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Artigo Técnico<br />
Estudos relatam que entre cinco e dez mil anos<br />
atrás, todas as vacas produtoras de leite, continham<br />
esta variante (A2). Entretanto, devido à ocorrência<br />
de uma mutação no DNA dos animais, fez com que<br />
a maioria dos indivíduos taurinos, produzissem leite<br />
tipo A1, o que não ocorreu, na mesma proporção, nos<br />
animais zebuínos.<br />
Neiva (2017) relatou que animais da raça Holandesa<br />
e Jersey apresentam probabilidades iguais a 50%<br />
e 75% de produzir leite A2 e que nos zebuínos, que<br />
constituem a grande maioria populacional no Brasil,<br />
98% dos indivíduos produzem leite caracterizado como<br />
A2.<br />
Na raça <strong>Guzerá</strong>, Lima (2014) observou frequências<br />
dos alelos A1 e A2 iguais a 0,03 e 0,97, respectivamente<br />
no leite destes animais, sendo os genótipos A1A1 na<br />
frequência nula e A2A2 igual a 0,93.<br />
A importância destes estudos e avaliações alélicas<br />
sobre a produção e consequentemente ao consumo<br />
do leite pelo ser humano, esta relacionada aos<br />
problemas provocados em crianças e adultos como a<br />
intolerância a lactose e/ou alergia ao leite. Uma vez<br />
que, o leite é um alimento rico em proteínas, nutrientes<br />
como a lactose que auxilia na retenção de cálcio e<br />
magnésio no organismo e vitaminas importantes para<br />
o desenvolvimento principalmente de crianças (Bueno,<br />
Czepielewski, 2008, Zychar, Oliveira, 2017).<br />
O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento<br />
materno exclusivo durante os seis primeiros meses de<br />
vida da criança, com posterior introdução de alimentos<br />
complementares associados ao aleitamento materno<br />
até os dois anos de vida ou mais à ingestão de leite<br />
diarimente (Silva et al., 2015). Crianças de até dez<br />
anos devem consumir 400 mL/dia, enquanto jovens<br />
(11 a 19 anos), adulto e/ou idosos, 700 mL/dia e 600<br />
mL/dia, respectivamente (Ministério da saúde, 2015).<br />
Existe uma suposição generalizada na sociedade<br />
geral e entre os profissionais de saúde que a causa<br />
dominante da intolerância ao leite se refere única e<br />
exclusivamente a lactose, fazendo com que muitas<br />
pessoas (na casa dos milhares) diminuam ou cessem o<br />
consumo de leite. Mas estudos relataram que esta nem sempre<br />
é devido à lactose (Pal et al., 2015).<br />
Segundo Pal et al. (2015), na Declaração de Consenso<br />
dos Institutos Nacionais de Saúde de 2010, constava que<br />
muitos indivíduos que se auto relatam intolerantes à lactose<br />
não mostram evidência de má absorção da lactose. Assim, é<br />
improvável que a causa de seus sintomas gastrointestinais<br />
esteja relacionada somente à lactose. Há crescente evidência<br />
de que durante a metabolização da ß-caseína A1 no intestino<br />
forme-se uma substância que gera efeitos inflamatórios e<br />
consequentemente alterações gastroentéricas como diarreia,<br />
dores abdominais, gases, entre outros o que caracteriza<br />
indivíduos intolerantes a caseína.<br />
<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong><br />
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