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Foz do Iguaçu, terça-feira, 29 de janeiro de 2019<br />
INCOMODADOS<br />
Cidade<br />
05<br />
Comerciantes da Avenida Brasil querem<br />
providência contra a ação de flanelinhas<br />
Mendigos com animais, calçadas com defeitos e até rodas de oração para vender livros têm espantado clientes, dizem<br />
Ronildo Pimentel<br />
Reportagem<br />
A ação de flanelinhas<br />
tem refletido diretamente no<br />
afastamento de potenciais<br />
clientes das lojas da Avenida<br />
Brasil e demais vias do<br />
centro de Foz do Iguaçu. A<br />
denúncia é da Associação de<br />
Lojistas, que cobra providência<br />
contra o que chama de<br />
"cobrança dupla" no estacionamento<br />
— a oficial e a dos<br />
"cuidadores de carros".<br />
Quem não paga, diz a entidade,<br />
tem o veículo riscado<br />
e corre risco de ser assaltado.<br />
Autoridades prometem<br />
ação para coibir esses atos.<br />
A Avenida Brasil é uma<br />
das primeiras vias da história<br />
de Foz do Iguaçu e abriga<br />
centenas de estabelecimentos<br />
comerciais que vendem<br />
roupas, sapatos, móveis,<br />
automóveis e outros tipos<br />
de produtos e mercadorias.<br />
De acordo com a Associação<br />
de Lojistas, de oito a<br />
dez mil funcionários trabalham<br />
nas lojas das ruas e<br />
avenidas que formam a região<br />
central da cidade.<br />
"A gente vê todos os dias<br />
cada cena que dá até uma tristeza",<br />
contou uma estudante<br />
que trabalha como estagiária<br />
em um escritório na Avenida<br />
Presença de flanelinhas e de mendigos com animais tem afugentado potenciais<br />
consumidores na Avenida Brasil e região central de Foz do Iguaçu<br />
Brasil. Segundo ela, outro dia<br />
pegou uma carona com uma<br />
amiga, que não quis pagar o<br />
flanelinha, e quando voltou<br />
descobriu que o carro tinha<br />
riscos na lateral. "Choramos<br />
juntas de raiva", afirmou.<br />
"A Avenida Brasil está infestada<br />
de flanelinhas", confirmou<br />
o comerciante José<br />
Matiuc, que integra a Associação<br />
de Lojistas. "Além da<br />
cobrança oficial, no parquímetro,<br />
tem mais a do flanelinha.<br />
E se não paga, riscam o carro,<br />
ficam no meio da rua pedindo<br />
dinheiro. Está difícil, os clientes<br />
estão se sentindo assediados",<br />
ressaltou o comerciante,<br />
que diz estar há mais de 35<br />
anos estabelecido na região.<br />
Ostensivo<br />
Matiuc cobrou mais presença<br />
da Guarda Municipal<br />
e efetivo da Polícia Militar, de<br />
forma a inibir a presença e<br />
ação dos flanelinhas. "Os clientes<br />
ficam cobrando da gente<br />
uma solução, mas não temos<br />
como dar uma resposta",<br />
frisou. Outra questão preocupante,<br />
segundo ele, é com relação<br />
à marcha à ré, para voltar<br />
à pista de rolamento.<br />
"Acaba gerando congestionamentos<br />
em determinados<br />
momentos, e em função<br />
disto muitos proprietários<br />
de veículos têm sido multados",<br />
ressaltou. Devido ao<br />
trânsito parado, muitos motoristas<br />
acabam impedidos<br />
de seguir quando fecha o semáforo,<br />
o que também acaba<br />
gerando multas. "Para ferrar<br />
nós existem muita gente",<br />
reclamou.<br />
Matiuc informou que a<br />
associação entregou para o<br />
prefeito Chico Brasileiro, no<br />
ano passado, uma lista com<br />
14 itens para melhorar as<br />
condições da Avenida Brasil.<br />
Entre os pedidos, a retirada<br />
de árvores que acabam<br />
danificando as calçadas e<br />
provocando acidentes com<br />
pedestres. Eles pedem também<br />
reforço na segurança.<br />
"A gente nunca vê policial a<br />
pé, passam de carro uma vez<br />
ou outra", disse.<br />
Apoio<br />
O comerciante informou que já<br />
procurou a Câmara de Vereadores<br />
para pedir uma solução, "mas está<br />
difícil conseguir apoio. A gente<br />
acaba se revoltando", afirmou. "Já<br />
não conseguimos vender devido à<br />
crise. Está cada vez mais difícil até<br />
para pagar o aluguel", ressaltou.<br />
Os comerciantes cobram também<br />
mais fiscalização sobre os<br />
vendedores ambulantes.<br />
"Geralmente dura uma hora.<br />
Quando os fiscais vêm, neste tempo<br />
eles somem, respeitam; depois<br />
voltam com tudo", frisou Matiuc.<br />
Outra situação que afasta os<br />
clientes é a presença de vendedores<br />
de livros que formam rodas de<br />
oração, "atrapalhando os pedestres<br />
para vender os livros", concluiu.<br />
Providências<br />
O presidente do Instituto de<br />
Trânsito (Foztrans), Fernando<br />
Maraninchi, informou que a Guarda<br />
Municipal fará uma ação<br />
coordenada com a Polícia Militar e a<br />
Assistência Social, como forma de<br />
dar uma resposta aos comerciantes.<br />
Segundo ele, a atuação dos<br />
flanelinhas é caso de polícia, uma<br />
vez que eles ameaçam até as<br />
orientadoras do Estarfi<br />
(Estacionamento Regulamentado).<br />
"Os motoristas pagam porque se<br />
sentem ameaçados. Este crime deve<br />
ser denunciado na PM ou na GM",<br />
orientou Maraninchi.