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Revista Guzerá 2018

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Artigo Técnico<br />

Estudos relatam que entre cinco e dez mil anos<br />

atrás, todas as vacas produtoras de leite, continham<br />

esta variante (A2). Entretanto, devido à ocorrência<br />

de uma mutação no DNA dos animais, fez com que<br />

a maioria dos indivíduos taurinos, produzissem leite<br />

tipo A1, o que não ocorreu, na mesma proporção, nos<br />

animais zebuínos.<br />

Neiva (2017) relatou que animais da raça Holandesa<br />

e Jersey apresentam probabilidades iguais a 50%<br />

e 75% de produzir leite A2 e que nos zebuínos, que<br />

constituem a grande maioria populacional no Brasil,<br />

98% dos indivíduos produzem leite caracterizado como<br />

A2.<br />

Na raça <strong>Guzerá</strong>, Lima (2014) observou frequências<br />

dos alelos A1 e A2 iguais a 0,03 e 0,97, respectivamente<br />

no leite destes animais, sendo os genótipos A1A1 na<br />

frequência nula e A2A2 igual a 0,93.<br />

A importância destes estudos e avaliações alélicas<br />

sobre a produção e consequentemente ao consumo<br />

do leite pelo ser humano, esta relacionada aos<br />

problemas provocados em crianças e adultos como a<br />

intolerância a lactose e/ou alergia ao leite. Uma vez<br />

que, o leite é um alimento rico em proteínas, nutrientes<br />

como a lactose que auxilia na retenção de cálcio e<br />

magnésio no organismo e vitaminas importantes para<br />

o desenvolvimento principalmente de crianças (Bueno,<br />

Czepielewski, 2008, Zychar, Oliveira, 2017).<br />

O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento<br />

materno exclusivo durante os seis primeiros meses de<br />

vida da criança, com posterior introdução de alimentos<br />

complementares associados ao aleitamento materno<br />

até os dois anos de vida ou mais à ingestão de leite<br />

diarimente (Silva et al., 2015). Crianças de até dez<br />

anos devem consumir 400 mL/dia, enquanto jovens<br />

(11 a 19 anos), adulto e/ou idosos, 700 mL/dia e 600<br />

mL/dia, respectivamente (Ministério da saúde, 2015).<br />

Existe uma suposição generalizada na sociedade<br />

geral e entre os profissionais de saúde que a causa<br />

dominante da intolerância ao leite se refere única e<br />

exclusivamente a lactose, fazendo com que muitas<br />

pessoas (na casa dos milhares) diminuam ou cessem o<br />

consumo de leite. Mas estudos relataram que esta nem sempre<br />

é devido à lactose (Pal et al., 2015).<br />

Segundo Pal et al. (2015), na Declaração de Consenso<br />

dos Institutos Nacionais de Saúde de 2010, constava que<br />

muitos indivíduos que se auto relatam intolerantes à lactose<br />

não mostram evidência de má absorção da lactose. Assim, é<br />

improvável que a causa de seus sintomas gastrointestinais<br />

esteja relacionada somente à lactose. Há crescente evidência<br />

de que durante a metabolização da ß-caseína A1 no intestino<br />

forme-se uma substância que gera efeitos inflamatórios e<br />

consequentemente alterações gastroentéricas como diarreia,<br />

dores abdominais, gases, entre outros o que caracteriza<br />

indivíduos intolerantes a caseína.<br />

<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />

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