominado A2 no gene<br />
beta-caseína (ß-caseína).<br />
Este tipo de análise esta sendo<br />
desenvolvido com animais leiteiros<br />
da raça <strong>Guzerá</strong> pertencentes<br />
à Universidade de Uberaba.<br />
Até o presente momento,<br />
os resultados das análises<br />
moleculares demonstraram que<br />
mais de 96% dos animais do<br />
rebanho <strong>Guzerá</strong> da Universidade<br />
apresentam esta variante alélica<br />
A2.<br />
18<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Artigo Técnico<br />
Estudos relatam que entre cinco e dez mil anos<br />
atrás, todas as vacas produtoras de leite, continham<br />
esta variante (A2). Entretanto, devido à ocorrência<br />
de uma mutação no DNA dos animais, fez com que<br />
a maioria dos indivíduos taurinos, produzissem leite<br />
tipo A1, o que não ocorreu, na mesma proporção, nos<br />
animais zebuínos.<br />
Neiva (2017) relatou que animais da raça Holandesa<br />
e Jersey apresentam probabilidades iguais a 50%<br />
e 75% de produzir leite A2 e que nos zebuínos, que<br />
constituem a grande maioria populacional no Brasil,<br />
98% dos indivíduos produzem leite caracterizado como<br />
A2.<br />
Na raça <strong>Guzerá</strong>, Lima (2014) observou frequências<br />
dos alelos A1 e A2 iguais a 0,03 e 0,97, respectivamente<br />
no leite destes animais, sendo os genótipos A1A1 na<br />
frequência nula e A2A2 igual a 0,93.<br />
A importância destes estudos e avaliações alélicas<br />
sobre a produção e consequentemente ao consumo<br />
do leite pelo ser humano, esta relacionada aos<br />
problemas provocados em crianças e adultos como a<br />
intolerância a lactose e/ou alergia ao leite. Uma vez<br />
que, o leite é um alimento rico em proteínas, nutrientes<br />
como a lactose que auxilia na retenção de cálcio e<br />
magnésio no organismo e vitaminas importantes para<br />
o desenvolvimento principalmente de crianças (Bueno,<br />
Czepielewski, 2008, Zychar, Oliveira, 2017).<br />
O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento<br />
materno exclusivo durante os seis primeiros meses de<br />
vida da criança, com posterior introdução de alimentos<br />
complementares associados ao aleitamento materno<br />
até os dois anos de vida ou mais à ingestão de leite<br />
diarimente (Silva et al., 2015). Crianças de até dez<br />
anos devem consumir 400 mL/dia, enquanto jovens<br />
(11 a 19 anos), adulto e/ou idosos, 700 mL/dia e 600<br />
mL/dia, respectivamente (Ministério da saúde, 2015).<br />
Existe uma suposição generalizada na sociedade<br />
geral e entre os profissionais de saúde que a causa<br />
dominante da intolerância ao leite se refere única e<br />
exclusivamente a lactose, fazendo com que muitas<br />
pessoas (na casa dos milhares) diminuam ou cessem o<br />
consumo de leite. Mas estudos relataram que esta nem sempre<br />
é devido à lactose (Pal et al., 2015).<br />
Segundo Pal et al. (2015), na Declaração de Consenso<br />
dos Institutos Nacionais de Saúde de 2010, constava que<br />
muitos indivíduos que se auto relatam intolerantes à lactose<br />
não mostram evidência de má absorção da lactose. Assim, é<br />
improvável que a causa de seus sintomas gastrointestinais<br />
esteja relacionada somente à lactose. Há crescente evidência<br />
de que durante a metabolização da ß-caseína A1 no intestino<br />
forme-se uma substância que gera efeitos inflamatórios e<br />
consequentemente alterações gastroentéricas como diarreia,<br />
dores abdominais, gases, entre outros o que caracteriza<br />
indivíduos intolerantes a caseína.<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
19
Artigo Técnico<br />
Com isso, estudos ressaltaram que a formação<br />
dessa substância se dá principalmente por diferença<br />
na formação da ß-caseína entre animais caracterizados<br />
geneticamente como A1 e A2. Esta alteração poderia ser<br />
a responsável pela intolerância ao leite. Brooke-Taylor et<br />
al. (2017) realizaram uma revisão sistemática dos efeitos<br />
gastrointestinais das variantes do leite A1 comparados<br />
ao A2 em camundongos. Os autores relataram que, sob<br />
condições normais de digestão, a substância que gera<br />
efeitos inflamatórios é liberada no A1, mas não no A2.<br />
He et al. (2017) demonstraram que este leite contendo<br />
a variante A2 quando comparado ao A1 não provoca<br />
sintomas gastrintestinais em chineses adultos.<br />
20<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Figuras do Marchador<br />
Neste contexto, é importante entendermos o<br />
potencial das interações entre a intolerância à lactose e<br />
intolerância à ß-caseína A1. Para tal, devemos realizar<br />
estudos para avaliar a ocorrência e as frequências de<br />
variantes de ß-caseína, identificar o genótipo A2A2 e sua<br />
influência nos parâmetros zootécnicos em vacas leiteiras<br />
da raça <strong>Guzerá</strong>.<br />
Estes estudos permitirão alavancar a produção de<br />
leite A2 provenientes de animais da raça <strong>Guzerá</strong> no Brasil,<br />
o que é de suma importância não somente para pessoas<br />
intolerantes ao leite, mas principalmente para crianças<br />
que necessitam ingerir leite para o seu desenvolvimento<br />
e que sofrem com os distúrbios gastrointestinais.<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
21
Artigo Técnico<br />
Devido à importância anteriormente descrita a respeito do leite produzido por<br />
animais zebuínos contendo a variante A2, a Universidade de Uberaba – UNIUBE<br />
vem desenvolvendo projetos científicos com animais da raça <strong>Guzerá</strong> pertencentes<br />
à Fazenda Escola da referida instituição. Os objetivos dos projetos são a<br />
identificação da presença das diferentes variantes alélicas no gene da β-caseína,<br />
avaliação das características produtivas e reprodutivas no rebanho leiteiro <strong>Guzerá</strong><br />
envolvendo as variantes encontradas na população em estudo e verificar se há<br />
diferenças significativas das características produtivas e de qualidade do leite<br />
entre os genótipos avaliados. Além disso, os projetos têm o total envolvimento<br />
dos alunos de graduação do curso de Medicina Veterinária e Pós-graduação em<br />
Sanidade e Produção Animal nos Trópicos.<br />
Guilherme Costa Venturini: Prof Dr Genética e Melhoramento Animal - Curso de Medicina Veterinária e do<br />
Programa de Mestrado em sanidade e produção animal nos trópicos – UNIUBE. guilherme.venturini@uniube.br<br />
Joely Ferreira Figueiredo Bittar: Prof Dr Ciência Animal - Curso de Medicina Veterinária e do Programa de<br />
Mestrado em sanidade e produção animal nos trópicos – UNIUBE. joely.bittar@uniube.br<br />
Eustáquio Resende Bittar: Prof Dr Bioquímica Clínica e Proteômica - Curso de Medicina Veterinária e do<br />
Programa de Mestrado em sanidade e produção animal nos trópicos – UNIUBE. eustaquio.bittar@uniube.br<br />
REFERÊNCIAS<br />
BROOKE-TAYLOR, S.; DWYER, K.; WOODFORD, K.; KOST, N. Systematic Review of the Gastrointestinal Effects of A1 Compared with A2<br />
b-Casein. Advances in Nutrition, v.8, p.739-748, 2017.<br />
BUENO, A.L.; CZEPIELEWSKI, M.A. A importância do consumo dietético de cálcio e vitamina D no crescimento. J. Pediatr. (Rio J.), v.84, n.5,<br />
2008.<br />
HE, M.; SUN, J.; JIANG, Z.Q.; YANG, Y.X. Effects of cow’s milk beta-casein variants on symptoms of milk intolerance in Chinese adults: a<br />
multicentre, randomised controlled study. Nutr J., 16:72, 2017.<br />
LIMA, T.C.C. Polimorfismo no gene da beta-caseína em rebanhos zebuínos leiteiros no Estado do Rio Grande do Norte. Dissertação de<br />
Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macaíba, 2014.<br />
PORTAL BRASIL. Ministério da Agricultura quer fomentar o consumo de leite. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível<br />
em: http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2015/03/ministerio-da-agricultura-quer-fomentar-o-consumo-de-leite?TSPD_101R0=d7179544ec<br />
e2203151ab86ed9f37a7b6xeC00000000000000002878d2baffff00000000000000000000000000005ad8df21001cbb913e. Acesso em: 19/04/<strong>2018</strong>.<br />
NEIVA, R. Melhoramento genético de bovinos permite a produção de leite menos alergênico. 2017. Disponível em: https://www.embrapa.br/<br />
busca-de-noticias/-/noticia/29569359/cattle-breeding-allows-for-production-of-less-allergenic-milk. Acesso em: 19/04/<strong>2018</strong>.<br />
SILVA, G.L.; TOLONI, M.H.A.; MENEZES, R.C.E.; OLIVEIRA, M.A.A.; TADDEI, J.A.A.C. Introdução de refrigerantes e sucos industrializados na<br />
dieta de lactentes que frequentam Creches Públicas. <strong>Revista</strong> Paulista de Pediatria, v. 33 n. 1, 34-41, 2015.<br />
ZYCHAR, B.C.; OLIVEIRA, B.A. Fatores desencadeantes da intolerância á lactose: Metabolismo enzimático, diagnóstico e tratamento. Atas de<br />
Ciências da Saúde, v.5, p.35-46, 2017.<br />
999<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Exposição Nacional<br />
Fotos: www.viagenspelobrasil.net<br />
PARACATU SEDIARÁ A 13ª EXPOSIÇÃO NACIONAL DO GUZERA & GUZOLANDO<br />
Durante a primeira semana de agosto, na 32ª EXPO PARACATU, a Raça <strong>Guzerá</strong> se reunirá com força<br />
máxima dessa vez na histórica Paracatu do Príncipe “Terra do ouro e das quitandas”.<br />
O Município: Situado no noroeste mineiro, faz divisa com o pujante estado de Goiás, e pertence a região<br />
geoeconômica do Distrito Federal. Às margens da BR 040, está a 220 Km de Brasília/DF e 500 km de Belo<br />
Horizonte/MG.<br />
24<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Exposição Nacional<br />
Fotos: www.viagenspelobrasil.net<br />
A cidade conta com ótima infra-estrutura capaz de sediar esse<br />
importante evento. São mais de 500 leitos em hotéis de diversos níveis<br />
e bons restaurantes onde é servida famosa culinária regional. Aeroporto<br />
com vôos comerciais de Belo Horizonte e pista de excelente qualidade<br />
para aeronaves particulares.<br />
No setor do agronegócio, exerce papel de destaque nacional com<br />
produção agrícola de alta performance, especialmente nas culturas de<br />
milho, soja, feijão, cana e café. Também estão sediadas importantes<br />
agroindústrias que distribuem renda e geram muitos empregos.<br />
Na pecuária tem cerca de 300 mil cabeças de bovinos, grandes<br />
confinamentos, frigorífico e produz mais de 300 mil litros de leite por<br />
dia produzido, na grande maioria de pequenos produtores rurais,<br />
associados a COOPERVAP importante empresa cooperativa que realiza<br />
a captação, industrializa e comercializa o produto com valor agregado.<br />
Destaca ainda no setor de mineração e universitário elevando<br />
Paracatu a uma economia diversificada e de destaque nacional.<br />
EXPO PARACATU: esse ano será a 32ª edição da feira de<br />
agronegócios, com sede no Parque de Exposições Emiliano P. Botelho.<br />
Durante todos os dias acontecerão multi eventos simultâneos como<br />
cavalgadas, shows de artistas nacionais, julgamentos de bovinos e<br />
equinos, torneio leiteiro, leilões, atividades sociais, parque de diversões,<br />
estandes comerciais e tecnológicos além dos tradicionais bares e<br />
restaurantes.<br />
O GUZERÁ: com sua característica de duplo propósito, a muitos<br />
anos exerce grande influência na região através dos criatórios<br />
tradicionais que abastecem a pecuária com genética de qualidade tanto<br />
no corte quanto na produção leiteira sendo destaque com seus bezerros<br />
de qualidade, rústicos e pesados e especialmente com a produção<br />
leiteira das Guzolandos. Atualmente o <strong>Guzerá</strong> do Brasil central, através<br />
de seus criadores e parceiros, têm dado muita força e apoio tanto na<br />
exposição quanto na troca de genética, parceria em eventos, leilões,<br />
dias de campo tornando a raça cada vez mais presente e participativa<br />
no cenário da pecuária regional e nacional.<br />
Durante a 13ª Exposição Nacional do <strong>Guzerá</strong> esperamos mostrar,<br />
comprovar e divulgar tudo que a Raça Zebuína mais versátil do mundo,<br />
através de animais puros e cruzados pode oferecer aos pecuaristas,<br />
seja de corte ou de leite, com aumento seus ganhos e maximização dos<br />
seus lucros com produção economicamente viável e ecologicamente<br />
correta!<br />
Esperamos por todos vocês!<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
25
Rebanho 100% avaliado PMGZ<br />
H Funcionalidade<br />
H Produtividade<br />
H Mansidão<br />
H Habilidade materna<br />
FOTOS: LUCIANO CARRARETTO BARRETO<br />
Touros <strong>Guzerá</strong> da CATY Garantia de Satisfação!<br />
H Dóceis<br />
H Férteis<br />
H Pesados<br />
H Rústicos<br />
Qualidade<br />
HHHHH<br />
CATY<br />
Venda permanente<br />
de matrizes e tourinhos<br />
Manoel PAIXÃO Muniz BARRETO (27) 99984-2289<br />
atendimento@docebela.com.br<br />
Luciano Carraretto Barreto (Vet. Responsável) - (27) 99709-6886<br />
luciano@docebela.com.br
Fazenda<br />
Teotônio<br />
Madalena - CE<br />
GUZERÁ E CRUZAMENTOS DE SUCESSO<br />
(com Holandês e Pardo Suiço)<br />
MANUAL BÁSICO DE USO DA MARCA GEQ<br />
APLICAÇÃO, RESTRIÇÃO E NORMAS DE USO<br />
ÁREA DE PROTEÇÃO<br />
E REDUÇÃO DA MARCA<br />
ÁREA DE PROTEÇÃO<br />
A altura da letra “E” é utilizada para a<br />
construção de uma caixa com o intuito de<br />
resguardar a marca de interferências e<br />
sobreposições de objetos, formando uma<br />
proteção ao redor da marca.<br />
PROTEÇÃO<br />
Tamanho de X = E<br />
REDUÇÃO<br />
Altura mínima: 15mm<br />
REDUÇÕES ESPECIAIS<br />
Para casos especiais (em que nenhuma das<br />
outras aplicações é possível) é permitida a<br />
redução abaixo descrita, retirado-se o<br />
o item “grupo”.<br />
Altura mínima: 10 mm<br />
REDUÇÃO DA MARCA<br />
Indica o tamanho máximo de redução da<br />
marca de modo que preserve suas características<br />
fundamentais.<br />
Altura mínima: 6 mm<br />
Altura mínima: 4 mm<br />
*As medidas aqui especificadas também<br />
devem ser respeitadas nas aplicações<br />
monocromáticas de cada item.<br />
FLUXOGRAMA DE GUZERÁ E GUZOLANDO<br />
USO E VARIAÇÕES DA MARCA<br />
“Rebanhos de altíssima capacidade leiteira e extrema rusticidade”<br />
AO RESPONDER<br />
Venda permanente de tourinhos e novilhas com prenhês confirmada<br />
AS PERGUNTAS A SEGUIR<br />
VOCÊ IRÁ ENCONTRAR<br />
A SOLUÇÃO ADEQUADA DE<br />
Esperança<br />
USO DA<br />
Agropecuária<br />
MARCA AO FINAL.<br />
e Industria Ltda<br />
Fazenda A peça Teotonio possui espaço para - a Madalena -CE - (85) 3403-7105 / (85) 99994-5123<br />
aplicação principal da marca,<br />
respeitando proteção e redução<br />
conforme visto acima?<br />
Altura mínima: 5 mm
Por Luis Tude Saback de Almeida<br />
O Semiárido, por suas condições ambientais exclusivas de solos pedregulhados e rasos em<br />
grandes extensões, tendo dias e noites quentes aliados a baixos percentuais de umidade do<br />
ar com ventos que desidratam as forrageiras que na sua composição, apresentam altos teores<br />
de fibras, repercutindo na necessidade de maior conversão alimentar animal, além de uma<br />
disponibilidade sazonal desta forragem que se torna crítica nos períodos de estiagem, devido não<br />
só ao baixo regime pluviométrico como também à sua irregularidade, compondo assim requisitos<br />
que se tornam o grande desafio da rusticidade harmônica com a produção nas espécies animais,<br />
especialmente em bovinos.<br />
Fotos Marcelo Cordeiro<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
29
Matéria<br />
O <strong>Guzerá</strong> apresenta grande rusticidade<br />
em harmonia com a produtividade no<br />
Semiárido, em virtude de suas caraterísticas<br />
ancestrais antiquíssimas, que foram<br />
adquiridas por milênios em seu ambiente<br />
semidesértico de origem, por isto esta<br />
raça representa uma das mais adequadas<br />
ferramentas produtivas para os sistemas<br />
de bovinocultura específicos do Semiárido<br />
Brasileiro.<br />
O Nordeste Semiárido de clima marcante<br />
quente e seco apresenta pré-requisitos<br />
específicos de adaptação ao ambiente e<br />
produtividade animal, primados fortemente<br />
pelas leis biológicas e zootécnicas presentes<br />
na Bioclimatologia Animal, ciência que<br />
explica os aspectos de como o ambiente age e o animal<br />
reage sob seus efeitos. Existem várias características de<br />
adaptação a um ambiente e dentre elas, duas reconheço<br />
que são mais destacadas. Uma delas é o porte animal e<br />
a outra é a sua capacidade de produzir sem o desgaste<br />
fisiológico e metabólico excessivo de uma especialização<br />
funcional para carne ou leite, ou seja, a produção em<br />
Dupla Aptidão.<br />
Quando falamos sobre a raça <strong>Guzerá</strong> no Semiárido<br />
brasileiro, primeiro necessitamos fazer uma importante<br />
ressalva quanto à recomendação da função produtiva a<br />
pasto, local que apresenta a maior eficiência econômica<br />
e mais adequada à realidade ambiental geográfica e<br />
edafoclimática regional, e nisto a Dupla Aptidão tem sido<br />
a condição de maior rentabilidade.<br />
Bem, mas o que seria a dupla aptidão de<br />
uma função produtiva? Alguns por desconhecimento<br />
zootécnico, afirmam que dupla aptidão não é nem uma<br />
coisa nem outra, o que é um grande equívoco! Dupla<br />
aptidão para carne e leite, se bem entendida e trabalhada,<br />
é mais eficiente que extremos funcionais produtivos sob<br />
comparativos em análises econômicas, principalmente<br />
no caso do Nordeste Semiárido Brasileiro.<br />
Em pecuária, dá-se muita importância aos ganhos de<br />
peso diários e pesos elevados em idades adultas, assim<br />
como às grandes lactações, entretanto, normalmente não<br />
são considerados ou eficientemente calculados os custos<br />
de produção oriundos destas funcionalidades exclusivas e é<br />
certamente por isto, que a dupla aptidão não tem recebido<br />
maiores e justas considerações, especialmente em regime de<br />
pastagem, sobretudo no Semiárido Brasileiro.<br />
No Sudeste do país, todos nós sabemos quanto às<br />
melhores condições de criação de bovinos em seus sistemas<br />
produtivos, e tanto nesta região como em microrregiões<br />
semelhantes existentes do Nordeste, a pecuária leiteira com<br />
diversas raças, desde que bem conduzida, tem apresentado<br />
bons resultados de produção, entretanto os efeitos negativos<br />
maiores desta especialização se refletem na redução da<br />
fertilidade e também evidenciada na redução significativa da<br />
rusticidade.<br />
A pecuária de corte com raças específicas para carne tem<br />
seu ambiente recomendado para grandes áreas no Centrooeste,<br />
Sudeste e Sul do Brasil. Sob suas condições ambientais<br />
menos restritas em oferta de forragens, os fenótipos desta<br />
raça, demonstram maiores volumes corporais, entretanto,<br />
faço um alerta quanto ao grande porte, para que se tenha o<br />
Foto Fernando Augusto Trindade<br />
30<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Matéria<br />
cuidado de não haver excessos quanto à estatura e peso adulto,<br />
que comprometem a fertilidade, motivo maior da rentabilidade<br />
econômica, uma vez que a fertilidade é quase 14 vezes mais<br />
importante em um sistema produtivo que o ganho de peso num<br />
sistema pecuário.<br />
Outro aspecto importante quanto ao porte animal é que este<br />
implica no conforto animal tão exigido hoje em dia e que o porte<br />
médio é recomendado para os trópicos e ainda mais para o<br />
semiárido. Estas duas condições citadas de sucesso econômico<br />
nos semiárido, estão em constante prioridade de seleção nas<br />
pastagens deste ambiente de clima tropical quente e seco,<br />
submetendo-se satisfatoriamente com excelentes resultados em<br />
plena harmonia rústico produtiva.<br />
Ainda em análise do corporal, quanto ao fenótipo para o<br />
semiárido, vemos a título de exemplo na região nordestina,<br />
animais com porte médio e dupla aptidão, com morfologias<br />
anatômicas condizentes com a precocidade desejada (Figura1) e<br />
ainda aspectos de longevidade de vida útil produtiva manifestada<br />
nas matrizes de idade mais avançada.<br />
A equação biológica que determina a eficiência de uma raça na<br />
região semiárida nordestina tem em sua composição o equilíbrio<br />
entre a rusticidade e a produtividade, e nisto exemplificamos mais<br />
de imediato, o que encontramos no <strong>Guzerá</strong> linhagem JM, presente<br />
no Semiárido da Bahia, que demonstra um valor genético funcional<br />
e racial excepcional, por produzir mantendo as características<br />
raciais, de forma eficiente a pasto sob condições onde outras<br />
vertentes extremadas da raça sentiriam o peso excessivo dos<br />
efeitos nutricionais da pastagem e do clima.<br />
O grande Zootecnista baiano Dr. José Maria<br />
Couto Sampaio, já falecido, que criou e selecionou<br />
esta linhagem JM, sempre primou por uma seleção<br />
onde a rusticidade fosse preservada pelo porte<br />
médio e sua dupla aptidão funcional em harmonia<br />
produtiva com o ambiente quente e seco, sem<br />
perder a nobreza das características raciais Kankrej<br />
(Figura2) sendo preservada de injeções intraraciais<br />
de linhagens extremadas funcionalmente. Assim<br />
o <strong>Guzerá</strong> JM, mantendo as características raciais<br />
com refinamentos da ancestralidade Kankrej em<br />
um biotipo animal de porte médio, com excelente<br />
corporal harmônico com a dupla aptidão, representa<br />
um biotipo adequado ao Semiárido Brasileiro.<br />
Com estes comentários, não quero aqui<br />
condenar rebanhos que tenham destinação a<br />
extremos produtivos para leite ou para carne em<br />
outras regiões com ambientes mais favorecidos,<br />
ou em regiões mais chuvosas do Nordeste<br />
brasileiro e que fazem um excelente trabalho de<br />
seleção da raça, entretanto, com a seleção para<br />
as intensificações funcionais, afirmo sendo fiel às<br />
verdades zootécnicas, que inegavelmente a perda<br />
da rusticidade biologicamente ocorre de fato, devido<br />
aos maiores custos fisiológicos e metabólicos para<br />
manter estes organismos extremados em sua<br />
biologia e que também repercutem na elevação<br />
os custos financeiros. No trópico quente e seco<br />
do Semiárido Brasileiro, se formos<br />
aprimorar o pensamento na eficiência<br />
econômica do sistema produtivo,<br />
apesar da tentação da derivação<br />
exclusiva da obtenção das taças<br />
dos campeonatos nas exposições<br />
de animais, deveríamos ampliar<br />
conhecimentos nas gestões de seleção<br />
da raça, buscando entender melhor<br />
Foto Fernando Augusto Trindade<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
31
Matéria<br />
as condições zootécnicas fundamentais<br />
que tornam um bovino mais eficiente<br />
economicamente em maior harmonia com<br />
o ambiente, redirecionando caminhos<br />
para uma maior eficiência racional nas<br />
diretrizes de seleção animal. Recomendo<br />
enfaticamente aos criadores não só da<br />
raça <strong>Guzerá</strong>, que procurem conhecer a<br />
importância da Bioclimatologia animal para<br />
seus trabalhos de seleção animal.<br />
Existem selecionadores com importantes<br />
plantéis da raça <strong>Guzerá</strong> no Nordeste<br />
Brasileiro, como Manoel Dantas Vilar-<br />
PB (<strong>Guzerá</strong> D), Alexandre Wanderley-RN<br />
(<strong>Guzerá</strong> AW), <strong>Guzerá</strong> da EMPARN/RN,<br />
Camilo Collier-RN (<strong>Guzerá</strong> REILLOC),<br />
Geraldo Alves (<strong>Guzerá</strong> GA), <strong>Guzerá</strong> da<br />
Teotônio Agropecuária-CE, Kleber Bezerra-<br />
RN (<strong>Guzerá</strong> KBC), Wooden Madruga-<br />
RN (<strong>Guzerá</strong> WM), Benício Cavalcanti-BA<br />
(<strong>Guzerá</strong> BC), Fernando Augusto Trindade-<br />
BA (<strong>Guzerá</strong> JM), além de outros grandes<br />
e importantes selecionadores em vários<br />
Estados Nordestinos que também se<br />
destacam com animais possuidores de<br />
rusticidade e produtividade elevadas.<br />
Em 2015 houve uma exportação da raça <strong>Guzerá</strong> do Rio Grande do<br />
Norte com animais desta raça dos criadores Camilo Collier e Geraldo<br />
Alves para o Senegal, país africano que possui áreas semelhantes<br />
ao nosso Semiárido no seu interior, com regimes pluviométricos que<br />
chegam a 350 mm anuais em regiões perto do deserto de Ferio que é<br />
localizado no noroeste e centro do Senegal.<br />
Foto: Teresa Raquel Bastos / Ed. Globo<br />
Luis Tude Saback de Almeida<br />
Eng. Agrônomo/MSc. Em Zootecnia<br />
luistude@gmail.com<br />
32<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Seleção <strong>Guzerá</strong> Marca<br />
ucesso da carne ao leite<br />
Foto: JM Matos<br />
Uma seleção técnica a<br />
serviço da pecuária!<br />
www.selecaoguzera.com.br<br />
Fazenda Canoas/Mundo Novo . Curvelo-MG . +55 (38) 3722.1133<br />
GuzeraMarcaS guzeramarca_s_oficial
Matéria<br />
Vania Maldini Penna - Professora aposentada da UFMG<br />
Frank A.T. Bruneli2, Maria Gabriela C.D. Peixoto - Pesquisadores da Embrapa – Gado de Leite<br />
Controle Leiteiro<br />
Eficiência é base para seleção da aptidão leiteira<br />
A seleção para qualquer característica implica<br />
em multiplicação dos animais nela geneticamente<br />
superiores, ou seja, em permitir que os animais<br />
superiores tenham maior oportunidade de se reproduzir<br />
ou que substituam aqueles inferiores no rebanho quando<br />
do processo reprodutivo. Desta forma, só se pode fazer<br />
seleção identificando aqueles geneticamente superiores<br />
e os inferiores...<br />
No caso da produção de leite, só podemos fazê-lo<br />
medindo esta produção.<br />
E, como a produção de leite é uma característica que<br />
se manifesta apenas nas fêmeas e é de média a baixa<br />
herdabilidade, enfrentamos alguns complicadores.<br />
Traduzindo isto em linguajar prático: não podemos<br />
medir a produção de leite nos touros, principais<br />
disseminadores de genética, por terem maior<br />
oportunidade de deixar muitas filhas. Também sabemos<br />
que nem toda vaca de boa produção a transmite para<br />
suas filhas. Portanto, só podemos identificar os machos<br />
superiores medindo a produção de parentes, em<br />
especial filhas. E ter mais segurança da superioridade<br />
de uma fêmea quando além da própria produção ela<br />
tenha parentes superiores.<br />
34<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Assim, não apenas precisamos medir<br />
a produção (fenótipo ou valor fenotípico),<br />
mas buscar estimar sua capacidade<br />
de transmitir seu valor (valor genético)<br />
para suas filhas através da Diferença<br />
Esperada da Progênie – DEP (ou PTA, do<br />
inglês “Predicted Transmiting Ability”, que<br />
significam a mesma coisa).<br />
Hoje existem metodologias de genética<br />
e estatística que são acuradas, robustas e<br />
confiáveis para isto. Mas todas elas com base no controle<br />
leiteiro preciso, ou seja, bem feito das fêmeas e em seu<br />
parentesco com os demais animais da população.<br />
É importante ressaltar que o conhecimento sobre a<br />
qualidade das várias fêmeas nas diversas características<br />
de importância econômica não é relevante apenas para<br />
se estimar o valor genético dos animais, mas também<br />
para que o produtor possa tomar decisões gerenciais.<br />
Por exemplo, decidir sobre alimentação e descarte<br />
de animais de seu rebanho. Um bom produtor realiza<br />
escrituração zootécnica rotineira e conhece bem o<br />
desempenho de cada animal de seu rebanho.<br />
Como é feito um controle<br />
leiteiro eficiente?<br />
É feito em ambiente comercial econômico<br />
O objetivo da produção de leite é econômico, é<br />
tornar esta atividade eficiente e lucrativa. Nem sempre o<br />
manejo econômico é igual (em geral é muito diferente!)<br />
do “manejo de concursos”, com superalimentação,<br />
hormônios e muitos cuidados especiais, procedimento<br />
conhecido popularmente como “turbinar vacas”. Este<br />
procedimento pode levar as vacas a expressarem seu<br />
máximo potencial produtivo, mas muitas vezes não<br />
corresponde à produção que ela teria em um sistema de<br />
produção “realista” com menor utilização de insumos.<br />
Outro aspecto importante é que se sabe que nem<br />
sempre os animais superiores em dado ambiente são<br />
os superiores em ambiente diferente. Esta diferença no<br />
desempenho produtivo e reprodutivo é conhecida como<br />
“interação genótipo-ambiente”.<br />
Se selecionarmos os animais com base na produção<br />
em concursos, estaremos selecionando animais<br />
superiores para concursos. Se quisermos selecionar<br />
animais para a produção comercial, devemos fazê-lo<br />
em ambiente o mais semelhante possível ao manejo<br />
comercial. E, quando aferimos filhas dos touros em vários<br />
rebanhos com diferentes condições ambientes (clima,<br />
alimentação, etc.) é possível saber qual o desempenho<br />
médio de suas filhas independente do rebanho em que<br />
estejam.<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
35
Matéria<br />
Fotos Marcelo Cordeiro<br />
É feito durante toda a lactação<br />
A produção comercial objetiva a maior produção<br />
possível durante toda lactação e não apenas em seu<br />
início. As vacas que se destacam geralmente mantêm<br />
boa produção por vários meses e nem sempre são as<br />
que “abrem a lactação” com valor mais elevado.<br />
Algumas pessoas pensam que se fizerem controle<br />
leiteiro por apenas 2-3 meses e/ou “projetarmos” esta<br />
lactação para períodos maiores, teremos boa estimação<br />
da produção dos animais. Engano. Em especial no zebu<br />
e seus mestiços, em que a persistência da produção<br />
e a duração da lactação apresentam considerável<br />
variação genética, poderemos<br />
levar ao aumento de vacas com<br />
baixa persistência e curta duração<br />
de lactação. Persistência é uma<br />
medida do quanto a vaca mantém o<br />
seu nível de produção após o pico<br />
da lactação.<br />
É usual que algumas vacas<br />
baixem drasticamente a produção<br />
ao emprenhar enquanto outras<br />
não. Da mesma forma, algumas<br />
mantêm a lactação com produção<br />
substancial por longos períodos<br />
enquanto outras “secam” em<br />
poucos meses (Figura 1). Na figura<br />
1 verifica-se que as três vacas tem produção semelhante<br />
até o 3º mês de lactação e a partir daí se diferenciam na<br />
persistência e duração da lactação. A vaca 1 produziu<br />
durante 10 meses com nível elevado (alta persistência).<br />
A vaca 2 apresentou a maior produção no pico e<br />
apresentou duração de 10 meses de lactação, mas teve<br />
persistência consideravelmente inferior à da vaca 1. Já<br />
a vaca 3 apresentou baixas persistência e duração da<br />
lactação.<br />
Figura 1 – Produção de leite em função do mês de lactação<br />
36<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Fotos Marcelo Cordeiro<br />
Matéria<br />
Como se vê, as “projeções” não costumam corresponder eficientemente às “produções reais”. Neste exemplo, se as<br />
lactações fossem projetadas a partir do 3º mês, as vacas se apresentariam como tendo produções semelhantes. Entretanto,<br />
ao se aferir toda a lactação, elas se mostram muito diferentes. Se a informação sobre a superioridade de suas vacas for<br />
“projetada” e usada pelo produtor para decidir qual vaca manter no rebanho, ele corre o risco de não identificar e escolher<br />
a melhor.<br />
Por outro lado, muitas pessoas pensam que pesar o leite durante toda a lactação, significa que terá que ordenhar vacas<br />
de baixíssima produção por meses a fio, um trabalho antieconômico. Não é isto. Cada criatório deve estabelecer um patamar<br />
para a eficácia da ordenha e quando este não é mais atingido, seca-se a vaca anotando como causa de secagem, “baixa<br />
produção”. No controle leiteiro da ABCZ, este patamar é 2kg/dia. No <strong>Guzerá</strong>, com muita frequência este patamar é mais<br />
exigente, 3kg/dia, existindo alguns rebanhos com exigência de 4 e até 6/kg/dia que promovem a secagem das vacas abaixo<br />
de tal produção.<br />
Tem manejo idêntico para todos os animais<br />
dentro de um grupo contemporâneo<br />
As estimativas de valor genético têm como base não a<br />
“produção absoluta” dos animais e sim as comparações entre<br />
as produções dentro de grupos de contemporâneas (GCs):<br />
mesmo rebanho, ano, estação e manejo. No <strong>Guzerá</strong>, o GC é<br />
formado por rebanho, ano e manejo. Depois, corrige-se para<br />
época do ano (águas e seca). Assim, é vital que o manejo<br />
(alimentação e outros cuidados) seja idêntico dentro de cada<br />
GC para que as diferenças genéticas sejam detectadas.<br />
Tratamentos “especiais” para alguns animais, sem a<br />
devida identificação no tratamento dos dados, faz com que<br />
superioridade de manejo dos animais privilegiados seja<br />
considerada genética prejudicando toda a avaliação e a<br />
classificação correta dos touros. É por isso que nas avaliações<br />
genéticas do <strong>Guzerá</strong> não são consideradas as lactações<br />
de vacas que estiveram em concursos ou que receberam<br />
tratamento especial para efeitos de publicidade.<br />
É “Não Seletivo”.<br />
Ou seja, devem ser aferidas todas as fêmeas de um<br />
grupo contemporâneo e não apenas “catar” as “boas”,<br />
aferi-las omitindo as “ruins”.<br />
Todo animal produz progênie com alguma variação,<br />
algumas filhas melhores, outras piores. O que interessa<br />
na prática é que a média das filhas reflita de fato a<br />
superioridade (ou inferioridade) deste animal em relação<br />
aos demais. É isto que se busca estimar nas DEPs.<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
37
Matéria<br />
Fotos Marcelo Cordeiro<br />
Quando se faz controle leiteiro seletivo podemos favorecer touros que tem alguma(s) filha(s) boa(s), mas que em média<br />
suas filhas seriam fracas se todas tivessem sido aferidas. Vide exemplo no quadro abaixo, que mostra os desvios de cada<br />
touro em relação à média do GC usando todos os dados e, abaixo, em controle seletivo das melhores filhas, eliminando-se<br />
as inferiores a 2.000kg (marcadas em cinza).<br />
Apesar de exemplo com poucos animais e<br />
um tanto “drástico”, percebe-se que pode ocorrer<br />
uma completa inversão na estimativa de valor dos<br />
touros ao se fazer controle leiteiro seletivo. Com os<br />
“dados reais” o touro A é o melhor, o B ainda é um<br />
touro bom e o C um touro bastante inferior. Ao se<br />
eliminar filhas de baixa produção, não eliminamos<br />
nenhuma do touro A, uma do B e duas do C. Com<br />
isto, ocorreu inversão completa e “o pior touro com<br />
base na realidade” aparece como o “melhor”. E os<br />
dois superiores, aparecem como inferiores.<br />
Se a informação sobre a superioridade dos<br />
touros, obtida com dados pós-eliminação, for usada<br />
pelo produtor para decidir qual touro descartar do<br />
rebanho, ele corre o risco de descartar seu melhor<br />
animal.<br />
Este exemplo é bom para alertar que o fato de<br />
um touro ter uma filha muito boa, às vezes uma<br />
recordista, não significa que suas filhas terão, em<br />
média, boa produção leiteira. Existem casos assim<br />
em várias raças, inclusive na <strong>Guzerá</strong>. Só podemos<br />
predizer confiavelmente a superioridade de um<br />
touro com base na produção de vários parentes:<br />
filhas, ancestrais (mãe, tias, avós), colaterais<br />
(irmãs completas e meias irmãs).<br />
Tem informações genealógicas fidedignas<br />
Metodologias atuais de avaliação genética como Modelo Animal<br />
BLUP fazem uso de informações dos vários parentes na estimação do<br />
valor genético dos animais para melhoria da confiabilidade (acurácia)<br />
dos resultados. Desta forma, erros na genealogia (“pedigree”)<br />
conduzem a erros na avaliação não apenas de um animal, mas na de<br />
todos os seus parentes e na de seus “pseudo parentes” (aqueles que<br />
foram erroneamente indicados como tal).<br />
Tem precisão na ordenha e nas anotações do controle<br />
Esgota completa no dia anterior ao controle, ordenha bem feita,<br />
em intervalos corretos, caso haja duas ou mais ordenhas, e anotações<br />
cuidadosas dos dados de pesagem do leite, de data e ordem do parto,<br />
causa de secagem, manejo, etc. são essenciais para as análises dos<br />
dados e acurácia da avaliação.<br />
38<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
Matéria<br />
É possível classificar animais<br />
como “<strong>Guzerá</strong> Leiteiro”<br />
ou “<strong>Guzerá</strong> de Dupla Aptidão”<br />
sem fazer controle leiteiro?<br />
É obvio que todo bovino tem músculos (carne) e que como são<br />
mamíferos, produzem leite para suas crias. Isto não significa que todo<br />
bovino seja “de corte” ou “de leite”.<br />
Para uma raça ser classificada como de corte, é preciso que<br />
produza carne em quantidade e qualidade adequadas à produção<br />
econômica. Para uma raça ser considerada leiteira, é necessário<br />
que produza leite “ordenhável” economicamente e não apenas boa<br />
quantidade de leite para o bezerro. Isto é habilidade materna.<br />
Jersey tem carne e não deve ser considerada uma raça<br />
de carne. Nelore produz leite e não deve ser considerada<br />
uma raça leiteira.<br />
<strong>Guzerá</strong> é considerada uma raça de dupla aptidão, por<br />
ter linhagens selecionadas para a produção de carne, outras<br />
para de leite e outras mais que são selecionadas para ambas<br />
as aptidões simultaneamente.<br />
Da mesma forma que para se selecionar para a produção<br />
de carne é necessário avaliar o crescimento (pesos e ganhos<br />
de peso), qualidade de carcaça, precocidade, reprodução,<br />
habilidade materna, etc., a seleção para a aptidão leiteira<br />
requer a aferição da produção de leite. E para se selecionar<br />
para a dupla aptidão, é necessário medir ambos os grupos<br />
de características.<br />
No <strong>Guzerá</strong> não é raro surgirem animais de boa produção<br />
leiteira em rebanhos de corte, principalmente por ser esta<br />
uma raça que em geral apresenta grande habilidade materna.<br />
Da mesma forma, existem animais bem musculados e de<br />
alta taxa de crescimento em rebanhos leiteiros. Entretanto,<br />
o valor genético de tais animais, a capacidade de transmitir<br />
suas qualidades para a progênie, só pode ser assegurado se<br />
forem avaliados para estas funções.<br />
Criadores gostam de dizer que a <strong>Guzerá</strong> é uma raça<br />
rústica, dócil, fértil, boa produtora de carne e de leite, além<br />
de ser bela! E têm motivos para tal! Mas sabemos bem que<br />
nem todo animal da raça possui todas estas qualidades<br />
simultaneamente.<br />
Podemos até observar visualmente que um animal é<br />
desenvolvido, bem musculado e belo. Mas, produção de<br />
leite não dá para se medir “no olho”. Para se ter certeza de<br />
que um animal seja de fato “leiteiro” ou de “dupla aptidão” o<br />
controle leiteiro é essencial.<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
39
Linha do Tempo<br />
Fotos de Fulano de Tal<br />
Na Linha do Tempo!<br />
Tudo começou em 2012 quando assumimos a gestão das fazendas<br />
herdadas do meu pai, Waldemir Miranda Filho, que foi o grande<br />
precursor no cruzamento do <strong>Guzerá</strong> em vacas mestiças leiteiras, em<br />
Angelim, no agreste pernambucano.<br />
O estado de Pernambuco se divide em 3 regiões, zona da mata,<br />
agreste e sertão, sendo que 70% é considerado semiárido, com chuvas<br />
médias de 400mm/ano.<br />
Para enfrentar as extremas secas e excesso de chuva, precisaríamos<br />
de um animal rústico com dupla aptidão, motivo pelo qual o <strong>Guzerá</strong> foi<br />
escolhido.<br />
Visitando a Expozebu em 2013 ou 2014, descobrimos que haviam<br />
duas pistas distintas para julgamento do <strong>Guzerá</strong>, sendo uma delas para<br />
aptidão leiteira, foi quando então decidimos focar na genética do leite.<br />
Nesta mesma viagem conhecemos o Guzolando, que foi paixão à<br />
primeira vista. Decidimos então substituir todo o nosso rebanho leiteiro,<br />
tivemos muita dificuldade para comprar estes animais, sendo este o<br />
principal motivo para apoiar a implantação do primeiro laboratório<br />
privado para FIV em Pernambuco (Poligem). Toda esta mudança foi<br />
baseada nos seguintes números:<br />
1 Aumento médio de 5 para 9 litros/cabeça dia. (80%)<br />
2 Aumento do peso médio na apartação de 6,5 para 8,5@ (30%)<br />
3 Intervalo de partos de 11,5 meses.<br />
Em 2015 decidimos intensificar nosso sistema de produção, por<br />
ter boa localização e água para irrigação. Garanhuns/PE foi a cidade<br />
escolhida.<br />
Com uma área irrigada de 25ha de capim Mombaça, nosso projeto<br />
se baseia em leite a pasto com suplementação, em 2 ordenhas diárias,<br />
sem bezerro ao pé.<br />
O Projeto tem o objetivo de atingir uma produção diária de 4000<br />
litros de leite com 220 vacas ordenhadas ou uma média de 18,2 l/<br />
vaca. Hoje estamos produzindo 3000 litros de leite/dia com 170 vacas<br />
ordenhadas (Média 17,6 l/vaca).<br />
40<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
www.<br />
.com.br<br />
Fazenda Humaitá - Angelim/PE<br />
<strong>Guzerá</strong> PO<br />
Fazenda Paulista - Garanhuns/PE<br />
Guzolando<br />
Zootecnista: Edcláudio Tobias Quirino - (87) 99954-8382
<strong>Guzerá</strong> e guzolando Tabocal<br />
FAZENDA LAGEDÃO - PREFIXO WLDP<br />
Santo Antônio do Jacinto/MG<br />
Altamirano Pereira da Rocha - Médico veterinário<br />
Tel.: (31) 3222-5788 / 3335-8376 / 98639-8376 - e-mail: miranda_guzera@hotmail.com
GUZERÁ<br />
C.B.F<br />
RAÇA-PESO-LEITE-MANSIDÃO<br />
SELEÇÃO<br />
DESDE 1990<br />
Fotos: Marcelo Cordeiro<br />
GENOVEZ<br />
CBF<br />
SÊMEN À<br />
VENDA<br />
Dr. Celso Borba dos Santos Filho.<br />
Faz. Pedra Branca, Br-040, km 352. Felixlândia/MG<br />
Fone (38) 3753-1663 / (38) 99987-0203<br />
celsoborbaf@yahoo.com.br
Artigo<br />
Associar<br />
é Crescer<br />
Eros Gazzinelli<br />
É bem verdade que a sociedade organizada e<br />
comprometida é responsável pelo desenvolvimento de<br />
uma classe, cidade ou região...<br />
Assim devemos nos inspirar, alinhando<br />
comprometimento e união dos criadores de <strong>Guzerá</strong> e<br />
Guzolando, afim de potencializar os êxitos alcançados<br />
pela entidade mais antiga e de maior relevância dentro<br />
da nossa raça, a ACGB.<br />
Em 2017 a Associação dos Criadores de <strong>Guzerá</strong> e<br />
Guzolando do Brasil comemorou 60 anos de atuações<br />
em favor da raça e seus cruzamentos. Mais recentemente<br />
com o avanço do melhoramento genético e modernas<br />
ferramentas de avaliação, a raça ganha mais pujança<br />
com os resultados de criadores engajados, antenados no<br />
exigente e crescente mercado de genética selecionada.<br />
Índices como Conversão Alimentar para produção de carne,<br />
Qualidade e Sólidos Totais do leite e ”Stayabilty” são agora<br />
comprovados cientificamente como pontos fortes do <strong>Guzerá</strong>,<br />
transmitidos aos seus cruzamentos, relacionados diretamente<br />
com o aumento da lucratividade na atividade.<br />
“Uma associação se fortalece com dedicação e trabalho<br />
para formar um horizonte comum e próspero aos seus<br />
membros.”<br />
Como melhor uso dos dados na promoção da raça, importantes ações de marketing foram exeCutadas nos últimos anos:<br />
1 - Contrato com o programa “Zebu para o Mundo” no Canal do Boi, com apresentações de trabalhos/resultados importantes<br />
para a raça em todo o país através de grandes nomes do <strong>Guzerá</strong>;<br />
2 - Produção de guias e manuais sobre o <strong>Guzerá</strong>, seus cruzamentos industriais e o Guzolando, com divulgação de dados<br />
técnicos obtidos por entidades de avaliação genética e desempenho;<br />
3 - Promoção de Exposições Nacionais em importantes cenários e territórios para o <strong>Guzerá</strong>;<br />
4 - Prêmio Melhores do Ranking Nacional, sendo as exposições uma das formas de receita para associação;<br />
5 - Realização de Concursos Leiteiros Oficiais, disseminando a alta produtividade do <strong>Guzerá</strong>;<br />
6 - Edições, produções e traduções de vídeos institucionais da raça <strong>Guzerá</strong>, potencializando a imagem da raça;<br />
7 - Grife do <strong>Guzerá</strong>, com produtos de grande desejabilidade sobretudo dos visitantes estrangeiros às feiras.<br />
Atuações de imensurável valor aos criadores de <strong>Guzerá</strong>, especialmente aos seus associados que, por direito tem acesso<br />
e poder de decisão sobre os trilhos que a raça deve seguir e as ações que a associação deve tomar para promovê-la.<br />
“Não apenas a responsabilidade financeira se estabelece ao se tornar um associado...<br />
Mas também se firmam os compromissos com idéias e atuações práticas para o crescimento da raça.”<br />
Há muito, muito trabalho a ser feito, muitas idéias a serem alinhadas e principalmente muitos esforços a serem captados<br />
junto à ACGB. Só assim podemos desenvolver e executar projetos à altura da raça de dupla função, que se mostra<br />
efetivamente uma solução para a pecuária não só do Brasil, mas para muitos países.<br />
Aproveito para convocar todos os criadores de <strong>Guzerá</strong>, que ainda não são associados à ACGB, que aproveitem as<br />
oportunidades e méritos conquistados através da união da nossa classe em favorecimento da nossa raça. Juntem-se a nós<br />
e se comprometa de forma ainda mais responsável com o sucesso da sua “Empresa” chamada <strong>Guzerá</strong> e Guzolando.<br />
46<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>
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<strong>Guzerá</strong>,<br />
da carne ao leite.<br />
Essa é a raça!<br />
Venda Permanente<br />
de Touros, Matrizes<br />
e Sêmen<br />
Marcus Jacinto Espírito Santo de Brito<br />
Fazenda João Machado<br />
Acajutiba - Bahia - Brasil<br />
Rua Bedo Ferreira Brito s/n<br />
Cep. 48360-000<br />
I<br />
+55(71)99685-1206<br />
marcusbrito@selecaodafasf.com.br<br />
www.selecaodafasf.com.br
27 . JULHO<br />
SEXTA-FEIRA | 22 HS<br />
SALÃO REDONDO - EXPOMINAS/BH<br />
REALIZAÇÃO<br />
APOIO
Localizada em região Nobre de São Paulo<br />
(Avaré), a Agropecuária Baguassu prima pela<br />
qualidade de seus animais e está focada no<br />
melhoramento das múltiplas funções (carne e<br />
Leite) das raças <strong>Guzerá</strong> e Sindi.<br />
Antônio Gomes Periañes Neto - Toni, é o<br />
idealizador da Agropecuária Baguassu.<br />
Industrial do aço, nascido em Piracicaba (SP) e<br />
descendente de espanhóis, tem sua inspiração no<br />
campo herdada do seu avô, criador de gado leiteiro.<br />
As propriedades rurais, que há mais de 20 anos,<br />
eram ocupadas exclusivamente para animais<br />
para cruzamentos industriais, tomaram um novo<br />
formato.<br />
A Agropecuária Baguassu é integrada ao<br />
Programa de Melhoramento Genético do Zebu<br />
(PMGZ), da Associação Brasileira dos Criadores<br />
de Zebu (ABCZ).<br />
A base dos rebanhos <strong>Guzerá</strong> da Agropecuária<br />
Baguassu, foi composta por matrizes dos mais<br />
importantes e tradicionais criatórios da raça no<br />
Brasil, tais como:<br />
MAAB, Calciolândia, ROE, Suaçuí e IZ - Instituto<br />
de Zootecnia de Sertãozinho.<br />
Located in the Nobre region of São Paulo state (Avaré),the<br />
Baguassu Agropeculture press for excellense and quality<br />
animals, we focus on the multiple functions (meat and milk)<br />
of <strong>Guzerá</strong> and Sindi breeds.<br />
Antônio Gomes Periañes Neto - Toni, is the mentor of<br />
Baguassu Agriclture.<br />
Born in Piracicaba (SP - BR ) with Spanis descent and expert<br />
in the steel industry, his inspiration in the country inherited<br />
camed all from his grandfather, dairy catlle raisers In the past<br />
20 years the rural properties , were occupied exclusively by<br />
animals for industrial crossings, now they got a new shape and<br />
function.<br />
The Baguassu Agriculture is a member of the Genetic<br />
Improvement Program of Zebu Breeds (PMGZ) of the Brazilian<br />
Association of Zebu (ABCZ).<br />
The base of the herd are composed of females from<br />
national awards, as MAAB, Calciolândia, ROE, Suaçuí and IZ<br />
- Institute Animal Science.<br />
La Agropecuaria Baguassu, localizada en la región noble<br />
de São Paulo (Avaré), prima por la calidad de sus animales y<br />
está enfocada en el mejoramiento de las múltiples funciones<br />
(carne y leche) de las razas <strong>Guzerá</strong> y Sindi.<br />
António Gomes Periañes Neto - Toni, es el idealizador de<br />
la Agropecuaria Baguassu. Industrial del acero, nacido en<br />
Piracicaba (SP - BR) y descendiente de españoles, tiene su<br />
inspiración en el campo heredado de su abuelo, creador de<br />
ganado lechero.<br />
Las propiedades rurales, que desde hace más de 20<br />
años, eran ocupadas exclusivamente para animales para<br />
cruzamiento industriales, tomaron un nuevo formato.<br />
La Agropecuaria Baguassu está integrada al Programa de<br />
Mejoramiento Genético del Cebú (PMGZ), de la Asociación<br />
Brasileña de los Creadores de Cebú (ABCZ).<br />
La base de los rebaños <strong>Guzerá</strong> de la Agropecuaria<br />
Baguassu, fue compuesta por matrices de los más importantes<br />
y tradicionales creatorios de la raza en Brasil, tales como:<br />
MAAB, Calciolândia, ROE, Suaçuí e IZ - Instituto de<br />
Zootecnia de Sertãozinho.
ALTIVA FIV BAGUASSU<br />
ENCANADOR VILLEFORT X FAUNA ROE<br />
RES. CAMPEÃ NOVILHA MAIOR - CURVELO 2016<br />
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ - 42ª EXPOBAURU 2016<br />
1º PRÊMIO NOVILHA MAIOR - BEEF EXPO 2016<br />
NASC: 6/12/2014<br />
LEALDADE DA SUACUI<br />
SIGNO AM X AMADA DA TIBUNA<br />
MATRIZ MODELO 82 EXPOZEBU 1<br />
NASC. - 19/07/2009<br />
ARKIVO FIV BAGUASSU<br />
ENCANADOR VILLEFORT X FAUNA ROE<br />
CAMPEÃO JÚNIOR MAIOR - CURVELO 2016<br />
CAMPEÃO JÚNIOR MAIOR - 3 LAGOAS 2016<br />
CAMPEÃO TOURO JOVEM - EXPOGOIANIA 2016<br />
RES. CAMPEÃO BABY- EXPOSIÇÃO ESTADUAL DE MG 2015<br />
RES. GRANDE CAMPEÃO - EXPOGOIANIA 2016<br />
RES. CAMPEÃO JR. MAIOR EXPOZEBU - UBERABA - 2016<br />
NASC. 04/12/2014
CORVETE FIV BAGUASSU<br />
FLORIM S X MAAB JADY III FIV BAGUASSU<br />
RES. CAMPEÃO BEZERRO - EXPOZEBU - UBERABA 2017<br />
RES. CAMPEÃO BEZERRO - EXPOCURVELO 2017<br />
NASC. 15/06/2016<br />
MAAB JADY III FIV<br />
MAAB JADY X EMENTHAL<br />
FOTOS: MARCELO CORDEIRO<br />
NASC. 8/10/2007<br />
CONDE FIV BAGUASSU<br />
FLORIM S X GREGA DA SUAÇUÍ<br />
NASC. 07/06/2016
UTUZADA CAL<br />
HUMAITÁ TE TABO X EMBOABA JF<br />
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ DO<br />
CONCURSO LEITEIRO - EXPOZEBU - UBERABA 2011<br />
PRODUCAO - 92,69 KG LEITE<br />
MÉDIA DE 30,90 KG LEITE DIA<br />
FOTOS: MARCELO CORDEIRO<br />
LACTAÇÃO OFICIAL DA ABCZ<br />
DE 8.500 KG EM 320 DIAS<br />
NASC. 5 /12 /2005
VENDA PERMANENTE DE EMBRIÕES, SÊMENS, MATRIZES E REPRODUTORES<br />
PERMANENT SALE OF EMBRYOS, SEMENS COWS AND REPRODUCERS<br />
VENTA PREMANENTE DE EMBRIONES, SEMEN HEMBRAS Y REPRODUCTORES<br />
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