RCIA - ED. 165 - ABRIL 2019
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Harmonização de ambientes com sofisticação<br />
é com a Contemporanea.<br />
Se você é diferente, inovador, moderno e único, isso<br />
significa que já tem o lugar ideal para investir em<br />
móveis planejados em Araraquara - Contemporanea.<br />
Há 8 anos no mercado, a Contemporânea tem sua loja<br />
na Avenida Luís Alberto, 643 – onde alia bom gosto,<br />
requinte e preço justo.<br />
O diferencial já se percebe no atendimento<br />
personalizado, onde o cliente tem suas exigências e<br />
necessidades atendidas de forma pontual.<br />
Um dos pontos altos da marca é a altíssima qualidade,<br />
com variedades de cores e acabamentos que<br />
se encaixam em todos os gostos, primando pela<br />
excelência desde a matéria-prima e oferecendo do<br />
básico ao sofisticado.<br />
A Contemporanea já consolidada no mercado de<br />
móveis planejados tem uma demanda forte de produtos<br />
e serviços, sempre aliando a decoração dos espaços<br />
com a personalidade do dono da casa, levando assim,<br />
mais conforto e funcionalidade para os ambientes<br />
contratados.<br />
Os móveis seguem a necessidade da família, além de<br />
cores, acabamentos e tamanhos definidos de acordo<br />
com as vontades do cliente e as possibilidades da<br />
casa, ganhando com isso, espaço e personalização.<br />
Vale ressaltar que investir em móveis planejados<br />
com a Contemporanea é a melhor opção para<br />
quem busca praticidade e economia, além de<br />
que, apresenta vantagens como combinação de<br />
diferentes funcionalidades em um único móvel,<br />
montagem profissional no local onde os móveis serão<br />
empregados e projetos executados com completa<br />
exclusividade.<br />
O acabamento perfeito dos planejados e a<br />
harmonização com o restante da decoração tornam os<br />
ambientes não apenas charmosos e organizados, mas<br />
também muito sofisticados.<br />
3|<br />
3|
ÍNDICE<br />
<strong>ED</strong>IÇÃO N°<strong>165</strong> - <strong>ABRIL</strong>/<strong>2019</strong><br />
CAPA<br />
JN Moura em Portugal<br />
SINCOMERCIO<br />
Projeto Conversa de Balcão<br />
HOMENAGEM<br />
Despedida de Elza Karam<br />
SINDICATO RURAL<br />
Vinda de Tirso Meirelles<br />
10 8 14<br />
28<br />
34<br />
Empresa araraquarense instala<br />
sua primeira filial no exterior,<br />
escolhendo Lisboa. Parabéns.<br />
Sérgio Approbato Júnior,<br />
presidente da Fenacon em noite<br />
de papo com empresários<br />
Empreendedora e pioneira em<br />
serviços de buffet parte e deixa<br />
um enorme vazio na comunidade<br />
Presidente do Sebrae e vicepresidente<br />
da FAESP recebido por<br />
lideranças do agronegócio<br />
Editorial<br />
07| Jornalista Ivan Roberto Peroni<br />
comenta a indicação de Aluísio<br />
Braz como ouvidor da Câmara<br />
Direito<br />
16| Política de compliance para que<br />
serve? Advogado Felipe Timpani<br />
tira as dúcidas do leitor<br />
Escola de Música<br />
18| Marcelo Figueiredo assume a<br />
presidência da Associação<br />
Musical José Tescari<br />
Reconhecimento<br />
20| Empresários associados do<br />
Ciesp Regional Araraquara<br />
são homenageados pela entidade<br />
A opção sempre será Saúde e Educação<br />
Doutor Lapena<br />
Embora escolhidas no Orçamento<br />
Participativo em março, Saúde<br />
e Educação, as prioridades do<br />
Quitandinha, ainda dependem de<br />
plenária regional a ser realizada em<br />
maio pela Prefeitura. Em Saúde, o<br />
pedido dos moradores da sub-região<br />
3 da Região 4 foi a construção de<br />
uma unidade de saúde no bairro, pois<br />
os pacientes precisam ir até o Jardim<br />
Morumbi para serem atendidos. Outra<br />
demanda levantada foi a reforma do<br />
CER Concheta Smirne Mendonça, no<br />
tema Educação. Os pedidos das três<br />
Unidade dependerá de aprovação<br />
sub-regiões (Universal, Santana e<br />
Quitandinha) serão levados para<br />
a plenária da Região 4, em 20<br />
de maio, no Salão de Festas da<br />
Paróquia Nossa Senhora do Carmo.<br />
Refeito de várias cirurgias e disposto a<br />
enfrentar as urnas como candidato a<br />
prefeito, o médico Luiz Cláudio Lapena<br />
entra na lista dos prováveis concorrentes<br />
no ano que vem. O rumo partidário<br />
parece ser uma incógnita, contudo<br />
uma das siglas dispostas em tê-lo como<br />
“soldado” é o Patriota, do qual faz parte<br />
Valdir Massucato, extremamente crítico<br />
ao atual regime de governo municipal.<br />
Lapena também tem suas discrepâncias<br />
com a antiga política sustentada por<br />
Barbieri, Massafera e Edinho Silva, que<br />
têm se revezado no Poder.<br />
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DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
AGRONEGÓCIO<br />
Feplana empossa diretoria<br />
40<br />
Nicolau de Souza Freitas e Luís<br />
Henrique Scabello de Oliveira<br />
tomam posse em Brasília<br />
Casamento é bom?<br />
24| Casal Deolinda-Argemiro<br />
de Freitas pode responder ao<br />
comemorar 60 anos de união<br />
GRANDES BANDAS<br />
A história do NC Som<br />
52<br />
Ney Castellucci comandou no<br />
final dos anos 60 o conjunto que<br />
era xodó na alta sociedade<br />
O Senhor do Futebol<br />
30| Sessenta anos depois Dudu volta<br />
ao Estádio da Fonte para recordar<br />
como tudo começou<br />
por: Sônia Maria Marques<br />
Cemitério de Vagões no centro da<br />
cidade, até quando meu Deus?<br />
Sob a responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional<br />
de Infraestrutura de Transportes), autarquia federal brasileira<br />
vinculada ao Ministério da Infraestrutura, o Cemitério de<br />
Vagões criado na região central de Araraquara demonstra<br />
a falta de habilidade dos nossos políticos em buscar solução<br />
para um impasse que dura anos.<br />
Se há um fato de ordem jurídica e acentuada preocupação<br />
por bens materiais, é verdade que a Saúde Pública está<br />
acima destes interesses e nos sentimos pequenos em afrontar<br />
leis que em determinados casos parecem desconhecer os<br />
riscos que podem atingir a população.<br />
A retirada dos trilhos que era um sonho do prefeito Waldemar<br />
De Santi (e começou no seu mandato), hoje apodrece na rota<br />
da desgovernança; entra prefeito, sai prefeito e o projeto que<br />
prevê a transformação do lugar num parque nada mais é que<br />
um pesadelo colocando em risco a vida das pessoas.<br />
As mortes causadas pela dengue pouco ou nada sensibilizam<br />
os políticos e o próprio Ministério Público que deveriam<br />
agir pelo bem da comunidade. O que falamos não deve<br />
ser interpretado como crítica, mas sim como alerta aos<br />
problemas que vagões abandonados causam aos nossos<br />
habitantes.<br />
A nova loja do Savegnago<br />
Construção como se<br />
fosse uma operação de<br />
guerra é o que se vê em<br />
nossas passagens pela<br />
Avenida 36, próximo ao<br />
Balão da Castro Alves.<br />
Ali o majestoso prédio<br />
do Savegnago está<br />
sendo erguido, seguindo<br />
padrões de modernidade<br />
dos grandes mercados<br />
brasileiros, num desafio<br />
ao Tonin Atacadão,<br />
que tem prezado por<br />
qualidade e preços<br />
acessíveis. O Savegnago<br />
investe cerca de R$ 30<br />
milhões nesta sua terceira<br />
loja em Araraquara; a<br />
empresa que conta com<br />
40 lojas espalhadas no<br />
Estado, deverá gerar<br />
230 empregos diretos<br />
no mercado da 36. É<br />
importante lembrar que o<br />
ramo de supermercados<br />
foi o que mais faturou<br />
em nossa cidade no ano<br />
passado.<br />
Em 2018, a rede<br />
supermercadista faturou<br />
cerca de R$ 3 bilhões,<br />
confirmando a previsão<br />
de um crescimento de<br />
30% no faturamento<br />
até o final do próximo<br />
ano com a inauguração<br />
anunciada para o segundo<br />
semestre em Araraquara.<br />
“Nosso objetivo é que a<br />
rede esteja entre as 10<br />
maiores do Brasil”, declara<br />
o presidente executivo<br />
Chalim Savegnago à<br />
nossa revista.<br />
Jovens, hoje com 20 anos de idade, estavam nascendo e se<br />
habituando em “ouvir contar que um certo dia jogou-se fora<br />
recurso público para nada se fazer ou conseguir”. É pena.<br />
Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM<br />
Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni<br />
Supervisora Editorial: Sônia Marques<br />
Editor: Suze Timpani<br />
Design: Bete Campos e Érica Menezes<br />
PARA ANUNCIAR: (16) 3336 4433<br />
Tiragem: 5 mil exemplares<br />
Impressão: Gráfica Bolsoni - (16) 3303 5900<br />
A Revista Comércio, Indústria e Agronegócio<br />
é distribuida gratuitamente em Araraquara e região<br />
* COORDENAÇÃO, <strong>ED</strong>ITORAÇÃO, R<strong>ED</strong>AÇÃO E PUBLICIDADE<br />
Atendimento: (16) 3336 4433<br />
Rua Tupi, 245 - Centro<br />
Araraquara/SP - CEP: 14801-307<br />
marzo@marzo.com.br<br />
Investimento<br />
de R$ 30<br />
milhões na<br />
Avenida 36<br />
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<strong>ED</strong>ITORIAL<br />
por: Ivan Roberto Peroni<br />
Ouvidoria da Câmara: não dá para se amar todos os<br />
Senhores ao mesmo tempo, alguém será barrado no baile.<br />
Indicação de Aluísio Braz, o Boi, para assumir a ouvidoria da Câmara Municipal, em se tratando de<br />
um político, representa um golpe na oposição dentro do Legislativo e expressa a troca de gentilezas<br />
entre dois partidos - MDB e PT, que parecem marchar juntos em direção às eleições municipais de<br />
2020. Não vamos questionar as qualidades pessoais do indicado que sempre demonstrou retidão e<br />
seriedade no Legislativo como vereador e no Executivo atuando com Marcelo Barbieri.<br />
O ato da escolha sim, podemos<br />
comentar, pelas circunstâncias<br />
em que ela foi realizada. A<br />
Ouvidoria quer nos parecer como o<br />
funcionamento – neste caso – uma<br />
ponte entre o cidadão e a Câmara<br />
Municipal, intermediando o diálogo<br />
entre as partes mencionadas. Assim,<br />
o Boi vai ouvir o cidadão, registrar a<br />
demanda, terá que fazer um exame<br />
de admissibilidade, encaminhará<br />
a manifestação à unidade técnica<br />
responsável pelo problema<br />
(geralmente só é problema) e dentro<br />
do prazo regimental, o órgão<br />
técnico responderá ao ouvidor que<br />
avaliará a resposta e, caso esteja<br />
adequada, transmitirá ao cidadão.<br />
É fato que nenhuma Ouvidoria<br />
realiza trabalho de auditoria,<br />
corregedoria ou comissão de ética,<br />
pois depende de parecer técnico.<br />
Mas, quando se olha a verdadeira<br />
função que norteia um Ouvidor<br />
na esfera legislativa, sabe-se que<br />
seu papel é receber denúncias,<br />
reclamações e representações<br />
sobre atos considerados arbitrários,<br />
desonestos, indecorosos, ilegais,<br />
irregulares ou que violem os<br />
direitos individuais ou coletivos, praticados por servidores civis e militares da<br />
Administração Pública Municipal direta e indireta.<br />
Mas não é só: uma Ouvidoria quando criada para exercer de fato seu papel<br />
junto à comunidade, tem por objetivo assegurar, de modo permanente e<br />
eficaz, a preservação dos princípios da legalidade, moralidade e eficiência<br />
dos atos dos agentes da Administração Direta e Indireta, inclusive das<br />
empresas públicas e sociedades nas quais o Município detenha capital<br />
majoritário, e entidades privadas de qualquer natureza que operem com<br />
recursos públicos, na prestação de serviços à população.<br />
Levando-se em conta que o Ouvidor deve atuar com autonomia,<br />
imparcialidade e justiça, propondo sempre ações para melhorar o<br />
desempenho dos procedimentos administrativos com base nas demandas<br />
apresentadas a ele, é natural que se pergunte – o Boi terá coragem de<br />
enfrentar todos os tipos de problemas ou denúncias?<br />
Se perguntar não ofende, por que a escolha de um Ouvidor não se baseou<br />
na contratação de alguém fora da política, sem vínculos partidários ou<br />
relações de amizades? É estranho que na antessala eleitoral cria-se um<br />
cargo com despesas que superam R$ 7 mil mensais, nomeando-se<br />
um político de expressão, trajetória limpa, forçado provavelmente a<br />
manipulações que contrastam com mágoas (afinal não agradou a todos) e<br />
disposto a ter sua carreira maculada, pois é impossível amar ou servir todos<br />
os Senhores (vereadores) ao mesmo tempo. Ainda mais quando se fala da<br />
proximidade eleitoral de PT e MDB em 2020, com sua indicação para ser vice<br />
do atual prefeito Edinho em uma comentada reeleição.<br />
Caso assim parece andar na contramão da história, batendo de frente<br />
com os movimentos nas ruas em que existe o clamor contra atos que não<br />
condizem com uma política séria, descompromissada. Mas enfim...<br />
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Nova sede da JN Moura Sistemas de Gestão,<br />
no bairro do Santana, ratificando seu<br />
crescimento e contribuição ao desenvolvimento<br />
econômico da cidade<br />
Loja na Via Expressa, 656<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
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JN MOURA SISTEMA DE GESTÃO<br />
Visando mercado internacional,<br />
empresa inaugura filial em Portugal<br />
A Moura inaugura seu<br />
complexo tecnológico,<br />
anuncia inauguração da<br />
primeira filial internacional<br />
em Lisboa e já sinaliza<br />
chegada na Espanha e<br />
Itália. Um orgulho para a<br />
nossa cidade.<br />
A JN Moura Sistemas de Gestão<br />
acaba de inaugurar sua primeira<br />
sede internacional: Lisboa, em Portugal.<br />
Para a diretoria da empresa, a<br />
expansão das atividades no exterior<br />
não reflete apenas o momento de fortalecimento<br />
e euforia, mas contribui<br />
para propagar os serviços de alta tecnologia<br />
desenvolvidos pela Moura em<br />
nossa cidade, já utilizados em grandes<br />
cidades brasileiras e com penetração<br />
no mercado europeu, comenta<br />
Felipe Moura, diretor da empresa.<br />
Já era um sonho da família Moura<br />
desde o início, sendo uma empresa<br />
de tecnologia araraquarense, ir em<br />
busca de inovações no exterior e<br />
trazê-las para o país, no entanto, a<br />
software house percebeu o potencial<br />
de seus produtos em auxiliar o varejo,<br />
não apenas do Brasil, mas também<br />
em outros países.<br />
No final de março, indagado se a<br />
abertura da loja teria sido um processo<br />
árduo, com a escolha do país certo<br />
para se fazer tamanho investimento,<br />
Felipe Moura explicou que toda concepção<br />
foi fundamentada em muito<br />
estudo, e os pontos positivos para a<br />
implantação da primeira filial internacional<br />
culminaram na indicação de<br />
Portugal. Neste caso, alguns pontos<br />
pesaram para a definição, como facilidade<br />
do idioma, acordo de incentivo<br />
fiscal entre os países e o fato de Portugal<br />
estar geograficamente bem localizado<br />
como uma porta de entrada<br />
para outros países da Europa.<br />
Após indicação de Portugal é verdade<br />
que começaram os maiores<br />
desafios, um deles a homologação<br />
de acesso, ou seja, a obtenção do certificado<br />
português para o comércio de<br />
softwares de automação comercial.<br />
Com essa concessão, a Moura projeta<br />
a ampliação do seu escritório em<br />
Lisboa, contribuindo com a economia<br />
do país ao gerar renda e empregos.<br />
Contudo, a expansão já indica o<br />
acesso em outros mercados, como<br />
Itália e Espanha. “Os dois países que<br />
mantêm vínculos com o Brasil por<br />
conta dos traços imigratórios, fazem<br />
parte de novos projetos já há algum<br />
tempo, e o assunto nunca esteve tão<br />
quente, principalmente por conta da<br />
experiência adquirida com a inauguração<br />
da filial em Portugal”, justifica<br />
o diretor da empresa.
Por outro lado, é importante<br />
ressaltar para contribuição que a<br />
JN Moura Sistemas de Gestão tem<br />
proporcionado a nossa cidade nesse<br />
cenário de expansão internacional.<br />
Observa-se de forma resumida, que<br />
ela tem contribuído para a notoriedade<br />
de Araraquara dando-lhe a marca<br />
de um polo de tecnologia internacional,<br />
assim como o programa AWS<br />
Educated, que é e sempre será, uma<br />
prioridade. “Nosso modo de atingir<br />
tais objetivos é através de conquistas,<br />
como a expansão para Portugal ou<br />
mesmo gerando novas oportunidades<br />
de emprego nas áreas de tecnologia”,<br />
explica Felipe.<br />
A EMPRESA<br />
A imagem exibe o Palácio Nacional de Sintra, que fica localizado em Lisboa, mesma cidade<br />
onde a JN Moura Sistemas de Gestão inaugurou sua primeira sede internacional. A arte<br />
mostra a logo da empresa se entrelaçando no ponto turístico, de maneira a dar a intenção<br />
de pertencimento.<br />
Dois momentos importantes<br />
na vida do fundador da<br />
empresa: José Natal de<br />
Moura e o filho Felipe<br />
recebendo a homenagem do<br />
Ciesp Araraquara e na foto<br />
abaixo, a entrega do título de<br />
“Cidadão Araraquarense”<br />
pelos serviços prestados à<br />
nossa comunidade.<br />
Recentemente a Moura abriu as<br />
portas do seu novo prédio, com instalações<br />
e padrões que a atividade<br />
exige. A sede marca um cenário de<br />
prosperidade que hoje está presente<br />
em 591 municípios de todos os estados<br />
brasileiros, além das operações<br />
em Portugal. Em breve, está previsto<br />
que o complexo abrigue também um<br />
prédio de inovação e pesquisa, além<br />
de outros edifícios. “Seguimos levando<br />
nossas soluções e nos posicionando<br />
entre as principais companhias de<br />
tecnologia do país”, afirma José Natal<br />
de Moura, fundador e diretor da Moura<br />
Informática. Ao longo da sua vida,<br />
ele sempre disse: “Enxergamos a necessidade<br />
de termos um espaço físico<br />
que comporte essa nova realidade,<br />
e a mudança vem como um marco<br />
importante na nossa história”.<br />
História que teve início há 28<br />
anos, quando a Moura iniciou suas<br />
operações em Araraquara como companhia<br />
especializada em treinamento<br />
na área de informática.<br />
Pouco tempo depois, a empresa<br />
deu início ao desenvolvimento de<br />
sistemas para automação comercial,<br />
que eram desenvolvidos pelo próprio<br />
Moura e seu filho, Felipe. Logo no<br />
início das operações, eles chegaram<br />
a vender 120 sistemas em um mês.<br />
A qualidade das inovações desenvolvidas<br />
fez a demanda pelas soluções<br />
da empresa evoluir ao longo do<br />
tempo. Hoje, o time da Moura conta<br />
com 520 integrantes em todo o Brasil,<br />
entre funcionários, consultores,<br />
representantes e parceiros.<br />
A companhia baseou sua estratégia<br />
no desenvolvimento de softwares<br />
adaptados para diferentes segmentos<br />
de mercado, o que levou à criação de<br />
divisões especializadas em setores<br />
como agronegócio, franquias, varejo,<br />
pet shops e clínicas veterinárias,<br />
postos de combustível, gestão pública,<br />
educação, bibliotecas, farmácias,<br />
magazines e outros. Entre os clientes,<br />
estão grandes marcas como as redes<br />
Petz e Vestcasa.<br />
RECONHECIMENTO<br />
“Nosso crescimento é apoiado por<br />
dois aspectos importantes: primeiro,<br />
buscamos sempre nos colocar na<br />
vanguarda das inovações para automação<br />
comercial, que foi o caso<br />
quando começamos a trabalhar com<br />
tecnologias como leitura RFID e sistemas<br />
de provador inteligente para lojas<br />
de roupas”, explica Moura.<br />
“Além disso, acreditamos que<br />
parcerias duradouras com nossos<br />
públicos interno e externo nos levam<br />
a colher frutos positivos.<br />
11|
Presidente Luís Henrique Scabello de Oliveira na abertura da assembleia com seus diretores Olavo Cavalcanti Pereira de Córdis, Tatiana<br />
Caiano Teixeira Campos Leite e Romualdo Luiz Vanalli Polez<br />
FUGINDO DO TRIVIAL<br />
Canasol inova e completa sua<br />
assembleia com samba e feijoada<br />
Em perfeita combinação com o gosto popular e mostrando coesão nas suas iniciativas, uma<br />
vez mais a Canasol foge do costumeiro e organiza para os associados uma assembleia<br />
regada à samba e feijoada, após discussão dos temas que consolidam propósitos de união<br />
da classe.<br />
A Assembleia Geral Ordinária realizada<br />
em março (2) pela Canasol, neste<br />
ano teve características bem diferentes.<br />
Além da aprovação de contas referentes<br />
ao ano passado (2018), por<br />
unanimidade, o encontro serviu para<br />
que os associados tivessem conhecimento<br />
das ações da diretoria, algumas<br />
delas ligadas ao campo jurídico, em<br />
defesa dos direitos dos plantadores e<br />
fornecedores de cana.<br />
Além disso, em se tratanto de um<br />
período carnavalesco, a diretoria privilegiou<br />
seus associados com almoço,<br />
em que o cardápio foi do agrado de<br />
todos: feijoada ao som de Carlos Cavaco<br />
(A Voz do Samba) e Convidados,<br />
tornando o sábado de carnaval ainda<br />
Luís Henrique Scabello de Oliveira,<br />
Romualdo Luiz Vanalli Polez, Nicolau de<br />
Souza Freitas, Tatiana Caiano Teixeira<br />
Campos Leite, Ivo Munaretti Junior e Jorge<br />
Luiz Piquera Lozano<br />
mais atraente.<br />
Em sua saudação aos associados<br />
e representando a diretoria, o presidente<br />
Luís Henrique Scabello de Oliveira<br />
destacou o papel importante dos<br />
produtores, dizendo que mediante o<br />
apoio da classe, é que a entidade tem<br />
conquistado seu espaço e debatido as<br />
questões atinentes à cultura da cana.<br />
“Sabemos o quanto tem sido difícil<br />
o trabalho de vocês, afinal fazemos<br />
parte desta atividade, porém, há de<br />
se reconhecer que somente a união<br />
de todos permitirá que alcancemos<br />
através do diálogo, as melhorias que<br />
conclamamos”, salientou o dirigente<br />
|12
da Canasol.<br />
Cumprimentado pela forma ética<br />
e transparente com que a diretoria<br />
tem se comportado, Luís Henrique<br />
argumentou que embora os desafios<br />
sejam permanentes, é verdade que há<br />
muita disposição de todos em superar<br />
os obstáculos, tornando a classe mais<br />
fortalecida.<br />
A observação feita por grande parte<br />
dos associados, é compreendida<br />
pertinente neste momento em que<br />
a Canasol ganha projeção e notoriedade.<br />
Esta diretoria não tem medido<br />
esforços para criar estratégias e se<br />
aprofundar na discussão de políticas<br />
que dão sustentação aos anseios da<br />
entidade tornar-se extremamente conhecida<br />
por defender os interesses<br />
dos fornecedores de cana.<br />
Por parte dos associados ainda<br />
há o reconhecimento de que a integração<br />
é o caminho mais prático para<br />
o empoderamento: conhecimento,<br />
transparência e ética se ajustam aos<br />
interesses coletivos e demonstram<br />
a valorização que se dá ao trabalho<br />
realizado pela diretoria.<br />
De fato a representatividade da<br />
associação hoje está presente no<br />
círculo dos debates nacionais, pois<br />
a Canasol tem seu espaço garantido<br />
na Feplana e na Câmara Setorial<br />
da Cadeia Produtiva do Açúcar e do<br />
Álcool, em Brasília. Isso significa que<br />
o seu fortalecimento se dá de forma<br />
equilibrada e voltada para a defesa<br />
dos interesses da classe. “Estamos<br />
presentes em uma das mais importantes<br />
regiões do Estado e graças à<br />
união de todos é que atingimos os<br />
nossos objetivos”, diz Luís Henrique.<br />
Carlos do<br />
Cavaco (A Voz<br />
do Samba)<br />
e Amigos<br />
animando a<br />
feijoada servida<br />
logo após a<br />
assembleia.<br />
Era sábado de<br />
carnaval.<br />
Dialogar com o fornecedor de cana<br />
tem sido uma brilhante iniciativa<br />
desta diretoria para a discussão<br />
dos problemas da classe. Na foto<br />
acima, Luís Henrique conversa com o<br />
produtor Valdemar Pereira<br />
Herbert Muller<br />
Júnior, em nome<br />
da Credicentro,<br />
saúda os diretores<br />
da Canasol<br />
Jorge Luíz Piquera Lozano, o casal Iracema-<br />
Nicolau de Souza Freitas e o filho João<br />
Henrique, diretores do Sindicato Rural<br />
Domingos Baú<br />
e a esposa<br />
Cecilia<br />
Gregório Serafini, Lautinê Antonelli (Toni), Guilherme Lui de Paula Bueno,<br />
Selimara Heloísa Borges, Fernanda Origuella, Edna Berta e Luiz Alberto Pereira,<br />
colaboradores da Canasol<br />
13|
AGREGANDO VALORES<br />
Sincomercio recebeu o presidente da<br />
Fenacon para Conversa de Balcão<br />
Com o objetivo de ter uma convivência plena e saudável com o setor varejista e segmentos<br />
que sustentam a economia regional, o Sincomercio trouxe em março para um bate-papo<br />
com contabilistas e empresários, o administrador de empresas Sérgio Approbato Júnior<br />
Approbato durante a palestra e o registro da sua chegada ao Sincomercio acompanhado do<br />
presidente Antonio Deliza Neto<br />
No dia 20 de março a diretoria do<br />
Sincomercio (Sindicato do Comércio<br />
Varejista de Araraquara), trouxe para<br />
sua “Conversa de Balcão” o palestrante<br />
Sérgio Approbato Machado Junior,<br />
que atualmente ocupa a presidência<br />
da Federação Nacional das Empresas<br />
de Serviços Contábeis (Fenacon) desde<br />
2018, indo seu mandato até 2022.<br />
Sérgio que tem um forte vínculo de<br />
trabalho e amizade com a nossa cidade,<br />
principalmente com Ivo Dall’Acqua,<br />
diretor da Confederação Nacional do<br />
Comércio de Bens, Serviços e Turismo<br />
(CNC) e vice-presidente da Fecomercio,<br />
aceitou o convite para vir a Araraquara,<br />
considerando segundo ele<br />
próprio que aqui estava “mais para um<br />
papo que palestra”. No entanto, trouxe<br />
para o debate contextos primordiais à<br />
classe dos contabilistas e empresários<br />
da área comercial, agradando a todos<br />
os presentes ao proveitoso encontro.<br />
Approbato apresentou inicialmente<br />
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aos participantes do encontro a entidade<br />
que representa, a Fenacon, instituição<br />
de serviços, demonstrando<br />
que a contabilidade tem uma relação<br />
com toda a cadeia produtiva do país,<br />
indústria, serviços e comércio.<br />
Falou sobre a questão sindical, e<br />
no que afeta a não contribuição, e que<br />
tem um trabalho nesse sentido que<br />
pretende dar sequência em Brasília.<br />
Lembrou que quem não conhece o<br />
meio contabilista acredita que a classe<br />
é o alicerce da burocracia, mas prova<br />
que isso é lenda.<br />
O palestrante falou também sobre<br />
o mundo futurista e digital que se<br />
apresenta, tendências em comércio<br />
eletrônico e como o país vem se relacionando<br />
com as novidades. Deixou<br />
claro que todos devem estar envolvidos<br />
nas mudanças tecnológicas:<br />
“Não podemos ficar ausentes deste<br />
movimento”, explicou.<br />
Sobre o momento político por qual<br />
o país passa, Approbato considera<br />
“estar melhor do que estava com a<br />
mudança de governo e a tendência à<br />
direita, ele assegura que o Brasil caminha<br />
em direção do mesmo contexto<br />
da maioria dos países, que tem deixado<br />
o socialismo. Para o palestrante,<br />
embora o partido do atual presidente<br />
não tenha tradição, Bolsonaro escolheu<br />
muita gente boa no mercado para<br />
assessorá-lo, e por não fazer parte de<br />
um partido tradicional, tem ouvido a<br />
todos. “Isso é um aspecto positivo.<br />
Dentro da equipe econômica, ele tem<br />
hoje os melhores do mercado financeiro”,<br />
ressaltou.<br />
Para Approbato, aspecto ruim<br />
desse governo às vezes são algumas<br />
gafes e isso gera instabilidade e pode<br />
impactar negativamente, politicamente<br />
falando. “A essência de Brasília é<br />
política, se ele não souber fazer boas<br />
costuras, terá problemas nas aprovações<br />
de projetos”, afirmou.<br />
Sérgio diz que ainda que sendo<br />
eleito um presidente com este perfil,<br />
tem uma visão otimista do Governo<br />
reafirmando que vê Bolsonaro cercado<br />
de gente boa como o Ministro da<br />
Walter Francisco Orloski, diretor administrativo do Sicoob, no evento fez uma apresentação<br />
da cooperativa financeira localizada na Avenida Barroso e dos serviços prestados<br />
Economia Paulo Guedes, que fez uma<br />
apresentação brilhante dos nossos<br />
projetos para o futuro e muito séria<br />
nos EUA.<br />
Durante a palestra, argumentou<br />
que há necessidade de se alterar a<br />
forma de comunicação dentro do Governo,<br />
amenizando a participação em<br />
redes sociais para mostrar governança;<br />
“isso está faltando no momento,<br />
mas acreditamos em uma retomada,<br />
o que será bom para todos”.<br />
Sobre a reforma da Previdência, o<br />
palestrante ainda não sabe se o Governo<br />
conseguirá aprová-la nos próximos<br />
meses: “Bolsonaro já está trazendo<br />
não da forma como queria, apresentando<br />
nova proposta para os militares,<br />
criando um clima pouco seguro em<br />
Brasília, mas, o Brasil aposta nesta<br />
reforma. Tem muita gente nova na<br />
capital federal, com garra e vontade<br />
de apresentar bons projetos e poder<br />
assim contribuir com o país, que é o<br />
que todos nós pretendemos”.<br />
O empresário contábil e administrador<br />
de empresas, Sérgio Approbato<br />
Machado Júnior, atua há mais de 30<br />
anos como empresário contábil na<br />
Approbato & Fischer Contabilistas<br />
Associados. Desde 1998 trabalha<br />
ativamente na defesa e valorização<br />
do empreendedorismo.<br />
AGRADECIMENTO<br />
Em nome da diretoria do Sincomercio,<br />
o presidente Antonio Deliza<br />
Neto, além das boas-vindas ao palestrante,<br />
agradeceu a forma com que<br />
ele dirigiu o debate e ressaltou que<br />
todos nós acreditamos na realização<br />
das reformas que são extremamente<br />
necessárias para o desenvolvimento<br />
da economia; “Isso vai nos dar mais<br />
segurança para enfrentarmos o futuro”,<br />
considerou.<br />
SERVIÇO<br />
Sindicato do Comércio Varejista de<br />
Araraquara (Sincomercio)<br />
Avenida São Paulo, 660 • Centro<br />
Contato: (16) 3334 7070<br />
sincomercio@sincomercioararaquara.com.br<br />
www.sincomercioararaquara.com.br<br />
15|
O QUE VEM POR AÍ<br />
O que é política de compliance e<br />
para que serve?<br />
Em março o advogado Felipe Timpani de Souza e Silva,<br />
pós graduando em Compliance, aceitou o convite da<br />
nossa revista para explicar o que significa este termo que<br />
tardiamente chega ao Brasil.<br />
|16<br />
Mais do que um procedimento de<br />
adequação, o programa busca potencializar<br />
a efetividade, produtividade e<br />
confiança das empresas. A legislação<br />
impõe diversas responsabilidades<br />
às companhias e seus gestores. Em<br />
razão disso, procuramos explicações<br />
com o advogado Felipe Timpani de<br />
Souza e Silva que é pós graduando em<br />
Compliance pelo IBEMEC/SP, para que<br />
não paire dúvidas no empresariado a<br />
respeito de um assunto.<br />
O termo Compliance, de forma<br />
literal, tem origem no inglês to comply,<br />
que significa agir de acordo com<br />
a lei, segundo o advogado, é estar em<br />
conformidade com as regras internas,<br />
os procedimentos éticos e normativos<br />
vigentes.<br />
Contudo, Felipe ressalta que não<br />
podemos considerar a expressão<br />
compliance apenas em seu significado<br />
literal, pois a terminologia está<br />
muito além do simples cumprimento<br />
de regras formais. Seu alcance é<br />
mais amplo, e deve ser compreendido<br />
de forma sistêmica, como um<br />
instrumento de redução e controle dos<br />
riscos, preservação dos valores éticos<br />
e sustentabilidade corporativa, tendo<br />
como objetivo principal, a preservação<br />
da continuidade do negócio e também<br />
dos interesses dos stakholders.<br />
Segundo ele o compliance tem<br />
ganhado destaque no cenário mundial<br />
e, mais recentemente, também<br />
no Brasil, com o advento da lei<br />
12.846/2013 que foi regulamentada<br />
pelo decreto 8.420/2015, transformando<br />
o que seria uma tendência de<br />
imposição de regras ao meio empresarial,<br />
em uma nova realidade, exigindo<br />
práticas a um novo modelo de gestão.<br />
Esse plano então, veio tornar<br />
o ambiente empresarial cada vez<br />
mais alinhado ao mercado global,<br />
dentro de uma gestão ética<br />
e efetiva das necessidades de<br />
mercado, independentemente<br />
do segmento em que se atue.<br />
AGRONEGÓCIO<br />
O compliance officer salienta que<br />
dentro do Agronegócio, o programa<br />
vem ganhando seu espaço, e que<br />
em 2018 o Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento – MAPA,<br />
deu um grande passo, buscando<br />
valorizar a boa governança e a<br />
implementação do programa nas<br />
empresas, criando o Programa Agro +<br />
Integridade. “Tratando-se de uma reação<br />
do Ministério após o escândalo<br />
de consequências desastrosas para a<br />
economia e reputação do País, na operação<br />
deflagrada pela Polícia Federal<br />
em 2017 denominada “Carne Fraca”.<br />
Os principais requisitos para participar<br />
do Programa Agro + Integridades são:<br />
comprovar que a empresa adota o programa,<br />
que utiliza canais de denúncia,<br />
faz treinamentos para mudar a cultura<br />
organizacional e que atue com<br />
Felipe Timpani de Souza e Silva, pós<br />
graduando em Compliance<br />
responsabilidade social e ambiental.<br />
“Estamos ainda caminhando lentamente,<br />
em outubro de 2018, apenas<br />
onze empresas foram certificadas com<br />
o Selo Agro + Integridade pelo MAPA”-<br />
explica o advogado.<br />
Apesar da adoção do projeto estar<br />
em alta dentro das grandes empresas<br />
e agronegócio, Felipe afirma que “em<br />
um futuro muito próximo, as empresas<br />
que não adotarem uma conduta ética<br />
e transparente, principalmente (mas<br />
não somente) aquelas que possuem<br />
relação com o Poder Público, estarão<br />
praticamente fora do mercado. Após<br />
os inúmeros escândalos de corrupção<br />
no Brasil, fez com que a sociedade<br />
tivesse maior interesse em saber de<br />
onde vem os produtos, como é o relacionamento<br />
das empresas com seus<br />
funcionários e aos poucos essa nova<br />
cultura vai integrar-se naturalmente<br />
às rotinas industriais e promover uma<br />
transformação que impacta toda a<br />
sociedade, do empresário ao consumidor<br />
final”.
17|
Jader José de Oliveira,<br />
Alessandro Cesar de<br />
Souza Pena, Joel Aranha<br />
e Marcelo Figueiredo<br />
em nossa redação,<br />
juntos na organização<br />
da Associação Musical<br />
Maestro José Tescari<br />
Logomarca da Associação<br />
Musical Maestro José<br />
Tescari, criado pela WL<br />
Publicidade<br />
ENTRANDO PARA A HISTÓRIA<br />
Do sonho à realidade. Araraquara<br />
vê nascer uma Escola de Música<br />
A história na redação começa com a chegada de Marcelo Pereira de Córdis Figueiredo,<br />
presidente do Rotary Club de Araraquara Morada do Sol. Vem acompanhado do empresário<br />
Joel Aranha e do músico Jader José de Oliveira. Não demorou e chega Alessandro Cesar de<br />
Souza Pena com seu Sousafone (tuba) anunciando que a escola está criada.<br />
A Associação Musical Maestro<br />
José Tescari montada para dar vida<br />
a uma escola de música e com isso<br />
tirar das ruas crianças que queiram<br />
se tornar grandes músicos, já é realidade<br />
em Araraquara. Na presidência<br />
da associação está Marcelo Pereira<br />
de Córdis Figueiredo e na vice Joel<br />
Roberto Aranha, que trabalham<br />
incansavelmente para que tudo saia<br />
conforme manda a legislação.<br />
O staff que compõe o quadro da<br />
instituição é formado por voluntários,<br />
como professores e coordenadores.<br />
A ideia despertou também a solidariedade<br />
de muitas pessoas que<br />
já doaram 5 violões, 1 saxofone, 1<br />
piano, 1 violino, 2 teclados e alguns<br />
instrumentos de percussão. Existem<br />
também pessoas que são apegadas<br />
a seus instrumentos e estão empres-<br />
tando para a escola se utilizar e<br />
mantê-los. Um exemplo é o neto do<br />
maestro José Tescari, que emprestou<br />
o piano original do músico, que inclusive<br />
já está sendo reformado. Seu<br />
bisneto também emprestou um violino.<br />
“Sem contar que algumas lojas<br />
de produtos musicais também pretendem<br />
ajudar”, diz Joel. A escola já<br />
tem endereço definido - será na casa<br />
onde morou a família Tescari - Rua<br />
Carlos Gomes, 1116, entre avenidas<br />
XV de Novembro e Sete de Setembro,<br />
de propriedade do empresário Valter<br />
Merlos, um dos entusiastas do projeto<br />
e incentivador do movimento que<br />
monopoliza as atenções dos rotarys<br />
clubes em Araraquara. Na realidade,<br />
essa escola será a base preparatória<br />
para alunos que queiram cursar<br />
uma faculdade como Tatuí.<br />
Alessandro Cesar de Souza Pena<br />
que é músico e integrante da banda<br />
do Senai, que também participará<br />
como professor, traz o tom profissional,<br />
onde acredita que os alunos não<br />
devam aprender apenas de ouvido e<br />
sim de forma profissional, para caso<br />
queiram seguir carreira e cursar uma<br />
faculdade como Tatuí.<br />
Para dar um “up grade” vem<br />
também do Senai, Edson Penteado,<br />
renomado maestro, tendo ele a<br />
capacidade para reconhecer quais<br />
crianças, tenham um feeling apurado.<br />
A associação pretende fazer um<br />
trabalho de peneira nos bairros, e<br />
junto às escolas, trazendo de volta<br />
os bons tempos das bandas escolares,<br />
sem contar que a associação<br />
também terá a sua banda, e que<br />
|18
segundo a diretoria, será com certeza<br />
uma das melhores, para que<br />
nela se inspirem as crianças.<br />
O projeto contemplará a criança<br />
que tenha dificuldade financeira<br />
e vontade para estudar música: a<br />
idade mínima fica em torno de 7<br />
anos, pois tem que ser alfabetizada<br />
para que entenda as partituras.<br />
Boas notas escolares é um dos critérios<br />
exigidos. A associação contará<br />
também com reforço escolar, aulas<br />
de inglês e apoio psicológico.<br />
“Nós já tivemos a Banda Marcial<br />
Dragões de Araraquara, e vamos<br />
trabalhar juntamente com o Senai<br />
e o maestro Penteado para introduzirmos<br />
na cidade essa disciplina,<br />
quebrar o conceito de que se ouve<br />
uma música no rádio e sai tocando,<br />
isso quebra etapas e lá na frente<br />
poderá apresentar dificuldades ao<br />
músico, pois não é todo mundo que<br />
tem um ouvido absoluto”, afirma<br />
Alessandro.<br />
A intenção da associação também<br />
é fazer parceria com a fábrica<br />
de instrumentos musicais<br />
Yamaha, por meio do Rotary,<br />
que tem ajudado muito<br />
nesse projeto trazendo à<br />
tona a responsabilidade<br />
social.<br />
Para o presidente Marcelo<br />
Figueiredo, a ideia é<br />
dar condições a essas crianças,<br />
e sem nenhuma ligação<br />
com política, “queremos despertar<br />
nesses jovens a música, a cultura e<br />
deixar evidente que existem novos<br />
caminhos, dando outro prisma de<br />
vida e uma profissão”.<br />
O diretor executivo do Alfa-<br />
Quebec Projetos Sociais, Jader José<br />
de Oliveira, que será um dos responsáveis<br />
pelos projetos musicais<br />
da associação, diz que tudo começa<br />
com a música e aos poucos aparecem<br />
as necessidades das crianças,<br />
que devem ser atendidas pela entidade.<br />
“Tudo está sendo construído<br />
com seriedade para dar sustentabilidade<br />
a esse projeto que emociona<br />
a todos nós”.<br />
Na foto acima, a residência do Maestro José<br />
Tescari nos anos 50 adquirida agora pelo<br />
empresário Valter Merlos, que cede para ser<br />
a Escola de Música de Araraquara<br />
19|
ERA DIA DE FESTA<br />
Honra ao mérito para<br />
esta brava gente<br />
Alguém já disse que “só chega à primavera quem<br />
souber suportar o rigor do inverno”. A vida empresarial,<br />
principalmente dos pequenos, tem sido assim: de<br />
dificuldades e muitas lutas. Mas também de conquistas.<br />
Esta é uma das mais fortes<br />
razões de estarmos aqui,<br />
neste trabalho de interação<br />
e acima de tudo de união e<br />
fortalecimento da classe.<br />
Jamais sairemos do foco de<br />
reconhecer e homenagear os<br />
nossos associados.<br />
Ademir Ramos da Silva<br />
Diretor Regional do Ciesp<br />
Marcos Henrique Crisci (esposa Dulce),<br />
da Fábrica de Essências Crisci, há 70 anos<br />
associada do Ciesp, homenageada por<br />
Helton Ramos da Silva, Ademir Ramos da<br />
Silva e João Carlos Costa (Regional Ciesp)<br />
Em um histórico acontecimento<br />
realizado na Ópera Choperia para<br />
comemorar os 65 anos de instalação<br />
da Regional do Ciesp em Araraquara,<br />
o que não faltou foi uma enorme quantidade<br />
de boas recordações, serviços<br />
prestados e obras que perpetuam a<br />
saga empresarial.<br />
Foi também a noite em homenagens<br />
aos associados com mais de 10<br />
anos de Ciesp (Centro das Indústrias<br />
do Estado de São Paulo). Ademir<br />
Ramos prestou homenagens a grandes<br />
nomes da indústria da região,<br />
entre eles, Marcos Henrique Crisci,<br />
diretor presidente da Essências Crisci,<br />
empresa que há 70 anos é associada<br />
da entidade.<br />
Também foram homenageadas<br />
as empresas Citropack Indústria e<br />
Comércio de Embalagem (20 anos);<br />
Fundição BB (30 anos); JN Moura<br />
Informática (10 anos); Laminação<br />
Araraquara (10 anos); Pulit Indústria<br />
e Comércio (10 anos); Indústria de<br />
Pistões Rocatti (20 anos) e Siatec<br />
Indústria, Comércio e Exportadora<br />
de Máquinas (20 anos). Cada um dos<br />
representantes recebeu placas alusivas<br />
ao período de associação com a<br />
entidade.<br />
Fundição BB, de Monte Alto, empresa com<br />
mais de 30 anos de experiência no mercado<br />
de fundidos, representada por seu diretor<br />
José Antonio Barbizan e esposa Suely<br />
José Natal de Moura e o filho Felipe<br />
recebendo a homenagem do Ciesp. Há<br />
10 anos a Moura Informática faz parte do<br />
quadro associativo do Ciesp<br />
Homenagem à Siatec Indústria, Comércio<br />
e Exportadora de Máquinas (20 anos).<br />
A empresa foi representada por Jiovani<br />
Dadério e Veridiana Gehring<br />
A Citropack, que atua desde 1994 no setor<br />
de embalagens, foi representada por seus<br />
diretores Rose Mary Paganine e Paulo<br />
Henrique Edmundo, pelos seus 20 anos<br />
de associada<br />
Vinicius Ramos da Silva, da Laminação<br />
Araraquara, recebendo placa alusiva aos 10<br />
anos de associada do Ciesp<br />
Vilage Marcas e Patentes que tem<br />
participação ativa na vida empresarial da<br />
cidade, associada há 10 anos, recebeu a<br />
homenagem por seu diretor Luís Augusto<br />
Cirelli e pelo consultor Diego Lima<br />
|20
POLÍTICA<br />
Rafael de Angeli, os dois<br />
primeiros anos de mandato<br />
A 18 meses das eleições municipais, a Revista Comércio,<br />
Indústria e Agronegócio de forma democrática e<br />
consciente da sua responsabilidade, abre espaço para<br />
que os atuais vereadores prestem contas das suas<br />
atividades nestes dois anos de mandato.<br />
Vereador Paulo<br />
Landim, do PT<br />
Rafael de Angeli nasceu em<br />
Araraquara e com 38 anos, é um dos<br />
vereadores mais jovens que já passaram<br />
pela Câmara. É graduado em<br />
Publicidade e Propaganda, e além de<br />
publicitário, é empresário e músico,<br />
sendo produtor e vocalista da banda<br />
católica gospel “Canal da Graça”,<br />
que promove eventos beneficentes e<br />
de evangelização por todo o Brasil,<br />
colaborando com obras sociais e<br />
assistenciais por meio da música,<br />
além de cantar em missas nas<br />
Paróquias Nossa Senhora do Carmo<br />
e Sagrada Família, em nossa cidade.<br />
RENOVAÇÃO CRISTÃ<br />
Em 2016, foi eleito para o seu<br />
primeiro mandato com 1.177 votos.<br />
Sentiu-se chamado para a política,<br />
atendendo a um pedido do Papa<br />
Francisco para que os cristãos entrassem<br />
nela com espírito evangélico,<br />
assumindo papéis na sociedade para<br />
ajudar o próximo.<br />
VEREADOR PRA FRENTE<br />
Rafael tem como características o<br />
Luta contra os<br />
canudos de<br />
plástico<br />
gosto pela tecnologia e pela modernização,<br />
a defesa do meio ambiente e a<br />
valorização dos jovens na sociedade.<br />
Seu mandato reflete em seu estilo.<br />
Em sua campanha, em 2016, produziu<br />
e divulgou, em suas redes sociais,<br />
diversos vídeos onde abordava suas<br />
propostas, perspectivas para uma<br />
Araraquara melhor e mais justa, e<br />
convidava a população a discutir<br />
temas importantes para a cidade.<br />
Atualmente, em sua rotina administrativa<br />
na Câmara, é o único vereador<br />
que utiliza a tecnologia a favor do<br />
meio ambiente, pois evita montanhas<br />
de impressões de projetos, requerimentos<br />
e outros documentos, em<br />
sessões e no dia a dia, utilizando seu<br />
laptop, smartphone e tablet, integrados<br />
ao seu gabinete.<br />
PROJETOS E AÇÕES<br />
De Angeli é avesso aos números<br />
ou do famoso “toma-lá-da-cá”. Seu<br />
mandato é composto por eficiência<br />
e pela representatividade da população.<br />
Dentre seus principais projetos,<br />
citamos os mais importantes:<br />
- Abertura para UBER e 99 Táxi.<br />
Se hoje a empresa Uber está em<br />
Araraquara, foi pela luta que Rafael<br />
travou em 2017 e 2018 para trazer<br />
tecnologia, mais oportunidades de<br />
empregos, facilidade de locomoção<br />
barata, de qualidade e rápida para<br />
todos.<br />
- Obrigatoriedade do fornecimento<br />
de toucas em moto taxis.<br />
Lei Ordinária nº 9293, estabelecendo<br />
a obrigatoriedade de<br />
fornecimento de toucas pelos moto<br />
Rafael de Angeli, vereador pelo PSDB, diz<br />
que sentiu-se chamado para a política,<br />
atendendo a um pedido do Papa Francisco<br />
taxis no município.<br />
O vereador está com um Projeto de<br />
Lei para proibição dos canudos plásticos<br />
em Araraquara, que devem ser<br />
substituídos por canudos biodegradáveis<br />
(que custam apenas 1 centavo<br />
a mais que os comuns), ou canudos<br />
reutilizáveis de uso individual, como<br />
os de inox, alumínio e bambu. Tudo<br />
indica que o projeto será aprovado<br />
por unanimidade, na Câmara, e que<br />
essa seja uma nova realidade em<br />
Araraquara, já presente em diversas<br />
cidades e estados do País.<br />
CONTATOS<br />
Para conhecer mais sobre estes<br />
e outros projetos apresentados pelo<br />
vereador Rafael de Angeli e também<br />
as ações de todo o mandato, acesse<br />
www.facebook.com/rafaeldeangeli e<br />
também o Instagram @rafael.angeli.<br />
O parlamentar utiliza das redes<br />
sociais para prestar contas, quase<br />
que em tempo real, de seu mandato,<br />
para a população.<br />
Sala 13 da Câmara Municipal de<br />
Araraquara - Rua São Bento, 887<br />
WhatsApp: (16) 98122-4997<br />
Telefone: (16) 3301-0608<br />
E-mail: rafael@camara-arq.sp.gov.br<br />
Link para envio de demandas ao<br />
gabinete: www.bit.ly/NovaDemanda<br />
21|
ARTIGO<br />
Ubiratan Reis<br />
Law and Economics – Neutralidade tributária<br />
Dentro de um regime de concorrência perfeita,<br />
a tributação não deve ser um fator que interfira<br />
artificialmente no mercado, cabendo ao Estado tratar<br />
todos aqueles que estejam em situação equivalente da<br />
mesma forma.<br />
O tributo deve neutro no sentido de garantir a todos os<br />
concorrentes de um determinado segmento econômico<br />
uma igualdade de tratamento tributário.<br />
É preciso ter em mente que embora todo tributo seja<br />
fonte de arrecadação (função arrecadadora), nem toda<br />
instituição tem o objetivo de auferir renda ao Estado, a<br />
esta vertente do tributo se denominou extrafiscalidade<br />
(função indutora). Há, assim, tributos que por sua<br />
natureza são classificados como extrafiscais, podendo<br />
ser alterados diretamente pelo Poder Executivo quando<br />
entender da necessidade de interferir no mercado.<br />
Os tributos extrafiscais que merecem aqui nossa<br />
atenção são o Imposto de Importação (II), o Imposto de<br />
Exportação (IE), o Imposto sobre Produtos Industrializados<br />
(IPI), o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e<br />
Contribuição Intervenção no Domínio Econômico CIDE.<br />
A tributação não deve beneficiar ou prejudicar a<br />
competividade sadia, seja no mercado interno, seja no<br />
externo. Em matéria online publicada no último dia 21<br />
de fevereiro de <strong>2019</strong>, abordou-se a visão da FEPLANA<br />
– Federação dos Plantadores de Cana do Brasil que<br />
ensejou a apresentação de documento perante o Governo<br />
Federal acerca do receio da tributação incidente sobre a<br />
atividade sucroalcooleira frente ao mercado internacional.<br />
A carga tributária brasileira apresenta-se como um<br />
grande desafio à atividade econômica, sendo que, de<br />
longa data, têm-se por necessária uma reforma tributária,<br />
que abarcaria desde a competência de cada Ente<br />
federativo até a repartição das receitas provenientes<br />
da arrecadação. As obrigações acessórias tendem,<br />
inexoravelmente, agravar este elevado custo que tanto<br />
prejudica o crescimento e o desenvolvimento da indústria<br />
e do comércio.<br />
Tanto o excesso de tributação quanto a desoneração<br />
merecem estudos aprofundados para permitir que<br />
o sucesso ou fracasso de uma empresa ou um<br />
empreendedor decorra de sua eficiência e habilidade<br />
de ganhar mercado, não da intervenção inoportuna do<br />
Estado.<br />
Isto não significa que o Estado não deva agir, ao<br />
contrário, sua presença é necessária quando se verifica<br />
desequilíbrio concorrencial.<br />
Importante observar que eventuais desequilíbrios<br />
da concorrência podem ser tutelados por critérios<br />
especiais de tributação, cabendo a Lei Complementar<br />
instituí-los, sem prejuízo da competência da União<br />
para adotar medidas com mesmo objetivo (art. 146-A,<br />
CF/88). A Constituição Federal prevê a legitimidade do<br />
uso de tributo para efeitos extrafiscais, outorgando a<br />
possibilidade, por exemplo, de alteração de alíquota sem<br />
que isto importe em violação ao direito do contribuinte e/<br />
ou ofensa a qualquer um dos princípios norteadores do<br />
sistema tributário.<br />
O uso extrafiscal do tributo é encontrado no ordenamento<br />
estrangeiro. Verifica-se a existência de tributos incidentes<br />
sobre o lucro excessivo ou não esperado, chamados<br />
windfallprofit taxes. Nítida, portanto, a viabilidade do uso<br />
do tributo para regular determinada atividade econômica,<br />
em evidente caráter extrafiscal.<br />
Nas excepcionais hipóteses de atuação direta do<br />
Estado, bem como no caso das empresas públicas e das<br />
sociedades de economia mista, não poder-se-á conceder<br />
ou gozar de qualquer privilégio fiscal ou tratamento<br />
diferenciado não extensivos ao setor privado.<br />
A tributação deve ser neutra no sentido de tratamento<br />
isonômico a todos os que estão em situação idêntica,<br />
vedada eventual diferenciação desarrazoada ou<br />
infundada.<br />
O Estado deve intervir somente quando sua presença se<br />
fizer necessária, prestigiando a concorrência leal entre os<br />
players.<br />
|22
SOLIDARI<strong>ED</strong>ADE EM BRASÍLIA<br />
O trabalho voluntário de<br />
Paulinho Affonso Filho<br />
Importante ferramenta utilizada para o desenvolvimento da<br />
pessoa com deficiência é o Judô Precoce, da Associação<br />
Sociocultural Koinonia, em Brasília, trabalho social de um<br />
araraquarense hoje radicado no Disitrito Federal.<br />
O araraquarense Paulo Rodrigues<br />
Affonso Filho, de 34 anos, carinhosamente<br />
tratado por amigos e familiares<br />
por Paulinho, vive hoje em Brasília.<br />
Ele sempre teve fortes inclinações<br />
para o esporte e isso o levou a se formar<br />
no curso Superior de Tecnologia<br />
em gestão desportiva e lazer, no<br />
Distrito Federal.<br />
Desse interesse nasceu a coordenadoria<br />
de várias atividades, antes<br />
mesmo de se formar, como as atividades<br />
ligadas ao Basquete no Clube<br />
da Vizinhança, localizado na asa sul<br />
de Brasília.<br />
Dentro de todo este processo<br />
de aperfeiçoamento e capacitação,<br />
ele participou de seminários, cam-<br />
Paulinho Affonso<br />
Filho, Quelma e<br />
Salomão no evento<br />
“Ninguém fica para<br />
trás” “, organizado<br />
por Romário em<br />
Brasília e que reflete<br />
sobre a necessidade<br />
de inclusão<br />
peonatos, curso como mesário da<br />
Federação de Basquete de Brasília<br />
(FBDF), além de integrar equipes que<br />
praticam natação e musculação.<br />
Membro atuante na Igreja Batista<br />
Koinonia, Paulinho assumiu várias<br />
funções no Ministério Infantil da entidade,<br />
promovendo<br />
viagens missionárias<br />
e eventos comunitários.<br />
Neste contexto<br />
então, engajou-se<br />
Paulinho ao lado do<br />
ex-jogador Romário<br />
e de participantes<br />
do movimento<br />
que é realizado<br />
tradicionalmente<br />
em Brasília<br />
no projeto de inclusão de crianças<br />
especiais, através da prática do Judô,<br />
auxiliando o professor André Pereira,<br />
na Associação Sócio Cultural (ASK).<br />
Um dos eventos marcantes para<br />
Paulinho e que o faz continuar a lutar<br />
por seus projetos e causas sociais<br />
levando o esporte como referência, foi<br />
estar junto ao ex-jogador e Senador,<br />
Romário Faria em um evento no<br />
Senado “Ninguém fica para trás”.<br />
Segundo Paulinho Affonso, um<br />
projeto que já completou sua oitava<br />
edição em março de <strong>2019</strong>, foi promovido<br />
por Romário para comemorar<br />
o Dia Internacional da Síndrome de<br />
Down. Na ocasião uma das palestrantes<br />
foi Lianne Collares, diretora de<br />
Relações Públicas das Associações<br />
de Síndrome de Down. Ela enfatizou:<br />
“Não coloque limites nos seus<br />
sonhos, coloque fé”.<br />
E com fé, segue Paulinho certo de<br />
que seu trabalho voluntário junto a<br />
crianças no projeto “Judô Precoce”,<br />
poderá certificar-lhe excelência, mas<br />
sua disposição em ajudá-los em todas<br />
as áreas, já lhe confere tal comenda<br />
na busca de cada sonho e propósito<br />
que nasçam em seu coração.<br />
Vários são os depoimentos de<br />
amigos que seguem com ele na<br />
mesma causa e afirmam que seu<br />
trabalho junto à entidade é de suma<br />
importância, que trata a todos com<br />
carinho e atenção, que pensa mais<br />
no próximo, que em si na maioria das<br />
vezes. Com seu jeito alegre e brincalhão<br />
e coração enorme, conquistou a<br />
todos, onde até mesmo nos pequenos<br />
detalhes demonstra carinho e<br />
afeto, “uma pessoa rara”, são unânimes<br />
os amigos em dizer.<br />
23|
DE VOLTA AO PASSADO<br />
Casar é bom? Eles que o digam,<br />
pois comemoram 60 anos juntos<br />
Em tempos de modernidade líquida, onde o amor eterno evapora a qualquer momento,<br />
percebemos ainda a resistência, onde nada abala relações recíprocas de que atravessam o<br />
tempo criado por Deolinda e Argemiro de Freitas<br />
Deolinda e Argemiro, eternamente apaixonados em uma foto tirada em março deste ano<br />
Completando bodas de diamante<br />
- Deolinda e Argemiro - é um casal<br />
que construiu através dos anos um<br />
relacionamento sólido, pautado no<br />
amor e muito trabalho.<br />
A primeira vez que se viram,<br />
Argemiro de Freitas, hoje com 84<br />
anos, estava parado em frente ao<br />
antigo Teatro Municipal, que na época<br />
estava localizado onde hoje funciona<br />
a Prefeitura Municipal. Estava ele no<br />
famoso footing que acontecia no centro<br />
da cidade, onde as belas moças<br />
passavam para escolher um futuro<br />
pretendente.<br />
Eis então, que surge em meio às<br />
meninas, ela, a escolhida, Deolinda<br />
Perruci de Freitas, hoje com 79 anos,<br />
que ainda guarda um olhar apaixonado<br />
por Argemiro, algo que segundo<br />
ela, traz consigo desde 1957 quando<br />
colocou os olhos nele e pensou, é ele.<br />
Namoraram então por um ano e<br />
meio e casaram-se dia 4 de abril de<br />
1959, na igreja do Colégio Progresso,<br />
embora a noiva quisesse se casar na<br />
Matriz; mas na data, a igreja estava<br />
fechada para mais uma de suas intermináveis<br />
reformas.<br />
O tempo passou e junto ao amor<br />
que construíram vieram os filhos –<br />
Marinês, Antonio Carlos, as gêmeas<br />
Denise e Daniele e o caçula Argemiro<br />
Junior. O casal já tem sete netos e<br />
dois bisnetos.<br />
Para manter os filhos e a casa,<br />
Deolinda foi por muito anos costureira<br />
da Camisaria Nino e Argemiro um dos<br />
mais antigos e conceituados garçons<br />
da cidade, trabalhando por muitos<br />
anos no antigo Hotel São Bento, proximidades<br />
da Estação Ferroviária. Certo<br />
dia foi convidado para ser motorista<br />
do então eleito prefeito Clodoaldo<br />
Medina. Assim seguiu até se aposentar<br />
na Prefeitura Municipal de<br />
Araraquara.<br />
Após a aposentadoria, o casal<br />
que já fazia várias festas pela cidade,<br />
resolveu então montar um Buffet.<br />
Exímio churrasqueiro, Argemiro e<br />
Deolinda prepararam grandes banquetes<br />
para muitos políticos da<br />
cidade e região, casamentos, aniversários,<br />
batizados entre outras festas.<br />
Fizeram de seu Buffet um dos mais<br />
conceituados. O filho mais novo do<br />
casal, Argemiro Júnior, era quem cuidava<br />
para que tudo saísse na mais<br />
perfeita ordem.<br />
Na década de 70 foi criada em<br />
nossa cidade pelo 15º Quarteirão de<br />
Amigos, no salão do Asilo, a Festa da<br />
Sardinha que tornou-se um evento<br />
tradicional para homenagear a colônia<br />
portuguesa. Argemiro e Deolinda<br />
serviram cerca de 800 pessoas<br />
naquele encontro da sociedade local.<br />
Hoje após três anos da morte<br />
de Júnior, o casal ainda faz festas<br />
que servem até 500 pessoas, mas<br />
segundo Deolinda, ficou um vazio<br />
imenso, tanto na vida familiar como<br />
na profissional. Mas muitas festas<br />
ficaram para trás. Diminuíram o<br />
ritmo, porém o casal atende ainda<br />
filhos e netos daqueles que outrora<br />
fizeram grandes banquetes.<br />
Falante a alegre, sempre radiante,<br />
Deolinda conta que durante esses 60<br />
anos de casamento, houve alguns<br />
“arranca rabos”, mas nada que a<br />
paciência e a parcimônia não pudes-<br />
|24
sem resolver. Em 2017 ela teve um<br />
problema no coração, sendo necessária<br />
a colocação de um marca-passo.<br />
Confessa que o marido, novamente<br />
deu provas do amor que os une, cuidando<br />
dela como se cuida de alguém<br />
que deseja eternamente por perto.<br />
A fórmula da felicidade e do casamento<br />
duradouro para eles, é levar<br />
a vida sempre trabalhando, sem<br />
tempo para pormenores, “pensamos<br />
assim, se pararmos, o coração para<br />
também”.<br />
No dia 7 de abril será realizada<br />
missa em comemoração aos 60 anos<br />
do casal na Igreja Nossa Senhora<br />
das Graças, dando assim um tom de<br />
confirmação da alegria dessa união.<br />
O casamento não é uma aventura<br />
nem um “tiro no escuro” como dizem<br />
alguns; é sim, um projeto sério de vida<br />
a dois, onde cada um está comprometido<br />
em fazer o outro crescer, isto<br />
é, ser melhor a cada dia. Estruturar<br />
uma família em um tempo onde tudo<br />
pode ser passageiro, não é nada fácil,<br />
O casamento realizado 60 anos atrás na Capela do Colégio Progresso porque a Igreja<br />
Matriz estava em reforma<br />
mas com amor, sabedoria, cortesia,<br />
gentileza, atenção e principalmente<br />
respeito, a vida seguirá seu fluxo a<br />
caminho da felicidade. E que os anos<br />
dourados da juventude continuem a<br />
brilhar para Argemiro e a bela escolhida<br />
do footing da Esplanada das<br />
Rosas, Deolinda.<br />
25|
DIA DE SÃO JOSÉ<br />
No caminho<br />
da Fé, sempre<br />
Em março uma das mais<br />
tradicionais igrejas da<br />
cidade comemorou o dia<br />
do seu padroeiro.<br />
Padre José Alfeu com Adilson Custódio e<br />
demais colaboradores da igreja<br />
Missas em horários pré-estabelecidos,<br />
visitas e orações durante todo<br />
o dia, além da quermesse que normalmente<br />
mobiliza a população do<br />
bairro, formaram a programação em<br />
comemoração ao Dia de São José,<br />
em 19 de março. Milhares de fiéis<br />
acompanharam as homenagens ao<br />
santo.<br />
Adilson Custódio, um dos coordenadores<br />
das comemorações, conta<br />
que “o bairro tem uma grande admiração<br />
por São José e que anualmente<br />
a festa em homenagem a ele reúne<br />
milhares de pessoas”. Não é apenas<br />
por uma questão de respeito, mas<br />
acima de tudo pela devoção religiosa,<br />
disse.<br />
Para o padre José Alfeu Pereira,<br />
o evento tem outro significado: da<br />
alegria em participar pela primeira<br />
vez do movimento na cidade, já<br />
que é recém chegado à paróquia.<br />
O sacerdote chegou em fevereiro e<br />
muito embora seja um tempo curto<br />
de convivência, já conquistou a simpatia<br />
dos fiéis do bairro.<br />
Que São José nos proteja sempre<br />
e nos livre das perseguições.<br />
FATOS & FOTOS<br />
DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
UM CONGRESSO QUE SE<br />
PERDE NA ESCURIDÃO<br />
Divulgação nas redes sociais de que o tal<br />
Congresso Internacional de Democracia<br />
Participativa esteve mais para um<br />
encontro de sociólogos e militantes do<br />
Partido dos Trabalhadores, que evento<br />
capaz de ser creditado como obra da<br />
economia para nos dar um futuro com<br />
mais segurança, causou repercussão<br />
negativa ao município.<br />
É verdade que a importância do evento<br />
estava no objetivo - participação<br />
popular e economia solidária -, não<br />
nos preocupando se alí se encontravam<br />
palestrantes do MST, Frente Lula Por<br />
Moradia, Central Única das Favelas,<br />
como chegou a ser divulgado nas redes.<br />
Também não nos interessa se alguém<br />
puxou o coro Lula Livre e outros tenham<br />
se manifestado contra a Lava Jato. A<br />
democracia é pródiga em ser utilizada<br />
para os mais variados fins, inclusive<br />
- se fosse o caso - de se ter no evento<br />
Desdobramento da<br />
Prefeitura para conter<br />
epidemia de dengue<br />
em Araraquara é<br />
louvável. Observa-se<br />
que todos os setores<br />
estão empenhados<br />
em cumprir seus<br />
deveres, porém,<br />
fica o alerta para<br />
os próximos anos<br />
e a importância<br />
de programas<br />
preventivos para que<br />
a cidade não fique<br />
exposta a este triste<br />
papel, que por sinal<br />
nunca havia entrado<br />
para a nossa história.<br />
Enfim...<br />
O cansaço tem<br />
atingido grande<br />
parte dos vereadores<br />
que uma vez por<br />
semana participam<br />
das sessões de terça<br />
na Câmara. Como<br />
não houve consenso<br />
em começar as<br />
sessões para 16<br />
horas, uma solução<br />
encontrada foi<br />
retirar a discussão<br />
dos requerimentos,<br />
o que também<br />
evita do Executivo<br />
ficar exposto a<br />
indagações e<br />
questionamentos<br />
inoportunos.<br />
Carta pela Democracia foi apresentada pelo<br />
prefeito Edinho Silva (PT)<br />
vereadores dos mais variados partidos se<br />
submetendo aos caprichos de ideologia<br />
que talvez os tenha convencido a seguir<br />
em busca de um mundo melhor. E ali<br />
estava a receita.<br />
É preciso entender, ainda que pairem<br />
dúvidas, o poder de transformação do<br />
mundo e mesmo que sejam destinados<br />
recursos públicos para um evento desta<br />
natureza há que se compreender que<br />
temos a liberdade como garantia a<br />
praticar tais atos. Pena que estamos<br />
cada vez mais nos afastando do uso da<br />
miserabilidade das pessoas e utilizando<br />
a ideologia para seguir na vida.<br />
SUBINDO DESCENDO Ida gloriosa<br />
A vereadora Thainara<br />
Faria com o pretexto de<br />
participar de dois eventos<br />
internacionais Change the<br />
World Model United Nations<br />
e National Model United<br />
Nations, na ONU, saiu de<br />
licença sem remuneração<br />
e o direito do suplente<br />
assumir seu lugar. Segundo<br />
a vereadora, irá para a<br />
ONU com recursos próprios<br />
e lá apresentará resoluções<br />
acerca da economia<br />
criativa e solidária, como<br />
meio de desenvolvimento<br />
sustentável e combate à<br />
pobreza, ressaltou ela antes<br />
de afivelar as malas. Só por<br />
Deus e um balaio de gatos.<br />
Uber, é hora de acertar a vida com a Prefeitura<br />
Até 30 de abril, motoristas de transporte Nilson<br />
individual remunerado por aplicativos<br />
Carneiro<br />
devem acertar sua condição de prestador<br />
de serviço em Araraquara (Uber). O<br />
trabalho é feito pela Mobilidade Urbana<br />
dirigida por Nilson Carneiro e pela<br />
Secretaria de Desenvolvimento Econômico.<br />
|26
FRASE<br />
José Luiz<br />
“Juntamente com os demais vereadores,<br />
nos reuniremos com a Comissão dos<br />
Direitos do Consumidor da OAB para uma<br />
discussão mais ampla para cobrarmos<br />
uma resposta mais efetiva da CPFL e para<br />
que os investimentos apresentados por ela<br />
mudem a situação o mais breve possível.”<br />
Comentário do vereador Zé Luiz, durante<br />
audiência pública sobre apagões e<br />
picos de energia elétrica em Araraquara.<br />
Do evento participou o gerente de<br />
Operações de Campo da Companhia,<br />
André Luis Marques de Souza, que falou<br />
dos investimentos da empresa. Mas na<br />
verdade, a população quer saber a<br />
razão de tantas quedas e prejuízos à<br />
comunidade, além da qualidade dos<br />
serviços da CPFL - cada vez pior<br />
em nossa cidade.<br />
Só Deus sabe...<br />
Vereador<br />
Rafael de<br />
Angeli<br />
Gerson da Farmácia visitando o CER<br />
O vereador Rafael de Angeli (PSDB)<br />
está querendo saber da Prefeitura<br />
qual o verdadeiro destino do campo<br />
do Estrela, que em maio de 2018<br />
ganhou uma reforma na Plenária do<br />
Idoso do Orçamento Participativo, e,<br />
em julho, teve a venda aprovada pelo<br />
Legislativo, por 11 votos favoráveis a<br />
6, a pedido da Prefeitura. Se o imóvel<br />
não pertence mais à Prefeitura, é fato<br />
que os idosos perderam tempo.<br />
Fernando Rocha<br />
Fernando Rocha que tornou-se<br />
uma lenda entre os professores<br />
de Educação Física na cidade, foi<br />
sepultado em março. Durante muitos<br />
anos deu aulas da antiga “ginástica”<br />
como era tratada a educação física.<br />
Professor do mais alto nível, contribuiu<br />
com a formação de muitos jovens que<br />
passaram pela Industrial. Siga em paz.<br />
27|
Elza recebendo o título de<br />
“Cidadã Araraquarense”<br />
ao lado dos filhos<br />
Elizabete e Willian Karam<br />
HOMENAGEM<br />
Elza Karam, símbolo maior<br />
da gastronomia regional<br />
Na maioria das vezes “o trem parte levando gente que não<br />
quer partir”. É o caso de Elza Karam, que implantou os<br />
conceitos de uma gastronomia diferenciada em meio ao<br />
caminhar de uma cidade emergente nos anos 60.<br />
Podemos dizer que a história de<br />
um dos buffets mais badalados do<br />
interior começou na Avenida Prudente<br />
de Morais, entre ruas São Bento e<br />
Padre Duarte, no final dos anos 60,<br />
começo dos anos 70. No início era<br />
apenas o casal Elza e Jesuíno Karam.<br />
Eles moravam na Avenida Prudente<br />
de Morais; bem em frente, estavam<br />
os fundos da antiga Escola Industrial.<br />
Aposentado na época, Jesuíno e<br />
a esposa passaram a fazer alguns<br />
pratos e tornaram-se pioneiros no<br />
sistema delivery, principalmente aos<br />
domingos. Elza a chefe e Jesuíno que,<br />
quando não saía para a entrega dos<br />
pedidos feitos durante a semana,<br />
ficava a espera dos clientes na área<br />
da casa.<br />
“Canelonni” e “capeletti” produzidos<br />
por Elza Karam, paulistana<br />
descendente de calabreses italianos,<br />
conquistavam o exigente paladar dos<br />
amigos, vizinhos e parentes de sua<br />
querida Araraquara. Era a prova de<br />
que suas mãos dedicadas e repletas<br />
de predicados construiriam um dos<br />
maiores e mais respeitáveis buffets<br />
do interior paulista.<br />
Em 1972, eles estavam fortalecidos<br />
no mercado de rotisserie; à<br />
distância os filhos Elizabete e Willian<br />
acompanhavam o trabalho dos pais<br />
num período em que se dedicavam<br />
aos estudos. Elza e Jesuíno tornaram-se<br />
um exemplo como marido e<br />
esposa, chefes de uma família que<br />
prezava o respeito e o carinho pela<br />
cidade que experimentava as delícias<br />
proporcionadas pelas habilidades de<br />
Elza.<br />
A partida de Jesuíno não apenas<br />
entristeceu Elza, como deixou um<br />
enorme vazio no imenso círculo de<br />
amizades que o casal possuía. A esta<br />
altura, o Buffet Elza Karam já estava<br />
consolidado.<br />
Os clientes e a fama de excelente<br />
Acima outra raridade fotográfica que<br />
lembrará sempre a importância do Buffet<br />
Elza Karam na atualidade com Juliano<br />
Karam que assumiu anos atrás,<br />
a tradição deixada pela avó<br />
cozinheira cresciam continuamente,<br />
até que uma recepção oferecida a<br />
influentes políticos e grandes empresários<br />
marcou definitivamente o nome<br />
de Elza Karam como uma grande chef<br />
de cozinha e especialista na arte de<br />
servir. Após intensivos cursos de culinária<br />
e aprimoramento dos garçons,<br />
o que até hoje é praticado constantemente<br />
por seus funcionários, em<br />
1974 era constituída a empresa<br />
Buffet Karam.<br />
Elza foi velada em uma das salas<br />
do Memorial Fonteri e o seu sepultamento<br />
deu-se no dia 20, parte da<br />
manhã, no Cemitério São Bento.<br />
Ao centro nesta histórica foto que<br />
mostra o início do Buffet de Elza<br />
Karam, Jesuíno, marido de Elza e<br />
pessoa extremamente querida em<br />
nossa cidade<br />
|28
29|
HOMENAGEM<br />
Carlos Salmazzo,<br />
presidente da Ferrinha,<br />
homenageando Dudu<br />
De volta à Fonte, Dudu.<br />
O Senhor do Futebol<br />
Uma lenda do futebol brasileiro, Olegário Toloi de<br />
Oliveira é homenageado no dia de Ferroviária x<br />
Palmeiras, na Arena da Fonte<br />
19 de julho de 1959. Pela primeira<br />
vez está em campo contra o Palmeiras,<br />
Olegário Toloi de Oliveira, o<br />
Dudu (7 de novembro de 1939), que<br />
transformou-se anos mais tarde num<br />
dos lendários atletas do Parque Antártica.<br />
Foi na Ferroviária que ele se<br />
destacou em 1959 até ser levado em<br />
1964 para o Palmeiras, sendo considerado<br />
um dos maiores jogadores<br />
da história do clube. Com participação<br />
decisiva nas disputas na época<br />
da chamada Academia de Futebol,<br />
Dudu conquistou nove títulos oficiais<br />
com a equipe.<br />
Um dos símbolos do time do Palmeiras<br />
nos anos 60, Dudu e Ademir<br />
da Guia fizeram um dueto quase perfeito<br />
desde o momento em que o menino<br />
do interior chegou a São Paulo,<br />
em 1964. É dito que, parte do apelido<br />
de Divino, ganho por Ademir, foi<br />
graças ao futebol simples e eficiente<br />
de Dudu, que funcionaria como um<br />
“carregador de piano”.<br />
Como treinador, passou pelo Palmeiras,<br />
onde foi campeão paulista<br />
em 1976, o Sãocarlense, entre outros.<br />
No América Football Club (RJ), foi<br />
campeão do Torneio dos Campeões<br />
em 1982. É tio do ex-jogador e atualmente<br />
treinador, Dorival Júnior.<br />
O REENCONTRO<br />
Em fevereiro (17), 60 anos depois,<br />
já aposentado no futebol, Dudu estava<br />
de volta à Fonte Luminosa para<br />
ver Ferroviária 0 x Palmeiras 0 em<br />
novos tempos. Desta feita para ser<br />
homenageado e reencontrar companheiros<br />
como Nei, Sérgio Bergantin e<br />
Pio com quem teve a felicidade de jogar<br />
no Palmeiras, todos eles também<br />
saídos da Ferroviária. O encontro foi<br />
coordenado pelo publicitário Humberto<br />
Perez, da HP Publicidade, começando<br />
com um almoço na Cantina La<br />
Mia Napoli, de Francesco Castiello.<br />
Um momento para matar saudades.<br />
Após o almoço, o pessoal foi assistir ao<br />
jogo na Tribuna da Ferroviária<br />
Antes do jogo na Fonte<br />
(esquerda), Nei, Dudu,<br />
Francesco, Giuseppe<br />
Morvillo, Pio, Sérgio<br />
Bergantin e Humberto Perez<br />
se encontraram na Cantina<br />
La Mia Napoli<br />
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31|
|32
INFORMATIVO<br />
AGRO<br />
N E G Ó C I O S<br />
Edição: Abril/<strong>2019</strong><br />
A VISITA DE TIRSO MEIRELLES<br />
Queremos uma cultura empreendedora<br />
consolidada, diz o presidente do Sebrae<br />
Tirso de Salles Meirelles,<br />
após ser empossado em<br />
janeiro, inicia uma série de<br />
visitas pelo interior de São<br />
Paulo para criar seu plano<br />
de trabalho.<br />
Luís Henrique Scabello de Oliveira (Canasol) e Nicolau de Souza Freitas (Sindicato Rural)<br />
conversam com Tirso Meirelles no Sebrae Araraquara<br />
Luiz Andia Filho,<br />
Marcelo Xavier<br />
Benedette, Luís<br />
Henrique Scabello<br />
de Oliveira,<br />
Fernando Sanches,<br />
Nicolau de Souza<br />
Freitas e Tirso<br />
Meirelles<br />
O Sindicato Rural, a Canasol e o<br />
Sebrae Araraquara receberam em<br />
março, o presidente do Conselho do<br />
Sebrae SP, Tirso de Salles Meirelles,<br />
que é também vice-presidente da<br />
Federação da Agricultura do Estado<br />
de São Paulo. Ao recepcionar<br />
Meirelles estavam os presidentes<br />
Nicolau de Souza Freitas (Sindicato<br />
Rural) e Luís Henrique Scabello de<br />
Oliveira (Canasol), além do gerente<br />
regional do Sebrae, Fernando<br />
Sanches. Presente ainda o diretor<br />
do Sindicato Rural, Marcelo Xavier<br />
Benedette. Empossado em janeiro,<br />
Meirelles substitui a Paulo Skaf.<br />
Segundo ele, a visita além de<br />
deixá-lo feliz, representa uma proximidade<br />
com o interior: “Comecei a rodar<br />
o interior, visitar os sindicatos rurais<br />
e os escritórios regionais do Sebrae.<br />
Hoje temos um espírito empreendedor<br />
muito forte desde o setor agrícola<br />
até o comércio e a indústria”.<br />
O Sebrae hoje está em 250 pontos<br />
no Estado de São Paulo, chamados<br />
de Sebrae Aqui, ocupando cidades<br />
com mais de 20 mil habitantes. Tirso<br />
conta que tem procurado estabelecer<br />
parceria com as prefeituras,<br />
ficando com elas a responsabilidade<br />
em destinar um local e ao Sebrae o<br />
compromisso de criar a comunicação,<br />
organizar mobiliário e estruturar<br />
ambientes para serviços de capacitação.<br />
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE<br />
33|
Tirso Meirelles durante<br />
sua visita a nossa<br />
cidade<br />
Natália Machado, Renata Costa, Aurélio Guimarães, Fernando Sanches, Patrícia Viana, Tirso<br />
Salles Meirelles, Matheus Silva, Luiz Andia Filho, Nicolau de Souza Freitas, Marcelo Xavier<br />
Benedette e Luís Henrique Scabello de Oliveira<br />
PRESIDÊNCIA DA FAESP<br />
“É importante termos em cada<br />
lugar parcerias com sindicatos,<br />
associações, entidades ligadas ao<br />
comércio, indústria e setor agrícola.<br />
Nestes locais vamos preparar<br />
pessoas que por sua vez, orientarão<br />
os interessados em possuir seu próprio<br />
negócio ou então aprimorar o<br />
conhecimento daqueles que querem<br />
manter sua atividade em funcionamento”,<br />
comentou Tirso Meirelles em<br />
sua passagem por nossa cidade.<br />
Com 33 escritórios regionais como<br />
este em Araraquara, o Sebrae conta<br />
com excelente corpo técnico formado<br />
por 1.100 funcionários, uma equipe<br />
de inteligência considerada pelo seu<br />
presidente como muito forte, destinada<br />
a agregar valores. “Queremos<br />
elevar o ambiente empreendedor<br />
e para tanto estamos incentivando<br />
o programa Jovem Empreendedor<br />
Primeiros Passos (JEPP). Disseminar<br />
a cultura empreendedora e orientar<br />
para o plano de negócios, de maneira<br />
a estimular os comportamentos<br />
empreendedores entre crianças e<br />
adolescentes, incentivando-os à<br />
prática do empreendedorismo e o<br />
protagonismo juvenil. Na verdade<br />
não estamos preparando a criança<br />
para ser um trabalhador, mas sim um<br />
empresário”, comentou.<br />
O dirigente lembrou ainda que<br />
o compromisso do Sebrae é continuar<br />
fazendo com que os pequenos<br />
negócios paulistas – do agronegócio,<br />
comércio, indústria e serviços<br />
– sejam lucrativos e competitivos<br />
e que a cultura empreendedora se<br />
consolide plenamente. “Vamos unir<br />
conhecimento, experiência e recursos<br />
– nossos e de parceiros – no<br />
aprimoramento e na integração de<br />
todos os elos das cadeias produtivas,<br />
consolidando, assim, o processo<br />
de crescimento sustentável desses<br />
empreendimentos e promovendo o<br />
desenvolvimento regional, do Estado<br />
de São Paulo e do Brasil”, afirmou<br />
Tirso Meirelles.<br />
Sobre a indicação do seu nome<br />
para concorrer às eleições da FAESP,<br />
onde atualmente é vice-presidente do<br />
pai Fábio Meirelles, Tirso salientou<br />
que ainda é muito cedo para se fazer<br />
qualquer tipo de previsão, mesmo<br />
porque “o nosso presidente encontrase<br />
em pleno vigor da sua gestão na<br />
entidade e a nossa aposta é para que<br />
continue exercendo o cargo”, comentou.<br />
De fato, Fábio Meirelles envolvido<br />
na vida pública há muitos anos, tem<br />
demonstrado além da capacidade<br />
de gestão, uma facilidade no trato<br />
com os produtores e principalmente<br />
facilidade em ter acesso aos corredores<br />
da atividade agrícola. Para Tirso,<br />
não há como negar o sucesso deste<br />
desempenho de Fábio Meirelles.<br />
|34
CONTROLE BIOLÓGICO DA CANA<br />
Sindicato Rural faz palestra sobre pragas<br />
e doenças com apoio da Coplacana<br />
Parceria permite ao Grupo Vittia apresentar produtos<br />
biológicos que combatem as pragas e as doenças dos<br />
canaviais em uma das maiores áreas de plantio no Estado.<br />
Reginaldo, Giovane, Marcelo, Reginaldo, João Henrique, Nicolau, Ricardo, Bruno, Raphael,<br />
Luiz, Ruan e Tiago - representantes do Sindicato Rural, Coplacana e Grupo Vittia<br />
Por mais de duas horas no auditório<br />
do Sindicato Rural, os produtores<br />
rurais acompanharam palestra organizada<br />
pela entidade, em parceria<br />
com a Coplacana e o Grupo Vittia,<br />
que apresenta importante atuação<br />
no mercado de controle biológico<br />
de doenças agrícolas. E segundo<br />
Marcelo Xavier Benedette, diretor do<br />
João Henrique<br />
de Souza Freitas,<br />
coordenador regional<br />
do Senar<br />
sindicato, foi este o tema do encontro<br />
no mês passado.<br />
O engenheiro agrônomo Raphael<br />
Roxo Bianco destacou durante sua<br />
palestra, que o controle biológico<br />
oferece ferramentas de grande relevância<br />
para o manejo de pragas<br />
e doenças de difícil controle, o que<br />
permite a redução de uso de produtos<br />
químicos e minora o impacto ambiental.<br />
“Os produtos biológicos, contendo<br />
fungos e bactérias, têm excelentes<br />
resultados nas principais culturas do<br />
país, como soja, milho, cana, feijão e<br />
café e apresentam tecnologias inovadoras”,<br />
complementa Castro.<br />
Alguns produtores durante a exposição<br />
de problemas, levantaram<br />
a questão das cigarrinhas que são<br />
consideradas o grupo de insetos que<br />
causam os maiores danos na cultura<br />
da cana-de-açúcar por muitos entomologistas,<br />
apresentando enormes<br />
consequências à produção. De fato,<br />
disse João Henrique de Souza Freitas,<br />
coordenador regional do Senar,<br />
pois com a colheita mecanizada e<br />
sem queima, os ataques da cigarrinha-da-raiz<br />
da cana estão cada vez<br />
mais frequentes e intensos, causando<br />
prejuízos que podem atingir 60% em<br />
produtividade agrícola e na qualidade<br />
industrial da matéria-prima, através<br />
da contaminação com bactérias, perda<br />
da Pol e outros mais.<br />
Na palestra, os agrônomos do<br />
Grupo Vittia quando questionados<br />
sobre o controle da praga, chegaram<br />
a sugerir o uso do Meta-Turbo, da<br />
Biovalens, inseticida microbiológico<br />
com esporos vivos do fungo entomopatogênico<br />
Metarhizium anisopliae<br />
IBCB425. O engenheiro Ricardo César<br />
Bariani, do Grupo Vittia, chegou<br />
a comentar que o Meta-Turbo possui<br />
amplo espectro de controle de cigarrinhas<br />
que causam prejuízos em canade-açúcar”.<br />
Mas a recomendação foi de que<br />
tudo seja feito de maneira equilibrada.<br />
O monitoramento por exemplo,<br />
disse Bariani, é imprescindível para<br />
decidir sobre a estratégia de controle<br />
da praga, sendo que a detecção da<br />
primeira geração sempre permite um<br />
controle mais eficiente.<br />
Marcelo Xavier Benedette na palestra com<br />
os agrônomos Ricardo César Bariani e<br />
Raphael Roxo Bianco, do Grupo Vittia<br />
35|
Todas as manhãs, fazendo a leitura dos canaviais<br />
HISTÓRIAS QUE A VIDA CONTA<br />
Nos campos do açúcar<br />
a forja da sobrevivência<br />
Conhecido e disputado no meio rural pela honestidade<br />
e competência, João Floriano tem feito parcerias com<br />
proprietários de terra ao longo da vida.<br />
Os costumes<br />
em meio aos<br />
canaviais tornaram<br />
João Floriano<br />
extremamente<br />
capacitado e<br />
dedicado à atividade<br />
que exerce. Para<br />
muitos, fez sua<br />
vida enfrentando o<br />
trabalho de cada dia e<br />
ele mesmo diz que se<br />
considera realizado.<br />
Menino de hábitos simples e<br />
adepto de prosas, João começou<br />
cedo na lida com a terra. Aos 11 anos<br />
após a morte do pai, foi necessário<br />
deixar a infância de lado e trabalhar<br />
na lavoura de cana. Um tempo onde<br />
os filhos homens tinham que superar<br />
a dor da perda e tomar as rédeas do<br />
sustento da família, na época composta<br />
de cinco irmãos e a mãe agora<br />
viúva.<br />
E lá se foi o garoto, que hoje aos<br />
59 anos, ainda chora quando fala<br />
sobre a perda do pai, que não teve<br />
tempo para o sofrimento, por ser<br />
necessário forjar uma nova vida a<br />
ferro.<br />
Embora não fosse o irmão mais<br />
velho, puxou para si a responsabilidade,<br />
onde aos 15 anos já provia o<br />
sustento. E assim o fez, até firmar sua<br />
primeira parceria aos 18 anos com a<br />
Fazenda Santa Isabel, de propriedade<br />
de Eraldo Polez, nos arredores do distrito<br />
de Guarapiranga, criando sua<br />
lavoura de algodão, levando consigo<br />
um de seus irmãos, Santo Floriano.<br />
|36
Família que hoje se completa com as filhas<br />
formadas e dando continuidade ao que o<br />
pai plantou com muito trabalho<br />
João ao lado da esposa Maria de Lourdes e as filhas Elisangela e Josiane<br />
Além do algodão, o então garoto,<br />
que já havia trabalhado com a<br />
cana-de-açúcar que é a cultura predominante<br />
na região, seguiu na fazenda<br />
por 10 anos. Já com 28 anos resolveu<br />
abrir novos campos e partiu então<br />
para a Fazendinha, assinando uma<br />
parceria com Aparecido Timpani para<br />
ajudá-lo no cultivo de suas terras,<br />
onde se fixou e continuou a trabalhar<br />
por mais de 30 anos.<br />
Ficou então conhecido nas redondezas<br />
e a partir daí, com trabalho e<br />
esforço tem hoje uma carteira de<br />
mais de 10 propriedades a qual é<br />
responsável pelas safras de cana, e<br />
outras ainda arrendadas.<br />
O irmão Santo, o companheiro de<br />
vida que o ajudava na lida, por uma<br />
fatalidade, despediu-se das terras em<br />
uma manhã chuvosa em novembro<br />
de 2001, que ao descer uma serra, o<br />
trator o qual dirigia virou matando-o<br />
de forma abrupta . E novamente teve<br />
que superar a dor e seguir em frente.<br />
Mesmo com muito trabalho,<br />
João conseguiu fazer o ensino fundamental,<br />
mas carrega na bagagem<br />
o que aprendeu durante anos com<br />
homens formados pela terra, uma<br />
grande experiência que não foge ao<br />
seu entendimento quando se refere<br />
à cana, novas tecnologias, plantios<br />
para cada solo e adubação orgânica,<br />
sem contar que a internet veio facilitar<br />
muito suas pesquisas.<br />
Adepto do amor à terra e respeito<br />
à natureza, diz que a mecanização<br />
das lavouras veio facilitar a vida de<br />
muitos, mas dificulta a dos pequenos<br />
produtores, onde as terras não têm<br />
espaço para o maquinário necessário,<br />
sem contar que o pisoteio das<br />
máquinas dificulta a rebrota e afeta<br />
a safra seguinte. Diz também que a<br />
mão de obra especializada para corte<br />
manual é escassa. Hoje segundo<br />
ele, apenas a Usina Nova Era ainda<br />
disponibiliza esse serviço, que caso<br />
não houvesse, pequenos produtores<br />
teriam que migrar para outras culturas.<br />
Na verdade, o menino de 11 anos<br />
que começou só e sem nada, emprega<br />
cerca de 20 pessoas na entressafra<br />
e recebe para o corte da cana em<br />
média 80 pessoas, tem maquinário<br />
especifico, investe em novas lavouras<br />
e tecnologias, fazendo com que seu<br />
nome seja um dos mais disputados<br />
entre produtores que necessitam de<br />
parcerias.<br />
Em época de safra, além do trabalho<br />
diurno, pode-se ver João andando<br />
de um lado para outro durante a<br />
madrugada para acompanhar a<br />
contagem e retirada da cana, “nem<br />
durmo, mas sei décor cada caminhão<br />
que sai de cada propriedade”- diz ele.<br />
Anda pelos canaviais satisfeito<br />
com seu trabalho, explicando cada<br />
variedade de cana e a variação de<br />
trato para cada tipo de solo, sempre<br />
de olho em erosões e formigueiros<br />
que podem levar abaixo todo o trabalho<br />
empenhado. “Trabalhamos com<br />
a pressão da natureza, temos que<br />
saber lidar da melhor forma”.<br />
Casado com Maria de Lourdes<br />
Rodi Floriano, com quem tem duas<br />
filhas, Elisangela que é formada em<br />
Letras e Josiane que é Fisioterapeuta,<br />
tem hoje uma vida estável, fruto de<br />
seu trabalho. “Eu me sinto realizado,<br />
hoje não se ganha muito dinheiro<br />
na lavoura, porque costumo dar um<br />
passo de cada vez, mas construí meu<br />
nome dentro de padrões de honestidade<br />
e seriedade, respeito e tenho<br />
apreço por todos que ao longo do<br />
tempo me ensinaram a ser o que<br />
sou”- afirma ele.<br />
Floriano é um exemplo claro de<br />
quem não esperou que nada caísse<br />
do céu, além da chuva; trilhou de<br />
forma reta seu destino de menino só<br />
com responsabilidades de homem<br />
grande e se algo ainda o entristece,<br />
é o fato de não poder ter caminhado<br />
pela vida ao lado do pai, deixando-o<br />
cedo, para que ele florescesse nos<br />
doces campos do açúcar.<br />
37|
ESPERANDO PELO MELHOR<br />
O seguro é vital<br />
para a agricultura<br />
Especialistas voltam a debater a questão do seguro para a<br />
produção no campo. Atualmente o Seguro Agrícola é o mais<br />
comercializado das modalidades de seguro rural no Brasil.<br />
Chuva em excesso pode prejudicar<br />
uma produção inteira. A falta de<br />
pluviosidade também. E ainda que<br />
existam soluções como sementes<br />
mais resistentes ou cultivo protegido,<br />
de acordo com a página do Seguro<br />
Rural no site do MAPA (Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e Abastecimento),<br />
“o clima é o principal fator de risco<br />
para a produção rural” e a contratação<br />
da apólice desse serviço pode<br />
diminuir perdas ao recuperar capital<br />
investido nas lavouras.<br />
O pecuarista Mathias Vianna, diretor<br />
do Sindicato Rural de Araraquara,<br />
conta que existe um seguro agrícola<br />
em que o Governo Federal pode subsidiar<br />
parte deste seguro através do<br />
Programa de Subvenção ao Prêmio<br />
do Seguro Rural. Produtores paulistas<br />
podem, ainda, contar com a subvenção<br />
estadual para reduzir custos do<br />
seguro. Ele lembra que anos atrás,<br />
quando trabalhava com lavouras, chegou<br />
a fazer seguro, hoje contudo, sua<br />
atividade está ligada à pecuária.<br />
MUDANÇAS NO SETOR<br />
O que chamou a atenção em março<br />
foi a declaração do ex-ministro da<br />
Agricultura, Roberto Rodrigues, um<br />
dos maiores especialistas em agronegócio<br />
do país, com trânsito livre nos<br />
principais fóruns do setor no mundo.<br />
Coordenador do Centro do Agronegócio<br />
da Fundação Getúlio Vargas (FGV),<br />
Rodrigues está convencido de que é<br />
hora de reduzir os subsídios ao crédito<br />
rural concedido a grandes produtores<br />
para preservar recursos para<br />
pequenos e médios, como defende o<br />
governo Bolsonaro. Mas entende que,<br />
para que o crédito seja acessível sem<br />
taxas de juros equalizadas pelo Tesouro,<br />
é preciso turbinar o programa<br />
federal de subvenção aos prêmios do<br />
seguro rural, que atualmente conta<br />
com pouco mais de R$ 400 milhões<br />
e cobre parcela inferior a 5% da produção<br />
agrícola.<br />
“O seguro é a ferramenta contemporânea<br />
mais importante para a<br />
Mathias Vianna, pecuarista<br />
e diretor do Sindicato Rural,<br />
possui seguro agrícola que em<br />
caso de ‘frustração de safra’,<br />
cobre o financiamento que o<br />
produtor fez.<br />
agricultura. Temos que ter um seguro<br />
forte, com um fundo de catástrofe<br />
robusto”, diz. Para Rodrigues, esse<br />
fundo, já previsto em lei, tem de ser<br />
alimentado por recursos do Governo<br />
e do setor privado para ganhar envergadura<br />
e tornar o ambiente mais<br />
palatável para as seguradoras, uma<br />
vez que é a ele que essas empresas<br />
recorrerão em casos de grandes quebras<br />
climáticas.<br />
|38
39|
Aulas práticas na área de produção de José<br />
Faria (Assentamento Monte Alegre V)<br />
CURSO DE CAPACITAÇÃO<br />
A profissionalização para<br />
o cultivo da banana<br />
Entre fevereiro e março,<br />
um grupo de produtores<br />
do Assentamento Monte<br />
Alegre participou de uma<br />
capacitação sobre a cultura<br />
da banana na região.<br />
“A banana apresenta uma cultura<br />
fantástica, principalmente para a<br />
agricultura familiar. Os cuidados são<br />
simples e é uma fruta muito consumida,<br />
o que oferece estabilidade ao<br />
pequeno produtor”. Com essas palavras<br />
o coordenador regional do Senar,<br />
João Henrique de Souza Freitas,<br />
destacou a importância do curso feito<br />
em parceria com o Sindicato Rural e<br />
a Fundação Itesp - GTC Araraquara.<br />
O módulo instalação da lavoura<br />
ocorreu em fevereiro. O instrutor<br />
Pedro Avelar orientou os produtores<br />
sobre vários aspectos para profissionalizar<br />
as áreas de produção, focando<br />
na produtividade e futura comercialização.<br />
Durante as aulas práticas,<br />
houve visita à área de produção de<br />
José Faria, do Assentamento Monte<br />
Alegre VI, que participou do mesmo<br />
curso no ano de 2016.<br />
O objetivo foi visualizar uma área<br />
que seguiu as orientações da atividade<br />
de capacitação, bem como a<br />
retirada de mudas sadias. Os participantes<br />
puderam observar então os<br />
efeitos positivos causados por uma<br />
lavoura bem cuidada.<br />
Também contamos, diz Maria Clara<br />
Piai da Silva, da Fundação Itesp,<br />
Aulas teóricas e práticas<br />
comungando um ensino de<br />
primeira qualidade<br />
Acompanhamento do instrutor Pedro Avelar<br />
durante o plantio de mudas<br />
com a colaboração dos produtores<br />
José Angelo Gaino e José Prudente<br />
Custódio, que exploram lotes agrícolas<br />
nos Assentamentos Monte Alegre<br />
V e II, respectivamente, e ofereceram<br />
suas áreas de produção para otimizar<br />
as aulas práticas. Ambos participam<br />
de feiras promovidas através de parcerias<br />
e buscam diversificar os produtos<br />
oferecidos aos consumidores,<br />
aliando planejamento para aumento<br />
da produção. Outra etapa do programa<br />
ocorreu durante o mês de março.<br />
Para nós do Itesp, a metodologia<br />
adotada pelos instrutores do Senar<br />
é a ideal, explicou Maria Clara. Eles<br />
focam na orientação profissional dos<br />
participantes e concentram boa parte<br />
da aula na prática, além disso sempre<br />
visitamos várias áreas dos participantes<br />
interessados para que sejam identificados<br />
seus principais problemas e<br />
sugeridas alternativas.<br />
Os técnicos do Itesp também<br />
acompanham a atividade visando<br />
contribuir para a adequação das atividades<br />
à realidade do público, divulgando<br />
os canais de comercialização e<br />
trocando experiências com o instrutor<br />
e participantes.<br />
|40
CURSOS<br />
<strong>ABRIL</strong> / <strong>2019</strong><br />
João Henrique, do Senar, acompanha apresentação do programa em Nova Europa<br />
FEIRA DO PRODUTOR RURAL<br />
Sindicato Rural vai preparar<br />
produtores em Nova Europa<br />
“Objetivo é prestigiar o produtor rural de Nova Europa que<br />
precisa comercializar sua produção”, diz o prefeito Luiz<br />
Carlos dos Santos (PTB).<br />
O Poder Público de Nova Europa<br />
anunciou oficialmente na terça-feira<br />
(26/03) que irá organizar e realizar a<br />
I Feira do Agricultor Novaeuropense,<br />
ou seja, oportunizar a comercialização<br />
dos produtos cultivados no<br />
município em um espaço acessível<br />
e bem estruturado. O anúncio foi<br />
feito pelo Departamento de Meio<br />
Ambiente da Prefeitura em parceria<br />
com o Departamento de Agricultura.<br />
Valter Jockner, diretor do Meio<br />
Ambiente, explica que reuniões<br />
entre o Senar (Serviço Nacional de<br />
Aprendizagem Rural) e a Prefeitura<br />
foram feitas para o amadurecimento<br />
da ideia. No dia 25, por<br />
exemplo, durante encontro no Paço<br />
Municipal, o Senar fez uma demonstração<br />
explicativa sobre a feira e<br />
seus impactos positivos.<br />
“Estamos no caminho certo,<br />
tendo o apoio necessário e profissional<br />
do Senar, amparo legal e<br />
sabendo da importância de que é<br />
preciso valorizar o agricultor novaeuropense”,<br />
comentou Jockner.<br />
Como forma de aprimorar ainda<br />
mais essa ideia da feira, no dia 1º<br />
de abril, na Câmara de Vereadores,<br />
houve um encontro de sensibilização,<br />
que nada mais é do que a<br />
apresentação da Feira do Produtor<br />
Rural para os agricultores locais.<br />
“Para termos a feira e uma feira<br />
forte, precisamos da participação<br />
dos nossos agricultores, certo?<br />
Nesse dia, vamos mostrar como<br />
ocorrerá a implantação da feira<br />
que já foi criada nos municípios de<br />
Araraquara e Américo Brasiliense.<br />
Para agilizar a realização da I<br />
Feira do Agricultor Novaeuropense,<br />
todos os produtores interessados<br />
devem fazer uma inscrição de<br />
adesão, que não tem custo algum.<br />
Essas inscrições podem ser realizadas<br />
na sede do Meio Ambiente, na<br />
Rua Osvaldo Pongetti nº161, até o<br />
dia 22 de abril.<br />
“A inscrição automaticamente<br />
habilita o produtor rural a participar<br />
de um curso que será<br />
coordenado pelo Senar e também<br />
é uma credencial para poder entrar<br />
e comercializar seus produtos na<br />
feira”, argumenta Jockner.<br />
Em linhas gerais, o objetivo<br />
principal da Feira do Agricultor<br />
Novaeuropense é estimular a<br />
produção familiar e oferecer destinação<br />
rápida da produção agrícola<br />
por preços bem atraentes aos consumidores.<br />
João Henrique de Souza Freitas,<br />
coordenador regional do Senar SP,<br />
diz que a Feira do Produtor Rural<br />
está se fixando de maneira rápida e<br />
forte na região. “É preciso dar apoio<br />
ao produtor rural, oferecendo capacitação<br />
para se manter no campo<br />
e ter geração própria de renda, ao<br />
lado dos familiares”, diz o coordenador.<br />
• AGROTÓXICOS - USO CORRETO<br />
E SEGURO - NR 31.8<br />
01 até 03/04 (fechado)<br />
Local: Fazenda Jangada Brava<br />
• FEIRA DO PRODUTOR RURAL -<br />
SENSIBILIZAÇÃO<br />
01/04<br />
Local: Nova Europa<br />
• OLERICULTURA ORGÂNICA -<br />
COMPOSTAGEM (MÓDULO II)<br />
01 até 24/04 (fechado)<br />
Local: Assentamento Monte Alegre<br />
• JARDINEIRO - IMPLANTAÇÃO<br />
DO JARDIM<br />
02 até 05/04<br />
Local: CEAT - Américo Brasiliense<br />
• INCÊNDIO - PREVENÇÃO<br />
E COMBATE NO CAMPO -<br />
TÉCNICAS<br />
03 até 04/04 (fechado)<br />
Local: Usina São Martinho<br />
• PROLEITE - IRRIGAÇÃO DE<br />
PASTAGEM (MÓDULO IV)<br />
03 até 09/04 (fechado)<br />
Local: Fazenda Baguassu<br />
• AGROTÓXICOS - USO CORRETO<br />
E SEGURO - NR 31.8<br />
04 até 06/04 (fechado)<br />
Local: Usina São Martinho<br />
• CANA-DE-AÇÚCAR -<br />
PRODUÇÃO DE MUDAS PRÉ-<br />
BROTADAS<br />
10/04<br />
Local: Assentamento Monte Alegre<br />
• AGROTÓXICOS - USO CORRETO<br />
E SEGURO - NR 31.8<br />
15 até 17/04 (fechado)<br />
Local: Terral<br />
• FRUTICULTURA BÁSICA -<br />
INSTALAÇÃO DA LAVOURA<br />
24 até 26/04<br />
Local: Assentamento Bela Vista<br />
• MINHOCULTURA - PRODUÇÃO<br />
DE HÚMUS<br />
25 até 27/04<br />
Local: Assentamento Monte Alegre<br />
• PROLEITE - CANA-DE-AÇÚCAR<br />
- MANEJO DO CANAVIAL<br />
(MÓDULO V)<br />
25 até 27/04 (fechado)<br />
Local: Fazenda Baguassu<br />
Coordenador SENAR/SP Araraquara:<br />
João Henrique de Souza Freitas<br />
41|
FEIRA DO PRODUTOR RURAL<br />
Começa a formação de<br />
novo grupo de feirantes<br />
Araraquara já possui uma<br />
Feira do Produtor Rural<br />
organizada pelo Senar,<br />
Sindicato Rural, Sebrae,<br />
Fundação Itesp, com apoio<br />
da Prefeitura Municipal<br />
(2017). No ano passado,<br />
os parceiros capacitaram<br />
feirantes em Américo. Agora<br />
surge um novo grupo no<br />
município.<br />
Produção de tomates através dos<br />
feirantes que acabam tendo renda com a<br />
criação da Feira do Produtor Rural<br />
No dia 18 de março, houve a Integração<br />
do Programa Feira do Produtor<br />
Rural, no Sindicato Rural de Araraquara.<br />
O objetivo da reunião, segundo o<br />
presidente Nicolau de Souza Freitas,<br />
é a formação de mais uma turma de<br />
profissionais para gerar outra feira em<br />
nosso município. Estes são projetos,<br />
disse o dirigente, que envolvem geração<br />
de renda, característica fundamental<br />
para a consolidação da agricultura<br />
familiar.<br />
Participaram da Integração,<br />
além do presidente do sindicato, o<br />
coordenador regional do Senar, João<br />
Henrique de Souza Freitas, a coordenadora<br />
municipal da Agricultura,<br />
Silvani Silva, o coordenador regional<br />
da Fundação Itesp, Mauro Cavichioli,<br />
Aulas teóricas também são realizadas para capacitação dos produtores<br />
a analista da Fundação Itesp, Maria<br />
Clara Piai, a instrutora do programa,<br />
Ângela Barbieri Nigro e a responsável<br />
pela pasta da Vigilância Sanitária, Silvia<br />
de Souza Freitas Adalberto.<br />
Para João Henrique, coordenador<br />
regional do Senar, as feiras têm se<br />
consolidado como importante estratégia<br />
de comercialização aos pequenos<br />
produtores, garantindo renda e<br />
proporcionando um comércio justo,<br />
Encontro realizado<br />
no Sindicato Rural<br />
em março para<br />
a Integração do<br />
Programa, segunda<br />
edição. Na foto, a<br />
instrutora Ângela<br />
Nigro, o coordenador<br />
regional do Senar, João<br />
Henrique, Sílvia de<br />
Souza Freitas Adalberto<br />
(Vigilância Sanitária),<br />
Mauro Cavichioli<br />
(Itesp), Silvani Silva<br />
(coordenadora da<br />
Agricultura) e Maria<br />
Clara (Itesp)<br />
visto que elimina a figura dos intermediários,<br />
permitindo que os lucros<br />
sejam do produtor.<br />
Além disso, permitem a comercialização<br />
de produtos da localidade, incentivam<br />
a produção de alimentos e<br />
favorecem o trabalho das famílias no<br />
campo, ressalta o coordenador.<br />
Maria Clara Piai da Silva, do Itesp,<br />
destaca que este trabalho é de suma<br />
importância, visto que contribui ao<br />
desenvolvimento rural sustentável em<br />
um contexto amplo, fortalecendo um<br />
dos elementos finais do ciclo de trabalho<br />
com os pequenos produtores,<br />
que são as estratégias de comercialização;<br />
além de possibilitar à população<br />
acesso a alimentos frescos e a<br />
preços justos.<br />
Além de Araraquara que mantém<br />
uma Feira do Produtor Rural, outra foi<br />
instalada no ano passado em Américo<br />
Brasiliense, com grande movimento<br />
aos sábados. É o bom resultado de<br />
um trabalho social, graças ao grupo<br />
de parceiros.<br />
|42
João Henrique de Souza Feitas durante a palestra em Lins<br />
PARCERIA DO SENAR COM CANAL RURAL<br />
Em Lins o Sindicato Rural integrou a<br />
Caravana da Família Nação Agro<br />
O diretor do Sindicato<br />
Rural de Araraquara, João<br />
Henrique de Souza Freitas,<br />
que também responde pela<br />
coordenadoria regional do<br />
Senar, participou em março<br />
de importante evento agro<br />
em Lins.<br />
A Caravana da Família Nação<br />
Agro desembarcou na cidade de Lins<br />
entre fevereiro e março, em mais uma<br />
etapa de disseminação de informações,<br />
promoção social e capacitação<br />
profissional para o produtor rural<br />
O jornalista Tobias Ferraz do Canal Rural e<br />
os palestrantes, entre eles, João Henrique<br />
da região. Com entrada gratuita, o<br />
evento do Senar-SP (Serviço Nacional<br />
de Aprendizagem Rural) aconteceu no<br />
Recinto de Exposições de Lins.<br />
No intuito de ajudar o agricultor a<br />
tirar dúvidas, discutir os temas relevantes<br />
para o mercado e se inteirar<br />
sobre novidades do setor, a Caravana<br />
da Família Nação Agro disponibilizou<br />
programação composta por várias<br />
e importantes palestras, das quais<br />
fez parte o coordenador regional do<br />
Senar em Araraquara, João Henrique<br />
de Souza Freitas, que também é diretor<br />
do sindicato.<br />
PALESTRANTES<br />
A Rastreabilidade de Frutas e<br />
Hortaliças foi o tema escolhido por<br />
Edson Tadashi Savazaki, engenheiro<br />
agrônomo da CATI (Coordenadoria de<br />
Assistência Técnica Integral).<br />
A Regularização Ambiental –<br />
CAR e PRA, foi o foco dado por João<br />
Henrique de Souza Freitas, instrutor<br />
do Senar-SP.<br />
Já o palestrante Marcelo Rondon<br />
Bezerra, consultor de negócios do<br />
Sebrae-SP, optou em discorrer sobre<br />
o Empreendedorismo e a Qualidade<br />
do Leite, com Paulo Roberto, instrutor<br />
do Senar-SP, que fechou o ciclo de<br />
palestras.<br />
JOÃO HENRIQUE<br />
Ao falar sobre a Regularização<br />
Ambiental, João Henrique de Souza<br />
Freitas deu enfâse à ocupação de terras<br />
no Brasil, que não passa de 40%<br />
das propriedades rurais, existindo<br />
11% em vegetação nativa. Os índices<br />
são inferiores aos da Dinamarca com<br />
76,8% e da Índia que utiliza 60,45%<br />
do país para seu plantio.<br />
Na verdade, a NASA e o Serviço<br />
Geológico dos Estados Unidos<br />
publicaram estudo, baseado em<br />
monitoramento por satélite, sobre<br />
as áres cultivadas do planeta, disse<br />
ele. Em relação ao Brasil, a agência<br />
americana calculou a área de lavouras<br />
do país em quase 64 milhões de<br />
hectares, o que corresponde a 7,6%.<br />
A Embrapa, por sua vez, completou<br />
João Henrique, havia feito esse cálculo<br />
em 2016, também via satélite e<br />
chegou a um resultado bem próximo:<br />
66 milhões de hectares.<br />
43|
NOTÍCIAS<br />
CANAS<br />
L<br />
<strong>ED</strong>IÇÃO <strong>ABRIL</strong> | <strong>2019</strong><br />
EVENTO EM BRASÍLIA<br />
Feplana apresenta sua nova diretoria<br />
e homenageia o presidente da CNA<br />
Para orgulho do setor canavieiro, dois araraquarenses fazem parte da nova diretoria e do<br />
novo conselho da Feplana: Luís Henrique Scabello de Oliveira e Nicolau de Souza Freitas<br />
Da esquerda para a direita, Nicolau de Souza Freitas e Luís Henrique Scabello de Oliveira<br />
foram apresentados como membros da nova diretoria da Feplana em Brasília<br />
O presidente da Confederação da<br />
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),<br />
João Martins, recebeu em março (26),<br />
em Brasília, a Ordem do Mérito Canavieiro,<br />
uma homenagem entregue<br />
pela Federação dos Plantadores de<br />
Cana do Brasil (Feplana) a personalidades<br />
que se destacam na defesa<br />
do agro.<br />
Do evento participaram os araraquarenses<br />
Luís Henrique Scabello de<br />
Oliveira, presidente da Canasol e Nicolau<br />
de Souza Freitas, presidente do<br />
Sindicato Rural de Araraquara, apresentados<br />
como membros da diretoria<br />
da Feplana.<br />
A solenidade teve a presença do<br />
ministro da Saúde, Luiz Henrique<br />
Mandetta, além de outros representantes<br />
do Governo, parlamentares e lideranças<br />
do setor. Ao agradecer a homenagem,<br />
Martins voltou a defender<br />
políticas públicas e o fortalecimento<br />
da classe média no campo e dedicou<br />
a homenagem aos produtores rurais e<br />
ao Conselho do Agro, composto pela<br />
CNA, pela Feplana e outras 15 entidades<br />
representativas do agro.<br />
Alexandre Lima, presidente reeleito<br />
da Feplana, tem sido participativo<br />
em busca de soluções que envolvem<br />
a classe canavieira na região central<br />
do Estado de São Paulo. Este vínculo<br />
tem fortalecido e dado notoriedade à<br />
Canasol como instituição.<br />
|44
Deputado Federal Arnaldo<br />
Jardim foi enfático em dizer que<br />
a classe tem muito a agradecer à<br />
Federação e que ele a considera<br />
legítima representante nacional<br />
dos fornecedores de cana<br />
Nicolau de Souza Freitas e Luís Henrique Scabello de Oliveira com o ministro da<br />
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante solenidade realizada em Brasília<br />
“Recebo essa homenagem em<br />
nome de todos que acreditam em<br />
mim. Esse prêmio é a compreensão<br />
dos produtores de que estamos no<br />
caminho certo quando criamos o<br />
Conselho do Agro, onde todos têm o<br />
mesmo poder. Precisamos da união<br />
de todos para tirar o Brasil dessa situação<br />
e torná-lo um país melhor. E<br />
essa homenagem significa que todos<br />
estão entendendo que estamos trabalhando<br />
para ajudar os produtores<br />
e o país a ter um futuro digno”, disse<br />
João Martins.<br />
O presidente da Feplana, Alexandre<br />
Andrade, que foi reconduzido<br />
para mais um mandato à frente da<br />
instituição no mesmo dia, destacou<br />
o papel do Conselho do Agro junto<br />
ao Governo Federal na sugestão de<br />
propostas para o setor e destacou a<br />
atuação da CNA para justificar a homenagem.<br />
“O Conselho tem tido muita influência<br />
nas decisões de governo e<br />
trouxe a ministra Tereza Cristina para<br />
participar das discussões, além de<br />
exercer um papel extremamente democrático<br />
ao reunir diversas entidades.<br />
Esse foi um dos motivos dessa<br />
ordem e cabe destacar também que a<br />
CNA está em outro patamar atuando<br />
junto aos produtores”.<br />
Jantar comemorativo à apresentação da nova diretoria da<br />
Feplana e homenagens ao presidente da CNA<br />
NOVA DIRETORIA DA FEPLANA<br />
Presidente: Alexandre Lima<br />
Vice-Presidente: Paulo Sérgio Marco Leal<br />
2ª Vice-Presidente: Nádia Gomieri<br />
SECRETARIA<br />
1º Secretário: José Inácio Morais Andrade<br />
2° Secretário: Bráulio Gomes Gomes<br />
TESOURARIA<br />
1° Tesoureiro: Luís Henrique Scabello de Oliveira<br />
2° Tesoureiro: Luíz Carlos Dalben<br />
CONSELHEIROS<br />
Coordenador: José Santos Silva Amado<br />
Sergio Germiniane<br />
Nelson Ronchi<br />
SUPLENTES<br />
Edgard Antunes Neto Filho<br />
Edson José Ustulin<br />
Nicolau de Souza Freitas<br />
A HOMENAGEM<br />
Momento em que o<br />
presidente da Feplana,<br />
Alexandre Lima, entrega<br />
o troféu que simboliza a<br />
Ordem do Mérito Canavieiro<br />
a João Martins, presidente<br />
da Confederação da<br />
Agricultura e Pecuária<br />
do Brasil (CNA), como<br />
reconhecimento ao trabalho<br />
realizado pelo ilustre<br />
homenageado<br />
45|
CONSTRUÇÃO<br />
Entenda a diferença entre<br />
Aço e Ferro na Construção Civil<br />
A construção civil usa diversos tipos de materiais, como madeira, cimento, areia, telhas, blocos<br />
cerâmicos, tijolos, ferro e aço. Muitos materiais usados têm similaridades quanto<br />
a sua aplicação, ferro e aço, por exemplo.<br />
O uso de ferro e aço na construção<br />
civil é muito comum principalmente<br />
para as fundações. Atualmente, cresce<br />
também a tendência de adotar o<br />
aço nas estruturas internas e externas<br />
e usá-lo inclusive como forma de<br />
agregar mais valor ao projeto arquitetônico.<br />
Na hora de pesquisar sobre materiais<br />
de construção para uma obra ou<br />
reforma, muitas vezes surge a dúvida:<br />
qual a diferença entre ferro e aço na<br />
construção civil? Quais são as vantagens<br />
desses materiais e como eles<br />
podem ser usados?<br />
O QUE É O FERRO?<br />
Ferro é um elemento químico encontrado<br />
na natureza geralmente sob<br />
a forma de minério. Para ser usado,<br />
o minério precisa passar por diversos<br />
processos, feitos a altas temperaturas<br />
e onde normalmente são<br />
adicionados outros materiais, como<br />
carbono ou cromo.<br />
O ferro quase nunca é comercializado<br />
puro, mas sim na forma de<br />
produtos obtidos a partir desses processos.<br />
Um exemplo é o ferro fundido,<br />
onde o minério é processado para remover<br />
as impurezas, aquecido em um<br />
forno de altas temperaturas e recebe<br />
adição de carbono e silício.<br />
Por causa da alta temperatura, a<br />
mistura é fundida e vira um líquido<br />
que pode ser colocado numa espécie<br />
de molde que tem a forma do produto<br />
desejado. Existem, por exemplo, janelas<br />
e portões feitos com essa técnica.<br />
O QUE É O AÇO?<br />
O aço é um dos principais produtos<br />
que podem ser obtidos a partir do<br />
minério de ferro. Para produzir o aço,<br />
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o ferro também precisa ser aquecido<br />
a altas temperaturas em um forno e<br />
são adicionados outros elementos,<br />
principalmente o carbono.<br />
Muitas vezes, as pessoas acabam<br />
confundindo e chamando de ferro o<br />
que na verdade é aço. O aço é mais<br />
comum na construção civil do que o<br />
ferro e é usado na maioria das aplicações,<br />
em diferentes tipos. O que<br />
você mais vai ouvir falar são o aço<br />
inoxidável e o aço galvanizado. O aço<br />
inoxidável é aquele que não enferruja<br />
e o aço galvanizado recebe uma cobertura<br />
de zinco que garante resistência<br />
à corrosão.<br />
ONDE USAR<br />
O FERRO E AÇO NA<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
Desde a estrutura até o acabamento,<br />
existe sempre uma aplicação para<br />
o ferro e aço na construção civil. Veja<br />
alguns exemplos:<br />
• Na fundação, para<br />
confecção de vigas de<br />
concreto armado;<br />
• Na estrutura, como<br />
material de sustentação;<br />
• Em metais sanitários;<br />
• Esquadrias, portas e<br />
janelas;<br />
• Portões e grades.<br />
VANTAGENS DE<br />
USAR FERRO E AÇO NA<br />
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
O ferro é um dos materiais mais<br />
abundantes do planeta e a produção<br />
em larga escala garante que ele e<br />
o aço tenham um preço acessível e<br />
serem muito versáteis. Além disso, é<br />
ainda um material totalmente reciclável<br />
e que está em dia com as tendências<br />
de sustentabilidade.<br />
Uma vez que esse material tem boa<br />
resistência mecânica, um aço de boa<br />
qualidade vai garantir a segurança e<br />
a durabilidade da sua construção.<br />
Na hora de construir com aço, eleja<br />
sempre um fornecedor de qualidade.<br />
Outro ponto positivo para o uso de<br />
aço na construção civil é a possibilidade<br />
de criar um projeto arquitetônico<br />
arrojado e moderno e até mesmo<br />
usar o aço em conjunto com outros<br />
materiais.<br />
47|
LAR DOCE LAR<br />
Casa bonita<br />
deve ser<br />
funcional<br />
Ter uma casa perfeita é<br />
uma questão de percepção,<br />
cada pessoa tem um estilo<br />
e hábitos diferentes que<br />
exigem que necessidades<br />
diferentes sejam atendidas.<br />
A primeira ideia que temos de casa<br />
bonita é aquela que agrada visualmente<br />
seus moradores, é segura e consegue<br />
suprir todas as expectativas de<br />
seus donos. Alguns padrões e normas<br />
arquitetônicas são essenciais na hora<br />
de construir a casa perfeita<br />
Antes de iniciar uma reforma ou<br />
construção de sua casa, é necessário<br />
contratar um profissional certificado<br />
para o trabalho. Ele deve ser responsá-<br />
vel por criar opções de plantas<br />
da casa que atendam aos costumes<br />
e expectativas da família.<br />
É importante que além de bonita,<br />
sua casa deva ser funcional,<br />
aconchegante e caiba no seu<br />
orçamento.<br />
A diversidade de materiais<br />
para construção, no quesito<br />
acabamento, faz a alegria da<br />
família, mas é sempre bom aliar<br />
as cores já com a pretensão dos<br />
possíveis móveis, para que o<br />
ambiente seja clean. Embora<br />
cada pessoa tenha seu próprio<br />
estilo de decoração, o clean<br />
pode atender a todos os gostos, conforme<br />
o preceito de que menos pode<br />
ser mais.<br />
Seguindo essa regra já pode ousar,<br />
onde em se tratando dos móveis, a<br />
regra fica mais maleável. Engana-se<br />
quem pensa que para ser clean, os<br />
móveis não podem ter cor, pois são<br />
justamente eles que darão cor e vida<br />
aos espaços.<br />
Exemplo<br />
de uma<br />
planta<br />
baixa<br />
funcional<br />
A claridade da casa deixa que sua<br />
imaginação viaje, conseguindo assim,<br />
decorar a sala de estar com sofás que<br />
vão do Cabriolet para quem tem uma<br />
queda por peças clássicas ou mesmo<br />
uma tendência que tem sido cada<br />
vez mais utilizada: o sofá com chaise,<br />
que não somente garante charme ao<br />
ambiente, como também proporciona<br />
muito mais conforto e tranquilidade<br />
em relação aos sofás comuns.<br />
|48
IGNÁCIO LOYOLA BRANDÃO<br />
Ele é araraquarense<br />
E vem agraciando a nossa gente<br />
Com sua literatura surpreendente<br />
Ficou conhecido internacionalmente<br />
No jornalismo, na tradução<br />
Nos contos ou no teatro<br />
Ignácio de Loyola Brandão<br />
Tornou-se o nosso astro<br />
HOMENAGEM DO LICEU<br />
Ignácio de Loyola sempre<br />
lembrado pelas crianças do<br />
Liceu Monteiro Lobato<br />
Indicação para o escritor<br />
araraquarense assumir a<br />
cadeira n° 11 da Academia<br />
Brasileira de Letras, faz<br />
transbordar de alegria os<br />
diversos segmentos da<br />
comunidade.<br />
Da mesma forma que a euforia<br />
tocou a sensibilidade do escritor<br />
Ignácio de Loyola Brandão, indicado<br />
em março para assumir a cadeira n°<br />
11 da Academia Brasileira de Letras,<br />
os alunos do Liceu Monteiro Lobato<br />
comemoraram e recordaram a oportunidade<br />
que tiveram de conhecer<br />
suas obras três anos atrás, em concurso<br />
literário organizado pela escola.<br />
Ao saber então que o seu trabalho<br />
seria tema do concurso, Loyola<br />
Brandão enviou uma carta de agradecimento,<br />
transformando essa<br />
gratidão em uma missiva até hoje<br />
guardada com carinho pelas crianças<br />
do Liceu. Podemos dizer que o<br />
trabalho escolar dos alunos, três anos<br />
depois, simboliza o eterno reconhecimento<br />
ao seu sucesso.<br />
Para a escola não há outra forma<br />
de homenagear Loyola a não ser tornar<br />
pública uma missiva que faz parte<br />
da nossa história.<br />
Amigos do Liceu Monteiro Lobato.<br />
Este ano que caminha para o final me<br />
trouxe um mundo de alegrias.<br />
Recebi o Prêmio Machado de Assis da<br />
Academia Brasileira de Letras, o maior<br />
do Brasil.<br />
Publiquei um novo livro de crônicas –<br />
que será lançado aqui em Araraquara na<br />
terça-feira, dia 25.<br />
Vou inaugurar na segunda-feira, aqui<br />
em Araraquara, uma biblioteca com meu<br />
nome no Instituto Federal de Educação,<br />
Ciência e Tecnologia de São Paulo –<br />
Campus de Araraquara.<br />
Querem coisa melhor para um escritor?<br />
Ter o nome ligado a uma biblioteca?<br />
Quando achei que já tinha acabado tudo,<br />
soube que aqui no Liceu Monteiro Lobato<br />
vocês leram, estudaram, trabalharam<br />
em cima de textos meus.<br />
Ou seja, lembraram-se de mim.<br />
Aí eu disse: não precisa de mais nada.<br />
O que vocês fizeram sabem o que significa?<br />
A vida. A minha vida.<br />
O escritor pode morrer.<br />
E vai morrer, claro, ninguém dura pra<br />
sempre. E Deus me livre de viver 500<br />
anos e olharem pra mim dizendo: olha<br />
aí um dinossauro do século XXI.<br />
Talvez não saibam que o que vai me<br />
conferir vida para sempre são os meus<br />
livros.<br />
Estarei sempre vivo para cada leitor<br />
que abrir uma página minha. Vocês<br />
Já fez crônicas, romances<br />
E se destacou na literatura infanto-juvenil<br />
Não é a toa que é conhecido<br />
Como um dos maiores autores do Brasil<br />
Já falou da coxinha<br />
De amor e de futebol<br />
Mas a sua maior paixão<br />
É a nossa querida Morada do Sol<br />
Verônica Bonazi Perez / Aluna do Liceu<br />
2016 - 4° ano B / <strong>2019</strong> - 7° ano A<br />
hoje, amanhã, vocês à medida que se<br />
desenvolverem e continuarem me lendo,<br />
transmitindo essa leitura a filhos e netos,<br />
vocês estarão me mantendo vivo.<br />
Fiquei bem contente ao saber que passaram<br />
um tempo mergulhado nas coisas<br />
que criei, inventei, copiei da vida, lembrei<br />
de minha vida. Transformaram-se em<br />
amigos, passaram a participar de minha<br />
existência, são confidentes, cúmplices.<br />
Quero dizer mais. Formei minha cabeça<br />
lendo Monteiro Lobato. Eu era pobre e<br />
tinha um amigo, cujo nome lembro até<br />
hoje, Sérgio Foz, que me emprestou toda<br />
a coleção, livro a livro.<br />
Aprendi com Lobato, com Narizinho,<br />
com Emília, com Pedro, dona Benta, tia<br />
Anastácia e todo aquele mundo a ser<br />
livre na literatura. A usar a fantasia, o<br />
delírio, a loucura, o humor, a ironia, a<br />
sátira para criar e olhar a vida e o mundo.<br />
Amei Narizinho e nem imaginam o<br />
que fiz com ela naquele sítio que foi no<br />
fundo do meu quintal, no interior do meu<br />
quarto, na varanda, assim como é para<br />
vocês.<br />
Tudo o que posso dizer, amigos do<br />
Liceu Monteiro Lobato, é que a literatura<br />
não me fez rico, mas me fez feliz, vivi e<br />
vivo como quero. Aos 80 anos sou um<br />
homem sempre recomeçando com projetos,<br />
ideias, livros e personagens loucos<br />
para saírem da cabeça. E com vocês e<br />
com os que me leem estarei vivo para<br />
sempre.<br />
Dizer o que? Obrigado, nada mais.<br />
Ignácio de Loyola Brandão<br />
49|
|50
Foto: Jonas Bezerra<br />
Araraquara ainda mantém a tradição de possuir bons pilotos, sendo reconhecida sempre como a terra da velocidade<br />
SAFRA DE CAMPEÕES<br />
Kartódromo Adalberto Cattani,<br />
onde mora a paixão pela velocidade<br />
Araraquara sempre teve este gosto pelas competições de kart ou moto; tornou-se respeitada<br />
em todo território pelos notáveis pilotos que conseguiu formar ao longo da sua história.<br />
Com seu kartódromo em homenagem a Adalberto Cattani, a cidade tem resgatado sua<br />
tradição e envolvido um seleto grupo de adeptos ao seu redor.<br />
Inaugurado em setembro de<br />
2010, o Kartódromo “Adalberto<br />
‘Nenê’ Cattani”, localizado no Circuito<br />
das Rodas, Parque do Pinheirinho, em<br />
Araraquara, leva o nome de um dos<br />
principais pilotos de kart da cidade<br />
e que escreveu com sua habilidade,<br />
uma incrível história de amor à velocidade.<br />
Nenê Cattani iniciou sua carreira<br />
em 1980 e ao longo de 22 anos,<br />
competiu em mais de 200 provas<br />
regionais, estaduais e nacional, colecionando<br />
grandes vitórias.<br />
Segundo Nilton Gonçalves, o Boca<br />
– Presidente da Liga Araraquarense<br />
de Pilotos - em abril de 2002, na<br />
etapa que aconteceu no Kartódromo<br />
Aldeia da Serra, sob chuva os demais<br />
pilotos pararam para a troca de<br />
pneus. No entanto, Nenê usando de<br />
sua costumaz sagacidade, continuou<br />
a prova com pneus slicks vencendo-a.<br />
Tal feito fez o público presente ao kartódromo<br />
ovacioná-lo.<br />
Esta é uma das histórias, entre<br />
tantas, que cercam o piloto, que<br />
deixou um vazio no esporte automobilístico,<br />
após sua morte ocorrida em<br />
7 de setembro de 2002, em decorrência<br />
de um acidente.<br />
A VIDA QUE SEGUE<br />
O kartódromo completa nove<br />
anos, mas a cidade tem um histórico<br />
desde a década de 60 nesse esporte,<br />
assim como carros, motos, lambretas<br />
e uma tradição de bons resultados.<br />
Boca conta que começou a pedir<br />
a construção deste espaço em 1982<br />
para o então prefeito Valdemar De<br />
Santi, mas somente em 2010, o<br />
prefeito Marcelo Barbieri inaugurou,<br />
onde conseguiu verba por intermédio<br />
da Petrobras, usando um espaço<br />
no Pinheirinho. Embora por contrato<br />
a manutenção devesse ser a cargo<br />
da prefeitura, quem cuida de toda a<br />
organização e também a zeladoria é<br />
a Liga.<br />
Nilton Goçalves, o “Boca”, uma vida toda<br />
dedicada à velocidade, hoje presidindo a<br />
Liga Araraquarense de Pilotos<br />
CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
51|
O piloto Carlos Caratti com<br />
sua equipe na largada da<br />
IV Etapa de Kart de Rua<br />
em 1995<br />
O campeão mundial de Fórmula 1,<br />
Emerson Fittipaldi, sempre participou<br />
de provas de kart em Araraquara. Uma<br />
das competições foi em 1966.<br />
Todo final de<br />
semana funciona em<br />
função de treinos e<br />
eventos como corridas<br />
de motonetas<br />
e lambretas, Super<br />
moto, kart alimentando<br />
os grandes<br />
eventos no estado. A<br />
Liga Araraquarense<br />
tem um histórico<br />
muito bom de participantes como o<br />
filho do piloto de Fórmula 1 Nelson<br />
Piquet, pilotos da Bolívia, Bahia,<br />
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São<br />
Paulo, Paraná, Mato Grosso, Santa<br />
Catarina entre outros que já prestigiaram<br />
o Kartódromo com treinos e<br />
provas.<br />
Em 2010 também foi inaugurado<br />
um evento de nível Nacional:<br />
o Festival Brasileiro com 96 karts<br />
presentes, e também pelo sexto<br />
ano seguido o campeonato aberto<br />
Super Kart Moto do interior, que<br />
envolve Araraquara, Ribeirão Preto<br />
e Bebedouro, onde este ano realizará<br />
quatro etapas em maio, junho,<br />
agosto e novembro.<br />
Paralelo a isso também há<br />
eventos particulares, onde já existe<br />
reserva de data para o campeonato<br />
“Quatro horas de motonetas”, que<br />
é um teste de resistência, que será<br />
realizado no dia 28 de julho.<br />
Para abril tem o campeonato<br />
“Pé de Chumbo” que são 28 karts<br />
que circulam pelo Brasil, alugam<br />
o espaço e fazem a competição.<br />
Segundo o presidente da Liga, esse<br />
é o quarto ano consecutivo que trazem<br />
o evento para a cidade.<br />
O Kartódromo “Nenê Cattani”<br />
é aberto ao público, funcionando<br />
aos sábados das 8 às 17h e aos<br />
domingos das 8 às 12h, em domingos<br />
de prova até às 17h, para quem<br />
quiser conhecer ou se envolver nas<br />
grandes histórias do automobilismo<br />
araraquarense.<br />
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53|
|54
ENTRETENIMENTO<br />
Um bom lugar é<br />
Nós em Cena<br />
Se você procura um<br />
restaurante onde o cliente é<br />
o destaque, encontrou.<br />
Comemorando seu segundo<br />
ano com uma ampla reforma, o restaurante<br />
oferece estacionamento<br />
privado e gratuito, três ambientes,<br />
espaço Kids, um cardápio variado de<br />
petiscos e lanches, almoço durante<br />
a semana e a já tradicional feijoada<br />
que acontece a cada 15 dias, ressaltando<br />
que a casa oferece também,<br />
uma seleção de cervejas que vão das<br />
tradicionais às artesanais da Opera.<br />
Ambiente arejado e animado, com<br />
palco interno para variados tipos de<br />
shows, que vão do sertanejo ao MPB<br />
chegando ainda no Pop Rock, também<br />
apresentações de stand-up. Os<br />
shows musicais acontecem todas as<br />
sextas e sábados. Ainda um telão<br />
onde o palco e o restaurante ficam<br />
ao vivo, possibilitando que quem<br />
esteja na área interna, veja toda a<br />
movimentação.<br />
Os pratos executivos já conquistaram<br />
a clientela, e um dos carros<br />
chefes é o filé à parmegiana, inclusive<br />
no palito, uma novidade que vem<br />
agradando até mesmo os paladares<br />
mais exigentes.<br />
A casa é uma das pioneiras na<br />
Proprietários<br />
Renato<br />
Bressan e<br />
Luciana Costa<br />
Capuzzo com<br />
a equipe de<br />
colaboradores<br />
do Nós em<br />
Cena<br />
venda do Chopp Império puro malte,<br />
e quem chega é recepcionado pelos<br />
proprietários sempre muito simpáticos<br />
e prestativos Renato Bressan e<br />
Luciana Capuzzo, que desde dezembro<br />
de 2016, têm feito com que o<br />
nome “Nós em Cena” conste entre os<br />
melhores restaurantes de Araraquara<br />
e região.<br />
O restaurante fica localizado na<br />
Avenida Rodrigo Fernando Grillo, 515,<br />
em frente ao Shopping Jaraguá.<br />
55|
APOIO:<br />
Por Sérgio Sanchez<br />
BILLIE<br />
HOLIDAY:<br />
A Lady do Jazz<br />
Nasce em 7 de abril de 1915, Filadélfia,<br />
Pensilvânia nos Estados Unidos,<br />
Eleanora Fagon que adota posteriormente<br />
o nome artístico de Billie<br />
Holiday.<br />
A LENDA DO JAZZ<br />
Ninguém cantou como Billie Holiday.<br />
Expressava em sua voz uma intensidade<br />
de alma e coração, uma mistura<br />
de dor e sensibilidade, sentimentos<br />
que fizeram de suas interpretações ser<br />
chamada de a “lenda do jazz.”<br />
Embora Billie tenha tido uma infância<br />
e toda sua vida muito triste,<br />
acontecimentos que marcariam sua<br />
vida pessoal e musical, não queremos<br />
evidenciar estes fatos mas sim a grandeza<br />
da sua personalidade e de sua<br />
musicalidade incomparável.<br />
O INÍCIO<br />
Não tinha formação musical nenhu-<br />
ma e para a mãe não ser despejada,<br />
aos 15 anos começa a cantar em bares<br />
do Harlen reduto da comunidade<br />
negra de Nova Iorque. Em 1932, chamou<br />
a atenção do produtor John Hammond,<br />
que a levou para gravar seu<br />
primeiro disco nos estúdios da CBS.<br />
SEUS ÍDOLOS<br />
Gostava de cantar baladas lentas<br />
e tinha como referência Bessie Smith<br />
e o trompetista Louis Armstrong que<br />
ela ouvia nos bares em que trabalhava.<br />
Iniciando sua carreira profissional,<br />
passa a ser acompanhada da banda<br />
de Benny Goodman<br />
PRESTÍGIO NO MUNDO<br />
DO JAZZ<br />
Todos ficavam extasiados com a<br />
presença de Billie. Cantou com várias<br />
bandas e gravou uma série de músicas<br />
com o saxofonista Lester Young.<br />
Mudou a batida e a melodia das canções<br />
que interpretava. Ganhou fama<br />
se apresentando com as orquestras<br />
de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count<br />
Basie e Artie Shaw e também ao lado<br />
de Louis Armstrong, já com o nome<br />
artístico de Billie Holiday.<br />
O TRISTE FIM<br />
Após ganhar o mundo, mas envolvida<br />
com vícios devastadores para sua<br />
voz, precipitou sua derrocada artística.<br />
É levada por amigos a um hospital<br />
e recebe voz de prisão por porte de<br />
entorpecentes.<br />
Aos 44 anos, no dia 17 de julho de<br />
1959 Billie Holiday falece em Nova<br />
Yorque deixando um legado musical<br />
reconhecido como sendo a “Maior<br />
Cantora de Jazz de todos os tempos”.<br />
|56
57|
Texto: Benedito Salvador<br />
Carlos, o Benê, com a<br />
colaboração de Deives<br />
Meciano<br />
VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS<br />
Penha e Salerno, geniais como<br />
pilotos e preparadores<br />
As histórias aconteciam<br />
num abrir e fechar de<br />
olhos para cada um dos<br />
participantes daquele<br />
grupo. Nos fins de<br />
semana quando todos<br />
então se juntavam, víamos<br />
que estávamos formando<br />
uma família disposta a<br />
construir o mundo da<br />
velocidade.<br />
Benê<br />
Penha (José da Penha Moreira) e<br />
Nezinho (Evaldo Salerno) eram muito<br />
amigos, quase irmãos. Tinham além<br />
da amizade, muita cumplicidade.<br />
Nezinho era um piloto extraordinário,<br />
dono de uma “tocada” limpa,<br />
estilo Giacomo Agostini, planejada<br />
e muito agressiva, não a toa que<br />
ganhou várias corridas com magnífica<br />
trajetória, inclusive do Campeonato<br />
Brasileiro, participando ativamente<br />
na história de prestígio que o Moto<br />
Clube de Araraquara angariou por<br />
este Brasil inteiro, em especial na<br />
categoria 50cc, sem no entanto<br />
ainda, ter outros prestígios, como de<br />
ter participado brilhantemente em<br />
três oportunidades das Quinhentas<br />
Milhas de Interlagos, uma em parceria<br />
com o próprio Penha, outra com<br />
Zé Faito e por último com Ediwilmo<br />
Queiroz.<br />
Mesmo com todo este talento,<br />
parou de correr muito jovem. Foi meu<br />
primeiro ídolo, minha primeira inspiração,<br />
nos meus sonhos de menino<br />
piloto, sonhava só um pouquinho das<br />
suas conquistas.<br />
Penha também era um grande<br />
piloto, tendo conquistado com méritos<br />
o Campeonato Paulista de 1974<br />
e repetido o feito em 1975. De outra<br />
maneira, seu maior talento era de<br />
preparador, onde não era só bom, era<br />
Era 1975. Penha, um<br />
dos nossos históricos<br />
pilotos recebe o título<br />
de bicampeão paulista<br />
de motociclismo.<br />
Uma conquista<br />
memorável que nos<br />
encheu de orgulho.<br />
genial, fazia a custo de muito trabalho<br />
e dedicação verdadeiros milagres.<br />
Penha foi durante um longo<br />
período, o responsável por cuidar<br />
da motocicleta de competição de<br />
Salerno, de origem Italiana e de marca<br />
Mondial, por consequência responsável<br />
de uma parte de seu sucesso.<br />
Quando Salerno optou por parar de<br />
correr, os papéis de certa forma se<br />
inverteram e de piloto extraordinário,<br />
passou a dividir intelectualmente<br />
a criação de novos projetos, contribuindo<br />
no “pensar” e no desenvolver<br />
da mesma.<br />
Em 1974 as importações foram proibidas<br />
e as marcas YAMAHA, HONDA e SUZUKI se<br />
instalaram definitivamente em nosso país,<br />
investindo maciçamente em competições<br />
com o objetivo de inserção de mercado.<br />
Por muitas oportunidades fui<br />
com ambos, na companhia de Neto<br />
|58
(Olympio Bernardes Ferreira), Diogo,<br />
Celso (Baiano Faito) Martinez, Pinho<br />
(José Manoel do Amaral Sampaio) e<br />
Dinho Dall’Acqua, andar na estrada<br />
Araraquara/Américo Brasiliense para<br />
testar as novidades desenvolvidas<br />
e fazíamos da oficina dos Alemães<br />
ali estabelecida, nosso boxe, onde<br />
éramos tratados sempre com muito<br />
carinho. Foi deste trabalho de ambos<br />
que nasceu o super projeto vencedor,<br />
que levou Penha ao bicampeonato<br />
paulista em Interlagos, por conseguinte<br />
um desconforto.<br />
No ano de 1974 as importações<br />
foram proibidas e as marcas YAMAHA,<br />
HONDA e SUZUKI se instalaram definitivamente<br />
em nosso país investindo<br />
maciçamente em competições com<br />
o objetivo de inserção de mercado,<br />
o que não ocorria na categoria<br />
50cc, pois ali estavam Penha com<br />
sua italianinha e Neto com a alemã<br />
Zundapp para atrapalhar com vitórias<br />
que se sucediam. Às vezes, por<br />
falta de calendário, a mesma corrida<br />
contava pontos para o campeonato<br />
Paulista e o Brasileiro despertando ira<br />
também em participantes de outros<br />
estados, especialmente do Paraná,<br />
outro grande polo de competição,<br />
que trazia uma MORINI, também para<br />
“ganhar”.<br />
Penha, Salerno e Ediwilmo,<br />
Interlagos - 1972<br />
Evaldo Salerno, Interlagos em 1973<br />
Penha, Interlagos - 1974<br />
AS HISTÓRIAS<br />
Certa corrida, usando do regulamento,<br />
depois de uma brilhante<br />
vitória de Penha em Interlagos,<br />
fizeram o depósito da quantia estabelecida<br />
para “abrir” o motor da Mondial<br />
esperando que esta estivesse fora do<br />
regulamento, com mais cilindrada,<br />
o que para surpresa geral, quando<br />
cubicada resultou em menos, fruto<br />
de um trabalho que internamente<br />
ficou conhecido como “segundo<br />
pistão”, uma cavidade criada dentro<br />
do cilindro em formas de ovais,<br />
acompanhada da redução do pino do<br />
excêntrico do virabrequim que gerava<br />
muito mais potência em forma de<br />
maior compressão e menos desgastes<br />
pelo fato da redução do tamanho<br />
da biela.<br />
Estes desenvolvimentos nasceram<br />
lá atrás, fruto de experiências<br />
acumuladas por uma vida toda por<br />
Penha, quando desde menino já trabalhava<br />
com o velho e também genial<br />
Faito e de Salerno que, na companhia<br />
de seu pai seo Nicola, pensava e<br />
ganhava corridas.<br />
O dinheiro arrecadado como<br />
garantia para ver o cilindro da motocicleta<br />
vencedora, foi para nós de<br />
muita valia. Na volta paramos em<br />
uma churrascaria, na via Anhanguera,<br />
ainda pista única, perto da cidade de<br />
Campinas, no sentido contrário da<br />
pista e comemos por conta daqueles<br />
que desafiaram a lisura da cilindrada<br />
da Mondial, um maravilhoso rodízio,<br />
transformando o desafio em uma<br />
grande festa.<br />
Velhos tempos, belos dias.<br />
59|
Série<br />
Bandas e<br />
Grupos Musicais<br />
da Cidade<br />
O tempo romântico dos nossos grupos musicais; era o N.C. Som com Marinez Escada e Wilson José Orselli<br />
Texto<br />
Juraci Brandão<br />
de Paula<br />
EVENTO<br />
O N.C.Som de Ney Castelucci era o xodó<br />
para eventos mais badalados<br />
Conversando com o Mucio<br />
decidimos convidar os antigos<br />
integrantes do Musical N. C. Som<br />
para um encontro em sua casa;<br />
19 de março, terça feira, 15h.<br />
Tínhamos a ideia de relembrarmos<br />
o passado do grupo. Passei na<br />
casa do Luizinho Pavan e na hora<br />
marcada chegamos ao destino.<br />
Lá já estavam Zé Sabaúna, Nado<br />
e Vilcides. O Mucio nos recebeu<br />
como os demais amigos, de uma<br />
forma muito especial. Sabemos que<br />
ele é uma pessoa de uma finesse<br />
no trato com as pessoas. O Zé<br />
Sabaúna até acha que ele sempre<br />
foi um Anjo. Concordo. Mas acho<br />
que dessa vez ele, sua esposa<br />
Lurdinha e seus filhos Silvio Luís e<br />
Marco Antônio exageraram.<br />
Caramba... E foi nesse clima de<br />
total descontração que rolou a<br />
nossa entrevista.<br />
Ney Ricardo Castellucci foi o fundador<br />
do Musical N. C. Som, que existiu<br />
nos anos de 1969 a 1972. Ney, no início<br />
de sua carreira tocava piano nos<br />
saraus que o Clube Araraquarense<br />
realizava aos domingos, das 21 às<br />
24h. O grupo que tinha contrato efetivo<br />
com o clube era o Bonini e seu<br />
Conjunto, no qual o Juraci Brandão<br />
de Paula (Jura) tocava guitarra. Sobre<br />
o palco tinha permanentemente um<br />
piano e quando aparecia no sarau um<br />
pianista, ele era convidado a dar uma<br />
canja, como se dizia na época. Isso<br />
significava convite para tocar.<br />
Ney, que era filho do Dr.<br />
Castellucci, médico muito<br />
conhecido na cidade, frequentava<br />
assiduamente o clube e<br />
assim, estava sempre dando<br />
Ney, sempre sorridente ao lado<br />
dos amigos que começaram<br />
com ele no N.C. Som<br />
canja, da mesma forma que outros<br />
músicos como o Francisco Cortese<br />
Filho (Kiko). Ney então foi aprimorando<br />
o estilo que gostava de tocar<br />
como bossa nova, jazz, além da<br />
grande habilidade para improvisar.<br />
Decidido a montar o seu próprio<br />
grupo, começou a tocar com<br />
o Francisco Carlos dos Santos<br />
(Chiquinho Batera – Bateria), Percival<br />
Borges Correa (Perci – Baixo) que<br />
anteriormente tocava com o grupo<br />
Os Intocáveis. Porém Perci em pouco<br />
tempo deixou o grupo e foi substituído<br />
pelo Roberto Mucio (Betão).<br />
|60
A chegada dos músicos na casa de Mucio: Juraci, o anfitrião Mucio, Pavan, Nado,<br />
Sabaúna e Vilcides<br />
O cantor era o Carlinhos Vaqueiro,<br />
(ex integrante dos Mug Boys) que<br />
após algum tempo foi substituído<br />
por Wilson José Orselli, que já havia<br />
passado por vários grupos e tinha<br />
um disco gravado com o grupo The<br />
Snakes. Também foi líder do grupo Os<br />
Profetas, onde o Pavan havia tocado.<br />
A partir daí o conjunto foi se<br />
consolidando e agregando novos<br />
Cartaz<br />
anunciando<br />
o show do<br />
grupo<br />
Uma das<br />
formações<br />
do N.C. Som<br />
em 1970,<br />
com muito<br />
fôlego em<br />
pleno précarnavalesco<br />
músicos como o guitarrista Getúlio<br />
de Freitas Iani, tio do Marcos Volpe,<br />
líder do Falso Brilhante. O Getúlio (ex<br />
Intocáveis) permaneceu com o Ney<br />
por um longo tempo.<br />
O N.C. Som teve a primeira participação<br />
feminina da época em grupos<br />
musicais de Araraquara, que foi a<br />
cantora Marinez Escada, atualmente<br />
residindo em São Paulo. Esta formação<br />
permaneceu até que o Getúlio<br />
precisou deixar o conjunto. Em seu<br />
lugar entrou o cantor e guitarrista<br />
José Ronaldo Nakamoto (Nado)<br />
que tinha participado do grupo Os<br />
Atômicos e que atualmente integra<br />
o Sweet Music. Com a chegada do<br />
Nado e com as novas músicas incluídas<br />
no repertório agora sob a sua<br />
responsabilidade, o estilo do grupo<br />
foi mudando, o que levou o Ney a<br />
incluir instrumentos de sopro. Então<br />
convidou o Vilcides José Alves Pedro<br />
(trompete) e Carlos Alberto de Aguiar<br />
Martins (Carlão Pepeta – Sax Tenor)<br />
ambos experientes e integrantes dos<br />
Intocáveis. Ney ainda trouxe para o<br />
grupo outro músico, o Antônio Carlos<br />
Modé (Sax Tenor). Estava assim completado<br />
o Musical N. C. Som, agora<br />
com um som mais pesado e adequado<br />
para bailes.<br />
Mucio conta que o conjunto teve<br />
alguns uniformes mas o que mais se<br />
destacou foi o terno branco que se<br />
realçava sob a luz negra. As “berinjelas”,<br />
como eram chamadas essas<br />
lâmpadas especiais, estavam sendo<br />
lançadas no mercado.<br />
Assim, o grupo foi aprimorando<br />
seu repertório para bailes, incluindo<br />
músicas de sucesso da época como:<br />
Pais Tropical, Zazueira, Aquele<br />
Abraço, Aquarius, Venus, Traces,<br />
Stormy, Raindrops Keep Falling On<br />
My Head, Reflections Of My Life e<br />
outras bem diversificadas. Uma das<br />
preferidas do Ney era “Blues Walk”<br />
tema de jazz muito tocado em samba<br />
na época, pelos músicos amantes da<br />
bossa nova. Ney usava essa música<br />
para apresentar seus músicos nos<br />
bailes. O Mucio acredita que nem o<br />
Ney sabia o nome da música. Fui pesquisar<br />
e descobri através do amigo<br />
e músico araraquarense Benedito<br />
Souza Antônio (Bê), grande pistonista,<br />
idealizador e líder da famosa Banda<br />
Ópus em Piracicaba. Tocamos muitos<br />
anos juntos nos velhos tempos.<br />
A presença do Musical N. C. Som<br />
era constante em clubes como o 22<br />
de Agosto (Av. Portugal), Associação<br />
dos Alfaiates em São Carlos, Grêmio e<br />
Ginástico em Rio Claro, Frigorífico em<br />
Barretos e inúmeras cidades do interior<br />
do Estado de São Paulo e norte<br />
do Estado do Paraná.<br />
CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
61|
Hoje os meus domingos<br />
São doces recordações<br />
Daquelas tardes de<br />
guitarras, sonhos e emoções<br />
O que foi felicidade, me<br />
mata agora de saudade...<br />
Era comum o conjunto ser contratado<br />
para fazer bailes com grandes<br />
artistas. No Ginásio de Esportes de<br />
São Carlos o N.C. Som acompanhou<br />
o cantor Paulo Sergio que estava<br />
fazendo grande sucesso. No São<br />
Carlos Clube acompanhou a cantora<br />
Nalva Aguiar e em Tatuí o cantor Almir<br />
Rogério que também se destacava.<br />
Beto Mucio e os demais entrevistados<br />
concordaram que um baile<br />
inesquecível foi em Ribeirão Preto no<br />
Clube Regatas, com dois conjuntos<br />
de Araraquara: Musical N.C. Som e<br />
The Jungles. Era o Baile do Havaí, ao<br />
ar livre e com direito a todas aquelas<br />
frutas típicas de praxe.<br />
Outro baile importante foi no<br />
Clube 27 de Outubro em nossa<br />
cidade, juntamente com o grupo<br />
Super Panorâmico de Ribeirão Preto,<br />
com a presença do excelente músico<br />
Alcebíades Spínola Filho (Bidinho)<br />
que se tornou conhecido internacionalmente.<br />
Então chegou uma época de<br />
Antes da apresentação, a chamada “passagem de som” entre os componentes do grupo<br />
grande preferência do público por<br />
eventos com grupos musicais. O conjunto<br />
então tocava de quinta-feira a<br />
domingo, inclusive à tarde em um<br />
lugar e à noite em outro. Mucio fala<br />
que de quinta-feira se apresentavam<br />
no diretório dos alunos da Faculdade<br />
de Odontologia da UNESP e nos<br />
outros dias da semana até domingo,<br />
revezavam entre O Barril e O Porão,<br />
dois pontos de encontro da juventude<br />
e dos casais, bastante concorridos<br />
em nossa cidade. Já os sábados eram<br />
reservados para os bailes.<br />
O grupo então passou por uma<br />
troca de baterista. O Chiquinho Batera<br />
deixou o Musical N.C. Som e foi para<br />
o The Jungles e o José Carlos Servino<br />
(Zé Sabaúna), deixou o The Jungles<br />
e foi para o Musical N.C. Som. Sem<br />
dúvida dois grandes bateristas.<br />
Pouco depois o Ney trouxe para<br />
o grupo o formidável guitarrista Luiz<br />
Antônio Pavan que com sua grande<br />
capacidade harmônica e improvisação,<br />
contribuiu sobremaneira para o<br />
sucesso do grupo. E com essa formação<br />
o N.C. Som foi até ao seu final.<br />
Os amigos músicos presentes<br />
neste inesquecível encontro, o Zé<br />
Sabaúna, Pavan, Vilcides, Nado e<br />
o nosso anfitrião Betão Mucio, são<br />
unânimes em afirmar que aquela foi<br />
uma época maravilhosa, de grande<br />
aprendizado, de conquistas de muitos<br />
amigos e que deixou saudades. Todos<br />
residem em Araraquara.<br />
O Ney há muito tempo mudou-se<br />
para Sorocaba.<br />
CURIOSIDADES<br />
Mucio e Ney Castellucci cantando em uma das apresentações do grupo<br />
• Beto Mucio conta que certa<br />
vez foram tocar em Limeira na Festa<br />
da Lagosta. Era tanta lagosta que o<br />
Chicão, motorista do conjunto, resolveu<br />
trazer uma para assustar o seu<br />
|62
Em 1969 foi realizado um desfile de modas na cidade com a apresentação de Ivan<br />
Roberto Peroni e o acompanhamento de Ney Castellucci<br />
pai. Duro foi aguentar o cheiro da<br />
lagosta durante a viagem toda.<br />
• Sabaúna diz que num ensaio<br />
o Modé chegou todo contente e<br />
falou: “O Vilcidão... como é que está<br />
Vilcidão? O Vilcides que estava com<br />
bronca dele respondeu: “Como estou<br />
ou deixo de estar é problema meu. Vai<br />
pra p. q. p.” Foi só risadas.<br />
• Sabaúna contou outra. Disse<br />
que foram tocar numa festa dos<br />
médicos no Clube 22 de Agosto,<br />
ainda na Avenida Portugal e o Pedro<br />
Rodrigues que era o empresário e<br />
muito brincalhão falou para o Carlão<br />
Pepeta: “Opa? Músico novo? Você eu<br />
não conhecia! Qual é a sua graça?”<br />
e o Carlão na maior inocência e talvez<br />
não entendendo bem a pergunta<br />
respondeu todo respeitoso e meio<br />
sem jeito: “A minha graça é rir.” E o<br />
Pedro Rodrigues respondeu na lata:<br />
“Então vai rir na p. q. p., seu moleque”.<br />
Novamente só risadas.<br />
• Outra contada pelo Sabaúna.<br />
O conjunto regressando de um baile<br />
e ele e o Vilcides sentados juntos no<br />
último banco da perua Kombi. O Zé<br />
querendo dormir e o Vilcides falando:<br />
“Porque na minha arma calibre 38 eu<br />
uso balas de tal tipo. Na minha arma<br />
calibre 45 uso balas desse outro tipo.<br />
Na minha outra arma de cano longo<br />
uso... O Zé interrompeu e disse: “Em<br />
todas as minhas armas uso um só<br />
tipo de balas: balas toffee”. O Zé disse<br />
que aí é que não dormiu mesmo. Teve<br />
que aguentar as broncas do Vilcides<br />
até o final da viagem. O Vilcides confirmou<br />
a história.<br />
• Esta quem contou foi o Pavan.<br />
Era um baile no Clube 22 de Agosto.<br />
Foram tocar a música El Presidente,<br />
sucesso da banda Herb Alpert’s<br />
Tijuana Brass. O clube cheio. O Pavan<br />
duvidando, desafiou o Vilcildes a tocar<br />
a música em pé sobre uma cadeira.<br />
No final da tarde, após<br />
rodada de boa conversa<br />
que durou horas, os<br />
músicos do antigo N.C.<br />
Som resolveram se unir<br />
em músicas que serviram<br />
para matar a saudade.<br />
Foi um tempo de<br />
felicidade que passou.<br />
O Vilcides não teve dúvidas. Subiu na<br />
cadeira e tocou. O público aplaudiu.<br />
Vilcides gostou.<br />
• Essa é do Mucio. Foram tocar<br />
um baile na cidade de Itaberá, na<br />
divisa com o Estado do Paraná. Uma<br />
chuva tremenda. Terminou o asfalto e<br />
ainda tinha uns 40 km de puro barro<br />
e chuva que não acabava mais. Todo<br />
mundo chic com uniforme de tergal<br />
e o Nado com uma calça, também<br />
de tergal, azul piscina e um sapato<br />
preto novo muito bonito de verniz.<br />
Nisso a Kombi encalhou naquele<br />
barro e os músicos tiveram que descer<br />
para empurrar. O Nado andando<br />
todo delicado, pisando na ponta<br />
dos pés, escolhendo o barro que ia<br />
pisar na noite escura e embaixo de<br />
chuva, de repente caiu num buraco,<br />
afundou no barro até a altura do joelho<br />
e ficou atolado. Não saia mais.<br />
Os outros empurrando a Kombi e<br />
os pneus jogando barro em todos.<br />
Quando conseguiram chegar no<br />
clube já era 23h30, molhados e com<br />
barro até nos cabelos. Era um baile<br />
de formatura e já tinha outro conjunto<br />
tocando. É claro que não tocaram,<br />
não receberam e ainda correram o<br />
risco de apanhar. Só ouviam o público<br />
gritando “Lincha, lincha...”. Agora o<br />
Mucio conta e todos relembram e<br />
riem muito...<br />
63|
LEMBRANÇA<br />
Tufich Haddad<br />
Até breve,<br />
amigo!<br />
Araraquara está entristecida<br />
com o falecimento de<br />
um dos seus mais nobres<br />
empresários: Tufich Haddad.<br />
Foi sepultado no dia 29 de março<br />
no Cemitério São Bento em Araraquara,<br />
o comerciante Tufich Haddad.<br />
O termo “comerciante” era como ele<br />
gostava de se identificar, trazendo<br />
essa simbologia desde os tempos do<br />
Armazém Santa Cruz, cujo tempo de<br />
trabalho dividia com os irmãos José e<br />
Chafik (Chafizinho).<br />
Anos mais tarde, com a concessão<br />
para revender produtos da Antarctica,<br />
ele tinha praticamente a metade da<br />
clientela centrada na Vila Xavier, a<br />
outra parte cabia aos Carvalho. Eram<br />
as únicas revendas para Araraquara<br />
e região. Por longo tempo o empresário<br />
Tufich - dançarino de mão cheia<br />
- sempre acompanhado da esposa<br />
Hadyha, se manteve envolvido pelos<br />
negócios, tornando-se pela sua trajetória<br />
um amigo dos mais queridos e<br />
respeitados.<br />
Sua morte não apenas entristeceu<br />
a cidade, mas amigos e parentes<br />
se manifestaram nas redes sociais<br />
como forma de carinho. Elias Chediek<br />
escreveu: “Querido tio Tufick Haddad,<br />
pessoa alegre, integra, um grande<br />
exemplo para todos nós, que constituiu<br />
uma Família maravilhosa, nossas<br />
homenagens”.<br />
Denise Haddad uma de sua filhas,<br />
postou uma mensagem em homenagem<br />
ao pai – “Hoje o céu está em<br />
festa! Uma estrela subiu para brilhar!!<br />
Meu amado pai com certeza está<br />
sendo recebido com uma orquestra<br />
angelical e flores pelos seres celestes<br />
Tufich nos deixou aos 94 anos de idade;<br />
levou com ele parte da história da cidade<br />
ancorando sua passagem de luz, para<br />
brilhar ainda mais l! Um pai e um homem<br />
extraordinário, que sempre esbanjou<br />
alegria pela vida!! Generoso,<br />
amoroso, protetor, otimista, dançarino,<br />
Querido por todos, amante da vida e<br />
da família. Com certeza deixou um<br />
legado de amor. Te honro!! Te amo!!!<br />
Siga na paz meu amado”.<br />
Deixou a esposa Hadyha e os filhos<br />
Marina, Gisela, Lenira, Denise, Mônica,<br />
Adilson e Fábio.<br />
A empresa<br />
Excelência em<br />
e direta!<br />
Mídia externa<br />
e direta!<br />
Planejamento | Direcionamento | Equipe treinada e qualificada | Supervisores | Coordenadores<br />
e o mais importante: MELHOR CUSTO x BENEFÍCIO!<br />
|64<br />
Av. Luiz Manini, 187, Jardim São Gabriel<br />
16 98136 0258 16 3322 8440
VIP<br />
VIDA SOCIAL por Maribel Santos<br />
Mais doçura e fé, por favor!<br />
Olá querido leitor! O mês de abril nos traz a principal celebração do ano litúrgico cristão<br />
e também a mais antiga e importante festa cristã: A Páscoa! A data determina todas as<br />
demais datas das festas móveis cristãs, exceto as relacionadas ao Advento. O domingo<br />
de Páscoa marca o ápice da Paixão de Cristo e é precedido pela Quaresma, um período<br />
de quarenta dias de jejum, orações e penitências. Mas, na prática ainda é assim? Em<br />
tempos tão nebulosos, com tanta intolerância e falta de amor, sinto a fé das pessoas<br />
enfraquecida. E, além disso, a família perdeu o rumo em relação aos conceitos mais<br />
importantes de moral e religiosidade. A maioria das crianças cresce como se fossem<br />
robozinhos, parecem plugadas em um dispositivo, não brincam mais e não recebem uma<br />
formação e uma educação adequadas. Carecemos de dias mais doces e recheados com<br />
muita fé. Uma feliz e santa Páscoa para todos!<br />
Super<br />
MULHERES EMPREEND<strong>ED</strong>ORAS<br />
DE ARARAQUARA<br />
Clube Araraquarense<br />
Vilma Roveri, Vera Lucia Zenatti,<br />
Marilene Ramos, Carmen Heloisa<br />
Marim, Wilma Zenatti e Francisco<br />
de Assis Peixe<br />
Marina Machado, Márcia Barbosa,<br />
Maisa Teixeira e Márcia Caffarelli<br />
Carolina Carvalho de Oliveira e<br />
Juliana Caracho Nunes Pestana<br />
são proprietárias da SweetPapinha.<br />
A empresa trabalha com o preparo<br />
de alimentação infantil saudável e<br />
traz para as mamães araraquarenses,<br />
praticidade e variedade. São papinhas<br />
doces, salgadas, lanchinhos e<br />
comidinhas. Informações do cardápio<br />
podem ser obtidas através do telefone<br />
(16) 9.9242.7276.<br />
@sweetpapinha<br />
@sweetpapinhaararaquara<br />
Andrea Dresch é consultora<br />
comercial de seguros, com mais<br />
de dez anos de experiência está<br />
a um ano na Morada do Sol<br />
Corretora de Seguros, que atua<br />
em nossa cidade há mais de<br />
40 anos. Andrea trabalha com<br />
todos os segmentos de seguros<br />
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WhatsApp: (16) 9.9710.8353.<br />
Carrapicho Rangel e<br />
Maiara Estela Baggio<br />
65|
Maribel Santos<br />
VIPS<br />
EM DESTAQUE<br />
Antonieta Magalhães e Claides Soldado<br />
Viviane<br />
Aparecida<br />
Cereda e<br />
Luis Augusto<br />
Ferreira<br />
O casal Bottari, Wagner e Eneida<br />
Luciana Nascimento<br />
O casal<br />
Montoanelli,<br />
Marquinhos e<br />
Patrícia<br />
|66
Silvana Guilardi,<br />
Val Ribeiro<br />
e Elisangela Moura<br />
Humberto Gouvêa Figueiredo e Fabiana Delbone<br />
Regina Borin<br />
e Ge Zoom<br />
67|
VITRINE<br />
VITRINE<br />
DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
JOÃO CARLOS<br />
Angela, Sérgio Sanchez e Cláudio<br />
ANIVERSÁRIO<br />
Wanderlei Macris, deputado federal e Joel Aranha<br />
Lebrão, Teca Lombardi e Leila Valili<br />
ANIVERSÁRIOS<br />
Abril|<strong>2019</strong><br />
A diretoria do SINCOMERCIO cumprimenta todos os aniversariantes<br />
DATA<br />
NOME<br />
EMPRESA<br />
DATA<br />
NOME<br />
EMPRESA<br />
01/04<br />
01/04<br />
02/04<br />
02/04<br />
03/04<br />
06/04<br />
06/04<br />
07/04<br />
07/04<br />
08/04<br />
09/04<br />
09/04<br />
09/04<br />
10/04<br />
10/04<br />
12/04<br />
13/04<br />
14/04<br />
14/04<br />
15/04<br />
Giovanni Sardisco<br />
Maurício de Vechi<br />
Erika Maris Cataneu<br />
Gustavo Alcazan Parizi<br />
Mario Takechi Takatsui<br />
Raphael Haddad Tedde<br />
Suzana Conrado<br />
Antonia Regina Carascosa<br />
Gustavo Bonani<br />
Jeferson Honorio de Souza<br />
Anderson Botario Siqueira<br />
José Carlos Costa<br />
Raul Souza Sulzbacher<br />
Antonio Deliza Neto<br />
Custódia Souza Tomé<br />
Dorival Delbon Filho<br />
João Euclides Vilchenski<br />
Claudia Oliveira Rapattoni<br />
Douglas Aparecido Freire<br />
Maria Angelica de Freitas<br />
Giovanni Imóveis<br />
MEA de Vechi Prod. Terapeuticos<br />
Cataneu<br />
Alcatec<br />
DD. Diretor Sincomercio/SCPC<br />
MTS - Monitoram. de Alarmes<br />
Casa Du Óculos<br />
Auto Posto Vila Sol<br />
Limar Automóveis<br />
Agaeli Distr. Peças<br />
Micropro<br />
Varejão Passarinho<br />
DD. Diretor CECOMÉRCIO<br />
DD. Presid. Sincomercio/SCPC<br />
Jô Calçados<br />
Style Calçados<br />
Empório São João<br />
Oliver Folheados<br />
Lubrara<br />
Ótica Thiago<br />
17/04<br />
17/04<br />
18/04<br />
18/04<br />
19/04<br />
22/04<br />
22/04<br />
22/04<br />
23/04<br />
24/04<br />
24/04<br />
27/04<br />
27/04<br />
27/04<br />
28/04<br />
28/04<br />
29/04<br />
29/04<br />
30/04<br />
Anderson Cesar Marqueti<br />
Tarcisio de Freitas Alves<br />
Elaine Cristina Senhorini<br />
Marcos Teixeira dos Santos<br />
Sérgio Luis Bignotto<br />
Domingos Bonani Júnior<br />
Ivete Aparecida Caparelli<br />
Lúcia Helena G. Fanelli<br />
Omar Lopes Fernandes<br />
Miriam Pinto de Oliveira<br />
Rosa do Prado Mariano<br />
João Mahfuz Júnior<br />
José Antonio do Carmo Faria<br />
Maria Lais Ramos da Silva<br />
Carlos Alberto Magdalena Jr<br />
Marcos Rogério Eiras<br />
Rafael Ferreira Toqueiro<br />
Vaine Cortez Angelo<br />
Nelson Ferreira Pinto Júnior<br />
Habitus Academia<br />
Alves Auto Peças<br />
Portomaggiore Indústria<br />
Import Componentes<br />
Funerária Bom Jesus<br />
Limar Automóveis<br />
Móveis Caparelli<br />
P@pelaria.com<br />
Luma Engenharia<br />
Escola “Imac. Coração de Maria”<br />
Welckman Tintas<br />
J Mahfuz<br />
Constroeste<br />
Ramos Presentes<br />
Magdalena Imóveis<br />
JR Calçados e Chapéus<br />
Cesta Básica União<br />
Geração Mulher<br />
Aramix<br />
|68
Jô, Tavinho Quintão e João Portero<br />
Tavinho, Valdir Massucato e Giovani Peroni<br />
Sandra, Joel e Fábio Santiago<br />
Elaine Maria Sgaviolli e<br />
Valdir Massucato<br />
Luciana Fernandes e<br />
Marcelo Cavalcanti<br />
Jader de Oliveira e<br />
Juliana Crociari<br />
Luiz Alberto Pereira e<br />
Sinaida Pereira<br />
Dona Itália<br />
Secondino<br />
Beto Neves e Beto Placco<br />
69|
Luís Carlos<br />
Cidades sem almas<br />
As cidades são como as pessoas:<br />
elas possuem caras, personalidades,<br />
almas. O mundo moderno tornou-se<br />
pequeno depois que a comunicação<br />
entre os seres humanos se tornou instantânea.<br />
O tempo reduziu-se. No entanto,<br />
o contraste é sentido. O espaço<br />
não se modificou, ainda continua o<br />
mesmo tal como há milhares e milhares<br />
de anos.<br />
Essa instantaneidade aparente, espaço-tempo,<br />
leva-nos à falsa impressão<br />
de que, embora haja intenso intercâmbio<br />
cultural no mundo todo, na verdade<br />
as diferenças entre as cidades, e, por<br />
consequência entre seus habitantes,<br />
estão muito mais profundamente enraizadas<br />
do que se pensa.<br />
Para se comprovar isto basta apenas,<br />
por um determinado período,<br />
isolá-las umas das outras no tempo, e<br />
aí, à falta de alternativas, elas refluem<br />
tal como eram no passado, idênticas,<br />
muitas vezes, assim como as pessoas,<br />
infladas de preconceitos, que o verniz<br />
da civilização tentou esconder, mas<br />
que não sepultou definitivamente.<br />
Entretanto, com a estandartização<br />
mundial de tudo e de todos, as cidades<br />
estão perdendo suas características<br />
essenciais que fazem com que elas se<br />
diferenciam das demais, e isso não é<br />
bom. Elas estão tornando-se cidades<br />
sem almas. É preciso exaltar a diferença,<br />
porque se perdermos a identidade,<br />
perderemos tudo.<br />
As cidades possuem suas antigas<br />
ruas, com nomes de vultos do passado<br />
ou de moradores falecidos que acrescentaram<br />
algo aos seus conterrâneos<br />
e justamente por isso foram homenageados.<br />
Algumas possuem monumentos,<br />
casas tombadas pelas pessoas interessadas<br />
na preservação da história;<br />
outras ainda conservam seus antigos<br />
B<strong>ED</strong>RAN<br />
Sociólogo e cronista da Revista Comércio,<br />
Indústria e Agronegócio de Araraquara<br />
mercados ou as construções, algumas<br />
em ruínas, de suas abandonadas estações<br />
ferroviárias; outras, suas praças,<br />
seus coretos e suas centenárias árvores.<br />
A padronização de uma cidade tão<br />
somente para, como dizem, “acompanhar<br />
o progresso”, podem levá-las à extinção<br />
de sua história, de sua própria<br />
alma. Crimes ambientais cometem-se<br />
à beça, a pretexto da modernização de<br />
tudo. Um grande erro, muitas vezes de<br />
difícil, senão de impossível reparação.<br />
Logo perderemos também nossa<br />
língua, nossas tradições, nossos costumes.<br />
Hoje, visitar uma cidade, com<br />
algumas exceções, é como se já a conhecêssemos<br />
há tempos. Nada a diferencia<br />
das demais: um verdadeiro deserto.<br />
Não há nada de típico, do local,<br />
de produto da terra.<br />
Nas maiores os shoppings são<br />
todos iguais — quem conheceu um<br />
shopping apenas, conheceu-os todos,<br />
sem que seja preciso fazer esforço algum.<br />
Lojas da mesma rede, franquias,<br />
encontradas em todo o lugar. Nas menores,<br />
então, que poder-se-iam nelas<br />
encontrar a diferença, é aquela monotonia,<br />
parecendo até que seus moradores<br />
têm vergonha de nelas habitarem,<br />
quando deveria ser o contrário, muito<br />
orgulho mesmo.<br />
Algumas pequenas cidades faziam<br />
questão de ser apelidadas como hospitaleiras.<br />
É que no passado seus moradores<br />
acolhiam os visitantes, mas de<br />
tal forma, tão carinhosamente, que eles<br />
mesmos acabavam por se sentir tão integrados<br />
nelas quanto os autóctones,<br />
ou até mesmo mais. Fixavam residência,<br />
encontravam trabalho, constituíam<br />
família. E nunca mais as deixavam.<br />
É que a hospitalidade, nos vários<br />
povos, desde remotas eras, sempre<br />
foi considerada sagrada. O viajante, o<br />
peregrino, em suas andanças, seja de<br />
negócios ou para cumprir preceitos<br />
religiosos, percorria léguas e léguas,<br />
passava privações, mas depois eram<br />
recebidos e abrigados numa tenda ou<br />
numa cabana simples, habitadas por<br />
pessoas a eles desconhecidas.<br />
E a reciprocidade também era tida<br />
como sagrada. Essa tradição, mais<br />
do que milenar, depois foi ampliada<br />
a países e cidades, cujos migrantes e<br />
imigrantes eram recebidos de braços<br />
abertos. Em nosso país, os cientistas e<br />
desbravadores dos sertões nos séculos<br />
passados enfatizaram muito a acolhida<br />
amiga que sempre tiveram, mesmo<br />
nas casas humildes de caboclos que os<br />
hospedavam, dividindo até entre eles,<br />
irmanamente, as poucas provisões que<br />
tinham.<br />
A alta autoestima dos moradores<br />
deveria sempre comunicar-se às<br />
suas cidades, porque elas aí também<br />
teriam maior orgulho de si mesmas,<br />
maior amor-próprio. Georges Rodenbach<br />
(1855-1898), em “Bruges, a Morta”,<br />
disse que “As cidades, sobretudo, têm<br />
assim a sua personalidade, um espírito<br />
autônomo, um caráter quase exteriorizado<br />
que corresponde à alegria, ao<br />
amor novo, à renúncia, à viuvez. Toda<br />
cidade é um estado de alma e basta<br />
demorar-se nelas um pouco para que<br />
esse estado de alma se comunique, se<br />
nos propague num fluido que se inocula<br />
e se incorpora com a nuança do ar”.<br />
Raymond Willians (1921-1988) em<br />
“O campo e a cidade” (2011) faz uma<br />
comparação e contraste entre o campo<br />
e a cidade. O campo associa-se à<br />
paz, inocência e virtudes simples; mas<br />
também, um lugar de atraso, ignorância<br />
e limitação. A cidade, o centro de<br />
realizações, de saber, comunicações e<br />
luz; mas também um lugar de barulho,<br />
mundanidade e ambição.<br />
Cidades na verdade, são como gente:<br />
possuem cara, personalidade, caráter,<br />
amor-próprio, orgulho e vaidade.<br />
Quantas mesmo já não morreram?<br />
Têm aquilo que não se vê, mas se<br />
sente. Espírito, alma. Pobres daquelas<br />
que não as possuem.<br />
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71|
CAIXAS<br />
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