12.07.2018 Views

Previz2 - 11.07 VRamalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

VÍTOR RAMALHO<br />

21 Julho 2018


Querido Vitor<br />

Há vidas ‘cheias’! A tua é!<br />

Numa dualidade entre o trato fácil e o recato do espaço solitário para<br />

o pensamento, permitiste que te conhecessem. É por isso que os<br />

testemunhos acolhidos nesta publicação identificam denominadores<br />

comuns que te traçam com precisão.<br />

Este não é um livro de familiares e amigos. Ou melhor, não é só…!<br />

Este é um testemunho exemplificativo da tua vida e do que tu és. É um<br />

livro de pessoas que, à semelhança de tantas e tantas outras, que<br />

aqui não estão representadas, contigo se cruzaram, e cruzam, nas<br />

mais diversificadas circunstâncias e que te registam com respeito. É<br />

o espelho da intensidade e plenitude com que vives os teus tempos.<br />

Tal como a tua vida também este livro tem espaço para continuar.<br />

As páginas não terminam.<br />

Este ‘baú’ é uma obra de cumplicidades. Das muitas dezenas de<br />

depoentes e, em particular, da Sara, da Osita e do Carlos Luiz, que,<br />

com amizade e dedicação, prestaram uma colaboração inestimável.<br />

Na essência, tod@s nós, queremos felicitar-te pelo teu aniversário e<br />

desejar, do coração, que sejas feliz.<br />

Eurídice


Eu nasci numa terra que é já ali, muito perto daqui.<br />

Era assim que as gentes da minha terra respondiam quando<br />

lhes perguntava se era perto ou longe aquela onde eu desejava<br />

ir. A minha terra é, por isso, mesmo perto daqui, a cerca de<br />

nove mil quilómetros de distância, apenas porque no país da<br />

minha terra o clima mediterrâneo coabita com o equatorial e<br />

tudo é próximo, muito próximo, na grandeza do território. “<br />

- 4 -


- 5 -


- 6 -<br />

Francisco


Ao Vítor. Para que conste<br />

Fomos ao cinema Cangonjo ver o filme Capas<br />

Negras. No dia seguinte, pelas oito horas, tive<br />

sinais de parto. A parteira foi o Pai Faustino,<br />

porque nem deu tempo para se chamar uma,<br />

como era hábito na altura. Apareceu depois<br />

o Dr. Venâncio, um toca a tudo, apelidado de<br />

João Semana. Foi o meu segundo filho. Bebé<br />

normal, sossegado, saudável. Terminou a<br />

primária com uma pequena festa em que<br />

foi orador, mostrando atributos.<br />

Fez a admissão ao liceu no Liceu Camões,<br />

onde entrou para o primeiro ano, finalizando<br />

o Liceu de Nova Lisboa. Aqui, no sexto ano,<br />

aquando da visita do Prof. Adriano Moreira a<br />

Angola, que levou consigo o pai, a pedido do<br />

Reitor Serpa Neves, com a certeza de que se<br />

sairia bem, fez uma alocução de boas-vindas.<br />

Em Lisboa cursou a Faculdade de Direito,<br />

encarando a profissão com entusiasmo e determinação.<br />

Especializou-se em Direito no Trabalho.<br />

Eu e o Pai sentimo-nos felizes, por os filhos<br />

terem correspondido aos nossos anseios e<br />

desejos, alcançando a meta como pessoas<br />

e profissionais. Isso aconteceu, com a nota<br />

da particular queda pela entrega do Vitor aos<br />

outros e em fazer amizades.<br />

Agora, com os netos Sara e Marcos, não está o<br />

Avô presente, para poder aproveitar momentos<br />

de alegria, restando-me também pouco tempo<br />

para contemplar o meu bisneto Francisco. Os<br />

anos passam. Só peço a Deus que todos ajude,<br />

com a melhor saúde.<br />

Deixo aqui à Sara e ao Marcos o meu desejo para<br />

que sejam sempre muito amigos, como irmãos.<br />

Agradeço aos meus filhos tudo o que me têm<br />

proporcionado e o carinho com que olham pela<br />

mãe e para o Rei dos Vitores, como vezes sem<br />

conta o Pai o apelidava, muitos Parabéns, pelo<br />

dia de hoje.<br />

As maiores Felicidades e Venturas,<br />

com o carinho de sempre<br />

e um beijinho da mãe,<br />

Ivone<br />

- 7 -


Querido pai,<br />

Escrevo-lhe agora, numa pausa de duas grandes<br />

“lutas”, para celebrar os 70 anos do homem<br />

mais importante da minha vida! Em ambas, foi o<br />

pai quem me ensinou como se segura no cravo lá<br />

bem no alto e como se enfrentam as dificuldades<br />

de cara levantada.<br />

Foi o pai que esteve sempre ao meu lado, com<br />

toda a coragem e toda a sabedoria, porque como o<br />

pai sempre diz: “a experiencia é o superior<br />

conhecimento da razão”. Não obstante das suas<br />

próprias preocupações, da sua própria dor, do<br />

seu próprio sofrimento, não me deixou nem por<br />

um segundo. Não descansou (literalmente)<br />

enquanto sentiu que havia ainda caminho para<br />

andar... Que lição de vida, meu pai! Que banho<br />

de amor e dedicação!<br />

Páro agora para reviver as minhas memórias<br />

de 35 anos de vida em conjunto (teria o pai<br />

a idade que tenho hoje quando eu nasci) e<br />

pergunto-me...“O que é ser sua filha?”<br />

É ter um orgulho e uma admiração<br />

sem fim. É sentir uma enorme<br />

responsabilidade em não falhar<br />

na passagem dos valores que o<br />

pai me transmite a cada palavra<br />

e a cada gesto. Amizade, honestidade,<br />

coragem, determinação.<br />

Orgulho esse que sei que será<br />

partilhado com o Francisco,<br />

quando ele souber o que o<br />

avô construiu ao longo da vida,<br />

o que o avô fez por Portugal, pela Lusofonia,<br />

pelo mundo, e por ele próprio, Francisco,<br />

quando ainda começava a dar os seus<br />

primeiros passos... E fê-lo sempre por<br />

convicção e por paixão à vida, ao mundo<br />

e às gentes!<br />

Pensar no pai é sentir toda essa paixão...<br />

É recordar os almoços de História do mundo, em<br />

que o pai me falava da História como se de um<br />

conto se tratasse e em que no final, tudo fazia<br />

sentido! É lembrar as músicas que tocavam no<br />

carro, porque o fado é a “alma portuguesa”. É<br />

reviver os poemas na voz da Dra. Maria Barroso,<br />

que tantas vezes sentimos em silêncio. É emocionar-me<br />

com o riso fácil do pai e as gargalhadas<br />

sem fim...<br />

Obrigada por ser o meu Homem de<br />

referência e o melhor pai do mundo!<br />

Sara<br />

- 8 -


Pai,<br />

Na falta de melhores palavras,<br />

escolhi este poema para ti.<br />

Obrigada por estares aí.<br />

Um beijinho,<br />

Susana<br />

Como eu queria poder contar-te<br />

Era para ti que eu corria<br />

Tu eras o lugar onde eu sempre poderia<br />

descansar minha cabeça<br />

Quando meu mundo se desfazia<br />

Porque eu tenho lutado com meus demónios<br />

Eles dizem-me que não tenho escolha<br />

Como eu gostaria de poder me apoiar agora<br />

No meio do caos e do barulho<br />

Tua luz enterrou o escuro<br />

Um coração constante inabalável<br />

Tu fizeste o bem para esfriar minha fúria<br />

E acalmar as águas sentem<br />

As tuas palavras calmas, uma pomada<br />

para acalmar minha alma rebelde<br />

Foi lá que aprendi a curar<br />

Tua luz enterrou o escuro<br />

Um coração constante inabalável<br />

Espero que me possas ouvir<br />

Através dos estragos do tempo<br />

Tu apoiaste-me mais do que poderias saber<br />

Eu ainda sinto a tua mão na minha<br />

Tua luz enterrou o escuro<br />

Um coração constante inabalável<br />

Sarah McLachlan<br />

“Song for my Father”<br />

- 9 -


Olá Avô Vitor,<br />

Quando pediram que lhe escrevesse um texto<br />

devido ao seu aniversário todas as memórias<br />

que ao longo dos anos fui criando consigo<br />

vieram-me à memória.<br />

Assim, posso sinceramente dizer-lhe que sempre<br />

foi um grande exemplo para mim, desde a sua<br />

grande aptidão para o desenho e pintura até à<br />

sua paixão pela politica tudo me foi, ao longo<br />

dos anos, inspirando a tornar-me numa<br />

pessoa melhor.<br />

Deste modo, posso apenas agradecer-lhe<br />

pela grande inspiração e exemplo que foi<br />

e é para mim.<br />

Muitos parabéns.<br />

Um grande abraço.<br />

Pedro<br />

- 10 -


O avô<br />

Sempre foi para mim um grande exemplo<br />

de perseverança, trabalho e dedicação.<br />

Assim, começaremos pela minha infância.<br />

A primeira memória consciente que tenho<br />

de si foi um natal em que o presente que<br />

mais me fez feliz foi um conjunto das bonecas<br />

“Monster High”, o presente que o avô<br />

me deu. Mas esta é só uma das muitas<br />

memórias que fui experienciando da sua<br />

generosidade.<br />

Assim só posso desejar lhe um felicíssimo<br />

septuagésimo aniversário e esperar que<br />

conte muitos mais com a companhia dos<br />

de quem mais estima.<br />

Um grande beijinho da sua neta.<br />

Mariana<br />

Por demais vezes fui alvo tanto da sua<br />

generosidade como da sua paciência,<br />

com esta foi ao longo dos anos transmitido<br />

algumas sábias lições fundamentais que<br />

ajudaram a formar o meu carácter.<br />

- 11 -


Uma noite sem estudo<br />

Quando o meu irmão Vítor veio para Lisboa estudar, já eu aqui estava há<br />

três anos. Lógico que tenha herdado amigos meus, que frequentavam o<br />

Café Império, onde próximo vivia e ficámos a viver. Com esses amigos saía<br />

por vezes em diversão. Um deles dizia – atiramos a moeda ao ar – coroa,<br />

vamos ao cinema, cara, vamos à Feira Popular e se ficar de pé vamos estudar.<br />

Decidimos ir ao Clube Ritz, dizendo um de nós – é o baptismo do “Puto”,<br />

sinónimo do mais novo.<br />

Sentámo-nos bem frente ao palco, cada um com uma cerveja de litro, para<br />

durar toda a noite, pelo custo de vinte escudos.<br />

Assistimos ao Striptease. Passado algum tempo, a artista saiu dos bastidores,<br />

dirigiu-se à nossa mesa, cumprimentou o Vitor com um beijinho e sentou-se<br />

connosco. Os meus amigos ainda estavam de boca aberta, quando o Vitor<br />

apresentou a artista, dizendo – conhecemo-nos e viajámos juntos no barco<br />

da minha recente de vinda de Angola.<br />

Esta foi uma deixa, para ao longo dos anos, todos reconhecidamente<br />

constatarmos o atributo do Vitor em estabelecer contactos e fazer amizades,<br />

de comunicação abrangente, agradecendo-lhe por o colocar em favor da<br />

comunidade e de todos, para além do profissional. Bem-haja!<br />

Muitos Parabéns e muitas Felicidades, em dia tão especial.<br />

Marvi<br />

- 12 -


Vítor,<br />

Quando conhecemos alguém, raras vezes acertamos. Assim não aconteceu<br />

connosco. Aliás, não poderia ser doutro modo, com a ajuda que tive e tenho,<br />

de quem é tão próximo. No entanto, não posso deixar de dizer que estou<br />

sempre a ser surpreendida. Não pela capacidade de entrega e conhecimento,<br />

sobejamente entendidos, mas pela diversidade que passa também pelo gosto<br />

do desenho e pintura, praticados e pela escrita, como recentemente mostrou,<br />

dando melhora a conhecer uma amizade tão fixe. Diversidade, mas apenas<br />

possível por alguém que vive franca e apaixonadamente as<br />

pessoas e as situações.<br />

Vitor os meus votos de PARABÉNS e muitas FELICIDADES em data tão<br />

marcante, continuando eu a beneficiar das suas lições de vida.<br />

Beijinhos,<br />

Jeanette<br />

- 13 -


Vitor,<br />

É com enorme prazer e alegria que o felicitamos pelo seu 70º aniversário e desejamos a continuação<br />

de uma vida repleta de felicidade, saúde, amizade e muita sabedoria como até aqui e<br />

porque tem Alma e Coração divididos, entre Portugal e a sua bela Angola (cujas cores de luz<br />

e sangue resvalam dos pincéis para as telas que pinta), receba um pouco de Luanda, pelas<br />

palavras do Poeta…<br />

Cláudio e Joana<br />

Romance de Luanda<br />

Coqueiros esguios — leques ao vento<br />

abanando a Ilha.<br />

Um dongo flutua<br />

na baía.<br />

E ela, a negra maravilha<br />

condecorada com reflexos de prata<br />

Com que o céu a está beijando,<br />

com que o céu a está vestindo,<br />

— adormeceu sonhando<br />

placidamente sorrindo.<br />

Nas águas verdes da baía calma,<br />

caem pétalas vermelhas<br />

de uma linda flor de onix!<br />

E o timoneiro, um preto atleta,<br />

jovem pescador<br />

e um brutal Cupido,<br />

— é o Deus do Amor<br />

em bronze reproduzido!<br />

Nas águas verdes da baía calma,<br />

caem pétalas de sangue,<br />

duma flor já desfolhada...<br />

Um dongo flutua<br />

na baía.<br />

Vai rompendo a madrugada!<br />

Tomaz Vieira da Cruz<br />

In “Tatuagem”(1941)<br />

- 14 -


Vítor,<br />

Nesta data tão especial para si gostava<br />

de o felicitar pelos 70 anos cumpridos.<br />

Digo-lhe, em tom de carinho e respeito,<br />

que foi um prazer recebê-lo na minha<br />

vida e queria desejar felicidade e harmonia<br />

no caminho que ainda tiver que percorrer.<br />

Gostava de dedicar-lhe um pequeno poema<br />

sobre a busca do auto conhecimento. Foi<br />

escrito por um artista que, à semelhança<br />

do Vítor, se exprimia em diferentes formas<br />

de arte; Almada Negreiros, “futurista e<br />

tudo”, também nasceu em África, foi uma<br />

personalidade controversa e um artista<br />

bastante multifacetado: desenhador, pintor<br />

e escritor exímio, criou um universo literário<br />

onde escreveu sem igual sobre um mundo<br />

fantástico e irónico muito próximo dele<br />

próprio e de Portugal.<br />

Rita<br />

“Momento de Poesia”<br />

Se me ponho a trabalhar<br />

e escrevo ou desenho,<br />

logo me sinto tão atrasado<br />

no que devo à eternidade,<br />

que começo a empurrar pra diante o tempo<br />

e empurro-o, empurro-o à bruta<br />

como empurra um atrasado,<br />

até que cansado me julgo satisfeito;<br />

e o efeito da fadiga<br />

é muito igual à ilusão da satisfação!<br />

Em troca, se vou passear por aí<br />

sou tão inteligente a ver tudo o que não é comigo,<br />

compreendo tão bem o que não me diz respeito,<br />

sinto-me tão chefe do que é fora de mim,<br />

dou conselhos tão bíblicos aos aflitos<br />

de uma aflição que não é minha,<br />

dou-me tão perfeitamente conta do que<br />

se passa fora das minhas muralhas<br />

como sou cego ao ler-me ao espelho,<br />

que, sinceramente não sei qual<br />

seja melhor,<br />

se estar sozinho em casa<br />

a dar à manivela do mundo,<br />

se ir por aí a ser o rei invisível<br />

de tudo o que não é meu.<br />

José Almada Negreiros<br />

- 15 -


- 16 -<br />

Toffee


Elegia ao Amor<br />

Lembras-te, meu amor,<br />

Das tardes outonais,<br />

Em que íamos os dois,<br />

Sozinhos, passear,<br />

Para fora do Povo<br />

Alegre e dos casais,<br />

Onde só deus pudesse<br />

Ouvir-nos conversar?<br />

Tu levavas, na mão,<br />

Um lírio enamorado,<br />

E davas-me o teu braço;<br />

(…)<br />

Aprendo contigo que o amor se constrói. Que o tempo lhe empresta crescimento.<br />

Identifico em ti a honradez da vida. Que não abala com as circunstâncias do acaso.<br />

Vivo a tua rebeldia feita coragem. Que o status quo não faz desvanecer.<br />

Gosto de ti generoso, solidário e livre. O que tu és.<br />

Nesta data especial, parabéns Vitor.<br />

Longa vida com o reconhecimento e carinho merecidos<br />

Um beijo,<br />

Eurídice<br />

- 17 -


- 18 -


- 20 -


- 21 -


Conhecemos o<br />

Vitor Ramalho<br />

há muitos e<br />

muitos anos.<br />

É uma daquelas pessoas que entrou directamente nas nossas vidas, sem necessidade<br />

de apresentar passaporte, como mais um familiar chegado. Desde sempre, é o que<br />

sentimos e que com o passar dos anos se foi agigantando esta relação.<br />

Falar de Vitor Ramalho é falar de amizade pura, camaradagem, solidariedade, carinho.<br />

Amigo do seu amigo, sempre atento ao “nosso” mundo. Quando é necessário defender<br />

valores e causas, aí está o Vitor a defender e a mobilizar, com entusiasmo, crença e<br />

energia que nos contagia: a Constituição, os Direitos Humanos, os mais desfavorecidos,<br />

a Lusofonia (não fosse ele português e angolano).<br />

Mas temos que confessar que há um impulsionador desta Amizade, que com todo o<br />

carinho e respeito lembramos: Mário Soares! A quem o Vitor carinhosamente chamava<br />

“O Nosso Mais Velho”. E assim, será sempre lembrado entre nós.<br />

É, pois, com enorme prazer e sentido de dever de gratidão que te desejamos, querido<br />

Vitor, um aniversário fantástico e os melhores votos de felicidades e muita saúde. E que<br />

te reconfirmamos que podes contar connosco para as batalhas que queiras abraçar…<br />

as tuas batalhas serão sempre, também, as nossas.<br />

Obrigada por existires e contribuíres para o aquecimento dos nossos corações, o<br />

espaço que ocuparás sempre. Precisaremos sempre de ti!<br />

Obrigado, Grande Vítor!<br />

Adelaide, Carla e Osita<br />

- 22 -


Nos setenta anos do nosso<br />

camarada e amigo Vítor Ramalho,<br />

recordamos com alguma emoção, a maneira empenhada e solidária como agiu nos<br />

acontecimentos de finais de 94, Janeiro de 95 – manifestações dos trabalhadores da<br />

Manuel Pereira Roldão - que em defesa dos seus postos de trabalho, enfrentavam as<br />

forças policiais enviadas pelo governo de Cavaco Silva à Marinha Grande.<br />

Solidariedade activa que exprimiu na elaboração de ferramentas jurídicas, permitindo<br />

à Câmara Municipal intervir directamente na gestão da empresa.<br />

Continuámos a encontrar-nos nos em defesa da liberdade e dos direitos sociais,<br />

nomeadamente, quando foi preciso fazer frente aos governos da direita. Sublinhamos<br />

o seu papel na organização de importantes sessões unitárias, que culminaram na<br />

Aula Magna, caminho aberto para pôr termo ao ciclo Passos Coelho e às políticas<br />

então seguidas.<br />

Na passagem deste aniversário e com votos fraternos que se repita, saudamos a<br />

coerência com que continua a defender valores de Abril, entre os quais os do<br />

Serviço Nacional de Saúde, garantindo estar sempre ao seu lado na defesa<br />

desses mesmos valores.<br />

Álvaro Neto Órfão<br />

Aires Rodrigues<br />

- 23 -


Cruzámo-nos na Faculdade de Direito da Universidade<br />

Clássica de Lisboa, mas diferentes anos e percursos<br />

distintos impediram a aproximação.<br />

O seu nome, referência na vida associativa e, em<br />

particular, no tema da descolonização, face à sua<br />

origem e ligação à casa dos Estudantes do Império<br />

circulava já quando, meio deslumbrado, aportei à<br />

Faculdade, vindo do interior.<br />

Viria a ser, sobretudo, na vida política e partidária,<br />

que o nosso relacionamento se estabelece, cresce e<br />

se consolida.<br />

Como membro do governo de António Guterres e<br />

a sua permanente atenção aos problemas sociais<br />

iniciámos uma convivência próxima, no exercício das<br />

funções de ambos, que deu origem a uma partilha de<br />

ideias e sentimentos que nos aproximaram e que<br />

vão, estou certo, resistir à espuma dos tempos.<br />

A sua integração nas listas do Círculo Eleitoral de<br />

Setúbal, a cuja Federação eu presidia, cimenta a<br />

amizade que, então, se intensifica e ganha raízes.<br />

Foi aí que com ele mais tive oportunidade de lidar e<br />

continuar a descobrir toda a dimensão da sua personalidade<br />

e a visão universalista, afetiva e preocupada<br />

dos dias que correm.<br />

Travámos, em conjunto, batalhas comuns que a riqueza da sua multifacetada personalidade<br />

me viria a contagiar e que, estou certo, terão contribuído para um enriquecimento mútuo<br />

que irá perdurar ao longo da vida.<br />

Segue-se a fase do meu distanciamento da atividade política e partidária. Altura propícia<br />

não só à reflexão, mas ainda a uma mais cuidada ponderação e avaliação dos amigos<br />

próximos.<br />

Guardo, assim, do Vítor Ramalho, a memória de um contacto a que apetece sempre<br />

voltar e que, espero, perdure.<br />

Foi para mim muito reconfortante que, no meu distanciamento da vida política ativa e<br />

partidária, em Setúbal, eu tivesse tido a felicidade de constatar que os meus objetivos de<br />

luta pelo desenvolvimento do distrito, correção das assimetrias, valorização da atividade<br />

partidária local, tivessem encontrado no Vítor Ramalho não só um continuador, mas<br />

alguém que, com bonomia e à vontade, os soube ultrapassar.<br />

Para ele vai, assim, a minha homenagem e o voto que a riqueza da sua personalidade e o<br />

exemplo das suas fortes e profundas convicções continuem presentes por muito tempo.<br />

Alberto Antunes<br />

- 24 -


Antes de conhecer pessoalmente o<br />

Vitor Ramalho já o conhecia como o<br />

homem de causas. Lembro-me do<br />

seu papel na gestão do complexo<br />

processo da Lisnave e de o ver como<br />

Secretário de Estado do Trabalho nós<br />

primeiros governos da democracia.<br />

Desde cedo me habituei a reconhecer<br />

no Vitor Ramalho um homem<br />

tolerante e apaixonado pelas suas<br />

causas. Fazedor e cultivador de amizades<br />

sabendo manter relações com<br />

todos, independentemente das inserções<br />

partidárias e ideológicas. Um<br />

fazedor de pontes porque sabe que<br />

a vida nao é monocolor e que todos<br />

têm o seu lugar.<br />

Fiel às suas ideias, nunca escondendo<br />

as suas opções, sem que isso<br />

impedisse a construção de pontes.<br />

A frontalidade não sectária é uma<br />

das suas características que o torna<br />

respeitado por todos.<br />

Cruzamo-nos em vários registos, do governo à vida partidária, e construímos amizade e uma relação de<br />

respeito mútuo. Sempre me senti a aprender com ele. Talvez ele também tenha aprendido alguma coisa<br />

comigo.<br />

Nem sempre estivemos de acordo, mas os desacordos não foram nunca em coisas essenciais. Por<br />

vezes discordâncias táticas e de forma. Mas que nunca puseram em causa o entendimento que<br />

temos sobre as questões fundamentais e sobre o nosso olhar sobre os desafios da sociedade actual.<br />

A crença nos valores centrais do socialismo democrático e na necessidade da refundação da agenda<br />

socialista e da esquerda são elementos que nos aproximam.<br />

Tive o prazer de integrar a comissão distrital de Setúbal do PS, que Vitor Ramalho dirigiu em dois<br />

mandatos. Testemunhei a forma dedicada e incansável com que assumiu essa liderança e com as<br />

transformações que operou naquela estrutura partidária. Não fez tudo bem, como é natural. Mas<br />

marcou a Federação de Setúbal com a sua passagem.<br />

Saindo da vida política activa nunca abandonou a intervenção cívica que continua a ocupar um<br />

lugar central na sua vida e forma de estar.<br />

Quero por tudo isto testemunhar, neste lugar e nesta justíssima homenagem que lhe fazem os<br />

seus amigos e camaradas, aminha amizade e profunda estima e consideração que tenho pelo Vitor<br />

Ramalho e pela firma como se dedica à causa pública e aos seus ideais, que também são os meus.<br />

Um grande abraço e votos de que continues a ser como és.<br />

Alexandre Rosa<br />

- 25 -


Já passaram muitos anos. Nesse tempo, não nos restava seriamente outra opção que<br />

não fosse a de militar clandestinamente contra o regime fascista. E assim, para além da<br />

Faculdade, encontrámo-nos na organização da resistência anticolonial, seguros de que<br />

essa era a batalha essencial contra a ditadura, o campo onde tudo se decidia – como<br />

veio, de facto, a acontecer.<br />

Quando o Vítor foi preso, a minha situação não era também muito segura. Por essa e por<br />

outras razões, não voltámos a encontrar-nos durante algum tempo e, lembro-me, foi no<br />

funeral de um amigo e camarada que estivemos de novo juntos, já depois do 25 de abril<br />

de 1974.<br />

A partir daí e até hoje nunca deixámos de percorrer caminhos que, embora diversos, não<br />

nos separaram, porque a amizade franca ultrapassa diferenças e completa escolhas.<br />

A partir de 1996, trabalhei nos arquivos da Fundação criada pelo Dr. Mário Soares e aí,<br />

naturalmente, dada a amizade que os ligava, cruzámo-nos amiúde, quase sempre<br />

duvidosos de caminhos fáceis que em volta víamos crescer com demasiada frequência.<br />

Não concordávamos em tudo mas nunca abandonámos o sonho comum de viver em<br />

liberdade e de pensar sem submissões neoliberais e convictos de que era preciso trilhar<br />

outros caminhos, ultrapassando temores reverenciais. Assim foi, designadamente, quando<br />

Mário Soares encabeçou as manifestações contra a invasão do Iraque ou, mais tarde,<br />

quando apelou na Aula Magna para “Libertar Portugal da Austeridade” e “Em defesa<br />

da Constituição, da Democracia e do Estado Social”.<br />

Não esqueço também quanto o Vítor Ramalho e o Carlos Luís apoiaram diariamente o<br />

Dr. Mário Soares, sobretudo quando este se encontrou doente e fisicamente diminuído.<br />

Por tudo isso, e ainda pelo trabalho desenvolvido com a UCCLA,<br />

espero que o Vítor não se aposente.<br />

Alfredo Caldeira<br />

- 26 -


Conheci pessoalmente o Vítor nas vésperas<br />

de umas eleições, à porta da sede do Largo<br />

do Rato. “Ouça lá, como é que está a ver<br />

isto?” Perguntou o Vítor, dando de imediato<br />

a resposta: “está mau, não vamos ganhar”.<br />

Certeiro, como sempre. Realista e conhecedor<br />

da vida política, com uma intuição, inteligência<br />

e compreensão invejáveis. Assim é o Vítor<br />

Ramalho, perdemos essas eleições (não por<br />

muito, mas perdemos).<br />

Iniciamos aí a amizade que fomos construindo<br />

ao longo dos anos. O Vítor foi eleito deputado<br />

por Setúbal nessas eleições, desde então<br />

firmamos uma cumplicidade na diferença<br />

de idades que nos separa. Eu àvida por<br />

conhecer, o Vítor com a sua serenidade<br />

explica tudo como se tivesse sido fácil<br />

construir o Portugal Democrático.<br />

Devemo-lo também a si.<br />

A paixão pela Lusofonia deixa-me sempre<br />

com vontade de fazer mais qualquer coisa,<br />

o sonho da total união entre os povos ainda<br />

não é uma realidade. E o Vítor fala longamente<br />

dos afectos africanos, da sua origem<br />

e de como conhece bem esses países e<br />

onde Portugal deve ser a ponte para um<br />

futuro melhor.<br />

São muitas as coisas que posso dizer do<br />

Vítor Ramalho.<br />

Na comemoração dos seus setenta anos<br />

quero celebrar a Amizade e a Solidariedade<br />

que sempre sabe honrar.<br />

Obrigada por ser meu Amigo<br />

e me ensinar tanto.<br />

Um beijinho muito grande de Parabéns<br />

Ana Catarina<br />

- 27 -


Comecei a admirar o Vitor Ramalho muito<br />

antes de ter o privilégio da proximidade.<br />

O Vitor sempre marcou a diferença na sua<br />

intervenção política pública. Pela grandeza<br />

das análises, pela cidadania atenta,<br />

por ir além da pequenez do momento.<br />

Mais perto, reconhece-se um homem de<br />

valores, um homem culto, que dá sentido<br />

à lusofonia e que, mesmo no frenesim do<br />

dia a dia, evidencia com simplicidade que<br />

as artes são bens intemporais que nos<br />

enriquecem enquanto seres humanos e<br />

cidadãos.<br />

Para o Vitor a amizade não é uma palavra<br />

banal ou de circunstância, é lealdade e<br />

generosidade, é compromisso.<br />

Enquanto escrevo este texto sobrevoo a<br />

nossa África, a África que o marcou com<br />

uma serenidade desassossegada que lhe<br />

dá a capacidade de olhar mais longe e a<br />

ânsia da luta pelas grandes causas.<br />

Os amigos que admiramos marcam o<br />

nosso caminho. O Vitor é uma referência<br />

como democrata e cidadão empenhado.<br />

Ana Paula Vitorino<br />

2018. 07.01<br />

- 28 -


Diz-se distinto daquilo que não se confunde, que<br />

é gentil e ilustre. Quiçá por este singelo motivo, o<br />

ímpeto primordial de quem se aventura em escrever<br />

sobre os homens imensos seja, de imediato,<br />

desistir. Todavia, se o cota merece bué de respeito,<br />

merece também o risco e deferência<br />

deste perigoso exercício.<br />

Para falar do Vítor, tomarei sem licença da sua voz.<br />

De timbre distinto, mesclado de mundo e mundividência,<br />

a voz do Vítor não é uma mera voz. É a voz<br />

do Vítor. São os sons da igualdade<br />

e da fraternidade, alinhados em melódica lusofilia.<br />

É afinal, o veículo da palavra avisada, da luta sempre travada, ora perdida, ora triunfada, mas<br />

sempre corajosamente não olvidada.<br />

Todavia, para além da voz e da palavra, o Vítor Ramalho é também sinónimo de gesto em<br />

cada alvorada. Vanguardismo humanista. Um homem imenso com o qual tive, tenho e terei<br />

o privilégio de divergir e convergir em Liberdade. Em resumo, aquilo que é distinto não se<br />

confunde.<br />

André Pinotes Batista<br />

- 29 -


Falar sobre o<br />

Vitor Ramalho é,<br />

entre outras, lembrar o seu<br />

profundo sentido humanitário,<br />

a sua “quási” devoção à causa<br />

da CPLP e perceber o seu<br />

empenhamento nas questões<br />

políticas, económicas e sociais.<br />

A sua filiação partidária e a particular intimidade com o fundador do PS nunca o coibiram de<br />

estabelecer amizade com múltiplas pessoa que, pensando diferentemente, partilhavam com ele<br />

preocupações, anseios ou espaços comuns.<br />

Conheci-o quando de 1983 a 1985 apoiava então directamente o Primeiro Ministro Mário Soares,<br />

acudindo às permanentes emergências laborais ou politicas, procurando encontrar soluções<br />

institucionais para colmatar vulnerabilidades, ouvindo criticas ou sugestões.<br />

Trabalho gigantesco feito com convicção e empenhamento, virtudes que reencontrei quando<br />

no Governo de António Guterres ase ocupava de tarefas semelhantes.<br />

Dele retive e reterei a “força de vontade”, dedicação e argúcia, que lhe permitia inúmeras<br />

vezes ler a realidade melhor e mais rapidamente que a maioria da “classe política”.<br />

Angola é um pilar decisivo na sua vida e empenho que pôs e põe nos problemas de cooperação<br />

quer bilateral, quer no âmbito da CPLP.<br />

Sem ele, a UCLA não teria a projecção externa que evidencia, sem ele, saberíamos menos<br />

do que são e pensam os dirigentes e povos que se integram naquela organização.<br />

O Vitor merece a amizade e o afecto dos que, com ele, partilham os valores da tolerância,<br />

respeito, dignidade e coerência. As singelas palavras que constituem este texto são por isso<br />

uma pálida imagem do que dele se poderia e deveria dizer ou escrever.<br />

Ângelo Correia<br />

- 30 -


Dedicado ao meu amigo Victor Ramalho<br />

A amizade é dos sentimentos mais nobres do ser humano.<br />

Ela é posta á prova nos momentos mais difíceis.<br />

O Victor Ramalho é disso um exemplo.<br />

A minha amizade e admiração pelo Victor nasce pela amizade que o ligava a Mário Soares.<br />

Amigo do meu maior amigo, meu amigo tinha que ser.<br />

Foi nos momentos difíceis de Mário Soares que distante de Lisboa telefonava ao Victor ou<br />

ele tinha a gentileza de me telefonar para me informar da evolução do seu estado de saúde,<br />

com quem praticamente se encontrava todos os dias.<br />

Para mim foi uma ajuda preciosa porque quem estava distante ter informações do meu<br />

maior amigo era um alívio.<br />

Só cidadãos, hoje raros, que nos momentos mais difíceis quando mais se precisa do carinho<br />

dos amigos eles não falham, além da amizade nasce a admiração.<br />

O que me liga hoje ao Victor é uma amizade e uma admiração profunda.<br />

Espero tê-lo como amigo por muitos e muitos anos.<br />

António Campos<br />

- 31 -


Caro amigo Vítor Ramalho,<br />

É uma grande honra poder participar nesta festividade, o seu septuagésimo<br />

aniversário, dirigindo-lhe umas módicas palavras mas com uma enorme carga<br />

emocional.<br />

O Vítor sabe bem o apreço, estima, amizade, respeito e consideração que tenho<br />

por si. Sentimentos que foram naturalmente crescendo desde que nos conhecemos<br />

e quando digo naturalmente é porque não houve nada forçado, o seu carisma é<br />

impulsionador, responsável de alavancar tais sentimentos.<br />

Amigo e companheiro Vítor, vibrei com as vitórias, aprendi com a sua sapiência<br />

e agradeço-lhe todos os saberes e emoções que partilhou e que continuará a<br />

aquinhoar comigo.<br />

Desejo-lhe um feliz aniversário e que a próxima década seja tão boa ou melhor<br />

que a que termina.<br />

Um forte abraço,<br />

António Caracol<br />

- 32 -


É com satisfação que participo na celebração do aniversário do meu amigo Vítor Ramalho.<br />

Falar dele, é referir-me a um homem multifacetado e de uma enorme grandeza de alma.<br />

Trata-se de um cidadão virtuoso na sua essência, que procura viver segundo princípios<br />

e valores que o levam a que seja reconhecido como um ser íntegro e bom. Já Nietzsche<br />

afirmava que a grandeza de alma era inseparável da grandeza intelectual e, de facto,<br />

Vítor Ramalho também possui uma dimensão intelectual fora do comum. Sempre me<br />

surpreendeu a transparência do seu pensamento, a sua capacidade de análise e a sua<br />

incomensurável sensibilidade para abordar assuntos que tivessem a ver com os outros.<br />

Já como politico, impressiona-me a sua visão prospetiva da política, do Pais e do Mundo.<br />

Lembro-me de o ouvir, antes da crise, traçar cenários cinzentos sobre o que aí vinha.<br />

Nem todos aceitaram as suas teses. Contudo, sempre que lançava uma ideia acerca do<br />

que julgava aproximar-se, ele era assertivo.<br />

Uma faceta que muito aprecio na sua pessoa é a sensibilidade artística. Discreto, nunca<br />

escolheu a visibilidade, por vezes tão vazia, do meio artístico. No seu dom de pintar<br />

transmite uma postura ética perante a vida. É por isso, pelo significado que continua a<br />

gerar, que avalio, afinal, a sua dimensão enquanto fazedor de arte.<br />

António Chaínho<br />

- 33 -


A minha relação com o Vitor Ramalho iniciou-se na inesquecível primeira<br />

campanha de apoio à Candidatura de Mário Soares a Presidente da<br />

República, o MASP I.<br />

A partir daí houve, até aos dias de hoje, uma continuidade natural.<br />

Um dia, Mário Soares ligou-me dando-me conhecimento da viagem que<br />

sua Mulher, Maria de Jesus Barroso, iria fazer a Moçambique, onde me encontrava.<br />

De regresso a Portugal marcado, fiquei, claro, para dar todo o apoio<br />

que pudesse. Essa viagem tinha como objetivo a tentativa de entendimento<br />

entre as duas partes em guerra.<br />

E lá estava, ao lado de Maria Barroso, o Vitor Ramalho. Não posso esquecer<br />

o encontro com o Presidente Joaquim Chissano, que muito contribui para<br />

clarificar e dar um contributo positivo ao trabalho para a Paz em Moçambique.<br />

Embora distante fisicamente, não quero deixar de dar os parabéns e enviar<br />

um forte abraço ao Vitor Ramalho,<br />

António Dias da Cunha<br />

Junho de 2018<br />

- 34 -


É com enorme prazer que de Nova Iorque envio um grande abraço de<br />

parabéns ao Vítor Ramalho nesta data tão significativa de uma vida de<br />

grande riqueza e sucesso.<br />

Foi para mim sempre extremamente grato poder conviver e trabalhar<br />

com o Vitor Ramalho sempre em defesa dos mesmos ideais e em muitos<br />

momentos mais significativos da nossa vida democrática.<br />

Nele encontrei permanentemente enorme entusiasmo e dedicação e<br />

generosidade no seu comprometimento com o socialismo democrático.<br />

Vitor ramalho sempre esteve ao lado de Mário Soares, figura central do<br />

Portugal nascido com a Revolução de Abril.<br />

Esta celebração representa uma homenagem profundamente merecida.<br />

Um grande abraço de amizade e reconhecimento,<br />

António Guterres<br />

- 35 -


Falar do Vítor Ramalho é falar de firmeza nas<br />

convicções. É ter presente que os valores<br />

são o suporte da nossa ação e que os mesmos<br />

não cedem nem se moldam em nenhuma<br />

circunstância. Mas falar do Vítor é também<br />

falar de amizade fraterna. Uma amizade<br />

que se funda no companheirismo e na solidariedade.<br />

Na disponibilidade para ajudar, mesmo<br />

quando ajudar passe por não dizer aquilo<br />

que se quer dizer no momento.<br />

Conheci o Vítor na política, em 2002, era o<br />

Vítor candidato a Deputado pelo círculo de<br />

Setúbal. Acompanhei depois toda a sua liderança<br />

no PS distrital e testemunhei a sua<br />

enorme capacidade de fazer e de transformar.<br />

Muitas vezes não estive de acordo, a<br />

maior parte das vezes acompanhei as suas<br />

decisões. Mas o que sempre me impressionou,<br />

em qualquer das circunstâncias, foi a<br />

coragem com que sempre assumiu as suas posições, inclusive coragem física.<br />

Com o tempo tornámo-nos amigos e, quantas vezes, o conselho sábio me é tão<br />

importante.<br />

Parabéns Vítor. Gosto de ser seu Amigo.<br />

António Mendes<br />

- 36 -


Falar de quem gostamos muito, por quem temos admiração,<br />

a quem nos ligam memórias dos melhores e dos<br />

piores momentos da nossa vida é fácil. É só deixar correr<br />

a pena e falar o coração.<br />

Pede-me a Eurídice breves palavras sobre o Victor e eu<br />

direi, de rajada, como ele gosta, solidariedade, amizade,<br />

fraternidade, sabedoria, tenacidade, cumplicidade,<br />

entrega e despojamento, admiração, consideração,<br />

exemplo.<br />

Jovem licenciado em Direito, tive o enorme privilegio de<br />

ser apresentado ao Victor que me adotou em Lisboa,<br />

vindo e Trás-os-Montes, como ele também fora adotado,<br />

vindo da Nova-Lisboa.<br />

Dois estrangeiros em Lisboa, presos por laços da<br />

diáspora, e abertos para o mundo. Sem calculismo,<br />

sem atitudes materialistas, separados por oito anos que<br />

não eram nada. Admirei-lhe logo a escrita e a palavra,<br />

a oratória e a densidade, o verbo e a ação. Soube, de<br />

imediato, que a palavra só tinha sentido se o exemplo<br />

fosse consequente.<br />

O exemplo de uma vida a lutar pela liberdade, pela<br />

igualdade de todos, sem critérios materialistas que<br />

ofuscassem a fraternidade que nasceu daquele encontro,<br />

numa manhã de segunda-feira, na Rua Braamcamp.<br />

Fiquei encantado com a destreza com que vertia para o<br />

papel a síntese de uma história de vida que um trabalhador<br />

despedido lhe enunciara e com a consistência da peça<br />

jurídica que em poucos minutos elaborou, quase sem<br />

rasurar o que quer que fosse.<br />

Falar do Victor é falar da vida política portuguesa, falar<br />

da nossa intervenção como cidadãos de entrega à causa<br />

pública e é falar da defesa intransigente da liberdade e<br />

consequentemente do regime democrático.<br />

É falar de um grande amor à língua portuguesa e aos<br />

povos irmãos que a partilham. O Victor é um exemplo<br />

de intervenção na vida do nosso Portugal. Posso dar<br />

testemunho da sua intervenção quer como advogado,<br />

como governante, como parlamentar, como professor,<br />

como líder partidário e como alto responsável de uma<br />

organização internacional.<br />

Fui seu colega na advocacia, na universidade e no<br />

parlamento e sei da sua frontalidade no uso da palavra,<br />

essa arma que qualquer deputado tem de utilizar sem<br />

freios ou condicionamentos de outra natureza.<br />

Espirito livre, frontal e respeitado, nunca vacilou nem<br />

se submeteu a lógicas aparelhísticas mas sempre esteve<br />

atento a concertação social e económica lutando<br />

por uma sociedade em que todos tenham as mesmas<br />

oportunidades.<br />

Está preparado para o futuro, porque sempre esteve à<br />

frente na leitura dos melhores caminhos a trilhar pelo<br />

povo português, cuja história conhece profundamente.<br />

Impressiona a sua capacidade de trabalho, a sua inteligência<br />

prática e o respeito que granjeou entre todos os<br />

povos falantes da língua portuguesa.<br />

Tenho o privilégio de ser seu amigo e companheiro e<br />

isso contribui para fazer de mim um homem melhor.<br />

Um abraço Victor.<br />

António Ramos Preto<br />

- 37 -


Vitor Ramalho:<br />

Um Bom Cidadão<br />

Exerceu as mais diversas funções na vida política, tendo sempre<br />

presente a ideia de serviço público.<br />

Quando o conheci era Secretário de Estado do Trabalho, tendo<br />

sido, mais tarde, Secretário de Estado Adjunto do Ministro<br />

da Economia e Consultor da Casa Civil do Presidente da<br />

República.<br />

Foi, ainda, um parlamentar, particularmente, dinâmico e um<br />

bom Presidente do Fórum dos Parlamentares de Língua<br />

Portuguesa.<br />

Testemunhei o papel, altamente, positivo que desempenhou<br />

na pacificação de Moçambique, quando eu era Presidente do<br />

Movimento para a Paz e a Democracia naquele país, ajudando<br />

a promover o diálogo entre a Frelimo e a Renamo.<br />

Tendo sido, desde sempre, um apaixonado pela vida, soube,<br />

nos momentos críticos, adoptar uma postura lúcida e, por isso<br />

mesmo, realista.<br />

Com o passar dos tempos, fui desenvolvendo com o Vitor uma<br />

amizade sincera e profunda.<br />

Sempre se moveu pelos ideais da Tolerância, da Democracia<br />

e da Liberdade.<br />

Volvidos muitos anos, é legítimo concluir-se que tê-lo como<br />

amigo é motivo de orgulho.<br />

Não é só porque se trata de um bom amigo, de um bom<br />

cidadão, de alguém de bem, de um defensor da lusofonia, de<br />

alguém que ama a liberdade.<br />

É, também, porque se trata de um verdadeiro patriota, com<br />

orgulho na nossa História, enfim, de um Bom Português.<br />

António Rebelo de Sousa<br />

- 38 -


Nos 70 anos de Vítor Ramalho<br />

A vida leva-nos por muitos caminhos. Por escolha, por obrigação ou tão-só<br />

por acaso. Em cada lugar, há pessoas à nossa espera, ou somos nós que as<br />

procuramos. No fim, o que ficam são os seus gestos, com tudo o que representam.<br />

Na reitoria da Universidade de Lisboa, aprendi a distinguir dois tipos de professores:<br />

os que entravam no meu gabinete apenas, e unicamente, para resolverem<br />

problemas pessoais; e aqueles que vinham sempre para resolver assuntos da<br />

própria universidade.<br />

Na política tive uma experiência semelhante. Uma campanha, e mais ainda uma<br />

campanha presidencial, é uma longa maratona, com altos e baixos, momentos<br />

de euforia e de desalento. Aprendi a distinguir dois tipos de pessoas: as que<br />

se aproximavam, e se mostravam, nos momentos fáceis, mas logo se tornavam<br />

invisíveis nos momentos difíceis; e aquelas que apareciam quando mais precisávamos<br />

de uma palavra ou apenas de um olhar.<br />

A campanha presidencial permitiu-me conhecer melhor Vítor Ramalho. Vi nele<br />

uma dedicação profunda a causas, a ideais, que vão muito para além de nós, e<br />

dos nossos interesses. Pude sempre contar com a sua presença, principalmente<br />

nos momentos mais duros, quando se percebe bem o calculismo de uns e a<br />

generosidade de outros.<br />

Quero dizer-lhe que não esqueço estes gestos e tudo o que representam.<br />

No fim, são eles que ficam. Para sempre.<br />

Muito obrigado.<br />

- 39 -<br />

António Sampaio da Nóvoa


Conheci Vitor Ramalho há mais de 15 anos.<br />

Estabeleci com ele uma relação mais próxima quando exerci<br />

as funções de presidente da Comissão Política Concelhia de<br />

Santiago do Cacém do Partido Socialista. Era então Vitor<br />

Ramalho presidente da Federação de Setúbal do PS.<br />

Para além da inteligência, reconheço nele uma forte determinação<br />

nas causas que abraça, sempre balizadas pelos princípios<br />

da liberdade e da tolerância. Recordo com gratidão a<br />

solidariedade e disponibilidade manifestadas aquando da minha candidatura<br />

à presidência da Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Elas marcaram,<br />

pela positiva, um tempo de combate político que teve tanto de difícil quanto<br />

de entusiasmante. Trata-se de um homem de livre pensamento e de voz<br />

presente com quem tive o grato prazer e trabalhar e que aqui felicito pela<br />

passagem de mais um aniversário.<br />

Arnaldo Frade<br />

- 40 -


Um homem bom define-se pelo seu carácter.<br />

Esta é a forma que encontro para definir<br />

o Vítor Ramalho, um grande homem com<br />

uma personalidade bem vincada e gestos<br />

maiores ainda.<br />

Quando iniciei o trabalho no Partido<br />

Socialista dando apoio à sua presidência<br />

na Federação de Setúbal comecei por<br />

conhecer o homem para além da imagem<br />

que dele tinha criado.<br />

Confesso que tinha algum receio pois o<br />

perfil que tracei no meu imaginário era de<br />

alguém muito inflexível.<br />

Verifiquei logo desde o início que se<br />

tratava de um homem muito cordial,<br />

compreensivo e justo.<br />

Tenho sempre presente esta lição, que<br />

não obstante os cargos que possamos<br />

ocupar nunca devemos perder a nossa<br />

essência nem tão pouco o nosso humanismo.<br />

Recordo-me de todas as vezes que de<br />

forma verdadeira me perguntou a minha<br />

opinião e a escutou, transmitindo-me a<br />

sua capacidade de aceitar a crítica.<br />

Jamais esquecerei este Homem que me<br />

ajudou a ser um homem melhor.<br />

Obrigado Vítor.<br />

Bruno Carapinha<br />

- 41 -


O meu Amigo Vítor Ramalho<br />

Conheci o Vítor Ramalho através do meu marido,<br />

Rodrigues Maximiano, (Max) já lá vão<br />

muitos anos.<br />

E confesso que, por ser amigo do Max, desde<br />

logo o aceitei como amigo também, porque<br />

o meu marido era exigente nos afetos e se<br />

considerava alguém como Amigo(a) é porque<br />

esse Alguém era um Humanista, Leal, Solidário,<br />

defensor de grandes causas…<br />

Assim se revelou o meu amigo Vítor Ramalho.<br />

E se é fácil falar do Vítor, maior a dificuldade<br />

em resumir em poucas linhas a admiração e o<br />

carinho que por ele sinto, as razões porque o<br />

considero um Ser Humano fantástico!<br />

Excelente político, dedicou-se à Causa Pública<br />

com o denodo e vontade de Servir e Fazer<br />

Bem.<br />

Admirável na sua personalidade Humanista,<br />

sempre se bateu por causas, defendendo a<br />

Justiça, pugnando por uma melhor e mais solidária<br />

repartição da riqueza.<br />

Passeia-se com destreza de Artista na pintura e escreve com o coração nas mãos.<br />

O último dos seus livros, dedicado ao Sr. Presidente Mário Soares, é um hino à ternura, à amizade<br />

e ao respeito por um Grande Estadista, visto por dentro, no interior dos seus pensamentos, das<br />

suas ideias, nos projectos do Futuro sonhado por dois grandes Amigos, dois Grandes Homens,<br />

em conversas intimistas, esculpindo, pela utopia um Portugal melhor, de progresso, liberdade e<br />

democracia.<br />

Adorei!<br />

Mas é sobretudo do Ser Humano de excelência que o Vítor é, que quero falar agora.<br />

A amizade que nos une é um dos patrimónios que me importa preservar. De uma inteligência ágil<br />

e emocional está atento a tudo o que o rodeia, sempre bem-disposto, com a sua voz suave que<br />

nunca se altera, transmite o conforto e a tranquilidade de alguém que não falhará quando dele<br />

precisarmos. Nas boas e nas más horas. É um prazer falar com ele e a sua conversa é sempre<br />

uma aprendizagem que nos torna maiores e melhores. A dignidade da pessoa humana, a defesa<br />

dos mais necessitados, os ideais do seu socialismo democrático, brotam-lhe do seu Pensamento<br />

até à palavra escrita e oral.<br />

Sinto-me orgulhosa de o conhecer, de ser sua amiga e por saber que os mais ignorados, anónimos<br />

e desafortunados dos cidadãos do Mundo têm nele um Defensor convicto, intrépido e inquebrável.<br />

O Vítor é um Grande Homem, um Grande Político e, sobretudo, um Grande Amigo, um Amigo meu<br />

que não dispenso.<br />

***<br />

Lisboa, 9 de Julho de 2018.<br />

Maria Cândida Almeida<br />

- 42 -


Dr. Vitor Ramalho o meu muito obrigada por me permitir<br />

que faça parte do seu grupo estreito de amigos sinceros.<br />

Serei sua amiga para toda a vida. Obrigada por ter<br />

feito parte do meu grande e maior evento que foi casar<br />

no qual o Dr. quis marcar presença e muito obrigada<br />

por me continuar a fazer acreditar que a classe política<br />

em geral é integra e digna da função que exerce na<br />

sociedade.<br />

O Dr. fez parte integrante de grandes acontecimentos<br />

na nossa sociedade portuguesa assim como fez parte<br />

da minha, profissional e pessoal.<br />

Os meus muitos parabéns.<br />

Carla Joblig<br />

- 43 -


No dizer de Almeida Santos, Vitor Ramalho é o africano mais português e o português mais africano<br />

e, se me é permitido , a par de José Aparecido de Oliveira, o mais lusófono.<br />

Nascido em Angola, seria em Lisboa, enquanto estudante na Faculdade de Direito, que adere ao movimento<br />

de revolta estudantil para derrubar a ditadura e pela autodeterminação e independência das<br />

ex-colónias portuguesas. Por tais actos viria a ser punido severamente pela PIDE. Derrubada a ditadura,<br />

participou activamente na consolidação da liberdade e da democracia e não tardou a ser uma<br />

figura de referência no mundo sindical e político. Vitor Ramalho, sempre que foi chamado a desempenhar<br />

funções públicas quer a nível do governo, do parlamento ou de outras instituições, sempre se<br />

pautou por um escrupuloso rigor de servidor público “ blindado à prova de bala “ e com uma enorme<br />

capacidade de trabalho - por onde passou deixou obra feita.<br />

Enquanto governante, Vitor Ramalho recuperou dezenas e dezenas de empresas falidas, entre elas a<br />

emblemática “ LISNAVE “; na INATEL recuperou e modernizou as unidades hoteleiras e outros equipamentos<br />

da instituição; presentemente, na UCCLA, não só está a fazer obra como já fez história ao<br />

convocar figuras históricas dos movimentos de libertação dos países de língua portuguesa para participarem<br />

em duas conferências ( Coimbra e Lisboa ) subordinadas ao tema “ A luta pela independência<br />

“. Neste evento estiveram presentes cerca de 100 ex-combatentes, entre eles 14 ex-primeiros ministros<br />

e 4 ex-chefes de estado. As intervenções dos conferencistas foram publicadas constituindo, assim, um<br />

acervo de indispensável consulta para quem queira conhecer a história da luta pela independência<br />

das ex-colónias portuguesas.<br />

Passados 44 anos após a descolonização, nenhum organismo português teve o arrojo e visão estratégica<br />

para levar a cabo um evento desta natureza. Só a determinação, a coragem e, sobretudo, a<br />

ligação afectiva que Vitor Ramalho tem e cultiva com os povos do mundo lusófono tornou possível este<br />

acontecimento.<br />

Pela forma urbana, culta e livre como se exprime, sem abdicar dos seus valores e princípios, é chamado<br />

com frequência pelos órgãos de comunicação social para se pronunciar relativamente a noticias<br />

do país e do mundo e, muito em particular, dos países de língua oficial portuguesa.<br />

Não foi por acaso que Mário Soares o chamou para seu colaborador na presidência da república.<br />

Mário Soares sabia que podia contar com o seu amigo. Entre os muitos eventos que levaram a cabo,<br />

realço o último: as duas Aulas Magnas. Mário Soares sonhou e Vitor Ramalho executou.<br />

Quem tem o privilégio de conhecer e conviver com Vitor Ramalho sabe que é um homem solidário e<br />

que está sempre presente nos bons e nos maus momentos. A nossa relação de amizade com o Vitor<br />

leva-nos a considerá-lo como um elemento da família.<br />

- 44 -<br />

Obrigado, Vitor Ramalho<br />

Carlos Luiz e Maria de Jesus


Quem conhece o Vítor Ramalho sabe que ele é um Ser Humano pertencente<br />

àquele pequeno e muito restrito grupo de pessoas extraordinárias<br />

que qualquer um de nós tem o privilégio de contar no seu ciclo de vida.<br />

O Vítor é um Homem de carácter, determinado e solidário. Também é<br />

romântico, apaixonado e guerreiro pelas suas causas. O Vítor é uma<br />

Pessoa que abraça e empenha pelo futuro, sem esquecer tudo o que<br />

foi o passado.<br />

Para o Vítor não há fronteiras nem obstáculos impossíveis - qualquer<br />

que seja a dimensão em que estes se apresentam, pessoal ou profissional<br />

- pois todo o seu percurso de vida foi derrubar problemas e alcançar<br />

soluções, servindo, por isso, de referência para todos nós.<br />

O Vítor é o amigo que nunca falha, em especial nos momentos mais<br />

adversos.<br />

É simples e generoso, preocupado e atento, genuíno e leal. O Vítor é<br />

tudo isto e muito mais. Que a estes 70 anos do Vítor que agora celebramos,<br />

muitos mais se somem. E que a esta nova década que agora<br />

surge, o Vítor saiba que pode contar connosco, como sempre contou.<br />

Carlos Manuel Castro<br />

- 45 -


Caro Vitor tive a honra de ser convidado para escrever<br />

umas palavras neste dia tão especial em<br />

que comemoras os teus 70 anos de idade.<br />

A primeira frase que me veio à cabeça foi a do<br />

filósofo Immanuel Kant - “A amizade é semelhante<br />

a um bom café; uma vez frio, não se aquece sem<br />

perder bastante do primeiro sabor.”<br />

O facto é que a nossa amizade nunca arrefeceu<br />

antes pelo contrário ao longo dos anos tem-se<br />

apurado, tem ganho o sabor do tempo. Um “café”<br />

que está permanentemente quente.<br />

Afinal o que nos tornou amigos?<br />

Esse valor social que identifica, qualifica e guia<br />

princípios universais; esse teu sentimento de identificação<br />

em relação ao sofrimento dos outros;<br />

essa tua ausência de submissão e de servidão;<br />

esse teu amor à Liberdade.<br />

Como é bom ter-te como Amigo.<br />

Um abraço fraterno<br />

Carlos Mendes<br />

- 46 -


Caríssimo<br />

Vitor Ramalho,<br />

Neste meu despretensioso testemunho,<br />

agora que comemoras o teu 70º aniversário,<br />

não quero deixar de relevar a tua dimensão<br />

humanista, certamente cimentada<br />

pelas tuas multifacetadas experiências<br />

de vida, muitas já dignamente louvadas.<br />

Mais que enaltecer o teu reconhecido currículo<br />

profissional e político, deixa-me que<br />

realce o teu lado fraterno e o teu apego à<br />

democracia na defesa intransigente dos<br />

valores da liberdade e da solidariedade.<br />

Na tua preocupação em visualizar a evolução<br />

dos tempos, a forma como as tuas<br />

inquietações te impelem a manifestá-las,<br />

independentemente dos poderes que<br />

possam eventualmente estar em causa.<br />

Das vivências tidas em conjunto, permito-me<br />

realçar a tua capacidade de, não só saber<br />

ouvir, respeitando diferenças, mas também<br />

de potenciar causas e projetos assentes<br />

na congregação das vontades em que te<br />

incluis como par.<br />

Tem sido um privilégio a consideração e estima que sempre<br />

me tens dispensado e que espero ter retribuído da<br />

mesma maneira.<br />

Parabéns Vitor. Um dia (de muitos, muitos mais) com o<br />

que mais te provier e faz o favor de ser feliz.<br />

Forte abraço,<br />

Carlos Martins Pires<br />

- 47 -


Conheci o Dr. Vitor Ramalho na secção do PS de Sacavém, na<br />

apresentação da sua candidatura à Câmara Municipal de Loures<br />

em 1985.<br />

Retirei daquele primeiro contacto a sua eloquência, determinação,<br />

capacidade de intervenção e as profundas convicções que<br />

o têm acompanhado ao longo do seu percurso político.<br />

Sempre lhe admirei a sua amizade por Mário Soares, figura lendária<br />

da Democracia e lutador incansável pela Liberdade, tendo partilhado<br />

com ambos alguns momentos de maior intimidade quando<br />

me lancei para a aventura da UGT. Só um verdadeiro democrata<br />

e socialista convicto poderia partilhar a amizade profunda do Pai<br />

da democracia portuguesa.<br />

E julgo não me ter equivocado.<br />

A passagem de Vitor Ramalho por várias funções ligadas ao mundo do Trabalho acabaram<br />

por enraizar em mim a admiração que nutro por ele (fosse na pasta do Trabalho enquanto<br />

Secretário de Estado, fosse na liderança da Fundação INATEL, fosse ainda como advogado<br />

de sindicatos, ao serviço dos trabalhadores), facto que me levou a aceitar a gentileza do<br />

convite para escrever algumas linhas sobre o percurso de vida deste camarada militante<br />

activo e apaixonado do PS, mas também de causas e valores.<br />

Termino por elogiar a sua paixão a África e ao mundo da Língua portuguesa, tarefas que<br />

têm granjeado, através da sua acção e intervenção permanente, um reforço dos laços que<br />

unem as nossos pátrias irmãs.<br />

Desejo a Vitor Ramalho as maiores venturas para o futuro, mas acima de tudo transmito-lhe<br />

a minha sincera admiração pelo seu passado e por tudo quanto a sua acção em prol da<br />

Democraia e da Liberdade ajudou a consolidar o nosso Portugal.<br />

Bem Haja por estes 70 anos de uma vida cheia.<br />

Com amizade e muita estima.<br />

Carlos Silva<br />

- 48 -


Vitor Ramalho, um Homem sempre no seu tempo!<br />

A imagem que tenho do Vitor é a de um Homem a agir<br />

sempre no tempo certo!<br />

Acompanhei o seu percurso quando, nos anos oitenta,<br />

ele foi advogado sindical em dois sindicatos – o<br />

dos Escritórios de Lisboa, um dos baluartes da UGT<br />

então dirigido pelo António Janeiro, e o dos Capitães e<br />

Oficiais Náuticos, na altura dirigido pelo Ruben Rolo, um<br />

dos principais dirigentes da CGTP-IN e da Corrente Sindical<br />

Socialista desta confederação e, depois, quando<br />

foi Secretário de Estado do Trabalho.<br />

Mais tarde, já nos anos noventa, num grande conflito<br />

laboral em que eu estava profundamente envolvido, o<br />

Vitor tentou fazer a “ponte” entre a empresa e o “meu”<br />

sindicato no sentido de o solucionar – o que não foi possível concretizar devido à rigidez<br />

da administração.<br />

E fui acompanhando, ao longo dos anos, o seu percurso politico, desde a sua assessoria<br />

ao Presidente Mário Soares até à sua excelente presidência do INATEL, passando pela<br />

presidência da Federação de Setúbal do PS ou pelos artigos que vai publicando amiúde<br />

na imprensa.<br />

A percepção que construi sobre o Vitor (e do pouco que, infelizmente, tenho convivido<br />

com ele), é o de um Homem portador de um conselho sábio, reflectido e moderado mas,<br />

simultaneamente, de um Homem de acção, mesmo se agindo de forma discreta, que deixa<br />

marcas indeléveis por onde passa.<br />

Há, porém, um sinal que é a imagem de marca de Vitor Ramalho, e que é fundamental<br />

sublinhar – o seu grande Amor a África, muito particularmente a dos países de expressão<br />

portuguesa, do legado de Portugal depois da descolonização, da importância da CPLP<br />

como plataforma estratégica para projectar mais a Língua Portuguesa (e o nosso País) no<br />

Mundo.<br />

O Vitor é um “militante da causa africana e da CPLP” – este é um justo título para quem fez<br />

sua esta causa, como aliás se demonstra actualmente, pelo notável trabalho que vem realizando<br />

como Secretário-geral da UCCLA, União da Cidades Capitais de Língua Portuguesa.<br />

E este é o tempo certo (e necessário) para valorizar África e dignificar os cidadãos africanos<br />

– nestes tempos em que o racismo e a xenofobia vagueiam à solta em discursos de lideres<br />

mundiais, mais uma vez o Vitor está no seu tempo!!<br />

Parabéns Vitor – e força!!!<br />

Carlos Trindade,<br />

- 49 -


Nos 70 anos do meu amigo e companheiro Vítor Ramalho, destaco<br />

alguns traços da sua personalidade que mais admiro. Em primeiro<br />

lugar, a coragem. Contido na sua intrínseca modéstia, o Vítor leva<br />

uma vida inteira de profundo empenhamento em causas nobres e<br />

de risco. O seu ‘animus conspirandi’ e a militância antifascista e anticolonial<br />

cedo o levaram aos tribunais plenários. O Vítor faz parte de<br />

uma geração ambiciosa que soube aliar-se com humildade aos mais<br />

experientes. Para com eles lutar, aprender e evoluir. A sua amizade<br />

com Mário Soares tornou-se lendária. Um símbolo da capacidade de<br />

os belos espíritos se encontrarem. A iluminada sabedoria em eleger<br />

aliados e mestres fez deles amigos certos para sempre. Coragem<br />

e generosidade são porventura as duas marcas de carácter mais<br />

salientes do cidadão Vítor Ramalho. O amor a Portugal, sem esquecer<br />

a África-mãe, balizaram sempre a sua intensa acção política e<br />

cívica. Estou-te muito grato, meu querido e eternamente jovem Vítor.<br />

Carlos Vargas<br />

- 50 -


Conheci o Dr. Vitor Ramalho, por quem nutro grande estima e admiração, no âmbito das<br />

actividades da Fundação Mário Soares, da qual tive o prazer e honra de ser colaboradora<br />

durante 20 anos.<br />

Foi todavia em 2005 que tive a oportunidade de privar e trabalhar de perto com o Dr.<br />

Vitor Ramalho, quando integrei o MASP III e colaborei na Sede Nacional de Campanha<br />

para as Eleições Presidenciais. Nesses intensos meses de trabalho, o profissionalismo,<br />

empenho e dedicação com que coordenou a “equipa do Éden”, levou-nos a abraçar,<br />

com espírito de missão, energia e entusiasmo, toda a nossa actividade.<br />

Embora os resultados eleitorais não fossem os desejáveis, não tendo o nosso candidato<br />

passado à segunda volta, guardo gratas recordações desses meses em que trabalhámos<br />

arduamente para uma mesma meta, eleger o Dr. Mário Soares Presidente pela terceira<br />

vez. Acima de tudo, desenvolvi laços de amizade que ainda hoje perduram.<br />

Por tudo o que me deu a aprender,<br />

Dr. Vitor Ramalho, o meu muito obrigada.<br />

Catarina Delaunay<br />

- 51 -


O Vítor Ramalho é uma pessoa a quem não ficamos, nunca, indiferentes. Por vezes até<br />

nos desconcerta pela sua atitude conciliatória e dialogante, outras vezes pelo seu desalinho<br />

e vivacidade na defesa de ideias e posições.<br />

Político, escritor, artista plástico, sempre com uma alma lusa e africana que se misturam<br />

na sua natureza e na sua vivencia, que o marcam enquanto homem da lusofonia.<br />

O Vítor Ramalho gosta da vida por todas as coisas que a vida oferece – as ideias, as<br />

palavras, as pessoas, as amizades, as artes, a comida, as viagens, os arrebatamentos<br />

como o ouvi afirmar numa entrevista dada na inauguração de uma exposição das suas<br />

pinturas.<br />

Conheci-o na política em Setúbal e com ele travei fortes e difíceis batalhas que, apesar<br />

de podermos não ter estado sempre de acordo, a verdade é que estivemos sempre do<br />

mesmo lado da barricada, porque nos valores e nos princípios o Vítor é um homem que<br />

defende e ama a democracia, a liberdade, a igualdade e a fraternidade.<br />

Catarina Marcelino<br />

- 52 -


A Amizade é como uma<br />

criança que nasce, cresce<br />

e se vai fortalecendo com<br />

o correr dos anos....<br />

Parabéns querido Amigo<br />

Vitor Ramalho!<br />

Clotilde Fava<br />

- 53 -


Tenho de fazer uma declaração de<br />

princípio que é ser reconhecido<br />

público que sou muito amigo do Dr. Vítor<br />

Ramalho e que este tem tido para<br />

comigo, sempre e ao longo dos anos,<br />

um reconhecimento de mútuo de amizade<br />

que urge enaltecer.<br />

Ao longo dos tempos, estive sempre<br />

em sintonia com o mesmo, e em iniciativas<br />

e decisões partidárias que o<br />

tempo se encarregou de vir publicitar<br />

como corretas e pois urge enaltecer<br />

o seu sentido cívico nas diversas iniciativas<br />

politico partidárias e outras<br />

demonstrativas do Dr. Vítor Ramalho<br />

ser um Comandante de navio, que via sempre, e antes dos demais, para<br />

onde soprava o vento e daí é justo referir a sua coerência e entendimento<br />

cívico, hoje nacional e internacionalmente reconhecido, não sendo por<br />

mero acaso os múltiplos cargos que ocupou, e ainda ocupa, e estes<br />

sejam não um crédito cobra, mas sim um reconhecimento da sua grande<br />

estatura como interventor público sempre coerente e incontroversamente<br />

também, que para além da sua reconhecida aderência partidária<br />

ao PS, este é um verdadeiro cidadão dedicado às causas cívicas, não<br />

sendo de esquecer a sua ligação às questões da sua terra natal de além<br />

mar, de Angola.<br />

Ainda recentemente estive com ele, a propósito da crónica de “Uma<br />

Amizade Fixe”, onde quis realçar e legar, para os vindouros, a sua dedicação<br />

a um dos maiores da nossa história democrática, o Dr. Mário Soares,<br />

com quem conjuntamente tiveram iniciativas que marcaram o aspeto<br />

político e demonstrativas de ser o Vítor Ramalho, para além do mais, um<br />

verdadeiro Amigo que urge realçar e, pois, devo concluir dizendo, que<br />

muito para além das questões cívicas e do seu percurso político, muito<br />

mais me honra a sua amizade, e é por isso que quero que ela perdure<br />

sempre como “Uma Amizade Fixe”.<br />

Forte e grande Abraço Vítor Ramalho<br />

Costa Amorim<br />

- 54 -


41 - Cucha Carvalheiro<br />

A nossa amizade faz setenta anos! Brindemos!<br />

Querido Victor,<br />

Da nossa infância na Cáala, recordo as brincadeiras na rua, as goiabeiras a que trepávamos<br />

nos quintais, sem medo das cobras e lagartos com que os europeus imaginam África. Liberdade<br />

e prazer dos desafios. Grandes horizontes, naquele planalto a dois mil metros, tão perto<br />

das estrelas que nos convidavam a sonhar o céu como limite.<br />

Mas recordo também as matinées de domingo no cinema, a que nós, meninos brancos, assistíamos,<br />

confortavelmente instalados, aos filmes do Roy Rogers, enquanto os meninos pretos<br />

eram empurrados para as traseiras do écran. Ou a estação do caminho de ferro, construída pelos<br />

ingleses, com o grande mural de azulejos a deturpar o nome da terra: Vila Robert Williams.<br />

Cáala era o nome dos “indígenas”, a quem eram impostas instalações sanitárias à parte: “Homens”,<br />

“Senhoras”, “Indígenas”, como se o “sim senhor” dos negros fosse diferente do nosso.<br />

Primeiras mas indeléveis impressões de injustiça, o sentido da justiça a crescer dentro de nós.<br />

Na adolescência e juventude, a “Metrópole” não é a pequena vila que nos aproxima, o sentimento<br />

de “família” reacende-se em cada encontro, mas, a pouco e pouco, a vida foi-nos<br />

separando e fomos seguindo à distância os precursos um do outro.<br />

Reencontrámo-nos improvavelmente, já na maturidade, quando confiaste em mim para dirigir<br />

o Teatro da Trindade, tutelado pela Fundação Inatel, a que presidias.<br />

Se tivesse que resumir as qualidades da tua liderança, que são, afinal, os grandes pilares da<br />

tua vida, iria buscar os valores que aprendemos na Caála da nossa infância: a liberdade para<br />

ver mais longe, o prazer do desafio, o sonho por grandes horizontes, o sentido da justiça, a<br />

solidariedade.<br />

Como cantava o Brel da nossa juventude:<br />

Il nous fallut bien du talent<br />

Pour être vieux sans être adultes !!!<br />

- 55 -<br />

Um grande beijo de parabéns.<br />

Cucha Carvalheiro<br />

Julho de 2018


42 - D. Januário Turgal Ferreira<br />

Lanço mão desta oportunidade para confessar a minha mágoa de me não ter sido<br />

possível anuir ao convite do Senhor Dr. Vitor Ramalho para apresentar o seu livro sobre<br />

a pessoa do Senhor Dr. Mário Soares.<br />

Tendo-lhe respondido com a verdade (estava convidado para Paris, onde teria lugar,<br />

nos princípios de Dezembro de 2017, um encontro/simpósio sobre migrações e lusofonia,<br />

cabendo-me uma Comunicação sobre diálogo inter-religioso), vim a tomar<br />

conhecimento, de forma indirecta, que o tema proposto era dispensado de entrar em<br />

cena. Coisas que acontecem…<br />

Guardo na lembrança (irmã-gémea da esperança segundo Leonardo da Vinci) a sensibilidade<br />

do Senhor Dr. Vitor Ramalho às carências sociais, às dificuldades comuns<br />

da existência e aos magnos problemas do mundo e concomitantemente, o seu empenhamento<br />

por via de opções políticas bem concretas, desde a sua vida de estudante<br />

universitário, acolhendo, sem pausa, responsabilidades sempre na luta pelo bem comum.<br />

A Lusofonia, e, singularmente, a sua “herança” angolana, as diferenças culturais e a<br />

sua convergência, a defesa da Dignidade humana, o pesar, indisfarçável em não poucas<br />

ocasiões, por não ter sido seguida uma ponte mais sólida entre o Portugal democrático<br />

e outros domínios estratégicos, a coragem sempre a tempo contra injustiças<br />

e desvarios, estes e tantos outros, constituíram ingredientes de uma personalidade<br />

desassossegada, inteligente e comprometida.<br />

Faltam ajustes<br />

Mas, na multidão de afazeres, gostos, ofícios e canseiras, destaco a sua vinculação<br />

estreita, senão familiar, com Maria Barroso e Mário Soares, num misto de estima e respeito,<br />

de proximidade e consideração, de independência e fidelidade, de militância<br />

por causas e convicções.<br />

Confesso que, vivendo longe no Porto, minha terra natal, sinto, amiúde, saudades fundas<br />

de Maria Barroso e Mário Soares, tão amigos, tão confidentes, tão batalhadores,<br />

e, nesse convívio e diálogo, lá me surge sempre, afável e fraterno, o Dr. Vitor Ramalho.<br />

No confluir de críticas e ideias tinham que estar sempre presentes as aspirações por<br />

um Portugal sem estigmas de injustiça e pobreza, sem intolerância nem tiques inquisitoriais.<br />

Nesta fonte da velha ágora deve ter-se sempre dessedentado o Dr. Vitor<br />

Ramalho, tal a sede que se lhe pressentia por soluções a serem assumidas, de forma<br />

inequívoca, por um Estado de Direito.<br />

Neste mesmo cambiante nunca foram dispensadas a Justiça e a Amizade, da sua<br />

prática, nos jantares de Domingo ou de dias feriado, de pareceria com um outro casal,<br />

fazendo sempre companhia aos residentes do 3º andar da Rua Dr. João Soares, nº 2,<br />

em Lisboa.<br />

Ao saudar-se uma Vida com sentido, fica-se com outro sabor!<br />

Januário Torgal Ferreira<br />

Bispo emérito das Forças Armadas e de Segurança<br />

- 56 -


43 - Diana Andringa<br />

Há entre nós cerca de um ano e quatro centenas de quilómetros – é bem maior<br />

que Portugal a terra onde nascemos – mas aproximaram-nos o amor por essa<br />

terra – que nos fez passar pela mesma prisão e até partilhar o mesmo advogado<br />

– e o respeito pela memória daqueles que lutaram para que ela, e nós, fôssemos<br />

livres.<br />

Na verdade, embora vivamos ambos em Portugal, os temas Angola e Casa de<br />

Estudantes do Império surgem normalmente ligados aos nossos encontros, sejam<br />

o I congresso dos Quadros Angolanos no Exterior, o Cinquentenário do fecho da<br />

Casa dos Estudantes do Império – cujo programa coordenou – ou um Encontro de<br />

Escritores de Língua Portuguesa, dinamizado pela UCCLAA.<br />

Faltam ajustes<br />

Não sei se por ser um ano mais novo, se por disposição genética, o Vítor mostrase,<br />

quase sempre, mais optimista do que eu sobre os temas que nos unem. Mas<br />

creio que, no fundo, se trata apenas de silabar mais forte “não foi isto que nós<br />

combinámos” ou “a luta continua”. Porque, num caso ou noutro, do que nunca se<br />

trata é de desistir. Nem da luta, nem da memória, que faz parte dela.<br />

Septuagenários, sim, mas não amnésicos.<br />

- 57 -


45 - Duarte Cordeiro<br />

Tenho o Vítor Ramalho, a quem quero felicitar vivamente pela celebração<br />

do seu 70º aniversário, como uma voz incontornável, que tem<br />

de ser escutada com atenção por todos aqueles que partilham do<br />

nosso ideário, o do socialismo democrático. A sua experiência, que<br />

lhe confere uma assinalável objetividade e também uma dose extra<br />

de serenidade, o seu saber, o seu sentido de responsabilidade, mas<br />

também o apego às causas que assume como suas, são indiscutíveis<br />

mais-valias para todos nós, os seus camaradas. Todos os partidos,<br />

na continuidade da sua história, precisam de pessoas assim – talvez<br />

possamos chamar-lhes de consciências - e o PS tem muita sorte em<br />

poder contar com o Vítor Ramalho. Espero que continue por muitos<br />

anos, atento e atuante, a dar-nos a felicidade de escutar a sua voz e o<br />

seu conhecimento, ajudando-nos Faltam ajustes a pensar e a decidir melhor.<br />

Obrigado, Vítor Ramalho.<br />

Faltam ajustes<br />

- 58 -


46 - Eduardo Cabrita<br />

Ao longo da vida cruzamo-nos com pessoas muito especiais que nos<br />

marcam por terem os valores mais nobres como programa de vida, a<br />

generosidade como padrão de conduta e a solidariedade como forma<br />

de respirar.<br />

Faltam ajustes<br />

Vítor Ramalho é um desses seres raros. Foi uma amizade feita na idade<br />

adulta com a frescura juvenil de quem tem sempre um coração a<br />

transbordar de paixão pelas causas em que se envolve.<br />

Cosmopolita, sofredor pelos males do mundo, com uma veia de enciclopedista<br />

que espraia o sonho pela escrita e pela pintura tem o dom<br />

invulgar de aliar a reflexão intemporal à capacidade de ação sobre os<br />

desafios próximos e as misérias do quotidiano.<br />

Já o admirava quando nos cruzamos nos caminhos de Setúbal e pude<br />

testemunhar a permanente revolta com a injustiça, a intolerância com<br />

a hipocrisia e um olhar até bem longe de português de todos os mares<br />

com um coração angolano e a lusofonia como paixão.<br />

- 59 -


47 - Eduardo Oliveira Silva<br />

Há pessoas de quem nos sentimos amigos ou próximos até antes de as conhecer e de<br />

privar com elas. Foi o caso com Vítor Ramalho. Cruzei-me com ele vagamente quando ele<br />

era secretário de Estado e eu jornalista, já com algumas responsabilidades. Deixou-me boa<br />

impressão, porque era cordato, inteligente e bem-disposto. Só muitos anos mais tarde começámos<br />

a relacionar-nos e a construir uma amizade, feita de trocas de impressões, de<br />

estórias e de histórias, de opiniões fundamentadas que ele exprime sem peneiras e sem<br />

maneirismos. Sempre que ouvia falar do Vítor como pessoa, como político, como gestor vinham<br />

e vêm elogios em catadupa, isto no meio jornalístico onde ferve a maledicência. Já na<br />

política a coisa é diferente. A frontalidade, as análises fora de rebanhos valeram e valem-lhe,<br />

alguns amargos de boca e a circunstância de ser muitas vezes preterido por seguidistas,<br />

coisa que ele definitivamente não é. Vítor Ramalho é, porém, altamente respeitado em todo<br />

o espaço CPLP onde é ouvido e respeitado, como um sábio mais velho, digno dos da sua<br />

Angola natal. Há seres humanos que vale a pena ter conhecido. Vítor Ramalho é um deles.<br />

Se estivesse entre nós Mário Soares seria certamente a primeira e maior testemunha disso<br />

mesmo. Eu sei, porque estive várias vezes com eles e vi bem a amizade e a cumplicidade<br />

genuína e desinteressada que os ligava. Faltam Um abraço ajustes e parabéns, caro Vítor.<br />

Eduardo Oliveira e Silva<br />

- 60 -


Emília Santana<br />

Quis a vida que nos cruzássemos.<br />

Ainda bem!<br />

Têm sido anos de pura amizade que até hoje perdura.<br />

Por tudo isso lhe estou grata.<br />

Emília Santana<br />

Faltam ajustes<br />

- 61 -


Faltam ajustes<br />

Fernando Marques<br />

Caríssimo Dr. Vitor Ramalho.<br />

Com grande honra aceitei o desafio de lhe poder desta forma dirigir algumas palavras,<br />

sendo elas poucas para expressar a admiração que sinto por si.<br />

Apesar de termos partilhado por escassos anos a sua presidência do INATEL/Fundação<br />

INATEL, desde logo reconheci o caráter profissional do bom gestor, ponderado líder e gratificante<br />

cidadão que esta “casa”, onde trabalho à quase cinquenta anos, teve a honra de<br />

acolher.<br />

Não posso deixar de lhe agradecer o gratificante que foi trabalhar com um Presidente que<br />

soube partilhar conhecimentos, ouvir e burilar opiniões e decidir de forma sábia mas nunca<br />

invasiva dos terceiros.<br />

Honra enorme em o conhecer, prazer imenso em ter trabalhado sob a sua direção e orientação<br />

e eterna gratificação por me permitir poder trata-lo como grande amigo.<br />

Um eterno bem-haja<br />

Fernando Marques<br />

- 62 -


Faltam ajustes<br />

Fernando Jesus<br />

Vitor Ramalho também é fixe.<br />

Convivi com o Vitor Ramalho os anos em que na AR fomos os dois deputados.<br />

Aqui aprendi a conhecer melhor a sua personalidade .<br />

Profundamente preocupado com as causas sociais, com a pobreza, com as injustiças do país,<br />

Vitor Ramalho é um homem de valores democráticos, humanista e justiça social . Vitor é também<br />

um homem livre, não se eximindo de discordar sempre que considera que estamos perante<br />

situações erradas e injustas.<br />

Tem um Curriculum politico e profissional extensíssimo, que me escuso de relatar e só o refiro<br />

para relevar os muitos serviços que o Vitor prestou e continua a prestar ao país.<br />

Tendo integrado dois governos, Presidente do Inatel, atualmente a desempenhar as funções<br />

de Secretário Geral das UCLA – União das Cidades Capitais de Lingua Portuguesa, o Vitor<br />

Ramalho, nascido em Caalá, no Planalto central de Huambo , em Angola, é ainda um homem<br />

culto, com várias obras publicadas, a última das quais “ Cronica de Uma amizade fixe” de leitura<br />

obrigatória para quem pretender aprofundar os conhecimentos e a vida dessa personalidade<br />

impar como foi o nosso eternamente saudoso Mário Soares.<br />

No momento em que completas 70 anos, meu caro Vitor, desejo-te muitas felicidades e que a<br />

saúde não te falte para continuares a dedicar-te às causas que sempre abraçaste.<br />

Com muita estima e amizade,<br />

Fernando Jesus<br />

- 63 -


Conheci o Vítor Ramalho aquando da sua candidatura à presidência da Federação de Setúbal<br />

do Partido Socialista, já lá vão uns bons anos.<br />

Fernando José<br />

Foi neste contexto que tive o privilégio de com ele trabalhar, emergindo daí uma ligação de<br />

respeito, admiração e amizade que se foi consolidando com o passar dos anos.<br />

Ao distrito de Setúbal o Vítor trouxe uma nova forma de fazer política, dando uma dimensão e<br />

projecção nacional ao PS local.<br />

Faltam ajustes<br />

Na hora da decisão, sempre o vi determinado, nunca o vi voltar as costas às dificuldades e<br />

sempre o vi agir de forma pragmática na busca de soluções.<br />

Foi assim, que em 2009 aceitou ser candidato à Assembleia Municipal de Setúbal, assumindo<br />

até ao fim o mandato para o qual foi eleito.<br />

E foi dessa mesma forma que acompanhei o seu desempenho na Fundação INATEL, onde<br />

deixou uma marca de competência pelo ambicioso projecto levado a efeito.<br />

Um Homem de convicções, que acredita nas pessoas e que luta por ideais. Um político para<br />

quem a ética e a palavra são valores de base. Um exemplo do que é estar ao serviço da comunidade,<br />

em missão de serviço público.<br />

Pelo seu percurso de vida e cidadania, o Vítor Ramalho não é só uma referência no Partido<br />

Socialista, o Vítor é um nome maior da nossa sociedade e das relações entre Portugal e os<br />

países da CPLP.<br />

Que venham mais 70 anos, de pensamento livre e lutas por convicções. Estaremos cá para o<br />

que der e vier!<br />

Parabéns camarada e amigo.<br />

Fernando José<br />

- 64 -


Fernando Medina<br />

Neste momento especial de celebração Faltam quero ajustes deixar ao Vítor Ramalho um forte abraço de parabéns e<br />

amizade.<br />

Mas como político e homem público que ele é, quero hoje falar aqui do que ele representa para nós.<br />

Na sua já longa vida cívica e política, onde nos conhecemos, o Vítor tem sido a voz mais convicta, mais<br />

forte e mais constante da importância da lusofonia para o nosso futuro.<br />

Para o Vítor a ligação de Portugal aos países de expressão portuguesa deve ser o elemento central da<br />

nossa estratégia nacional. Centro de uma visão autónoma (face a um europeísmo tantas vezes acrítico<br />

e vazio), fundada na história e na cultura (e não tanto na geografia próxima), polo de construção de um<br />

futuro de identidades partilhadas (e não de interesses de circustância). Hoje na UCCLA sou testemunha<br />

directa disto mesmo.<br />

O Vítor bate-se por esta visão com a persistência e a convicção dos verdadeiros políticos. Aqueles que<br />

escasseiam mas que fazem a diferença.<br />

Forte abraço amigo Vítor! Obrigado. Contes muitos!<br />

- 65 -


Filipe Barroso<br />

Caro Vitor, 70 anos de juventude é uma data especial. Mais do que fazer balanços sobre o<br />

passado (também eles importantes), terá que se agir no presente para preparar o futuro.<br />

Faltam ajustes<br />

O Vitor foi, ao longo de uma amizade que já vem de uma certa candidatura presidencial<br />

(2005/2006), de uma lealdade e fraternidade à prova de bala.<br />

Já é muito tempo de amizade, troca de ideias e posso dizer que tenho apreendido muito<br />

com o Vitor, não só do ponto de vista político, mas como ser humano. É uma pessoa especial,<br />

a quem tenho a Honra de chamar de Amigo.<br />

Um grande Amigo. Um Amigo Fixe. Conta sempre comigo.<br />

Um abraço de Filipe Barroso.<br />

- 66 -


Guilherme Oliveira Martins<br />

VÍTOR OU A PAIXÃO DO SOCIAL<br />

Faltam ajustes<br />

Vítor Ramalho é um incansável militante cívico. E nesta palavra associo as ideias de<br />

serviço público, de empenhamento em causas e de paixão pelo diálogo entre culturas<br />

diferentes. Encontrei-o sempre preocupado com as injustiças e as desigualdades. Quando<br />

trabalhámos juntos com Mário Soares (referência inesquecível!) foi sempre um homem<br />

atento aos mais pequenos sinais que pudessem pôr em causa a concertação e a coesão<br />

social. Trabalhador incansável, multiplicava-se em contactos e na recolha criteriosa de<br />

informações.<br />

A justiça social não é para Vítor uma abstração. É um combate diário e sem tréguas – e<br />

o Estado democrático apenas pode afirmar-se e consolidar-se se não perder o horizonte<br />

da liberdade e da equidade. Mas esta militância prolongou-se no amor e na consciência<br />

das raízes. Sempre lhe ouvi as melhores invocações da sua Angola e das potencialidades<br />

fantásticas desse país irmão. Daí o seu empenhamento na lusofonia – não numa<br />

ideia paternalista ou uniforme, mas numa encruzilhada viva e partilhada de diferenças e<br />

complementaridades. Eis por que a militância é um culto permanente da amizade!<br />

Guilherme d’Oliveira Martins<br />

- 67 -


Guilhermina Gomes<br />

Há quanto tempo conheço Vítor Ramalho?<br />

Não sei, não tem importância.<br />

Faltam ajustes<br />

Conhecemo-nos na Fundação Mário Soares e simplesmente ficámos amigos, era lá que<br />

estava o nosso venerado Dr. Mário Soares, éramos três companheiros e facilmente o riso<br />

e a alegria contaminavam as palavras e as conversas.<br />

Observei-lhe a generosidade e a gentileza dos homens de bem, admirei-lhe o empenho e<br />

a concretização de um último grande ideário do Dr. Mário Soares (as duas assembleias na<br />

Aula Magna). Tão importantes.<br />

Publicar-lhe “Crónica de Uma Amizade Fixe” foi um prazer e uma honra.<br />

A amizade é intemporal.<br />

Guilhermina Gomes<br />

Editora<br />

- 68 -


Faltam ajustes<br />

Hélder Pinhão<br />

Numa jornada de trabalho da minha empresa, assistia às apresentações e interações com o<br />

interesse que a relevante matéria em análise exigia. A dado momento, no entanto, a pequena<br />

pausa sugerida aguçou em mim um conjunto de reflexões que me iam sobressaltando. Pensava<br />

eu: que tempos estes(!) onde o ‘ditador’ ASAP (as soon as possible) invade ritmos, retalha<br />

a ponderação, bloqueia qualquer tentativa de digestão dos diferentes momentos e atropela o<br />

nosso modo de comunicar, de conversarmos. Ato contínuo, vejo-me a cruzar tudo isto com o<br />

desafio-depoimento sobre o, permitam-me, ‘nosso’ Vitor Ramalho que a minha ‘Presidenta’ de<br />

sempre (como carinhosamente gosto de tratar a Eurídice) gentilmente me lançou. E porquê?<br />

Porque o Vítor tem essa rara capacidade de ser um homem que agrega em si a afirmação viva<br />

do presente, a maturidade e experiência de um riquíssimo passado e a audácia de pensar e<br />

agir com os olhos no futuro! E tudo isto de modo incrivelmente simples, natural!<br />

Politicamente falando, ‘conheci-o ao vivo e a cores’, numa sessão de esclarecimento junto da<br />

Associação de Moradores da Barra Cheia, no quadro da Campanha Autárquica do PS de 2005<br />

no Concelho da Moita, onde o Vítor chegara para ajudar e somar. E o que se iria seguir marcou-<br />

-me. Cabia-me pois iniciar a sessão, tendo contudo tomado um rumo que o Vítor sabia não ser<br />

o melhor para aquela plateia. Sábia e calmamente levantou-se da mesa, a partir da qual nos<br />

dirigíamos àquele público, e com a sua mão direita pressionou o meu braço esquerdo, apertando-o<br />

levemente tendo assim, como que num combinado abrir e fechar de olhos, tomado<br />

as rédeas da sessão! Compreendi, naturalmente acedi e muito aprendi! Sem uma palavra, o<br />

gesto certo no momento certo e até parecia fácil… Nos tempos de hoje onde sobra microfone<br />

para tão gastas matérias e oradores é importante respeitarmos, valorizarmos e aprendermos<br />

com seres humanos tão gigantes como o é o Vítor. De empatia fácil, sempre disponível para<br />

partilhar e ajudar o próximo, que ensina desinteressadamente, sempre mostrando uma invulgar<br />

humildade nessa sua capacidade inata de agir, nesse seu modo de ser genialmente claro<br />

e assertivo. Alguém que torna simples e dá cor a esta vida sem tempo, neste tempo, muitas<br />

vezes, sem vida. Obrigado e Forte Abraço Vítor.<br />

Hélder Pinhão<br />

- 69 -


Henrique Garcia<br />

Faltam ajustes<br />

Na vida, vamo-nos cruzando com muita gente, mas desses encontros circunstanciais<br />

poucos evoluem para laços de consideração e estima e, menos ainda, os que se transformam<br />

em amizade.<br />

O Vitor Ramalho, que conheci há muitos anos já, no âmbito da profissão que abracei, é<br />

um dos casos em que os contactos foram evoluindo até ao estabelecimento desse último<br />

e precioso estádio das relações humanas.<br />

Solidário é um atributo que lhe assenta bem.<br />

Abraço do Henrique Garcia<br />

- 70 -


Inês de Medeiros<br />

A minha caminhada na política activa é relativamente recente. Poucos eram os que conhecia<br />

bem. Aos poucos de forma discreta, o Victor foi impondo-se como a presença fiel,<br />

amiga, disponível. E hoje sei que nesta vida louca que todos levamos, há alguém que está<br />

sempre atento. Com quem posso contar. E Faltam isso é precioso. ajustes<br />

Obrigada Victor e muitos parabéns.<br />

- 71 -


Faltam ajustes<br />

Isabel Santos<br />

Pediram-me que escrevesse um breve texto sobre Victor Ramalho.<br />

Tarefa fácil, pensei eu, a única dificuldade residirá na brevidade. Estava completamente<br />

enganada. Há pessoas cujo espírito não é passível de ser capturado pelas<br />

palavras.<br />

Conheci, pessoalmente, o Victor Ramalho, quando cheguei á Assembleia da República<br />

em 2005. Integrámos, nessa altura, a Comissão de Trabalho e Segurança Social.<br />

Ele assumiu as funções de Presidente da Comissão e eu, uma neófita nas lides<br />

parlamentares, lá fui fazendo o meu caminho.<br />

Tenho bem presente a memória do desassombro e da determinação, com que o Victor<br />

Ramalho enfrentava os momentos críticos, mas também da bonomia e da generosidade<br />

com que sempre me acolheu e nos acolheu a todos.<br />

Foram dias e até noites infindáveis de grandes debates e ele sempre atento, hábil,<br />

imperturbável, um verdadeiro “homem do leme”.<br />

A dimensão física que caracteriza Vitor Ramalho é largamente ultrapassada pela<br />

grandeza da sua alma singular de cidadão do mundo, homem de causas justas, de<br />

bem com a vida.<br />

Obrigada, Vitor Ramalho!<br />

- 72 -


Faltam ajustes<br />

Parabéns amigo Vitor Ramalho,<br />

O Vitor é para mim uma das grandes referências, políticas e pessoais, que tenho colecionado<br />

ao longo da minha vida!<br />

João Barata<br />

Foi assim durante os anos de trabalho na Fundação INATEL, como foi nos anos de actividade<br />

política intensa que vivemos na Federação de Setúbal.<br />

Aprendi consigo o verdadeiro significado das palavras solidariedade e camaradagem, como<br />

não devemos trair aquilo em que acreditamos e que em política não vale tudo.<br />

Consigo vivi uma aula constante de vida, aplicando os valores da liberdade, da igualdade e<br />

da fraternidade. Na conquista da liberdade intelectual, na procura da igualdade de oportunidades<br />

e no respeito pelos outros.<br />

Obrigado pelo privilégio que foi e que é poder trabalhar e aprender consigo desta maneira…<br />

Um forte abraço com estima e amizade pelos seus 70 anos!<br />

João Barata<br />

PS: Junto uma foto tirada em 25-08-2009, num C130 da Força Aérea Portuguesa, numa das<br />

muitas aventuras que realizámos juntos.<br />

- 73 -


Faltam ajustes<br />

Homenagem a Um Homem de Bem e Amigo Sem Falhas<br />

Na esfera das convivências variadas que me trazem o sal da vida e ajudam a sustentar a esperança<br />

nas razões da minha visão do mundo, Vítor Ramalho tem lugar aparte. O Vítor tem também lugar<br />

aparte entre os que me fizeram compreender e amar os valores supremos da amizade generosa<br />

e solidária. No nosso caso, uma amizade velha, e sempre nova, vivida desde os primeiros tempos<br />

de Abril, crescentemente reforçada pelo melhor entendimento que dele fui tendo ao longo de mais<br />

de quatro décadas, tão fúteis em mudanças e continuidades, que foram moldando o quadro das<br />

nossas vidas. Não só no período do PREC, mas também para além dele, até aos dias de hoje.<br />

Aprecio o Vítor Ramalho como homem público e como amigo. O que nele se espelha e o que dele<br />

emana num e noutro campo têm rara unidade fundacional. Tanto do lado dos princípios que o movem<br />

como do lado das atitudes e comportamentos que dão propósito à sua presença constante<br />

entre nós.<br />

As intervenções públicas de Vítor Ramalho definem-no incontroversamente como clarividente e<br />

empenhado partidário de mudanças libertadoras e, ao mesmo tempo, tenaz adversário de continuidades<br />

indignas. Assim, a sua vida foi naturalmente, e continua sendo, uma saga de combates<br />

políticos e sociais, também culturais, por um lado, a bem da democracia e do florescimento das<br />

imensas capacidades libertadoras que ela encerra e, por outro, contra importantes situacionismos<br />

enraizados numa imensa teia de interesses a-sociais muito poderosos em Portugal. Uma luta<br />

permanente que a todo o tempo exige sageza, determinação, jogo de cintura e coragem para dar<br />

a cara, custe o que custar. Uma luta que também exige sempre paciência, frontalidade, risco e<br />

audácia na iniciativa.<br />

Um conjunto de qualidade que justamente têm sido as suas ao serviço das transformações da<br />

sociedade portuguesa numa perspectiva de aprofundamento da democracia, da justiça e da solidariedade<br />

responsável.<br />

Cedo se distinguiu pela prática, ao mais alto nível das suas possibilidades, dessa regra de vida.<br />

- 74 -


Faltam ajustes<br />

João Ferreira do Amaral<br />

Um grande abraço, Vítor<br />

Temo-lo prosseguido continuadamente e trilharemos o mesmo caminho no futuro – espero - de<br />

muitos anos.<br />

Mas quem, o quê e como?<br />

O quem?, é simples - Vitor Ramalho e eu próprio. O quê?, uma bagatela – salvar a Pátria.<br />

Como ? – conversando.<br />

São conversas de uma ironia amarga. Como muitos outros, fomos assistindo impotentes à<br />

decadência moral e política do país. Nunca tivemos grandes ilusões sobre o que ia suceder -<br />

nem um nem outro. Fizemos algumas tentativas de mobilizar vontades - sem êxito. Resta-nos<br />

o humor que em profusão lançamos sobre a tragédia portuguesa, de um país que tudo vende<br />

ao estrangeiro e que todos os dias vai perdendo a sua tradição universalista.<br />

Mas o mais importante, mantém-se. Uma sólida amizade, um entendimento vivo de quem,<br />

apesar de tudo, lá no fundo, continua a ter esperança e não se considera batido.<br />

Nem mesmo pelos 70 anos, a que também vou chegar no tempo de um fósforo.<br />

Um grande abraço, Vítor!<br />

João Ferreira do Amaral<br />

- 75 -


Faltam ajustes<br />

Conheci Vitor Ramalho na sua primeira eleição para a Federação<br />

Distrital de Setúbal, acompanhei-o nos 3 mandatos à<br />

frente da Federação, vi nele um politico defensor, de causas<br />

justas, com ideologia assente nos princípios Fundamentais<br />

do Partido Socialista, um elemento congregador, centrou<br />

os seus mandatos, na sua dimensão política e social como<br />

uma atividade e não como uma mera função de representatividade,<br />

uma luta constante, pela defesa intransigente<br />

dos valores republicanos, democráticos e da solidariedade,<br />

foi com Ele e por Ele que, iniciei funções a nível concelhio.<br />

Daqui nasceu uma forte amizade, uma amizade reciproca,<br />

sem cobrar, é aquele ombro amigo que está sempre ao<br />

dispor, aquela linha que quando ligo, está sempre aberta e<br />

sempre disponível para ouvir e dar uma palavra de conforto,<br />

uma amizade que, se prolonga até aos dias de hoje. Muito<br />

mais havia para dizer do Vitor, porém tudo o que eu escreva<br />

será pouco para definir o político e o homem que ele é.<br />

Muitos Parabéns caro Vitor Ramalho.<br />

Um forte abraço do amigo Quinito<br />

- 76 -


Faltam ajustes<br />

Querido amigo,<br />

e camarada Vítor Ramalho<br />

Conhecemo-nos no famoso “Franjinhas” do SITESE,<br />

onde tu e o nosso amigo e camarada António Janeiro,<br />

figura maior da nossa história sindical, se batiam pelo<br />

Sindicalismo Democrático em Portugal, sendo que<br />

estas vitórias eram comemoradas no almoço anual do<br />

1º de Maio, no qual o nosso querido e saudoso amigo,<br />

camarada Mário Soares, estava sempre presente.<br />

De então para cá foram inúmeros os cargos e desafios<br />

que prestaste ao País e a várias Instituições,<br />

sempre com enorme competência, e dedicação,<br />

com que desempenhavas esta funções, bem como<br />

a generosidade, e uma grande amizade, para com<br />

todos que estavam à tua volta<br />

Como Presidente da UCCLA és, provavelmente, o<br />

maior defensor e promotor da Lusofonia<br />

Obrigado por seres meu amigo<br />

Joaquim Sabino<br />

- 77 -


Conheci o Vítor, já lá vão mais de três<br />

décadas, nos tempos do chamado bloco<br />

central, era ele Secretário de Estado<br />

do Trabalho e iniciava-me eu, muito mais<br />

jovem, nas funções de Deputado à Assembleia<br />

da República.<br />

Quem viveu esses tempos guarda deles<br />

a memória de um ciclo de grandes dificuldades<br />

sociais, expressões de muitos<br />

desajustamentos, contradições e insuficiências<br />

resultantes do processo de<br />

ajustamento do país às novas lógicas<br />

da democracia, da sociedade aberta,<br />

do fim do paternalismo de Estado, da<br />

descolonização, da necessidade de encontrar<br />

novos desígnios para Portugal no<br />

espaço europeu.<br />

Tempos assim são por natureza propícios<br />

à desmotivação e ao desalento e,<br />

não raro, à fuga para projetos populistas à sombra de soluções políticas musculadas, à esquerda ou à<br />

direita. Em contrapartida, situar no tempo pessoas disponíveis para assumir o essencial das suas convicções<br />

ao mesmo tempo com radicalidade de alma e disponibilidade prática para o compromisso realista<br />

é sempre uma oportunidade para engrandecer o melhor da condição humana.<br />

O Vítor é dessas pessoas permanentemente comprometidas com o concreto da vida e nela sempre<br />

disponíveis para dar o seu melhor. E conhecendo-o um pouco melhor ainda, o Vítor revela a natureza<br />

de um sonhador, um artista, um cultor da palavra, um amante da liberdade existencial e um combatente<br />

permanente pelos ideais da solidariedade e da generosidade.<br />

Como todos os amantes da liberdade, o Vítor é, a seu modo e ao modo de muitos de nós, um conspirador<br />

– no sentido de quem procura insistentemente a mobilização de vontades para alcançar conjuntamente<br />

os objetivos que de outro modo não seriam possíveis.<br />

Foi assim que ao longo dos anos o fomos encontrando na frente de tantos combates decisivos para a<br />

nossa democracia. Tinha escolhido, de um modo inequívoco, o seu campo de luta e preservação – o da<br />

esquerda democrática, moderada, europeia, defensora dos valores do pluralismo e da tolerância sem<br />

nunca abdicar do combate permanente pela justiça social.<br />

Com tais lemas, o Vítor encontrou o seu grande inspirador político na grande figura de Mário Soares.<br />

Ele e muitos outros que, de um modo ou de outro, partilhando das mesmas convicções, se mantiveram<br />

constantemente na linha da frente, seja em funções institucionais seja no testemunho cívico e na tomada<br />

de posição política.<br />

Os percursos públicos do Vítor são, de resto, por demais conhecidos para não carecerem nem de descrição<br />

nem de exaltação da minha parte. Lembro apenas, com especial destaque, o que foram as lutas<br />

comuns no MASP para a eleição de Mário Soares à presidência da República (e o que isso representou<br />

de decisivo para a consolidação da democracia pluralista no nosso país) ou o seu empenhamento na<br />

concretização dos encontros da reitoria, nos anos de chumbo da intervenção da troika, quando o génio<br />

de Mário Soares se esforçou por deixar testemunho de que alternativas eram possíveis ao clima de abdicação<br />

então tão disseminado no cenário político português.<br />

Além de tudo isso, o Vítor é um mensageiro constante do multiculturalismo português e da aproximação<br />

entre os povos de língua portuguesa.<br />

O Vítor Ramalho é, acima de tudo, o conversador das longas tertúlias, o contador de histórias, o amigo<br />

solidário, aquele com quem podemos contar até ao fim.<br />

Para o Vítor deixo o meu abraço, o testemunho da minha amizade e os meus votos de vida longa.<br />

Jorge Lacão<br />

- 78 -<br />

Faltam ajustes


Faltam ajustes<br />

É com muito gosto que me associo a esta homenagem ao meu amigo Vitor Ramalho<br />

pelo seu septagésimo aniversário. As nossas vidas têm vários pontos em comum –<br />

desde já frequentámos ambos a Universidade de Direito de Lisboa, embora com quase<br />

uma década de intervalo; depois partilhámos opções políticas idênticas; por último,<br />

ao longo da nossa já longa existência pública, os nossos percursos profissionais cruzaram-se<br />

em inúmeras ocasiões, tantas vezes à volta de causas comuns, como sejam<br />

as actividades da UCCLA e o relacionamento especial com os países de língua portuguesa<br />

por que sempre nos batemos, ambos. A tudo isto se soma uma respeitosa e<br />

muito cordial estima mútua, que o correr do tempo foi sedimentando em amizade certa.<br />

Parabéns Vítor por este aniversário redondo, a que me associo com muito gosto, com<br />

um forte abraço e votos de felicidades!<br />

Jorge Sampaio<br />

- 79 -


Faltam ajustes<br />

nossa amizade parece-me mais antiga que o início da nossa proximidade.<br />

Ganhou raízes, em muito consequência de dois espíritos joviais, dados a valorizar<br />

as coisas belas da vida, irrequietos na procura que alimenta a criação<br />

artística. Foi a descoberta da sua pintura, do seu traço rápido decifrador da<br />

natureza das coisas, da sua escrita escorreita e cristalina, que me levaram a<br />

reforçar uma proximidade apetecida, dele recebendo em troca o apreço pela<br />

minha escrita e pela minha poesia.<br />

Aquilo que começou por ser uma colaboração ativa no campo da militância<br />

política, num trabalho inigualável realizado sob a sua liderança numa época<br />

em que era preciso reafirmar o projeto socialista, depressa se estabeleceu<br />

num patamar que nos levou a uma amizade, daquelas que resistirá à erosão do<br />

tempo, que será revisitada com agrado nos caminhos da memória.<br />

O Vitor é um cidadão do mundo, um português falante que luta inefavelmente<br />

pela afirmação da sua língua, espírito aberto e criativo, um ser convivente e<br />

sem idade.<br />

José António Contradanças<br />

- 80 -


Faltam ajustes<br />

Já lá vão 33 anos!<br />

Concorríamos na mesma lista, embora por partidos diferentes, à<br />

Câmara Municipal de Loures. Decorria o mês de dezembro de 1985.<br />

Foi neste contexto que eu e o Vitor Ramalho nos encontrámos pela<br />

1ª vez.<br />

Passámos então a ter um convívio frequente, por vezes diário, e a<br />

pouco e pouco nasceu uma sólida amizade.<br />

É um homem íntegro, competente e preocupado que tem dedicado<br />

a sua vida ao bem comum e à causa pública tendo sempre demonstrado,<br />

com o seu conhecimento das questões políticas e sociais,<br />

que para ele a política é um meio para servir, promovendo os<br />

direitos e o bem estar das pessoas.<br />

O Vitor Ramalho é, para além de tudo, um homem com invulgares<br />

qualidades humanas.<br />

Sinto-me assim agradecido e privelígiado pelo facto de me poder<br />

considerar seu Amigo.<br />

José Moreira Marques<br />

- 81 -


Grande Victor! Chegou a tua vez de comemorar a bonita idade de 70 anos. Parabéns bom<br />

amigo! Com a tua raiz africana que te acalma a vida e te dá alma artística, quem contigo<br />

partilhou algum pedaço de tempo, guarda de ti a imagem de um homem justo, solidário,<br />

honesto e corajoso.<br />

Faltam ajustes<br />

A vida corre e o nosso dia-a-dia é cada vez mais ocupado com as recordações que nos<br />

alimentam o trajecto que fomos efectuando. Nessa caminhada vêm à memória os lugares e<br />

as pessoas que fomos conhecendo e o que nos ficou de cada momento vivido.<br />

Recordo bem o meu primeiro contacto contigo. Não sei o dia, nem o mês, mas recordo que<br />

foi ao fim de um dia, numa daquelas reuniões, que a pedido teu, ou das entidades sindicais,<br />

tu tentavas perceber para ajudar a resolver gravíssimos problemas laborais que, naquele<br />

tempo, nos enchiam de sofrimento. Eras, então, membro do governo, e eu um ativista sindical<br />

e dirigente de base do nosso partido.<br />

A actividade política e sindical em todo o país, mas com especial ênfase no Distrito de<br />

Setúbal, era determinada pelo combate à fome, ao desemprego, aos ordenados em atraso<br />

e à intolerância que tantas vezes terminava em violência, verbal e física. Nesses tempos,<br />

meu querido amigo, não havia ninguém no mundo laboral que não conhecesse ou tivesse<br />

ouvido falar do Dr. Vítor Ramalho. A determinação e a competência técnica era por todos<br />

admirada e disputada como garantia na salvação da empresa ou posto de trabalho, em<br />

reuniões até às tantas. No governo ou nas empresas, tu foste a esperança de muitos trabalhadores<br />

e patrões, e em muitos casos conseguiste salvá-los já com o fim à vista.<br />

Aqueles que como eu vivemos esses tempos temos para contigo uma divida de gratidão,<br />

porque sabemos bem da importância do trabalho que desenvolves-te no governo de então.<br />

Passados esses tempos, quer no exercício de cargos políticos, como foi por exemplo o de<br />

Presidente do PS em Setúbal, ou ao serviço de instituições, como o INATEL ou a UCCLA,<br />

a tua marca, fica para além do mandato, porque dele fica, o trabalho feito e a recordação<br />

fraterna do Vítor Ramalho.<br />

Sabes Vítor, já me começa a “chatear” recordar as coisas, porque às tantas, dou por mim a<br />

pensar que já não nos vemos tantas vezes, em volta de um petisco, em amena cavaqueira<br />

conspirativa, ouvindo-te falar do Partido, do País e do Mundo, e onde também havia lugar á<br />

analise a alguns convencidos da sua importância, e que por isso mesmo, ali se comentava<br />

com a importância que mereciam.<br />

Acho que já abusei, vou por fim a esta conversa, sem que antes te peça desculpa, por não<br />

conseguir passar melhor para o papel o que ao meu espírito ocorreu.<br />

PARABÉNS VITOR. Longa Vida!<br />

És um Amigo do peito. OBRIGADO VITOR.<br />

Um fortíssimo abraço,<br />

José Reis.<br />

- 82 -


Faltam ajustes<br />

Um homem às direitas<br />

Sei bem que o Vítor Ramalho não leva a mal a pequena provocação do título<br />

e sorrirá de genuíno prazer.<br />

Não me lembro há quantos anos o conheço, nem da primeira vez que nos<br />

cruzámos. Fomo-nos conhecendo, fomo-nos estimando. Primeiro, na vida pública.<br />

Depois, pessoalmente. Sempre o vi como o leal, próximo e fiel amigo<br />

de Mário Soares. Nada yes man, mas daqueles que mantêm a companhia<br />

e solidariedade mesmo quando discordam e não usam a divergência para<br />

romper e abandonar. Construí grande admiração por ele, pela sua discrição e<br />

capacidade de construir. A amizade também se desenvolve – é o nosso caso.<br />

O Vítor Ramalho é, além do mais, um angolano português, daqueles que, com<br />

Chico Buarque, estamos sempre a sonhar com o tal “imenso Portugal”, essa<br />

quimera maravilhosa ao vento do “Fado tropical”. Parabéns! Lá chegaremos.<br />

José Ribeiro e Castro<br />

- 83 -


Faltam ajustes<br />

Meu amigo<br />

Meu Camarada<br />

Durante os anos que fiz parte do seu grupo de trabalho político, vivenciámos<br />

várias dificuldades e alguns contratempos mas a política é feita de desafios e<br />

obstáculos, que só são ultrapassáveis quando temos pessoas que acreditam e<br />

nos fazem acreditar na capacidade de sairmos vitoriosos, ao mesmo tempo que<br />

nos desafia para outras realidades, e o Vítor é uma dessas pessoas.<br />

É uma honra conviver com um ser humano capaz de ver o outro em toda a sua<br />

individualidade, respeitando suas escolhas, mesmo que essas sejam diferentes<br />

das suas. É uma honra ser sua amiga.<br />

Com amizade<br />

Lídia Marrelha Henriques<br />

- 84 -


Faltam ajustes<br />

Lucinda Mira<br />

Conheci o Vitor Ramalho em 2004 como Presidente da Federação Distrital de Setúbal, acompanhei<br />

o seu mandato da Federação, vi nele um politico defensor de causas justas, de uma<br />

ideologia clara e princípios fundamentais do Partido Socialista, uma pessoa de consensos na<br />

sua dimensão política e social, numa luta constante da defesa de valores republicanos e democráticos.<br />

Uma referência no universo político e uma influência no meu trajeto político inspirando<br />

e levando-me a trabalhar em prol do meu concelho de Alcácer do Sal.<br />

Construí uma forte amizade com o Vitor estando sempre disponível e aconselhando-me, não há<br />

palavras para tudo o que possa escrever sobre este grande amigo e personalidade deste nosso<br />

Portugal.<br />

Saudações Socialistas<br />

Um grande beijo da sua amiga Maria Lucinda Mira<br />

- 85 -


Faltam ajustes<br />

Conheci o Dr. Victor Ramalho através de outro grande amigo o Dr. Medina<br />

Carreira.<br />

Discutia naquela altura a venda da minha participação na Sociedade de computadores<br />

time sharing aonde era accionista e também director geral.<br />

Graças à intervenção do Victor Ramalho ganhámos o processo, mas o mais<br />

importante foi o facto de nos termos tornado grandes amigos.<br />

Tínhamos tatuagens comuns, ambos naturais de Angola, estudantes universitários<br />

em Lisboa e frequentadores assíduos da Casa dos Estudantes do Império<br />

,embora em épocas diferentes, sou bem mais velho que o Victor.<br />

Assim sendo e com amigos comuns, como por exemplo a Judite Correia, a<br />

nossa amizade cresceu e sedimentou-se facilmente.<br />

Ainda me lembro do almoço de Moamba, prato Angolano, que lhe ofereci em<br />

minha casa, já que o Victor é um grande apreciador.<br />

Angola está-lhe no sangue e por isso é um grande conhecedor da vida política,<br />

económica e social da nossa Terra.<br />

Muitas felicidades meu querido Amigo, foi uma grande honra mas também<br />

uma grande alegria ter-me cruzado contigo.<br />

Luís Alves Costa<br />

- 86 -


Faltam ajustes<br />

Luís Chula<br />

O homem que falava com “Deus”<br />

Foi nos Governos, Congressos, Jornais e Televisões que conheci Vítor<br />

Ramalho. Hoje um amigo. Uma voz sempre a escutar e a respeitar.<br />

Pelas suas candidaturas a presidente da Federação de Setúbal passámos<br />

a conhecermo-nos melhor.<br />

A leitura política face a tudo o que acontece na sociedade e o que propõe<br />

é de um homem de esquerda, um socialista, um democrata atento, lúcido<br />

e prospetivo, para quem os direitos, bem-estar, segurança e igualdade<br />

dos cidadãos sempre foi prioridade.<br />

Senhor de vistas largas e verbo fácil, analista dos detalhes que disseca<br />

para depois os fundir numa alquimia de resultado certo, sempre previu o<br />

futuro político do Mundo, da Europa, da sua África, do Partido e do País<br />

com elevada margem de sucesso.<br />

Amante de uma boa tertúlia, pintor de cores fortes, voz incómoda sempre<br />

que necessário, construtor de pontes de arquitetura quase impossível,<br />

teve o dom de privar com “Deus” com quem manteve uma amizade “Fixe”.<br />

Aceite caro Vitor Ramalho um grande abraço deste que muito o respeita.<br />

Luís Chula<br />

- 87 -


Faltam ajustes<br />

Vítor,<br />

Não é fácil escrever sobre alguns amigos e tu és o meu melhor exemplo.<br />

Foram tantas as situações e os contextos em que nos encontrámos, da<br />

forma descontínua em que tantas vezes se formam as melhores amizades,<br />

que não consigo ter de ti uma imagem só.<br />

Lembro-me bem de como te conheci, há cerca de 30 anos. Foi em acção,<br />

na barra de um tribunal, onde patrocinavas uma causa que parecia difícil<br />

e se revelou fácil pelas qualidades que evidenciaste – simplicidade, inteligência<br />

e assertividade. Cito muitas vezes este exemplo aos meus alunos.<br />

Desde então, multiplicámos os encontros, as solidariedades, os momentos<br />

em que, entre rodas de amigos, nos deliciaste com as tuas histórias<br />

de vida, polvilhadas com aquela sábia mistura de universalidade e tropicalismo.<br />

Percebo bem porque admiras Leonard Cohen. Tu também tens um lado<br />

de trovador. E de cidadão do mundo. Tolerante e solidário. Dance Me é<br />

mesmo o teu tema.<br />

Forte abraço.<br />

Luís Nazaré<br />

- 88 -


Faltam ajustes<br />

VICTOR RAMALHO – “O MEU IRMÃO DO HUAMBO”<br />

Nascemos ambos em Angola, estudamos no Liceu do Huambo e<br />

viemos para Lisboa para a Universidade, o Victor para Direito e<br />

eu para o Técnico.<br />

Nunca deixamos de nos encontrar.<br />

Convivemos, sempre, com este privilégio das duas culturas, angolana<br />

e portuguesa, que nos permitem uma diferente compreensão<br />

do mundo que nos rodeia.<br />

O Victor é generoso, alegre, solidário, sensível, companheiro e<br />

amigo.<br />

Temos partilhado momentos únicos de companheirismo, reflexão,<br />

inter-ajuda e boa disposição.<br />

O Victor é o “Meu Irmão do Huambo”.<br />

Luís Todo Bom<br />

- 89 -


Conhecer Vítor Ramalho<br />

foi uma bênção.<br />

Homem sério, amigo do seu amigo do seu amigo, respeitador<br />

.Homem de valores. Grande Mestre na Política. Defensor de ideais.<br />

Trabalhar com Vitor Ramalho é um ensinamento de vida. Pela sua<br />

sabedoria. Pelos valores que transmite.<br />

Que orgulho tenho.<br />

Obrigada Presidente Vítor Ramalho<br />

Lurdes Cunha<br />

- 90 -


Faltam ajustes<br />

Ao estimado Vítor Ramalho<br />

Todos os portugueses e portuguesas da nossa geração<br />

que tiveram a ousadia, ou o privilégio, de despertar<br />

para a intervenção social e política muito jovens,<br />

têm registos propiciadores de um sorriso bem largo e<br />

de profundo prazer: com as nossas limitações, fomos<br />

atores em processos de grande transformação social<br />

e política. O Vitor Ramalho pode orgulhar-se de um<br />

percurso político e de cidadania que contribuiu para<br />

que a vida de todos seja hoje bem mais feliz.<br />

Partilhei consigo muitas discussões. O Vitor foi, em<br />

regra, um interlocutor qualificado, dedicado e leal,<br />

quer quando sabíamos que nos íamos confrontar,<br />

quer quando estávamos conscientes de convergir.<br />

Momentos relevantes da Presidência do Dr. Mário<br />

Soares, e mais tarde da luta contra o avanço da direita<br />

e do belicismo, foram pontuados pela ação do<br />

Vitor. Esse empenho esteve também na busca de<br />

saídas para situações sócio laborais delicadas em<br />

meados dos anos oitenta e na década seguinte. Estes<br />

e outros contributos merecem um,<br />

Grande Abraço de Parabéns!|<br />

Manuel Carvalho da Silva<br />

- 91 -


Vítor Ramalho<br />

um homem no seu tempo<br />

Nasceu e cresceu na Angola profunda, no<br />

Huambo. Vem desembarcar na Faculdade<br />

de Direito da Universidade Clássica de<br />

Lisboa, que frequenta no fim dos anos 60<br />

e no princípio dos anos 70. Entra frontal e<br />

decididamente na luta contra o fascismo e<br />

o colonialismo. Foi presidente da Associação<br />

Académica em 1969.<br />

Eram tempos conturbados, cheios de contradições. A guerra colonial, em três frentes, as condenações<br />

de Portugal na ONU, os conflitos ideológicos resultantes da crise entre a China Popular<br />

e a URSS, as lutas estudantis. E por isso comeu o pão que diabo amassou.<br />

Preso pela PIDE, teve o tratamento que os nossos “brandos costumes” recomendavam: “internado”<br />

em Caxias, beneficiou da hospitalidade que a Pátria reservava aos insubmissos. Foi<br />

julgado e condenado no tribunal plenário. Chegada a hora de servir nas armas, foi mandado,<br />

como soldado raso, varrer os pátios e as casernas. E neste fadário andou até ao 25 de Abril.<br />

Faltam ajustes<br />

Pertencendo a uma geração anterior à minha e tendo eu ido parar à Guiné em comissão por<br />

imposição, não nos encontrámos nessa altura, mas frequentámos lugares paralelos. Recordo-<br />

-me de ter fixado o seu nome pelos estudos de Direito de Trabalho que publicou e eu consultei<br />

com proveito. A diferença de idades, as experiências e os acasos da vida fizeram com que só<br />

já tarde viéssemos a conviver e nos tornássemos bons amigos.<br />

Viemos a trabalhar juntos, anos depois, no distrito de Setúbal. Apreciei a sua visão do que<br />

era esse distrito, dividido tão nitidamente em duas partes: o Norte, de Almada a Setúbal e o<br />

Sul, o Litoral alentejano, tão diferentes na sua composição social e nas suas especificidades<br />

políticas.<br />

Não se cansa nem descansa. Nem deixa descansar. Conhece as pessoas e os lugares do<br />

nosso distrito: de Canha ao Torrão, do Bairro do Pica-Pau Amarelo ao Bairro da Belavista, de<br />

Porto Brandão a Porto Covo. Com uma inesgotável paciência para ouvir e capacidade para se<br />

fazer ouvir, insistir, argumentar...<br />

A sua estatura de “bom gigante” diz isso mesmo. Dignidade, respeito pelos outros, generosidade<br />

e firmeza nas convicções e nas ações.<br />

Foi e é um combatente pela liberdade e pelo socialismo, fiel a ideais de progresso e humanismo<br />

que constituem desde há muito a bússola pela qual se orienta. Neste momento em que<br />

atinge a idade dos “Senadores” da República, Vítor Ramalho bem merece ser reconhecido<br />

como um dos que lutou e luta pela liberdade, pelo progresso e pelo bem-estar dos portugueses,<br />

nomeadamente no Distrito de Setúbal.<br />

Na UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) a sua experiência anterior em<br />

Angola e nas questões africanas veio dar um novo impulso a essa associação, com particular<br />

realce para os aspetos culturais.<br />

Juvante Jove, o seu idealismo temperado por uma intuição brilhante e um sentido racional e<br />

pragmático continuará, por muitos e bons anos, a marcar a sua ação.<br />

Manuel Macaísta Malheiro<br />

- 92 -


Mais uma vez a querida Osita tocou a reunir o estimável<br />

clã de Belém, os antigos colaboradores e amigos<br />

do Amigo Maior – Mário Soares. A missão é, agora,<br />

mimar o Vítor Ramalho, por altura do seu aniversário,<br />

imprimindo em papel a nossa presença amiga.<br />

Faltam ajustes<br />

Eis-me pois, meu prezado amigo, a expressar a minha<br />

consideração e admiração por quem sempre vimos,<br />

quando trabalhámos juntos, numa atitude de simpatia,<br />

bonomia e camaradagem, e a minha especial gratidão<br />

pela sua enorme dedicação e disponibilidade ao<br />

acompanhar até ao último momento aquele Senhor –<br />

Mário Soares – que tanto admiramos e é causa maior<br />

danossa união.<br />

Bem-haja Vítor Ramalho.<br />

Manuel Soares Monge<br />

2018.05.21<br />

- 93 -


Manuel Pedroso Marques<br />

A Vítor Ramalho ligam-me factos, ideias e amizades comuns. O primeiro dos factos não acontece<br />

durante a oposição à ditadura, que não foi simultânea, pelo meu exílio de doze anos. Acontece<br />

quando ele, como advogado, representava sindicatos Faltam de trabalhadores ajustes da RTP e eu, enquanto<br />

Presidente, negociávamos o primeiro acordo coletivo de trabalho. Num período difícil, tive de imediato<br />

a noção da sua competência e equilibrada seriedade sobre o que era preciso fazer.<br />

No campo das ideias, são elas que nos ligam a princípios e modos de ver os interesses da nossa<br />

comunidade, que nos fazem camaradas, do Partido Socialista. Mas há uma especial: a ênfase ao<br />

valor da/das cultura/s faladas pela língua portuguesa, por mares navegados em várias latitudes e<br />

nos dois hemisférios do mundo, creio que devido ao facto de eu ter vivido alguns anos no Brasil e<br />

ele em Angola.<br />

As amizades comuns são numerosas. Mas a de Mário Soares salienta o exemplo de amizade dedicada<br />

que o Vítor nos soube dar.<br />

Manuel Pedroso Marques<br />

- 94 -


Faltam ajustes<br />

Vítor é Liberdade<br />

Já não me recordo quem me apresentou o Vítor, mas sei que foi dos poucos na<br />

minha vida que ficou desde logo e para sempre amigo.<br />

Nele admiro a juventude de quem diz sempre o que pensa, sem medo nem<br />

tibiezas. É duro na análise e certeiro nas convicções e valores, mas amacia<br />

sempre tudo com o seu humor único e um ligeiro, mas prolongado, sorriso nos<br />

lábios.<br />

Diz sempre presente nas horas mais difíceis e mal se faz ver nos momentos de<br />

sucesso.<br />

O País precisava mesmo de muitos Vitores. Mas este é raro. Mas é meu amigo.<br />

E é um FIXE!<br />

- 95 -


Maria de Sousa<br />

Vitor Ramalho: o mesmo e o outro<br />

Conheci Vitor Ramalho numa exposição das suas pinturas por intermédio dos seus amigos Maria de Jesus<br />

Barroso e Mário Soares. Pintor, homem de uma sensibilidade e doçura invulgares, albergando ecos<br />

de Africa na pintura e em si.<br />

Faltam ajustes<br />

Muitos anos mais tarde vim a vê-lo com regularidade na casa dos mesmos amigos, nos últimos anos<br />

de vida, primeiro de Maria Barroso e depois de Màrio Soares. Sempre a mesma afabilidade, doçura, e<br />

no último ano de vida de Mário Soares, companheiro fiel, de todos os dias, por vezes a diferentes horas<br />

durante um dia, frequentemente alvo de piadas e brincadeiras de Mário Soares que recebia sempre<br />

com bonomia, boa disposição, extrema boa educação, sorriso nos lábios e nos olhos. Com a morte de<br />

Mário Soares, o Vitor Ramalho que celebramos hoje nos seus 70 anos, parece o mesmo mas é outro.<br />

Maria de Sousa<br />

- 96 -


Maria Eduarda Gonçalves<br />

Vítor Ramalho<br />

Faltam ajustes<br />

“Crónica de uma amizade fixe”, que Vítor Ramalho (VR) publicou em dezembro de 2017, diz muito<br />

sobre a personalidade do seu autor, de quem celebramos agora o 70º aniversário. É um relato<br />

pleno de sensibilidade e humanidade, que preza a memória, neste caso em particular a da relação<br />

singular que VR manteve com Mário Soares ao longo de várias décadas. É ao mesmo tempo um<br />

testemunho vivo, um hino, diria, à amizade e a valores que cimentaram a estima e o companheirismo<br />

entre ambos numa luta coerente e persistente pela liberdade, pela igualdade e pelo bem-comum.<br />

Foi com emoção que li as páginas que VR dedica neste livro à grande amizade que ligou Mário<br />

Soares e Mário Ruivo desde os tempos do MUD Juvenil até à partida de ambos, ao convívio do próprio<br />

VR com o Mário (Ruivo), com quem partilhou gabinete na Fundação Mário Soares, aos jantares<br />

“conspirativos” nos quais estes e outros amigos, que nunca se “reformaram”, debatiam a situação<br />

política do país.<br />

Exemplos de vida para as gerações de hoje e de amanhã.<br />

Parabéns, Vítor!<br />

Maria Eduarda Gonçalves<br />

2018-05-27<br />

- 97 -


Maria Emília Brederot<br />

Santos<br />

O bom gigante<br />

Faltam ajustes<br />

O Vítor Ramalho tem qualquer coisa do bom gigante das histórias de fadas, bruxas,<br />

elfos e ogres: grande mas afável, forte mas afectuoso, poderoso mas cúmplice e<br />

solidário. E sempre com um sorriso amigo, um amigo para sempre.<br />

Com um grande abraço – em meu nome pessoal e em memória do teu amigo José<br />

Medeiros Ferreira que, nas vossas longas conversas telefónicas pela noite dentro,<br />

gostava de imaginar o teu sorriso tranquilizador e meio brincalhão. O tal sorriso amigo<br />

de um amigo para sempre.<br />

Maria Emília Brederode Santos<br />

- 98 -


Maria Helena Neves<br />

Faltam ajustes<br />

Acolhi o Vitor, em Bruxelas, numa visita que fez acompanhando a Dra. Maria Barroso na preparação<br />

de um projecto para Moçambique.<br />

Aí descobri o Vitor, a sua generosidade, a sua disponibilidade, a sua sensibilidade,<br />

O tempo vai passando e hoje, no aniversário dos seus setenta anos, quero renovar a minha estima,<br />

desejando-lhe as maiores Felicidades, as maiores Realizações e toda a Sabedoria para melhor gerir<br />

este nosso tempo.<br />

Maria Helena Neves<br />

Junho 2018<br />

- 99 -


Conheci o Vitor Ramalho durante a 1ª campanha eleitoral para a<br />

Presidência da Republica do Dr. Mário Soares! Tempos felizes e<br />

estimulantes!!!<br />

Excelente dinamizador, sempre com uma palavra amiga de<br />

incentivo ao trabalho!!<br />

A seguir aos Acordos de Bicesse, em 1990, o Dr. Mário Soares, como<br />

Presidente da Republica, patrocinou duas viagens a Angola com o<br />

objectivo de mandar a Angola bens alimentares que muita falta faziam<br />

as dois Maria signatários João dos Sande Acordos de Lemos Bicesse - UNITA e MPLA, sendo o<br />

Vitor Ramalho o principal responsável pela sua excelente organização.<br />

Estas viagens foram emocionantes e exaltantes pois fomos encontrar um<br />

País em Paz, depois de tantos anos de guerra!<br />

Faltam ajustes<br />

Foram convidados a participar nestas viagens, num C-130 da Força<br />

Aérea Portuguesa, um excelente grupo dos mais importantes orgãos da<br />

comunicação social Portuguesa, uma equipe da Cruz Vermelha Portuguesa<br />

e 3 membros do Forum Português para a Paz e Democracia em Angola,<br />

Maria Antónia Palla, Margarida Lima Mayer e eu.<br />

As duas viagens correram muito bem - a 1ª a Benguela, com aterragem no<br />

aeroporto da Catumbela (ainda cheia de Cubanos!!!) mas a “diplomacia” do Vitor Ramalho levou<br />

tudo a “bom porto” e a 2ª a Luanda onde também tudo se passou da melhor forma. As duas viagens<br />

tiveram ampla cobertura da comunicação<br />

social angolana e portuguesa.<br />

Ficámos amigos, mas nem sempre de acordo quanto à Politica Nacional em<br />

relação a Angola!!!<br />

Muitos parabéns, Vitor, e desejos das maiores felicidades!<br />

Maria João Sande Lemos<br />

- 100 -


Prezado Amigo Vítor Ramalho<br />

É uma honra prestar-lhe a minha homenagem na qualidade de Amiga, conterrânea e correligionária,<br />

visto que muito o admiro pelo seu brilhante e não menos trabalhoso percurso<br />

de vida no interesse do País, sem jamais esquecer África e a sua Magia.<br />

Apesar de não nos termos conhecido em Angola, nossa terra natal, de onde veio aos 18<br />

anos a fim de Estudar Direito – findo o curso e o estágio de advocacia distinguiu-se logo<br />

como Causídico dedicando-se ao Direito do Trabalho –, viemos a conhecer-nos em Portugal<br />

graças ao nosso ideal político, lutando primeiro pela Liberdade e “pós 25 de Abril”,juntos,<br />

pela estabilidade e consolidação da tão ambicionada democracia.<br />

Maria José Gama<br />

Acompanhei sempre com muito interesse a sua actuação, quer nos relevantes cargos<br />

governamentais, quer no Partido Socialista, na INATEL, na Cruz Vermelha Portuguesa e<br />

presentemente na UCCLA, onde, devido à sua reconhecida inteligência aliada à extraordinária<br />

capacidade de trabalho e natural sociabilidade, conseguiu unir muitas cidades dos<br />

Países Lusófonos. Assim, desde Portugal a Timor-Leste, passando pelo Brasil, Macau e<br />

os PALOP todos em colaboração procuram desenvolver a economia e o bem-estar social<br />

das suas populações.<br />

Faltam ajustes<br />

Apraz-me registar o apreço que tenho pela UCCLA, de que Vítor Ramalho é seu prestigiado<br />

e muito considerado Secretário-Geral.<br />

Vítor Ramalho celebra hoje 70 anos e com um fraternal abraço de amizade expresso-lhe<br />

os meus parabéns, fazendo votos das maiores felicidades e que continue a sua Missão de<br />

índole marcadamente Social.<br />

Maria José Carvalho dos Santos de Calheiros da Gama<br />

- 101 -


Mariana Caixeirinho<br />

Caro amigo e camarada Vitor Ramalho, há coisas que não se explicam<br />

sentem-se.<br />

Faltam ajustes<br />

Desde o primeiro dia que entrei em contacto consigo, na Universidade de<br />

Verão, na Universidade Moderna, em Setúbal, que entrou no grupo de pessoas<br />

que eu mais considero, pela sua disponibilidade de ouvir, de ajudar,<br />

de ser amigo para além de ser um dos socialistas que mais sabem de política.<br />

A sua coragem e determinação para as causas que abraça, tornam-no<br />

num dos mais nobres parceiros que qualquer camarada deve desejar ter.<br />

Obrigada por ter estado sempre presente pelo PS, por a minha Alcácer do<br />

Sal e pela nossa amizade.<br />

Bem-haja pelo seu conhecimento.<br />

Grande e fraterno abraço de uma sua camarada amiga.<br />

- 102 -


A Amizade<br />

Algures, em nós, – não sei se na mente, se no coração – existe um espaço em branco, uma<br />

espécie de vazio, que só o percurso da vida nos ensina a preencher.<br />

É um recôndito onde se guarda a Amizade, algo próximo de um refúgio, tão escasso na dimensão,<br />

quão exegético no conteúdo.<br />

E assim nasce a verdadeira Amizade, a que só se alcança quando a vida nos faz maduros.<br />

Tal como esse sentimento profundo que me liga ao Vítor Ramalho.<br />

Um sentimento que não nasceu na infância, nem sequer na juventude. Porventura, nenhum de<br />

nós saberá ao certo como e quando aconteceu.<br />

Mário Assis Ferreira<br />

Porque, na identidade de valores, na comunhão de princípios, aprendemos a partilhar os frutos<br />

de uma Amizade fundada na admiração.<br />

Faltam ajustes<br />

E Vítor Ramalho é um Homem de excepção: pela carreira política, pela coerência de postura,<br />

pelo apego à causa lusófona e, mais que tudo, pelo indefectível culto aos valores da solidariedade<br />

e lealdade à causa da Amizade.<br />

Daí que esse nosso sentimento seja o de uma Amizade autêntica, vertida no sentimento, cerzida<br />

na cumplicidade, sazonada na razão.<br />

Uma Amizade, enfim, que é como a sombra que se projecta em sereno entardecer: sempre<br />

crescente até que, ao longe, chegue o ocaso das nossas vidas!<br />

Mário Assis Ferreira<br />

- 103 -


neira de se ser um grande angolano. Ser como o Victor Ramalho. Conjuga na sua personalidade<br />

cordial todos os elementos de generosa abertura e coragem física que se herdam das vivências<br />

africanas. Num percurso que é marcado por um empenhado envolvimento na vida publica têm<br />

sido constantes as ocasiões em que essa cordialidade e arrojo conseguiram resultados práticos<br />

bem visíveis.<br />

Como jornalista da RTP fiz a cobertura do I Congresso de Quadros Angolanos no Exterior. Foi uma<br />

iniciava que o Victor Ramalho imaginou quando o conflito em Angola, parecia irremediavelmente<br />

cristalizado numa guerra sem quartel em que as superpotências iam medindo forças à custa<br />

do povo angolano. Victor Ramalho, usando sem receios os poderosos meios diplomáticos que<br />

lhe conferia ser um dos mais próximos conselheiros do Presidente Mário Soares, organizou sob<br />

o engenhoso titulo de um “Encontro” no “Exterior” o mais amplo e consequente debate sobre o<br />

que estava a acontecer no “Interior” de Angola. O Congresso dos Quadros Angolanos em Abril<br />

de 1990 foi, provavelmente, o mais decisivo acontecimento na preparação do terreno para a paz<br />

entre o MPLA e a UNITA.<br />

Nessa altura o cenário nos campos de batalha era caótico e inconclusivo. Progressos e regressos<br />

dos combatentes no terreno mediam-se pelo poder do armamento que Moscovo e Washington<br />

canalizavam para a UNITA e MPLA via Cuba e África do Sul. As forças governamentais<br />

ostentavam poderosas máquinas de guerra soviéticas mobilizando em batalhas cada vez mais<br />

de guerra clássica tanques T 62 de modelo idêntico aos que guarneciam na altura as fronteiras<br />

do Pacto de Varsóvia. Angola era um campo de testes de armamento letal com soviéticos e americanos<br />

num constante braço de ferro. Washington ia equipando Savimbi com armamento cada<br />

vez mais sofisticado. Os misseis anti-aéreos Stinger passaram a ser usados com regularidades<br />

abatendo cargueiros Antonov e o ocasional MIG 23 enquanto a Norte do Cuíto Cadaval artilheiros<br />

sulafricanos iam explorando os alcances das suas mais recentes peças de artilharia pesada<br />

de campanha as G5 que chegaram a enviar obuses a cinquenta quilómetros de distancia para<br />

dentro das fronteiras angolanas. A Angola ocupada por Russos, cubanos e sul-africanos era um<br />

mundo distópico e perigoso onde se matava e morria com facilidade e sem saber ao certo porquê.<br />

Poucos tiveram a imaginação e o empenho para vislumbrar uma possibilidade de poder haver<br />

Mário um dialogo Crespo de paz naquele inferno. MPLA e UNITA não se falavam nessa altura. Desde as<br />

matanças mútuas em Luanda no pós independência na década de 70 que o Norte e o sul de<br />

Angola se tinham dividido. Angolanos dos dois lados reivindicavam legitimidades que a história<br />

viria a provar que só poderiam ser afirmadas em conjunto. Victor Ramalho entendeu isso e com<br />

o esprito de iniciativa que lhe é característico actuou empenhando-se a fundo na busca de pontes<br />

de entendimento entre as duas partes. É da<br />

Faltam<br />

mais elementar<br />

ajustes<br />

justiça reconhecer que muito do<br />

que correu bem no processo de pacificação de Angola se deve à diplomacia de envolvimento<br />

empenhado desenvolvida por Victor Ramalho. Seria lúcido procurar o seu conselho e aplicar num<br />

terreno diplomático que ainda é movediço os seus conhecimentos, que têm pouco paralelo em<br />

Portugal e na Europa.<br />

Já como Presidente da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Victor Ramalho organizou<br />

em Lisboa um monumental encontro de dirigentes africanos dos países africanos de<br />

língua portuguesa que tinham como elemento comum a passagem pela Casa dos Estudantes do<br />

Império onde, na verdade, nos anos 50 e 60 nas universidades de uma capital imperial a viver<br />

na ditadura nasceram as energias intelectuais que levariam à descolonização.<br />

Depois há o Victor Ramalho amigo e camarada. Nada exemplifica melhor a sua coragem como a<br />

maneira enérgica com que se interpôs entre manifestantes da CGTP e Vital Moreira. 2009 foi um<br />

ano quente para o Partido Comunista Português com as deserções de militantes distintos, entre<br />

os quais, o mais destacado era seguramente o constitutionalista de Coimbra. Não fora a ação<br />

de Victor Ramalho que fisicamente desencorajou os mais aguerridos sindicalistas comunistas, o<br />

incidente não se teria ficado pela boçalidade dos insultos de um bando ululante dirigidos a Vital<br />

Moreira. Mas ficou. Vendo as imagens do incidente do Primeiro de Maio de 2009 entende-se porquê.<br />

O meu amigo, Victor Ramalho é um Homem mesmo muito grande.<br />

Mário Crespo<br />

- 104 -


Mário José Neves<br />

Ao meu muito estimado amigo Vitor Ramalho, Faltam companheiro ajustes de muitas e nobres lutas , os meus calorosos parabéns por<br />

este marcante aniversário.<br />

O percurso destas décadas de vida, devem ser motivo de um enorme orgulho porque se caracteriza por um permanente<br />

envolvimento na luta por causas sociais e humanistas, na luta pela Democracia e a Liberdade e na luta por avanços civilizacionais.<br />

O Brecht escreveu um dia que:<br />

Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;<br />

Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;<br />

Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;<br />

Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.<br />

O Vitor Ramalho tem lutado toda a vida, muitas vezes em condições bem adversas.<br />

É um dos imprescindíveis!!!<br />

Para ele, um grande e fraterno abraço de amizade.<br />

Mário Jorge Neves<br />

- 105 -


Dear VITOR,<br />

My best wishes for a very happy birthday<br />

and many more.<br />

It’s always a pleasure to discuss politics<br />

with you as a committed and open-minded<br />

Socialist. In fact, you are one of the<br />

most knowledgeable persons I know on<br />

Portuguese, African and world events.<br />

Then there’s your humanity, how as a<br />

close companion of the late President<br />

Mario Soares, you kept him abreast of<br />

the daily developments and managed<br />

to make him laugh in his time of need.<br />

Warmest regards, Marvine Howe<br />

- 106 -


Conheci o Vitor há já mais de 50 anos. Eu frequentava engenharia na Universidade de<br />

Luanda e ele estava quase de “abalada” para Portugal. Iria estudar Direito em Lisboa.<br />

Foi num “Campo de Férias” de estudantes católicos que reuniu jovens de Portugal e<br />

de Angola.<br />

O Vitor deixou marca como pessoa muito interessada, com uma boa base cultural e,<br />

sobretudo, extremamente simpático e de espírito aberto.<br />

Seguimos as nossas vidas, cada um para seu lado, e voltamos a ver-nos mais tarde.<br />

Até que, por força das circunstâncias, ambos parlamentares, obviamente de bancadas<br />

diferentes, fomos mantendo conversas muito mais frequentes, sobre quase tudo<br />

mas com natural preponderância sobre Africa.<br />

Faltam ajustes<br />

Sempre achámos que as necessidades dos Partidos em alimentarem certa militância<br />

os levavam a procurar mais as diferenças e a fixarem-se nelas, em vez de procurarem<br />

aproximar-se, (o que facilitaria a adopção das politicas…). Balizavam-se nas diferenças.<br />

Não é de unanimismos que falávamos, mas sim de diálogo com consequências…<br />

Africa e a Lusofonia eram naturalmente áreas em que surgiam no mesmo espírito a<br />

necessidade da prática dum bom relacionamento, que respeitasse as memórias comuns,<br />

mas que fosse ousado e ambicioso, quanto ao futuro.<br />

Foi essa a idéia de lutar por um consenso político na relação com África que me levou<br />

a aceitar o convite do actual Primeiro-ministro, para ser Secretário-geral da UCCLA.<br />

A UCCLA perdera o fulgor que tivera no passado com o Eng. Abecassis. Entretanto,<br />

surgiram, felizmente, numerosas organizações lusófilas e a CPLP já se havia criado…<br />

Miguel Anacoreta Correia<br />

A Vitor Ramalho deve-se uma constante defesa em artigos, entrevistas etc., de pontos<br />

de vista positivos, não recriminatórios nem discriminatórios em prol de posições lusófonas.<br />

E deve-se também um trabalho marcante na organização dum congresso da diáspora<br />

angolana, que reuniu muitos angolanos do exterior e que a cada dia que passa, mais<br />

me convenço de que foi antes do tempo…. Nota-se cada vez mais a falta que essa<br />

gente fez a Angola…<br />

Porque em recente livro, o Vitor, revelou esse facto, foi para mim normal ter sido grande<br />

defensor da nomeação do Vitor como meu sucessor para Secretário-geral da UCCLA.<br />

Acho que se fiz um trabalho na “frente” interna, ao Vitor cabe o grande mérito de ter<br />

voltado a projectar a UCCLA na opinião pública. Veja-se a grande realização que<br />

constituiu, a evocação do papel que a Casa dos Estudantes do Império teve no processo<br />

para a emancipação dos povos e no conhecimento mútuo e amigo entre os<br />

dirigentes desses países.<br />

Em suma: Um grande e leal camarada, a quem envio um “candando” desejando longa<br />

vida de muito sucesso.<br />

Miguel Anacoreta Correia<br />

- 107 -


Caro Amigo Dr. Vitor Ramalho,<br />

Tudo o que fazemos guardamos no coração. É eterno. Estou agradecido por<br />

pertencer ao grupo dos seus amigos. Dizer-lhe obrigado não é suficiente.<br />

Não sei neste momento como retribuir tanta amizade.<br />

Recordo com saudades as conversas tidas entre nós e o nosso saudoso<br />

Amigo Dr. Mário Soares.<br />

Um abraço do Amigo,<br />

Branquinho<br />

Um abraço com os votos de felicidades pelo aniversário!<br />

Gonçalves<br />

Ao Vitor Ramalho, amigo de longa data, nos bons e maus momentos, sempre<br />

pronto a ajudar o próximo, grande defensor de consensos e liberdades, nos<br />

dois países que estão no seu coração: Angola e Portugal.<br />

Os votos de parabéns e um grande abraço do<br />

Américo<br />

Conheci o Dr. Vitor Ramalho em casa do Dr. Mário Soares. Gostei logo muito<br />

dele, pela sua simpatia e generosidade. Não me esqueço da sua ajuda, que<br />

precisei, como imigrante.<br />

É um Homem bom! Tenho muitas saudades!<br />

Vou, em breve, procurá-lo para que me assine o seu livro CRÓNICA DE UMA<br />

AMIZADE FIXE.<br />

Desejo-lhe muitas felicidades pelo seu aniversário e envio-lhe um beijinho<br />

Tatiana<br />

Anos de trabalho, anos de amizade e muita saudade.<br />

Com um beijinho da sempre amiga,<br />

Maria José<br />

- 108 -


Faltam ajustes<br />

Porque será Vítor Ramalho que foi o primeiro poema<br />

que me<br />

veio à cabeça,<br />

este<br />

PORQUE<br />

da Sophia?<br />

Um abraço muito solidário,<br />

Natividade Coelho<br />

PORQUE<br />

Porque os outros se mascaram, mas tu não<br />

Porque os outros usam a virtude<br />

Para comprar o que não tem perdão<br />

Porque os outros têm medo, mas tu não<br />

Porque os outros são os túmulos caiados<br />

Onde germina calada a podridão.<br />

Porque os outros se calam, mas tu não.<br />

Porque os outros se compram e se vendem<br />

E os seus gestos dão sempre dividendo.<br />

Porque os outros são hábeis, mas tu não.<br />

Porque os outros vão à sombra dos abrigos<br />

E tu vais de mãos dadas com os perigos.<br />

Porque os outros calculam, mas tu não.<br />

Sophia de Mello Breyner Andresen<br />

- 109 -


Faltam ajustes<br />

O Vinicius dizia que era o branco mais negro<br />

do Brasil. Por cá, não há português<br />

com o coração mais angolano que o Vítor<br />

Ramalho. E também não há angolano com<br />

o coração mais português que o Vítor Ramalho.<br />

Ele ama profundamente os dois povos<br />

e os dois países. Explica as diferenças,<br />

apazigua os ânimos, procura entendimentos,<br />

derruba obstáculos, estende lianas.<br />

Gosta de longos almoços com os amigos à<br />

volta de uma muamba com funji, mas não<br />

recusa a boa gastronomia portuguesa. Organiza<br />

debates, conferências, exposições<br />

para explicar Angola ao mundo. Traz amigos<br />

até cá e leva outros até lá pois a conversar<br />

é que a gente se entende. É por isso<br />

que ele há-de ser sempre a maior ponte de<br />

afectos alguma vez construída entre Portugal<br />

e Angola. É bué de vijú esse kota! Brincas,<br />

não? Um enorme kandando e longa<br />

vida ao cidadão mais ilustre da Caála!<br />

Nicolau Santos<br />

- 110 -


Faltam ajustes<br />

Caro Victor:<br />

Quando a Sara me pediu para escrever algumas linhas, acerca da nossa longa<br />

amizade, fiquei feliz por poder expressar o que penso sobre ti.<br />

És uma pessoa das mais altruísta e honestas que conheço. Nunca ouvi, de<br />

nenhum dos amigos comuns, um único comentário menos abonatório, pelo<br />

contrário, quando se falava de ti, era comum seres elogiado e embora mais novo<br />

que nós, todos te respeitavam.<br />

Como me foi pedido que relembrar-se uma ou outra história vivida, há algumas<br />

que não se esquecem.<br />

Recordo que quando nos juntavamos a tomar café no Império e tu chegares com<br />

os livros debaixo do braço, eu notei uma vez, que a parte do livro que já havias<br />

lido, tinha o dobro da espessura que as paginas ainda virgens. Motivo, os sublinhados<br />

em quase TODAS, as linhas, método que usavas para melhor fixar.<br />

Quando eu lia 2 ou 3 palavras do inicio de uma página, tu conseguias reproduzir<br />

fielmente todas as outras, até ao fim da mesma. Memória de elefante!<br />

Uma outra inesquecível historia.<br />

Viagem à Serra Nevada; há mais de 20 anos: Como era de esperar, um angolano<br />

não é propriamente um esquiador. Neste caso era mesmo a primeira vez que o<br />

Victor ia esquiar. Não tendo feito nenhuma lição, colocou os esquis ao ombro e<br />

começou a subir a pé a montanha de neve. Quando pensou estar já a uma altura<br />

suficiente, voltou-se para traz para colocar os esquis, mas alguém com poder !<br />

, mandou-o subir mais. Depois de 2 ou 3 tentativas para começar a descida foi<br />

aceite, que o podia fazer. Como principiante, não colocou os esquis em posição<br />

de ir travando a velocidade, regra básica, mas sim na direcção da maior inclinação<br />

da pista. De longe ainda fiz sinal para não tentar iniciar a descida daquela<br />

forma, mas não compreendeu. Claro que passados 10 metros de descida, deu<br />

uma queda espectacular, levantando nuvens de neve de um e outro lado.<br />

Quando chegou ao hotel, ainda tinha neve dentro da roupa.<br />

Foi a primeira lição de esqui.<br />

Termino felicitando-te pelos 70 anos e fazendo votos que por cá continues muito<br />

mais tempo, pois pessoas como Tu fazem falta a Todos.<br />

- 111 -


Faltam ajustes<br />

Corria o ano de 1998, quando pela primeira vez tive contacto com o Dr. Vítor Ramalho. Desempenhava<br />

ele o cargo de Secretário de Estado da Indústria e por essa ocasião visitou as<br />

instalações da EXPORPLAS S.A., para proceder à inauguração de um novo investimento produtivo<br />

que a empresa acabava de realizar. Fiquei agradavelmente surpreendido nessa ocasião<br />

pois notei no Dr. Vítor Ramalho uma pessoa de carácter, conhecedora dos problemas,<br />

vicissitudes e desafios que se deparavam ao tecido empresarial Português. Comprendi que<br />

estava na presença da pessoa certa para ocupar tão destacado cargo no sistema governativo.<br />

Notei que estava preocupado em escutar e entender as preocupações dos empresários e<br />

empenhar-se na tentativa de encontrar soluções e implementar politicas que possibilitassem<br />

que as empresas se fortalecessem e podessem salientar-se num espaço Europeu cada vez<br />

mais competitivo.<br />

Fui mantendo contacto com o Dr. Vitor Ramalho não só enquanto mantinha funções Governativas,<br />

e talvez até mais frequentemente depois de este ter abandonado essas funções. Nutro<br />

por ele uma grande amizade, respeito e gratidão, por sempre se mostrar interessado em saber<br />

da evolução da empresa que conheceu e que felizmente hoje, vinte anos passados, está<br />

completamente mudada e multiplicou várias vezes a sua dimensão e volume de negócios.<br />

Considero que estou na presença de um amigo, a quem quero manifestar o meu agradecimento<br />

e felicitar pela passagem de mais um aniversário, aproveitando para desejar os maiores<br />

sucessos quer ao nível pessoal quer ao nível profissional.<br />

Um bem haja Dr. Vitor Ramalho<br />

Orlando Sá<br />

- 112 -


Faltam ajustes<br />

Caro Amigo e Camarada Doutor Vítor Manuel Sampaio Caetano Ramalho, embora seja na política<br />

que nos conhecemos, a consideração e estima que sinto, a amizade mutua que partilhamos<br />

é, de facto, o essencial na relação entre as pessoas que na vida se cruzam na busca de<br />

um mundo melhor e mais justo.<br />

A minha participação na política mais activa é de apenas cerca de 30 anos – entrei para a Assembleia<br />

Municipal em 1989.<br />

A figura de Vítor Ramalho, face à sua envolvência na política e o ter participado em Governos,<br />

era já muito conhecida a nível Nacional.<br />

Mas, naturalmente, conhecemo-nos pessoalmente e mais de perto com a sua forte presença<br />

e grande contributo que deu ao nosso Distrito como Presidente da Federação de Setúbal.<br />

É muito difícil para mim, apesar da vivência social, profissional e política, falar de uma pessoa<br />

como o Vítor - como carinhosamente o trato - de reconhecida inteligência, enormes capacidades<br />

e dimensão cultural de um nível superior.<br />

O Vítor, ao longo de todos estes anos, as suas intervenções, tinham sempre presente os alertas<br />

e ensinamentos que, inevitavelmente, nos obrigavam a refletir.<br />

As suas intervenções têm sempre bem presente a situação politica, económica / financeira,<br />

envolvente social do nosso País, da União Europeia, dos nossos principais parceiros e o contexto<br />

Internacional, carregadas de muito conteúdo, com muita lucidez dos efeitos de contágio<br />

no presente, mas, acima de tudo, com a visão e a prevenção do futuro.<br />

Muito antes da mais recente crise, por que passámos e ainda não ultrapassámos completamente<br />

– se é que vamos ultrapassar e quando –, já o Vítor, nas suas intervenções (autênticas<br />

aulas com muita matéria, muito trabalho de casa, muito úteis e oportunas), de forma serena e<br />

preocupada, alertava para a grave crise de que todos fomos alvos.<br />

Sendo uma pessoa de conhecimentos muito abrangentes e de carga cultural, aliados à sua<br />

enorme capacidade de orador e brilhantes discursos, com característica bem presentes de<br />

um Líder e mesmo de um Estadista, tornam as suas intervenções uma delicia e com vontade<br />

de mais.<br />

Mas se os valores e estas qualidades o tornam uma pessoa de referência, a enorme vontade,<br />

a preparação e disponibilidade para uma maior abrangência de gerações, raças e crenças,<br />

revelam a carga humanista que transporta e coloca em prática.<br />

Na apresentação do livro “cronica de uma amizade fixe”, a transversalidade dos presentes na<br />

plateia e dos oradores, que tornavam um ambiente muito agradável, de pertença, de partilha<br />

e de amizade, eram o retrato disso.<br />

É uma honra e um privilegio que a vida nos dá, cruzarmo-nos com pessoas como o Vítor.<br />

É, naturalmente, para mim uma enorme alegria e honra ter o Vítor como Camarada e Amigo,<br />

que apoiei e apoio sempre que necessário, que gosto de escutar e tenho aprendido muito.<br />

E por que há alguém que esteve sempre no pensamento em cada palavra que escrevia e em<br />

memória do inesquecível Líder e Estadista Mário Soares:<br />

- “Até logo Vítor. Olhe para essa barriguinha”.<br />

O Vítor Sorriu-lhe mais uma vez<br />

- Até logo doutor Mário Alberto.<br />

(crónica de uma amizade fixe)<br />

Óscar Domingues Ramos<br />

Santiago do Cacém, 2 de Junho de 2018<br />

- 113 -


Faltam ajustes<br />

Um dia em conversa disse ao Vitor Ramalho que se calhar<br />

sou um tanto ingénuo, mas ainda continuo um romântico na<br />

política, ao que ele me respondeu “continua assim, cada<br />

vez são menos os românticos e tão necessários”.<br />

Quando isso me é dito pelo maior exemplo de salvaguarda<br />

da Liberdade e da Democracia, que mais poderei eu<br />

acrescentar? Apenas um Obrigado Vitor Ramalho por seres<br />

quem és e como és.<br />

Paulo Viegas<br />

- 114 -


Há muitos anos que a minha vida política se cruza com a do Vitor Ramalho, em face das suas<br />

inúmeras responsabilidades nacionais. Mas recordo sobretudo com muita satisfação o momento<br />

em que, com um conjunto de camaradas do distrito de Setúbal, lhe lançamos o desafio de se<br />

tornar o Presidente da Federação Distrital de Setúbal do Partido Faltam Socialista. ajustes<br />

Pedro Marques<br />

O PS era Governo, e as oportunidades para o distrito de Setúbal eram enormes. Exigia-se uma<br />

voz combativa pelos interesses do distrito, mas também quem pudesse organizar o Partido e<br />

ajudar a dar voz aos militantes junto do Governo.<br />

A dedicação do Vitor Ramalho ao distrito foi impressionante, de inesgotável que sempre foi na<br />

luta pelas ambições de cada um dos nossos concelhos. A visão que apresentava para um distrito<br />

que liderasse o processo de desenvolvimento do país foi contagiante, de modo que naqueles<br />

anos inúmeros projetos de investimento público foram apontados para o distrito, também em<br />

resultado da luta da nossa Federação e do seu Presidente.<br />

Naqueles anos, foi também possível estabilizar as estruturas dirigentes do partido, e aproximar<br />

mais os militantes, acabando com a “balcanização” contínua das estruturas partidárias, que por<br />

vezes tinha impedido a concretização das legítimas aspirações que o PS em Setúbal ia sendo<br />

capaz de gizar, em nome dos cidadãos do Distrito.<br />

Fui encontrando sempre o Vitor Ramalho nas suas diversas facetas, na defesa de uma prioridade<br />

clara à Lusofonia, projeto de uma vida, ou na defesa apaixonada de um projeto de esquerda<br />

do PS para Portugal. Em cada um destes momentos, como também na organização ao lado<br />

de Mário Soares das grandes lutas contra as políticas da Troika, a paixão mas também a visão<br />

política foram sempre marcas claras da sua atuação.<br />

Ao Vitor Ramalho, como aqueles que fazem política com razão e coração, não conseguimos<br />

ficar indiferentes. No Distrito de Setúbal, devemos sempre recordar que foi naquele tempo em<br />

que fomos Governo e em que o Vitor Ramalho foi Presidente da nossa Federação, que se estabeleceram<br />

os projetos de desenvolvimento que ainda hoje marcam e marcarão as políticas<br />

públicas que vão transformando o rosto do Distrito.<br />

- 115 -


Faltam ajustes<br />

Homem de convicções, experiências e conhecimentos muito bem<br />

definidos! Vítor Ramalho representa a amizade, a solidariedade,<br />

a compreensão e a própria humanização da sociedade. Homem<br />

de visão abrangente e alargada, de carácter e correção, quer nas<br />

decisões, quer na lidação com os demais. Pessoa que aprendi<br />

a admirar pela sua própria natureza, o Vítor é alguém por quem<br />

tenho um forte sentimento de amizade! Ao meu Amigo Vítor Ramalho,<br />

o sincero desejo de um Feliz Aniversário! Que esta bonita<br />

idade venha acompanhada de muita saúde e felicidades junto de<br />

todos os que por si têm estima!<br />

Um forte abraço ao grande Amigo Vítor Ramalho!<br />

Com muita amizade,<br />

Pedro Mesquita<br />

- 116 -


Praia, Cabo Verde, Junho de 2018<br />

Ao Amigo Vítor Ramalho,<br />

Hoje, aos setenta anos vive-se um tempo de maturidade bastante promissor. De um lado,<br />

tem-se acumulado uma rica e vasta experiência de vida, de vivências várias e de passagem<br />

por situações fecundantes de diversa natureza, incluindo os desaires e as vitórias,<br />

e, de outro lado, tem-se ainda pela frente tempo e energia bastantes para acalentar a<br />

concretização de novos projectos ou de completar realizações idealizadas, ainda, por<br />

materializar. No meu entendimento, o nosso aniversariante encontra-se na posição generosa<br />

e desafiante de quem já fez muito e, contudo, deseja fazer muito mais ao serviço das<br />

causas justas que abraçou.<br />

Entrevejo na pessoa do nosso amigo alguém que está na fronteira entre as realizações<br />

corajosas e míticas do passado, que ainda é recente, e o desejo de construir novas pontes<br />

ao serviço de um futuro de progresso, de colaboração, de solidariedade e de amizade<br />

entre gentes e povos. Da confluência dessas duas vontades, enxergo a sua preocupação<br />

em dar a conhecer a história da incubação patriótica gerada pelo convívio e pela utopia<br />

dos jovens associados da antiga Casa dos Estudantes do Império e, agora, a sua intenção<br />

generosa e aglutinadora na União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa.<br />

Com efeito, foi notável o empenho de Vítor Ramalho em trazer ao conhecimento público<br />

e dos mais jovens, em particular, a trajectória invulgar dos jovens associados da Casa<br />

dos Estudantes do Império. Para além das mensagens de que foram portadores, mostraram-se<br />

fisicamente enquanto gente simples e generosa, animada de ideais muito firmes<br />

de libertação dos respectivos povos. Trata-se de um notável trabalho de memória que<br />

merece ser relevado.<br />

Pedro Pires<br />

Agora, enquanto Secretário-Geral da UCCLA, incumbiu-se de novas tarefas e desafios,<br />

igualmente, nobres e ambiciosos ao serviço Faltam dos ideais ajustes da amizade, da solidariedade e<br />

da cooperação amistosa e profícua entre as cidades-membros e as suas gentes.<br />

Meu caro Vítor Ramalho,<br />

A nova lavra que escolheu é virtuosa e promissora. Pois, nada é mais belo que o combate<br />

sincero pela causa nobre da amizade e da cooperação solidária entre as pessoas e os<br />

Povos!<br />

Quando vai celebrar os seus setenta anos de uma vida, fecunda em trabalho e em aspirações,<br />

desejo-lhe muita saúde e muita energia para a materialização dos projectos<br />

e ambições que espera concretizar, além disso, na companhia de amigos e cúmplices<br />

bastantes nesta bela aventura que é a vida.<br />

Que passe o Dia no conforto da Feliz companhia da sua Família!<br />

Cordialmente,<br />

- 117 -


Pilar Del Rio<br />

Vitor Ramalho<br />

Fue Mario Soares quien nos presentó un medio día en la Fundación en la que el Presidente oficiaba<br />

jornada tras jornada porque, decía, ese era su lugar. Faltam De pronto apareció ajustes un hombre alto, bien vestido,<br />

sonriente y cortés del que retuve el nombre por el afecto que Mario Soares le manifestó, de modo<br />

que cuando fechas más tarde me llamó por teléfono pude ubicarle y seguir la conversación como si<br />

siguiéramos en la Rua Sam Bento comentando proyectos que nunca eran pequeños. Por aquellos días<br />

las políticas de austeridad se instalaban en Portugal y Mario Soares se erigía en azote de decisiones<br />

economicistas que desde una posición ética no podía aceptar, de modo que se puso a convocar a<br />

ciudadanos e instituciones para un acto de expresión cívica en el Aula Magna de la Universidad de<br />

Lisboa. Durante los preparativos para esa sesión Vitor Ramalho fue un imprescindible que coordinó<br />

con primor lo que tal vez ni los partidos de izquierdas supieran ver, la fuerza de una manifestación<br />

ciudadana que señala caminos para transitar en compañía. Así se dijo aquella noche histórica, así<br />

nos manifestamos en las calles de todo Portugal en la mayores manigestaciones desde el 25 de abril.<br />

Luego, él cerca, otros en la distancia, acompañamos las vicisitudes de la salud de Mario Soares, su<br />

empeño en el 40 aniversario de la Revolución de Abril, las causas de una Europa que necesitaba una<br />

insurrección ética. Vitor Ramalho era para mí la persona que estaba con Mario Soares en los que fueron<br />

los últimos años de vida pública del Presidente más activo y rotundo.<br />

Hasta que escribió su “Crónica de uma amizade fixe”: en la lectura del libro descubrí otras dimensiones<br />

que el bosque florido que era Mario Soares no me dejaron percibir. Le vi político y activista, miembros<br />

de gobiernos que exigían responsabilidad y entrega, empeñado en acuerdos sociales difíciles que,<br />

sin embargo, harían más fáciles las vidas de miles de trabajadores. Sin duda ocupaba un lugar en el<br />

Portugal moderno desde la certeza de conocer el propio lugar. Y qué lugar es ese? En la presentación<br />

de la crónica de su amistad con Mario Soares lo entendí: había nacido en Angola, sumaba, en cada<br />

una de sus expresiones, dos continentes, lo que significa un valor inconmensurable. Por eso me emocionaron<br />

tanto unas palabras que pronunció en la presentación de su libro: “En el país de mi tierra…”<br />

Su tierra, así lo entendí, es el mundo, Angola y Portugal pertenecen al mismo universo. Entonces sumé<br />

otra condición a su estatura, elegancia y cortesía, la universalidad imprescindible para entenderse<br />

- 118 -


Faltam ajustes<br />

Pinto Ramalho (general)<br />

Por ocasião do Aniversário do Dr. Victor Ramalho, associo-<br />

-me à merecida homenagem, desejando-lhe, as maiores<br />

felicidades pessoais, familiares e no domínio dos seus interesses<br />

profissionais, com muita estima e amizade, recordando<br />

com satisfação os momentos e as reflexões em que,<br />

sobre a defesa da cidadania e as preocupações acerca<br />

do País, tivemos oportunidade de conversar e, na maioria<br />

das vezes, concordar.<br />

Tivemos um primeiro contacto para esclarecer uma<br />

percepção pública, de uma relação familiar que não<br />

existia, mas que foi o princípio do estabelecimento<br />

de uma grande cumplicidade, respeito e confiança<br />

mutua; foi essa confiança que nos levou a assumir as<br />

mesmas atitudes, em momentos de grande significado.<br />

Desejo ao Amigo Victor Ramalho um excelente Dia de Aniversário,<br />

junto dos que lhe são mais queridos.<br />

Com um Abraço Amigo,<br />

Pinto Ramalho<br />

- 119 -


Faltam ajustes<br />

Ramon Font<br />

Conheci o Vítor quando a AD chegou ao poder, tempos vibrantes e pouco favoráveis<br />

ao recolhimento. Ambos partilhavamos o building press da Praça da Alegria, por cima<br />

do Maxime, prédio bem frequentado com quase todas as grandes agências de notícias<br />

internacionais, da Reuters à desaparecida UPI, passando pela AP e a minha IPS.<br />

No elevador da Praça da Alegria trocamos os primeiros sinais de cumplicidade e a<br />

sintonia entre nós alumbrou uma sólida e granítica amizade, muito forjada sobre um<br />

centro de gravidade que já perdemos. Refiro-me à figura de Mário Soares, universo ao<br />

que Vítor terá dado um contributo que ninguém apagará e no qual acabei por merecer<br />

um diminuto e privilegiado lugar.<br />

Este território comum, espaço da nossa convergência, valeu para saber o que vale<br />

a lealdade, a honestidade e a lisura. Ah! Grande Vítor!<br />

Orgulho-me da amizade dum homem de carácter.<br />

Ramon Font<br />

- 120 -


Faltam ajustes<br />

Raúl Capela<br />

Amigo de longa data, sempre vi o VITOR RAMALHO como um homem fraterno e frontal, de boa vontade,<br />

defensor de boas causas e sempre pronto para ajudar aqueles que, por dificuldades nos encontros<br />

e desencontros da vida, a ele recorreram.<br />

A sua grande disponibilidade com os amigos leva-me a integrá-lo no GRUPO DOS AMIGOS FIXES,<br />

dos raros com quem podemos contar.<br />

Raul Capela<br />

- 121 -


Faltam ajustes<br />

Raúl Cristóvão<br />

Falar de um cidadão com a vida e a riqueza humana de Vítor Ramalho é ao mesmo<br />

tempo difícil e desafiador, mas significa uma honra que espero estar à altura, de forma<br />

simples, agradecer a amizade e os conhecimentos transmitidos.<br />

Conheci o Vítor Ramalho na 1º Universidade de Verão, que enquanto presidente da<br />

Federação Distrital de Setúbal organizou e que continuou, por mais duas edições, a<br />

desenvolver durante o seu mandato.<br />

Estas Universidades, com oradores de diferentes quadrantes ideológicos constituíram-<br />

-se como Fóruns de partilha, de conhecimento e de valorização da acção politica e da<br />

democracia, aberto aos militantes e simpatizantes do Partido Socialista do distrito.<br />

Vítor Ramalho é um cidadão que torna intervenção cívica num ato de pura liberdade,<br />

consistente e nobre.<br />

- 122 -


Faltam ajustes<br />

Raúl Tavares<br />

A sensibilidade incontida de um Homem bom<br />

Conheci Vítor Ramalho numa época de grande turbulência pública. Daquelas em que só os<br />

grandes homens as conseguem dobrar. Vivíamos a excepcional crise de 93 do século passado<br />

e o Vítor detinha a tutela do Trabalho, como secretário de Estado de Mário Soares.<br />

Foram momentos de coragem, mas também de sofrimento, obrigando o governo a reagir com<br />

medidas drásticas perante a contestação caída nas ruas e do ambiente de gincana partidária<br />

que empurrou o país para quase setecentas greves num só ano. Conheci e reconheci a sua<br />

maestria política e a sua hábil gestão do diálogo e da concertação sem amarras que não fossem<br />

as do interesse da comunidade e das convicções.<br />

Tivemos e temos outras proximidades. Uma das mais fortes foi Mário Soares. Ele, que partilhou<br />

quase todas as façanhas do Soarista; Eu, que arranquei para o mundo do trabalho ao<br />

serviço desse Enorme Estadista.<br />

Vítor Ramalho veio, depois, chegar-se ainda mais ao distrito de Setúbal. E, aqui, fez também<br />

história, enquanto presidente da federação socialista. Acompanhei-o de perto e, não raramente,<br />

me pedia esta e aquela opinião. Ouvia-me por saber que partilhamos as mesmas<br />

causas, que não traímos. Mas também porque somos ambos livres-pensadores, que negam<br />

os dogmas, qualquer ‘verdade absoluta’, cegueiras ou seguidismos.<br />

- 123 -


Faltam ajustes<br />

Conheci Vitor Ramalho, já lá vão muitos anos, como militante empenhado nos valores do socialismo<br />

democrático.<br />

Nem sempre estivemos de acordo e algumas vezes até em lados opostos, mas sempre mantivemos<br />

um relacionamento politico e pessoal de respeito mútuo.<br />

Cruzamos-nos em combates, em nome de projetos em que ambos acreditamos, no parlamento, no<br />

PS e em outros espaços de intervenção cívica e politica e sempre vi em Vitor Ramalho inteligência<br />

e lucidez na abordagem dos temas em discussão.<br />

Fomos em simultâneo Presidentes das Federações do PS, ele em Setúbal e eu no Porto e muitas<br />

vezes trocávamos opiniões sobre o aprofundamento da nossa ação politica.<br />

Acreditávamos e acreditamos na regionalização como a reforma indispensável ao desenvolvimento<br />

e coesão do nosso País, assim, participamos e subscrevemos a declaração de Évora, que tinha<br />

como propósito e fundamento a luta pela regionalização.<br />

Vitor Ramalho nunca desistiu dos valores e princípios em que acredita, resistente e lutador pela<br />

liberdade e por uma República em toda a sua dimensão humana.<br />

Vi sempre em Vitor Ramalhos um resiliente à volta de duas causas que abraçou com determinação,<br />

as relações laborais e causas da sua terra – Angola.<br />

Pela sua personalidade, pelo seu caráter e por se revelar continuamente amigo do seu amigo e<br />

sempre solidário, hoje posso dizer – Vitor Ramalho é meu amigo<br />

Renato Sampaio<br />

- 124 -


Faltam ajustes<br />

Ricardo Ribeiro<br />

Caro Vitor Ramalho, Meu Querido Amigo;<br />

Sei-te como olhas da tua humildade e carinho para toda a tua amizade pelos teus amigos…<br />

Sei-te meu amigo durante todo o dia, disponível em todo o teu olhar atento, por amigos que<br />

fizes-te em todos os teus jardins.<br />

Plantas-te amigos ao sol e na presença da lua, que sempre testemunhou, a verdade da tua<br />

amizade pelo mundo.<br />

Tenho-te como um Homem de pertença, de desafios sem vitórias definidas… aliás, os desafios<br />

são isso mesmo, e os teus, sempre foram aceites com verdade, sentimento de justiça e profunda<br />

gratidão por todos aqueles que neles te acompanharam…<br />

A verdade, é que nem sequer imaginas, que o privilégio é deles!<br />

Homem de honra e palavra, humanista profundo, Homem que se construiu de várias cores,<br />

cada uma de culturas, filosofias e mundos longínquos e diferentes, justo na sua forma tolerante<br />

de viver o seu mundo.<br />

É um privilégio absoluto e irrepetível, fazer parte do teu universo de constelações imensas, e<br />

estrelas que brilham também, com a força da tua crença na verdadeira amizade.<br />

Ensinas sem medo, a tua coragem franca, fraterna e humilde de abraçar a vida.<br />

Obrigado meu querido Amigo Vitor Ramalho!<br />

- 125 -


Rogério Fernandes<br />

Caro Vitor<br />

Faltam ajustes<br />

Conhecemo-nos há uns anos atrás aquando da tua candidatura à Federação do PS de Setúbal. Fui<br />

dos que, contrariando a posição oficial da minha secção de residência, estive ao teu lado e lutei<br />

pela tua vitória. Desde essa altura fomos solidificando uma relação através das diversas “lutas” em<br />

que fomos participando ao longo destes últimos anos, não só na vertente política, mas em especial<br />

a grande batalha que foi a Fundação Inatel. Procurei durante este tempo estar ao teu lado, defendendo-te<br />

no que pude, apoiando-te na minha área de especialização, e não deixando o barco<br />

adornar mesmo quando as vagas estavam altas. Fi-lo porque considerei que o merecias. Fi-lo porque<br />

apesar de teres “as tuas coisas” não deixas de ser um Grande Homem (por falar nisso, toma<br />

lá cuidado com essa barriga) <br />

As grandes lutas são as que deixam, invariavelmente, feridas. Não sei se já conseguimos sarar as<br />

feridas que fomos recolhendo ao longo deste tempo – porque há aquelas que nunca saram, apenas<br />

estão disfarçadas –, mas a vida é feita de amanheceres de renovada esperança e é isso que<br />

temos que ter presente no dia-a-dia: ter os olhos presos ao futuro e ir tentando suavizar o lastro do<br />

passado.<br />

Caro Vitor, os meus Sinceros Votos de um Feliz Aniversário. Contes muitos, com os olhos num esperançoso<br />

futuro!<br />

Abraço<br />

Rogério Fernandes – 07.06.2018<br />

- 126 -


Faltam ajustes<br />

Caro Vítor,<br />

É para mim um enorme prazer e uma enorme<br />

honra poder dirigir-me a ti neste momento.<br />

Enquanto escrevo visualizo o teu sorriso e<br />

ouço o som das tuas contagiantes gargalhadas.<br />

Sempre te admirei pela forma como<br />

sempre te entregas aos outros, por teres<br />

sempre uma palavra amiga e, sobretudo,<br />

por teres o dom de saberes ouvir.<br />

Humanista, defensor de causas, dedicado,<br />

solidário… Amigo, meu amigo, e como eu<br />

gosto de ser tua amiga.<br />

Beijinhos,<br />

Rosa Maria Albernaz<br />

- 127 -


Faltam ajustes<br />

Rosa Mota<br />

Eu e o Vítor Ramalho conhecemo-nos há mais de 20 anos.<br />

Mantivemos sempre, desde então, um relacionamento muito amistoso, infelizmente não tão próximo<br />

como eu gostaria. Os meus interesses pessoais, pouco coincidentes com a maioria dos portugueses,<br />

e o facto de vivermos longe um do outro a tal nos obriga.<br />

Contudo, alguns amigos em comum, e um posicionamento político próximo, têm sido mais que suficientes<br />

para mantermos ao longo destes anos o estatuto de bons amigos. Apesar de gostar imenso<br />

de conviver o meu agitado estilo de vida não me deixa muito tempo para os amigos. Mas para mim,<br />

um amigo, mais do que alguém com quem eu convivo muito, é aquele que eu sei que diz presente se<br />

eu precisar dele. E eu sinto isto em relação ao Vítor e penso que ele sente o mesmo em relação a mim.<br />

Rosa Mota<br />

- 128 -


Faltam ajustes<br />

Rosalina Machado<br />

Texto sobre Vitor Ramalho<br />

Vítor Ramalho, parafraseando o saudoso poeta Brasileiro, Vinícios de Morais, que se intitulava o branco mais preto<br />

do Brasil, nós poderíamos dizer, que Vítor Ramalho é o Português mais Angolano de Portugal.<br />

Vitor Ramalho, é um amigo, uma pessoa de bem, de princípios, de honestidade e solidariedade, que conhece os<br />

seus amigos e os apoia, e espera o melhor para todos, e espera sempre um mundo melhor para todos, que muitas<br />

vezes o atraiçoa e o desaponta, como é natural nos dias de hoje em que o supérfluo e material se sobrepõem<br />

ás qualidades e princípios.<br />

Quando falamos de uma pessoa como Vítor Ramalho, Português Angolano, temos de refletir sobre o que é Portugal<br />

e a sua historia, com as suas grandezas e misérias, coisa que hoje não interessa a ninguém, e que hoje<br />

em dia ninguém se lembra, que houve alguém que escreveu uma epopeia chamada Lusiadas, Luís de Camões ,<br />

onde lá está tudo o que somos e não somos, a grandeza e as mediocridades que se projetam nos dias de hoje.<br />

O amigo Vitor Ramalho, felizmente representa o que há de bom nessa epopeia histórica Portuguesa, pelo que o<br />

seu amor a Angola, como espaço e a projeção da sua personalidade, que é Portuguesa, ai tem seu refugio.<br />

É com muito agrado e muita amizade que deixo aqui o tributo a um amigo que muito prezo, Vitor Ramalho<br />

- 129 -


Faltam ajustes<br />

O Doutor Vítor Ramalho tem um currículo muito diversificado<br />

e riquíssimo, e é uma personalidade de grandes méritos<br />

profissionais e humanos. Tive com ele numerosos contactos,<br />

sobretudo nos domínios sócio-políticos, o que consolidou<br />

uma forte admiração e uma sólida amizade.<br />

Aqui lhe renovo estes sentimentos, num apertado abraço.<br />

Rui Alarcão<br />

- 130 -


Faltam ajustes<br />

Dr. Vitor Ramalho, foi um enorme privilégio tê-lo como meu Presidente na Fundação INATEL,<br />

no período de 2008 a 2012.<br />

Não foram momentos fáceis para o Presidente de uma Instituição com praticamente oito<br />

décadas de história, num momento em que o País mergulhou numa crise tão profunda e<br />

quando eram impostas medidas tão duras a todos os setores do estado.<br />

Embora, já reconhecesse algumas das suas qualidades profissionais, politicas, intelectuais<br />

e humanas, houve uma que, embora não me surpreendesse, me marcou. A SUA CORA-<br />

GEM e a sua capacidade de assumir riscos.<br />

Num momento em que ninguém pestanejava quando a ordem era cortar salários e medidas<br />

que prejudicavam a vida dos trabalhadores, mesmo que tal tivesse o selo de inconstitucionalidade,<br />

o Dr. Vitor Ramalho, meu Presidente, não teve dúvidas em não aplicar essa<br />

medida aos trabalhadores da Fundação INATEL.<br />

Admito que nunca ninguém lhe tenha transmitido o reconhecimento desse ato de coragem,<br />

mas pode crer que foi, pois muito melhor do que eu, o Senhor sabe muito bem que correu<br />

um enorme risco.<br />

Da minha parte, ainda vai a tempo o meu muito obrigado.<br />

Com um abraço amigo de,<br />

Rui Máxim<br />

- 131 -


Faltam ajustes<br />

EM DE FELICITAÇÃO<br />

Meu Caro Victor Ramalho, desta minha e tua Angola, País de tanta luta e tanto luto,<br />

quero expressar a minha profunda satisfação em colaborar através de uma singela<br />

mensagem e saudar-te num momento particular de tua vida em que completas 70<br />

anos.<br />

Guardo de ti, uma recordação saudável pela forma amiga como sempre me trataste,<br />

sinal de um sentimento de reciprocidade.<br />

Desejo-te um feliz aniversário.<br />

Luanda, 18 de Maio de 2018<br />

Do sempre amigo,<br />

Ruy Mingas<br />

- 132 -


Faltam ajustes<br />

Sofia Cabral<br />

Na minha vida, em particular no percurso político que vou trilhando, muitas pessoas se<br />

cruzaram e continuam a passar por mim, dia após dia. Mas somente algumas dessas<br />

pessoas irão permanecer para sempre. Essas pessoas são mais que camaradas, são minhas<br />

amigas. E são minhas amigas porque, num determinado momento desse caminho<br />

comum, souberam protagonizar o verdadeiro significado da palavra camarada.<br />

O Vítor Ramalho é um desses camaradas. Porque ser camarada não é só ter em comum a<br />

militância no mesmo partido, para se ser camarada é preciso saber também o que significa<br />

ser amigo num verdadeiro espírito fraterno.<br />

Vítor Ramalho é, para mim e para muitos, um exemplo da verdadeira ética republicana,<br />

um verdadeiro democrata. Um Homem que faz política com memória, com valores e com<br />

paixão. Que pensa primeiro nos outros e só depois em si mesmo. Um verdadeiro Socialista.<br />

No distrito de Setúbal, onde nos cruzámos pela primeira vez, deu por diversas vezes<br />

provas disso mesmo. Entregou e sacrificou pessoalmente vários anos da sua vida, sem<br />

nunca pedir nada em troca, a não ser, o que merece por direito, respeito e amizade dos<br />

camaradas.<br />

Guardarei para sempre comigo um escrito que me dirigiu com palavras de amizade, reconhecimento<br />

do meu mérito e incentivo, num momento difícil para mim. Espero continuar a<br />

estar sempre à altura daquilo que pensa sobre mim e continuar a ser merecedora da sua<br />

amizade. Tudo farei para isso.<br />

- 133 -


Faltam ajustes<br />

Poderei sintetizar a postura e pensamento do Vítor, numa frase de “amigo do seu amigo, com um enorme<br />

respeito aos mais velhos”!<br />

Um misto de um intelectual forjado nas lutas contra o regime fascista, contra a guerra colonial, transportando<br />

a imensidão de África, do seu sonho de independência, da cultura e história de uma população<br />

com uma enorme devoção ao saber adquirido das gerações mais velhas.<br />

Que prazer foi, para mim, ouvir, debater e aprender com as muitas reflexões e histórias que o Vítor nos<br />

proporcionou num largo período de tempo em que esteve à frente da Federação Distrital de Setúbal.<br />

Deu-me a honra de ser o candidato à Presidência da Assembleia Municipal de Setúbal, aquando da minha<br />

candidatura à Câmara Municipal em 2009.<br />

Mas o que mais me fascinou, me emociona e aprecio, é a sua amizade fixe a Mário Soares!<br />

Em vida, seguramente, mas após a sua morte a persistência em perpetuar o seu nome como enorme estadista,<br />

pensador, revolucionário, homem de bem, de família e, igualmente, muito amigo do seu amigo.<br />

- 134 -


Faltam ajustes<br />

Vasco Lourenço<br />

Que dizer sobre o Vitor Ramalho?<br />

Em primeiro lugar, é um Amigo.<br />

Um amigo com quem nem sempre terei estado de acordo ao longo da vida - nomeadamente quando esta<br />

tenho de aceitar que ele tinha um conhecimento de tudo melhor que o meu.<br />

Isso não impediu que a mútua consideração aumentasse e se consolidasse. Fazendo-nos aproximar e to<br />

terá sido mesmo o factor principal, um Amigo comum, Mário Soares, com quem aliás também tive alguma<br />

o nosso próprio desejo.<br />

Com o avançar dos tempos, habituei-me a ver no Vítor Ramalho um grande activista cívico, sempre n<br />

normalmente, estamos do mesmo lado da barreira.<br />

Assim ganhei um Amigo, sentindo-me honrado por saber que o Vitor me corresponde de igual maneira.<br />

Neste momento, meu caro Vitor, certo de que a nossa amizade se manterá, estou a desejar-te muitos anos d<br />

- 135 -


Vasco Valedez (coronel)<br />

Faltam ajustes<br />

Amigo Vitor Ramalho, tive o grande privilégio de te conhecer quando<br />

desempenhavas as importantes funções de assessor da Casa<br />

Civil do Presidente Mário Soares. Diversas vezes tivemos conversas<br />

muito interessantes, criando em mim uma empatia, admiração<br />

e amizade por ti que perdura até aos dias de hoje.<br />

Por ocasião do teu aniversário, não poderia deixar de te desejar<br />

muitos Parabéns e votos de muitas Felicidades, extensivos à tua<br />

família.<br />

Ao grande lutador pela Liberdade e Democracia um fraterno abraço<br />

do amigo,<br />

Vasco Valdez<br />

- 136 -


Faltam ajustes<br />

Vera Jardim<br />

São muitos anos de amizade, admiração e companheirismo os que me ligam ao<br />

Victor Nele admiro a capacidade de iniciativa, de trabalho no terreno em tantas<br />

funções difíceis, mas também a preocupação com a integração dessas funções,<br />

muitas delas ligadas ao seu profundo empenhamento no universo das relações<br />

de Portugal com os países de língua oficial portuguesa, numa visão estratégica<br />

para o País.<br />

Há um termo que o Victor muito usa, ainda recentemente em artigo publicado<br />

no Expresso, que é bem demonstrativo dessa atenção à visão estratégica. Esse<br />

termo é “desígnio”. Desígnio nacional integrativo da visão das, ainda não totalmente<br />

exploradas, capacidades de desenvolvimento e aprofundamento da<br />

CPLP.<br />

- 137 -


Victor Marques<br />

Faltam ajustes<br />

A publicação do livro “Justiça do Trabalho”, editada por “Perspectivas & Realidades”, em Julho de<br />

1980, teve na sua origem o incentivo e o apoio do Vitor Ramalho, que o prefaciou, e com quem<br />

partilhei os serviços jurídicos do SITESE. Foi o António Janeiro quem nos apresentou, permitindo-me<br />

assim enveredar por uma área do Direito que sempre foi e continua a ser a da minha especialidade.<br />

Embora formalmente o meu patrono fosse o Dr. Francisco Marcelo Curto, foi com o<br />

Vitor Ramalho que me iniciei na profissão, foi com ele que aprendi a redigir um requerimento e a<br />

minutar uma peça processual, foi com ele que tive o meu baptismo de fogo num julgamento em<br />

que o acompanhei ao Tribunal de Sintra. Coisa simples, diga-se, limitada ao “ofereço o merecimento<br />

dos autos” mas que, não obstante, ficou registada para sempre. A disponibilidade para<br />

ajudar os outros e a dedicação à causa pública são qualidades que fazem do Vitor Ramalho<br />

credor da minha admiração e respeito. É um privilégio poder ser seu amigo.<br />

Victor Marques<br />

- 138 -


Faltam ajustes<br />

Viriato Soromenho Marques<br />

UM AMIGO EM COMUM<br />

O meu convívio com Vítor Ramalho foi sempre caracterizado,<br />

ao longo de décadas, pela amizade e admiração partilhada<br />

por Mário Soares. Foi sempre ele - antes, durante e<br />

após as suas presidências - quem nos juntou em torno de<br />

múltiplas iniciativas. Sempre ligadas a causas públicas, a<br />

debates de interesse nacional e global, à apreciação de<br />

obras que visavam alargar o conhecimento e aprofundar a<br />

justiça. Recordo-mo particularmente, do meu convívio com<br />

Vítor Ramalho em Arco de Valdevez, em 2010, no âmbito<br />

de uma homenagem nacional a Mário Soares. Nesses dias,<br />

sem a marca do poder e das instituições, numa relação humana<br />

despida de agendas e condicionamentos, apreciei<br />

em Vítor Ramalho essa capacidade nobre de alimentar uma<br />

amizade generosa e desinteressada. A nossa amizade foi e<br />

é também uma das heranças de Mário Soares.<br />

Viriato Soromenho-Marques<br />

842c<br />

- 139 -


Faltam ajustes<br />

Vítor Duarte (Marceneiro)<br />

Meu Caro Vítor Ramalho<br />

É uma alegria pessoal muito grande poder colaborar nos parabéns pelo 70º aniversário.<br />

Conhecemo-nos desde 1978, quando começas-te a colaborar com o Sitese a convite<br />

do então Presidente António Janeiro.<br />

Foi uma amizade pura e sincera que criámos, cultivamos e desenvolvemos até aos<br />

dias de hoje. Nunca houve uma pequena discordância que tenha ocorrido entre nós ao<br />

longo destas quatro décadas de convívio são e cooperação.<br />

O Sitese deve-te muito, nomeadamente no teu empenho aquando da constituição do<br />

Citeforma e pelo desempenho como jurista nos nossos serviços jurídicos laborais. São<br />

- 140 -


Com que então 70 Mano?!<br />

Dentro de dias faz setenta anos, vejam lá quem.<br />

O Vitinho.<br />

Assim escrito e assim sentido, porque é assim<br />

que mutuamente nos tratamos desde os bancos<br />

da Faculdade, onde, neste caso com o Carlos<br />

Paisana, o Chagas, o depois Cardeal Alexandre<br />

do Nascimento e tantos outros, à entrada da<br />

sala de exames e na partilha solidária de sonhos<br />

de juventude e cumplicidades de libertação,<br />

se gerou e cimentou, para a vida e mesmo para<br />

além dela, uma daquelas amizades, que em<br />

momentos como este não podem deixar<br />

de se festejar.<br />

Temos que celebrar o dom da vida. Temos que<br />

festejar o que nela nos une. Temos que celebrar<br />

os 70, tão ricos e preciosos, do Vitor Ramalho.<br />

Com ronco e tudo, à boa maneira luso-angolana.<br />

Sim, luso-angolana, porque Angola, onde ele<br />

nasceu e aprendeu o abecedário da vida, tem<br />

no Vitor Ramalho um dos seus mais dedicado<br />

filhos, um verdadeiro angolano de “alma, coração<br />

e vida”, assim como Portugal tem nele um dos<br />

portugueses da melhor estirpe e dedicação.<br />

Coração generoso em inteligência farta, o Vítor<br />

Ramalho é um daqueles angolanos e portugueses<br />

que dão sentido a que dois povos se chamem<br />

povos irmãos.<br />

Na variedade dos muitos talentos, que dele<br />

fizeram um excelente jurista, um governante<br />

prestigiado, um respeitado dirigente político,<br />

parlamentar e assessor de Presidentes e vulto<br />

maior na dinamização de instituições sociais<br />

e de defesa dos trabalhadores e dos seus<br />

direitos, o Vítor, além da amizade, deu-me o<br />

privilégio de com ele participar em inesquecíveis<br />

missões de cooperação e solidariedade a<br />

Angola e outros países da lusofonia promovidas<br />

por essa excelsa Senhora, que foi a Drª Maria<br />

Barroso, bem como de com ela, por muitos<br />

anos, darmos apoio à fundação e administração<br />

da Pro Dignitate em defesa dos Direitos Humanos<br />

e, em amizade paradigmaticamente fixe, darmos<br />

ao Dr. Mário Soares o melhor da nossa colaboração,<br />

estima e veneração.<br />

Por tudo isto e por tudo o mais que Deus te<br />

deu, louvado seja Ele e festejado sejas tu.<br />

Parabéns, Vitinho. Ad multos annos, porque<br />

Portugal, Angola, a lusofonia e o mundo<br />

precisam de ti.<br />

Com amizade fixe,<br />

Vítor Melícias<br />

- 141 -


Foi em 1984, que fomos apresentados por<br />

um amigo em comum, que ficará sempre nos<br />

nossos corações (António Janeiro).<br />

O Vítor foi nomeado Secretário de Estado do<br />

Trabalho e eu fui secretaria-lo naquele período<br />

governativo muito complicado.<br />

Ali, demonstrou ser um líder, mantendo aquela<br />

equipa muito unida e muito coesa.<br />

Como pessoa, o Vítor é um homem de grandes<br />

princípios morais, generoso e afectivo.<br />

Da minha carreira profissional recordo aquele<br />

período como o melhor de todos e por isso o<br />

meu agradecimento e um bem haja.<br />

Zelmira Costa<br />

- 142 -


- 143 -

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!