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Revista Conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador

Revista trata sobre Porque o Brasil não tem um partido conservador e diversos outros temas relacionados a Política e Cultura.

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É por isso que, em todos os debates políticos<br />

de pós-guerra em nosso país, os<br />

<strong>conservador</strong>es enfatizaram a defesa do país,<br />

a manutenção das fronteiras nacionais e a<br />

unidade da nação. Por isso, eles agora entram<br />

em <strong>um</strong> período de dúvidas, à medida que a<br />

nação se desintegra em seus segmentos<br />

historicamente estabelecidos, enquanto as<br />

regulações europeias dissolvem nossas<br />

fronteiras.<br />

O <strong>conservador</strong>ismo <strong>não</strong> se encaixa<br />

facilmente em ideais abstratas. E para muitos<br />

dos seus defensores é tudo o que o<br />

<strong>conservador</strong>ismo representa – a suspeita de<br />

ideais. Afinal, o ideário socialista da igualdade<br />

levou à crença de que o patriotismo equivale<br />

ao racismo e que o apego a <strong>um</strong> modo de vida<br />

estabelecido é meramente <strong>um</strong>a<br />

discriminação injusta contra aqueles que dele<br />

<strong>não</strong> o compartilham.<br />

O resultado foi a fragmentação da sociedade<br />

em nome do “multiculturalismo”. E o ideário<br />

liberal dos direitos h<strong>um</strong>anos universais<br />

também conduziu a <strong>um</strong>a destruição de<br />

vínculos, já que vínculos são <strong>um</strong>a forma de<br />

discriminação e, portanto, <strong>um</strong>a maneira de<br />

dar preferência àqueles que já fazem parte<br />

deste estilo de vida.<br />

Ideais abstratos, arg<strong>um</strong>entam os<br />

<strong>conservador</strong>es, são inevitavelmente<br />

destrutivos, <strong>um</strong>a vez que minam o lento e<br />

constante trabalho da política real, que é<br />

fruto de negociação e concessões entre<br />

pessoas cujos interesses nunca coincidirão.<br />

Vendo a política desta forma, no entanto, os<br />

<strong>conservador</strong>es estão expostos à acusação de<br />

que <strong>não</strong> têm <strong>um</strong>a visão positiva ou algo para<br />

nos oferecer, exceto o status quo – com<br />

todas as suas injustiças e desigualdades, e<br />

toda a sua corrupção impregnada.<br />

Justamente por causa dessa acusação que<br />

devemos nos dedicar a pensar de verdade.<br />

Em “Como ser <strong>um</strong> Conservador”, ofereço <strong>um</strong>a<br />

resposta a essa queixa atual e, ao fazê-lo,<br />

distancio o <strong>conservador</strong>ismo daquilo que o<br />

que os críticos de esquerda chamam de<br />

“neoliberalismo”. O <strong>conservador</strong>ismo,<br />

arg<strong>um</strong>ento, <strong>não</strong> é <strong>um</strong>a questão de defender o<br />

capitalismo global a todo custo, ou garantir<br />

os privilégios dos poucos contra os muitos. É<br />

<strong>um</strong>a questão de defender a sociedade civil,<br />

manter instituições autônomas e defender o<br />

cidadão contra o abuso de poder. Seu motivo<br />

subjacente <strong>não</strong> é a ganância ou a ânsia de<br />

poder, mas simplesmente o apego a <strong>um</strong><br />

modo de vida.<br />

Se olharmos para os grandes problemas que<br />

enfrentamos hoje – a UE, a imigração em massa, a<br />

união, o extremismo islâmico, o meio ambiente –<br />

certamente veremos que a visão <strong>conservador</strong>a<br />

corretamente identifica o que está em jogo: a<br />

sobrevivência do nosso modo de vida.<br />

Os <strong>conservador</strong>es <strong>não</strong> são muito bons em articular<br />

esse ponto, e a censura liberal esquerdista intimida<br />

aqueles que tentam fazê-lo. Mas é <strong>um</strong>a falha nas<br />

ideias socialistas e liberais que elas possam ser<br />

facilmente articuladas – <strong>um</strong>a prova de que eles evitam<br />

a tarefa filosófica real e dura, que é a de ver a<br />

sociedade civil como é, e reconhecendo que é mais<br />

fácil destruir as boas coisas em nome de <strong>um</strong> ideal do<br />

que mantê-las como <strong>um</strong>a realidade.<br />

Tradução: Guilherme-Pradi-Adam<br />

Revisão: hsilver<br />

Fonte: Tradutores de Direita

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