23.08.2018 Views

Edição 48 RBCIAMB

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Impactos ambientais de cavas de mineração: uma revisão<br />

Outra constatação é que as pesquisas sobre os impactos<br />

ambientais de cavas são relativamente recentes,<br />

tendo em vista que o primeiro artigo foi publicado apenas<br />

em 1989. Apesar da escassez de trabalhos sobre o<br />

assunto reconhecida por diversos autores ( PELLICORI<br />

et al., 2005; SÁNCHEZ-ESPAÑA et al., 2008; VILLAIN<br />

et al., 2013) e comprovada por este levantamento,<br />

estudos ligados ao tema estão aumentando temporalmente,<br />

conforme pode ser visualizado na Figura 1.<br />

Verificou-se que a busca por métodos para melhor<br />

compreender os impactos ambientais de lagos de mineração<br />

é um esforço ainda tímido por parte dos pesquisadores<br />

das Ciências Ambientais em nível mundial,<br />

refletindo em pouco conhecimento acumulado. Dado o<br />

entendimento recente das cavas como problemas ambientais<br />

emergentes, os esforços científicos ainda necessitam<br />

avançar significativamente para a consolidação<br />

de mais informações sobre o tema.<br />

Em relação às categorias de análise, o levantamento<br />

demonstrou que a maioria dos estudos analisados se<br />

limitou, metodologicamente, à avaliação de aspectos<br />

químicos de áreas mineradas (Figura 2).<br />

Naturalmente, a avaliação ambiental contemplando<br />

aspectos químicos é necessária, porém limitada, pois<br />

retrata apenas estados instantâneos de qualidade ambiental,<br />

não sendo capaz de mensurar, por exemplo, os<br />

possíveis efeitos da ação biológica de contaminantes<br />

de interesse sobre organismos específicos. Isso porque<br />

cavas de mineração, especialmente suas águas, tendem<br />

a apresentar variabilidade de diversos aspectos<br />

que interagem entre si mediante processos químicos,<br />

físicos e biológicos associados:<br />

• a mecanismos de condicionamento geológico — interação<br />

rocha–água–ar;<br />

• à sazonalidade;<br />

• ao tempo.<br />

Assim, considerando o grau de complexidade dos impactos<br />

ambientais potenciais dessas unidades de origem<br />

antrópica, muitas vezes a simples determinação<br />

química não é suficiente para possibilitar conclusões<br />

mais amplas. Adicionalmente, ainda que as concentrações<br />

de determinados analitos de interesse ambiental<br />

se apresentem inferiores aos valores legais máximos<br />

permitidos, seus efeitos tóxicos sinérgicos podem resultar<br />

em prejuízos ambientais significativos quando<br />

interagem entre si na coluna d’água (HERLORY et al.,<br />

2013; GAGNAIRE et al., 2015).<br />

7<br />

Número de publicações (un.)<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

1989<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

Planejamento Remediação Passivo Modelagem Toxicidade Química<br />

Figura 1 – Distribuição dos artigos por categoria de análise e ano de publicação.<br />

89<br />

<strong>RBCIAMB</strong> | n.<strong>48</strong> | jun 2018 | 80-96

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!