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Revista Biosfera - 1ª Edição

Essa é a primeira edição da Revista Biosfera e edição de natal, publicada em dezembro de 2017, que contou com divulgação impressa e virtual. Nela, quatro trabalhos de alunos de graduação e pós graduação foram publicados, para divulgação na UFSCar. Confira!

Essa é a primeira edição da Revista Biosfera e edição de natal, publicada em dezembro de 2017, que contou com divulgação impressa e virtual. Nela, quatro trabalhos de alunos de graduação e pós graduação foram publicados, para divulgação na UFSCar. Confira!

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ealizada por meio de estudos geológicos, históricos<br />

– culturais e biológicos. No entanto, em nenhum<br />

momento é solicitado um estudo da estrutura e<br />

diversidade da comunidade microbiana. Uma<br />

considerável variedade de microrganismos pode<br />

serencontrada em cavernas, dentre eles, fungos<br />

filamentosos, bactérias heterotróficas, autotróficas<br />

e protozoários. Tais microrganismos são os<br />

principais agentes atuantes em características<br />

físicas-químicas-biológicas do solo, dos ciclos<br />

biogeoquímicos e da sustentabilidade do<br />

ecossistema terrestre [2]. No entanto, pouco é<br />

conhecido sobre a distribuição, dinâmica<br />

populacional e bioquímica dos microrganismos em<br />

Figura 2. Modelo de pirâmide alimentar em ambientes<br />

cavernícolas [5].<br />

cavernas. Em cavernas tropicais, como as<br />

encontradas no Brasil, esse conhecimento ainda é<br />

mais incipiente [4]. Nesse contexto, o Laboratório<br />

de Ecologia de Microrganismos (LEM) em parceria<br />

com o Laboratório de Estudos Subterrâneos (LES),<br />

ambos na UFSCar, desenvolvem projetos para<br />

compreender melhor a estrutura e a dinâmica da<br />

comunidade microbiana nos ambientes<br />

cavernícolas. Os estudos abragem áreas cársticas<br />

do Brasil, como o Parque Estadual Turístico do Alto<br />

do Ribeira (PETAR) no estado<br />

de São Paulo, a região de São Desidério e Serra do<br />

Ramalho na Bahia e o Parque Estadual de Terra<br />

Ronca (PeTER) em Goiás.<br />

Após estimativas da quantidade de nutrientes<br />

(carbono e nitrogênio) foi evidenciado que as<br />

cavernas tropicais estudadas, apesar de<br />

apresentarem uma menor quantidade de nutrientes<br />

em relação ao meio superficial, não podem ser<br />

consideradas oligotróficas extremas, como as<br />

localizadas em zonas temperadas.<br />

Além disso, tem sido estudados, por métodos<br />

dependentes e independentes de cultivo, a<br />

diversidade de bactérias e fungos, bem como seus<br />

papéis no funcionamento desses ambientes, como,<br />

por exemplo, a produção de enzimas celulolíticas<br />

que degradam resíduos de plantas carreados para<br />

o interior das cavernas. Um estudo realizado na<br />

caverna do Catão, em São Desidério, mostrou que<br />

90% das linhagens de fungos isoladas produziam<br />

enzimas celulolíticas que atuam na decomposição<br />

de resíduos vegetais [2]. Dentre essas linhagens<br />

isolamos uma nova espécie de fungo do gênero<br />

Aspergillus que está sendo caracterizada. Por fim,<br />

avaliamos que a biomassa e a taxa metabólica<br />

microbiana podem ser considerados bons<br />

indicadores de estresse ambiental nesses habitats<br />

subterrâneos. Atualmente estamos com um projeto<br />

para avaliar a diversidade filogenética e funcional<br />

em cavernas do PeTER por meio de<br />

sequenciamento genético de nova geração e<br />

correlacionando os dados de diversidade<br />

microbiana com fatores abióticos do habitat. Com<br />

as novas informações obtidas pretendemos melhor<br />

compreender o funcionamento desses ambientes e<br />

possibilitar que medidas protetivas sejam<br />

desenvolvidas para áreas com uma maior<br />

fragilidade ambiental.<br />

Referências e sugestões de leitura:<br />

1. Engel AS (2007) Observations on the biodiversity of<br />

sulfidic karst habitats. Journal of Cave and Karst Studies,<br />

69 : 187–206.<br />

2. Paula CCP, Momtoya QV, Rodrigues A, Bichuette ME,<br />

Seleghim MHR (2016). Terrestrial filamentous fungi from<br />

gruta do Catao (sao desiderio, bahia, northeastern brazil)<br />

show high levels of cellulose degradation. Journal of Cave<br />

and Karst Studies, 78 (3) : 208–217.<br />

3. Trajano E & Bichuette ME (2010) Diversity of Brazilian<br />

subterranean invertebrates, with a list of troglomorphic<br />

taxa: Subterranean Biology, 7 : 1 -16.<br />

4. Vanderwolf KJ, Malloch D, Mcalpine DF, Forbes J<br />

(2013) A world review of fungi, yeasts, and slime mold in<br />

caves. International Journal of Speleology, 42(1) : 77-96.<br />

5. Fonte: http://science.howstuffworks.com/life/biologyfields/cave-biology3.htm<br />

(acessado em 27.07.2017)<br />

6. Laboratório de Estudos subterrâneos:<br />

https://www.facebook.com/lesufscar/

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