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A imigração italiana no Vale do rio Tijucas<br />
novo espaço, usando conhecimentos de gerações e<br />
fontes locais de matéria prima. Estes traços culturais estão<br />
evidenciados nas inúmeras edificações existentes na<br />
região e únicas no contexto nacional.<br />
Na região do Itajaí-Mirim, o contato maior<br />
era com os luso-brasileiros de Tijucas e<br />
como consequência, são comuns os<br />
sobrados cobertos com telhas capa e<br />
canal, alguns construídos dentro de<br />
proporções clássicas. Praticamente não há<br />
tijolo à vista, embora também não se<br />
registre cantaria. Os jardins frontais são<br />
menos presentes do que no Vale do Itajaí e<br />
as casas tendem a aproximarem-se dos<br />
alinhamentos prediais.<br />
(SPRICIGO, Sílvia B., 2008, p.97)<br />
É possível observar nas residências a predominância de<br />
plantas simétricas, a presença de cimalhas e cobertura de<br />
quatro águas, apresentando no segundo pavimento pé<br />
direito com dimensões inferiores ao do andar térreo,<br />
conferindo, assim, particularidade ao volume da<br />
construção. Além disso, a maioria das construções são<br />
em tijolos, entretanto não apresentam referência com a<br />
arquitetura teuto-brasileira.<br />
Para Floriano (1990), como em Santa Catarina os<br />
imigrantes italianos se instalaram em contexto<br />
previamente estruturado, isso resultou em influências nas<br />
soluções técnicas e formais em parte das arquiteturas<br />
produzidas.<br />
Tendo em vista a notável religiosidade dos imigrantes, o<br />
trabalho da construção civil especializou-se na<br />
construção de edifícios de função religiosa.<br />
Especificamente em Nova Trento, os pedreiros,<br />
conhecidos pela dedicação e capricho no ofício, tradição<br />
herdada de pai para filho desde a Itália, edificaram uma<br />
grande quantidade de igrejas, capelas, oratórios e<br />
santuários na cidade.<br />
É bem verdade que os italianos vieram de um país que<br />
passou pela Idade Média e tem toda uma tradição<br />
religiosa ligada à Igreja Católica. A Itália que deixaram<br />
vivia, na época a efervescência do conflito entre liberais<br />
e clericais que obrigava à Igreja Católica a criar<br />
estratégias simbólicas, discursivas e práticas para se<br />
manter enquanto instituição forte. (MARQUES, Ana<br />
Maria, 2000, pg. 78)<br />
(MARQUES, Ana Maria, 2000, pg. 21)<br />
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