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nterface<br />
Monitoramento Térmico<br />
de Cubículos<br />
Edição <strong>46</strong><br />
M ar/Abr <strong>2019</strong><br />
ANO 14<br />
INTERFACE ENTREVISTA<br />
Engenheiro e<br />
Inventor da SEL<br />
Armando Guzman<br />
SAIBA MAIS<br />
Revestimento<br />
de Relés para<br />
Ambientes Críticos<br />
LITERATURA TÉCNICA<br />
Sistema de Proteção<br />
Terra Estator em<br />
Geradores
A<br />
EDITORIAL CONTECE<br />
Detecção Pré Falta e Pioneirismo<br />
Para onde caminha a tecnologia de proteção de<br />
linhas no domínio do tempo? Na visão de<br />
Armando Guzman, engenheiro e inventor da SEL<br />
essa filosofia os levará a um sistema capaz de<br />
detectar as faltas antes que ocorram. Essas e outras<br />
constatações estão na entrevista inédita realizada<br />
pelo <strong>Interface</strong> com Guzman que aborda ainda o<br />
histórico do desenvolvimento do SEL-T400L e o<br />
pioneirismo da empresa em outras áreas como na<br />
implantação de sincrofasores em relés.<br />
Também abordaremos o monitoramento térmico<br />
de cubículos pelos relés inteligentes e como isso<br />
pode contribuir para a confiabilidade e segurança<br />
de operações industriais. A matéria destaca como<br />
os sensores que indicam alterações inesperadas na<br />
temperatura mostram a necessidade de<br />
manutenções pr<strong>ed</strong>itivas e não somente corretivas,<br />
r<strong>ed</strong>uzindo custos e riscos para trabalhadores. Em<br />
Setor Técnico, abordaremos a aplicação de outra<br />
tecnologia da SEL, a solução ponto a ponto Time<br />
Domain Link (TiDL) para simplificar a proteção de<br />
unidades geradoras em trechos de linhas curtas.<br />
Assim como nas últimas <strong>ed</strong>ições, preparamos um<br />
fascículo especial sobre as funções de proteção no<br />
domínio do tempo, explicando, desta vez, como<br />
funcionam os elementos baseados em ondas<br />
viajantes. O jornal traz ainda os seminários e<br />
webinars a serem realizados pela SEL ou com<br />
nossa participação nos próximos meses, dicas de<br />
literatura técnica e novos vídeos produzidos por<br />
nossa equipe e disponíveis no canal da SEL no<br />
YouTube.<br />
Exp<strong>ed</strong>iente <strong>Interface</strong><br />
Aproveite sua leitura!<br />
Publicação da: Schweitzer Engineering Laboratories Comercial LTDA.<br />
Endereço: Avenida Pierre Simon de Laplace, 633<br />
Condomínio Techno Park - Campinas/SP CEP 13.069-320<br />
Tel: (19) 3515-2060 | <strong>mar</strong>keting_br@selinc.com.br | www.selinc.com.br<br />
Editorial e r<strong>ed</strong>ação:<br />
BRSA - Branding & Sales: Agência de Comunicação Integrada<br />
Telefones: (11) 5501-4007<br />
Editora: Sa<strong>mar</strong>a Monteiro Mtb. 39.948<br />
Projeto Gráfico e Diagramação:<br />
Schweitzer Engineering Laboratories Comercial LTDA.<br />
Gráfica: Mundo<br />
Tiragem: 7.500<br />
QUER RECEBER O INTERFACE ?<br />
Acesse selinc.com/pt/support/<strong>Jornal</strong>-<strong>Interface</strong><br />
Agenda SEL: Seminários e Webinars<br />
ASEL está preparando um cronograma<br />
intenso de seminários e webinars para os<br />
próximos meses. Os seminários, que são<br />
presenciais, <strong>abr</strong>angerão temas de proteção do sistema<br />
de potência em áreas industriais e de geração e<br />
também automação e segurança cibernética.<br />
No dia 7 de maio, Ribeirão Preto (SP) recebe o<br />
Seminário Técnico de Proteção e Automação de<br />
Sistemas Elétricos Industriais da SEL "Novas<br />
Tecnologias a Favor da Eficiência Operacional e<br />
Segurança Humana". No mês de junho, no dia 11, será<br />
a vez de Porto Alegre (RS) receber o mesmo seminário,<br />
seguida por Juiz de Fora (MG) no dia 1 de agosto e<br />
posteriormente Goiânia (GO) em 8 de outubro.<br />
Já entre os dias 29 e 30 de maio, a SEL vai s<strong>ed</strong>iar o<br />
Seminário de Automação e Cybersegurança em<br />
Campinas (SP) com a presença dos palestrantes Dave<br />
Dolezilek e Amandeep Kalra da SEL dos Estados<br />
Unidos.<br />
Completando a agenda intensa de seminários, será<br />
realizado também o Seminário de Proteção e<br />
Automação de Usinas Hidrelétricas em Cuiabá (MT)<br />
no dia 4 de julho, e em Florianópolis (SC) no dia 26 de<br />
novembro.<br />
Foto: SEL<br />
Com transmissão online, a empresa apresentará<br />
diversos webinars nos próximos meses. Nos dias 29 de<br />
<strong>abr</strong>il, 6 e 20 de maio e 3 de junho serão promovidos<br />
webinars com temas como r<strong>ed</strong>es definidas por<br />
software (SDN), utilização do diagrama de Bewley e<br />
Microgrids.<br />
Entre os eventos externos, o XVIII Encontro Regional<br />
Ibero-americano do Cigré (ERIAC) terá a participação<br />
da SEL entre 19 e 23 de maio, em Foz do Iguaçu (PR).<br />
Dois trabalhos técnicos da empresa foram<br />
selecionados e serão apresentados por seus<br />
especialistas. A SEL também terá um estande no XXV<br />
Seminário Nacional de Produção e Transmissão de<br />
Energia Elétrica (SNPTEE) que ocorre entre 10 e 13 de<br />
novembro de <strong>2019</strong>, em Belo Horizonte (MG).<br />
A programação completa pode ser consultada na<br />
página: www.selinc.com/eventos<br />
2
SAIBA MAIS<br />
Conformal Coating Reveste Relés em<br />
Ambientes Críticos<br />
s relés de proteção são parte importante de<br />
Oum sistema elétrico. Para protegê-los<br />
f i s i c a m e n t e , a S E L r e c o m e n d a o<br />
revestimento “conformal coating” para aplicações em<br />
a m b i e n t e s s e v e r o s . A p r o v a d a e m v á r i a s<br />
especificações, essa proteção amplia a confiabilidade<br />
de relés que estão sujeitos a vibração, <strong>mar</strong>esia,<br />
umidade, alta temperatura, fungos, corrosão e<br />
choque térmico.<br />
O “conformal coating” também é capaz de proteger as<br />
placas de circuitos dos relés de agentes químicos,<br />
inclusive isolando-as de substâncias presentes no ar<br />
como sulfeto de hidrogênio, cloro e sais. O<br />
r e v e s t i m e n t o t a m b é m p r o t e g e a s p l a c a s<br />
mecanicamente, evitando o contato com poeira ou<br />
insetos, por exemplo. Ressalta-se que a aplicação é<br />
realizada de modo robótico, garantindo exatidão no<br />
cumprimento das especificações técnicas.<br />
CURTAS<br />
Saiba como M<strong>ed</strong>ir a Velocidade das<br />
Ondas Viajantes<br />
m novo vídeo publicado em seu canal no<br />
EYouTube, a SEL ensina como m<strong>ed</strong>ir a<br />
velocidade de propagação das ondas<br />
viajantes em linhas de transmissão com o uso dos<br />
recursos de seus relés.<br />
O objetivo é mostrar como ajustar precisamente este<br />
parâmetro nos relés de proteção. Com a precisão na<br />
localização de faltas garante-se a confiabilidade do<br />
sistema de potência e consequente melhoria do<br />
serviço prestado com r<strong>ed</strong>ução de custos para as<br />
concessionárias com Parcelas Variáveis (PVs).<br />
Durante o vídeo são abordados duas metodologias: a<br />
primeira demonstra como é possível calcular o valor<br />
da velocidade de propagação utilizando-se os<br />
registros das ondas viajantes obtidos nos ensaios de<br />
energização da linha. Já no segundo método, como é<br />
possível obter a velocidade de propagação utilizando<br />
um relatório de falta de ondas viajantes de somente<br />
um terminal.<br />
Veja o vídeo no canal: www.youtube.com/selincbr<br />
Mais informações podem ser obtidas no link:<br />
www.selinc.com/flyers/conformal-coating<br />
LITERATURA TÉCNICA<br />
Sistema oferece 100% de Proteção Terra Estator em Geradores<br />
proteção 100% terra estator aplicada a<br />
Amúltiplos geradores aterrados em alta<br />
imp<strong>ed</strong>ância compartilhando uma mesma<br />
barra é um desafio na proteção de geradores. A<br />
solução típica para uma unidade geradora, que<br />
consiste de um elemento de sobretensão de neutro em<br />
conjunto com um esquema de terceiro harmônico ou<br />
esquema de injeção, não apresenta uma<br />
confiabilidade adequada. A possibilidade de<br />
circulação de contribuições de terceiro harmônico das<br />
unidades em paralelo, além da mudança na r<strong>ed</strong>e de<br />
imp<strong>ed</strong>âncias quando as unidades compartilham uma<br />
mesma barra, podem resultar na operação incorreta<br />
da proteção.<br />
A SEL produziu o artigo "Proteção Terra Estator para<br />
Múltiplos Geradores Aterrados por Alta Imp<strong>ed</strong>ância".<br />
O texto traz alguns métodos que visam melhorar a<br />
confiabilidade do esquema de terceiro harmônico e<br />
de injeção, além de facilitar a seletividade através de<br />
dois métodos que buscam obter um desligamento<br />
seletivo dos disjuntores das máquinas, isolando apenas<br />
o gerador em falta.<br />
Para ler esse e outros artigos técnicos da SEL, acesse<br />
www.selinc.com/pt/ e clique em Suporte.<br />
3
FASCÍCULO ESPECIAL 3<br />
Funções de Proteção no Domínio do Tempo<br />
Nesta <strong>ed</strong>ição, a SEL dará continuidade aos fascículos<br />
especiais sobre Proteção no Domínio do Tempo. O<br />
primeiro fascículo abordou as bases teóricas que<br />
sustentam a tecnologia, explorando o conceito por trás<br />
das grandezas incrementais e das ondas viajantes; a<br />
segunda trouxe as proteções envolvendo grandezas<br />
incrementais: elemento de distância (TD21) e<br />
elemento direcional (TD32). Nesta terceira <strong>ed</strong>ição,<br />
serão abordadas as funções de proteção baseada em<br />
ondas viajantes (travelling waves): elemento direcional<br />
(TW32) e elemento diferencial de linha (TW87).<br />
passando pelo zero. As ondas viajantes não podem ser<br />
detectadas pelos relés convencionais pois são sinais de<br />
alta frequência e necessitam de equipamentos com<br />
uma taxa de amostragem na ordem de MHz, um<br />
conversor A/D diferenciado e também uma filtragem<br />
específica, como os relés que operam no domínio do<br />
tempo.<br />
Na figura abaixo pode-se observar o sinal de alta<br />
frequência da onda viajante em uma falta:<br />
Foto: Divulgação<br />
Ondas Viajantes<br />
Relembrando a teoria apresentada no primeiro<br />
fascículo, tem-se que ondas viajantes são frentes de<br />
ondas eletromagnéticas de tensão e corrente de alta<br />
frequência que trafegam pelas linhas de transmissão,<br />
LT, quando existe um distúrbio na linha. As ondas de<br />
tensão e corrente geradas possuem a mesma<br />
polaridade e trafegam a partir do ponto de falta. É sem<br />
dúvida a grandeza no domínio do tempo mais<br />
conhecida, uma vez que estudos utilizando ondas<br />
viajantes para localização de faltas já existem desde a<br />
década de 70.<br />
vS<br />
iS<br />
Figura 1: Ondas viajantes geradas a partir de uma<br />
falta na linha de transmissão<br />
Esses sinais estão presentes em praticamente todas as<br />
faltas que podem ocorrer no sistema, com exceção<br />
daquelas que acontecem quando o sinal de tensão está<br />
F<br />
vR<br />
iR<br />
Figura 2: Ondas viajantes presentes em uma oscilografia<br />
Utilizando as ondas viajantes geradas pelas faltas, é<br />
possível implementar dois elementos de proteção:<br />
direcional (TW32) e diferencial de linha (TW87).<br />
TW32 – Elemento direcional<br />
A operação do elemento TW32 pode ser entendida<br />
como uma comparação de polaridades entre a<br />
primeira onda viajante de corrente e a primeira onda<br />
viajante de tensão. Tomando como exemplo o circuito<br />
abaixo, com um relé instalado no terminal S, tendo o<br />
terminal R como o “terminal a frente” e o terminal T<br />
como o "terminal reverso”, a polaridade do<br />
><br />
4
transformador de corrente, TC, está voltada de forma<br />
que o fluxo que entra na linha seja considerado<br />
positivo.<br />
T S R<br />
através da fórmula abaixo:<br />
Em que:<br />
Relé<br />
Figura 3: Circuito exemplo com terminais T, S e R<br />
Para uma falta a frente, entre os terminais S e R, as<br />
frentes de onda de tensão e corrente, supostas aqui<br />
como positivas, se deslocarão no sentido dos terminais<br />
citados, conforme ilustra a Figura 4. O relé detectará as<br />
ondas viajantes, TWs, de tensão e corrente do terminal<br />
S e, fará sua análise de polaridade. Perceba que a TW<br />
de corrente entra pela não-polaridade do TC de<br />
proteção, de modo que o relé a receberá com<br />
polaridade invertida. Logo, as polaridades das ondas<br />
viajantes de tensão e corrente serão opostas, indicando<br />
ao relé que a falta foi a frente. Vale lembrar, como dito<br />
no início, que as ondas viajantes de tensão e de<br />
corrente produzidas possuem a mesma polaridade no<br />
ponto de falta, o que permite que a análise acima seja<br />
verdadeira.<br />
TWs de Corrente<br />
T S TWs de Tensão<br />
R<br />
F<br />
T dir torque que indicará a polaridade<br />
V TW onda viajante de tensão<br />
I TW onda viajante de corrente<br />
O sinal negativo na fórmula foi adicionado por uma<br />
questão de simplificação do resultado, de modo que<br />
para uma falta a frente o resultado do torque seja<br />
positivo e para uma falta reversa, negativo.<br />
A figura abaixo resume a explicação:<br />
TW Tensão<br />
TW Corrente<br />
Torque Integrado<br />
- V .<br />
∫<br />
I TW<br />
(a)<br />
+<br />
V TW<br />
I TW<br />
t<br />
t<br />
t<br />
- V .<br />
∫<br />
I TW<br />
(b)<br />
+<br />
+<br />
V TW<br />
I TW<br />
t<br />
t<br />
t<br />
Relé<br />
Figura 4: Ondas viajantes para uma falta a frente<br />
Para uma falta reversa, entre os terminais T e S, a onda<br />
viajante de corrente entrará no TC pela polaridade,<br />
fazendo com que o relé meça as ondas de tensão e<br />
corrente com a mesma polaridade, sem inversão. Logo<br />
o equipamento infor<strong>mar</strong>á que a falta foi reversa,<br />
conforme mostrado na figura abaixo:<br />
TWs de Corrente<br />
T TWs de Tensão<br />
S R<br />
F<br />
Relé<br />
Figura 6: (a) ondas viajantes de corrente e tensão para falta a frente<br />
(b) ondas viajantes de corrente e tensão para falta reversa<br />
TW87 – Elemento diferencial de linha<br />
O elemento TW87, diferencial de linha por ondas<br />
viajantes, também utiliza a comparação de<br />
polaridades, porém, não entre as travelling waves<br />
(TWs) de tensão e corrente, mas entre as TWs de<br />
corrente em ambos os terminais alinhadas no tempo.<br />
Utilizando o mesmo sistema do exemplo anterior, no<br />
entanto considerando um relé também no terminal R,<br />
chega-se na figura abaixo:<br />
T S R<br />
Figura 5: Ondas viajantes para uma falta reversa<br />
O relé internamente realiza a integração do torque<br />
gerado pela multiplicação das ondas viajantes de<br />
corrente e tensão, expressa matematicamente<br />
Relé<br />
Relé<br />
Figura 7: Circuito exemplo com relés nos terminais S e R<br />
><br />
5
Para uma falta externa, entre os terminais T e S por<br />
exemplo, a onda viajante de corrente trafega para o<br />
terminal S, entra no TC desse terminal pela polaridade<br />
e se dirige ao terminal R, entrando agora no TC pela sua<br />
não-polaridade. O tempo que uma onda viajante leva<br />
para percorrer a linha protegida (entre os terminais S e<br />
R) é chamado de “tempo de propagação de onda<br />
viajante na linha”, conhecido também como travelling<br />
wave line propagation time, TWLPT. Assim, cada relé<br />
m<strong>ed</strong>irá a mesma onda viajante com uma polaridade<br />
distinta e defasadas no tempo no valor do TWLPT,<br />
indicando que a falta é externa, conforme a figura<br />
abaixo:<br />
TWs de Corrente<br />
T S R<br />
F<br />
Relé<br />
Figura 8: TWs de corrente para uma falta interna<br />
Já para uma falta interna, entre os terminais S e R, as<br />
ondas viajantes de corrente trafegarão pela LT e<br />
entrarão em ambos os TCs pela não-polaridade. Isso<br />
fará com que os relés dos dois terminais, S e R, meçam<br />
as ondas com a mesma polaridade e defasadas no<br />
tempo de um valor inferior ao TWLPT. Esta é uma<br />
característica de faltas internas à linha. A explicação<br />
pode ser exemplificada na figura abaixo:<br />
Figura 9: TWs de corrente para uma falta externa<br />
Internamente, o relé faz essa comparação através da<br />
definição de duas grandezas, a grandeza de operação,<br />
i OP e a grandeza de restrição, i RT . As análises a seguir<br />
serão feitas para a condição em que a onda viajante<br />
chegue primeiro ao terminal S, sendo possível<br />
estabelecer facilmente um paralelo para o caso da<br />
onda viajante atingindo primeiramente o terminal R.<br />
A grandeza de operação é definida como a soma das<br />
primeiras ondas viajantes em cada terminal, conforme<br />
a fórmula abaixo:<br />
i = |Is (t) + Ir (t-P)|<br />
OP TW TW<br />
Relé<br />
T TWs de Corrente<br />
S R<br />
F<br />
Relé<br />
Relé<br />
Em que:<br />
Ir<br />
Is<br />
TW<br />
TW<br />
(t)<br />
(t-P)<br />
P<br />
Percebe-se que a fórmula acima traz um elemento de<br />
“ajuste temporal” chamado de P. Esse ajuste é<br />
necessário uma vez que as ondas viajantes não<br />
chegarão no mesmo instante de tempo em ambos os<br />
terminais, a não ser para o caso da falta ocorrer<br />
exatamente no meio da linha de transmissão. Logo, ao<br />
realizar a comparação, os relés devem comparar as<br />
amostras que correspondam às chegadas das TWs nos<br />
terminais, que na fórmula se expressa pelo instante “t”<br />
no terminal S e pelo instante “t-P” no terminal R.<br />
A grandeza de restrição é um pouco mais complexa,<br />
sendo necessário para seu entendimento a adição de<br />
mais um parâmetro, o tempo de propagação de ondas<br />
na linha de transmissão, definido como τ. Esse<br />
parâmetro corresponde ao tempo que uma onda<br />
viajante demora para trafegar de um terminal para o<br />
outro dentro da LT. Uma vez que o comprimento da<br />
linha e seus parâmetros eletromagnéticos são fixos,<br />
esse τ será constante.<br />
Assim, define-se a grandeza de restrição como a<br />
diferença entre a primeira onda viajante em um<br />
terminal e as amostras no outro terminal defasadas de<br />
τ, o tempo de propagação.<br />
Em que:<br />
Ir<br />
Is<br />
TW<br />
TW<br />
(t)<br />
(t-τ)<br />
primeira onda viajante que atinge o<br />
terminal S<br />
primeira onda viajante que atinge o<br />
terminal R<br />
ajuste temporal necessário para que as<br />
amostras de ondas viajantes em R se<br />
alinhem com as ondas viajantes em S<br />
i = |Is (t) - Ir (t - τ)|<br />
RT TW TW<br />
primeira onda viajante que atinge o<br />
terminal S no instante t<br />
m<strong>ed</strong>ição da onda viajante no terminal R<br />
defasada de τ do instante t<br />
O relé identificará uma falta interna, enviando um sinal<br />
de trip para o disjuntor, quando a condição ao lado for<br />
satisfeita:<br />
><br />
6
i<br />
OP<br />
> k.i<br />
RT<br />
TWs que trafegariam para os terminais da LT e<br />
entrariam em ambos os TCs pela polaridade, conforme<br />
mostrado na figura abaixo:<br />
Sendo k um fator de restrição, que define a<br />
sensibilidade da função.<br />
Aplicando as explicações acima em exemplos de faltas<br />
internas e externas, chega-se na seguinte análise:<br />
S<br />
TWs de Corrente<br />
F<br />
A) Falta interna<br />
Para faltas internas, as ondas viajantes em ambos os<br />
terminais possuem a mesma polaridade, fazendo com<br />
que a soma Is TW(t) + Ir TW(t - P) resulte em um valor<br />
elevado e a subtração Is TW (t) - Ir TW (t - τ) em um valor<br />
baixo, o que fará com que a condição i OP > k.i RT seja<br />
atendida, resultando assim em uma atuação do relé. A<br />
figura abaixo ilustra a explicação:<br />
TW no terminal S<br />
TW no terminal R<br />
Figura 10: TWs de corrente para uma falta interna<br />
B) Falta externa<br />
Para faltas externas, as ondas viajantes possuem<br />
polaridades diferentes nos terminais, fazendo com que<br />
a soma Is TW(t) + Ir TW(t-P) resulte em um valor baixo e<br />
a subtração Is TW(t) - Ir TW(t-τ) em um valor alto, o que<br />
fará com que a condição i OP> k.i RT não seja atendida,<br />
e o relé não atue. A figura abaixo ajuda a ilustrar a<br />
explicação:<br />
TW no terminal S<br />
TW no terminal R<br />
Tempo de propagação<br />
+ de onda na LT<br />
P k.i não seja atendida.<br />
OP<br />
RT<br />
Relé<br />
No próximo fascículo serão abordadas algumas<br />
descobertas surpreendentes obtidas por meio da<br />
amostragem e da análise de dados das ondas viajantes<br />
permitiram e como isso pode revolucionar o<br />
entendimento do sistema elétrico.<br />
Caso você tenha perdido as outras <strong>ed</strong>ições e deseje<br />
completar seu fascículo, você pode acessar a versão<br />
online em nossa página:<br />
www.selinc.com/jornalinterface ou entrar em contato<br />
conosco pelo e-mail: <strong>mar</strong>keting@selinc.com que<br />
enviaremos a <strong>ed</strong>ição para você.<br />
-<br />
Figura 11: TWs de corrente para uma falta externa<br />
Um caso interessante é a ocorrência de uma falta<br />
externa, em uma linha paralela a protegida. Ela geraria<br />
7
INTERFACE ENTREVISTA<br />
À frente do domínio do tempo<br />
Engenheiro e inventor da SEL, Armando Guzman<br />
fala sobre o futuro da tecnologia de proteção de<br />
linhas no domínio do tempo<br />
O gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da SEL,<br />
Armando Guzman-Casillas esteve no Brasil para<br />
participar do Seminário-Aula – Proteção de Linhas no<br />
Domínio do Tempo. Nascido no México, o<br />
engenheiro está na SEL desde 1993 e tem várias<br />
patentes em parceria com outros pesquisadores,<br />
inclusive com o fundador da empresa, Ed Schweitzer.<br />
Guzman faz parte do time de profissionais que<br />
desenvolveu o primeiro relé de proteção no domínio<br />
do tempo, SEL-T400L. Em entrevista ao <strong>Interface</strong>,<br />
Guzman destacou que a tecnologia de proteção de<br />
linhas no domínio do tempo é um <strong>mar</strong>co para o setor<br />
e seu futuro vai na direção de um sistema que possa<br />
detectar as faltas antes mesmo de sua ocorrência.<br />
<strong>Interface</strong>: Pode falar um pouco sobre o histórico de<br />
quando a SEL decidiu inovar e trazer a proteção de<br />
linhas no domínio do tempo para o mercado?<br />
Como essa ideia surgiu?<br />
Guzman: O Doutor Edmund Schweitzer (fundador<br />
da SEL) foi quem catalisou esse processo. Primeiro,<br />
nós começamos com a localização de faltas por ondas<br />
viajantes e aprendemos muito. Nos sentimos<br />
confiantes. Aprendemos que transformadores de<br />
corrente provêm sinais em que é possível ver com<br />
detalhes as ondas viajantes. O primeiro foi o SEL-411L<br />
com localização de faltas por ondas viajantes, um<br />
tremendo sucesso no mercado. E o Doutor<br />
Schweitzer continuou falando que queria seu relé de<br />
proteção de linhas no domínio do tempo e nós<br />
tivemos o apoio para fazê-lo. Estamos trabalhando há<br />
cerca de quatro anos no desenvolvimento deste relé<br />
de proteção. O SEL-T400L tem grandezas<br />
incrementais, antigamente já havia essa tecnologia,<br />
mas com fasores. Nosso equipamento inaugura isso<br />
para o domínio do tempo.<br />
<strong>Interface</strong>: Então, foi o Doutor Schweitzer que<br />
sugeriu que a SEL tentasse criar esse equipamento?<br />
Guzman: Não. Ele não sugeriu, ele disse:<br />
desenvolvam esse relé! (risos).<br />
<strong>Interface</strong>: Quais são os próximos passos no estudo<br />
da proteção de linhas no domínio do tempo?<br />
Guzman: Quero dar um panorama primeiro<br />
abordando onde estamos agora. Basicamente, nós<br />
amostramos as tensões e correntes em uma<br />
frequência na ordem de quilo-Hertz (kHz) . Com o<br />
SEL-T400L nós amostramos a cada microssegundo,<br />
em mega-Hertz (MhZ), o que possibilita usar a<br />
proteção de ondas viajantes. Esta é a primeira vez que<br />
alguém está usando ondas viajantes com os<br />
elementos TW32 e TW87 para proteção. No<br />
passado, outras empresas já anunciaram que estavam<br />
fazendo isso, mas não estavam realmente. Hoje nós<br />
começamos com uma frequência de um mega-Hertz<br />
e vamos para outra frequência de 10 quilo-Hertz. Em<br />
10 quilo-Hertz, podemos usar elementos baseados<br />
em grandezas incrementais: o TD21 e o TD32.<br />
No futuro, nós queremos lançar o relé SEL-T401L que<br />
além das ondas viajantes e grandezas incrementais<br />
também será similar a proteção de linhas com fasores,<br />
mas atuando no domínio do tempo. Isso nos<br />
possibilitará oferecer um backup para a proteção<br />
integrado ao relé, considerando que hoje o<br />
SEL-T400L precisa de um relé companheiro. Desta<br />
maneira, teremos um equipamento standalone<br />
(autossuficiente), que poderá ser aplicado sozinho.<br />
><br />
8
<strong>Interface</strong>: É possível falar sobre o que vem depois da<br />
proteção de linhas no domínio do tempo?<br />
Neste momento, nós ainda não sabemos. Se<br />
soubéssemos nós já estaríamos trabalhando nisso.<br />
(risos). Estou nesta área há muitos anos e recebemos<br />
constantes fe<strong>ed</strong>backs. Um de nossos clientes estava<br />
usando essa tecnologia e houve um evento<br />
interessante em que os elementos de proteção<br />
operaram em um milissegundo, indicando a<br />
localização da falta de forma extremamente precisa.<br />
Eles ficaram surpresos e nos questionaram “o que mais<br />
podemos fazer?”. É como eu me sinto.<br />
Estamos trabalhando muito na localização de faltas e o<br />
próximo passo é aprofundar o monitoramento das<br />
linhas de transmissão. Nosso equipamento tem quatro<br />
vezes a resolução dos tradicionais, o que<br />
possibilita ver fenômenos que não eram<br />
conhecidos antes. Podemos usar essa<br />
tecnologia para ver se um disjuntor está<br />
d e s c o n e c t a d o , s e e s t á a b r i n d o<br />
corretamente e descobrir se podemos<br />
fazer algo na manutenção para prevenir<br />
esse dispositivo de falhar. Poder detectar<br />
faltas antes de ocorrerem será um divisor<br />
de águas, um <strong>mar</strong>co. Antes da falta ocorrer,<br />
detectamos esses precursores, sinais de um<br />
possível defeito, providenciamos um<br />
alarme e a concessionária enviará uma<br />
equipe para checar. Originalmente,<br />
pensávamos que poderíamos fazer isso<br />
somente em linhas subterrâneas, mas por<br />
alguns eventos que identificamos em<br />
campo vimos que podemos fazer isso para<br />
linhas aéreas também o que será algo<br />
muito bom para o mercado.<br />
<strong>Interface</strong>: É possível ir ainda mais rápido ou não faz<br />
sentido?<br />
Guzman: Acho que o futuro dessa tecnologia<br />
realmente é prever faltas reais antes de ocorrerem. Ir<br />
mais rápido que 1ms não é algo que estamos<br />
procurando, mas sim a capacidade de detectar faltas<br />
iminentes antes que elas se concretizem.<br />
<strong>Interface</strong>: Você tem algum caso real de como isso<br />
tem ocorrido?<br />
Guzman: No SEL-T400L temos o monitor de linha que<br />
mostrou alguns eventos na Índia e no México em que é<br />
possível ver essas faltas iminentes nos registros. O<br />
Monitor de Linhas do SEL-T400L tem uma visão da<br />
linha e é capaz de identificar se há um precursor, um<br />
sinal que indique um possível aparecimento de uma<br />
falta naquela localidade. Ele diz onde está a falta<br />
iminente e começa a contar e se há vários desses<br />
eventos, mais de três, ele disparará um alarme para<br />
que a equipe possa checar. Isso pode ser, por exemplo,<br />
um galho que se aproxima da linha ou um isolador que<br />
tem muita poeira e precisa de limpeza. Os registros<br />
que vimos em linhas áreas nos motivou a realizar essas<br />
pesquisas com os precursores. No momento, isso está<br />
em análise com alguns clientes e queremos inclusive<br />
fazer essa avaliação em linhas de transmissão de<br />
clientes brasileiros.<br />
<strong>Interface</strong>: Em algum momento, todas as empresas<br />
trabalharão com relés no domínio do tempo? A SEL<br />
mudará todo o mercado?<br />
Armando Guzman - apresentação no Seminário-Aula Proteção de Linhas no<br />
Domínio do Tempo.<br />
Guzman: Provavelmente sim. A SEL tem sido pioneira<br />
na implantação de diversas ideias. Fomos os primeiros<br />
a trazer para o mercado a localização de faltas por<br />
ondas viajantes e a incorporar sincrofasores ao relé de<br />
proteção, por exemplo. Nesse último caso, lembro de<br />
quando falei sobre o assunto em um evento em<br />
Spokane (EUA) e uma empresa disse que não era<br />
possível implantar sincrofasores em relés. Minha<br />
resposta foi: “o fato de vocês não saberem como fazer,<br />
não significa que não pode ser feito”. Eles ficaram<br />
realmente chateados comigo (diz, rindo). Já sabemos<br />
que algumas companhias estão tentando colocar<br />
ondas viajantes para localização de faltas em relés. Os<br />
chineses estão realmente procurando e eles já têm<br />
protótipos de proteção com ondas viajantes em<br />
universidades do país.<br />
Foto: SEL<br />
Foto: SEL<br />
9
Relés de Proteção Realizam Monitoramento Térmico de Cubículos<br />
Sensores de temperatura ligados aos relés permitem ter monitoramento total do<br />
cubículo e evitam manutenções corretivas<br />
Ao monitorar cubículos de média tensão, os<br />
relés de proteção inteligentes garantem a<br />
segurança e confiabilidade da operação<br />
desses ativos, fundamentais em uma indústria. Falhas<br />
nos componentes internos de um cubículo acarretam<br />
altos níveis de energia que podem levar a danos e<br />
trazer riscos para colaboradores e instalações. Uma<br />
das aplicações que ganha representatividade no setor<br />
devido aos bons resultados apresentados é a utilização<br />
dos relés para o monitoramento contínuo da<br />
temperatura de cada compartimento do cubículo.<br />
Trazendo a possibilidade de<br />
“<br />
realizar manutenções pr<strong>ed</strong>itivas e<br />
não corretivas, os relés também<br />
possibilitam r<strong>ed</strong>uzir custos e<br />
indisponibilidades.<br />
De acordo com Nivaldo Silva,<br />
engenheiro de Aplicação e<br />
Ve n d a s d a S E L , o s r e l é s<br />
monitoram diversas grandezas como corrente, tensão,<br />
qualidade da energia e também podem analisar<br />
temperaturas. “É como se o relé tirasse um extrato da<br />
qualidade dessas grandezas para indicar se estão<br />
saudáveis ou não e se oferecem algum risco à<br />
continuidade da operação e à segurança. Essas<br />
informações trafegam praticamente em tempo real ao<br />
centro de operação, permitindo à empresa uma<br />
intervenção programada sem perda de produtividade”.<br />
Uma intervenção programada permite que seja feita<br />
uma manutenção pr<strong>ed</strong>itiva, r<strong>ed</strong>uzindo os custos que<br />
seriam gerados por uma indisponibilidade da planta.<br />
Silva destaca que uma indicação de alta temperatura<br />
em um destes compartimentos mostrará a necessidade<br />
de intervenção da equipe de manutenção para uma<br />
inspeção termográfica mais detalhada, sem que seja<br />
necessário realizar inspeções periódicas. O relé analisa<br />
as várias grandezas m<strong>ed</strong>idas e consegue identificar se o<br />
aumento da temperatura tem causas normais, como<br />
aumento da temperatura ambiente e aumento da<br />
corrente nominal, ou sem causa aparente o que indica<br />
a necessidade de intervenção. “A termografia em<br />
painéis industriais, de média ou baixa tensão, é uma<br />
prática usual, que expõe o profissional a uma situação<br />
de risco. Os painéis são blindados, fechados e para<br />
10<br />
ENGENHARIA E SERVIÇOS<br />
fazer a termografia é preciso <strong>abr</strong>ir uma porta ou<br />
remover uma tampa, tirando a proteção mecânica<br />
entre a parte ativa, energizada, e o operador. Na<br />
ocorrência de um arco-elétrico durante essa operação,<br />
o operador estará sujeito a um risco de morte”.<br />
O relé realiza um monitoramento contínuo, 24 horas<br />
por dia, e torna possível intervir assim que uma<br />
anormalidade aparece. Silva cita um exemplo: se uma<br />
termografia for realizada em um dia e no outro um<br />
problema surgir, só será possível identificá-lo dali a seis<br />
ou 12 meses na próxima inspeção e, enquanto isso, a<br />
empresa conviverá<br />
O monitoramento térmico de<br />
c u b í c u l o s p e r m i t e u m a<br />
manutenção pr<strong>ed</strong>itiva, r<strong>ed</strong>uzindo<br />
custos e indisponibilidades.<br />
com os riscos, o que<br />
pode levar a uma<br />
p a r a d a n ã o<br />
p r o g r a m a d a d a<br />
produção e perdas<br />
financeiras. Ele<br />
relembra também<br />
que muitos recursos de monitoramento já estão<br />
disponíveis nos relés, porém, não são usados em sua<br />
totalidade, mesmo com custo baixo para<br />
implementação. “O relé oferece muito mais do que a<br />
proteção de grandezas elétricas dos circuitos de<br />
potência. Com a correta aplicação podemos nos<br />
antecipar a fenômenos que podem ter como<br />
consequência um dano elétrico maior”, afirma Silva.<br />
Um exemplo de aplicação é o de uma empresa da área<br />
agrícola no sul do Brasil. Para o monitoramento da<br />
temperatura, são utilizados sensores nos<br />
compartimentos, por meio dos quais, o relé identifica<br />
“<br />
>
se há um aumento de temperatura, que não condiz com<br />
o aumento de corrente e temperatura ambiente. Com<br />
isso, as equipes de manutenção podem ser alertadas<br />
remotamente e to<strong>mar</strong> providências. “O relé analisa a<br />
temperatura do compartimento e verifica se está dentro<br />
do esperado. Se estiver<br />
“<br />
fora, dispara um alarme.<br />
Isso dá condição para<br />
que a equipe de proteção<br />
se programe para intervir<br />
n o p r o b l e m a<br />
i d e n t i f i c a d o . A<br />
manutenção deixa de ser<br />
corretiva, passa a ser<br />
pr<strong>ed</strong>itiva”, destaca o engenheiro da SEL.<br />
No caso da empresa citada, também se utiliza o relé<br />
para monitorar alimentação auxiliar e o arco elétrico,<br />
temperatura, tempos de abertura e fechamento de<br />
disjuntores. O projeto trouxe para a mão do operador<br />
da companhia todo o controle da parte elétrica que usa<br />
cerca de 90% das funções do relé, assegurando a<br />
confiabilidade de seu processo industrial.<br />
O relé realiza um monitoramento<br />
continuo, 24 horas por dia, e<br />
torna possível intervir assim que<br />
uma anormalidade aparece.<br />
Com as funções dos relés inteligentes, é possível ter<br />
controle total dos ativos em um cubículo de média<br />
tensão, sendo o disjuntor o principal deles. O relé<br />
promove a abertura do disjuntor quando há eventos<br />
danosos e também faz a supervisão deste equipamento<br />
quanto aos tempos de<br />
“<br />
abertura e de fechamento.<br />
“Se esse tempo começar a<br />
ficar elástico, significa que o<br />
d i s j u n t o r p r e c i s a d e<br />
intervenção”, enfatiza o<br />
especialista da SEL.<br />
Além da temperatura: monitoramento total dos<br />
cubículos<br />
Os cubículos são unidades funcionais formadas por<br />
quatro compartimentos independentes e separadas<br />
por barreiras metálicas e aterradas. Eles se dividem em<br />
compartimento de barramento principal, de manobra<br />
(disjuntor ou contator), baixa tensão e de cabos. Os<br />
relés podem monitorar diversos pontos dessas<br />
unidades como disjuntores, tensão auxiliar do banco<br />
de baterias, transformador de potencial e de corrente,<br />
temperatura e detecção de arco elétrico. Os dados<br />
devem ser enviados para o sistema de supervisão via<br />
r<strong>ed</strong>e de comunicação conforme a arquitetura<br />
planejada.<br />
Prevenir a ocorrência de falhas no sistema elétrico<br />
garante o não comprometimento dos processos<br />
industriais. Se há algo errado com a parte elétrica, o relé<br />
já pode bloquear inputs do processo e infor<strong>mar</strong> o<br />
porquê disso. Um exemplo a ser mostrado é o de um<br />
disjuntor que não tenha condições de ser fechado por<br />
temperatura ou problemas indicados pelo relé que foi<br />
parametrizado para tal. O equipamento vai bloquear o<br />
fechamento deste disjuntor e emitir um alarme. A ideia<br />
central do monitoramento é garantir a confiabilidade<br />
por meio da otimização do uso dos recursos do relé.<br />
O equipamento também é capaz de fazer a supervisão<br />
da alimentação auxiliar e verificar a qualidade desta<br />
fonte. Se esta alimentação não está em níveis<br />
adequados, pode comprometer a proteção do<br />
cubículo e da respectiva carga. “É como se o relé fosse o<br />
cérebro e o cubículo, o corpo. O relé monitora vários<br />
pontos vitais desse corpo para que o mesmo continue<br />
funcionando. No caso de um transformador com carga,<br />
por exemplo, o relé é capaz de protegê-lo e fazer a<br />
supervisão do cubículo propriamente dito”, afirma.<br />
11
SETOR TÉCNICO<br />
Simplicidade e Robustez<br />
na Proteção e Controle<br />
de Unidades Geradoras<br />
Foto: Divulgação<br />
unidade geradora, UG, é formada<br />
Abasicamente de máquina (gerador) e<br />
transformador elevador. Em alguns projetos<br />
de usinas hidrelétricas existe um pequeno trecho de<br />
linha que conecta a alta tensão do transformador<br />
elevador ao barramento da subestação.<br />
Essa pequena linha, normalmente com comprimento<br />
de 1 ou 2 km, introduz um desafio para proteção do<br />
grupo gerador. Para realizar a proteção diferencial<br />
estendida, as alternativas seriam: uma proteção<br />
diferencial, com um cabo muito longo do TC (o que<br />
facilitaria uma saturação pelo alto burden secundário)<br />
ou adotar um sistema de proteção piloto. Visando<br />
solucionar esses problemas, a tecnologia Time<br />
Domain Link (TiDL) da SEL mostra-se como uma<br />
alternativa simples e confiável para a proteção<br />
diferencial da unidade geradora.<br />
O TiDL é uma solução ponto a ponto em que tensões,<br />
correntes e sinais digitais, são aquisitadas por um<br />
módulo de campo SEL-2240, digitalizadas e enviadas<br />
para o relé da família 400. Essa arquitetura, diferente<br />
das soluções com a utilização de Sampl<strong>ed</strong> Values (IEC-<br />
61850-9-2), não requer sincronismo de tempo<br />
externo ou uma r<strong>ed</strong>e de comunicação complexa,<br />
tornando-a assim uma solução simples e confiável.<br />
Uma vez que a aquisição dos sinais é realizada por<br />
módulos de campo e transmitida por fibra ótica, a<br />
proteção diferencial da UG pode ser feita via relé<br />
SEL-487E na casa de máquinas, sem cabos longos de<br />
TC ou proteção piloto. Além disso, o módulo também<br />
pode m<strong>ed</strong>ir as tensões do barramento e permitir ao<br />
relé realizar o sincronismo da máquina. A figura<br />
abaixo demonstra a aplicação:<br />
SEL-2240<br />
SEL-2240<br />
Fibra ótica<br />
SEL-487E<br />
Fibra ótica<br />
Figura 1: Proteção da UG utilizando a tecnologia TiDL<br />
Para saber mais sobre a tecnologia TiDL, suas aplicações e benefícios, acesse o link a seguir:<br />
www.selinc.com/pt/solutions/p/tidl<br />
TiDL – Relé da família 400 + SEL-2240 Axion<br />
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