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Matéria<br />
Fotos Marcelo Cordeiro<br />
Quando se faz controle leiteiro seletivo podemos favorecer touros que tem alguma(s) filha(s) boa(s), mas que em média<br />
suas filhas seriam fracas se todas tivessem sido aferidas. Vide exemplo no quadro abaixo, que mostra os desvios de cada<br />
touro em relação à média do GC usando todos os dados e, abaixo, em controle seletivo das melhores filhas, eliminando-se<br />
as inferiores a 2.000kg (marcadas em cinza).<br />
Apesar de exemplo com poucos animais e<br />
um tanto “drástico”, percebe-se que pode ocorrer<br />
uma completa inversão na estimativa de valor dos<br />
touros ao se fazer controle leiteiro seletivo. Com os<br />
“dados reais” o touro A é o melhor, o B ainda é um<br />
touro bom e o C um touro bastante inferior. Ao se<br />
eliminar filhas de baixa produção, não eliminamos<br />
nenhuma do touro A, uma do B e duas do C. Com<br />
isto, ocorreu inversão completa e “o pior touro com<br />
base na realidade” aparece como o “melhor”. E os<br />
dois superiores, aparecem como inferiores.<br />
Se a informação sobre a superioridade dos<br />
touros, obtida com dados pós-eliminação, for usada<br />
pelo produtor para decidir qual touro descartar do<br />
rebanho, ele corre o risco de descartar seu melhor<br />
animal.<br />
Este exemplo é bom para alertar que o fato de<br />
um touro ter uma filha muito boa, às vezes uma<br />
recordista, não significa que suas filhas terão, em<br />
média, boa produção leiteira. Existem casos assim<br />
em várias raças, inclusive na <strong>Guzerá</strong>. Só podemos<br />
predizer confiavelmente a superioridade de um<br />
touro com base na produção de vários parentes:<br />
filhas, ancestrais (mãe, tias, avós), colaterais<br />
(irmãs completas e meias irmãs).<br />
Tem informações genealógicas fidedignas<br />
Metodologias atuais de avaliação genética como Modelo Animal<br />
BLUP fazem uso de informações dos vários parentes na estimação do<br />
valor genético dos animais para melhoria da confiabilidade (acurácia)<br />
dos resultados. Desta forma, erros na genealogia (“pedigree”)<br />
conduzem a erros na avaliação não apenas de um animal, mas na de<br />
todos os seus parentes e na de seus “pseudo parentes” (aqueles que<br />
foram erroneamente indicados como tal).<br />
Tem precisão na ordenha e nas anotações do controle<br />
Esgota completa no dia anterior ao controle, ordenha bem feita,<br />
em intervalos corretos, caso haja duas ou mais ordenhas, e anotações<br />
cuidadosas dos dados de pesagem do leite, de data e ordem do parto,<br />
causa de secagem, manejo, etc. são essenciais para as análises dos<br />
dados e acurácia da avaliação.<br />
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<strong>Guzerá</strong> News - Maio <strong>2018</strong>