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Revista TOP Marchador - Especial Marcha Picada #03

Revista TOP Marchador - Especial Marcha Picada #03 Julho/2019

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Julho/2019

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A)<br />

totais. As nomenclaturas regionais e/ou técnicas<br />

(JARDIM, 1940; STASHAK, 1994; ROSS, 2003;<br />

LENOIR, 2003) muitas vezes se confundem ou<br />

se sobrepõem pelo fato de as torções normalmente<br />

acompanharem outras irregularidades<br />

no mesmo membro. Geralmente as torções são<br />

mais nitidamente observadas nos defeitos de<br />

quartela.<br />

Desvios de quartela<br />

A) Visto de frente: Pinça para dentro (“empiriquitado”),<br />

pinça para fora (Figura 7a)<br />

B) Visto de lado: Fincado de quartela (quartela<br />

“reta”). Baixo de quartela (quartela “arriada”)<br />

(Figura 7b)<br />

Canela e boleto<br />

Desvios na direção da canela em relação ao<br />

joelho (geralmente deslocada lateralmente), e<br />

desvios nos boletos também podem ocorrer.<br />

Em linhas gerais os desvios no boleto mais<br />

comumente acompanham os desvios de quartela<br />

quando vistos de perfil, mas também podem<br />

ocorrer quando vistos de frente sendo estes<br />

deslocamentos laterais ou mediais. Dentre eles,<br />

o desvio mais comum encontrado se chama<br />

“emboletado”, que é quando o boleto se projeta<br />

para frente da linha de aprumo quando visto de<br />

perfil. Esta irregularidade no boleto ainda pode<br />

ser agravada por erros no casqueamento dos<br />

animais.<br />

Alterações no comprimento do casco<br />

Geralmente relacionados ao comprimento de<br />

pinça exagerado (Achinelado, Pinçudo,<br />

Sapateiro) (Figura 8c) quase sempre com talões<br />

baixos; ou o inverso que seria a altura exagerada<br />

dos talões com pinça curta (encastelado)<br />

(Figura 8 B), estes defeitos podem acompanhar<br />

os desvios de quartela e prejudicam a trajetória<br />

normal (Figura 8a) do voo do casco. Podem e<br />

devem ser corrigidos pelo casqueamento.<br />

Desvios de aprumos em dinâmica<br />

Em dinâmica visto de frente ou de trás podemos<br />

ver a alteração na movimentação do animal,<br />

que quando correta se mostra “retilínea” na<br />

movimentação dos membros (Figura 2). Os<br />

defeitos mais comuns em dinâmica são a popular<br />

“remada” (Figura 9a) resultante das pinças<br />

voltadas para dentro, podendo ser conjugada<br />

em maior ou menor grau com outros desvios<br />

como fechado ou aberto de frente por exemplo.<br />

Ou quando inversamente, o cavalo “se toca”<br />

(Figura 9b), resultante das pinças voltadas para<br />

fora. Esta irregularidade da mesma forma pode<br />

também ser agravada por conjugação a outros<br />

desvios de aprumo, podendo até mesmo lesionar<br />

estruturas no membro contralateral.<br />

Sabemos que o cavalo “perfeito” é difícil de se<br />

encontrar, mas defeitos de aprumo costumam<br />

ter alta herdabilidade; dessa forma devem ser<br />

observados quando da seleção e dos acasalamentos<br />

para dirimir possibilidades de sua propagação.<br />

Assim, por exemplo, sabendo o tipo de<br />

desvio que determinada égua possui, deve-se<br />

evitar o acasalamento com garanhão que apresente<br />

o mesmo tipo de desvio.<br />

Desvios angulares devem ser avaliados com<br />

cautela utilizando dados de pesquisas com marchadores,<br />

pois os ângulos de animais de trote<br />

são muitas vezes diferentes e devem ser levados<br />

em consideração.<br />

Algumas irregularidades são mais comumente<br />

encontradas relativas à funcionalidade de determinados<br />

tipos ou grupos de equídeos. Faltam<br />

dados relativos à raça Mangalarga <strong><strong>Marcha</strong>dor</strong>.<br />

Futuramente, com mais estudos, achados relativos<br />

a desvios morfofuncionais deverão ser considerados<br />

em relação a sua importância quando<br />

da avaliação de aprumos.<br />

Quando detectamos as irregularidades de<br />

aprumo, muitas vezes o profissional especializado<br />

(médico veterinário/zootecnista ou ferrador),<br />

pode, através de casqueamentos e ferrageamentos<br />

corretivos, minimizar os problemas<br />

e tentar redirecionar o membro ao aprumo mais<br />

normal possível. Isto deve ser feito com potros<br />

novos, quando podemos ter resultados duradouros<br />

que não afetem a saúde e bem-estar do<br />

animal. O que nem sempre é possível quando os<br />

animais já estão “formados completamente”, ou<br />

seja, adultos. Muitas vezes a correção de animais<br />

velhos pode prejudicar ainda mais as estruturas<br />

já formadas e só “maquiar” a movimentação.<br />

Algumas vezes, quando os desvios são exageradamente<br />

acentuados e diagnosticados em animais<br />

nos primeiros meses de vida, pode ser<br />

necessária atuação mais efetiva do médico veterinário<br />

e o uso de talas e/ou cirurgias podem ser<br />

cogitadas. Vale salientar que os potros nascem<br />

com as pinças dos quatro membros ligeiramente<br />

voltadas para fora, o que é normal. Conforme<br />

ocorre o crescimento e a “abertura torácica”, os<br />

membros tomam a posição de retidão. Por isso,<br />

a correção de aprumos deve ser feita por profissionais<br />

qualificados respeitando o estágio evolutivo<br />

do cavalo.<br />

FIGURA 7a: Desvio de quartela<br />

B)<br />

FIGURA 7b: Desvios de quartela vistos de perfil<br />

(adaptado de: ROSS, 2003)<br />

FIGURA 8: Alteração no comprimento do casco<br />

FIGURA 9: Desvios de aprumo em dinâmica<br />

(adaptado de: ROSS, 2003)<br />

Referências Bibliográficas:<br />

JARDIM, W.R. Exterior e Julgamento dos equídeos.<br />

Piracicaba: 1940.<br />

LENOIR, C. Les defauts d aplombs du cheval: Origine,<br />

consequences et possibilites de traitement. Synthèse<br />

bibliographique. (Thèse) Septembre: 2003.<br />

ROSS, M. W. Conformation and Lameness. In: ROSS, M.<br />

W.; DYSON, S. J. Diagnosis and Manegement of<br />

Lameness in the Horse, Saunders, Missouri: 2003.<br />

STASHAK, T. S. Claudicação em Equinos Segundo<br />

Adams. 4 Ed., Rocca, 1994.<br />

<strong>TOP</strong><strong><strong>Marcha</strong>dor</strong> • <strong>Marcha</strong> <strong>Picada</strong> | 101

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