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Jornal Volta Grande | Edição 1151 Região

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6<br />

<strong>Volta</strong> <strong>Grande</strong><br />

<br />

P sicologia<br />

Por Eliane Trevisol Tomazi<br />

Psicóloga | CRP-12/04697<br />

<br />

saude.abril.com.br<br />

SAUDADE, tem prazo<br />

de validade......<br />

Outro dia me peguei sentindo uma saudade<br />

enorme de alguém que não via a algum<br />

tempo. E, fi quei esperando que essa<br />

pessoa aparecesse para matar as saudades,<br />

contar as novidades, enfi m resgatar<br />

um tempo de ausência. Ela não apareceu<br />

e percebi que a saudade se transformou<br />

em outro sentimento, como se me sentisse<br />

ofendida, se posso dizer assim. Então lendo<br />

um texto do Fabricio Carpinejar, entendi<br />

melhor esse sentimento, ou o processo<br />

que se desencadeou. A saudade tem prazo<br />

de validade, ele diz. Não pode permanecer<br />

muito tempo guardada. Não pode permanecer<br />

muito tempo não sendo correspondida.<br />

Depois de aberta e fora do convívio, assim<br />

como o leite, a saudade azeda. Quando<br />

passa da hora, aquela falta ansiosa e comovente<br />

é capaz de se tornar ironia e sarcasmo.<br />

O suspiro se transforma em ofensa,<br />

nos enxergamos burros e tolos por confi ar<br />

cegamente em alguém e esperar à toa. Lamentaremos<br />

nossa idiotice por termos feito<br />

uma vigília em vão, por termos esquecido<br />

de viver em função desse sentimento. Então,<br />

o sentimento se inverte, já não queremos<br />

que o outro volte, já desejamos que o<br />

outro não apareça mais na nossa frente. A<br />

ternura de antes será trocada pela raiva de<br />

não ser atendido. Mudaremos a personalidade<br />

da nossa conversa, de doce para ácida.<br />

Nesse caso, como diz o escritor citado,<br />

a “saudade apodrece”. Quando deixamos<br />

de pedir a presença para cobrar a ausência.<br />

É sutil o movimento. Toda a atenção<br />

dedicada ao longo de um período começa<br />

a ser vista como desperdício. Não aconteceu<br />

retorno das juras, nem o estorno das<br />

expectativas. Você mandou centenas de<br />

mensagens, renunciou a viagens e saída<br />

com amigos, teve uma vida discreta e fi el<br />

só para honrar uma despedida, e percebeu<br />

que, no fi m, sempre esteve sozinho na<br />

saudade. Saudade é como o amor. Perece<br />

quando não é a dois. E, quando a saudade<br />

não é a dois, deixa de ser saudade para se<br />

descobrir solidão. A saudade não é eterna.<br />

Acaba quando percebemos que o amor<br />

era da boca pra fora, que a urgência era<br />

interesse, que a necessidade era falsa. A<br />

saudade é uma esperança de amor. Precisa<br />

ser consumida rapidamente. Senão nos<br />

consome e nos estraga. Sábia conclusão,<br />

sábias palavras Carpinejar.<br />

E-mail: nanitomazi@brturbo.com.br<br />

Pragas urbanas: como evitar as<br />

principais e controlar infestações<br />

Baratas, mosquitos, escorpiões e afins podem trazer diversos problemas para sua<br />

saúde. Saiba como se proteger das pragas urbanas e aprenda a eliminá-las<br />

Água, alimento, abrigo…<br />

De barata a pernilongo,<br />

passando por ratos e formigas,<br />

esses bichos dispõem<br />

de tudo que precisam para<br />

viver e se multiplicar nas<br />

grandes cidades. Mais que<br />

nojo ou fobia, a presença<br />

deles em casa pode representar<br />

uma séria ameaça à<br />

família. Chegou a hora de<br />

conhecer as pragas urbanas<br />

em detalhes para evitar<br />

ou acabar com as visitas indesejadas:<br />

Barata<br />

Não acredite naquela ladainha<br />

de que elas seriam as<br />

únicas sobreviventes a uma<br />

bomba atômica. Mas o fato<br />

de não serem tão resistentes<br />

a tamanha radiação não<br />

significa que esses insetos<br />

tenham pouca versatilidade<br />

— muito pelo contrário.<br />

Eles moram em qualquer<br />

canto e passam semanas<br />

sem comer ou beber nada.<br />

Além de provocarem repulsa<br />

quando aparecem no<br />

ambiente doméstico, as baratas<br />

carregam um monte<br />

de bactérias, vírus e fungos<br />

do esgoto. “São micro-organismos<br />

que originam<br />

uma série de moléstias nos<br />

seres humanos”, avisa o biólogo<br />

Francisco José Zorzenon,<br />

do Instituto Biológico<br />

da Secretaria de Agricultura<br />

e Abastecimento do Estado<br />

de São Paulo.<br />

E isso sem contar que os<br />

fragmentos de seu corpo<br />

(patas, asas, antenas…) são<br />

gatilhos de reações alérgicas<br />

e crises de asma em<br />

pessoas mais sensíveis.<br />

Como evitar: A palavra de<br />

ordem é higiene. Não deixe<br />

comida à mostra e faça<br />

faxinas regulares, especialmente<br />

na cozinha e no<br />

banheiro. E sempre mantenha<br />

os ralos fechados.<br />

Como eliminar: Se você vir<br />

uma ou outra, os inseticidas<br />

em aerossol (ou o bom<br />

e velho chinelo) dão conta<br />

do recado. Quando há muitas,<br />

o melhor é contratar<br />

um serviço especializado<br />

de dedetização.<br />

Fique de olho nelas<br />

Periplaneta americana:<br />

Cascuda e voadora, é a espécie<br />

mais conhecida. Dá<br />

as caras no verão.<br />

Blatella Germanica: Menorzinha,<br />

é um tormento<br />

em mercados, padarias e<br />

fábricas.<br />

Mosca<br />

Ela deposita seus ovos em<br />

fezes ou material em decomposição.<br />

As larvas se<br />

desenvolvem nesses locais,<br />

até crescerem para ficar<br />

zanzando por aí, entre<br />

porções de comida e cocôs<br />

expostos. Dá pra imaginar<br />

que as patinhas delas não<br />

Pragas urbanas, como a barata, não causam apenas nojo.<br />

Diversos problemas de saúde estão relacionados a esses<br />

bichos (Ilustração: Eber Evangelista/SAÚDE é Vital)<br />

são lá muito limpas, não é<br />

mesmo?<br />

“A situação é mais preocupante<br />

em bairros próximos<br />

de lixões”, afirma o engenheiro<br />

agrônomo Carlos<br />

Alberto Flechtmann, da<br />

Universidade Estadual<br />

Paulista (Unesp), campus<br />

de Ilha Solteira.<br />

Como evitar: Carnes, frutas,<br />

legumes, verduras e outros<br />

alimentos frescos precisam<br />

ficar a geladeira ou<br />

guardados em recipientes.<br />

Assim, as moscas não vão<br />

pousar neles, o que diminui<br />

o risco de chabus intestinais<br />

e até de verminoses.<br />

Como eliminar: Inseticidas<br />

ajudam um pouco, mas<br />

não resolvem a questão definitivamente.<br />

Resta cobrar<br />

as autoridades por políticas<br />

para a limpeza e o cuidado<br />

com áreas públicas, bem<br />

como a realização de obras<br />

de saneamento básico e<br />

tratamento de esgoto.<br />

Mosquito<br />

Nenhum ser vivo se adaptou<br />

melhor ao ambiente urbano<br />

que esse bicho alado.<br />

As metrópoles trazem tudo<br />

que os mosquitos desejam:<br />

água parada, calor e muito<br />

sangue disponível.<br />

Como se não bastassem as<br />

picadas na pele, algumas<br />

espécies transmitem vírus<br />

que causam dengue, zika,<br />

chikungunya e febre amarela<br />

— só pra citar quatro<br />

exemplos de doenças que<br />

assolam o Brasil há algumas<br />

décadas.

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