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Previz2 - 13.07 VRamalho4

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VÍTOR RAMALHO<br />

21 Julho 2018


Querido Vítor<br />

Há vidas ‘cheias’! A tua é!<br />

Numa dualidade entre o trato fácil e o recato do espaço solitário para<br />

o pensamento, permitiste que te conhecessem. É por isso que os<br />

testemunhos acolhidos nesta publicação identificam denominadores<br />

comuns que te traçam com precisão.<br />

Este não é um livro de familiares e amigos. Ou melhor, não é só…!<br />

Este é um testemunho exemplificativo da tua vida e do que tu és. É um<br />

livro de pessoas que, à semelhança de tantas e tantas outras, que<br />

aqui não estão representadas, contigo se cruzaram, e cruzam, nas<br />

mais diversificadas circunstâncias e que te registam com respeito. É<br />

o espelho da intensidade e plenitude com que vives os teus tempos.<br />

Tal como a tua vida também este livro tem espaço para continuar.<br />

As páginas não terminam.<br />

Este ‘baú’ é uma obra de cumplicidades. Das muitas dezenas de<br />

depoentes e, em particular, da Sara, da Osita e do Carlos Luiz, que,<br />

com amizade e dedicação, prestaram uma colaboração inestimável.<br />

Na essência, tod@s nós, queremos felicitar-te pelo teu aniversário e<br />

desejar, do coração, que sejas feliz.<br />

Eurídice


Eu nasci numa terra que é já ali, muito perto daqui.<br />

Era assim que as gentes da minha terra respondiam quando<br />

lhes perguntava se era perto ou longe aquela onde eu desejava<br />

ir. A minha terra é, por isso, mesmo perto daqui, a cerca de<br />

nove mil quilómetros de distância, apenas porque no país da<br />

minha terra o clima mediterrâneo coabita com o equatorial e<br />

tudo é próximo, muito próximo, na grandeza do território. “<br />

- 4 -


- 5 -


- 6 -<br />

Francisco


Ao Vítor. Para que conste<br />

Fomos ao cinema Cangonjo ver o filme Capas<br />

Negras. No dia seguinte, pelas oito horas, tive<br />

sinais de parto. A parteira foi o Pai Faustino,<br />

porque nem deu tempo para se chamar uma,<br />

como era hábito na altura. Apareceu depois<br />

o Dr. Venâncio, um toca a tudo, apelidado de<br />

João Semana. Foi o meu segundo filho. Bebé<br />

normal, sossegado, saudável. Terminou a<br />

primária com uma pequena festa em que<br />

foi orador, mostrando atributos.<br />

Fez a admissão ao liceu no Liceu Camões,<br />

onde entrou para o primeiro ano, finalizando<br />

o Liceu de Nova Lisboa. Aqui, no sexto ano,<br />

aquando da visita do Prof. Adriano Moreira a<br />

Angola, que levou consigo o pai, a pedido do<br />

Reitor Serpa Neves, com a certeza de que se<br />

sairia bem, fez uma alocução de boas-vindas.<br />

Em Lisboa cursou a Faculdade de Direito,<br />

encarando a profissão com entusiasmo e determinação.<br />

Especializou-se em Direito no Trabalho.<br />

Eu e o Pai sentimo-nos felizes, por os filhos<br />

terem correspondido aos nossos anseios e<br />

desejos, alcançando a meta como pessoas<br />

e profissionais. Isso aconteceu, com a nota<br />

da particular queda pela entrega do Vítor aos outros<br />

e em fazer amizades.<br />

Agora, com os netos Sara e Marcos, não está o<br />

Avô presente, para poder aproveitar momentos<br />

de alegria, restando-me também pouco tempo<br />

para contemplar o meu bisneto Francisco. Os<br />

anos passam. Só peço a Deus que todos ajude,<br />

com a melhor saúde.<br />

Deixo aqui à Sara e ao Marcos o meu desejo para<br />

que sejam sempre muito amigos, como irmãos.<br />

Agradeço aos meus filhos tudo o que me têm<br />

proporcionado e o carinho com que olham pela<br />

mãe e para o Rei dos Vítores, como vezes sem<br />

conta o Pai o apelidava, muitos Parabéns, pelo<br />

dia de hoje.<br />

As maiores Felicidades e Venturas,<br />

com o carinho de sempre<br />

e um beijinho da mãe,<br />

Ivone<br />

- 7 -


Querido pai,<br />

Escrevo-lhe agora, numa pausa de duas grandes<br />

“lutas”, para celebrar os 70 anos do homem<br />

mais importante da minha vida! Em ambas,<br />

foi o pai quem me ensinou como se segura<br />

no cravo lá bem no alto e como se enfrentam as<br />

dificuldades de cara levantada.<br />

Foi o pai que esteve sempre ao meu lado, com<br />

toda a coragem e toda a sabedoria, porque como<br />

o pai sempre diz: “a experiencia é o superior<br />

conhecimento da razão”. Não obstante das suas<br />

próprias preocupações, da sua própria dor, do<br />

seu próprio sofrimento, não me deixou nem por<br />

um segundo. Não descansou (literalmente)<br />

enquanto sentiu que havia ainda caminho para<br />

andar... Que lição de vida, meu pai! Que banho<br />

de amor e dedicação!<br />

Páro agora para reviver as minhas memórias<br />

de 35 anos de vida em conjunto (teria o pai<br />

a idade que tenho hoje quando eu nasci) e<br />

pergunto-me...“O que é ser sua filha?”<br />

É ter um orgulho e uma admiração<br />

sem fim. É sentir uma enorme<br />

responsabilidade em não<br />

falhar na passagem dos valores<br />

que o pai me transmite a cada<br />

palavra e a cada gesto. Amizade,<br />

honestidade, coragem, determinação.<br />

Orgulho esse que<br />

sei que será partilhado com<br />

o Francisco, quando ele souber o que o avô<br />

construiu ao longo da vida, o que o avô fez por<br />

Portugal, pela Lusofonia, pelo mundo, e por ele<br />

próprio, Francisco, quando ainda começava a<br />

dar os seus primeiros passos... E fê-lo sempre<br />

por convicção e por paixão à vida, ao mundo<br />

e às gentes!<br />

Pensar no pai é sentir toda essa paixão...<br />

É recordar os almoços de História do mundo,<br />

em que o pai me falava da História como se<br />

de um conto se tratasse e em que no final,<br />

tudo fazia sentido! É lembrar as músicas que<br />

tocavam no carro, porque o fado é a “alma<br />

portuguesa”. É reviver os poemas na voz da<br />

Dra. Maria Barroso, que tantas vezes sentimos<br />

em silêncio. É emocionar-me com o riso fácil<br />

do pai e as gargalhadas sem fim...<br />

Obrigada por ser o meu Homem de<br />

referência e o melhor pai do mundo!<br />

Sara<br />

- 8 -


Pai,<br />

Na falta de melhores palavras,<br />

escolhi este poema para ti.<br />

Obrigada por estares aí.<br />

Um beijinho,<br />

Susana<br />

Como eu queria poder contar-te<br />

Era para ti que eu corria<br />

Tu eras o lugar onde eu sempre poderia<br />

descansar minha cabeça<br />

Quando meu mundo se desfazia<br />

Porque eu tenho lutado com meus demónios<br />

Eles dizem-me que não tenho escolha<br />

Como eu gostaria de poder me apoiar agora<br />

No meio do caos e do barulho<br />

Tua luz enterrou o escuro<br />

Um coração constante inabalável<br />

Tu fizeste o bem para esfriar minha fúria<br />

E acalmar as águas sentem<br />

As tuas palavras calmas, uma pomada<br />

para acalmar minha alma rebelde<br />

Foi lá que aprendi a curar<br />

Tua luz enterrou o escuro<br />

Um coração constante inabalável<br />

Espero que me possas ouvir<br />

Através dos estragos do tempo<br />

Tu apoiaste-me mais do que poderias saber<br />

Eu ainda sinto a tua mão na minha<br />

Tua luz enterrou o escuro<br />

Um coração constante inabalável<br />

Sarah McLachlan<br />

“Song for my Father”<br />

- 9 -


Olá Avô Vítor,<br />

Quando pediram que lhe escrevesse um texto devido ao<br />

seu aniversário todas as memórias que ao longo dos anos<br />

fui criando consigo vieram-me à memória.<br />

Assim, posso sinceramente dizer-lhe que sempre foi um<br />

grande exemplo para mim, desde a sua grande aptidão<br />

para o desenho e pintura até à sua paixão pela politica<br />

tudo me foi, ao longo dos anos, inspirando a tornar-me<br />

numa pessoa melhor.<br />

Deste modo, posso apenas agradecer-lhe pela grande<br />

inspiração e exemplo que foi e é para mim.<br />

Muitos parabéns.<br />

Um grande abraço.<br />

Pedro<br />

- 10 -


O avô<br />

Sempre foi para mim um grande exemplo<br />

de perseverança, trabalho e dedicação.<br />

Assim, começaremos pela minha infância.<br />

A primeira memória consciente que tenho<br />

de si foi um natal em que o presente que<br />

mais me fez feliz foi um conjunto das bonecas<br />

“Monster High”, o presente que o avô<br />

me deu. Mas esta é só uma das muitas<br />

memórias que fui experienciando da sua<br />

generosidade.<br />

Assim só posso desejar lhe um felicíssimo<br />

septuagésimo aniversário e esperar que<br />

conte muitos mais com a companhia dos<br />

de quem mais estima.<br />

Um grande beijinho da sua neta.<br />

Mariana<br />

Por demais vezes fui alvo tanto da sua<br />

generosidade como da sua paciência,<br />

com esta foi ao longo dos anos transmitido<br />

algumas sábias lições fundamentais que<br />

ajudaram a formar o meu carácter.<br />

- 11 -


Uma noite sem estudo<br />

Quando o meu irmão Vítor veio para Lisboa estudar, já eu aqui estava há<br />

três anos. Lógico que tenha herdado amigos meus, que frequentavam o<br />

Café Império, onde próximo vivia e ficámos a viver. Com esses amigos saía<br />

por vezes em diversão. Um deles dizia – atiramos a moeda ao ar – coroa,<br />

vamos ao cinema, cara, vamos à Feira Popular e se ficar de pé vamos estudar.<br />

Decidimos ir ao Clube Ritz, dizendo um de nós – é o baptismo do “Puto”,<br />

sinónimo do mais novo.<br />

Sentámo-nos bem frente ao palco, cada um com uma cerveja de litro, para<br />

durar toda a noite, pelo custo de vinte escudos.<br />

Assistimos ao Striptease. Passado algum tempo, a artista saiu dos bastidores,<br />

dirigiu-se à nossa mesa, cumprimentou o Vítor com um beijinho e sentou-se<br />

connosco. Os meus amigos ainda estavam de boca aberta, quando o Vítor<br />

apresentou a artista, dizendo – conhecemo-nos e viajámos juntos no barco da<br />

minha recente de vinda de Angola.<br />

Esta foi uma deixa, para ao longo dos anos, todos reconhecidamente<br />

constatarmos o atributo do Vítor em estabelecer contactos e fazer amizades, de<br />

comunicação abrangente, agradecendo-lhe por o colocar em favor da comunidade<br />

e de todos, para além do profissional. Bem-haja!<br />

Muitos Parabéns e muitas Felicidades, em dia tão especial.<br />

Marvi<br />

- 12 -


Vítor,<br />

Quando conhecemos alguém, raras vezes acertamos. Assim não aconteceu<br />

connosco. Aliás, não poderia ser doutro modo, com a ajuda que tive e tenho,<br />

de quem é tão próximo. No entanto, não posso deixar de dizer que estou<br />

sempre a ser surpreendida. Não pela capacidade de entrega e conhecimento,<br />

sobejamente entendidos, mas pela diversidade que passa também<br />

pelo gosto do desenho e pintura, praticados e pela escrita, como recentemente<br />

mostrou, dando melhora a conhecer uma amizade tão fixe. Diversidade,<br />

mas apenas possível por alguém que vive franca e apaixonadamente as<br />

pessoas e as situações.<br />

Vítor os meus votos de PARABÉNS e muitas FELICIDADES em data tão<br />

marcante, continuando eu a beneficiar das suas lições de vida.<br />

Beijinhos,<br />

Jeanette<br />

- 13 -


Vítor,<br />

É com enorme prazer e alegria que o felicitamos pelo seu 70º aniversário e desejamos a continuação<br />

de uma vida repleta de felicidade, saúde, amizade e muita sabedoria como até aqui e<br />

porque tem Alma e Coração divididos, entre Portugal e a sua bela Angola (cujas cores de luz<br />

e sangue resvalam dos pincéis para as telas que pinta), receba um pouco de Luanda, pelas<br />

palavras do Poeta…<br />

Cláudio e Joana<br />

Romance de Luanda<br />

Coqueiros esguios — leques ao vento<br />

abanando a Ilha.<br />

Um dongo flutua<br />

na baía.<br />

E ela, a negra maravilha<br />

condecorada com reflexos de prata<br />

Com que o céu a está beijando,<br />

com que o céu a está vestindo,<br />

— adormeceu sonhando<br />

placidamente sorrindo.<br />

Nas águas verdes da baía calma,<br />

caem pétalas vermelhas<br />

de uma linda flor de onix!<br />

E o timoneiro, um preto atleta,<br />

jovem pescador<br />

e um brutal Cupido,<br />

— é o Deus do Amor<br />

em bronze reproduzido!<br />

Nas águas verdes da baía calma,<br />

caem pétalas de sangue,<br />

duma flor já desfolhada...<br />

Um dongo flutua<br />

na baía.<br />

Vai rompendo a madrugada!<br />

Tomaz Vieira da Cruz<br />

In “Tatuagem”(1941)<br />

- 14 -


Vítor,<br />

Nesta data tão especial para si gostava<br />

de o felicitar pelos 70 anos cumpridos.<br />

Digo-lhe, em tom de carinho e respeito,<br />

que foi um prazer recebê-lo na minha<br />

vida e queria desejar felicidade e harmonia<br />

no caminho que ainda tiver que percorrer.<br />

Gostava de dedicar-lhe um pequeno poema<br />

sobre a busca do auto conhecimento.<br />

Foi escrito por um artista que, à semelhança<br />

do Vítor, se exprimia em diferentes formas<br />

de arte; Almada Negreiros, “futurista e<br />

tudo”, também nasceu em África, foi uma<br />

personalidade controversa e um artista<br />

bastante multifacetado: desenhador, pintor<br />

e escritor exímio, criou um universo literário<br />

onde escreveu sem igual sobre um mundo<br />

fantástico e irónico muito próximo dele<br />

próprio e de Portugal.<br />

Rita<br />

“Momento de Poesia”<br />

Se me ponho a trabalhar<br />

e escrevo ou desenho,<br />

logo me sinto tão atrasado<br />

no que devo à eternidade,<br />

que começo a empurrar pra diante o tempo<br />

e empurro-o, empurro-o à bruta<br />

como empurra um atrasado,<br />

até que cansado me julgo satisfeito;<br />

e o efeito da fadiga<br />

é muito igual à ilusão da satisfação!<br />

Em troca, se vou passear por aí<br />

sou tão inteligente a ver tudo o que não é comigo,<br />

compreendo tão bem o que não me diz respeito,<br />

sinto-me tão chefe do que é fora de mim,<br />

dou conselhos tão bíblicos aos aflitos<br />

de uma aflição que não é minha,<br />

dou-me tão perfeitamente conta do que<br />

se passa fora das minhas muralhas<br />

como sou cego ao ler-me ao espelho,<br />

que, sinceramente não sei qual<br />

seja melhor,<br />

se estar sozinho em casa<br />

a dar à manivela do mundo,<br />

se ir por aí a ser o rei invisível<br />

de tudo o que não é meu.<br />

José Almada Negreiros<br />

- 15 -


- 16 -<br />

Toffee


Elegia ao Amor<br />

Lembras-te, meu amor,<br />

Das tardes outonais,<br />

Em que íamos os dois,<br />

Sozinhos, passear,<br />

Para fora do Povo<br />

Alegre e dos casais,<br />

Onde só deus pudesse<br />

Ouvir-nos conversar?<br />

Tu levavas, na mão,<br />

Um lírio enamorado,<br />

E davas-me o teu braço;<br />

(…)<br />

Aprendo contigo que o amor se constrói. Que o tempo lhe empresta crescimento.<br />

Identifico em ti a honradez da vida. Que não abala com as circunstâncias do acaso.<br />

Vivo a tua rebeldia feita coragem. Que o status quo não faz desvanecer.<br />

Gosto de ti generoso, solidário e livre. O que tu és.<br />

Nesta data especial, parabéns Vítor.<br />

Longa vida com o reconhecimento e carinho merecidos<br />

Beijo,<br />

Eurídice<br />

- 17 -


BASTA!<br />

A bandeira ondula hipotecada<br />

soprada por credores sem escrúpulos<br />

com rostos de vigança<br />

adestrados em artes ancestrais<br />

de capitulação pelo medo.<br />

O deserto das ideias conquista o espaço<br />

e o próprio tempo<br />

em terra agora sob protetorado<br />

penhorada para garantia de usuários<br />

ao som do uivo das hienas<br />

que aguardam o assalto final<br />

salivando o próprio sangue<br />

enquanto bandos de abutres<br />

espreitam a carcaça do cadáver<br />

Há também carpideiras<br />

que desmaiam no festim<br />

forjando a encenação<br />

enquanto pregadores fazem e desfazem<br />

com mesma veste professora!<br />

comentários pagãos<br />

que se servem em horas nobres<br />

sobretudo no dia do Senhor<br />

para que nada fique por dizer<br />

no tempo da salvação do défice<br />

alimentando por cortes no salário mínimo de famintos<br />

que dizem não o merecerem.<br />

O maestro sem rosto<br />

maneja com destreza a batuta<br />

seguinto à letra a partitura<br />

da sinfonia encomendada<br />

aos donos dos mercados<br />

para aquietar os pobres<br />

a quem mandam chacais<br />

transvertidos de fiscais<br />

conceder-lhes a salvação<br />

pelo sacrifício da austeridade.<br />

Há depois uma covardia lavrar<br />

que afeta princípios e valores<br />

fazendo correr juros usuários<br />

que caem nas contas de mercados insaciados.<br />

A terra hoje sob protetorado<br />

é leiloada a retalho<br />

a mandatários dos credores<br />

negando-se a livre escolha<br />

sob o mando de perfídia.<br />

Neste lugar que está amedrontado<br />

existe porém um oceano largo<br />

que nos inunda e não esconde a memória<br />

pelo que o tempo é sempre relativo<br />

e atrás de tempo tempo virá<br />

não sendo o futuro dos chacais<br />

tranvertidos de fiscais.<br />

E preciso acreditar<br />

porque é tempo de lutar<br />

e dizer - basta!


- 20 -


- 21 -


Conhecemos o<br />

Vítor Ramalho<br />

há muitos e<br />

muitos anos.<br />

É uma daquelas pessoas que entrou directamente nas nossas vidas, sem necessidade<br />

de apresentar passaporte, como mais um familiar chegado. Desde sempre, é o que sentimos<br />

e que com o passar dos anos se foi agigantando esta relação.<br />

Falar de Vítor Ramalho é falar de amizade pura, camaradagem, solidariedade, carinho.<br />

Amigo do seu amigo, sempre atento ao “nosso” mundo. Quando é necessário defender<br />

valores e causas, aí está o Vítor a defender e a mobilizar, com entusiasmo, crença e energia<br />

que nos contagia: a Constituição, os Direitos Humanos, os mais desfavorecidos, a<br />

Lusofonia (não fosse ele português e angolano).<br />

Mas temos que confessar que há um impulsionador desta Amizade, que com todo o<br />

carinho e respeito lembramos: Mário Soares! A quem o Vítor carinhosamente chamava “O<br />

Nosso Mais Velho”. E assim, será sempre lembrado entre nós.<br />

É, pois, com enorme prazer e sentido de dever de gratidão que te desejamos, querido<br />

Vítor, um aniversário fantástico e os melhores votos de felicidades e muita saúde. E que<br />

te reconfirmamos que podes contar connosco para as batalhas que queiras abraçar… as<br />

tuas batalhas serão sempre, também, as nossas.<br />

Obrigada por existires e contribuíres para o aquecimento dos nossos corações, o<br />

espaço que ocuparás sempre. Precisaremos sempre de ti!<br />

Obrigado, Grande Vítor!<br />

Adelaide, Carla e Osita<br />

- 22 -


Nos setenta anos do nosso<br />

camarada e amigo Vítor Ramalho,<br />

recordamos com alguma emoção, a maneira empenhada e solidária como agiu nos<br />

acontecimentos de finais de 94, Janeiro de 95 – manifestações dos trabalhadores da<br />

Manuel Pereira Roldão - que em defesa dos seus postos de trabalho, enfrentavam as<br />

forças policiais enviadas pelo governo de Cavaco Silva à Marinha Grande.<br />

Solidariedade activa que exprimiu na elaboração de ferramentas jurídicas, permitindo<br />

à Câmara Municipal intervir directamente na gestão da empresa.<br />

Continuámos a encontrar-nos nos em defesa da liberdade e dos direitos sociais,<br />

nomeadamente, quando foi preciso fazer frente aos governos da direita. Sublinhamos<br />

o seu papel na organização de importantes sessões unitárias, que culminaram na<br />

Aula Magna, caminho aberto para pôr termo ao ciclo Passos Coelho e às políticas<br />

então seguidas.<br />

Na passagem deste aniversário e com votos fraternos que se repita, saudamos a<br />

coerência com que continua a defender valores de Abril, entre os quais os do<br />

Serviço Nacional de Saúde, garantindo estar sempre ao seu lado na defesa<br />

desses mesmos valores.<br />

Álvaro Neto Órfão<br />

Aires Rodrigues<br />

- 23 -


Cruzámo-nos na Faculdade de Direito da Universidade<br />

Clássica de Lisboa, mas diferentes anos e percursos<br />

distintos impediram a aproximação.<br />

O seu nome, referência na vida associativa e, em<br />

particular, no tema da descolonização, face à sua<br />

origem e ligação à casa dos Estudantes do Império<br />

circulava já quando, meio deslumbrado, aportei à<br />

Faculdade, vindo do interior.<br />

Viria a ser, sobretudo, na vida política e partidária,<br />

que o nosso relacionamento se estabelece, cresce e<br />

se consolida.<br />

Como membro do governo de António Guterres e<br />

a sua permanente atenção aos problemas sociais<br />

iniciámos uma convivência próxima, no exercício das<br />

funções de ambos, que deu origem a uma partilha de<br />

ideias e sentimentos que nos aproximaram e que vão,<br />

estou certo, resistir à espuma dos tempos.<br />

A sua integração nas listas do Círculo Eleitoral de<br />

Setúbal, a cuja Federação eu presidia, cimenta a<br />

amizade que, então, se intensifica e ganha raízes.<br />

Foi aí que com ele mais tive oportunidade de lidar e<br />

continuar a descobrir toda a dimensão da sua personalidade<br />

e a visão universalista, afetiva e preocupada<br />

dos dias que correm.<br />

Travámos, em conjunto, batalhas comuns que a riqueza da sua multifacetada personalidade me<br />

viria a contagiar e que, estou certo, terão contribuído para um enriquecimento mútuo que irá<br />

perdurar ao longo da vida.<br />

Segue-se a fase do meu distanciamento da atividade política e partidária. Altura propícia não<br />

só à reflexão, mas ainda a uma mais cuidada ponderação e avaliação dos amigos próximos.<br />

Guardo, assim, do Vítor Ramalho, a memória de um contacto a que apetece sempre<br />

voltar e que, espero, perdure.<br />

Foi para mim muito reconfortante que, no meu distanciamento da vida política ativa e<br />

partidária, em Setúbal, eu tivesse tido a felicidade de constatar que os meus objetivos de<br />

luta pelo desenvolvimento do distrito, correção das assimetrias, valorização da atividade<br />

partidária local, tivessem encontrado no Vítor Ramalho não só um continuador, mas<br />

alguém que, com bonomia e à vontade, os soube ultrapassar.<br />

Para ele vai, assim, a minha homenagem e o voto que a riqueza da sua personalidade e o<br />

exemplo das suas fortes e profundas convicções continuem presentes por muito tempo.<br />

Alberto Antunes<br />

- 24 -


Antes de conhecer pessoalmente<br />

o Vítor Ramalho já o conhecia<br />

como o homem de causas.<br />

Lembro-me do seu papel<br />

na gestão do complexo processo<br />

da Lisnave e de o ver como<br />

Secretário de Estado do Trabalho<br />

nos primeiros governos da<br />

democracia.<br />

Desde cedo me habituei a reconhecer<br />

no Vítor Ramalho um<br />

homem tolerante e apaixonado<br />

pelas suas causas. Fazedor e<br />

cultivador de amizades sabendo<br />

manter relações com todos,<br />

independentemente das inserções<br />

partidárias e ideológicas.<br />

Um fazedor de pontes porque<br />

sabe que a vida não é monocolor<br />

e que todos têm o seu lugar.<br />

Fiel às suas ideias, nunca escondendo<br />

as suas opções, em que isso impedisse<br />

a construção de pontes. A frontalidade não<br />

sectária é uma das suas características que o torna<br />

respeitado por todos.<br />

Cruzamo-nos em vários registos, do governo à vida partidária, e construímos amizade e uma<br />

relação de respeito mútuo. Sempre me senti a aprender com ele. Talvez ele também tenha aprendido<br />

alguma coisa comigo.<br />

Nem sempre estivemos de acordo, mas os desacordos não foram nunca em coisas essenciais.<br />

Por vezes discordâncias táticas e de forma. Mas que nunca puseram em causa o entendimento<br />

que temos sobre as questões fundamentais e sobre o nosso olhar sobre os desafios da sociedade<br />

actual.<br />

A crença nos valores centrais do socialismo democrático e na necessidade da refundação da<br />

agenda socialista e da esquerda são elementos que nos aproximam.<br />

Tive o prazer de integrar a comissão distrital de Setúbal do PS, que Vítor Ramalho dirigiu em três<br />

mandatos. Testemunhei a forma dedicada e incansável com que assumiu essa liderança e com<br />

as transformações que operou naquela estrutura partidária. Não fez tudo bem, como é natural.<br />

Mas marcou a Federação de Setúbal com a sua passagem.<br />

Saindo da vida política activa nunca abandonou a intervenção cívica que continua a ocupar um<br />

lugar central na sua vida e forma de estar.<br />

Quero por tudo isto testemunhar, neste lugar e nesta justíssima homenagem que lhe fazem os<br />

seus amigos e camaradas, aminha amizade e profunda estima e consideração que tenho pelo Vítor<br />

Ramalho e pela forma como se dedica à causa pública e aos seus ideais, que também são<br />

os meus.<br />

Um grande abraço e votos de que continues a ser como és.<br />

Alexandre Rosa<br />

- 25 -


Já passaram muitos anos. Nesse tempo, não nos restava seriamente outra opção que<br />

não fosse a de militar clandestinamente contra o regime fascista. E assim, para além da Faculdade,<br />

encontrámo-nos na organização da resistência anticolonial, seguros de que essa<br />

era a batalha essencial contra a ditadura, o campo onde tudo se decidia – como veio, de<br />

facto, a acontecer.<br />

Quando o Vítor foi preso, a minha situação não era também muito segura. Por essa e por<br />

outras razões, não voltámos a encontrar-nos durante algum tempo e, lembro-me, foi no<br />

funeral de um amigo e camarada que estivemos de novo juntos, já depois do 25 de abril de<br />

1974.<br />

A partir daí e até hoje nunca deixámos de percorrer caminhos que, embora diversos, não nos<br />

separaram, porque a amizade franca ultrapassa diferenças e completa escolhas.<br />

A partir de 1996, trabalhei nos arquivos da Fundação criada pelo Dr. Mário Soares e aí,<br />

naturalmente, dada a amizade que os ligava, cruzámo-nos amiúde, quase sempre<br />

duvidosos de caminhos fáceis que em volta víamos crescer com demasiada frequência.<br />

Não concordávamos em tudo mas nunca abandonámos o sonho comum de viver em<br />

liberdade e de pensar sem submissões neoliberais e convictos de que era preciso trilhar<br />

outros caminhos, ultrapassando temores reverenciais. Assim foi, designadamente, quando<br />

Mário Soares encabeçou as manifestações contra a invasão do Iraque ou, mais tarde,<br />

quando apelou na Aula Magna para “Libertar Portugal da Austeridade” e “Em defesa<br />

da Constituição, da Democracia e do Estado Social”.<br />

Não esqueço também quanto o Vítor Ramalho e o Carlos Luís apoiaram diariamente o<br />

Dr. Mário Soares, sobretudo quando este se encontrou doente e fisicamente diminuído.<br />

Por tudo isso, e ainda pelo trabalho desenvolvido com a UCCLA,<br />

espero que o Vítor não se aposente.<br />

Alfredo Caldeira<br />

- 26 -


Conheci pessoalmente o Vítor nas vésperas<br />

de umas eleições, à porta da sede do Largo<br />

do Rato. “Ouça lá, como é que está a ver<br />

isto?” Perguntou o Vítor, dando de imediato<br />

a resposta: “está mau, não vamos ganhar”.<br />

Certeiro, como sempre. Realista e conhecedor<br />

da vida política, com uma intuição, inteligência<br />

e compreensão invejáveis. Assim é o Vítor<br />

Ramalho, perdemos essas eleições (não por<br />

muito, mas perdemos).<br />

Iniciamos aí a amizade que fomos construindo<br />

ao longo dos anos. O Vítor foi eleito deputado<br />

por Setúbal nessas eleições, desde então<br />

firmamos uma cumplicidade na diferença<br />

de idades que nos separa. Eu àvida por<br />

conhecer, o Vítor com a sua serenidade<br />

explica tudo como se tivesse sido fácil construir<br />

o Portugal Democrático.<br />

Devemo-lo também a si.<br />

A paixão pela Lusofonia deixa-me sempre<br />

com vontade de fazer mais qualquer coisa,<br />

o sonho da total união entre os povos ainda<br />

não é uma realidade. E o Vítor fala longamente<br />

dos afectos africanos, da sua origem e<br />

de como conhece bem esses países e onde<br />

Portugal deve ser a ponte para um futuro<br />

melhor.<br />

São muitas as coisas que posso dizer do<br />

Vítor Ramalho.<br />

Na comemoração dos seus setenta anos<br />

quero celebrar a Amizade e a Solidariedade<br />

que sempre sabe honrar.<br />

Obrigada por ser meu Amigo<br />

e me ensinar tanto.<br />

Um beijinho muito grande de Parabéns<br />

Ana Catarina Mendes<br />

- 27 -


Comecei a admirar o Vítor Ramalho muito antes<br />

de ter o privilégio da proximidade.<br />

O Vítor sempre marcou a diferença na sua<br />

intervenção política pública. Pela grandeza<br />

das análises, pela cidadania atenta, por ir<br />

além da pequenez do momento.<br />

Mais perto, reconhece-se um homem de valores,<br />

um homem culto, que dá sentido à lusofonia<br />

e que, mesmo no frenesim do dia a<br />

dia, evidencia com simplicidade que as artes<br />

são bens intemporais que nos enriquecem<br />

enquanto seres humanos e cidadãos.<br />

Para o Vítor a amizade não é uma palavra banal<br />

ou de circunstância, é lealdade e generosidade,<br />

é compromisso.<br />

Enquanto escrevo este texto sobrevoo a nossa<br />

África, a África que o marcou com uma<br />

serenidade desassossegada que lhe dá a<br />

capacidade de olhar mais longe e a ânsia da<br />

luta pelas grandes causas.<br />

Os amigos que admiramos marcam o nosso<br />

caminho. O Vítor é uma referência como democrata<br />

e cidadão empenhado.<br />

Ana Paula Vítorino<br />

- 28 -


Diz-se distinto daquilo que não se confunde, que<br />

é gentil e ilustre. Quiçá por este singelo motivo, o<br />

ímpeto primordial de quem se aventura em escrever<br />

sobre os homens imensos seja, de imediato,<br />

desistir. Todavia, se o cota merece bué de<br />

respeito, merece também o risco e deferência<br />

deste perigoso exercício.<br />

Para falar do Vítor, tomarei sem licença da sua<br />

voz. De timbre distinto, mesclado de mundo e<br />

mundividência, a voz do Vítor não é uma mera<br />

voz. É a voz do Vítor. São os sons da igualdade<br />

e da fraternidade, alinhados em melódica lusofilia.<br />

É afinal, o veículo da palavra avisada, da luta sempre travada, ora perdida, ora triunfada,<br />

mas sempre corajosamente não olvidada.<br />

Todavia, para além da voz e da palavra, o Vítor Ramalho é também sinónimo de gesto em<br />

cada alvorada. Vanguardismo humanista. Um homem imenso com o qual tive, tenho e terei<br />

o privilégio de divergir e convergir em Liberdade. Em resumo, aquilo que é distinto não se<br />

confunde.<br />

André Pinotes Batista<br />

- 29 -


Falar sobre o<br />

Vítor Ramalho é,<br />

entre outras, lembrar o seu<br />

profundo sentido humanitário,<br />

a sua “quási” devoção à causa<br />

da CPLP e perceber o seu<br />

empenhamento nas questões<br />

políticas, económicas e sociais.<br />

A sua filiação partidária e a particular<br />

intimidade com o fundador<br />

do PS nunca o coibiram de estabelecer<br />

amizade com múltiplas<br />

pessoa que, pensando diferentemente,<br />

partilhavam com ele<br />

preocupações, anseios ou espaços<br />

comuns.<br />

Conheci-o quando de 1983 a<br />

1985 apoiava então directamente<br />

o Primeiro Ministro Mário Soares,<br />

acudindo às permanentes emergências<br />

laborais ou politicas,<br />

procurando encontrar soluções<br />

institucionais para colmatar vulnerabilidades,<br />

ouvindo criticas<br />

ou sugestões.<br />

Trabalho gigantesco feito com convicção e empenhamento, virtudes que reencontrei<br />

quando no Governo de António Guterres ase ocupava de tarefas semelhantes.<br />

Dele retive e reterei a “força de vontade”, dedicação e argúcia, que lhe permitia inúmeras<br />

vezes ler a realidade melhor e mais rapidamente que a maioria da “classe política”.<br />

Angola é um pilar decisivo na sua vida e empenho que pôs e põe nos problemas de<br />

cooperação quer bilateral, quer no âmbito da CPLP.<br />

Sem ele, a UCLA não teria a projecção externa que evidencia, sem ele, saberíamos menos<br />

do que são e pensam os dirigentes e povos que se integram naquela organização.<br />

O Vítor merece a amizade e o afecto dos que, com ele, partilham os valores da tolerância,<br />

respeito, dignidade e coerência. As singelas palavras que constituem este texto são<br />

por isso uma pálida imagem do que dele se poderia e deveria dizer ou escrever.<br />

Ângelo Correia<br />

- 30 -


Dedicado ao meu amigo Vítor Ramalho<br />

A amizade é dos sentimentos mais nobres do ser humano.<br />

Ela é posta á prova nos momentos mais difíceis.<br />

O Vítor Ramalho é disso um exemplo.<br />

A minha amizade e admiração pelo Vítor nasce pela amizade que o ligava a Mário Soares.<br />

Amigo do meu maior amigo, meu amigo tinha que ser.<br />

Foi nos momentos difíceis de Mário Soares que distante de Lisboa telefonava ao Vítor ou<br />

ele tinha a gentileza de me telefonar para me informar da evolução do seu estado de saúde,<br />

com quem praticamente se encontrava todos os dias.<br />

Para mim foi uma ajuda preciosa porque quem estava distante ter informações do meu<br />

maior amigo era um alívio.<br />

Só cidadãos, hoje raros, que nos momentos mais difíceis quando mais se precisa do carinho<br />

dos amigos eles não falham, além da amizade nasce a admiração.<br />

O que me liga hoje ao Vítor é uma amizade e uma admiração profunda.<br />

Espero tê-lo como amigo por muitos e muitos anos.<br />

António Campos<br />

- 31 -


Caro amigo Vítor Ramalho,<br />

É uma grande honra poder participar nesta festividade, o seu septuagésimo aniversário,<br />

dirigindo-lhe umas módicas palavras mas com uma enorme carga emocional.<br />

O Vítor sabe bem o apreço, estima, amizade, respeito e consideração que tenho por<br />

si. Sentimentos que foram naturalmente crescendo desde que nos conhecemos e quando<br />

digo naturalmente é porque não houve nada forçado, o seu carisma é impulsionador,<br />

responsável de alavancar tais sentimentos.<br />

Amigo e companheiro Vítor, vibrei com as vitórias, aprendi com a sua sapiência e<br />

agradeço-lhe todos os saberes e emoções que partilhou e que continuará a aquinhoar<br />

comigo.<br />

Desejo-lhe um feliz aniversário e que a próxima década seja tão boa ou melhor que a<br />

que termina.<br />

Um forte abraço,<br />

António Caracol<br />

- 32 -


É com satisfação que participo na celebração do aniversário do meu amigo Vítor Ramalho.<br />

Falar dele, é referir-me a um homem multifacetado e de uma enorme grandeza de alma.<br />

Trata-se de um cidadão virtuoso na sua essência, que procura viver segundo princípios<br />

e valores que o levam a que seja reconhecido como um ser íntegro e bom. Já Nietzsche<br />

afirmava que a grandeza de alma era inseparável da grandeza intelectual e, de facto,<br />

Vítor Ramalho também possui uma dimensão intelectual fora do comum. Sempre me<br />

surpreendeu a transparência do seu pensamento, a sua capacidade de análise e a sua<br />

incomensurável sensibilidade para abordar assuntos que tivessem a ver com os outros.<br />

Já como politico, impressiona-me a sua visão prospetiva da política, do Pais e do Mundo.<br />

Lembro-me de o ouvir, antes da crise, traçar cenários cinzentos sobre o que aí vinha.<br />

Nem todos aceitaram as suas teses. Contudo, sempre que lançava uma ideia acerca do<br />

que julgava aproximar-se, ele era assertivo.<br />

Uma faceta que muito aprecio na sua pessoa é a sensibilidade artística. Discreto, nunca<br />

escolheu a visibilidade, por vezes tão vazia, do meio artístico. No seu dom de pintar<br />

transmite uma postura ética perante a vida. É por isso, pelo significado que continua a<br />

gerar, que avalio, afinal, a sua dimensão enquanto fazedor de arte.<br />

António Chaínho<br />

- 33 -


A minha relação com o Vítor Ramalho iniciou-se na inesquecível<br />

primeira campanha de apoio à Candidatura de Mário Soares a<br />

Presidente da República, o MASP I.<br />

A partir daí houve, até aos dias de hoje, uma continuidade natural.<br />

Um dia, Mário Soares ligou-me dando-me conhecimento da viagem<br />

que sua Mulher, Maria de Jesus Barroso, iria fazer a Moçambique,<br />

onde me encontrava. De regresso a Portugal marcado, fiquei, claro,<br />

para dar todo o apoio que pudesse. Essa viagem tinha como objetivo<br />

a tentativa de entendimento entre as duas partes em guerra.<br />

E lá estava, ao lado de Maria Barroso, o Vítor Ramalho. Não posso<br />

esquecer o encontro com o Presidente Joaquim Chissano, que<br />

muito contribui para clarificar e dar um contributo positivo ao trabalho<br />

para a Paz em Moçambique.<br />

Embora distante fisicamente, não quero deixar de dar os parabéns<br />

e enviar um forte abraço ao Vítor Ramalho,<br />

António Dias da Cunha<br />

- 34 -


É com enorme prazer que de Nova Iorque envio um grande abraço de<br />

parabéns ao Vítor Ramalho nesta data tão significativa de uma vida de<br />

grande riqueza e sucesso.<br />

Foi para mim sempre extremamente grato poder conviver e trabalhar<br />

com o Vítor Ramalho sempre em defesa dos mesmos ideais e em muitos<br />

momentos mais significativos da nossa vida democrática.<br />

Nele encontrei permanentemente enorme entusiasmo e dedicação e<br />

generosidade no seu comprometimento com o socialismo democrático.<br />

Vítor Ramalho sempre esteve ao lado de Mário Soares, figura central do<br />

Portugal nascido com a Revolução de Abril.<br />

Esta celebração representa uma homenagem profundamente merecida.<br />

Um grande abraço de amizade e reconhecimento,<br />

António Guterres<br />

- 35 -


Falar do Vítor Ramalho é falar de firmeza<br />

nas convicções. É ter presente<br />

que os valores são o suporte da<br />

nossa ação e que os mesmos não<br />

cedem nem se moldam em nenhuma<br />

circunstância. Mas falar do Vítor<br />

é também falar de amizade fraterna.<br />

Uma amizade que se funda no companheirismo<br />

e na solidariedade. Na<br />

disponibilidade para ajudar, mesmo<br />

quando ajudar passe por não dizer<br />

aquilo que se quer dizer no momento.<br />

Conheci o Vítor na política, em<br />

2002, era o Vítor candidato a Deputado<br />

pelo círculo de Setúbal. Acompanhei<br />

depois toda a sua liderança<br />

no PS distrital e testemunhei a sua<br />

enorme capacidade de fazer e de<br />

transformar. Muitas vezes não estive<br />

de acordo, a maior parte das vezes acompanhei as suas decisões. Mas o que<br />

sempre me impressionou, em qualquer das circunstâncias, foi a coragem com que<br />

sempre assumiu as suas posições, inclusive coragem física. Com o tempo tornámo-nos<br />

amigos e, quantas vezes, o conselho sábio me é tão importante.<br />

Parabéns Vítor. Gosto de ser seu Amigo.<br />

António Mendes<br />

- 36 -


Falar de quem gostamos muito, por quem temos<br />

admiração, a quem nos ligam memórias dos melhores<br />

e dos piores momentos da nossa vida é<br />

fácil. É só deixar correr a pena e falar o coração.<br />

Pede-me a Eurídice breves palavras sobre o Vítor<br />

e eu direi, de rajada, como ele gosta, solidariedade,<br />

amizade, fraternidade, sabedoria, tenacidade,<br />

cumplicidade, entrega e despojamento, admiração,<br />

consideração, exemplo.<br />

Jovem licenciado em Direito, tive o enorme privilegio<br />

de ser apresentado ao Vítor que me adotou<br />

em Lisboa, vindo e Trás-os-Montes, como ele<br />

também fora adotado, vindo da Nova-Lisboa.<br />

Dois estrangeiros em Lisboa, presos por laços<br />

da diáspora, e abertos para o mundo. Sem calculismo,<br />

sem atitudes materialistas, separados<br />

por oito anos que não eram nada. Admirei-lhe<br />

logo a escrita e a palavra, a oratória e a densidade,<br />

o verbo e a ação. Soube, de imediato, que a<br />

palavra só tinha sentido se o exemplo fosse consequente.<br />

O exemplo de uma vida a lutar pela liberdade,<br />

pela igualdade de todos, sem critérios materialistas<br />

que ofuscassem a fraternidade que nasceu<br />

daquele encontro, numa manhã de segunda-feira,<br />

na Rua Braamcamp.<br />

Fiquei encantado com a destreza com que vertia<br />

para o papel a síntese de uma história de vida que<br />

um trabalhador despedido lhe enunciara e com<br />

a consistência da peça jurídica que em poucos<br />

minutos elaborou, quase sem rasurar o que quer<br />

que fosse.<br />

Falar do Vítor é falar da vida política portuguesa,<br />

falar da nossa intervenção como cidadãos de<br />

entrega à causa pública e é falar da defesa intransigente<br />

da liberdade e consequentemente do<br />

regime democrático.<br />

É falar de um grande amor à língua portuguesa e<br />

aos povos irmãos que a partilham. O Vítor é um<br />

exemplo de intervenção na vida do nosso Portugal.<br />

Posso dar testemunho da sua intervenção<br />

quer como advogado, como governante, como<br />

parlamentar, como professor, como líder partidário<br />

e como alto responsável de uma organização<br />

internacional.<br />

Fui seu colega na advocacia, na universidade e<br />

no parlamento e sei da sua frontalidade no uso<br />

da palavra, essa arma que qualquer deputado<br />

tem de utilizar sem freios ou condicionamentos<br />

de outra natureza.<br />

Espirito livre, frontal e respeitado, nunca vacilou<br />

nem se submeteu a lógicas aparelhísticas mas<br />

sempre esteve atento a concertação social e<br />

económica lutando por uma sociedade em que<br />

todos tenham as mesmas oportunidades.<br />

Está preparado para o futuro, porque sempre esteve<br />

à frente na leitura dos melhores caminhos a<br />

trilhar pelo povo português, cuja história conhece<br />

profundamente. Impressiona a sua capacidade<br />

de trabalho, a sua inteligência prática e o respeito<br />

que granjeou entre todos os povos falantes da<br />

língua portuguesa.<br />

Tenho o privilégio de ser seu amigo e companheiro<br />

e isso contribui para fazer de mim um homem<br />

melhor.<br />

Um abraço Vítor.<br />

António Ramos Preto<br />

- 37 -


Vítor Ramalho:<br />

Um Bom Cidadão<br />

Exerceu as mais diversas funções na vida política, tendo<br />

sempre presente a ideia de serviço público.<br />

Quando o conheci era Secretário de Estado do Trabalho,<br />

tendo sido, mais tarde, Secretário de Estado Adjunto<br />

do Ministro da Economia e Consultor da Casa<br />

Civil do Presidente da República.<br />

Foi, ainda, um parlamentar, particularmente, dinâmico<br />

e um bom Presidente do Fórum dos Parlamentares<br />

de Língua Portuguesa.<br />

Testemunhei o papel, altamente, positivo que desempenhou<br />

na pacificação de Moçambique, quando eu<br />

era Presidente do Movimento para a Paz e a Democracia<br />

naquele país, ajudando a promover o diálogo entre<br />

a Frelimo e a Renamo.<br />

Tendo sido, desde sempre, um apaixonado pela vida,<br />

soube, nos momentos críticos, adoptar uma postura<br />

lúcida e, por isso mesmo, realista.<br />

Com o passar dos tempos, fui desenvolvendo com o<br />

Vítor uma amizade sincera e profunda.<br />

Sempre se moveu pelos ideais da Tolerância, da Democracia<br />

e da Liberdade.<br />

Volvidos muitos anos, é legítimo concluir-se que tê-lo<br />

como amigo é motivo de orgulho.<br />

Não é só porque se trata de um bom amigo, de um<br />

bom cidadão, de alguém de bem, de um defensor da<br />

lusofonia, de alguém que ama a liberdade.<br />

É, também, porque se trata de um verdadeiro patriota,<br />

com orgulho na nossa História, enfim, de um Bom<br />

Português.<br />

António Rebelo de Sousa<br />

- 38 -


Nos 70 anos de Vítor Ramalho<br />

A vida leva-nos por muitos caminhos. Por escolha, por obrigação ou tão-só<br />

por acaso. Em cada lugar, há pessoas à nossa espera, ou somos nós que as<br />

procuramos. No fim, o que ficam são os seus gestos, com tudo o que representam.<br />

Na reitoria da Universidade de Lisboa, aprendi a distinguir dois tipos de professores:<br />

os que entravam no meu gabinete apenas, e unicamente, para resolverem<br />

problemas pessoais; e aqueles que vinham sempre para resolver assuntos da<br />

própria universidade.<br />

Na política tive uma experiência semelhante. Uma campanha, e mais ainda uma<br />

campanha presidencial, é uma longa maratona, com altos e baixos, momentos<br />

de euforia e de desalento. Aprendi a distinguir dois tipos de pessoas: as que<br />

se aproximavam, e se mostravam, nos momentos fáceis, mas logo se tornavam<br />

invisíveis nos momentos difíceis; e aquelas que apareciam quando mais precisávamos<br />

de uma palavra ou apenas de um olhar.<br />

A campanha presidencial permitiu-me conhecer melhor Vítor Ramalho. Vi nele<br />

uma dedicação profunda a causas, a ideais, que vão muito para além de nós, e<br />

dos nossos interesses. Pude sempre contar com a sua presença, principalmente<br />

nos momentos mais duros, quando se percebe bem o calculismo de uns e a<br />

generosidade de outros.<br />

Quero dizer-lhe que não esqueço estes gestos e tudo o que representam.<br />

No fim, são eles que ficam. Para sempre.<br />

Muito obrigado.<br />

- 39 -<br />

António Sampaio da Nóvoa


Conheci Vítor Ramalho<br />

há mais de 15 anos.<br />

Estabeleci com ele uma relação<br />

mais próxima quando<br />

exerci as funções de presidente<br />

da Comissão Política Concelhia<br />

de Santiago do Cacém do<br />

Partido Socialista. Era então<br />

Vítor Ramalho presidente da<br />

Federação de Setúbal do PS.<br />

Para além da inteligência, reconheço nele uma forte determinação<br />

nas causas que abraça, sempre balizadas pelos princípios<br />

da liberdade e da tolerância. Recordo com gratidão a solidariedade<br />

e disponibilidade manifestadas aquando da minha<br />

candidatura à presidência da Câmara Municipal de Santiago<br />

do Cacém. Elas marcaram, pela positiva, um tempo de combate<br />

político que teve tanto de difícil quanto de entusiasmante.<br />

Trata-se de um homem de livre pensamento e de voz presente<br />

com quem tive o grato prazer e trabalhar e que aqui felicito<br />

pela passagem de mais um aniversário.<br />

Arnaldo Frade<br />

- 40 -


Um homem bom define-se pelo seu carácter.<br />

Esta é a forma que encontro para definir<br />

o Vítor Ramalho, um grande homem com<br />

uma personalidade bem vincada e gestos<br />

maiores ainda.<br />

Quando iniciei o trabalho no Partido<br />

Socialista dando apoio à sua presidência<br />

na Federação de Setúbal comecei por<br />

conhecer o homem para além da imagem<br />

que dele tinha criado.<br />

Confesso que tinha algum receio pois o<br />

perfil que tracei no meu imaginário era de<br />

alguém muito inflexível.<br />

Verifiquei logo desde o início que se<br />

tratava de um homem muito cordial,<br />

compreensivo e justo.<br />

Tenho sempre presente esta lição, que<br />

não obstante os cargos que possamos<br />

ocupar nunca devemos perder a nossa<br />

essência nem tão pouco o nosso humanismo.<br />

Recordo-me de todas as vezes que de<br />

forma verdadeira me perguntou a minha<br />

opinião e a escutou, transmitindo-me a<br />

sua capacidade de aceitar a crítica.<br />

Jamais esquecerei este Homem que me<br />

ajudou a ser um homem melhor.<br />

Obrigado Vítor.<br />

Bruno Carapinha<br />

- 41 -


O meu Amigo Vítor Ramalho<br />

Conheci o Vítor Ramalho através do<br />

meu marido, Rodrigues Maximiano,<br />

(Max) já lá vão muitos anos.<br />

E confesso que, por ser amigo do<br />

Max, desde logo o aceitei como amigo<br />

também, porque o meu marido era<br />

exigente nos afetos e se considerava<br />

alguém como Amigo(a) é porque<br />

esse Alguém era um Humanista, Leal,<br />

Solidário, defensor de grandes causas…<br />

Assim se revelou o meu amigo Vítor<br />

Ramalho.<br />

E se é fácil falar do Vítor, maior a dificuldade<br />

em resumir em poucas linhas<br />

a admiração e o carinho que por ele<br />

sinto, as razões porque o considero<br />

um Ser Humano fantástico!<br />

Excelente político, dedicou-se à Causa<br />

Pública com o denodo e vontade<br />

de Servir e Fazer Bem.<br />

Admirável na sua personalidade Humanista,<br />

sempre se bateu por causas, defendendo a Justiça, pugnando por uma melhor e<br />

mais solidária repartição da riqueza.<br />

Passeia-se com destreza de Artista na pintura e escreve com o coração nas mãos.<br />

O último dos seus livros, dedicado ao Sr. Presidente Mário Soares, é um hino à ternura,<br />

à amizade e ao respeito por um Grande Estadista, visto por dentro, no interior dos seus<br />

pensamentos, das suas ideias, nos projectos do Futuro sonhado por dois grandes Amigos,<br />

dois Grandes Homens, em conversas intimistas, esculpindo, pela utopia um Portugal melhor,<br />

de progresso, liberdade e democracia.<br />

Adorei!<br />

Mas é sobretudo do Ser Humano de excelência que o Vítor é, que quero falar agora.<br />

A amizade que nos une é um dos patrimónios que me importa preservar. De uma inteligência<br />

ágil e emocional está atento a tudo o que o rodeia, sempre bem-disposto, com a sua<br />

voz suave que nunca se altera, transmite o conforto e a tranquilidade de alguém que não<br />

falhará quando dele precisarmos. Nas boas e nas más horas. É um prazer falar com ele<br />

e a sua conversa é sempre uma aprendizagem que nos torna maiores e melhores. A dignidade<br />

da pessoa humana, a defesa dos mais necessitados, os ideais do seu socialismo<br />

democrático, brotam-lhe do seu Pensamento até à palavra escrita e oral.<br />

Sinto-me orgulhosa de o conhecer, de ser sua amiga e por saber que os mais ignorados,<br />

anónimos e desafortunados dos cidadãos do Mundo têm nele um Defensor convicto, intrépido<br />

e inquebrável.<br />

O Vítor é um Grande Homem, um Grande Político e, sobretudo, um Grande Amigo, um<br />

Amigo meu que não dispenso.<br />

Maria Cândida Almeida<br />

- 42 -


Dr. Vítor Ramalho o meu muito obrigada por me permitir<br />

que faça parte do seu grupo estreito de amigos sinceros.<br />

Serei sua amiga para toda a vida. Obrigada por ter<br />

feito parte do meu grande e maior evento que foi casar<br />

no qual o Dr. quis marcar presença e muito obrigada<br />

por me continuar a fazer acreditar que a classe política<br />

em geral é integra e digna da função que exerce na<br />

sociedade.<br />

O Dr. fez parte integrante de grandes acontecimentos<br />

na nossa sociedade portuguesa assim como fez parte<br />

da minha, profissional e pessoal.<br />

Os meus muitos parabéns.<br />

Carla Jobling<br />

- 43 -


No dizer de Almeida Santos, Vítor Ramalho é o africano mais português e o português mais africano<br />

e, se me é permitido , a par de José Aparecido de Oliveira, o mais lusófono.<br />

Nascido em Angola, seria em Lisboa, enquanto estudante na Faculdade de Direito, que adere ao movimento<br />

de revolta estudantil para derrubar a ditadura e pela autodeterminação e independência das<br />

ex-colónias portuguesas. Por tais actos viria a ser punido severamente pela PIDE. Derrubada a ditadura,<br />

participou activamente na consolidação da liberdade e da democracia e não tardou a ser uma<br />

figura de referência no mundo sindical e político. Vítor Ramalho, sempre que foi chamado a desempenhar<br />

funções públicas quer a nível do governo, do parlamento ou de outras instituições, sempre se<br />

pautou por um escrupuloso rigor de servidor público “ blindado à prova de bala “ e com uma enorme<br />

capacidade de trabalho - por onde passou deixou obra feita.<br />

Enquanto governante, Vítor Ramalho recuperou dezenas e dezenas de empresas falidas, entre elas a<br />

emblemática “ LISNAVE “; na INATEL recuperou e modernizou as unidades hoteleiras e outros equipamentos<br />

da instituição; presentemente, na UCCLA, não só está a fazer obra como já fez história ao<br />

convocar figuras históricas dos movimentos de libertação dos países de língua portuguesa para participarem<br />

em duas conferências ( Coimbra e Lisboa ) subordinadas ao tema “ A luta pela independência<br />

“. Neste evento estiveram presentes cerca de 100 ex-combatentes, entre eles 14 ex-primeiros ministros<br />

e 4 ex-chefes de estado. As intervenções dos conferencistas foram publicadas constituindo, assim, um<br />

acervo de indispensável consulta para quem queira conhecer a história da luta pela independência<br />

das ex-colónias portuguesas.<br />

Passados 44 anos após a descolonização, nenhum organismo português teve o arrojo e visão estratégica<br />

para levar a cabo um evento desta natureza. Só a determinação, a coragem e, sobretudo, a<br />

ligação afectiva que Vítor Ramalho tem e cultiva com os povos do mundo lusófono tornou possível este<br />

acontecimento.<br />

Pela forma urbana, culta e livre como se exprime, sem abdicar dos seus valores e princípios, é chamado<br />

com frequência pelos órgãos de comunicação social para se pronunciar relativamente a noticias<br />

do país e do mundo e, muito em particular, dos países de língua oficial portuguesa.<br />

Não foi por acaso que Mário Soares o chamou para seu colaborador na presidência da república.<br />

Mário Soares sabia que podia contar com o seu amigo. Entre os muitos eventos que levaram a cabo,<br />

realço o último: as duas Aulas Magnas. Mário Soares sonhou e Vítor Ramalho executou.<br />

Quem tem o privilégio de conhecer e conviver com Vítor Ramalho sabe que é um homem solidário e<br />

que está sempre presente nos bons e nos maus momentos. A nossa relação de amizade com o Vítor<br />

leva-nos a considerá-lo como um elemento da família.<br />

- 44 -<br />

Obrigado, Vítor Ramalho<br />

Carlos Luiz e Maria de Jesus


Quem conhece o Vítor Ramalho<br />

sabe que ele é um Ser<br />

Humano pertencente àquele<br />

pequeno e muito restrito<br />

grupo de pessoas extraordinárias<br />

que qualquer um<br />

de nós tem o privilégio de<br />

contar no seu ciclo de vida.<br />

O Vítor é um Homem de carácter, determinado e solidário. Também é romântico, apaixonado<br />

e guerreiro pelas suas causas. O Vítor é uma Pessoa que abraça e empenha<br />

pelo futuro, sem esquecer tudo o que foi o passado.<br />

Para o Vítor não há fronteiras nem obstáculos impossíveis - qualquer que seja a dimensão<br />

em que estes se apresentam, pessoal ou profissional - pois todo o seu percurso<br />

de vida foi derrubar problemas e alcançar soluções, servindo, por isso, de referência<br />

para todos nós.<br />

O Vítor é o amigo que nunca falha, em especial nos momentos mais adversos.<br />

É simples e generoso, preocupado e atento, genuíno e leal. O Vítor é tudo isto e muito<br />

mais. Que a estes 70 anos do Vítor que agora celebramos, muitos mais se somem. E<br />

que a esta nova década que agora surge, o Vítor saiba que pode contar connosco,<br />

como sempre contou.<br />

Carlos Manuel Castro<br />

- 45 -


Caro Vítor tive a honra de ser convidado para escrever<br />

umas palavras neste dia tão especial em<br />

que comemoras os teus 70 anos de idade.<br />

A primeira frase que me veio à cabeça foi a do<br />

filósofo Immanuel Kant - “A amizade é semelhante<br />

a um bom café; uma vez frio, não se aquece sem<br />

perder bastante do primeiro sabor.”<br />

O facto é que a nossa amizade nunca arrefeceu<br />

antes pelo contrário ao longo dos anos tem-se<br />

apurado, tem ganho o sabor do tempo. Um “café”<br />

que está permanentemente quente.<br />

Afinal o que nos tornou amigos?<br />

Esse valor social que identifica, qualifica e guia<br />

princípios universais; esse teu sentimento de identificação<br />

em relação ao sofrimento dos outros;<br />

essa tua ausência de submissão e de servidão;<br />

esse teu amor à Liberdade.<br />

Como é bom ter-te como Amigo.<br />

Um abraço fraterno<br />

Carlos Mendes<br />

- 46 -


Caríssimo<br />

Vítor Ramalho,<br />

Neste meu despretensioso testemunho,<br />

agora que comemoras o teu 70º aniversário,<br />

não quero deixar de relevar a tua dimensão<br />

humanista, certamente cimentada<br />

pelas tuas multifacetadas experiências<br />

de vida, muitas já dignamente louvadas.<br />

Mais que enaltecer o teu reconhecido<br />

currículo profissional e político, deixa-me<br />

que realce o teu lado fraterno e o teu apego<br />

à democracia na defesa intransigente<br />

dos valores da liberdade e da solidariedade.<br />

Na tua preocupação em visualizar a evolução<br />

dos tempos, a forma como as tuas<br />

inquietações te impelem a manifestá-las,<br />

independentemente dos poderes que<br />

possam eventualmente estar em causa.<br />

Das vivências tidas em conjunto, permito-<br />

-me realçar a tua capacidade de, não só<br />

saber ouvir, respeitando diferenças, mas<br />

também de potenciar causas e projetos<br />

assentes na congregação das vontades<br />

em que te incluis como par.<br />

Tem sido um privilégio a consideração e estima que<br />

sempre me tens dispensado e que espero ter retribuído<br />

da mesma maneira.<br />

Parabéns Vítor. Um dia (de muitos, muitos mais) com o<br />

que mais te provier e faz o favor de ser feliz.<br />

Forte abraço,<br />

Carlos Martins Pires<br />

- 47 -


Conheci o Dr. Vítor Ramalho na secção do PS de Sacavém, na<br />

apresentação da sua candidatura à Câmara Municipal de Loures<br />

em 1985.<br />

Retirei daquele primeiro contacto a sua eloquência, determinação,<br />

capacidade de intervenção e as profundas convicções que<br />

o têm acompanhado ao longo do seu percurso político.<br />

Sempre lhe admirei a sua amizade por Mário Soares, figura lendária<br />

da Democracia e lutador incansável pela Liberdade, tendo partilhado<br />

com ambos alguns momentos de maior intimidade quando<br />

me lancei para a aventura da UGT. Só um verdadeiro democrata<br />

e socialista convicto poderia partilhar a amizade profunda do Pai<br />

da democracia portuguesa.<br />

E julgo não me ter equivocado.<br />

A passagem de Vítor Ramalho por várias funções ligadas ao mundo do Trabalho acabaram<br />

por enraizar em mim a admiração que nutro por ele (fosse na pasta do Trabalho enquanto<br />

Secretário de Estado, fosse na liderança da Fundação INATEL, fosse ainda como advogado<br />

de sindicatos, ao serviço dos trabalhadores), facto que me levou a aceitar a gentileza do<br />

convite para escrever algumas linhas sobre o percurso de vida deste camarada militante<br />

activo e apaixonado do PS, mas também de causas e valores.<br />

Termino por elogiar a sua paixão a África e ao mundo da Língua portuguesa, tarefas que<br />

têm granjeado, através da sua acção e intervenção permanente, um reforço dos laços que<br />

unem as nossos pátrias irmãs.<br />

Desejo a Vítor Ramalho as maiores venturas para o futuro, mas acima de tudo transmito-lhe<br />

a minha sincera admiração pelo seu passado e por tudo quanto a sua acção em prol da<br />

Democraia e da Liberdade ajudou a consolidar o nosso Portugal.<br />

Bem Haja por estes 70 anos de uma vida cheia.<br />

Com amizade e muita estima.<br />

Carlos Silva<br />

- 48 -


Vítor Ramalho, um Homem sempre no seu tempo!<br />

A imagem que tenho do Vítor é a de um Homem a agir<br />

sempre no tempo certo!<br />

Acompanhei o seu percurso quando, nos anos oitenta,<br />

ele foi advogado sindical em dois sindicatos – o<br />

dos Escritórios de Lisboa, um dos baluartes da UGT<br />

então dirigido pelo António Janeiro, e o dos Capitães<br />

e Oficiais Náuticos, na altura dirigido pelo Ruben Rolo,<br />

um dos principais dirigentes da CGTP-IN e da Corrente<br />

Sindical Socialista desta confederação e, depois,<br />

quando foi Secretário de Estado do Trabalho.<br />

Mais tarde, já nos anos noventa, num grande conflito<br />

laboral em que eu estava profundamente envolvido, o<br />

Vítor tentou fazer a “ponte” entre a empresa e o “meu”<br />

sindicato no sentido de o solucionar – o que não foi possível concretizar devido à rigidez<br />

da administração.<br />

E fui acompanhando, ao longo dos anos, o seu percurso politico, desde a sua assessoria<br />

ao Presidente Mário Soares até à sua excelente presidência do INATEL, passando pela<br />

presidência da Federação de Setúbal do PS ou pelos artigos que vai publicando amiúde<br />

na imprensa.<br />

A percepção que construi sobre o Vítor (e do pouco que, infelizmente, tenho convivido<br />

com ele), é o de um Homem portador de um conselho sábio, reflectido e moderado mas,<br />

simultaneamente, de um Homem de acção, mesmo se agindo de forma discreta, que<br />

deixa marcas indeléveis por onde passa.<br />

Há, porém, um sinal que é a imagem de marca de Vítor Ramalho, e que é fundamental<br />

sublinhar – o seu grande Amor a África, muito particularmente a dos países de expressão<br />

portuguesa, do legado de Portugal depois da descolonização, da importância da CPLP<br />

como plataforma estratégica para projectar mais a Língua Portuguesa (e o nosso País)<br />

no Mundo.<br />

O Vítor é um “militante da causa africana e da CPLP” – este é um justo título para quem fez<br />

sua esta causa, como aliás se demonstra actualmente, pelo notável trabalho que vem realizando<br />

como Secretário-geral da UCCLA, União da Cidades Capitais de Língua Portuguesa.<br />

E este é o tempo certo (e necessário) para valorizar África e dignificar os cidadãos africanos<br />

– nestes tempos em que o racismo e a xenofobia vagueiam à solta em discursos de<br />

lideres mundiais, mais uma vez o Vítor está no seu tempo!!<br />

Parabéns Vítor – e força!!!<br />

Carlos Trindade<br />

- 49 -


Nos 70 anos do meu amigo e companheiro Vítor Ramalho,<br />

destaco alguns traços da sua personalidade que mais admiro.<br />

Em primeiro lugar, a coragem. Contido na sua intrínseca<br />

modéstia, o Vítor leva uma vida inteira de profundo<br />

empenhamento em causas nobres e de risco. O seu ‘animus<br />

conspirandi’ e a militância antifascista e anticolonial<br />

cedo o levaram aos tribunais plenários. O Vítor faz parte<br />

de uma geração ambiciosa que soube aliar-se com humildade<br />

aos mais experientes. Para com eles lutar, aprender<br />

e evoluir. A sua amizade com Mário Soares tornou-se lendária.<br />

Um símbolo da capacidade de os belos espíritos se<br />

encontrarem. A iluminada sabedoria em eleger aliados e<br />

mestres fez deles amigos certos para sempre. Coragem e<br />

generosidade são porventura as duas marcas de carácter<br />

mais salientes do cidadão Vítor Ramalho. O amor a Portugal,<br />

sem esquecer a África-mãe, balizaram sempre a sua<br />

intensa acção política e cívica. Estou-te muito grato, meu<br />

querido e eternamente jovem Vítor.<br />

Carlos Vargas<br />

- 50 -


Conheci o Dr. Vítor Ramalho, por quem nutro grande estima e admiração, no âmbito das<br />

actividades da Fundação Mário Soares, da qual tive o prazer e honra de ser colaboradora<br />

durante 20 anos.<br />

Foi todavia em 2005 que tive a oportunidade de privar e trabalhar de perto com o Dr.<br />

Vítor Ramalho, quando integrei o MASP III e colaborei na Sede Nacional de Campanha<br />

para as Eleições Presidenciais. Nesses intensos meses de trabalho, o profissionalismo,<br />

empenho e dedicação com que coordenou a “equipa do Éden”, levou-nos a abraçar,<br />

com espírito de missão, energia e entusiasmo, toda a nossa actividade.<br />

Embora os resultados eleitorais não fossem os desejáveis, não tendo o nosso candidato<br />

passado à segunda volta, guardo gratas recordações desses meses em que trabalhámos<br />

arduamente para uma mesma meta, eleger o Dr. Mário Soares Presidente pela terceira<br />

vez. Acima de tudo, desenvolvi laços de amizade que ainda hoje perduram.<br />

Por tudo o que me deu a aprender,<br />

Dr. Vítor Ramalho, o meu muito obrigada.<br />

Catarina Delaunay<br />

- 51 -


O Vítor Ramalho é uma pessoa a quem não ficamos, nunca, indiferentes. Por vezes até<br />

nos desconcerta pela sua atitude conciliatória e dialogante, outras vezes pelo seu desalinho<br />

e vivacidade na defesa de ideias e posições.<br />

Político, escritor, artista plástico, sempre com uma alma lusa e africana que se misturam<br />

na sua natureza e na sua vivencia, que o marcam enquanto homem da lusofonia.<br />

O Vítor Ramalho gosta da vida por todas as coisas que a vida oferece – as ideias, as<br />

palavras, as pessoas, as amizades, as artes, a comida, as viagens, os arrebatamentos<br />

como o ouvi afirmar numa entrevista dada na inauguração de uma exposição das suas<br />

pinturas.<br />

Conheci-o na política em Setúbal e com ele travei fortes e difíceis batalhas que, apesar<br />

de podermos não ter estado sempre de acordo, a verdade é que estivemos sempre do<br />

mesmo lado da barricada, porque nos valores e nos princípios o Vítor é um homem que<br />

defende e ama a democracia, a liberdade, a igualdade e a fraternidade.<br />

Catarina Marcelino<br />

- 52 -


A Amizade é como uma<br />

criança que nasce, cresce<br />

e se vai fortalecendo com<br />

o correr dos anos....<br />

Parabéns querido Amigo<br />

Vítor Ramalho!<br />

Clotilde Fava<br />

- 53 -


Tenho de fazer uma declaração de<br />

princípio que é ser reconhecido<br />

público que sou muito amigo do Dr. Vítor<br />

Ramalho e que este tem tido para<br />

comigo, sempre e ao longo dos anos,<br />

um reconhecimento de mútuo de amizade<br />

que urge enaltecer.<br />

Ao longo dos tempos, estive sempre<br />

em sintonia com o mesmo, e em iniciativas<br />

e decisões partidárias que o<br />

tempo se encarregou de vir publicitar<br />

como corretas e pois urge enaltecer<br />

o seu sentido cívico nas diversas iniciativas<br />

politico partidárias e outras<br />

demonstrativas do Dr. Vítor Ramalho<br />

ser um Comandante de navio, que via sempre, e antes dos demais, para onde<br />

soprava o vento e daí é justo referir a sua coerência e entendimento cívico, hoje<br />

nacional e internacionalmente reconhecido, não sendo por mero acaso os múltiplos<br />

cargos que ocupou, e ainda ocupa, e estes sejam não um crédito cobra,<br />

mas sim um reconhecimento da sua grande estatura como interventor público<br />

sempre coerente e incontroversamente também, que para além da sua reconhecida<br />

aderência partidária ao PS, este é um verdadeiro cidadão dedicado às<br />

causas cívicas, não sendo de esquecer a sua ligação às questões da sua terra<br />

natal de além mar, de Angola.<br />

Ainda recentemente estive com ele, a propósito da crónica de “Uma Amizade<br />

Fixe”, onde quis realçar e legar, para os vindouros, a sua dedicação a um dos<br />

maiores da nossa história democrática, o Dr. Mário Soares, com quem conjuntamente<br />

tiveram iniciativas que marcaram o aspeto político e demonstrativas de<br />

ser o Vítor Ramalho, para além do mais, um verdadeiro Amigo que urge realçar<br />

e, pois, devo concluir dizendo, que muito para além das questões cívicas e do<br />

seu percurso político, muito mais me honra a sua amizade, e é por isso que quero<br />

que ela perdure sempre como “Uma Amizade Fixe”.<br />

Forte e grande Abraço Vítor Ramalho<br />

Costa Amorim<br />

- 54 -


A nossa amizade faz setenta anos! Brindemos!<br />

Querido Vítor,<br />

Da nossa infância na Cáala, recordo as brincadeiras na rua, as goiabeiras a que trepávamos<br />

nos quintais, sem medo das cobras e lagartos com que os europeus imaginam África. Liberdade<br />

e prazer dos desafios. Grandes horizontes, naquele planalto a dois mil metros, tão perto<br />

das estrelas que nos convidavam a sonhar o céu como limite.<br />

Mas recordo também as matinées de domingo no cinema, a que nós, meninos brancos, assistíamos,<br />

confortavelmente instalados, aos filmes do Roy Rogers, enquanto os meninos pretos<br />

eram empurrados para as traseiras do écran. Ou a estação do caminho de ferro, construída pelos<br />

ingleses, com o grande mural de azulejos a deturpar o nome da terra: Vila Robert Williams.<br />

Cáala era o nome dos “indígenas”, a quem eram impostas instalações sanitárias à parte: “Homens”,<br />

“Senhoras”, “Indígenas”, como se o “sim senhor” dos negros fosse diferente do nosso.<br />

Primeiras mas indeléveis impressões de injustiça, o sentido da justiça a crescer dentro de nós.<br />

Na adolescência e juventude, a “Metrópole” não é a pequena vila que nos aproxima, o sentimento<br />

de “família” reacende-se em cada encontro, mas, a pouco e pouco, a vida foi-nos<br />

separando e fomos seguindo à distância os precursos um do outro.<br />

Reencontrámo-nos improvavelmente, já na maturidade, quando confiaste em mim para dirigir<br />

o Teatro da Trindade, tutelado pela Fundação Inatel, a que presidias.<br />

Se tivesse que resumir as qualidades da tua liderança, que são, afinal, os grandes pilares da<br />

tua vida, iria buscar os valores que aprendemos na Caála da nossa infância: a liberdade para<br />

ver mais longe, o prazer do desafio, o sonho por grandes horizontes, o sentido da justiça, a<br />

solidariedade.<br />

Como cantava o Brel da nossa juventude:<br />

Il nous fallut bien du talent<br />

Pour être vieux sans être adultes !!!<br />

Um grande beijo de parabéns.<br />

Cucha Carvalheiro<br />

- 55 -


Lanço mão desta oportunidade para confessar<br />

a minha mágoa de me não ter sido<br />

possível anuir ao convite do Senhor Dr. Vítor<br />

Ramalho para apresentar o seu livro sobre<br />

a pessoa do Senhor Dr. Mário Soares.<br />

Tendo-lhe respondido com a verdade (estava<br />

convidado para Paris, onde teria lugar,<br />

nos princípios de Dezembro de 2017, um<br />

encontro/simpósio sobre migrações e lusofonia, cabendo-me uma Comunicação sobre diálogo<br />

inter-religioso), vim a tomar conhecimento, de forma indirecta, que o tema proposto era dispensado<br />

de entrar em cena. Coisas que acontecem…<br />

Guardo na lembrança (irmã-gémea da esperança segundo Leonardo da Vinci) a sensibilidade<br />

do Senhor Dr. Vítor Ramalho às carências sociais, às dificuldades comuns da existência e aos<br />

magnos problemas do mundo e concomitantemente, o seu empenhamento por via de opções<br />

políticas bem concretas, desde a sua vida de estudante universitário, acolhendo, sem pausa,<br />

responsabilidades sempre na luta pelo bem comum.<br />

A Lusofonia, e, singularmente, a sua “herança” angolana, as diferenças culturais e a sua convergência,<br />

a defesa da Dignidade humana, o pesar, indisfarçável em não poucas ocasiões,<br />

por não ter sido seguida uma ponte mais sólida entre o Portugal democrático e outros domínios<br />

estratégicos, a coragem sempre a tempo contra injustiças e desvarios, estes e tantos outros,<br />

constituíram ingredientes de uma personalidade desassossegada, inteligente e comprometida.<br />

Mas, na multidão de afazeres, gostos, ofícios e canseiras, destaco a sua vinculação estreita,<br />

senão familiar, com Maria Barroso e Mário Soares, num misto de estima e respeito, de proximidade<br />

e consideração, de independência e fidelidade, de militância por causas e convicções.<br />

Confesso que, vivendo longe no Porto, minha terra natal, sinto, amiúde, saudades fundas de<br />

Maria Barroso e Mário Soares, tão amigos, tão confidentes, tão batalhadores, e, nesse convívio<br />

e diálogo, lá me surge sempre, afável e fraterno, o Dr. Vítor Ramalho.<br />

No confluir de críticas e ideias tinham que estar sempre presentes as aspirações por um Portugal<br />

sem estigmas de injustiça e pobreza, sem intolerância nem tiques inquisitoriais. Nesta fonte<br />

da velha ágora deve ter-se sempre dessedentado o Dr. Vítor Ramalho, tal a sede que se lhe<br />

pressentia por soluções a serem assumidas, de forma inequívoca, por um Estado de Direito.<br />

Neste mesmo cambiante nunca foram dispensadas a Justiça e a Amizade, da sua prática, nos<br />

jantares de Domingo ou de dias feriado, de pareceria com um outro casal, fazendo sempre<br />

companhia aos residentes do 3º andar da Rua Dr. João Soares, nº 2, em Lisboa.<br />

Ao saudar-se uma Vida com sentido, fica-se com outro sabor!<br />

Januário Torgal Ferreira<br />

- 56 -


Há entre nós cerca de um<br />

ano e quatro centenas<br />

de quilómetros – é bem<br />

maior que Portugal a terra<br />

onde nascemos – mas<br />

aproximaram-nos o amor<br />

por essa terra – que nos<br />

fez passar pela mesma<br />

prisão e até partilhar o<br />

mesmo advogado – e o<br />

respeito pela memória<br />

daqueles que lutaram<br />

para que ela, e nós,<br />

fôssemos livres.<br />

Na verdade, embora vivamos ambos em Portugal, os temas Angola<br />

e Casa de Estudantes do Império surgem normalmente ligados aos<br />

nossos encontros, sejam o I congresso dos Quadros Angolanos no<br />

Exterior, o Cinquentenário do fecho da Casa dos Estudantes do Império<br />

– cujo programa coordenou – ou um Encontro de Escritores de Língua<br />

Portuguesa, dinamizado pela UCCLAA.<br />

Não sei se por ser um ano mais novo, se por disposição genética, o Vítor<br />

mostra-se, quase sempre, mais optimista do que eu sobre os temas que<br />

nos unem. Mas creio que, no fundo, se trata apenas de silabar mais<br />

forte “não foi isto que nós combinámos” ou “a luta continua”. Porque,<br />

num caso ou noutro, do que nunca se trata é de desistir. Nem da luta,<br />

nem da memória, que faz parte dela.<br />

Septuagenários, sim, mas não amnésicos.<br />

Diana Andringa<br />

- 57 -


Tenho o Vítor Ramalho, a quem quero felicitar vivamente pela celebração<br />

do seu 70º aniversário, como uma voz incontornável, que tem de<br />

ser escutada com atenção por todos aqueles que partilham do nosso<br />

ideário, o do socialismo democrático. A sua experiência, que lhe confere<br />

uma assinalável objetividade e também uma dose extra de serenidade,<br />

o seu saber, o seu sentido de responsabilidade, mas também o<br />

apego às causas que assume como suas, são indiscutíveis mais-valias<br />

para todos nós, os seus camaradas. Todos os partidos, na continuidade<br />

da sua história, precisam de pessoas assim – talvez possamos chamar-<br />

-lhes de consciências - e o PS tem muita sorte em poder contar com o<br />

Vítor Ramalho. Espero que continue por muitos anos, atento e atuante,<br />

a dar-nos a felicidade de escutar a sua voz e o seu conhecimento, ajudando-nos<br />

a pensar e a decidir melhor.<br />

Obrigado, Vítor Ramalho.<br />

Duarte Cordeiro<br />

- 58 -


Ao longo da vida cruzamo-<br />

-nos com pessoas muito especiais<br />

que nos marcam por<br />

terem os valores mais nobres<br />

como programa de vida, a<br />

generosidade como padrão<br />

de conduta e a solidariedade<br />

como forma de respirar.<br />

Vítor Ramalho é um desses<br />

seres raros. Foi uma amizade<br />

feita na idade adulta com a frescura juvenil de quem tem sempre um<br />

coração a transbordar de paixão pelas causas em que se envolve.<br />

Cosmopolita, sofredor pelos males do mundo, com uma veia de enciclopedista<br />

que espraia o sonho pela escrita e pela pintura tem o<br />

dom invulgar de aliar a reflexão intemporal à capacidade de ação<br />

sobre os desafios próximos e as misérias do quotidiano.<br />

Já o admirava quando nos cruzamos nos caminhos de Setúbal e<br />

pude testemunhar a permanente revolta com a injustiça, a intolerância<br />

com a hipocrisia e um olhar até bem longe de português de todos<br />

os mares com um coração angolano e a lusofonia como paixão.<br />

Eduardo Cabrita<br />

- 59 -


Há pessoas de quem nos sentimos amigos ou próximos até antes de as<br />

conhecer e de privar com elas. Foi o caso com Vítor Ramalho. Cruzei-me<br />

com ele vagamente quando ele era secretário de Estado e eu jornalista,<br />

já com algumas responsabilidades. Deixou-me boa impressão, porque era<br />

cordato, inteligente e bem-disposto. Só muitos anos mais tarde começámos<br />

a relacionar-nos e a construir uma amizade, feita de trocas de impressões,<br />

de estórias e de histórias, de opiniões fundamentadas que ele exprime sem<br />

peneiras e sem maneirismos. Sempre que ouvia falar do Vítor como pessoa,<br />

como político, como gestor vinham e vêm elogios em catadupa, isto no meio<br />

jornalístico onde ferve a maledicência.<br />

Já na política a coisa é diferente. A frontalidade, as análises fora de rebanhos<br />

valeram e valem-lhe, alguns amargos de boca e a circunstância de ser<br />

muitas vezes preterido por seguidistas, coisa que ele definitivamente não é.<br />

Vítor Ramalho é, porém, altamente respeitado em todo o espaço CPLP onde<br />

é ouvido e respeitado, como um sábio mais velho, digno dos da sua Angola<br />

natal. Há seres humanos que vale a pena ter conhecido. Vítor Ramalho é<br />

um deles. Se estivesse entre nós Mário Soares seria certamente a primeira<br />

e maior testemunha disso mesmo. Eu sei, porque estive várias vezes com<br />

eles e vi bem a amizade e a cumplicidade genuína e desinteressada que os<br />

ligava. Um abraço e parabéns, caro Vítor.<br />

Eduardo Oliveira e Silva<br />

- 60 -


Quis a vida que nos cruzássemos.<br />

Ainda bem!<br />

Têm sido anos de pura amizade que até<br />

hoje perdura.<br />

Por tudo isso lhe estou grata.<br />

Emília Santana<br />

- 61 -


Vítor Ramalho também é fixe.<br />

Convivi com o Vítor Ramalho os anos em que na AR fomos os dois deputados.<br />

Aqui aprendi a conhecer melhor a sua personalidade .<br />

Profundamente preocupado com as causas sociais, com a pobreza, com<br />

as injustiças do país, Vítor Ramalho é um homem de valores democráticos,<br />

humanista e justiça social . Vítor é também um homem livre, não<br />

se eximindo de discordar sempre que considera que estamos perante<br />

situações erradas e injustas.<br />

Tem um Curriculum politico e profissional extensíssimo, que me escuso<br />

de relatar e só o refiro para relevar os muitos serviços que o Vítor prestou<br />

e continua a prestar ao país.<br />

Tendo integrado dois governos, Presidente do Inatel, atualmente a<br />

desempenhar as funções de Secretário Geral das UCLA – União das<br />

Cidades Capitais de Lingua Portuguesa, o Vítor Ramalho, nascido em<br />

Caalá, no Planalto central de Huambo , em Angola, é ainda um homem<br />

culto, com várias obras publicadas, a última das quais “ Cronica de Uma<br />

amizade fixe” de leitura obrigatória para quem pretender aprofundar os<br />

conhecimentos e a vida dessa personalidade impar como foi o nosso<br />

eternamente saudoso Mário Soares.<br />

No momento em que completas 70 anos, meu caro Vítor, desejo-te muitas<br />

felicidades e que a saúde não te falte para continuares a dedicar-te<br />

às causas que sempre abraçaste.<br />

- 62 -<br />

Com muita estima e amizade,<br />

Fernando Jesus


Conheci o Vítor Ramalho aquando da sua candidatura à presidência da<br />

Federação de Setúbal do Partido Socialista, já lá vão uns bons anos.<br />

Foi neste contexto que tive o privilégio de com ele trabalhar, emergindo<br />

daí uma ligação de respeito, admiração e amizade que se foi consolidando<br />

com o passar dos anos.<br />

Ao distrito de Setúbal o Vítor trouxe uma nova forma de fazer política,<br />

dando uma dimensão e projecção nacional ao PS local.<br />

Na hora da decisão, sempre o vi determinado, nunca o vi voltar as costas<br />

às dificuldades e sempre o vi agir de forma pragmática na busca de<br />

soluções.<br />

Foi assim, que em 2009 aceitou ser candidato à Assembleia Municipal de<br />

Setúbal, assumindo até ao fim o mandato para o qual foi eleito.<br />

E foi dessa mesma forma que acompanhei o seu desempenho na Fundação<br />

INATEL, onde deixou uma marca de competência pelo ambicioso<br />

projecto levado a efeito.<br />

Um Homem de convicções, que acredita nas pessoas e que luta por<br />

ideais. Um político para quem a ética e a palavra são valores de base.<br />

Um exemplo do que é estar ao serviço da comunidade, em missão de<br />

serviço público.<br />

Pelo seu percurso de vida e cidadania, o Vítor Ramalho não é só uma<br />

referência no Partido Socialista, o Vítor é um nome maior da nossa sociedade<br />

e das relações entre Portugal e os países da CPLP.<br />

Que venham mais 70 anos, de pensamento livre e lutas por convicções.<br />

Estaremos cá para o que der e vier!<br />

Parabéns camarada e amigo.<br />

Fernando José<br />

- 63 -


Caríssimo Dr. Vítor Ramalho.<br />

Com grande honra aceitei o desafio de lhe poder desta forma dirigir algumas<br />

palavras, sendo elas poucas para expressar a admiração que sinto por si.<br />

Apesar de termos partilhado por escassos anos a sua presidência do INATEL/<br />

Fundação INATEL, desde logo reconheci o caráter profissional do bom gestor,<br />

ponderado líder e gratificante cidadão que esta “casa”, onde trabalho à quase<br />

cinquenta anos, teve a honra de acolher.<br />

Não posso deixar de lhe agradecer o gratificante que foi trabalhar com um Presidente<br />

que soube partilhar conhecimentos, ouvir e burilar opiniões e decidir<br />

de forma sábia mas nunca invasiva dos terceiros.<br />

Honra enorme em o conhecer, prazer imenso em ter trabalhado sob a sua<br />

direção e orientação e eterna gratificação por me permitir poder trata-lo como<br />

grande amigo.<br />

Um eterno bem-haja<br />

Fernando Marques<br />

- 64 -


Neste momento especial de celebração quero deixar<br />

ao Vítor Ramalho um forte abraço de parabéns<br />

e amizade.<br />

Mas como político e homem público que ele é, quero<br />

hoje falar aqui do que ele representa para nós.<br />

Na sua já longa vida cívica e política, onde nos conhecemos,<br />

o Vítor tem sido a voz mais convicta,<br />

mais forte e mais constante da importância da lusofonia<br />

para o nosso futuro.<br />

Para o Vítor a ligação de Portugal aos países de expressão portuguesa deve<br />

ser o elemento central da nossa estratégia nacional. Centro de uma visão<br />

autónoma (face a um europeísmo tantas vezes acrítico e vazio), fundada na<br />

história e na cultura (e não tanto na geografia próxima), polo de construção<br />

de um futuro de identidades partilhadas (e não de interesses de circustância).<br />

Hoje na UCCLA sou testemunha directa disto mesmo.<br />

O Vítor bate-se por esta visão com a persistência e a convicção dos verdadeiros<br />

políticos. Aqueles que escasseiam mas que fazem a diferença.<br />

Forte abraço amigo Vítor! Obrigado. Contes muitos!<br />

Fernando Medna<br />

- 65 -


Caro Vítor, 70 anos de juventude é uma data especial. Mais do que fazer<br />

balanços sobre o passado (também eles importantes), terá que se agir no<br />

presente para preparar o futuro.<br />

O Vítor foi, ao longo de uma amizade que já vem de uma certa candidatura<br />

presidencial (2005/2006), de uma lealdade e fraternidade à prova de bala.<br />

Já é muito tempo de amizade, troca de ideias e posso dizer que tenho apreendido<br />

muito com o Vítor, não só do ponto de vista político, mas como ser humano.<br />

É uma pessoa especial, a quem tenho a Honra de chamar de Amigo.<br />

Um grande Amigo. Um Amigo Fixe. Conta sempre comigo.<br />

Um abraço de Filipe Barroso.<br />

- 66 -


Vítor ou a Paixão do Social<br />

Vítor Ramalho é um incansável militante cívico. E nesta palavra associo as<br />

ideias de serviço público, de empenhamento em causas e de paixão pelo<br />

diálogo entre culturas diferentes. Encontrei-o sempre preocupado com as injustiças<br />

e as desigualdades. Quando trabalhámos juntos com Mário Soares<br />

(referência inesquecível!) foi sempre um homem atento aos mais pequenos<br />

sinais que pudessem pôr em causa a concertação e a coesão social. Trabalhador<br />

incansável, multiplicava-se em contactos e na recolha criteriosa de<br />

informações.<br />

A justiça social não é para Vítor uma abstração. É um combate diário e sem<br />

tréguas – e o Estado democrático apenas pode afirmar-se e consolidar-se<br />

se não perder o horizonte da liberdade e da equidade. Mas esta militância<br />

prolongou-se no amor e na consciência das raízes. Sempre lhe ouvi as melhores<br />

invocações da sua Angola e das potencialidades fantásticas desse país<br />

irmão. Daí o seu empenhamento na lusofonia – não numa ideia paternalista ou<br />

uniforme, mas numa encruzilhada viva e partilhada de diferenças e complementaridades.<br />

Eis por que a militância é um culto permanente da amizade!<br />

Guilherme d’Oliveira Martins<br />

- 67 -


Há quanto tempo conheço Vítor Ramalho?<br />

Não sei, não tem importância.<br />

Conhecemo-nos na Fundação Mário Soares<br />

e simplesmente ficámos amigos, era<br />

lá que estava o nosso venerado Dr. Mário<br />

Soares, éramos três companheiros e facilmente<br />

o riso e a alegria contaminavam as<br />

palavras e as conversas.<br />

Observei-lhe a generosidade e a gentileza dos homens de bem, admirei-lhe<br />

o empenho e a concretização de um último grande ideário do Dr.<br />

Mário Soares (as duas assembleias na Aula Magna). Tão importantes.<br />

Publicar-lhe “Crónica de Uma Amizade Fixe” foi um prazer e uma honra.<br />

A amizade é intemporal.<br />

Guilhermina Gomes<br />

- 68 -


Numa jornada de trabalho da minha empresa, assistia<br />

às apresentações e interações com o interesse<br />

que a relevante matéria em análise exigia.<br />

A dado momento, no entanto, a pequena pausa<br />

sugerida aguçou em mim um conjunto de reflexões<br />

que me iam sobressaltando. Pensava eu: que<br />

tempos estes(!) onde o ‘ditador’ ASAP (as soon<br />

as possible) invade ritmos, retalha a ponderação,<br />

bloqueia qualquer tentativa de digestão dos diferentes<br />

momentos e atropela o nosso modo de comunicar,<br />

de conversarmos. Ato contínuo, vejo-me<br />

a cruzar tudo isto com o desafio-depoimento sobre<br />

o, permitam-me, ‘nosso’ Vítor Ramalho que a minha<br />

‘Presidenta’ de sempre (como carinhosamente<br />

gosto de tratar a Eurídice) gentilmente me lançou.<br />

E porquê? Porque o Vítor tem essa rara capacidade<br />

de ser um homem que agrega em si a afirmação<br />

viva do presente, a maturidade e experiência<br />

de um riquíssimo passado e a audácia de pensar<br />

e agir com os olhos no futuro! E tudo isto de modo<br />

incrivelmente simples, natural!<br />

Politicamente falando, ‘conheci-o ao vivo e a cores’,<br />

numa sessão de esclarecimento junto da Associação<br />

de Moradores da Barra Cheia, no quadro<br />

da Campanha Autárquica do PS de 2005 no Concelho da Moita, onde o Vítor chegara<br />

para ajudar e somar. E o que se iria seguir marcou-me. Cabia-me pois iniciar a sessão,<br />

tendo contudo tomado um rumo que o Vítor sabia não ser o melhor para aquela plateia.<br />

Sábia e calmamente levantou-se da mesa, a partir da qual nos dirigíamos àquele<br />

público, e com a sua mão direita pressionou o meu braço esquerdo, apertando-o<br />

levemente tendo assim, como que num combinado abrir e fechar de olhos, tomado<br />

as rédeas da sessão! Compreendi, naturalmente acedi e muito aprendi! Sem uma<br />

palavra, o gesto certo no momento certo e até parecia fácil… Nos tempos de hoje<br />

onde sobra microfone para tão gastas matérias e oradores é importante respeitarmos,<br />

valorizarmos e aprendermos com seres humanos tão gigantes como o é o Vítor. De<br />

empatia fácil, sempre disponível para partilhar e ajudar o próximo, que ensina desinteressadamente,<br />

sempre mostrando uma invulgar humildade nessa sua capacidade<br />

inata de agir, nesse seu modo de ser genialmente claro e assertivo. Alguém que torna<br />

simples e dá cor a esta vida sem tempo, neste tempo, muitas vezes, sem vida.<br />

Obrigado e Forte Abraço Vítor.<br />

Hélder Pinhão<br />

- 69 -


Na vida, vamo-nos cruzando<br />

com muita gente,<br />

mas desses encontros<br />

circunstanciais poucos<br />

evoluem para laços de<br />

consideração e estima e,<br />

menos ainda, os que se<br />

transformam em amizade.<br />

O Vítor Ramalho, que conheci há muitos anos já, no âmbito da profissão que abracei,<br />

é um dos casos em que os contactos foram evoluindo até ao estabelecimento<br />

desse último e precioso estádio das relações humanas.<br />

Solidário é um atributo que lhe assenta bem.<br />

Abraço do Henrique Garcia<br />

- 70 -


A minha caminhada na política activa é relativamente<br />

recente. Poucos eram os que conhecia bem. Aos poucos<br />

de forma discreta, o Vítor foi impondo-se como a<br />

presença fiel, amiga, disponível. E hoje sei que nesta<br />

vida louca que todos levamos, há alguém que está sempre<br />

atento. Com quem posso contar. E isso é precioso.<br />

Obrigada Vítor e muitos parabéns.<br />

Inês de Medeiros<br />

- 71 -


Pediram-me que escrevesse um<br />

breve texto sobre Vítor Ramalho.<br />

Tarefa fácil, pensei eu, a única dificuldade<br />

residirá na brevidade.<br />

Estava completamente enganada.<br />

Há pessoas cujo espírito não<br />

é passível de ser capturado pelas<br />

palavras.<br />

Conheci, pessoalmente, o Vítor<br />

Ramalho, quando cheguei á Assembleia<br />

da República em 2005.<br />

Integrámos, nessa altura, a Comissão de Trabalho e<br />

Segurança Social. Ele assumiu as funções de Presidente<br />

da Comissão e eu, uma neófita nas lides parlamentares,<br />

lá fui fazendo o meu caminho.<br />

Tenho bem presente a memória do desassombro e<br />

da determinação, com que o Vítor Ramalho enfrentava<br />

os momentos críticos, mas também da bonomia e<br />

da generosidade com que sempre me acolheu e nos<br />

acolheu a todos.<br />

Foram dias e até noites infindáveis de grandes debates<br />

e ele sempre atento, hábil, imperturbável, um<br />

verdadeiro “homem do leme”.<br />

A dimensão física que caracteriza Vítor Ramalho é<br />

largamente ultrapassada pela grandeza da sua alma<br />

singular de cidadão do mundo, homem de causas<br />

justas, de bem com a vida.<br />

Obrigada, Vítor Ramalho!<br />

Isabel Santos<br />

- 72 -


Parabéns amigo Vítor Ramalho,<br />

O Vítor é para mim uma das grandes referências, políticas e pessoais,<br />

que tenho colecionado ao longo da minha vida!<br />

Foi assim durante os anos de trabalho na Fundação INATEL, como foi<br />

nos anos de actividade política intensa que vivemos na Federação de<br />

Setúbal.<br />

Aprendi consigo o verdadeiro significado das palavras solidariedade<br />

e camaradagem, como não devemos trair aquilo em que acreditamos<br />

e que em política não vale tudo.<br />

Consigo vivi uma aula constante de vida, aplicando os valores da liberdade,<br />

da igualdade e da fraternidade. Na conquista da liberdade<br />

intelectual, na procura da igualdade de oportunidades e no respeito<br />

pelos outros.<br />

Obrigado pelo privilégio que foi e que é poder trabalhar e aprender<br />

consigo desta maneira…<br />

Um forte abraço com estima e amizade pelos seus 70 anos!<br />

João Barata<br />

PS: Junto uma foto tirada em 25-08-2009, num C130 da Força Aérea Portuguesa,<br />

numa das muitas aventuras que realizámos juntos.<br />

- 73 -


Homenagem a Um Homem de Bem e Amigo Sem Falhas<br />

Na esfera das convivências variadas que me trazem o sal da vida<br />

e ajudam a sustentar a esperança nas razões da minha visão do<br />

mundo, Vítor Ramalho tem lugar aparte. O Vítor tem também lugar<br />

aparte entre os que me fizeram compreender e amar os valores<br />

supremos da amizade generosa e solidária. No nosso caso, uma<br />

amizade velha, e sempre nova, vivida desde os primeiros tempos<br />

de Abril, crescentemente reforçada pelo melhor entendimento que<br />

dele fui tendo ao longo de mais de quatro décadas, tão fúteis em<br />

mudanças e continuidades, que foram moldando o quadro das<br />

nossas vidas. Não só no período do PREC, mas também para<br />

além dele, até aos dias de hoje.<br />

Aprecio o Vítor Ramalho como homem público e como amigo. O<br />

que nele se espelha e o que dele emana num e noutro campo<br />

têm rara unidade fundacional. Tanto do lado dos princípios que<br />

o movem como do lado das atitudes e comportamentos que dão<br />

propósito à sua presença constante entre nós.<br />

Nestas condições, as Associações de Estudantes não poderiam<br />

deixar de ser solicitados a estender e a aprofundar as suas responsabilidades<br />

e actividades segundo os mais variados planos.<br />

Alguns deles novos e de grande complexidade, face à natural<br />

diversidade do corpo estudantil. Em correspondência, cresceu<br />

enormemente o acervo de qualidade relacionai, de solidez de carácter<br />

e de fundamentada cultura política, no mais nobre sentido<br />

do termo, exigido aos líderes das Associações de Estudantes. Só<br />

se enfrenta eficazmente a complexidade mediante dinâmicas globais<br />

assentes em princípios claros e eticamente compulsivos, em<br />

flexível pensamento e acção, no espírito de aberta cooperação e<br />

mobilização, na força e subtileza de propósitos habilmente trabalhados<br />

no terreno a golpes de equipas motivadas.<br />

As intervenções públicas de Vítor Ramalho definem-no incontroversamente<br />

como clarividente e empenhado partidário de mudanças<br />

libertadoras e, ao mesmo tempo, tenaz adversário de continuidades<br />

indignas. Assim, a sua vida foi naturalmente, e continua<br />

sendo, uma saga de combates políticos e sociais, também culturais,<br />

por um lado, a bem da democracia e do florescimento das<br />

imensas capacidades libertadoras que ela encerra e, por outro,<br />

contra importantes situacionismos enraizados numa imensa teia<br />

de interesses a-sociais muito poderosos em Portugal. Uma luta<br />

permanente que a todo o tempo exige sageza, determinação,<br />

jogo de cintura e coragem para dar a cara, custe o que custar.<br />

Uma luta que também exige sempre paciência, frontalidade, risco<br />

e audácia na iniciativa.<br />

Um conjunto de qualidade que justamente têm sido as suas ao<br />

serviço das transformações da sociedade portuguesa numa perspectiva<br />

de aprofundamento da democracia, da justiça e da solidariedade<br />

responsável.<br />

Cedo se distinguiu pela prática, ao mais alto nível das suas possibilidades,<br />

dessa regra de vida.<br />

Recordo aqui, logo na Universidade, o seu profundo empenho no<br />

fortalecimento do movimento estudantil em defesa das liberdades<br />

académicas e cívicas e contra o viso autoritário e anti-democrático<br />

do regime salazarista, irremediavelmente opressivo tanto no fundo<br />

da sua governação como nas suas intervenções dia a dia. O Vítor<br />

foi à luta de tal modo que os seus pares o elegeram Presidente<br />

da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa<br />

em 1969.<br />

Sei muito bem o significado que tal eleição tinha no contexto da<br />

época. Nos meus 6 anos universitários participei, tão activamente<br />

quanto pude, na Associação de Estudantes do Técnico, em cuja<br />

direcção me envolvi de alma e coração, com particular incidência<br />

no período da crise académica desencadeada pela publicação<br />

do Dec-Lei n.º 40900 (Dezembro de 1956). Esta foi a primeira crise<br />

de contestação do regime que obrigou Salazar a recuar, retirando<br />

publica e definitivamente essa legislação.Acabado o Técnico,<br />

continuei a acompanhar o movimento estudantil-<br />

Na década de 60, as Associações de Estudantes ganharam assinalável<br />

relevo e notoriedade à escala nacional. Atesta-o bem a<br />

repercussão das crises de 1962 e 1969 em Lisboa e Coimbra.<br />

No termo da década a exigência de mudança de regime crescia<br />

manifestamente em extensão e força. A guerra colonial tinha-se<br />

tornado uma chaga fatal para o regime. O país ia tomando plena<br />

consciência de que o regime não tinha nem solução militar que<br />

pudesse ser esmagadoramente Vítoriosa em toda a extensão do<br />

território colonial, nem solução política que pudesse pôr fim à intervenção<br />

armada..<br />

Ninguém mais desesperadamente consciente desse impasse absoluto<br />

que os jovens de todas as origens e condições, na generalidade<br />

dos casos largamente acompanhados pelos seus familiares.<br />

O espectro da sucessão sem fim das mobilizações militares maciças,<br />

destinadas a guarnecer as frentes de combate e a quadrícula<br />

de ocupação das colónias, fez cair uma pesada cortina de chumbo<br />

aniquiladora dos horizontes tipicamente esperançosos da juventude.<br />

Sem surpresa, nesse contexto a grande maioria dos estudantes<br />

universitários tornou-se acérrima adversária do regime e<br />

abriu-se consequetemente a frontal e permanente pró-actividade.<br />

Do mesmo passo, também assumiu, inevitavelmente, a politização<br />

em vários graus do seu combate por um futuro livre do espectro<br />

da guerra colonial.<br />

- 74 -<br />

Tudo atributos que têm tido singular manifestação ao longo da<br />

vida do Vítor.<br />

Porque razão chamei à colação a trajectória do movimento estudantil<br />

nos anos 60 e dei especial relevo ao fim dessa década?<br />

Porque penso que foi a inserção prestigiosa do Vítor nesse movimento<br />

que lhe forneceu o cadinho essencial do apuramento do<br />

seu carácter, da sua personalidade pró-activa, da sua fidelidade<br />

ao culto de princípios e de valores fundamentais da democracia,<br />

da justiça e da solidariedade-. Tenho para mim que aí se forjou<br />

muito do Homem de Bem a que devemos homenagem.<br />

O CV de Vítor Ramalho na vida pública é vasto e diversificado: advogado<br />

sindical nos anos de brasa, membro do Governo por duas<br />

vezes, no Trabalho e na Economia, influente consultor do Presidente<br />

da República, deputado e Presidente de Comissão Parlamentar,<br />

membro de reconhecido mérito, assim oficialmente designado, do<br />

Conselho Económico e Social, lúcido e desassombrado interveniente<br />

na política nacional como dirigente do PS, dirigente da Cruz<br />

Vermelha, do INATEL e da UCCLA, activista maior da lusofonia e<br />

do relacionamento de Portugal com Angola, dirigente de várias associações<br />

e promotor de fundamentais iniciativas nesse dominio.<br />

São inúmeros e relevantes os serviços que a todos prestou, bem<br />

acima dos habituais oportunismos partidários.<br />

Nunca esquecerei a determinação e eficácia que, no Governo,<br />

soube pôr ao serviço da salvação de milhares postos de trabalho<br />

em empresas em dificuldades. Recordarei sempre a profunda pedagogia<br />

e acerto estratégico de tantas intervenções suas no Parlamento<br />

e no PS. Tal como terei também presente o largo horizonte<br />

e a paixão sem limites que conduziram e continuam conduzindo<br />

os seus combates pela lusofonia, com particular ênfase no que<br />

diz respeito a Angola, terra do seu nascimento e centro de um dos<br />

seus dois mundos.<br />

A tudo isto acresce a marca forte do Vítor como homem de cultura<br />

aberto à promoção dos mais diversos projectos criativos.. No<br />

plano pessoal, ofereceu-nos, com a maior das simplicidades, contributos<br />

da sua sensibilidade artística, como a exposição da sua<br />

pintura, e a sua capacidade de enquadrar ideias, valorizar factos<br />

e relevar comportamentos através de extensa comunicação escrita.<br />

A sua última obra, Crónica de Uma Amizade Fixe, é exemplar<br />

a esse título.<br />

Não poderia terminar o meu testemunho sem agradecer ao Vítor a<br />

amizade sem falha que nos une. Uma amizade como não conheço<br />

outra. De dupla raiz, espelho de uma afeição indefectivelmente<br />

enraizada tanto no melhor que os portugueses são capazes de<br />

oferecer, como na honra de “mais velho” que o Vítor generosamente<br />

me faz de acordo com o melhor da cultura angolana. Também<br />

nasci em Angola: somos patrícios. E isso esteve sempre presente<br />

na nossa amizade sem igual.<br />

Longa Vida a Vítor Ramalho, Homem de Bem e Amigo sem Falha.<br />

João Cravinho


Temo-lo prosseguido continuadamente e trilharemos o mesmo caminho no futuro – espero<br />

- de muitos anos.<br />

Mas quem, o quê e como?<br />

O quem?, é simples - Vítor Ramalho e eu próprio. O quê?, uma bagatela – salvar a Pátria.<br />

Como ? – conversando.<br />

São conversas de uma ironia amarga. Como muitos outros, fomos assistindo impotentes à<br />

decadência moral e política do país. Nunca tivemos grandes ilusões sobre o que ia suceder<br />

- nem um nem outro. Fizemos algumas tentativas de mobilizar vontades - sem êxito. Resta-nos<br />

o humor que em profusão lançamos sobre a tragédia portuguesa, de um país que<br />

tudo vende ao estrangeiro e que todos os dias vai perdendo a sua tradição universalista.<br />

Mas o mais importante, mantém-se. Uma sólida amizade, um entendimento vivo de quem,<br />

apesar de tudo, lá no fundo, continua a ter esperança e não se considera batido.<br />

Nem mesmo pelos 70 anos, a que também vou chegar no tempo de um fósforo.<br />

Um grande abraço, Vítor!<br />

João Ferreira do Amaral<br />

- 75 -


Conheci Vítor Ramalho na sua primeira eleição para a Federação<br />

Distrital de Setúbal, acompanhei-o nos 3 mandatos à frente<br />

da Federação, vi nele um politico defensor, de causas justas,<br />

com ideologia assente nos princípios Fundamentais do Partido<br />

Socialista, um elemento congregador, centrou os seus mandatos,<br />

na sua dimensão política e social como uma atividade<br />

e não como uma mera função de representatividade, uma luta<br />

constante, pela defesa intransigente dos valores republicanos,<br />

democráticos e da solidariedade, foi com Ele e por Ele que,<br />

iniciei funções a nível concelhio. Daqui nasceu uma forte amizade,<br />

uma amizade reciproca, sem cobrar, é aquele ombro amigo<br />

que está sempre ao dispor, aquela linha que quando ligo, está<br />

sempre aberta e sempre disponível para ouvir e dar uma palavra<br />

de conforto, uma amizade que, se prolonga até aos dias de<br />

hoje. Muito mais havia para dizer do Vítor, porém tudo o que eu<br />

escreva será pouco para definir o político e o homem que ele é.<br />

Muitos Parabéns caro Vítor Ramalho.<br />

Um forte abraço do amigo<br />

Quinito<br />

- 76 -


Querido amigo,<br />

e camarada Vítor Ramalho<br />

Conhecemo-nos no famoso “Franjinhas” do SITESE, onde tu<br />

e o nosso amigo e camarada António Janeiro, figura maior<br />

da nossa história sindical, se batiam pelo Sindicalismo Democrático<br />

em Portugal, sendo que estas vitórias eram comemoradas<br />

no almoço anual do 1º de Maio, no qual o nosso<br />

querido e saudoso amigo, camarada Mário Soares, estava<br />

sempre presente.<br />

De então para cá foram inúmeros os cargos e desafios que<br />

prestaste ao País e a várias Instituições, sempre com enorme<br />

competência, e dedicação,<br />

com que desempenhavas esta funções, bem como a generosidade,<br />

e uma grande amizade, para com todos que estavam<br />

à tua volta<br />

Como Presidente da UCCLA és, provavelmente, o maior defensor<br />

e promotor da Lusofonia<br />

Obrigado por seres meu amigo<br />

Joaquim Sabino<br />

- 77 -


Conheci o Vítor, já lá vão mais de<br />

três décadas, nos tempos do chamado<br />

bloco central, era ele Secretário<br />

de Estado do Trabalho e<br />

iniciava-me eu, muito mais jovem,<br />

nas funções de Deputado à Assembleia<br />

da República.<br />

Quem viveu esses tempos guarda<br />

deles a memória de um ciclo de<br />

grandes dificuldades sociais, expressões<br />

de muitos desajustamentos,<br />

contradições e insuficiências<br />

resultantes do processo de ajustamento<br />

do país às novas lógicas da<br />

democracia, da sociedade aberta,<br />

do fim do paternalismo de Estado,<br />

da descolonização, da necessidade de encontrar novos desígnios para Portugal no espaço europeu.<br />

Tempos assim são por natureza propícios à desmotivação e ao desalento e, não raro, à fuga para projetos<br />

populistas à sombra de soluções políticas musculadas, à esquerda ou à direita. Em contrapartida,<br />

situar no tempo pessoas disponíveis para assumir o essencial das suas convicções ao mesmo<br />

tempo com radicalidade de alma e disponibilidade prática para o compromisso realista é sempre uma<br />

oportunidade para engrandecer o melhor da condição humana.<br />

O Vítor é dessas pessoas permanentemente comprometidas com o concreto da vida e nela sempre<br />

disponíveis para dar o seu melhor. E conhecendo-o um pouco melhor ainda, o Vítor revela a natureza<br />

de um sonhador, um artista, um cultor da palavra, um amante da liberdade existencial e um combatente<br />

permanente pelos ideais da solidariedade e da generosidade.<br />

Como todos os amantes da liberdade, o Vítor é, a seu modo e ao modo de muitos de nós, um conspirador<br />

– no sentido de quem procura insistentemente a mobilização de vontades para alcançar conjuntamente<br />

os objetivos que de outro modo não seriam possíveis.<br />

Foi assim que ao longo dos anos o fomos encontrando na frente de tantos combates decisivos para a<br />

nossa democracia. Tinha escolhido, de um modo inequívoco, o seu campo de luta e preservação – o<br />

da esquerda democrática, moderada, europeia, defensora dos valores do pluralismo e da tolerância<br />

sem nunca abdicar do combate permanente pela justiça social.<br />

Com tais lemas, o Vítor encontrou o seu grande inspirador político na grande figura de Mário Soares.<br />

Ele e muitos outros que, de um modo ou de outro, partilhando das mesmas convicções, se mantiveram<br />

constantemente na linha da frente, seja em funções institucionais seja no testemunho cívico e na<br />

tomada de posição política.<br />

Os percursos públicos do Vítor são, de resto, por demais conhecidos para não carecerem nem de<br />

descrição nem de exaltação da minha parte. Lembro apenas, com especial destaque, o que foram<br />

as lutas comuns no MASP para a eleição de Mário Soares à presidência da República (e o que isso<br />

representou de decisivo para a consolidação da democracia pluralista no nosso país) ou o seu empenhamento<br />

na concretização dos encontros da reitoria, nos anos de chumbo da intervenção da troika,<br />

quando o génio de Mário Soares se esforçou por deixar testemunho de que alternativas eram possíveis<br />

ao clima de abdicação então tão disseminado no cenário político português.<br />

Além de tudo isso, o Vítor é um mensageiro constante do multiculturalismo português e da aproximação<br />

entre os povos de língua portuguesa.<br />

O Vítor Ramalho é, acima de tudo, o conversador das longas tertúlias, o contador de histórias, o amigo<br />

solidário, aquele com quem podemos contar até ao fim.<br />

Para o Vítor deixo o meu abraço, o testemunho da minha amizade e os meus votos de vida longa.<br />

Jorge Lacão<br />

- 78 -


É com muito gosto que me associo a esta homenagem ao meu amigo Vítor Ramalho pelo<br />

seu septagésimo aniversário. As nossas vidas têm vários pontos em comum – desde<br />

já frequentámos ambos a Universidade de Direito de Lisboa, embora com quase uma<br />

década de intervalo; depois partilhámos opções políticas idênticas; por último, ao longo<br />

da nossa já longa existência pública, os nossos percursos profissionais cruzaram-se em<br />

inúmeras ocasiões, tantas vezes à volta de causas comuns, como sejam as actividades<br />

da UCCLA e o relacionamento especial com os países de língua portuguesa por que<br />

sempre nos batemos, ambos. A tudo isto se soma uma respeitosa e muito cordial estima<br />

mútua, que o correr do tempo foi sedimentando em amizade certa.<br />

Parabéns Vítor por este aniversário redondo,<br />

a que me associo com muito gosto, com um forte abraço e votos de felicidades!<br />

Jorge Sampaio<br />

- 79 -


A nossa amizade parece-me mais antiga que o início da nossa proximidade. Ganhou<br />

raízes, em muito consequência de dois espíritos joviais, dados a valorizar as coisas<br />

belas da vida, irrequietos na procura que alimenta a criação artística. Foi a descoberta<br />

da sua pintura, do seu traço rápido decifrador da natureza das coisas, da sua<br />

escrita escorreita e cristalina, que me levaram a reforçar uma proximidade apetecida,<br />

dele recebendo em troca o apreço pela minha escrita e pela minha poesia.<br />

Aquilo que começou por ser uma colaboração ativa no campo da militância política,<br />

num trabalho inigualável realizado sob a sua liderança numa época em que era preciso<br />

reafirmar o projeto socialista, depressa se estabeleceu num patamar que nos levou<br />

a uma amizade, daquelas que resistirá à erosão do tempo, que será revisitada com<br />

agrado nos caminhos da memória.<br />

O Vítor é um cidadão do mundo, um português falante que luta inefavelmente pela<br />

afirmação da sua língua, espírito aberto e criativo, um ser convivente e sem idade.<br />

José António Contradanças<br />

- 80 -


A amizade vive de se dar e receber o melhor<br />

de cada um de nós. Por isso desejamos-lhe<br />

um feliz aniversário.<br />

Um abraço e um beijo dos seus amigos.<br />

José e Ofélia Carvalho<br />

- 81 -


Já lá vão 33 anos!<br />

Concorríamos na mesma lista, embora<br />

por partidos diferentes, à Câmara<br />

Municipal de Loures. Decorria o mês<br />

de dezembro de 1985.<br />

Foi neste contexto que eu e o Vítor<br />

Ramalho nos encontrámos pela 1ª<br />

vez. Passámos então a ter um convívio<br />

frequente, por vezes diário, e a<br />

pouco e pouco nasceu uma sólida<br />

amizade.<br />

É um homem íntegro, competente e<br />

preocupado que tem dedicado a sua<br />

vida ao bem comum e à causa pública tendo sempre demonstrado,<br />

com o seu conhecimento das questões políticas e sociais, que para ele<br />

a política é um meio para servir, promovendo os direitos e o bem estar<br />

das pessoas.<br />

O Vítor Ramalho é, para além de tudo,<br />

um homem com invulgares qualidades humanas.<br />

Sinto-me assim agradecido e privelígiado<br />

pelo facto de me poder considerar seu Amigo.<br />

José Moreira Marques<br />

- 82 -


Grande Vítor!<br />

Chegou a tua vez de comemorar a bonita idade<br />

de 70 anos. Parabéns bom amigo! Com a tua<br />

raiz africana que te acalma a vida e te dá alma<br />

artística, quem contigo partilhou algum pedaço<br />

de tempo, guarda de ti a imagem de um homem<br />

justo, solidário, honesto e corajoso.<br />

A vida corre e o nosso dia-a-dia é cada vez<br />

mais ocupado com as recordações que nos alimentam<br />

o trajecto que fomos efectuando. Nessa<br />

caminhada vêm à memória os lugares e as<br />

pessoas que fomos conhecendo e o que nos<br />

ficou de cada momento vivido.<br />

Recordo bem o meu primeiro contacto contigo.<br />

Não sei o dia, nem o mês, mas recordo que<br />

foi ao fim de um dia, numa daquelas reuniões,<br />

que a pedido teu, ou das entidades sindicais,<br />

tu tentavas perceber para ajudar a resolver<br />

gravíssimos problemas laborais que, naquele<br />

tempo, nos enchiam de sofrimento. Eras, então,<br />

membro do governo, e eu um ativista sindical e<br />

dirigente de base do nosso partido.<br />

A actividade política e sindical em todo o país,<br />

mas com especial ênfase no Distrito de Setúbal,<br />

era determinada pelo combate à fome,<br />

ao desemprego, aos ordenados em atraso e<br />

à intolerância que tantas vezes terminava em<br />

violência, verbal e física. Nesses tempos, meu<br />

querido amigo, não havia ninguém no mundo<br />

laboral que não conhecesse ou tivesse ouvido<br />

falar do Dr. Vítor Ramalho. A determinação e a competência técnica era por todos admirada<br />

e disputada como garantia na salvação da empresa ou posto de trabalho, em reuniões até<br />

às tantas. No governo ou nas empresas, tu foste a esperança de muitos trabalhadores e<br />

patrões, e em muitos casos conseguiste salvá-los já com o fim à vista.<br />

Aqueles que como eu vivemos esses tempos temos para contigo uma divida de gratidão,<br />

porque sabemos bem da importância do trabalho que desenvolves-te no governo de então.<br />

Passados esses tempos, quer no exercício de cargos políticos, como foi por exemplo o de<br />

Presidente do PS em Setúbal, ou ao serviço de instituições, como o INATEL ou a UCCLA,<br />

a tua marca, fica para além do mandato, porque dele fica, o trabalho feito e a recordação<br />

fraterna do Vítor Ramalho.<br />

Sabes Vítor, já me começa a “chatear” recordar as coisas, porque às tantas, dou por mim a<br />

pensar que já não nos vemos tantas vezes, em volta de um petisco, em amena cavaqueira<br />

conspirativa, ouvindo-te falar do Partido, do País e do Mundo, e onde também havia lugar á<br />

analise a alguns convencidos da sua importância, e que por isso mesmo, ali se comentava<br />

com a importância que mereciam.<br />

Acho que já abusei, vou por fim a esta conversa, sem que antes te peça desculpa, por não<br />

conseguir passar melhor para o papel o que ao meu espírito ocorreu.<br />

PARABÉNS Vítor. Longa Vida!<br />

És um Amigo do peito. OBRIGADO Vítor.<br />

Um fortíssimo abraço<br />

José Reis.<br />

- 83 -


Um homem às direitas<br />

Sei bem que o Vítor Ramalho não leva a mal a pequena provocação do título<br />

e sorrirá de genuíno prazer.<br />

Não me lembro há quantos anos o conheço, nem da primeira vez que nos<br />

cruzámos. Fomo-nos conhecendo, fomo-nos estimando. Primeiro, na vida pública.<br />

Depois, pessoalmente. Sempre o vi como o leal, próximo e fiel amigo<br />

de Mário Soares. Nada yes man, mas daqueles que mantêm a companhia<br />

e solidariedade mesmo quando discordam e não usam a divergência para<br />

romper e abandonar. Construí grande admiração por ele, pela sua discrição e<br />

capacidade de construir. A amizade também se desenvolve – é o nosso caso.<br />

O Vítor Ramalho é, além do mais, um angolano português, daqueles que, com<br />

Chico Buarque, estamos sempre a sonhar com o tal “imenso Portugal”, essa<br />

quimera maravilhosa ao vento do “Fado tropical”. Parabéns! Lá chegaremos.<br />

José Ribeiro e Castro<br />

- 84 -


Meu amigo<br />

Meu Camarada<br />

Durante os anos que fiz parte do seu grupo de trabalho político, vivenciámos<br />

várias dificuldades e alguns contratempos mas a política é feita de desafios e<br />

obstáculos, que só são ultrapassáveis quando temos pessoas que acreditam e<br />

nos fazem acreditar na capacidade de sairmos Vítoriosos, ao mesmo tempo que<br />

nos desafia para outras realidades, e o Vítor é uma dessas pessoas.<br />

É uma honra conviver com um ser humano capaz de ver o outro em toda a sua<br />

individualidade, respeitando suas escolhas, mesmo que essas sejam diferentes<br />

das suas. É uma honra ser sua amiga.<br />

Com amizade<br />

Lídia Marrelha Henriques<br />

- 85 -


Conheci o Vítor Ramalho em 2004 como Presidente<br />

da Federação Distrital de Setúbal, acompanhei o seu<br />

mandato da Federação, vi nele um politico defensor<br />

de causas justas, de uma ideologia clara e princípios<br />

fundamentais do Partido Socialista, uma pessoa de<br />

consensos na sua dimensão política e social, numa<br />

luta constante da defesa de valores republicanos e democráticos.<br />

Uma referência no universo político e uma<br />

influência no meu trajeto político inspirando e levando-<br />

-me a trabalhar em prol do meu concelho de Alcácer<br />

do Sal.<br />

Construí uma forte amizade com o Vítor estando sempre<br />

disponível e aconselhando-me, não há palavras para<br />

tudo o que possa escrever sobre este grande amigo e<br />

personalidade deste nosso Portugal.<br />

Saudações Socialistas<br />

Um grande beijo da sua amiga<br />

Maria Lucinda Mira<br />

- 86 -


Conheci o Dr. Vítor Ramalho através de outro grande amigo<br />

o Dr. Medina Carreira.<br />

Discutia naquela altura a venda da minha participação na<br />

Sociedade de computadores time sharing aonde era accionista<br />

e também director geral.<br />

Graças à intervenção do Vítor Ramalho ganhámos o processo,<br />

mas o mais importante foi o facto de nos termos tornado grandes<br />

amigos.<br />

Tínhamos tatuagens comuns, ambos naturais de Angola,<br />

estudantes universitários em Lisboa e frequentadores assíduos<br />

da Casa dos Estudantes do Império ,embora em épocas diferentes,<br />

sou bem mais velho que o Vítor.<br />

Assim sendo e com amigos comuns, como por exemplo a Judite<br />

Correia, a nossa amizade cresceu e sedimentou-se facilmente.<br />

Ainda me lembro do almoço de Moamba, prato Angolano, que<br />

lhe ofereci em minha casa, já que o Vítor é um grande apreciador.<br />

Angola está-lhe no sangue e por isso é um grande conhecedor<br />

da vida política, económica e social da nossa Terra.<br />

Muitas felicidades meu querido Amigo, foi uma grande honra<br />

mas também uma grande alegria ter-me cruzado contigo.<br />

Luís Alves Costa<br />

- 87 -


O homem que falava com “Deus”<br />

Foi nos Governos, Congressos, Jornais e Televisões que conheci Vítor Ramalho.<br />

Hoje um amigo. Uma voz sempre a escutar e a respeitar.<br />

Pelas suas candidaturas a presidente da Federação de Setúbal passámos a conhecermo-nos<br />

melhor.<br />

A leitura política face a tudo o que acontece na sociedade e o que propõe é de<br />

um homem de esquerda, um socialista, um democrata atento, lúcido e prospetivo,<br />

para quem os direitos, bem-estar, segurança e igualdade dos cidadãos sempre<br />

foi prioridade.<br />

Senhor de vistas largas e verbo fácil, analista dos detalhes que disseca para depois<br />

os fundir numa alquimia de resultado certo, sempre previu o futuro político<br />

do Mundo, da Europa, da sua África, do Partido e do País com elevada margem<br />

de sucesso.<br />

Amante de uma boa tertúlia, pintor de cores fortes, voz incómoda sempre que<br />

necessário, construtor de pontes de arquitetura quase impossível, teve o dom de<br />

privar com “Deus” com quem manteve uma amizade “Fixe”.<br />

Aceite caro Vítor Ramalho um grande abraço deste que muito o respeita.<br />

Luís Chula


Vítor,<br />

Não é fácil escrever sobre alguns amigos e tu és o meu melhor exemplo.<br />

Foram tantas as situações e os contextos em que nos encontrámos, da<br />

forma descontínua em que tantas vezes se formam as melhores amizades,<br />

que não consigo ter de ti uma imagem só.<br />

Lembro-me bem de como te conheci, há cerca de 30 anos. Foi em acção,<br />

na barra de um tribunal, onde patrocinavas uma causa que parecia difícil<br />

e se revelou fácil pelas qualidades que evidenciaste – simplicidade, inteligência<br />

e assertividade. Cito muitas vezes este exemplo aos meus alunos.<br />

Desde então, multiplicámos os encontros, as solidariedades, os momentos<br />

em que, entre rodas de amigos, nos deliciaste com as tuas histórias<br />

de vida, polvilhadas com aquela sábia mistura de universalidade e tropicalismo.<br />

Percebo bem porque admiras Leonard Cohen. Tu também tens um lado<br />

de trovador. E de cidadão do mundo. Tolerante e solidário. Dance Me é<br />

mesmo o teu tema.<br />

Forte abraço.<br />

Luís Nazaré<br />

- 89 -


Vítor RAMALHO – “O MEU IRMÃO DO HUAMBO”<br />

Nascemos ambos em Angola, estudamos no Liceu do Huambo e viemos<br />

para Lisboa para a Universidade, o Vítor para Direito e eu para o Técnico.<br />

Nunca deixamos de nos encontrar.<br />

Convivemos, sempre, com este privilégio das duas culturas, angolana e<br />

portuguesa, que nos permitem uma diferente compreensão do mundo<br />

que nos rodeia.<br />

O Vítor é generoso, alegre, solidário, sensível, companheiro e amigo.<br />

Temos partilhado momentos únicos de companheirismo, reflexão, inter-ajuda<br />

e boa disposição.<br />

O Vítor é o “Meu Irmão do Huambo”.<br />

Luís Todo Bom<br />

- 90 -


Conhecer Vítor Ramalho<br />

foi uma bênção.<br />

Homem sério, amigo do seu amigo do seu amigo, respeitador<br />

.Homem de valores. Grande Mestre na Política. Defensor de ideais.<br />

Trabalhar com Vítor Ramalho é um ensinamento de vida. Pela sua<br />

sabedoria. Pelos valores que transmite.<br />

Que orgulho tenho.<br />

Obrigada Presidente Vítor Ramalho<br />

Lurdes Cunha<br />

- 91 -


Ao estimado<br />

Vítor Ramalho<br />

Todos os portugueses e<br />

portuguesas da nossa geração<br />

que tiveram a ousadia,<br />

ou o privilégio, de<br />

despertar para a intervenção social e política muito jovens, têm registos propiciadores<br />

de um sorriso bem largo e de profundo prazer: com as nossas limitações,<br />

fomos atores em processos de grande transformação social e política.<br />

O Vítor Ramalho pode orgulhar-se de um percurso político e de cidadania que<br />

contribuiu para que a vida de todos seja hoje bem mais feliz.<br />

Partilhei consigo muitas discussões. O Vítor foi, em regra, um interlocutor qualificado,<br />

dedicado e leal, quer quando sabíamos que nos íamos confrontar, quer<br />

quando estávamos conscientes de convergir.<br />

Momentos relevantes da Presidência do Dr. Mário Soares, e mais tarde da luta<br />

contra o avanço da direita e do belicismo, foram pontuados pela ação do Vítor.<br />

Esse empenho esteve também na busca de saídas para situações sócio<br />

laborais delicadas em meados dos anos oitenta e na década seguinte. Estes e<br />

outros contributos merecem um,<br />

Grande Abraço de Parabéns!<br />

Manuel Carvalho da Silva<br />

- 92 -


Vítor Ramalho<br />

um homem no seu tempo<br />

Nasceu e cresceu na Angola profunda, no<br />

Huambo. Vem desembarcar na Faculdade<br />

de Direito da Universidade Clássica de<br />

Lisboa, que frequenta no fim dos anos 60<br />

e no princípio dos anos 70. Entra frontal e<br />

decididamente na luta contra o fascismo<br />

e o colonialismo. Foi presidente da Associação<br />

Académica em 1969.<br />

Eram tempos conturbados, cheios de contradições. A guerra colonial, em três frentes, as<br />

condenações de Portugal na ONU, os conflitos ideológicos resultantes da crise entre a<br />

China Popular e a URSS, as lutas estudantis. E por isso comeu o pão que diabo amassou.<br />

Preso pela PIDE, teve o tratamento que os nossos “brandos costumes” recomendavam:<br />

“internado” em Caxias, beneficiou da hospitalidade que a Pátria reservava aos insubmissos.<br />

Foi julgado e condenado no tribunal plenário. Chegada a hora de servir nas armas, foi<br />

mandado, como soldado raso, varrer os pátios e as casernas. E neste fadário andou até ao<br />

25 de Abril.<br />

Pertencendo a uma geração anterior à minha e tendo eu ido parar à Guiné em comissão<br />

por imposição, não nos encontrámos nessa altura, mas frequentámos lugares paralelos.<br />

Recordo-me de ter fixado o seu nome pelos estudos de Direito de Trabalho que publicou<br />

e eu consultei com proveito. A diferença de idades, as experiências e os acasos da vida<br />

fizeram com que só já tarde viéssemos a conviver e nos tornássemos bons amigos.<br />

Viemos a trabalhar juntos, anos depois, no distrito de Setúbal. Apreciei a sua visão do que<br />

era esse distrito, dividido tão nitidamente em duas partes: o Norte, de Almada a Setúbal e<br />

o Sul, o Litoral alentejano, tão diferentes na sua composição social e nas suas especificidades<br />

políticas.<br />

Não se cansa nem descansa. Nem deixa descansar. Conhece as pessoas e os lugares do<br />

nosso distrito: de Canha ao Torrão, do Bairro do Pica-Pau Amarelo ao Bairro da Belavista,<br />

de Porto Brandão a Porto Covo. Com uma inesgotável paciência para ouvir e capacidade<br />

para se fazer ouvir, insistir, argumentar...<br />

A sua estatura de “bom gigante” diz isso mesmo. Dignidade, respeito pelos outros, generosidade<br />

e firmeza nas convicções e nas ações.<br />

Foi e é um combatente pela liberdade e pelo socialismo, fiel a ideais de progresso e humanismo<br />

que constituem desde há muito a bússola pela qual se orienta. Neste momento<br />

em que atinge a idade dos “Senadores” da República, Vítor Ramalho bem merece ser reconhecido<br />

como um dos que lutou e luta pela liberdade, pelo progresso e pelo bem-estar dos<br />

portugueses, nomeadamente no Distrito de Setúbal.<br />

Na UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) a sua experiência anterior<br />

em Angola e nas questões africanas veio dar um novo impulso a essa associação, com<br />

particular realce para os aspetos culturais.<br />

Juvante Jove, o seu idealismo temperado por uma intuição brilhante e um sentido racional<br />

e pragmático continuará, por muitos e bons anos, a marcar a sua ação.<br />

Manuel Macaísta Malheiro<br />

- 93 -


Mais uma vez a querida<br />

Osita tocou a reunir o<br />

estimável clã de Belém,<br />

os antigos colaboradores e amigos do Amigo Maior – Mário Soares.<br />

A missão é, agora, mimar o Vítor Ramalho, por altura do seu<br />

aniversário, imprimindo em papel a nossa presença amiga.<br />

Eis-me pois, meu prezado amigo, a expressar a minha consideração<br />

e admiração por quem sempre vimos, quando trabalhámos juntos,<br />

numa atitude de simpatia, bonomia e camaradagem, e a minha<br />

especial gratidão pela sua enorme dedicação e disponibilidade ao<br />

acompanhar até ao último momento aquele Senhor – Mário Soares<br />

– que tanto admiramos e é causa maior danossa união.<br />

Bem-haja Vítor Ramalho.<br />

Manuel Soares Monge<br />

- 94 -


A Vítor Ramalho ligam-me factos, ideias e<br />

amizades comuns. O primeiro dos factos<br />

não acontece durante a oposição à ditadura,<br />

que não foi simultânea, pelo meu exílio<br />

de doze anos. Acontece quando ele, como<br />

advogado, representava sindicatos de trabalhadores<br />

da RTP e eu, enquanto Presidente, negociávamos o primeiro<br />

acordo coletivo de trabalho. Num período difícil, tive de imediato a noção<br />

da sua competência e equilibrada seriedade sobre o que era preciso fazer.<br />

No campo das ideias, são elas que nos ligam a princípios e modos de ver<br />

os interesses da nossa comunidade, que nos fazem camaradas, do Partido<br />

Socialista. Mas há uma especial: a ênfase ao valor da/das cultura/s faladas<br />

pela língua portuguesa, por mares navegados em várias latitudes e<br />

nos dois hemisférios do mundo, creio que devido ao facto de eu ter vivido<br />

alguns anos no Brasil e ele em Angola.<br />

As amizades comuns são numerosas. Mas a de Mário Soares salienta o<br />

exemplo de amizade dedicada que o Vítor nos soube dar.<br />

Manuel Pedroso Marques<br />

- 95 -


Vítor é Liberdade<br />

Já não me recordo quem me apresentou o Vítor, mas sei que foi dos poucos na<br />

minha vida que ficou desde logo e para sempre amigo.<br />

Nele admiro a juventude de quem diz sempre o que pensa, sem medo nem tibiezas.<br />

É duro na análise e certeiro nas convicções e valores, mas amacia sempre<br />

tudo com o seu humor único e um ligeiro, mas prolongado, sorriso nos lábios.<br />

Diz sempre presente nas horas mais difíceis e<br />

mal se faz ver nos momentos de sucesso.<br />

O País precisava mesmo de muitos Vítores.<br />

Mas este é raro. Mas é meu amigo.<br />

E é um FIXE!<br />

Marcos Sá<br />

- 96 -


Vítor Ramalho: o mesmo e o outro<br />

Conheci Vítor Ramalho numa exposição das suas pinturas por intermédio dos<br />

seus amigos Maria de Jesus Barroso e Mário Soares. Pintor, homem de uma<br />

sensibilidade e doçura invulgares, albergando ecos de Africa na pintura e em si.<br />

Muitos anos mais tarde vim a vê-lo com regularidade na casa dos mesmos<br />

amigos, nos últimos anos de vida, primeiro de Maria Barroso e depois de Màrio<br />

Soares. Sempre a mesma afabilidade, doçura, e no último ano de vida de Mário<br />

Soares, companheiro fiel, de todos os dias, por vezes a diferentes horas durante<br />

um dia, frequentemente alvo de piadas e brincadeiras de Mário Soares que<br />

recebia sempre com bonomia, boa disposição, extrema boa educação, sorriso<br />

nos lábios e nos olhos. Com a morte de Mário Soares, o Vítor Ramalho que celebramos<br />

hoje nos seus 70 anos, parece o mesmo mas é outro.<br />

Maria de Sousa<br />

- 97 -


Vítor Ramalho<br />

“Crónica de uma amizade fixe”, que Vítor Ramalho (VR) publicou em dezembro<br />

de 2017, diz muito sobre a personalidade do seu autor, de quem celebramos<br />

agora o 70º aniversário. É um relato pleno de sensibilidade e humanidade, que<br />

preza a memória, neste caso em particular a da relação singular que VR manteve<br />

com Mário Soares ao longo de várias décadas. É ao mesmo tempo um testemunho<br />

vivo, um hino, diria, à amizade e a valores que cimentaram a estima e o<br />

companheirismo entre ambos numa luta coerente e persistente pela liberdade,<br />

pela igualdade e pelo bem-comum.<br />

Foi com emoção que li as páginas que VR dedica neste livro à grande amizade<br />

que ligou Mário Soares e Mário Ruivo desde os tempos do MUD Juvenil até à<br />

partida de ambos, ao convívio do próprio VR com o Mário (Ruivo), com quem<br />

partilhou gabinete na Fundação Mário Soares, aos jantares “conspirativos” nos<br />

quais estes e outros amigos, que nunca se “reformaram”, debatiam a situação<br />

política do país.<br />

Exemplos de vida para as gerações de hoje e de amanhã.<br />

Parabéns, Vítor!<br />

Maria Eduarda Gonçalves<br />

- 98 -


O bom gigante<br />

O Vítor Ramalho tem qualquer coisa do bom gigante das<br />

histórias de fadas, bruxas, elfos e ogres: grande mas afável,<br />

forte mas afectuoso, poderoso mas cúmplice e solidário. E<br />

sempre com um sorriso amigo, um amigo para sempre.<br />

Com um grande abraço – em meu nome pessoal e em memória<br />

do teu amigo José Medeiros Ferreira que, nas vossas<br />

longas conversas telefónicas pela noite dentro, gostava de<br />

imaginar o teu sorriso tranquilizador e meio brincalhão. O<br />

tal sorriso amigo de um amigo para sempre.<br />

Maria Emília Brederode Santos<br />

- 99 -


Acolhi o Vítor, em Bruxelas, numa visita que fez acompanhando<br />

a Dra. Maria Barroso na preparação de um projecto para<br />

Moçambique.<br />

Aí descobri o Vítor, a sua generosidade, a sua disponibilidade,<br />

a sua sensibilidade,<br />

O tempo vai passando e hoje, no aniversário dos seus setenta<br />

anos, quero renovar a minha estima, desejando-lhe as maiores<br />

Felicidades, as maiores Realizações e toda a Sabedoria para<br />

melhor gerir este nosso tempo.<br />

Maria Helena Neves<br />

- 100 -


Conheci o Vítor Ramalho durante a 1ª campanha eleitoral para a Presidência da Republica<br />

do Dr. Mário Soares! Tempos felizes e estimulantes!!!<br />

Excelente dinamizador, sempre com uma palavra amiga de incentivo ao trabalho!!<br />

A seguir aos Acordos de Bicesse, em 1990, o Dr. Mário Soares, como Presidente da Republica,<br />

patrocinou duas viagens a Angola com o objectivo de mandar a Angola bens<br />

alimentares que muita falta faziam as dois signatários dos Acordos de Bicesse - UNITA<br />

e MPLA, sendo o Vítor Ramalho o principal responsável pela sua excelente organização.<br />

Estas viagens foram emocionantes e exaltantes pois fomos encontrar um País em Paz,<br />

depois de tantos anos de guerra!<br />

Foram convidados a participar nestas viagens, num C-130 da Força Aérea Portuguesa,<br />

um excelente grupo dos mais importantes orgãos da comunicação social Portuguesa, uma<br />

equipe da Cruz Vermelha Portuguesa e 3 membros do Forum Português para a Paz e Democracia<br />

em Angola, Maria Antónia Palla, Margarida Lima Mayer e eu.<br />

As duas viagens correram muito bem - a 1ª a Benguela, com aterragem no aeroporto da<br />

Catumbela (ainda cheia de Cubanos!!!) mas a “diplomacia” do Vítor Ramalho levou tudo<br />

a “bom porto” e a 2ª a Luanda onde também tudo se passou da melhor forma. As duas<br />

viagens tiveram ampla cobertura da comunicação social angolana e portuguesa.<br />

Ficámos amigos, mas nem sempre de acordo quanto à Politica Nacional em relação a<br />

Angola!!!<br />

Muitos parabéns, Vítor, e desejos das maiores felicidades!<br />

Maria João Sande Lemos<br />

- 101 -


Prezado Amigo<br />

Vítor Ramalho<br />

É uma honra prestar-lhe a minha homenagem<br />

na qualidade de Amiga,<br />

conterrânea e correligionária, visto<br />

que muito o admiro pelo seu brilhante<br />

e não menos trabalhoso percurso de<br />

vida no interesse do País, sem jamais<br />

esquecer África e a sua Magia.<br />

Apesar de não nos termos conhecido<br />

em Angola, nossa terra natal, de<br />

onde veio aos 18 anos a fim de Estudar<br />

Direito – findo o curso e o estágio<br />

de advocacia distinguiu-se logo como<br />

Causídico dedicando-se ao Direito do<br />

Trabalho –, viemos a conhecer-nos em<br />

Portugal graças ao nosso ideal político,<br />

lutando primeiro pela Liberdade e<br />

“pós 25 de Abril”,juntos, pela estabilidade<br />

e consolidação da tão ambicionada<br />

democracia.<br />

Acompanhei sempre com muito interesse<br />

a sua actuação, quer nos relevantes<br />

cargos governamentais, quer<br />

no Partido Socialista, na INATEL, na<br />

Cruz Vermelha Portuguesa e presentemente na UCCLA, onde, devido à<br />

sua reconhecida inteligência aliada à extraordinária capacidade de trabalho<br />

e natural sociabilidade, conseguiu unir muitas cidades dos Países Lusófonos.<br />

Assim, desde Portugal a Timor-Leste, passando pelo Brasil, Macau<br />

e os PALOP todos em colaboração procuram desenvolver a economia e o<br />

bem-estar social das suas populações.<br />

Apraz-me registar o apreço que tenho pela UCCLA, de que Vítor Ramalho<br />

é seu prestigiado e muito considerado Secretário-Geral.<br />

Vítor Ramalho celebra hoje 70 anos e com um fraternal abraço de amizade<br />

expresso-lhe os meus parabéns, fazendo votos das maiores felicidades e<br />

que continue a sua Missão de índole marcadamente Social.<br />

Maria José Carvalho dos Santos de Calheiros da Gama<br />

- 102 -


Caro amigo e camarada Vítor Ramalho, há coisas que não se explicam<br />

sentem-se.<br />

Desde o primeiro dia que entrei em contacto consigo, na Universidade<br />

de Verão, na Universidade Moderna, em Setúbal, que entrou no<br />

grupo de pessoas que eu mais considero, pela sua disponibilidade<br />

de ouvir, de ajudar, de ser amigo para além de ser um dos socialistas<br />

que mais sabem de política.<br />

A sua coragem e determinação para as causas que abraça, tornam-<br />

-no num dos mais nobres parceiros que qualquer camarada deve<br />

desejar ter. Obrigada por ter estado sempre presente pelo PS, por a<br />

minha Alcácer do Sal e pela nossa amizade.<br />

Bem-haja pelo seu conhecimento.<br />

Grande e fraterno abraço de uma sua camarada amiga.<br />

Mariana Caixeirinho<br />

- 103 -


A Amizade<br />

Algures, em nós, – não sei se na mente, se no coração – existe um espaço em branco, uma espécie<br />

de vazio, que só o percurso da vida nos ensina a preencher.<br />

É um recôndito onde se guarda a Amizade, algo próximo de um refúgio, tão escasso na dimensão,<br />

quão exegético no conteúdo.<br />

E assim nasce a verdadeira Amizade, a que só se alcança quando a vida nos faz maduros.<br />

Tal como esse sentimento profundo que me liga ao Vítor Ramalho.<br />

Um sentimento que não nasceu na infância, nem sequer na juventude. Porventura, nenhum de<br />

nós saberá ao certo como e quando aconteceu.<br />

Porque, na identidade de valores, na comunhão de princípios, aprendemos a partilhar os frutos<br />

de uma Amizade fundada na admiração.<br />

E Vítor Ramalho é um Homem de excepção: pela carreira política, pela coerência de postura,<br />

pelo apego à causa lusófona e, mais que tudo, pelo indefectível culto aos valores da solidariedade<br />

e lealdade à causa da Amizade.<br />

Daí que esse nosso sentimento seja o de uma Amizade autêntica, vertida no sentimento, cerzida<br />

na cumplicidade, sazonada na razão.<br />

Uma Amizade, enfim, que é como a sombra que se projecta em sereno entardecer: sempre crescente<br />

até que, ao longe, chegue o ocaso das nossas vidas!<br />

Mário Assis Ferreira<br />

- 104 -


Talvez seja a única maneira de se ser um<br />

grande português. De facto, talvez seja a<br />

única maneira de se ser um grande angolano.<br />

Ser como o Vítor Ramalho. Conjuga na<br />

sua personalidade cordial todos os elementos<br />

de generosa abertura e coragem física<br />

que se herdam das vivências africanas. Num<br />

percurso que é marcado por um empenhado<br />

envolvimento na vida publica têm sido constantes<br />

as ocasiões em que essa cordialidade<br />

e arrojo conseguiram resultados práticos<br />

bem visíveis.<br />

Como jornalista da RTP fiz a cobertura do<br />

I Congresso de Quadros Angolanos no<br />

Exterior. Foi uma iniciava que o Vítor Ramalho<br />

imaginou quando o conflito em Angola,<br />

parecia irremediavelmente cristalizado numa guerra sem quartel em que as superpotências iam medindo forças<br />

à custa do povo angolano. Vítor Ramalho, usando sem receios os poderosos meios diplomáticos que lhe conferia<br />

ser um dos mais próximos conselheiros do Presidente Mário Soares, organizou sob o engenhoso titulo de um<br />

“Encontro” no “Exterior” o mais amplo e consequente debate sobre o que estava a acontecer no “Interior” de Angola.<br />

O Congresso dos Quadros Angolanos em Abril de 1990 foi, provavelmente, o mais decisivo acontecimento na preparação<br />

do terreno para a paz entre o MPLA e a UNITA.<br />

Nessa altura o cenário nos campos de batalha era caótico e inconclusivo. Progressos e regressos dos combatentes<br />

no terreno mediam-se pelo poder do armamento que Moscovo e Washington canalizavam para a UNITA e MPLA via<br />

Cuba e África do Sul. As forças governamentais ostentavam poderosas máquinas de guerra soviéticas mobilizando<br />

em batalhas cada vez mais de guerra clássica tanques T 62 de modelo idêntico aos que guarneciam na altura as<br />

fronteiras do Pacto de Varsóvia. Angola era um campo de testes de armamento letal com soviéticos e americanos<br />

num constante braço de ferro. Washington ia equipando Savimbi com armamento cada vez mais sofisticado. Os misseis<br />

anti-aéreos Stinger passaram a ser usados com regularidades abatendo cargueiros Antonov e o ocasional MIG<br />

23 enquanto a Norte do Cuíto Cadaval artilheiros sulafricanos iam explorando os alcances das suas mais recentes<br />

peças de artilharia pesada de campanha as G5 que chegaram a enviar obuses a cinquenta quilómetros de distancia<br />

para dentro das fronteiras angolanas. A Angola ocupada por Russos, cubanos e sul-africanos era um mundo distópico<br />

e perigoso onde se matava e morria com facilidade e sem saber ao certo porquê.<br />

Poucos tiveram a imaginação e o empenho para vislumbrar uma possibilidade de poder haver um dialogo de paz naquele<br />

inferno. MPLA e UNITA não se falavam nessa altura. Desde as matanças mútuas em Luanda no pós independência<br />

na década de 70 que o Norte e o sul de Angola se tinham dividido. Angolanos dos dois lados reivindicavam<br />

legitimidades que a história viria a provar que só poderiam ser afirmadas em conjunto. Vítor Ramalho entendeu isso<br />

e com o esprito de iniciativa que lhe é característico actuou empenhando-se a fundo na busca de pontes de entendimento<br />

entre as duas partes. É da mais elementar justiça reconhecer que muito do que correu bem no processo<br />

de pacificação de Angola se deve à diplomacia de envolvimento empenhado desenvolvida por Vítor Ramalho. Seria<br />

lúcido procurar o seu conselho e aplicar num terreno diplomático que ainda é movediço os seus conhecimentos, que<br />

têm pouco paralelo em Portugal e na Europa.<br />

Já como Presidente da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Vítor Ramalho organizou em Lisboa um<br />

monumental encontro de dirigentes africanos dos países africanos de língua portuguesa que tinham como elemento<br />

comum a passagem pela Casa dos Estudantes do Império onde, na verdade, nos anos 50 e 60 nas universidades<br />

de uma capital imperial a viver na ditadura nasceram as energias intelectuais que levariam à descolonização.<br />

Depois há o Vítor Ramalho amigo e camarada. Nada exemplifica melhor a sua coragem como a maneira enérgica<br />

com que se interpôs entre manifestantes da CGTP e Vital Moreira. 2009 foi um ano quente para o Partido Comunista<br />

Português com as deserções de militantes distintos, entre os quais, o mais destacado era seguramente o constitutionalista<br />

de Coimbra. Não fora a ação de Vítor Ramalho que fisicamente desencorajou os mais aguerridos sindicalistas<br />

comunistas, o incidente não se teria ficado pela boçalidade dos insultos de um bando ululante dirigidos a Vital<br />

Moreira. Mas ficou. Vendo as imagens do incidente do Primeiro de Maio de 2009 entende-se porquê. O meu amigo,<br />

Vítor Ramalho é um Homem mesmo muito grande.<br />

Mário Crespo<br />

- 105 -


Ao meu muito estimado amigo Vítor Ramalho,<br />

companheiro de muitas e nobres lutas<br />

, os meus calorosos parabéns por este<br />

marcante aniversário.<br />

O percurso destas décadas de vida, devem<br />

ser motivo de um enorme orgulho porque se caracteriza por um permanente<br />

envolvimento na luta por causas sociais e humanistas, na luta pela Democracia e a<br />

Liberdade e na luta por avanços civilizacionais.<br />

O Brecht escreveu um dia que:<br />

Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;<br />

Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;<br />

Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;<br />

Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.<br />

O Vítor Ramalho tem lutado toda a vida, muitas vezes em condições bem adversas.<br />

É um dos imprescindíveis!!!<br />

Para ele, um grande e fraterno abraço de amizade.<br />

Mário Jorge Neves<br />

- 106 -


Dear Vítor,<br />

My best wishes for a very happy birthday<br />

and many more.<br />

It’s always a pleasure to discuss politics<br />

with you as a committed and open-minded<br />

Socialist. In fact, you are one of the<br />

most knowledgeable persons I know on<br />

Portuguese, African and world events.<br />

Then there’s your humanity, how as a<br />

close companion of the late President<br />

Mario Soares, you kept him abreast of<br />

the daily developments and managed to<br />

make him laugh in his time of need.<br />

Warmest regards,<br />

Marvine Howe<br />

- 107 -


Conheci o Vítor há já mais de 50 anos. Eu<br />

frequentava engenharia na Universidade de<br />

Luanda e ele estava quase de “abalada” para<br />

Portugal. Iria estudar Direito em Lisboa. Foi<br />

num “Campo de Férias” de estudantes católicos<br />

que reuniu jovens de Portugal e de Angola.<br />

O Vítor deixou marca como pessoa muito interessada,<br />

com uma boa base cultural e, sobretudo,<br />

extremamente simpático e de espírito<br />

aberto.<br />

Seguimos as nossas vidas, cada um para seu<br />

lado, e voltamos a ver-nos mais tarde. Até que,<br />

por força das circunstâncias, ambos parlamentares,<br />

obviamente de bancadas diferentes,<br />

fomos mantendo conversas muito mais<br />

frequentes, sobre quase tudo mas com natural<br />

preponderância sobre Africa.<br />

Sempre achámos que as necessidades dos<br />

Partidos em alimentarem certa militância os<br />

levavam a procurar mais as diferenças e a fixarem-se<br />

nelas, em vez de procurarem aproximar-se,<br />

(o que facilitaria a adopção das politicas…).<br />

Balizavam-se nas diferenças. Não é<br />

de unanimismos que falávamos, mas sim de<br />

diálogo com consequências…<br />

Africa e a Lusofonia eram naturalmente áreas em que surgiam no mesmo espírito a necessidade<br />

da prática dum bom relacionamento, que respeitasse as memórias comuns, mas que fosse<br />

ousado e ambicioso, quanto ao futuro.<br />

Foi essa a idéia de lutar por um consenso político na relação com África que me levou a aceitar<br />

o convite do actual Primeiro-ministro, para ser Secretário-geral da UCCLA.<br />

A UCCLA perdera o fulgor que tivera no passado com o Eng. Abecassis. Entretanto, surgiram,<br />

felizmente, numerosas organizações lusófilas e a CPLP já se havia criado…<br />

A Vítor Ramalho deve-se uma constante defesa em artigos, entrevistas etc., de pontos de vista<br />

positivos, não recriminatórios nem discriminatórios em prol de posições lusófonas.<br />

E deve-se também um trabalho marcante na organização dum congresso da diáspora angolana,<br />

que reuniu muitos angolanos do exterior e que a cada dia que passa, mais me convenço<br />

de que foi antes do tempo…. Nota-se cada vez mais a falta que essa gente fez a Angola…<br />

Porque em recente livro, o Vítor, revelou esse facto, foi para mim normal ter sido grande defensor<br />

da nomeação do Vítor como meu sucessor para Secretário-geral da UCCLA.<br />

Acho que se fiz um trabalho na “frente” interna, ao Vítor cabe o grande mérito de ter voltado a<br />

projectar a UCCLA na opinião pública. Veja-se a grande realização que constituiu, a evocação<br />

do papel que a Casa dos Estudantes do Império teve no processo para a emancipação dos<br />

povos e no conhecimento mútuo e amigo entre os dirigentes desses países.<br />

Em suma: Um grande e leal camarada, a quem envio um “candando” desejando longa vida<br />

de muito sucesso.<br />

Miguel Anacoreta Correia<br />

- 108 -


Caro Amigo Dr. Vítor Ramalho,Tudo o que fazemos guardamos no coração.<br />

É eterno. Estou agradecido por pertencer ao grupo dos seus amigos. Dizer-<br />

-lhe obrigado não é suficiente. Não sei neste momento como retribuir tanta<br />

amizade.<br />

Recordo com saudades as conversas tidas entre nós e o nosso saudoso<br />

Amigo Dr. Mário Soares.<br />

Um abraço do Amigo,<br />

Branquinho<br />

Um abraço com os votos de felicidades pelo aniversário!<br />

Gonçalves<br />

Ao Vítor Ramalho, amigo de longa data, nos bons e maus momentos, sempre<br />

pronto a ajudar o próximo, grande defensor de consensos e liberdades,<br />

nos dois países que estão no seu coração: Angola e Portugal.<br />

Os votos de parabéns e um grande abraço do<br />

Américo<br />

Conheci o Dr. Vítor Ramalho em casa do Dr. Mário Soares. Gostei logo muito<br />

dele, pela sua simpatia e generosidade. Não me esqueço da sua ajuda, que<br />

precisei, como imigrante.<br />

É um Homem bom! Tenho muitas saudades!<br />

Vou, em breve, procurá-lo para que me assine o seu livro CRÓNICA DE UMA<br />

AMIZADE FIXE.<br />

Desejo-lhe muitas felicidades pelo seu aniversário e envio-lhe um beijinho<br />

Tatiana<br />

Anos de trabalho, anos de amizade e muita saudade.<br />

Com um beijinho da sempre amiga,<br />

Maria José<br />

- 109 -


Porque será Vítor Ramalho que foi o primeiro poema<br />

que me veio à cabeça, este PORQUE da Sophia?<br />

Um abraço muito solidário,<br />

Natividade Coelho<br />

PORQUE<br />

Porque os outros se mascaram, mas tu não<br />

Porque os outros usam a virtude<br />

Para comprar o que não tem perdão<br />

Porque os outros têm medo, mas tu não<br />

Porque os outros são os túmulos caiados<br />

Onde germina calada a podridão.<br />

Porque os outros se calam, mas tu não.<br />

Porque os outros se compram e se vendem<br />

E os seus gestos dão sempre dividendo.<br />

Porque os outros são hábeis, mas tu não.<br />

Porque os outros vão à sombra dos abrigos<br />

E tu vais de mãos dadas com os perigos.<br />

Porque os outros calculam, mas tu não.<br />

Sophia de Mello Breyner Andresen<br />

- 110 -


O Vinicius dizia que era o branco mais negro do Brasil. Por cá, não há português<br />

com o coração mais angolano que o Vítor Ramalho. E também não há angolano<br />

com o coração mais português que o Vítor Ramalho. Ele ama profundamente os<br />

dois povos e os dois países. Explica as diferenças, apazigua os ânimos, procura<br />

entendimentos, derruba obstáculos, estende lianas. Gosta de longos almoços<br />

com os amigos à volta de uma muamba com funji, mas não recusa a boa gastronomia<br />

portuguesa. Organiza debates, conferências, exposições para explicar<br />

Angola ao mundo. Traz amigos até cá e leva outros até lá pois a conversar é que<br />

a gente se entende. É por isso que ele há-de ser sempre a maior ponte de afectos<br />

alguma vez construída entre Portugal e Angola. É bué de vijú esse kota! Brincas,<br />

não? Um enorme kandando e longa vida ao cidadão mais ilustre da Caála!<br />

Nicolau Santos<br />

- 111 -


Caro Vítor:<br />

Quando a Sara me pediu para escrever algumas linhas, acerca da nossa longa<br />

amizade, fiquei feliz por poder expressar o que penso sobre ti.<br />

És uma pessoa das mais altruísta e honestas que conheço. Nunca ouvi, de<br />

nenhum dos amigos comuns, um único comentário menos abonatório, pelo<br />

contrário, quando se falava de ti, era comum seres elogiado e embora mais<br />

novo que nós, todos te respeitavam.<br />

Como me foi pedido que relembrar-se uma ou outra história vivida, há algumas<br />

que não se esquecem.<br />

Recordo que quando nos juntavamos a tomar café no Império e tu chegares<br />

com os livros debaixo do braço, eu notei uma vez, que a parte do livro que já<br />

havias lido, tinha o dobro da espessura que as paginas ainda virgens. Motivo,<br />

os sublinhados em quase TODAS, as linhas, método que usavas para melhor<br />

fixar. Quando eu lia 2 ou 3 palavras do inicio de uma página, tu conseguias reproduzir<br />

fielmente todas as outras, até ao fim da mesma. Memória de elefante!<br />

Uma outra inesquecível historia.<br />

Viagem à Serra Nevada; há mais de 20 anos: Como era de esperar, um angolano<br />

não é propriamente um esquiador. Neste caso era mesmo a primeira vez que<br />

o Vítor ia esquiar. Não tendo feito nenhuma lição, colocou os esquis ao ombro e<br />

começou a subir a pé a montanha de neve. Quando pensou estar já a uma altura<br />

suficiente, voltou-se para traz para colocar os esquis, mas alguém com poder<br />

! , mandou-o subir mais. Depois de 2 ou 3 tentativas para começar a descida foi<br />

aceite, que o podia fazer. Como principiante, não colocou os esquis em posição<br />

de ir travando a velocidade, regra básica, mas sim na direcção da maior inclinação<br />

da pista. De longe ainda fiz sinal para não tentar iniciar a descida daquela<br />

forma, mas não compreendeu. Claro que passados 10 metros de descida, deu<br />

uma queda espectacular, levantando nuvens de neve de um e outro lado.<br />

Quando chegou ao hotel, ainda tinha neve dentro da roupa.<br />

Foi a primeira lição de esqui.<br />

Termino felicitando-te pelos 70 anos e fazendo votos que por cá continues muito<br />

mais tempo, pois pessoas como Tu fazem falta a Todos.<br />

- 112 -<br />

Abraços<br />

Norberto Marques


Corria o ano de 1998, quando pela primeira vez<br />

tive contacto com o Dr. Vítor Ramalho. Desempenhava<br />

ele o cargo de Secretário de Estado da Indústria<br />

e por essa ocasião visitou as instalações<br />

da EXPORPLAS S.A., para proceder à inauguração<br />

de um novo investimento produtivo que a<br />

empresa acabava de realizar. Fiquei agradavelmente surpreendido<br />

nessa ocasião pois notei no Dr. Vítor Ramalho uma pessoa de carácter,<br />

conhecedora dos problemas, vicissitudes e desafios que se<br />

deparavam ao tecido empresarial Português. Comprendi que estava<br />

na presença da pessoa certa para ocupar tão destacado cargo<br />

no sistema governativo. Notei que estava preocupado em escutar e<br />

entender as preocupações dos empresários e empenhar-se na tentativa<br />

de encontrar soluções e implementar politicas que possibilitassem<br />

que as empresas se fortalecessem e podessem salientar-se<br />

num espaço Europeu cada vez mais competitivo.<br />

Fui mantendo contacto com o Dr. Vítor Ramalho não só enquanto<br />

mantinha funções Governativas, e talvez até mais frequentemente<br />

depois de este ter abandonado essas funções. Nutro por ele uma<br />

grande amizade, respeito e gratidão, por sempre se mostrar interessado<br />

em saber da evolução da empresa que conheceu e que<br />

felizmente hoje, vinte anos passados, está completamente mudada<br />

e multiplicou várias vezes a sua dimensão e volume de negócios.<br />

Considero que estou na presença de um amigo, a quem quero manifestar<br />

o meu agradecimento e felicitar pela passagem de mais um<br />

aniversário, aproveitando para desejar os maiores sucessos quer<br />

ao nível pessoal quer ao nível profissional.<br />

Um bem haja Dr. Vítor Ramalho<br />

Orlando Sá<br />

- 113 -


Caro Amigo e Camarada<br />

Doutor Vítor Manuel Sampaio<br />

Caetano Ramalho, embora<br />

seja na política que nos conhecemos,<br />

a consideração e<br />

estima que sinto, a amizade<br />

mutua que partilhamos é, de<br />

facto, o essencial na relação<br />

entre as pessoas que na vida<br />

se cruzam na busca de um<br />

mundo melhor e mais justo.<br />

A minha participação na<br />

política mais activa é de<br />

apenas cerca de 30 anos<br />

– entrei para a Assembleia<br />

Municipal em 1989.<br />

A figura de Vítor Ramalho,<br />

face à sua envolvência na<br />

política e o ter participado em Governos, era já muito conhecida a nível Nacional.<br />

Mas, naturalmente, conhecemo-nos pessoalmente e mais de perto com a sua forte presença e<br />

grande contributo que deu ao nosso Distrito como Presidente da Federação de Setúbal.<br />

É muito difícil para mim, apesar da vivência social, profissional e política, falar de uma pessoa<br />

como o Vítor - como carinhosamente o trato - de reconhecida inteligência, enormes capacidades<br />

e dimensão cultural de um nível superior.<br />

O Vítor, ao longo de todos estes anos, as suas intervenções, tinham sempre presente os alertas<br />

e ensinamentos que, inevitavelmente, nos obrigavam a refletir.<br />

As suas intervenções têm sempre bem presente a situação politica, económica / financeira, envolvente<br />

social do nosso País, da União Europeia, dos nossos principais parceiros e o contexto<br />

Internacional, carregadas de muito conteúdo, com muita lucidez dos efeitos de contágio no presente,<br />

mas, acima de tudo, com a visão e a prevenção do futuro.<br />

Muito antes da mais recente crise, por que passámos e ainda não ultrapassámos completamente<br />

– se é que vamos ultrapassar e quando –, já o Vítor, nas suas intervenções (autênticas aulas com<br />

muita matéria, muito trabalho de casa, muito úteis e oportunas), de forma serena e preocupada,<br />

alertava para a grave crise de que todos fomos alvos.<br />

Sendo uma pessoa de conhecimentos muito abrangentes e de carga cultural, aliados à sua enorme<br />

capacidade de orador e brilhantes discursos, com característica bem presentes de um Líder<br />

e mesmo de um Estadista, tornam as suas intervenções uma delicia e com vontade de mais.<br />

Mas se os valores e estas qualidades o tornam uma pessoa de referência, a enorme vontade, a<br />

preparação e disponibilidade para uma maior abrangência de gerações, raças e crenças, revelam<br />

a carga humanista que transporta e coloca em prática.<br />

Na apresentação do livro “cronica de uma amizade fixe”, a transversalidade dos presentes na<br />

plateia e dos oradores, que tornavam um ambiente muito agradável, de pertença, de partilha e<br />

de amizade, eram o retrato disso.<br />

É uma honra e um privilegio que a vida nos dá, cruzarmo-nos com pessoas como o Vítor.<br />

É, naturalmente, para mim uma enorme alegria e honra ter o Vítor como Camarada e Amigo, que<br />

apoiei e apoio sempre que necessário, que gosto de escutar e tenho aprendido muito.<br />

E por que há alguém que esteve sempre no pensamento em cada palavra que escrevia e em<br />

memória do inesquecível Líder e Estadista Mário Soares:<br />

- “Até logo Vítor. Olhe para essa barriguinha”.<br />

O Vítor Sorriu-lhe mais uma vez<br />

- Até logo doutor Mário Alberto.<br />

(crónica de uma amizade fixe)<br />

Óscar Domingues Ramos<br />

- 114 -


Um dia em conversa disse ao Vítor Ramalho que se calhar<br />

sou um tanto ingénuo, mas ainda continuo um romântico<br />

na política, ao que ele me respondeu “continua assim,<br />

cada vez são menos os românticos e tão necessários”.<br />

Quando isso me é dito pelo maior exemplo de salvaguarda<br />

da Liberdade e da Democracia, que mais poderei eu<br />

acrescentar? Apenas um Obrigado Vítor Ramalho por seres<br />

quem és e como és.<br />

Paulo Viegas<br />

- 115 -


Há muitos anos que a minha vida política se cruza com<br />

a do Vítor Ramalho, em face das suas inúmeras responsabilidades<br />

nacionais. Mas recordo sobretudo com muita satisfação o momento em que, com<br />

um conjunto de camaradas do distrito de Setúbal, lhe lançamos o desafio de se tornar o Presidente<br />

da Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista.<br />

O PS era Governo, e as oportunidades para o distrito de Setúbal eram enormes. Exigia-se uma<br />

voz combativa pelos interesses do distrito, mas também quem pudesse organizar o Partido e<br />

ajudar a dar voz aos militantes junto do Governo.<br />

A dedicação do Vítor Ramalho ao distrito foi impressionante, de inesgotável que sempre foi<br />

na luta pelas ambições de cada um dos nossos concelhos. A visão que apresentava para um<br />

distrito que liderasse o processo de desenvolvimento do país foi contagiante, de modo que<br />

naqueles anos inúmeros projetos de investimento público foram apontados para o distrito,<br />

também em resultado da luta da nossa Federação e do seu Presidente.<br />

Naqueles anos, foi também possível estabilizar as estruturas dirigentes do partido, e aproximar<br />

mais os militantes, acabando com a “balcanização” contínua das estruturas partidárias,<br />

que por vezes tinha impedido a concretização das legítimas aspirações que o PS em Setúbal<br />

ia sendo capaz de gizar, em nome dos cidadãos do Distrito.<br />

Fui encontrando sempre o Vítor Ramalho nas suas diversas facetas, na defesa de uma prioridade<br />

clara à Lusofonia, projeto de uma vida, ou na defesa apaixonada de um projeto de<br />

esquerda do PS para Portugal. Em cada um destes momentos, como também na organização<br />

ao lado de Mário Soares das grandes lutas contra as políticas da Troika, a paixão mas também<br />

a visão política foram sempre marcas claras da sua atuação.<br />

Ao Vítor Ramalho, como aqueles que fazem política com razão e coração, não conseguimos<br />

ficar indiferentes. No Distrito de Setúbal, devemos sempre recordar que foi naquele tempo em<br />

que fomos Governo e em que o Vítor Ramalho foi Presidente da nossa Federação, que se estabeleceram<br />

os projetos de desenvolvimento que ainda hoje marcam e marcarão as políticas<br />

públicas que vão transformando o rosto do Distrito.<br />

- 116 -<br />

Pedro Marques


Homem de convicções, experiências<br />

e conhecimentos<br />

muito bem definidos!<br />

Vítor Ramalho representa a<br />

amizade, a solidariedade, a<br />

compreensão e a própria humanização da sociedade. Homem de<br />

visão abrangente e alargada, de carácter e correção, quer nas<br />

decisões, quer na lidação com os demais. Pessoa que aprendi<br />

a admirar pela sua própria natureza, o Vítor é alguém por quem<br />

tenho um forte sentimento de amizade! Ao meu Amigo Vítor Ramalho,<br />

o sincero desejo de um Feliz Aniversário! Que esta bonita<br />

idade venha acompanhada de muita saúde e felicidades junto de<br />

todos os que por si têm estima!<br />

Um forte abraço ao grande Amigo Vítor Ramalho!<br />

Com muita amizade,<br />

Pedro Mesquita<br />

- 117 -


Ao Amigo Vítor Ramalho,<br />

Hoje, aos setenta anos vive-se um tempo de maturidade bastante promissor. De um lado, tem-se<br />

acumulado uma rica e vasta experiência de vida, de vivências várias e de passagem por situações<br />

fecundantes de diversa natureza, incluindo os desaires e as vitórias, e, de outro lado, tem-se ainda pela<br />

frente tempo e energia bastantes para acalentar a concretização de novos projectos ou de completar<br />

realizações idealizadas, ainda, por materializar. No meu entendimento, o nosso aniversariante encontra-se<br />

na posição generosa e desafiante de quem já fez muito e, contudo, deseja fazer muito mais ao<br />

serviço das causas justas que abraçou.<br />

Entrevejo na pessoa do nosso amigo alguém que está na fronteira entre as realizações corajosas e míticas<br />

do passado, que ainda é recente, e o desejo de construir novas pontes ao serviço de um futuro de<br />

progresso, de colaboração, de solidariedade e de amizade entre gentes e povos. Da confluência dessas<br />

duas vontades, enxergo a sua preocupação em dar a conhecer a história da incubação patriótica<br />

gerada pelo convívio e pela utopia dos jovens associados da antiga Casa dos Estudantes do Império e,<br />

agora, a sua intenção generosa e aglutinadora na União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa.<br />

Com efeito, foi notável o empenho de Vítor Ramalho em trazer ao conhecimento público e dos mais<br />

jovens, em particular, a trajectória invulgar dos jovens associados da Casa dos Estudantes do Império.<br />

Para além das mensagens de que foram portadores, mostraram-se fisicamente enquanto gente simples<br />

e generosa, animada de ideais muito firmes de libertação dos respectivos povos. Trata-se de um<br />

notável trabalho de memória que merece ser relevado.<br />

Agora, enquanto Secretário-Geral da UCCLA, incumbiu-se de novas tarefas e desafios, igualmente,<br />

nobres e ambiciosos ao serviço dos ideais da amizade, da solidariedade e da cooperação amistosa e<br />

profícua entre as cidades-membros e as suas gentes.<br />

Meu caro Vítor Ramalho,<br />

A nova lavra que escolheu é virtuosa e promissora. Pois, nada é mais belo que o combate sincero pela<br />

causa nobre da amizade e da cooperação solidária entre as pessoas e os Povos!<br />

Quando vai celebrar os seus setenta anos de uma vida, fecunda em trabalho e em aspirações, desejo-lhe<br />

muita saúde e muita energia para a materialização dos projectos e ambições que espera concretizar,<br />

além disso, na companhia de amigos e cúmplices bastantes nesta bela aventura que é a vida.<br />

Que passe o Dia no conforto da Feliz companhia da sua Família!<br />

- 118 -<br />

Cordialmente,<br />

Pedro Pires


Vítor Ramalho,<br />

Fue Mario Soares quien nos presentó un medio día en la Fundación en la que el Presidente oficiaba<br />

jornada tras jornada porque, decía, ese era su lugar. De pronto apareció un hombre alto,<br />

bien vestido, sonriente y cortés del que retuve el nombre por el afecto que Mario Soares le manifestó,<br />

de modo que cuando fechas más tarde me llamó por teléfono pude ubicarle y seguir la<br />

conversación como si siguiéramos en la Rua Sam Bento comentando proyectos que nunca eran<br />

pequeños. Por aquellos días las políticas de austeridad se instalaban en Portugal y Mario Soares<br />

se erigía en azote de decisiones economicistas que desde una posición ética no podía aceptar,<br />

de modo que se puso a convocar a ciudadanos e instituciones para un acto de expresión cívica<br />

en el Aula Magna de la Universidad de Lisboa. Durante los preparativos para esa sesión Vítor<br />

Ramalho fue un imprescindible que coordinó con primor lo que tal vez ni los partidos de izquierdas<br />

supieran ver, la fuerza de una manifestación ciudadana que señala caminos para transitar en<br />

compañía. Así se dijo aquella noche histórica, así nos manifestamos en las calles de todo Portugal<br />

en la mayores manigestaciones desde el 25 de abril. Luego, él cerca, otros en la distancia,<br />

acompañamos las vicisitudes de la salud de Mario Soares, su empeño en el 40 aniversario de<br />

la Revolución de Abril, las causas de una Europa que necesitaba una insurrección ética. Vítor<br />

Ramalho era para mí la persona que estaba con Mario Soares en los que fueron los últimos años<br />

de vida pública del Presidente más activo y rotundo.<br />

Hasta que escribió su “Crónica de uma amizade fixe”: en la lectura del libro descubrí otras dimensiones<br />

que el bosque florido que era Mario Soares no me dejaron percibir. Le vi político y activista,<br />

miembros de gobiernos que exigían responsabilidad y entrega, empeñado en acuerdos sociales<br />

difíciles que, sin embargo, harían más fáciles las vidas de miles de trabajadores. Sin duda ocupaba<br />

un lugar en el Portugal moderno desde la certeza de conocer el propio lugar. Y qué lugar<br />

es ese? En la presentación de la crónica de su amistad con Mario Soares lo entendí: había nacido<br />

en Angola, sumaba, en cada una de sus expresiones, dos continentes, lo que significa un valor<br />

inconmensurable. Por eso me emocionaron tanto unas palabras que pronunció en la presentación<br />

de su libro: “En el país de mi tierra…” Su tierra, así lo entendí, es el mundo, Angola y Portugal<br />

pertenecen al mismo universo. Entonces sumé otra condición a su estatura, elegancia y cortesía,<br />

la universalidad imprescindible para entenderse con sus semejantes. Y me felicité por el camino<br />

que juntos hemos recorrido y por tener su número de teléfono en mi agenda de imprescindibles.<br />

Pilar Del Rio<br />

- 119 -


Por ocasião do Aniversário do Dr. Vítor Ramalho, associo-me<br />

à merecida homenagem, desejando-lhe, as<br />

maiores felicidades pessoais, familiares e no domínio<br />

dos seus interesses profissionais, com muita estima e<br />

amizade, recordando com satisfação os momentos e<br />

as reflexões em que, sobre a defesa da cidadania e as<br />

preocupações acerca do País, tivemos oportunidade de<br />

conversar e, na maioria das vezes, concordar.<br />

Tivemos um primeiro contacto para esclarecer uma<br />

percepção pública, de uma relação familiar que não<br />

existia, mas que foi o princípio do estabelecimento<br />

de uma grande cumplicidade, respeito e confiança<br />

mutua; foi essa confiança que nos levou a assumir as<br />

mesmas atitudes, em momentos de grande significado.<br />

Desejo ao Amigo Vítor Ramalho um excelente Dia de<br />

Aniversário, junto dos que lhe são mais queridos.<br />

Com um Abraço Amigo,<br />

Pinto Ramalho<br />

- 120 -


Conheci o Vítor quando a AD chegou ao poder, tempos<br />

vibrantes e pouco favoráveis ao recolhimento. Ambos partilhavamos<br />

o building press da Praça da Alegria, por cima<br />

do Maxime, prédio bem frequentado com quase todas as<br />

grandes agências de notícias internacionais, da Reuters à<br />

desaparecida UPI, passando pela AP e a minha IPS.<br />

No elevador da Praça da Alegria trocamos os primeiros sinais<br />

de cumplicidade e a sintonia entre nós alumbrou uma<br />

sólida e granítica amizade, muito forjada sobre um centro<br />

de gravidade que já perdemos. Refiro-me à figura de Mário<br />

Soares, universo ao que Vítor terá dado um contributo que<br />

ninguém apagará e no qual acabei por merecer um diminuto<br />

e privilegiado lugar.<br />

Este território comum, espaço da nossa convergência, valeu<br />

para saber o que vale a lealdade, a honestidade e a lisura.<br />

Ah! Grande Vítor!<br />

Orgulho-me da amizade dum homem de carácter.<br />

Ramon Font<br />

- 121 -


Amigo de longa data, sempre vi o<br />

Vítor RAMALHO como um homem<br />

fraterno e frontal, de boa vontade,<br />

defensor de boas causas e sempre<br />

pronto para ajudar aqueles que, por<br />

dificuldades nos encontros e desencontros<br />

da vida, a ele recorreram.<br />

A sua grande disponibilidade com os amigos<br />

leva-me a integrá-lo no GRUPO DOS AMIGOS<br />

FIXES, dos raros com quem podemos contar.<br />

Raul Capela<br />

- 122 -


Falar de um cidadão com a vida e a riqueza humana de Vítor Ramalho é ao mesmo tempo<br />

difícil e desafiador, mas significa uma honra que espero estar à altura, de forma simples, agradecer<br />

a amizade e os conhecimentos transmitidos.<br />

Conheci o Vítor Ramalho na 1º Universidade de Verão, que enquanto presidente da Federação<br />

Distrital de Setúbal organizou e que continuou, por mais duas edições, a desenvolver durante<br />

o seu mandato.<br />

Estas Universidades, com oradores de diferentes quadrantes ideológicos constituíram-se<br />

como Fóruns de partilha, de conhecimento e de valorização da acção politica e da democracia,<br />

aberto aos militantes e simpatizantes do Partido Socialista do distrito.<br />

Vítor Ramalho é um cidadão que torna intervenção cívica num ato de pura liberdade, consistente<br />

e nobre.<br />

Lutador antifascista e cidadão da liberdade, não esgota a sua acção cívica na política, é um<br />

homem de grande qualidade humana, é um escritor de palavras sentidas e um pintor de cores<br />

fortes que transmitem as suas origens africanas que nunca esquece.<br />

Socialista e democrata tem ocupado diferentes cargos públicos com a constante preocupação<br />

de valorizar a ligação às pessoas que trabalham, construindo espaços de diálogo e de justiça<br />

social.<br />

Amigo do seu amigo, preocupado com o outro e o colectivo, vê nas amizades uma forma de<br />

enriquecimento humano, privilegiando, nestas, a dimensão ética e humanista.<br />

As suas intervenções, enriquecidas pelas suas vivências e sólida formação intelectual, têm<br />

sempre a preocupação de nos obrigar a pensar, a reflectir e constituem momentos de coerência<br />

e verticalidade ideológica.<br />

O seu exemplo na forma como acompanhou o seu grande amigo Mário Soares nos momentos<br />

difíceis dos seus últimos anos de vida, dá-nos bem a dimensão solidária e fraterna como vive<br />

a vida e se preocupa com o outro.<br />

Obrigado Vítor Ramalho por me permitir ser seu amigo e me ter dado a oportunidade de continuar<br />

a crescer consigo e com os seus ensinamentos.<br />

Que esteja entre nós por muitos e bons anos, precisamos de si e a democracia, a liberdade e<br />

o nosso PS agradecem que continue a ser o ser humano que é.<br />

Forte abraço de parabéns<br />

Raul Cristovão<br />

- 123 -


A sensibilidade<br />

incontida de um<br />

Homem bom<br />

Conheci Vítor Ramalho numa época de grande turbulência pública. Daquelas em que só<br />

os grandes homens as conseguem dobrar. Vivíamos a excepcional crise de 93 do século<br />

passado e o Vítor detinha a tutela do Trabalho, como secretário de Estado de Mário Soares.<br />

Foram momentos de coragem, mas também de sofrimento, obrigando o governo a reagir<br />

com medidas drásticas perante a contestação caída nas ruas e do ambiente de gincana<br />

partidária que empurrou o país para quase setecentas greves num só ano. Conheci e<br />

reconheci a sua maestria política e a sua hábil gestão do diálogo e da concertação sem<br />

amarras que não fossem as do interesse da comunidade e das convicções.<br />

Tivemos e temos outras proximidades. Uma das mais fortes foi Mário Soares. Ele, que partilhou<br />

quase todas as façanhas do Soarista; Eu, que arranquei para o mundo do trabalho<br />

ao serviço desse Enorme Estadista.<br />

Vítor Ramalho veio, depois, chegar-se ainda mais ao distrito de Setúbal. E, aqui, fez também<br />

história, enquanto presidente da federação socialista. Acompanhei-o de perto e, não<br />

raramente, me pedia esta e aquela opinião. Ouvia-me por saber que partilhamos as mesmas<br />

causas, que não traímos. Mas também porque somos ambos livres-pensadores, que<br />

negam os dogmas, qualquer ‘verdade absoluta’, cegueiras ou seguidismos.<br />

Depois, no que cabe neste pequeno escrito, reafirmar a sua sensibilidade incontida, porque<br />

expressa nas suas pinturas e na sua literatura.<br />

Recebe deste amigo de sempre e para sempre uns abraços fraternos, dos que nos unem<br />

como legado de vida e depois dela.<br />

Raul Tavares<br />

- 124 -


Conheci Vítor Ramalho, já lá vão muitos anos, como militante empenhado nos valores<br />

do socialismo democrático.<br />

Nem sempre estivemos de acordo e algumas vezes até em lados opostos, mas sempre<br />

mantivemos um relacionamento politico e pessoal de respeito mútuo.<br />

Cruzamos-nos em combates, em nome de projetos em que ambos acreditamos, no<br />

parlamento, no PS e em outros espaços de intervenção cívica e politica e sempre vi<br />

em Vítor Ramalho inteligência e lucidez na abordagem dos temas em discussão.<br />

Fomos em simultâneo Presidentes das Federações do PS, ele em Setúbal e eu no<br />

Porto e muitas vezes trocávamos opiniões sobre o aprofundamento da nossa ação<br />

politica.<br />

Acreditávamos e acreditamos na regionalização como a reforma indispensável ao desenvolvimento<br />

e coesão do nosso País, assim, participamos e subscrevemos a declaração<br />

de Évora, que tinha como propósito e fundamento a luta pela regionalização.<br />

Vítor Ramalho nunca desistiu dos valores e princípios em que acredita, resistente e<br />

lutador pela liberdade e por uma República em toda a sua dimensão humana.<br />

Vi sempre em Vítor Ramalhos um resiliente à volta de duas causas que abraçou com<br />

determinação, as relações laborais e causas da sua terra – Angola.<br />

Pela sua personalidade, pelo seu caráter e por se revelar continuamente amigo do<br />

seu amigo e sempre solidário, hoje posso dizer – Vítor Ramalho é meu amigo<br />

Renato Sampaio<br />

- 125 -


Caro Vítor Ramalho,<br />

Meu Querido Amigo<br />

Sei-te como olhas da tua humildade e carinho para<br />

toda a tua amizade pelos teus amigos…<br />

Sei-te meu amigo durante todo o dia, disponível em<br />

todo o teu olhar atento, por amigos que fizes-te em<br />

todos os teus jardins.<br />

Plantas-te amigos ao sol e na presença da lua, que<br />

sempre testemunhou, a verdade da tua amizade<br />

pelo mundo.<br />

Tenho-te como um Homem de pertença, de desafios<br />

sem vitórias definidas… aliás, os desafios são isso<br />

mesmo, e os teus, sempre foram aceites com verdade,<br />

sentimento de justiça e profunda gratidão por<br />

todos aqueles que neles te acompanharam…<br />

A verdade, é que nem sequer imaginas, que o privilégio<br />

é deles!<br />

Homem de honra e palavra, humanista profundo, Homem<br />

que se construiu de várias cores, cada uma de<br />

culturas, filosofias e mundos longínquos e diferentes,<br />

justo na sua forma tolerante de viver o seu mundo.<br />

É um privilégio absoluto e irrepetível, fazer parte do<br />

teu universo de constelações imensas, e estrelas<br />

que brilham também, com a força da tua crença na<br />

verdadeira amizade.<br />

Ensinas sem medo, a tua coragem franca, fraterna e<br />

humilde de abraçar a vida.<br />

Obrigado meu querido Amigo Vítor Ramalho!<br />

Ricardo Ribeiro<br />

- 126 -


Caro Vítor,<br />

Conhecemo-nos há uns anos atrás aquando da tua candidatura à Federação do PS de Setúbal.<br />

Fui dos que, contrariando a posição oficial da minha secção de residência, estive ao<br />

teu lado e lutei pela tua vitória. Desde essa altura fomos solidificando uma relação através<br />

das diversas “lutas” em que fomos participando ao longo destes últimos anos, não só na<br />

vertente política, mas em especial a grande batalha que foi a Fundação Inatel. Procurei durante<br />

este tempo estar ao teu lado, defendendo-te no que pude, apoiando-te na minha área<br />

de especialização, e não deixando o barco adornar mesmo quando as vagas estavam<br />

altas. Fi-lo porque considerei que o merecias. Fi-lo porque apesar de teres “as tuas coisas”<br />

não deixas de ser um Grande Homem (por falar nisso, toma lá cuidado com essa barriga) <br />

As grandes lutas são as que deixam, invariavelmente, feridas. Não sei se já conseguimos<br />

sarar as feridas que fomos recolhendo ao longo deste tempo – porque há aquelas que<br />

nunca saram, apenas estão disfarçadas –, mas a vida é feita de amanheceres de renovada<br />

esperança e é isso que temos que ter presente no dia-a-dia: ter os olhos presos ao futuro<br />

e ir tentando suavizar o lastro do passado.<br />

Caro Vítor, os meus Sinceros Votos de um Feliz Aniversário. Contes muitos, com os olhos<br />

num esperançoso futuro!<br />

Abraço,<br />

Rogério Fernandes<br />

- 127 -


Caro Vítor,<br />

É para mim um enorme prazer e uma enorme<br />

honra poder dirigir-me a ti neste momento.<br />

Enquanto escrevo visualizo o teu sorriso e<br />

ouço o som das tuas contagiantes gargalhadas.<br />

Sempre te admirei pela forma como<br />

sempre te entregas aos outros, por teres<br />

sempre uma palavra amiga e, sobretudo,<br />

por teres o dom de saberes ouvir.<br />

Humanista, defensor de causas, dedicado,<br />

solidário… Amigo, meu amigo, e como eu<br />

gosto de ser tua amiga.<br />

Beijinhos,<br />

Rosa Maria Albernaz<br />

- 128 -


Eu e o Vítor Ramalho<br />

conhecemo-nos há<br />

mais de 20 anos.<br />

Mantivemos sempre, desde<br />

então, um relacionamento<br />

muito amistoso, infelizmente<br />

não tão próximo como eu gostaria. Os meus interesses pessoais, pouco<br />

coincidentes com a maioria dos portugueses, e o facto de vivermos<br />

longe um do outro a tal nos obriga.<br />

Contudo, alguns amigos em comum, e um posicionamento político próximo,<br />

têm sido mais que suficientes para mantermos ao longo destes<br />

anos o estatuto de bons amigos. Apesar de gostar imenso de conviver<br />

o meu agitado estilo de vida não me deixa muito tempo para os amigos.<br />

Mas para mim, um amigo, mais do que alguém com quem eu convivo<br />

muito, é aquele que eu sei que diz presente se eu precisar dele.<br />

E eu sinto isto em relação ao Vítor e penso<br />

que ele sente o mesmo em relação a mim.<br />

Rosa Mota<br />

- 129 -


Vítor Ramalho, parafraseando o saudoso poeta Brasileiro, Vinícios<br />

de Morais, que se intitulava o branco mais preto do Brasil, nós poderíamos<br />

dizer, que Vítor Ramalho é o Português mais Angolano<br />

de Portugal.<br />

Vítor Ramalho, é um amigo, uma pessoa de bem, de princípios, de<br />

honestidade e solidariedade, que conhece os seus amigos e os<br />

apoia, e espera o melhor para todos, e espera sempre um mundo<br />

melhor para todos, que muitas vezes o atraiçoa e o desaponta,<br />

como é natural nos dias de hoje em que o supérfluo e material se<br />

sobrepõem ás qualidades e princípios.<br />

Quando falamos de uma pessoa como Vítor Ramalho, Português<br />

Angolano, temos de refletir sobre o que é Portugal e a sua historia,<br />

com as suas grandezas e misérias, coisa que hoje não interessa<br />

a ninguém, e que hoje em dia ninguém se lembra, que houve<br />

alguém que escreveu uma epopeia chamada Lusiadas, Luís de<br />

Camões , onde lá está tudo o que somos e não somos, a grandeza<br />

e as mediocridades que se projetam nos dias de hoje.<br />

O amigo Vítor Ramalho, felizmente representa o que há de bom<br />

nessa epopeia histórica Portuguesa, pelo que o seu amor a Angola,<br />

como espaço e a projeção da sua personalidade, que é Portuguesa,<br />

ai tem seu refugio.<br />

É com muito agrado e muita amizade que deixo aqui o tributo a um<br />

amigo que muito prezo, Vítor Ramalho<br />

Rosalina Machado<br />

- 130 -


O Doutor Vítor Ramalho tem um currículo<br />

muito diversificado e riquíssimo, e é uma<br />

personalidade de grandes méritos profissionais<br />

e humanos. Tive com ele numerosos<br />

contactos, sobretudo nos domínios<br />

sócio-políticos, o que consolidou uma<br />

forte admiração e uma sólida amizade.<br />

Aqui lhe renovo estes sentimentos, num<br />

apertado abraço.<br />

Rui Alarcão<br />

- 131 -


Dr. Vítor Ramalho, foi um enorme privilégio tê-lo como meu Presidente na Fundação<br />

INATEL, no período de 2008 a 2012.<br />

Não foram momentos fáceis para o Presidente de uma Instituição com praticamente<br />

oito décadas de história, num momento em que o País mergulhou numa crise tão<br />

profunda e quando eram impostas medidas tão duras a todos os setores do estado.<br />

Embora, já reconhecesse algumas das suas qualidades profissionais, politicas, intelectuais<br />

e humanas, houve uma que, embora não me surpreendesse, me marcou.<br />

A SUA CORAGEM e a sua capacidade de assumir riscos.<br />

Num momento em que ninguém pestanejava quando a ordem era cortar salários e<br />

medidas que prejudicavam a vida dos trabalhadores, mesmo que tal tivesse o selo<br />

de inconstitucionalidade, o Dr. Vítor Ramalho, meu Presidente, não teve dúvidas em<br />

não aplicar essa medida aos trabalhadores da Fundação INATEL.<br />

Admito que nunca ninguém lhe tenha transmitido o reconhecimento desse ato de<br />

coragem, mas pode crer que foi, pois muito melhor do que eu, o Senhor sabe muito<br />

bem que correu um enorme risco.<br />

Da minha parte, ainda vai a tempo o meu muito obrigado.<br />

Com um abraço amigo de,<br />

Rui Máximo<br />

- 132 -


MENSAGEM DE FELICITAÇÃO<br />

Meu Caro Vítor Ramalho, desta minha e tua Angola, País de tanta luta e<br />

tanto luto, quero expressar a minha profunda satisfação em colaborar<br />

através de uma singela mensagem e saudar-te num momento particular<br />

de tua vida em que completas 70 anos.<br />

Guardo de ti, uma recordação saudável pela forma amiga como sempre<br />

me trataste, sinal de um sentimento de reciprocidade.<br />

Desejo-te um feliz aniversário.<br />

Do sempre amigo,<br />

Ruy Mingas<br />

- 133 -


Na minha vida, em particular no percurso político que vou trilhando, muitas pessoas se cruzaram<br />

e continuam a passar por mim, dia após dia. Mas somente algumas dessas pessoas<br />

irão permanecer para sempre. Essas pessoas são mais que camaradas, são minhas amigas.<br />

E são minhas amigas porque, num determinado momento desse caminho comum, souberam<br />

protagonizar o verdadeiro significado da palavra camarada.<br />

O Vítor Ramalho é um desses camaradas. Porque ser camarada não é só ter em comum a<br />

militância no mesmo partido, para se ser camarada é preciso saber também o que significa ser<br />

amigo num verdadeiro espírito fraterno.<br />

Vítor Ramalho é, para mim e para muitos, um exemplo da verdadeira ética republicana, um<br />

verdadeiro democrata. Um Homem que faz política com memória, com valores e com paixão.<br />

Que pensa primeiro nos outros e só depois em si mesmo. Um verdadeiro Socialista.<br />

No distrito de Setúbal, onde nos cruzámos pela primeira vez, deu por diversas vezes provas<br />

disso mesmo. Entregou e sacrificou pessoalmente vários anos da sua vida, sem nunca pedir<br />

nada em troca, a não ser, o que merece por direito, respeito e amizade dos camaradas.<br />

Guardarei para sempre comigo um escrito que me dirigiu com palavras de amizade, reconhecimento<br />

do meu mérito e incentivo, num momento difícil para mim. Espero continuar a estar<br />

sempre à altura daquilo que pensa sobre mim e continuar a ser merecedora da sua amizade.<br />

Tudo farei para isso.<br />

Sofia Cabral<br />

- 134 -


Poderei sintetizar a postura e pensamento<br />

do Vítor, numa frase de<br />

“amigo do seu amigo, com um<br />

enorme respeito aos mais velhos”!<br />

Um misto de um intelectual forjado<br />

nas lutas contra o regime fascista,<br />

contra a guerra colonial, transportando<br />

a imensidão de África, do seu<br />

sonho de independência, da cultura<br />

e história de uma população com<br />

uma enorme devoção ao saber adquirido<br />

das gerações mais velhas.<br />

Que prazer foi, para mim, ouvir, debater e aprender com as muitas reflexões e<br />

histórias que o Vítor nos proporcionou num largo período de tempo em que esteve<br />

à frente da Federação Distrital de Setúbal.<br />

Deu-me a honra de ser o candidato à Presidência da Assembleia Municipal de<br />

Setúbal, aquando da minha candidatura à Câmara Municipal em 2009.<br />

Mas o que mais me fascinou, me emociona e aprecio, é a sua amizade fixe a<br />

Mário Soares!<br />

Em vida, seguramente, mas após a sua morte a persistência em perpetuar o<br />

seu nome como enorme estadista, pensador, revolucionário, homem de bem, de<br />

família e, igualmente, muito amigo do seu amigo.<br />

Teresa Almeida<br />

- 135 -


Que dizer sobre o Vítor Ramalho?<br />

Em primeiro lugar, é um Amigo.<br />

Um amigo com quem nem sempre terei estado de acordo ao longo da vida - nomeadamente<br />

quando estava em causa a situação de Angola, mas aí tenho de aceitar que ele tinha um<br />

conhecimento de tudo melhor que o meu.<br />

Isso não impediu que a mútua consideração aumentasse e se consolidasse. Fazendo-nos<br />

aproximar e tornar amigos. Para isso contribuiu bastante, terá sido mesmo o factor principal,<br />

um Amigo comum, Mário Soares, com quem aliás também tive algumas divergências, por<br />

vezes mais fortes que o nosso próprio desejo.<br />

Com o avançar dos tempos, habituei-me a ver no Vítor Ramalho um grande activista cívico,<br />

sempre na luta pelos valores em que acredita. E, normalmente, estamos do mesmo lado da<br />

barreira.<br />

Assim ganhei um Amigo, sentindo-me honrado por saber que o Vítor me corresponde de<br />

igual maneira.<br />

Neste momento, meu caro Vítor, certo de que a nossa amizade se manterá, estou a desejar-te<br />

muitos anos de vida (um de cada vez), com muita saúde.<br />

Com um forte abraço, de estima, consideração e amizade.<br />

Vasco Lourenço<br />

- 136 -


Amigo Vítor Ramalho, tive o grande privilégio de te conhecer quando<br />

desempenhavas as importantes funções de assessor da Casa Civil<br />

do Presidente Mário Soares. Diversas vezes tivemos conversas muito<br />

interessantes, criando em mim uma empatia, admiração e amizade<br />

por ti que perdura até aos dias de hoje.<br />

Por ocasião do teu aniversário, não poderia deixar de te desejar muitos<br />

Parabéns e votos de muitas Felicidades, extensivos à tua família.<br />

Ao grande lutador pela Liberdade e Democracia um fraterno abraço<br />

do amigo,<br />

Vasco Valdez<br />

- 137 -


São muitos anos de amizade, admiração e companheirismo os que me ligam ao Vítor<br />

Nele admiro a capacidade de iniciativa, de trabalho no terreno em tantas funções difíceis,<br />

mas também a preocupação com a integração dessas funções, muitas delas<br />

ligadas ao seu profundo empenhamento no universo das relações de Portugal com os<br />

países de língua oficial portuguesa, numa visão estratégica para o País.<br />

Há um termo que o Vítor muito usa, ainda recentemente em artigo publicado no Expresso,<br />

que é bem demonstrativo dessa atenção à visão estratégica. Esse termo é “desígnio”.<br />

Desígnio nacional integrativo da visão das, ainda não totalmente exploradas,<br />

capacidades de desenvolvimento e aprofundamento da CPLP.<br />

O seu conhecimento, ligação e amor ao País de seu nascimento- a sua Angola- não é<br />

desligado das relações que sempre manteve com várias gerações de dirigentes das<br />

antigas colónias que têm sido e continuarão a ser, um activo da política externa de Portugal<br />

nesse eixo tão decisivo.<br />

Mas para além disto tudo o Vítor é um amigo com que se pode contar; demonstrou-o<br />

em vários momentos e situações ao longo da vida.<br />

E eu espero poder continuar pelo tempo que me resta de vida dessa tão preciosa amizade.<br />

Assim como ele sabe poder contar com a minha.<br />

Muitos anos de vida tão cheia como a que tens tido é o que te desejo querido amigo e<br />

companheiro.<br />

Teu sempre amigo<br />

José Vera Jardim<br />

- 138 -


A publicação do livro “Justiça do Trabalho”,<br />

editada por “Perspectivas & Realidades”,<br />

em Julho de 1980, teve na sua origem o incentivo<br />

e o apoio do Vítor Ramalho, que o<br />

prefaciou, e com quem partilhei os serviços jurídicos do SITESE. Foi o António<br />

Janeiro quem nos apresentou, permitindo-me assim enveredar por uma área<br />

do Direito que sempre foi e continua a ser a da minha especialidade. Embora<br />

formalmente o meu patrono fosse o Dr. Francisco Marcelo Curto, foi com o Vítor<br />

Ramalho que me iniciei na profissão, foi com ele que aprendi a redigir um requerimento<br />

e a minutar uma peça processual, foi com ele que tive o meu baptismo<br />

de fogo num julgamento em que o acompanhei ao Tribunal de Sintra. Coisa<br />

simples, diga-se, limitada ao “ofereço o merecimento dos autos” mas que, não<br />

obstante, ficou registada para sempre. A disponibilidade para ajudar os outros<br />

e a dedicação à causa pública são qualidades que fazem do Vítor Ramalho<br />

credor da minha admiração e respeito. É um privilégio poder ser seu amigo.<br />

Vítor Marques<br />

- 139 -


UM AMIGO EM COMUM<br />

O meu convívio com Vítor Ramalho foi sempre caracterizado, ao longo de décadas,<br />

pela amizade e admiração partilhada por Mário Soares. Foi sempre ele - antes, durante<br />

e após as suas presidências - quem nos juntou em torno de múltiplas iniciativas.<br />

Sempre ligadas a causas públicas, a debates de interesse nacional e global,<br />

à apreciação de obras que visavam alargar o conhecimento e aprofundar a justiça.<br />

Recordo-mo particularmente, do meu convívio com Vítor Ramalho em Arco de Valdevez,<br />

em 2010, no âmbito de uma homenagem nacional a Mário Soares. Nesses<br />

dias, sem a marca do poder e das instituições, numa relação humana despida de<br />

agendas e condicionamentos, apreciei em Vítor Ramalho essa capacidade nobre de<br />

alimentar uma amizade generosa e desinteressada. A nossa amizade foi e é também<br />

uma das heranças de Mário Soares.<br />

Viriato Soromenho-Marques<br />

- 140 -


Meu Caro Vítor Ramalho<br />

É uma alegria pessoal muito grande poder colaborar nos parabéns pelo 70º aniversário.<br />

Conhecemo-nos desde 1978, quando começas-te a colaborar com o Sitese a convite<br />

do então Presidente António Janeiro.<br />

Foi uma amizade pura e sincera que criámos, cultivamos e desenvolvemos até aos<br />

dias de hoje. Nunca houve uma pequena discordância que tenha ocorrido entre nós ao<br />

longo destas quatro décadas de convívio são e cooperação.<br />

O Sitese deve-te muito, nomeadamente no teu empenho aquando da constituição do<br />

Citeforma e pelo desempenho como jurista nos nossos serviços jurídicos laborais. São<br />

muitas as centenas de trabalhadores que te devem a reposição dos direitos legais que<br />

muitas entidades patronais lhes pretendiam negar e foi também no seguimento das<br />

tuas opiniões e conselhos que o Sitese no desenvolvimento da sua actividade saiu Vítorioso<br />

e prestigiado nas pugnas que o envolviam.<br />

Pessoalmente é um orgulho ter, ainda hoje, um amigo a quem quero muito e que estou<br />

certo também me retribui com estima.<br />

Foste um Secretário de Estado do Trabalho que não cultivou quezílias com os agentes<br />

económicos e sociais foste um militante socialista que a discrição fez de ti um exemplo.<br />

Na Fundação Mário Soares a tua colaboração é o cerne do prestigio e dos valores por<br />

esta cultivados bem com nas demais entidades e organizações pelas quais tens sido<br />

responsável e onde ainda hoje te empenhas.<br />

Meu Caro Vítor Ramalho<br />

Muito certamente ficará por dizer a teu respeito mas eu faço votos que nos reencontros<br />

futuros pessoais que ainda nos aguardam no futuro teremos oportunidade de prosseguir<br />

a nossa amizade.<br />

Meu grande amigo Vítor Ramalho, o Vítor Hugo Sequeira envia-te um grande abraço de<br />

parabéns e estará sempre contigo e ao teu dispor.<br />

- 141 -<br />

Vítor Hugo Sequeira


Com que então 70 Mano?!<br />

Dentro de dias faz setenta anos, vejam lá quem.<br />

O Vitinho.<br />

Assim escrito e assim sentido, porque é assim<br />

que mutuamente nos tratamos desde os bancos<br />

da Faculdade, onde, neste caso com o Carlos<br />

Paisana, o Chagas, o depois Cardeal Alexandre<br />

do Nascimento e tantos outros, à entrada da<br />

sala de exames e na partilha solidária de sonhos<br />

de juventude e cumplicidades de libertação,<br />

se gerou e cimentou, para a vida e mesmo para<br />

além dela, uma daquelas amizades, que em<br />

momentos como este não podem deixar<br />

de se festejar.<br />

Temos que celebrar o dom da vida. Temos que<br />

festejar o que nela nos une. Temos que celebrar os<br />

70, tão ricos e preciosos, do Vítor Ramalho. Com<br />

ronco e tudo, à boa maneira luso-angolana.<br />

Sim, luso-angolana, porque Angola, onde ele<br />

nasceu e aprendeu o abecedário da vida, tem<br />

no Vítor Ramalho um dos seus mais dedicado<br />

filhos, um verdadeiro angolano de “alma, coração<br />

e vida”, assim como Portugal tem nele um dos<br />

portugueses da melhor estirpe e dedicação.<br />

Coração generoso em inteligência farta, o Vítor<br />

Ramalho é um daqueles angolanos e portugueses<br />

que dão sentido a que dois povos se chamem povos<br />

irmãos.<br />

Na variedade dos muitos talentos, que dele<br />

fizeram um excelente jurista, um governante<br />

prestigiado, um respeitado dirigente político,<br />

parlamentar e assessor de Presidentes e vulto<br />

maior na dinamização de instituições sociais<br />

e de defesa dos trabalhadores e dos seus<br />

direitos, o Vítor, além da amizade, deu-me o<br />

privilégio de com ele participar em inesquecíveis<br />

missões de cooperação e solidariedade a<br />

Angola e outros países da lusofonia promovidas<br />

por essa excelsa Senhora, que foi a Drª Maria<br />

Barroso, bem como de com ela, por muitos<br />

anos, darmos apoio à fundação e administração<br />

da Pro Dignitate em defesa dos Direitos Humanos<br />

e, em amizade paradigmaticamente fixe, darmos<br />

ao Dr. Mário Soares o melhor da nossa colaboração,<br />

estima e veneração.<br />

Por tudo isto e por tudo o mais que Deus te deu,<br />

louvado seja Ele e festejado sejas tu.<br />

Parabéns, Vitinho. Ad multos annos, porque<br />

Portugal, Angola, a lusofonia e o mundo<br />

precisam de ti.<br />

Com amizade fixe,<br />

Vítor Melícias<br />

- 142 -


Foi em 1984, que fomos apresentados por<br />

um amigo em comum, que ficará sempre nos<br />

nossos corações (António Janeiro).<br />

O Vítor foi nomeado Secretário de Estado do<br />

Trabalho e eu fui secretaria-lo naquele período<br />

governativo muito complicado.<br />

Ali, demonstrou ser um líder, mantendo aquela<br />

equipa muito unida e muito coesa.<br />

Como pessoa, o Vítor é um homem de grandes<br />

princípios morais, generoso e afectivo.<br />

Da minha carreira profissional recordo aquele<br />

período como o melhor de todos e por isso o<br />

meu agradecimento e um bem haja.<br />

Zelmira Costa<br />

- 143 -


- 144 -

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