07.01.2019 Views

REVISTA AUTOMOTIVO - EDIÇÃO 136 - JANEIRO DE 2019

www.revistaautomotivo.com.br

www.revistaautomotivo.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ARTIGOAnderson Aoca<br />

Novo olhar sobre a<br />

Transformação Digital<br />

e o setor<br />

automotivo<br />

(parte 2)<br />

Anderson Aoca<br />

Arquiteto de Soluções da Engineering do Brasil –<br />

subsidiária da multinacional italiana fornecedora<br />

de soluções e serviços de TI. Mais informações em<br />

br.engineering. Perguntas relativas ao assunto podem<br />

ser encaminhadas ao e-mail:<br />

consultores@revistaautomotivo.com.br<br />

E<br />

m continuação à edição anterior, o foco nesse artigo<br />

será o pilar de Digital Operation, tratando especificamente<br />

das operações fabris através da Indústria 4.0.<br />

Para explicar, cito os nove pilares da Indústria 4.0 para<br />

executar a transformação digital dentro das fábricas:<br />

• Robótica avançada com aplicação de robôs autônomos e colaborativos;<br />

• Simulação de plantas e processos;<br />

• Integração de sistemas falando de integração vertical e horizontal;<br />

• Internet das coisas, o famoso iOT e, no caso da indústria o iiOT<br />

(Industrial Internet of Things);<br />

• Ciber Security, que a é a segurança que delineia tudo isso, que<br />

cerca e protege toda essa troca de informações,<br />

• Computação em Nuvem;<br />

• Manufatura aditiva mais conhecida como impressão 3D;<br />

• Realidade aumentada;<br />

• Sistemas baseados em Big Data e Analytics.<br />

Vamos focar em um dos pilares da Indústria 4.0,<br />

o pilar Integração de sistemas.<br />

Esse pilar trata da Integração vertical e horizontal do sistema.<br />

Quando falamos em integração vertical, devemos ter em mente<br />

a disponibilidade da informação desde o chão de fábrica até as<br />

camadas mais altas onde são tomadas as decisões de negócio, por<br />

exemplo, os ERPs (Enterprise Resource Planning) ou sistemas de BI<br />

(Business Inteligence). Já a Integração horizontal trata da integração<br />

da cadeia produtiva como um todo, não focando simplesmente na<br />

fábrica, mas na cadeia completa. Isso significa informação disponível<br />

desde o cliente externo até a sua cadeia de suprimentos, passando<br />

pelo processo fabril e sistemas smart grid para balancear o consumo<br />

de energia, alinhado à demanda do mercado, que vai ditar o ritmo de<br />

adequação da cadeia produtiva. O objetivo final é: a cadeia produtiva<br />

ser orientada à demanda de mercado adequando o ritmo trabalho de<br />

todos os seus componentes conforme necessário.<br />

Por exemplo, havendo um aumento de demanda do mercado,<br />

adequa-se o ritmo da cadeia produtiva para atender a essa demanda.<br />

O mesmo ocorre, no sentido inverso, se houver redução da demanda<br />

de mercado.<br />

Podemos dizer que o pilar de integração de sistemas é um dos mais<br />

importantes dentro do conceito de indústria 4.0, pois é através dele<br />

que os dados coletados no chão de fábrica podem ser transformados<br />

em informação e trafegados até as camadas mais altas dos sistemas<br />

corporativos permitindo que o negócio seja transformado.<br />

Apesar da indústria automotiva ter um nível de automação de sistemas<br />

altíssimo, percebemos que um dos maiores gaps está exatamente<br />

no pilar de integração. O volume de dados gerados no chão de fábrica é<br />

enorme e o volume de informação gerada a partir destes dados é ainda<br />

maior. Porém o nível de integração é muitas vezes baixo. Se olharmos<br />

para as camadas de controle de processos e monitoramento e supervisão,<br />

por exemplo, vemos gaps importantes como falta de gerenciamento<br />

de eventos e alarmes, ausência de histórico de falhas, carência de<br />

ferramentas robustas para análise de causas raiz de paradas ou eventos<br />

indesejáveis como, por exemplo, incongruências físico-lógicas. Uma<br />

incongruência físico-lógica acontece quando a informação do sistema<br />

lógico não representa a realidade física de uma linha, podendo causar<br />

paradas, atrasos, erros de sequenciamento e outros problemas maiores<br />

dentro da linha produtiva. A Transformação Digital através da Indústria<br />

4.0 caminha no sentido da descentralização do controle, exigindo sistemas<br />

capazes de tomar decisões ou fornecer informações precisas em<br />

camadas cada vez mais próximas do chão de fábrica, por exemplo, na<br />

camada de controle de processos ou mesmo na camada de instrumentação<br />

e coleta de dados, para que os operadores possam tomar decisões<br />

rápidas e assertivas ou, através da aplicação de Machine Learning e<br />

Inteligência Artificial, permitir que o próprio sistema tome a decisão.<br />

Nesse conceito de descentralização é essencial o compartilhamento<br />

de informações entre os vários sistemas, utilizando o que<br />

chamamos de Digital Integration, permitindo também a descentralização<br />

das análises de dados, enriquecendo os sistemas de camadas<br />

mais baixas, já citados anteriormente, com ferramentas de análises<br />

mais apuradas, rápidas e precisas.<br />

Mas antes de aplicarmos tecnologias mais avançadas ou direcionar<br />

estudos para outros pilares da indústria 4.0 devemos avaliar os<br />

sistemas atuais com foco no tratamento de dados e integração, pois<br />

ganhos substanciais virão dessa análise. Uma informação errada ou<br />

de má qualidade é muito pior do que a falta de informação. É preciso<br />

olhar o chão de fábrica de forma diferente, pois existe muita tecnologia<br />

aplicada, mas nem sempre utilizada em toda a sua capacidade. Trocar<br />

a tecnologia pode não ser a única solução. O principal gap encontrado<br />

nas indústrias, e a indústria automotiva não é exceção, ainda continua<br />

sendo a integração dos sistemas e a geração de informação de forma<br />

clara e precisa para a tomada de decisões e ações de forma ágil e<br />

assertiva. Antes de atacar todos os pilares da indústria 4.0 precisamos<br />

pensar primeiramente nesse pilar. Concorda?<br />

76 revistaautomotivo.com.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!