Jornal O Nacional 26 e 27-05-18
Edição digital do Jornal O Nacional de final de semana, 26 e 27 de maio de 2018.
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COTIDIANO<br />
geral / cidade / saúde / educação /<br />
BAIRROS<br />
Prefeitura inicia obras de<br />
asfalto no Parque Recreio<br />
• Obra está na fase de colocação da tubulação<br />
A comunidade do Parque Recreio<br />
está recebendo mais obras de pavimentação<br />
asfáltica em suas ruas. A<br />
obra, que começou com a canalização<br />
nessa quinta-feira(24), foi ajustada<br />
pelo prefeito de Passo Fundo, Luciano<br />
Azevedo, que definiu ainda no mês<br />
de abril, em uma manhã de sábado, as<br />
intervenções com a participação dos<br />
moradores.“Tenho utilizado o final de<br />
semana para ir até os bairros e conversar<br />
com a comunidade e saber das<br />
obras que necessitam e a possibilidade<br />
da Prefeitura atender. No Parque<br />
Recreio, fizemos diversas quadras de<br />
asfalto e acertamos que faríamos mais<br />
uma etapa neste mês de maio. Começamos<br />
nessa quinta-feira, conforme<br />
combinamos, a tubulação nessas ruas<br />
e depois o asfalto”, disse Luciano.<br />
Conforme acertado com os moradores,<br />
ficou definido que serão beneficiadas<br />
em mais uma fase de asfalto<br />
as ruas Valdo Nunnes Vieira, no Parque<br />
Recreio, Luiz Lubian, no Schisler<br />
e na Gen. Ladário Pereira Telles, onde<br />
a secretaria de Obras iniciou a canalização<br />
e depois abertura da cancha,<br />
empedramento e colocação do asfalto.<br />
Para o morador Leomar Antônio<br />
Chagas, as ruas reivindicadas pela comunidade<br />
têm obras aguardadas há<br />
muito tempo.“O prefeito esteve aqui<br />
com a gente numa manhã de sábado,<br />
prometeu as obras, falando até o dia,<br />
e hoje as máquinas estão aqui com a<br />
Prefeitura iniciando a colocação dos<br />
tubos de concreto. Nossa comunidade<br />
agradece, porque o que ele falou,<br />
está sendo cumprido”, falou Leomar.<br />
Estiveram junto com prefeito Luciano<br />
Azevedo na visita realizada no bairro,<br />
junto com a comunidade do Parque<br />
recreio, os secretários João Antônio<br />
Bordin, de Obras (SMO), e Cristiam<br />
Thans, da Secretaria de Transportes e<br />
Serviços Gerais (STSG).<br />
SAUDE<br />
HSVP recruta pacientes<br />
para pesquisa<br />
A pesquisa é uma grande aliada da<br />
Medicina e quando realizada com<br />
seriedade muda e melhora a qualidade<br />
de vida das pessoas. A Unidade<br />
de Pesquisa Clínica (UPC) do Hospital<br />
São Vicente de Paulo (HSVP)<br />
de Passo Fundo, realiza constantemente<br />
estudos a fim de qualificar o<br />
atendimento aos pacientes e proporcioná-los<br />
melhores alternativas<br />
de tratamento. Diante disso, a UPC<br />
está realizando um estudo clínico<br />
com pacientes adultos com Diabetes<br />
Tipo 1.<br />
Os pré-requisitos para participar<br />
da pesquisa são, pacientes acima de<br />
45 com diagnóstico clínico de Diabetes<br />
tipo 1, tratado com insulina. Os<br />
interessados em participar do estudo<br />
podem entrar em contato com a Unidade<br />
de Pesquisa Clínica pelo telefone<br />
3316 4076 ou 3581 <strong>18</strong>31.<br />
(FOTO: ALEX BORGMANN)<br />
O vidiota<br />
www.onacional.com.br<br />
sábado e domingo, <strong>26</strong> e <strong>27</strong> de maio de 20<strong>18</strong> 4<br />
OPINIÃO<br />
Jorge Anunciação<br />
Do livro com o título acima Peter Sellers exercitou sua imensa habilidade<br />
dramática e interpretou Chance, um personagem patético,<br />
tipo a maioria de nós, em Being There (no Brasil conhecido como<br />
Muito Além do Jardim) em 1970. Claro que todos assistiram porque<br />
é arte que sobrenada. Percebi, com Peter Sellers, que sou um autêntico<br />
idiota (como atestam meus amigos) e que minha idiotice tem forte carga genética.<br />
Meu avô, Antonio também era, a ponto de confiar no fio de bigode e ter<br />
perdido algumas áreas de terra lá no início do século passado. Meu pai, Jorge,<br />
era um idiota, a ponto de acreditar que todos os homens eram bons. Claro,<br />
era militar e milico tem a certeza de que compromisso firmado era cláusula<br />
pétrea, se o cara prometeu é porque vai fazer. Eu, idiota por pensar coisas<br />
idiotas e por escrever crônicas com essas tolices. Meu filho Ramon será um<br />
idiota, ensinei-o bem. É humanista, acredita nos compromissos, acredita no<br />
amor. Ainda bem que minha filha é mais esperta.<br />
Domingo à noite recebi o plantão e uma tragédia: um garoto de <strong>27</strong> anos<br />
estava com morte cerebral por um ferimento por arma de fogo após ter<br />
assassinado sua ex-esposa. Olhei-o, barba bem aparada, aspecto jovem,<br />
trabalhador e imaginei a imensa dor de seus pais ao perceberem que seu<br />
jovem filho tirou a vida de outra pessoa e sua própria. Então, espiritualista<br />
como sou, descobri seu braço e toquei com minha mão e recebi como<br />
resposta uma imensa dor que absorvi a tal ponto de sentir necessidade de<br />
sentar. É como se tivesse aberto um portal de comunicação entre nós, é<br />
como se houvesse a oportunidade de comunicação e ele dissesse: cara, fiz<br />
uma merda, estou arrependido, foi mal. A impressão é que me adonei de sua<br />
imensa dor. Depois, voltei a tocá-lo novamente, agora sem dor e disse-lhe,<br />
em pensamento: vá em paz, garoto, se for possível que assim seja. Quem<br />
sabe da vida? Quem sabe dos desígnios? Quem sabe das circusntâncias?<br />
Todos - menos os idiotas como eu.<br />
Os escravos de Jó jogavam caxangá – a gente cantava “os cravos” de Jó<br />
ao invés de escravos. Não sabíamos quem era Jó e nem caxangá (siri, que os<br />
escravos de Jó capturavam) mas, cantávamos. Cantávamos atirei o pau no<br />
gato e não percebíamos a atrocidade. Mulata bossa nova caiu no hully-gully,<br />
que é hully-gully? Certa feita andava de lenço vermelho, maragato sem<br />
saber o que vinha a ser isso. Outra vez aceitei uma hena com a estampa de<br />
Che Guevara, talvez pelo saudosismo de infância, talvez pelo passado trabalhista<br />
que foi emoldurado por Getúlio e Jango e que marcou minha família.<br />
Depois do que li sobre as intimidades dos ditadores da Ilha senti vergonha<br />
da estampa. Só me desculpei por ser idiota. Quem canta ou coloca estampas<br />
sobre o que não sabe direito deve ser por distração ou idiotice, ou ambos.<br />
Agora estamos aí, dirigentes políticos de todas as plumagens presos por<br />
locupletação, investigados até a alma. Tem gente querendo lançar candidatura<br />
de presidiário para a presidência. Bem, para um país que abraçou<br />
Ronald Biggs (o ladrão do seculo XX, roubou o trem pagador entre Glasgow<br />
e Londres em 1963 e que foi até jurado do Chacrinha) e Cesare Battisti,<br />
comunista-terrorista condenado em 1987 na Itália à prisão perpétua por assassinatos<br />
e que foi recebido e bem tratado no país), lançar candidatura de<br />
preso é café pequeno. Vou lançar Fernandinho Beira-Mar, Vou lançar Bruno<br />
e Suzane Richtoffen em dobradinha com os irmãos Cravinhos.<br />
Pensando bem, sou idiota assumido mas, talvez não seja o único.<br />
Médico clínico geral e cirurgião<br />
jorgeanunciacao@upf.br