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Revista DIGI_TAL

Projeto Acadêmico - Design Editorial 2019

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LEVANDO CONHECIMENTO ATÉ VOCÊ<br />

ED. 001<br />

P.10<br />

P.12<br />

P.13<br />

COMO E POR QUE AS RELIGIÕES<br />

EVOLUÍRAM<br />

O INESPERADO REGRESSO DO<br />

TAMAGOTCHI<br />

MEDITAÇÃO: PESSOAS RELATAM<br />

EXPERIÊNCIAS NEGATIVA<br />

O BRASIL TEM 30<br />

MILHÕES DE ANIMAIS<br />

ABANDONADOS - P.8<br />

0018062019<br />

Editora<br />

WO<br />

JUNHO DE 2019 O 5G SERÁ 10 VEZES MAIS RÁPIDO, MAS AMEAÇA A PREVISÃO DO TEMPO P.11<br />

R$ 16<br />

VICIADOS EM<br />

REDES SOCIAIS<br />

Comportamento compulsivo faz com que pessoas passem<br />

tempo demais conectadas e se desliguem da realidade.


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Editora<br />

WO<br />

DIRETOR-GERAL : Wagner Oliveira<br />

DIRETOR-EDITORIAL : Wagner Oliveira<br />

DIRETOR DE NEGÓCIOS : Wagner Oliveira<br />

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO COMERCIAL : Wagner Oliveira<br />

ABANDONO DE ANIMAIS: UM CRIME SILENCIOSO :<br />

https://canalcienciascriminais.com.br/abandono-animais-crime-silencioso/<br />

BRASIL TEM 30 MILHÕES DE ANIMAIS ABANDONADOS :<br />

https://anda.jusbrasil.com.br/noticias/100681698/brasil-tem-30-milhoes-de-animais-abandonados<br />

O ABANDONO DE ANIMAIS NAS RUAS VIROU UM GRAVE PROBLEMA PARA A CIDADE :<br />

https://vejasp.abril.com.br/bichos/animais-abandonados-cachorro-gato/<br />

PROTETORES - LUÍSA MELL :<br />

http://bit.ly/2MQBrqQ<br />

COMO E POR QUE AS RELIGIÕES EVOLUÍRAM:<br />

https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-48141809<br />

MEDITAÇÃO: 25% DAS PESSOAS RELATAM EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS:<br />

https://veja.abril.com.br/saude/meditacao-25-das-pessoas-relatam-experiencias-negativas/<br />

ENTREVISTA COM O DESIGNER GRÁFICO, EDUARDO FORESTI:<br />

https://www.shutterstock.com/pt/blog/entrevista-com-o-designer-grafico-eduardo-foresti<br />

O 5G SERÁ 10 VEZES MAIS RÁPIDO, MAS AMEAÇA A PREVISÃO DO TEMPO:<br />

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/24/tecnologia/1558714580_836909.html<br />

O INESPERADO REGRESSO DO TAMAGOTCHI:<br />

https://glo.bo/2Kl2g4t<br />

VICIADOS EM REDES SOCIAIS:<br />

https://istoe.com.br/204040_VICIADOS+EM+REDES+SOCIAIS/<br />

VIRADA CULTURAL DE BH RETORNA EM 2019 APÓS TRÊS ANOS:<br />

https://www.otempo.com.br/diversão/virada-cultural-de-bh-retorna-em-2019-após-três-anos-1.2171911<br />

ILUSTRAÇÃO<br />

https://www.designerd.com.br/voce-vai-se-apaixonar-pelos-personagens-3d-de-adrian-design/<br />

FREEPIK:<br />

IMAGENS<br />

http://bit.ly/2XkWtC5<br />

http://bit.ly/2ZqZyOl<br />

http://bit.ly/2RjDfHN<br />

http://bit.ly/2InF5EJ<br />

http://bit.ly/2WMyP1W<br />

http://bit.ly/2KUs5b8<br />

https://br.freepik.com/fotos-gratis/comida-de-cao_3818108.htm<br />

https://br.freepik.com/fotos-premium/alcorao-livro-sagrado-dos-muculmanos_3715948.htm<br />

PEXELS:<br />

https://www.pexels.com/photo/red-and-black-usb-sync-cable-45883/<br />

GOOGLE:<br />

https://images.app.goo.gl/GmMpmLwFk2eJdvJH8<br />

https://images.app.goo.gl/byyYD57CrD6TikF7A<br />

https://images.app.goo.gl/ynh1f4PAbw9JZkDT9<br />

BEHANCE:<br />

http://behance.net/adrian_design<br />

http://behance.net/gallery/66322835/3D-Instagram-Like-FREE-DOWNLOAD<br />

REFERÊNCIAS LAYOUT<br />

<strong>Revista</strong> Galileu<br />

<strong>Revista</strong> Super Interessante<br />

DIRETOR DE AUDIÊNCIA : Wagner Oliveira<br />

Faz tempo que as redes sociais<br />

aproximam e afastam as<br />

pessoas proporcionalmente. O<br />

Twitter ou Facebook mudaram a<br />

maneira como nos interagimos<br />

com o ser humano. Certas<br />

pessoas usam as redes sociais<br />

com um propósito: mostrar seu<br />

trabalho, sua empresa, vender produtos e<br />

serviços ou encontrar velhos amigos. A forma<br />

como elas são usadas repercute nas pessoas.<br />

O uso exacerbado das redes sociais<br />

contribui, por um lado, para o aumento do<br />

estresse e o sentimento de solidão e, por<br />

outro lado, para a diminuição do sentimentoa<br />

de felicidade. Podemos dizer que a autoestima<br />

também é afetada de forma negativa quando,<br />

para mostrar aos outros, alguém inventa uma<br />

vida que não tem para receber mais likes ou<br />

comentários. Muitas vezes as redes sociais<br />

funcionam como uma vitrine para expor<br />

de tudo um pouco o que está relacionado à<br />

felicidade.<br />

Comportamentos que, praticando de<br />

forma pontual, não indicam nada, mas que, em<br />

excesso, ajudam na criação de um personagem<br />

ou de uma “vida fictícia”. As redes sociais não<br />

são ruins ou perigosas, mas o uso que fazemos<br />

delas pode ser. Por isso é muito importante<br />

levar em consideração até que ponto elas são<br />

uma prioridade em nossas vidas de forma que<br />

elas não se tornam escrava das opiniões e dos<br />

julgamentos dos outros.<br />

WAGNER OLIVEIRA<br />

wagoliveirajunior@gmail.com


5<br />

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CTRL+VÊ<br />

CTRL+VÊ<br />

MATÉRIAS<br />

05<br />

10<br />

11<br />

22<br />

O PREÇO DO ABANDONO<br />

O abandono de animais é uma forma de maustratos,<br />

crime que está tipificado, no Brasil.<br />

COMO E POR QUE AS RELIGIÕES<br />

EVOLUÍRAM<br />

A evolução da religião humana está cada vez<br />

mais inseparável.<br />

O 5G SERÁ 10 VEZES MAIS RÁPIDO<br />

Mas ameaça a previsão do tempo<br />

CLICK_BAIT<br />

A imagem que ficou em Primeiro Lugar na<br />

Categoria Happiness.<br />

12<br />

13<br />

14<br />

O INESPERADO REGRESSO DO<br />

TAMAGOTCHI<br />

Lançamento é mais um exemplo da força do<br />

apelo retrô junto a millenials e a geração Z.<br />

MEDITAÇÃO: PESSOAS RELATAM<br />

EXPERIÊNCIAS NEGATIVA<br />

Um novo estudo descobriu determinados tipos<br />

de meditação.<br />

VICIADOS EM REDES SOCIAIS<br />

Novos estudos mostram que é mais difícil<br />

resistir a tentação.<br />

18<br />

20<br />

21<br />

<strong>DIGI</strong>_<strong>TAL</strong>K: ENTREVISTA COM EDUARDO<br />

FORESTI<br />

A Shutterstock bateu um papo com ele<br />

sobre carreira, inspiração e muito mais.<br />

ZOOM: VIRADA CULTURAL DE BH<br />

RETORNA EM 2019<br />

Após um hiato de quase três anos, a Virada<br />

Cultural de BH vai voltar em 2019.<br />

PRINT_SCREEN<br />

A arte em 3d do ilustrador mexicano Adrian<br />

Design.<br />

O PREÇO DO<br />

ABANDONO<br />

Os casos de abandono de animais constituem-se em um grave<br />

problema, causando prejuízos para a ecologia, economia,saúde<br />

pública e bem-estar animal.


6<br />

7<br />

A<br />

Apesar da estreita união homem-animal, constata-se<br />

um grande número de casos de maus-tratos<br />

contra os animais, cometidos pelos seres humanos:<br />

abandono, negligência, espancamentos,<br />

queimaduras, tráfico de animais silvestres, zoofilia,<br />

promoção de rinhas, esgotamento de matrizes<br />

devido à exaustiva reprodução, caça ilegal e uso<br />

de animais para fins recreativos, entre outros.<br />

Os casos de abandono de animais constituem-se<br />

em um grave problema, causando prejuízos para<br />

a ecologia, economia, saúde pública e bem-estar<br />

animal. Assim como muitos animais são amados<br />

por seus tutores, outros são simplesmente<br />

descartados como mercadorias sem valor. Os<br />

animais errantes podem sofrer de fome, desnutrição,<br />

parasitas, doenças, envenenamento e outras<br />

formas de abuso.<br />

Segundo a World Veterinary Association, há cerca<br />

de 200 milhões de cães abandonados no mundo.<br />

No Brasil, há 30 milhões de animais vivendo<br />

em situação de abandono. Já em Porto Alegre e<br />

Região Metropolitana, RS, Brasil, há uma estimativa<br />

de que existam 500 mil cães e gatos errantes.<br />

No Brasil, o abandono é uma realidade comum no<br />

dia a dia das ONGs e nas cidades como um todo.<br />

Os descartes acontecem também em parques,<br />

praças, estradas e portas de pet shops. Nem os<br />

hospitais veterinários públicos escapam. Há quem<br />

interne o animal doente e não volte mais.<br />

Patronek et al. afirmam que os cães com maior<br />

risco de abandono são aqueles com problemas<br />

comportamentais, obtidos de abrigos ou a baixo<br />

custo, com idade igual ou superior a seis meses,<br />

não castrados e também os que não frequentaram<br />

cursos de obediência (adestramento).<br />

A Fundação Affinity, por sua vez, realizou, em<br />

2010, uma pesquisa na Espanha sobre animais<br />

abandonados, adotados e perdidos. Os dados revelaram<br />

que foram recolhidos, naquele ano, aproximadamente,<br />

109 mil cachorros e 36 mil gatos.<br />

Eis o perfil dos animais abandonados: entre os<br />

cães, 56,2% eram machos e 43,8% fêmeas; no<br />

caso dos gatos, 50,8% eram machos e 49,2%<br />

fêmeas; aproximadamente 58,0% dos cães eram<br />

adultos; a maioria dos cães (81,6%) e dos gatos<br />

(89,1%) não tinha raça definida; quanto ao tamanho,<br />

43,6% dos cães abandonados eram de médio<br />

porte; 29,3% de grande porte e 27,1% de pequeno<br />

porte; quanto ao estado de saúde, 66,5% dos cães<br />

estavam saudáveis; 20,4% apresentavam alguma<br />

enfermidade e 13,1% tinham algum ferimento;<br />

no caso dos gatos, 59,7% gozavam de boa saúde;<br />

25,3% estavam doentes e 15,0% apresentavam ferimentos<br />

por maus-tratos.<br />

Em uma pesquisa conduzida por Salman et al.<br />

nos Estados Unidos em doze abrigos de animais,<br />

envolvendo 1.984 cães e 1.286 gatos, foram identificadas<br />

as principais causas de abandono de gatos<br />

e cães. Em comum a ambas as espécies são: mudança<br />

de endereço; o senhorio que nãopermitia<br />

animais de estimação; muitos animais em casa;<br />

custo de manutenção dos animais de estimação;<br />

proprietário tendo problemas pessoais; instalações<br />

inadequadas; e falta de lugar disponível para<br />

ninhadas. Nos casos dos gatos, as alergias na família,<br />

a sujeira na casa e a incompatibilidade com<br />

outros animais de estimação estavam entre as dez<br />

principais razões citadas. Entre as causas específicas<br />

para o abandono de cães estavam donos que<br />

não tinham tempo para o animal de estimação,<br />

doença(s) do animal e comportamento como<br />

morder.<br />

Cabe lembrar que o abandono de animais é uma<br />

forma de maus-tratos, crime que está tipificado,<br />

no Brasil, no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais<br />

(9.605/98). O abandonador está sujeito a<br />

uma pena de detenção de 3 meses a 1 ano, além<br />

de multa. Apesar disso, pode-se afirmar que na<br />

maioria das vezes quem pratica esse crime acaba<br />

impune, pelo abandono de animais ser um crime<br />

silencioso. Não obstante haver um grande número<br />

de animais abandonados no Brasil, faltam<br />

dados e o apontamento de soluções para que se<br />

possa mudar essa realidade. Objetivando aprofundar<br />

a questão, foi feita uma pesquisa com Médicos<br />

Veterinários, bem como ONGs e protetores<br />

de animais, onde se procurou traçar o perfil dos<br />

animais abandonados, de quem os abandona e<br />

apontar soluções para a problemática.<br />

Os resultados dessa pesquisa poderão ser conhecidos<br />

através da palestra que ministrarei na quarta-feira,<br />

dia 17/10, às 18h, no Auditório do Tribunal<br />

do Júri da Antiga Reitoria da Universidade<br />

Federal de Santa Maria, em Santa Maria – RS. O<br />

evento é promovido pelo Grupo de Pesquisa em<br />

Direitos Animais da UFSM. A entrada é gratuita!<br />

Na ocasião acontecerá o lançamento do livro<br />

“Direito Animal e Ciências Criminais” na cidade,<br />

havendo exemplares para venda. O livro também<br />

pode ser adquirido através do site da Editora Canal<br />

Ciências Criminais.<br />

BRASIL TEM 30 MILHÕES DE<br />

ANIMAIS ABANDONADOS<br />

Os cães são os melhores amigos do homem,<br />

mas o homem é o que do animal? Alguns que<br />

tratam os animais como simples coisas, mas não<br />

podemos generalizar. Porém podemos dizer que<br />

os maus-tratos ficam mais evidentes a cada dia.<br />

Como é o caso da cachorra Tchutchuca, que foi<br />

encontrada na rua em estado deplorável a beira<br />

da morte, mas recebeu cuidados e hoje alegra o<br />

quintal da casa de Thiago Oliveira Catana, membro<br />

de um grupo voluntário que cuida de animais<br />

abandonados e maltratados.<br />

A Organização Mundial da Saúde estima que só<br />

no Brasil existam mais de 30 milhões de animais<br />

abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões<br />

de cães. Em cidades de grande porte, para<br />

cada cinco habitantes há um cachorro. Destes,<br />

10% estão abandonados. No interior, em cidades<br />

menores, a situação não é muito diferente. Em<br />

muitos casos o numero chega a 1/4 da população<br />

humana.<br />

Em Araçatuba, no interior de São Paulo, são mais<br />

de 35 mil animais, destes, 2,6 mil estão abandonados.<br />

A cidade de Bauru tem quase 50 mil gatos<br />

e cães, o Centro de Zoonoses não soube informar<br />

o número de abandonados. Marília conta com<br />

mais de 60 mil e a estimativa é que três mil cachorros<br />

vivam na rua. Presidente Prudente tem<br />

52 mil animais, com 2,6 mil abandonados. Em<br />

São José do Rio Preto são 90 mil.<br />

LUÍSA MELL<br />

Este é o caso da apresentadora Luísa Mell que,<br />

desde 2015, mantém o Instituto que leva seu<br />

nome, atuando no resgate de animais feridos ou<br />

em situações de risco, ajudando na recuperação e<br />

adoção dos bichinhos. A história de Luísa com os<br />

animais vem desde 2002, quando apresentava o<br />

programa Late Show, na RedeTV, onde mostrou a<br />

situação degradante de muitos pets, denunciando<br />

maus tratos por todo o país. Desde então, tornou-se<br />

ativista do gênero, sendo uma das mais<br />

conhecidas do Brasil. Hoje, seu instituto mantém<br />

um abrigo com cerca de 300 animais, entre cães<br />

e gatos, todos resgatados das ruas, onde são protegidos<br />

e alimentados enquanto aguardam pela<br />

chance de serem adotados.<br />

Como<br />

denunciar o<br />

abandono de<br />

animais?<br />

GUARDA MUNICIPAL<br />

O abandono de animais, na esfera<br />

municipal, constatado pela Guarda Civil<br />

Metropolitana (tel. 153) configura infração<br />

administrativa. Cabe multa de 100 reais.<br />

POLICÍA MILITAR<br />

Para denunciar, ligue para o 190 da Polícia<br />

Militar, telefone diretamente para a Polícia<br />

Ambiental (tel. 0800-132060) ou entre<br />

em contato com o Gecap, do Ministério<br />

Público (gecap@mpsp.mp.br). O Disque-<br />

-Denúncia (tel. 181) também pode ajudar.<br />

JUNTE PROVAS<br />

Reúna o máximo possível de evidências<br />

para identificar o infrator e provar o ocorrido,<br />

como vídeos e fotos do abandono e<br />

os dados da placa do carro, por exemplo.<br />

“Às vezes,<br />

as pessoas<br />

compram<br />

os pets com<br />

pedigree por<br />

impulso ou<br />

para estar na<br />

moda”<br />

Vanice Orlandi<br />

presidente da União Internacional<br />

Protetora dos Animais.


8 9<br />

O BRASIL TEM 30 MILHÕES<br />

DE ANIMAIS ABANDONADOS<br />

A Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais<br />

abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães.<br />

O BRASIL NÃO TEM<br />

LEIS EFETIVAS<br />

O Brasil não tem leis efetivas para defender<br />

os animais, principalmente de maus-tratos,<br />

o que já existe em outros países. Enquanto o<br />

exemplo não é seguido, cabe a pessoas como<br />

a diarista Jania Aparecido Pinto, que tentar<br />

minimizar o abandono, mesmo que seja de<br />

maneira improvisada. Ela tem paixão por gatos<br />

e cuida de 26. Ela consegue alimentar e dar<br />

assistência médica com a ajuda de um grupo<br />

de voluntários.<br />

O Brasil não tem leis efetivas para defender<br />

os animais, principalmente de maus-tratos,<br />

o que já existe em outros países. Enquanto o<br />

exemplo não é seguido, cabe a pessoas como<br />

a diarista Jania Aparecido Pinto, que tentar<br />

minimizar o abandono, mesmo que seja de<br />

maneira improvisada. Ela tem paixão por<br />

gatos e cuida de 26. Ela consegue alimentar<br />

e dar assistência médica com a ajuda de um<br />

grupo de voluntários.<br />

O poder público de modo geral carece de políticas<br />

para resolver o problema. Em Presiden-<br />

te Prudente, o Centro de Zoonoses da cidade<br />

reconhece a situação e pretende iniciar em<br />

breve um trabalho de identificação dos animais<br />

através de chips eletrônicos. Com isso,<br />

a expectativa é reduzir consideravelmente o<br />

numero de animais abandonados.<br />

Combater o problema é fundamental. Mais<br />

importante ainda é não deixar que ele aconteça.<br />

Sabemos que todos precisam ter direito a<br />

vida e nós humanos com certeza somos minoria<br />

perante aos demais habitantes da Terra.<br />

Por isso devemos respeito.<br />

10% 1/4 2,6MIL<br />

3000 200 805<br />

Fonte - Veja São Paulo - Publicado em 30 de abril de 2016<br />

Em cidades de grande porte,<br />

para cada cinco habitantes<br />

há um cachorro. Destes,<br />

10% estão abandonados.<br />

No interior, em cidades menores,<br />

a situação não é muito diferente.<br />

Em muitos casos o numero chega<br />

a 1/4 da população humana.<br />

Em Araçatuba, no interior<br />

de São Paulo, são mais de<br />

35 mil animais, destes, 2,6<br />

mil estão abandonados.<br />

O ato de abandono pode<br />

se enquadrar em uma lei<br />

estadual que estipula multa<br />

de R$ 3000 reais.<br />

Em 2011, começou um projeto<br />

de esterilização, vacinação<br />

e microchipagem, que<br />

contemplou 200 indivíduos.<br />

O órgão municipal só<br />

realiza as cirurgias em<br />

indivíduos com um<br />

responsável definido.


10<br />

11<br />

RELIGIÃO PROFUNDA<br />

COMO E POR QUE<br />

AS RELIGIÕES<br />

EVOLUÍRAM<br />

Por Brandon Ambrosino<br />

Da BBC Future<br />

Essas palavras, gravadas nos testamentos<br />

como tendo sido pronunciadas por Jesus<br />

durante a Última Ceia, são ditas diariamente<br />

em igrejas do mundo todo antes da comunhão.<br />

Quando cristãos ouvem essas palavras faladas<br />

no presente, somos lembrados do passado, que<br />

está sempre conosco. Mas quanto do passado é<br />

lembrado pelos cristãos? Sem dúvida os últimos<br />

dois milênios, marcados também por disputas de<br />

doutrinas, divisão de igrejas, episódios de violência,<br />

excomunhões, pronunciamentos papais e<br />

vários debates metafísicos, todos orbitando em<br />

torno da comunhão. Mas nós podemos ir ainda<br />

mais para trás no tempo, para o desenvolvimento<br />

das tradições orais que foram fixadas em<br />

textos que incorporaram o Novo Testamento. E<br />

podemos retroceder ainda mais, muito antes do<br />

surgimento do Cristianismo. Afinal de contas,<br />

Jesus era judeu e seu ato de partir o pão com os<br />

discípulos nos lembra da história inteira do povo<br />

judeu, incluindo sua fuga da escravidão egípcia<br />

e o recebimento do Torah no Sinai. É possível,<br />

porém, ir ainda mais longe. Qualquer refeição<br />

religiosa é, antes de mais nada, uma refeição. É<br />

um ato de compartilhar uma mesa, certamente<br />

um ritual importante no Antigo Oriente. O<br />

sêder (jantar cerimonial judaico em que se<br />

recorda a libertação do povo de Israel), e<br />

depois a comunhão, foram “apropriados” teológica<br />

e liturgicamente, mas os sentimentos<br />

positivos sobre compartilhar uma refeição já<br />

estavam lá. Esses sentimentos existem desde<br />

a emergência dos humanos modernos, há<br />

200 mil anos.<br />

E, ainda assim, o homo sapiens não foi<br />

a única espécie a descobrir os benefícios do<br />

compartilhamento de comida. Os neandertais<br />

certamente compartilhavam seus<br />

recursos, por exemplo.“Pense em caçadores<br />

e coletores comendo”, me disse um de meus<br />

professores de teologia quando comecei<br />

a me perguntar sobre a profunda história<br />

evolucionária por trás da eucaristia. “Os<br />

caçadores se orgulhavam de ter se dado bem<br />

e compartilhavam com sua família, os que<br />

preparavam a comida são reconhecidos e<br />

apreciados, todas as barrigas ficam cheias<br />

e todos se sentem bem. Surgem diversas<br />

interações sociais positivas. Não é à toa que<br />

tanto conteúdo mitológico é construído<br />

em torno da comida.” Mas o compartilhamento<br />

de comida precede nossos ancestrais<br />

humanos e é observada em chimpanzés e<br />

bonobos. Aliás, um artigo recentemente<br />

publicado documentou uma pesquisa sobre<br />

bonobos dividindo comida com bonobos<br />

de fora de seu grupo social. Barbara Fruth,<br />

uma das autoras do estudo, disse à revista<br />

digital Sapiens que a divisão de comida<br />

“deve ter origem no nosso último ancestral<br />

em comum”. Com base no relógio molecular,<br />

o último ancestral em comum de humanos e<br />

macacos viveu há 19 milhões de anos.<br />

Quando eu ouço as palavras “este é meu<br />

corpo”, minha mente imediatamente me leva<br />

para uma linha da evolução humana.<br />

Comecei este texto com uma discussão<br />

sobre a eucaristia porque minha tradição<br />

religiosa em particular é a cristã. Mas o<br />

argumento que estou fazendo - que as<br />

experiências religiosas têm histórias muito<br />

específicas e longas - poderia ser feito com<br />

a maioria dos fenômenos religiosos. Isso é<br />

porque, nas palavras do sociólogo Robert<br />

Bellah, “nada é perdido”. A história vai até o<br />

fim da linha para trás, e quem, como e onde<br />

estamos agora é o resultado de seu desenrolar.<br />

Qualquer fenômeno humano que existe é<br />

um fenômeno humano que se tornou o que<br />

é. Não há uma religião menos verdadeira.<br />

Se nós formos pensar sobre a profunda história<br />

da religião, precisamos ser claros sobre<br />

que religião é essa. Em seu livro O Bonobo e<br />

o Ateu, o primatologista Frans de Waal conta<br />

uma história engraçada sobre sua participação<br />

em um painel da Academia Americana<br />

da Religião. Quando um participante sugeriu<br />

“metade da<br />

audiência<br />

raivosamente<br />

deixou o local”.<br />

“E isso em uma<br />

academia com<br />

esse nome!”<br />

disse Waal<br />

que eles começassem definindo o que é<br />

religião, alguém comentou que, da última<br />

vez que tentaram fazer isso.<br />

Ainda assim, precisamos começar de<br />

algum lugar, então Waal sugere a seguinte<br />

definição: “a reverência compartilhada ao<br />

sobrenatural, sagrado ou espiritual, assim<br />

como os símbolos, rituais e adoração<br />

associados”. A definição de de Waal ecoa<br />

outra dada pelo sociólogo Émile Durkheim,<br />

que também enfatizou a importância das<br />

experiências compartilhadas que “unem<br />

uma comunidade moral”. A importância da<br />

experiência compartilhada não pode ser desconsiderada<br />

já que, na história que estamos<br />

contando, a evolução da religião humana é<br />

inseparável da cada vez maior sociabilidade<br />

da linha hominídea. Como diz Bellah, a<br />

religião é uma maneira de ser. Nós também<br />

podemos encará-la como uma maneira de<br />

sentir, uma maneira de sentir juntos.<br />

O 5G SERÁ 10 VEZES MAIS RÁPIDO,<br />

MAS AMEAÇA A PREVISÃO DO TEMPO<br />

Por Raúl Limón<br />

do El País Tecnologia<br />

O 5G, que começou a ser implantado nos<br />

Estados Unidos e na Coreia do Sul, mas no<br />

Brasil não deve chegar antes de 2022, promete<br />

um mundo novo: melhores conexões, com<br />

transferência de dados 10 vezes mais rápidas<br />

que as atuais, e resposta em questão de milissegundos<br />

entre a ordem e sua execução. Não<br />

é uma melhora só para os usos pessoais: a robotização,<br />

as cidades inteligentes, a internet<br />

das coisas, a condução autônoma de veículos<br />

e as cirurgias remotas dependem da sua implantação.<br />

As aplicações são enormes. Mas,<br />

como em todos os avanços, sempre há vítimas<br />

colaterais. Uma pesquisa publicada pela<br />

Nature alerta para a influência dessa tecnologia<br />

sobre os satélites que monitoram o clima.<br />

Além disso, o consumo elétrico e as decorrentes<br />

emissões poluentes crescerão.<br />

Os satélites que monitoram a concentração<br />

de vapor de água na atmosfera terrestre<br />

são cruciais para elaborar as previsões<br />

meteorológicas, e eles serão afetados pelas<br />

interferências causadas por aparelhos que<br />

operem com 5G. Os Estados Unidos começaram<br />

a atribuir a esse sistema as faixas entre<br />

os 24,25 e os 25,25 gigaherz. Os dispositivos<br />

que utilizarem a banda mais próxima dos 23,8<br />

gigaherz, a mesma usada pelos medidores de<br />

vapor, causarão interferências que impedirão<br />

a detecção das concentrações e a elaboração<br />

confiável de prognósticos meteorológicos,<br />

aponta a pesquisa publicada na Nature.<br />

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica<br />

dos Estados Unidos (NOAA, na sigla<br />

em inglês) e a NASA pediram à Comissão<br />

Federal de Comunicações (FCC) que colabore<br />

para evitar o problema, que não afetará só<br />

os EUA, mas todas as agências meteorológicas<br />

que se alimentam desses dados. O Centro<br />

Europeu para Previsões Meteorológicas de<br />

Médio Prazo, com sede no Reino Unido, se<br />

alinhou aos seus colegas norte-americanos<br />

na reivindicação de acordos que preservem as<br />

frequências de seus equipamentos.<br />

O diretor do Observatório 5G da Espanha,<br />

Federico Ruiz, explica que as interferências<br />

podem ocorrer nos satélites ou radares com frequências<br />

incluídas na banda a ser utilizada pela<br />

nova geração de telefonia, mas garante que isso<br />

é apenas questão de reordenação. “É como urbanizar<br />

de novo um território que já está cheio<br />

de casas. Se for preciso fazer uma rua, pode ser<br />

que afete o jardim de uma delas”, compara.<br />

Os reguladores mundiais se reunirão em outubro<br />

em Sharm el Sheikh (Egito) a fim de definir<br />

as frequências em que as companhias devem<br />

operar e os níveis aceitáveis de interferências.<br />

CONSUMO E POLUIÇÃO<br />

ELÉTRICA<br />

“Baixar uma série equivale ao consumo de uma<br />

antiga lâmpada de 60 watts acesa durante 20<br />

horas”, alerta Ramón Rodríguez, diretor associado<br />

de Sustentabilidade e Energia na Arup<br />

Espanha, uma empresa de engenharia e consultoria<br />

de abrangência mundial que trabalha em<br />

projetos de sustentabilidade. Este maior consumo<br />

decorrente do enorme uso previsto das<br />

redes e subsequente aumento das emissões de<br />

poluentes é outro dos efeitos colaterais da nova<br />

telefonia.<br />

Os técnicos da Arup explicam que os centros<br />

de processamento de dados consomem<br />

uma média de 200 terawatts-hora (TWh) por<br />

ano, o equivalente ao consumo de um país<br />

como a Espanha. Esta demanda representa 1%<br />

do total de eletricidade do mundo e gera 0,3%<br />

das emissões globais de carbono. Se forem contabilizados<br />

também todos os aparelhos e redes<br />

vinculados a esses centros de processamento,<br />

toda esta tecnologia necessita entre 5% e 9%<br />

do consumo mundial de eletricidade e eleva a<br />

2% sua participação na poluição mundial, similar<br />

à gerada pelo transporte aéreo.<br />

A implantação da nova tecnologia também<br />

terá outros efeitos. O 5G exigirá aparelhos que<br />

sejam capazes de aproveitar o potencial desta<br />

tecnologia, por isso gerará um novo fluxo de<br />

equipamentos obsoletos que passarão à cadeia<br />

de resíduos.


12 13<br />

O INESPERADO<br />

REGRESSO DO<br />

TAMAGOTCHI<br />

MEDITAÇÃO: 25% DAS PESSOAS<br />

RELATAM EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS<br />

Um novo estudo descobriu que determinados tipos de meditação, como Kōan e<br />

Vipassana, estão mais associados a estados mentais negativos<br />

Lançamento é mais um exemplo da<br />

força do apelo retrô junto a millenials<br />

e a geração Z; mercado de brinquedos<br />

encontrou novo nicho explorando a<br />

nostalgia da infância.<br />

Quando esteve na escola, nos anos 1990, Josiah<br />

Chua, hoje com 31 anos, diz que “todo<br />

mundo” tinha um Tamagotchi – o nome oficial<br />

do “bichinho virtual” japonês que virou<br />

febre entre crianças do mundo todo. Essas<br />

memórias de Josiah provavelmente são típicas<br />

entre os millenials - pessoas de sua geração.<br />

O brinquedo tinha um formato redondinho e<br />

uma tela pixelada, e o dono precisava manter<br />

um animalzinho virtual vivo com constante<br />

cuidado e atenção. Ele se tornou uma febre<br />

“Acho que era<br />

inclusive proibido<br />

levá-lo<br />

para a escola. A<br />

gente tentava<br />

‘contrabandear’<br />

o brinquedo na<br />

mochila”<br />

diz o estilista de Cingapura.<br />

no mundo todo logo depois de seu lançamento,<br />

em 1996.<br />

E agora ele está voltando, na onda do retorno<br />

de brinquedos clássicos dos anos 1990. A<br />

fábrica japonesa Bandai relançou o Tamago-<br />

tchi no Japão em 2017 e neste ano, em julho,<br />

ele será relançado também na América do<br />

Norte.<br />

No novo modelo do brinquedo, o bichinho<br />

faz mais do que comer, dormir, apitar e morrer.<br />

A Bandai diz que o Tamagotchi “evoluiu”<br />

para ter mais personalidade, além de “viver”<br />

em diferentes habitats e se reproduzir. O relançamento<br />

do Tamagotchi é mais um exemplo<br />

da onda de reedições de brinquedos que<br />

foram símbolos dos anos 1990 e 1980.<br />

A analista de varejo Chana Baram diz que<br />

houve um aumento no número de produtos<br />

“retrô” porque as pessoas procuram pelo<br />

conforto “’dos velhos tempos”. “Costumávamos<br />

fazer isso em termos de roupas e moda,<br />

mas hoje em dia estão na moda também outros<br />

tipos de produtos antigos.”<br />

É uma tendência também observada por<br />

Alessio Di Marco, dono da Tons-of-Toys, que<br />

vende itens vintage e brinquedos colecionáveis.<br />

No último ano ele diz ter visto um<br />

“forte aumento no interesse em brinquedos<br />

dos anos 1990”, como as Tartarugas Ninja, os<br />

Power Rangers e a boneca Polly. Di Marco diz<br />

que também há muita demanda por objetos<br />

da “década fabulosa da Disney”, como ficou<br />

conhecido o período entre o lançamento de A<br />

Pequena Sereia, em 1989, e Tarzan, em 1999.<br />

“As crianças dos anos 1990 cresceram e estão<br />

cada vez mais nostálgicas pelos brinquedos<br />

de suas infâncias”, diz ele.<br />

Agora adultas, elas têm dinheiro para comprar o<br />

que querem – muitas vezes brinquedos caros que<br />

suas famílias não podiam pagar nos anos 1990.<br />

Uma pesquisa recente da Mintel, empresa que<br />

faz análise de varejo, diz que 57% dos compradores<br />

de brinquedos no Reino Unido compram<br />

brinquedos para os filhos com os quais também<br />

gostariam de brincar.<br />

No Brasil esse mercado também está quente. A<br />

Estrela, por exemplo, relançou brinquedos dos<br />

anos 1970, 1980 e 1990, como o Genius, o Ferrorama,<br />

o boneco Falcon e o Pogobol.<br />

Todo mundo que tem boas memórias da infância<br />

relembra com carinho dos objetos do período,<br />

diz Baram.<br />

PORQUE A NOS<strong>TAL</strong>GIA<br />

FUNCIONA<br />

Para as marcas, apostar na nostalgia não é algo<br />

novo. É um elemento de uma estratégia de marketing<br />

mais ampla que visa conquistar os consumidores<br />

através do escapismo.<br />

“Especialmente voltar para as memórias idealizadas<br />

da infância”, diz Asia Benoit Wiesser, diz<br />

diretor de estratégia de mercado da agência de<br />

publicidade Ogilvy.<br />

Ele diz que memórias dos nossos anos de formação<br />

– música, roupas, brinquedos e jogos<br />

– estão gravados em nossos cérebros como<br />

uma espécie de armazém de sentimentos felizes.<br />

Então, diz ele, jogar com um Gameboy traz<br />

de volta essa associação. “No momento em<br />

que você pega um objeto desses na mão, ele<br />

vem junto com todas essas associações e sentimentos<br />

positivos”, diz Wiesser.<br />

Ele diz que a nostalgia pode estar mais saliente<br />

hoje por causa da falta de otimismo dos<br />

millenials e da geração Z.<br />

Segundo Wiesser, vivem em um clima de incerteza<br />

que ajuda a criar um ambiente propício<br />

para a nostalgia.<br />

“Não há necessariamente um sistema de<br />

crenças sobre como seguimos em frente a<br />

partir daqui.”<br />

“Há definitivamente uma relação entre a<br />

popularidade do marketing de nostalgia e o<br />

baixo grau de confiança, otimismo e senso de<br />

segurança de uma população”, acrescenta ele.<br />

NOVOS FÃS<br />

Todo mundo que tem boas memórias da infância<br />

relembra com carinho dos objetos do<br />

período, diz Baram.<br />

No entanto, as marcas não estão apostando<br />

em meros relançamentos de sucessos do passado<br />

- seus produtos foram “atualizados”.<br />

A Bandai espera que seu Tamagotchi On, cujo<br />

público alvo são garotas de 6 a 12 anos, esteja<br />

cheio de novidades o suficiente para atrair jovens<br />

fãs habituadas com tecnologia.<br />

O fã de Tamagotchi, Chua, também está empolgado<br />

para descobrir que sentimentos o<br />

brinquedo repaginado vai despertar.<br />

A<br />

meditação está associada a experiências<br />

de relaxamento e calma, além<br />

de trazer benefícios para a saúde,<br />

incluindo impulsionar o sistema<br />

imunológico e reduzir os níveis de stress. No<br />

entanto, cientistas descobriram que 25,6% das<br />

pessoas que praticam meditação regularmente<br />

podem experimentar sensações negativas,<br />

como medo e ansiedade.<br />

Segundo o estudo, publicado na revista PLOS<br />

One, indivíduos que frequentam retiros de<br />

meditação ou são mais propensos a ter pensamentos<br />

negativos apresentam maior risco de<br />

passar por experiências desagradáveis.<br />

A equipe da Universidade College London, na<br />

Inglaterra, ainda revelou que determinados<br />

tipos de meditação, como Kõn e Vipassana,<br />

que envolvem a contemplação da experiência<br />

consciente (visão subjetiva da realidade) e dos<br />

padrões emocionais, estão mais associados<br />

a relatos de estados mentais negativos em<br />

comparação com a prática da atenção plena,<br />

por exemplo.<br />

Apesar dos resultados, os pesquisadores afirmam<br />

que o objetivo da pesquisa não é condenar<br />

a meditação e sim destacar que, em alguns<br />

casos, ela pode ser ter um lado ruim. “Estas<br />

descobertas apontam para a importância de<br />

ampliar a compreensão pública e científica da<br />

meditação para além da técnica de promoção<br />

da saúde”, comentou Marco Schlosser, co-autor<br />

da pesquisa.<br />

EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS<br />

Para chegar a esta conclusão, a equipe entrevistou<br />

1.232 pessoas que praticavam meditação<br />

há pelo menos dois meses (frequência mínima:<br />

uma vez por semana). Durante a entrevista, os<br />

pesquisadores verificaram se os participantes<br />

já haviam tido alguma experiência ruim com a<br />

meditação e qual era a opinião deles a respeito<br />

da causa. Ou seja, se havia sido provocada pela<br />

própria prática ou por fatores externos.


14<br />

15<br />

VICIADOS EM<br />

REDES SOCIAIS<br />

NOVOS ESTUDOS MOSTRAM QUE É MAIS DIFÍCIL RESISTIR À TENTAÇÃO<br />

DE ACESSAR SITES COMO FACEBOOK E TWITTER DO QUE DIZER NÃO AO<br />

ÁLCOOL E AO CIGARRO<br />

REPORTAGEM<br />

JOÃO LOES<br />

ARTE<br />

WAGNER OLIVEIRA<br />

REVISTA<br />

ISTO É


16<br />

17<br />

1k<br />

1k<br />

1k<br />

1k<br />

o exemplo acima. Um dos primeiros estudos<br />

a revelar a força dessa nova dependência de<br />

forma inconteste foi apresentado em fevereiro<br />

pela Universidade de Chicago. Depois de<br />

acompanhar a rotina de checagem de atualizações<br />

em redes sociais de 205 pessoas por sete<br />

dias, os pesquisadores concluíram, para espanto<br />

geral, que resistir às tentações do Facebook<br />

e do Twitter é mais difícil do que dizer não ao<br />

álcool e ao cigarro. Uma consulta aos números<br />

do programa de dependência de internet do<br />

Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas<br />

da Universidade de São Paulo (IPq-H-<br />

CUSP) dá contornos brasileiros ao argumento<br />

posto pelos americanos de Chicago.<br />

Hoje, 25% dos pacientes que buscam ajuda no<br />

programa do IPq o fazem atrás de tratamento<br />

para o vício em redes sociais. “E esse percentual<br />

deve aumentar”, afirma Dora Góes, psicóloga<br />

do programa. “Até o fim do ano queremos<br />

ter um módulo específico para tratar essa<br />

vertente da dependência de internet.” Não<br />

será fácil estabelecer um protocolo de tratamento.<br />

O vício em redes sociais é forte como<br />

o da dependência química. Como o viciado<br />

tamanha que já há setores defendendo a inclusão<br />

da dependência por redes sociais na nova<br />

edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de<br />

Transtornos Mentais, da Associação Americana<br />

de Psiquiatria, que deve ser publicada em<br />

maio de 2013. O pedido mais incisivo veio de<br />

um time formado por quatro psiquiatras da<br />

Universidade de Atenas, na Grécia, que publicou<br />

um artigo na revista acadêmica “European<br />

Psychiatry” com uma descrição assustadora<br />

da rotina de uma paciente de 24 anos completamente<br />

viciada. Trazida à clínica pelos pais,<br />

ela passava cinco horas por dia no Facebook,<br />

havia perdido os amigos reais, o emprego, a<br />

vida social e, aos poucos, estava perdendo a<br />

saúde, pois já não dormia nem se alimentava<br />

bem. “A paciente usava a internet havia sete<br />

anos e nunca tinha tido problemas”, diz o artigo.<br />

“A rede social é que foi o gatilho para o<br />

distúrbio do impulso.” Considerando a escala<br />

potencialmente planetária desse novo candidato<br />

à doença – o Facebook tem 901 milhões<br />

de usuários no mundo, sendo 46,3 milhões no<br />

Brasil, o segundo país com maior participação<br />

da Terra –, o pleito é mais do que razoável. O<br />

paulistano Lucas Monea, 21 anos, estudante de<br />

QUAL O SEU ÍNDICE<br />

DE MASSA VIRTUAL<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

Quantos smartphones você tem? (3x)<br />

Quantas redes sociais você faz parte? (4x)<br />

Quantos laptops você tem? (1x)<br />

Quantos dispositivos tipo tablet você<br />

possui? (2x)<br />

Quantos laptops você tem? (1x)<br />

Quantos serviços de mensagem de texto<br />

e/ou chat você usa? (5x)<br />

De quantos jogos do tipo RPG você<br />

participa? (7x)<br />

Quantos computadores de mesa você<br />

tem? (1x)<br />

Quantos outros eletrônicos que precisam<br />

de um carregador você usa? (1x)<br />

Em quantos blogs você escreve ou comenta<br />

com frequência? (2x)<br />

DESCUBRA SE O USO QUE VOCÊ FAZ DA<br />

INTERNET E DAS REDES SOCIAIS ULTRAPASSOU<br />

OS LIMITES SAUDÁVEIS<br />

SOME OS PONTOS E<br />

INDENTIFIQUE SEU ÍNDICE DE<br />

MASSA VIRTUAL<br />

25 PONTOS OU<br />

MENOS<br />

Você está dentro da média. O uso<br />

que você faz de internet e das redes<br />

sociais só lhe trás benefícios.<br />

25 A 35 PONTOS<br />

Fique atento. Ser mais comedido no<br />

uso das ferramentas virtuais pode<br />

ajudá-lo<br />

36 PONSTOS<br />

OU MAIS<br />

Você precisa de uma dieta virtual.<br />

Controlar o uso da internet e das<br />

redes sociais mudará a sua vida<br />

para melhro<br />

Fonte: Daniel Sieberg, autor de “The Digital Diet”<br />

(Randon House, 2011)<br />

Todas as terças-feiras, por volta das<br />

21h30, um grupo de oito paulistanos<br />

se reúne em um bar de Moema, bairro<br />

nobre da zona sul da capital, para<br />

colocar o papo em dia. É um compromisso que<br />

não falha há sete anos. Tudo tem espaço na<br />

roda de conversa, em que participam empresários,<br />

publicitários, advogados e administradores<br />

de empresas na casa dos 30 anos. Mas,<br />

de uns tempos para cá, alguns dos membros<br />

do pequeno clube estavam ficando dispersos.<br />

Plugados em seus smartphones, eles se distanciavam<br />

dos amigos presentes para dar conta<br />

de um fluxo infinito e impessoal de piadinhas,<br />

notícias e conversas picotadas geradas por redes<br />

sociais como o Facebook e o Twitter. “Começou<br />

a virar um problema de uns dois meses<br />

para cá”, diz o advogado André Martini, 26<br />

anos. “Reconheci que, como alguns dos meus<br />

amigos, não conseguia desligar e aproveitar<br />

aquele momento no bar. Estava viciado.” A saída<br />

foi adotar o “phone stacking”, uma espécie<br />

de jogo em que o grupo é obrigado a empilhar<br />

os celulares. Quem não resistir e checar o aparelho<br />

paga a conta. A medida funcionou para a<br />

turma de Martini.<br />

O vício em redes sociais é uma realidade e tem<br />

impactos impossíveis de ignorar, como mostra<br />

CONFIE NOS SEUS<br />

INSTINTOS<br />

Se você já conquistou seus hábitos<br />

virtuais e acha que pode estar<br />

exagerando no uso das redes<br />

sociais, as chances de que você<br />

esteja certo em sua auto-avaliação<br />

são enormes. Confie nos seus<br />

instintos e aja para mudar o seu<br />

comportamento.<br />

em drogas, que com o tempo precisa de doses<br />

cada vez maiores de uma substância para ter<br />

o efeito entorpecente parecido com o obtido<br />

no primeiro contato, o viciado em Facebook<br />

também necessita se expor e ler as confissões<br />

de amigos com cada vez mais fre quência para<br />

saciar sua curiosidade e narcisismo. Sintomas<br />

de crise de abstinência, como ansiedade, acessos<br />

de raiva, suores e até depressão quando há<br />

afastamento da rede, também são comuns. “É<br />

como um alcoólatra”, afirma Dora. “Se para<br />

ele o bar é o objetivo, para o viciado estar<br />

sempre conectado às redes sociais é a meta.”<br />

Embora não pretenda buscar tratamento e<br />

não se veja como doente, a estudante de moda<br />

paulistana Jackeline Roque, 21 anos, tem certeza<br />

de que é uma viciada. Usuária assídua do<br />

Facebook, a maior rede social do mundo, ela<br />

admite já ter evitado viagens quando sabia que<br />

não teria acesso a ela no destino. “E quando<br />

vou para a casa da minha avó, que não tem<br />

computador ou cobertura de internet móvel,<br />

fico bastante aflita”, diz. Aflição esta que pode<br />

muito bem ser o primeiro sinal de uma crise<br />

de abstinência. “Quando volto a me conectar,<br />

vejo quanto perdi.”<br />

Atualmente, a atenção em torno do assunto é<br />

educação física e estagiário em uma academia,<br />

ainda não está perdendo a saúde. Mas o sono<br />

ele já perdeu muitas vezes por causa das redes<br />

sociais. “Ouço o teclado de madrugada, mando-o<br />

desligar, mas ele continua lá”, diz a mãe<br />

do universitário, Cristina Ribeiro. Além do<br />

computador, Monea acessa o Facebook por um<br />

smartphone pré-pago que comprou em agosto<br />

de 2011. Atento às promoções da operadora,<br />

ele se desdobra para garantir internet móvel<br />

ininterrupta no aparelhinho pelo menor preço<br />

possível – e sempre consegue. “Converso com<br />

amigos, vendo suplementos alimentares, faço<br />

de tudo”, diz ele. “Da hora que acordo à hora<br />

que vou dormir, não desligo mesmo.” Não é só<br />

ele. Um estudo feito pela Online Schools em<br />

fevereiro, batizado de “Obcecados pelo Facebook”,<br />

mostrou que metade dos usuários da<br />

rede social com idade entre 18 e 34 anos faz o<br />

primeiro acesso do dia logo que acorda, sendo<br />

que 28% o fazem enquanto ainda estão na<br />

cama.<br />

Entender as razões dessa compulsão em ascensão<br />

é um desafio. Por que usamos tanto e, às<br />

vezes, até preferimos esses canais para nos comunicar?<br />

Carlos Florêncio, coach e consultor<br />

em desenvolvimento pessoal há 20 anos, com<br />

mais de 60 mil atendimentos no currículo, tem<br />

uma teoria: “Nas redes sociais temos controle<br />

absoluto sobre quem somos”, diz ele. Lá, as vidas<br />

são editadas para que só os melhores momentos,<br />

as mais belas fotos e os detalhes mais<br />

interessantes do dia a dia sejam expostos. Até<br />

os defeitos, quando compartilhados, são cuidadosamente<br />

escolhidos. “É uma realidade paralela<br />

em que todos apresentam o que julgam ser<br />

suas versões ideais”, afirma Florêncio. E isso<br />

tem um custo imenso. São poucas as pessoas<br />

que conseguem, de fato, viver o ideal que<br />

projetam, o que gera grande frustração. E mais:<br />

privilegiar as relações mediadas pela internet<br />

compromete as nossas habilidades sociais no<br />

mundo real. “Desaprendemos a olhar no olho,<br />

interpretar os sinais corporais e dar a atenção<br />

devida a quem está ali, diante da gente”, diz<br />

Dora, do IPq-HCUSP.<br />

Mas nem tudo é ruim nas teias das redes sociais.<br />

Pelo contrário. Grande parte do que elas<br />

oferecem é bom. O problema é saber dosar o<br />

uso para que as vantagens não sejam ofuscadas<br />

pelo vício que surge com os excessos. “Ame<br />

a tecnologia, mas não a ame incondicionalmente”,<br />

afirma Daniel Sieberg, autor do livro<br />

“The Digital Diet” (Random House, 2011),<br />

sem tradução para o português. Na obra, Sieberg<br />

apresenta um teste desenhado para medir<br />

o nível individual de consumo digital e propõe<br />

um controle, ou uma dieta, para regular os excessos<br />

(faça o teste na página 67 e confira as<br />

dicas da dieta nas páginas 68 e 69). “Fui um<br />

viciado, reconheço, mas hoje faço uso consciente<br />

das redes sociais”, diz o carioca Celso<br />

Fortes, 40 anos, consultor em comunicação de<br />

novas mídias. Ele teria tudo para ainda ser um<br />

dependente, já que seu trabalho exige o uso<br />

intensivo dessas ferramentas, mas garante que<br />

não é mais. “Sei de hotéis que dão ao hóspede<br />

a opção de deixar todos os eletrônicos em um<br />

cofre na recepção para que eles realmente descansem<br />

durante a estada”, afirma Fortes. No<br />

auge do vício, reconhece que teria se beneficiado<br />

dessa opção de serviço. “Hoje não, checo o<br />

que preciso no iPad e logo desconecto.”<br />

Poucos são como ele. Cair no canto da sereia<br />

virtual é fácil e conveniente. “Somos todos<br />

humanos e gostamos quando os outros nos<br />

dão atenção”, reconhece Andrew Keen, consagrado<br />

autor da área que lança seu segundo<br />

livro, “Digital Vertigo” (Vertigem Digital, em<br />

tradução livre), na segunda quinzena de maio<br />

nos Estados Unidos e em agosto no Brasil, pela<br />

Editora Zahar. A obra traz uma forte crítica à<br />

ingenuidade com que usamos as redes sociais<br />

atualmente.


18<br />

19<br />

<strong>DIGI</strong>_<strong>TAL</strong>K<br />

Acho que o mundo<br />

está impessoal demais<br />

e fico feliz quando<br />

encontro clientes<br />

que valorizam minha<br />

forma de fazer as<br />

coisas…<br />

Eduardo Foresti<br />

Mesmo sem<br />

saber direito<br />

o que era<br />

design gráfico,<br />

Eduardo Foresti<br />

tornou-se um<br />

profissional feliz<br />

e apaixonado<br />

pelo que faz.<br />

E<br />

studou em uma escola nada<br />

convencional e formou-se em<br />

Arquitetura pela USP. Depois<br />

disso, morou um tempo na<br />

Suíça, onde fez um curso de<br />

design na Schule fur Gestaltung Basel,<br />

voltou para o Brasil e passou por várias<br />

agências de renome, como Almap/BBDO,<br />

F/Nazca e Giovanni/FCB.<br />

Hoje, Eduardo tem seu próprio estúdio<br />

em uma pequena rua da Vila Beatriz. Lá,<br />

consegue expressar em seu trabalho a<br />

ideia de um mundo menos impessoal e<br />

corporativista.<br />

A Shutterstock bateu um papo com ele<br />

sobre carreira, inspiração e outras coisitas<br />

mais. Leia a entrevista abaixo e conheça<br />

um pouco o trabalho deste dedicado<br />

profissional.<br />

VOCÊ AFIRMOU UMA VEZ QUE<br />

DESDE PEQUENO SEMPRE<br />

SOUBE O QUE QUERIA FAZER<br />

DA VIDA, MESMO SEM SABER<br />

QUE DESENHAR TE LEVARIA<br />

AO DESIGN GRÁFICO. ISSO FEZ<br />

DIFERENÇA NA SUA CARREIRA, EM<br />

ENCONTRAR FELICIDADE NO QUE<br />

VOCÊ FAZ?<br />

Eu me sinto uma pessoa de sorte por<br />

ter certeza de que faço o que gosto e de<br />

não ter dúvidas em relação à profissão<br />

que escolhi. Vejo cada vez mais gente<br />

reclamando do trabalho, querendo mudar<br />

de profissão. E então percebo que essa<br />

certeza não é tão comum.<br />

Evoluir da ilustração para o design foi<br />

natural. Uns vinte anos atrás pouca gente<br />

sabia o que era design, e eu menos ainda<br />

porque fui criado numa família ligada<br />

às ciências – meus pais eram biólogos,<br />

professores universitários e pesquisadores.<br />

Eu gostava de desenhar, de fazer convites,<br />

pôsteres e marcas na escola. Mas não<br />

tinha ideia de que uma profissão como a<br />

do designer existia.<br />

Só fui descobrir durante a faculdade de<br />

Arquitetura, onde tínhamos a disciplina<br />

‘Comunicação Visual’, que existiam<br />

designers gráficos.<br />

Depois dessa descoberta, comecei o mais<br />

rápido que pude a estagiar em diversos<br />

escritórios e me encontrei rapidamente,<br />

porque o design gráfico dava um nome<br />

para tudo o que eu sempre tinha gostado<br />

de fazer até então.<br />

Minhas única dúvida, desde que comecei a<br />

trabalhar, foi se eu estava fazendo o que eu<br />

gosto no lugar certo, no ambiente certo.<br />

E isso é uma pergunta que me faço até<br />

hoje. Será que o lugar onde estou hoje me<br />

permite produzir o meu melhor trabalho?<br />

VOCÊ PASSOU UM TEMPO NA<br />

SUÍÇA ESTUDANDO DESIGN<br />

GRÁFICO. QUAL FOI SEU MAIOR<br />

APRENDIZADO?<br />

Foi em Basel que eu aprendi realmente o<br />

que é design gráfico. Passei dois anos lá<br />

e tive a oportunidade de ter aulas com<br />

professores fantásticos. É um esquema<br />

de ensino totalmente diferente do nosso.<br />

Eu passava o dia todo, das 8h às 17h,<br />

sentado na minha mesa trabalhando<br />

incessantemente.<br />

As aulas eram todas práticas, então o<br />

que acontecia era que quando começava<br />

uma nova aula você simplesmente parava<br />

de trabalhar no projeto da aula anterior e<br />

passava para o outro.<br />

Os processos eram longos. Levei um ano<br />

para fazer um set de pictogramas em uma<br />

das aulas, por exemplo. O importante era o<br />

processo e não o resultado final.<br />

Na aula de tipografia ficávamos dias, meses,<br />

aprimorando as noções de entreletra,<br />

entrelinha, quebra de linha. Foram tantos<br />

aprendizados que é difícil escolher apenas<br />

um. Mas acho que talvez os maiores tenham<br />

sido valorizar os fundamentos e também ir<br />

a fundo nos problemas, tentar muitas vezes,<br />

fazer e desfazer, não desistir nunca.<br />

VOCÊ PASSOU UM TEMPO NA<br />

SUÍÇA ESTUDANDO DESIGN<br />

GRÁFICO. QUAL FOI SEU MAIOR<br />

APRENDIZADO?<br />

Fora todos os designers cujo trabalho eu<br />

admiro, e que são muitos, diria que tive três<br />

mestres: João Carlos Cauduro e Ludovico<br />

Martino, no Brasil, e Wolfgang Weingart, em<br />

Basel.<br />

João Carlos e Ludovico me ensinaram o que<br />

é identidade visual e como é possível fazer<br />

trabalhos relevantes e sérios no Brasil. Tenho<br />

uma admiração muito grande por eles.<br />

Wolfgang Weingart me ensinou que para<br />

fazer algo realmente revolucionário como<br />

ele fez, você precisa respeitar e conhecer<br />

profundamente o passado, entender os<br />

fundamentos do design e trabalhar muito<br />

duro.<br />

SE PUDESSE DAR UM ÚNICO<br />

CONSELHO PARA OS QUE ESTÃO<br />

COMEÇANDO AGORA, QUAL SERIA?<br />

Uma vez perguntaram pro Alexandre Wollner,<br />

um dos pioneiros do Design Modernista<br />

no Brasil, qual era o hobby dele. E ele<br />

respondeu: “Meu trabalho”.<br />

Acho que é esse o conselho. Você só vai ser<br />

feliz fazendo design se você gostar tanto do<br />

que você faz que possa considerar seu trabalho<br />

o seu hobby.


20<br />

21<br />

ZOOM<br />

PRINT_SCREEN<br />

VIRADA CULTURAL DE<br />

BH RETORNA EM 2019<br />

APÓS TRÊS ANOS<br />

Após um hiato de quase três anos, a Virada Cultural<br />

de BH vai voltar em 2019. A quinta edição do<br />

evento será nos dias 20 (sábado) e 21 de julho (domingo).<br />

Ao todo, serão 24 horas de programação<br />

que vão ocupar as ruas do centro da capital mineira.<br />

Realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria<br />

com o Instituto Periférico - selecionado via<br />

edital como Organização da Sociedade Civil (OSC)<br />

-, a Virada Cultural de BH deste ano deve oferecer<br />

400 atrações gratuitas, das 17h do dia 20 até as 17h<br />

do dia 21 de julho. A estimativa é de que cerca de<br />

500 mil pessoas participem do evento.<br />

A programação terá pelo menos 120 atrações selecionados<br />

por meio do edital. As inscrições devem<br />

ser feitas exclusivamente pela internet, até às 23h59<br />

do dia 12 de maio, no site da Virada Cultural.<br />

Serão aceitas propostas de arte urbana, música,<br />

dança, circo, cinema, teatro, artes visuais, gastronomia,<br />

moda, games, espetáculo infantil, cultura<br />

popular, intervenções de rua, feiras e outros segmentos.<br />

As atividades selecionadas serão distribuídas em<br />

seis áreas principais no hipercentro de Belo Horizonte:<br />

Aarão Reis (embaixo do Viaduto Santa Tereza),<br />

Parque Municipal Américo Renné Giannetti,<br />

praça Sete, rua da Bahia com avenida Santos Dumont,<br />

rua Guaicurus e rua Goiás. Espaços culturais<br />

parceiros do evento também deverão receber programação.<br />

Muitos artistas digitais se<br />

especializam em 3D e fazem<br />

isso com maestria.<br />

O diretor de arte e ilustrador<br />

mexicano Adrian Design é<br />

um dos que sabem fazer isso<br />

muito bem.<br />

Sua arte em 3D retrata, em<br />

sua maioria, personagens<br />

conhecidos de jogos e<br />

desenhos animados, e<br />

carregam um estilo próprio,<br />

simplesmente encantador.<br />

A Virada Cultural é realizada desde 2013 em Belo<br />

Horizonte. Todas as quatro edições foram realizadas<br />

na gestão do então prefeito Marcio Lacerda. Na<br />

última delas, em 2016, 580 mil pessoas acompanharam<br />

a programação. O evento estava suspenso<br />

desde 2017, quando Alexandre Kalil assumiu a Prefeitura<br />

de BH.


CLICK_BAIT<br />

Todo os anos, após a<br />

Cerimônia de Entrega dos<br />

Prêmios, o HIPA Award<br />

oferece um dia específico<br />

para que jornalistas<br />

possam entrevistar os<br />

vencedores, para que<br />

falem ao público sobre sua<br />

foto e como a conseguiu.<br />

O fotógrafo do Bahrain<br />

registrou a imagem que<br />

ficou em Primeiro Lugar na<br />

Categoria Happiness.<br />

Ele conta que não<br />

conhecia as pessoas<br />

na foto e que eles não<br />

perceberam que estavam<br />

sendo fotografados. São<br />

companheiros de trabalho<br />

de longa data e que<br />

estavam comemorando<br />

uma festa após o serviço.<br />

Para Hamneed o mais<br />

importante na foto é<br />

a história, em Preto e<br />

Branco para dar maior<br />

dramaticidade.

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