REVISTA MÁRCIA TRAVESSONI #13
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TICIANA ROLIM<br />
QUEIROZ<br />
Os anseios da empreendedora social<br />
que quer mudar o mundo<br />
Os resultados sociais e culturais que<br />
reverberam da gestão de<br />
LUIZ GASTÃO BITTENCOURT<br />
+ Cultura, Decoração, Estilo,<br />
Empreendedorismo e Gastronomia<br />
13
2 MT 3
CONTEÚDO <strong>#13</strong><br />
Ano II | Edição <strong>#13</strong><br />
EXPEDIENTE<br />
<strong>MÁRCIA</strong> <strong>TRAVESSONI</strong> GALERIA É<br />
UMA PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL<br />
QUE ABORDA CULTURA, COMPOR-<br />
TAMENTO, NEGÓCIOS, MODA,<br />
GASTRONOMIA, VIAGENS, LUXO,<br />
GENTE E TUDO QUE<br />
ACONTECE EM FORTALEZA.<br />
DIRETORA-GERAL<br />
Márcia Travessoni<br />
EDIÇÃO<br />
Jéssica Colaço<br />
TEXTOS<br />
Jéssica Colaço<br />
Juscelino Filho<br />
Lucas Magno<br />
Stéphanie Sousa<br />
Vanessa Madeira<br />
FOTOGRAFIA<br />
Alex Campêlo<br />
Camila Lima<br />
Marília Camelo<br />
Saulo Roberto<br />
Fernando Travessoni<br />
Eri Nunes<br />
FOTO DE CAPA<br />
Fernando Travessoni<br />
“Eu quero<br />
apoiar o<br />
empoderamento<br />
das pessoas para<br />
que elas saiam<br />
da pobreza<br />
e possam<br />
prosperar”<br />
14<br />
GALERIA VISITA<br />
Denise Montenegro expressou toda<br />
sua paixão por cinema na casa da<br />
família em Guaramiranga, que reproduz<br />
locações de seus filmes favoritos.<br />
32<br />
EMPREENDEDORISMO<br />
A tradição de qualidade<br />
passada a cada geração da<br />
família Castelo Borges virou<br />
a assinatura da empresa,<br />
especializada em segurança.<br />
36<br />
PODER<br />
As transformações culturais<br />
e sociais são o maior legado<br />
de Luiz Gastão Bittencourt,<br />
presidente licenciado do<br />
Sistema Fecomércio.<br />
60<br />
GASTRONOMIA<br />
Os jantares harmonizados<br />
do D'Abelle Bistrô vão<br />
além da combinação<br />
entre pratos e vinhos e<br />
proporcionam ao cliente<br />
uma imersão cultural.<br />
PRODUÇÃO<br />
Lucas Magno<br />
COLABORADORES<br />
Lucas Farias<br />
Helena Serpa<br />
COORDENAÇÃO DE MARKETING E COMERCIAL<br />
Naiara Martins<br />
PROJETO GRÁFICO<br />
LaBarca.Design (Porto/Portugal)<br />
DIAGRAMAÇÃO<br />
Allan Victor Vieira<br />
Chico Fábio<br />
Hugo Martins<br />
REVISÃO<br />
Eliezer Araújo<br />
IMPRESSÃO E ACABAMENTO<br />
Gráfica Santa Marta<br />
João Pessoa/PB<br />
5.000 exemplares<br />
→→WWW.MARCIA<strong>TRAVESSONI</strong>.COM.BR<br />
MARKETING E PUBLICIDADE<br />
Marcia Travessoni Comunicação e Eventos LTDA ME<br />
Direção: Fernando José Travessoni de Pinho<br />
Telefone: (85) 3224.4770<br />
E-mail: comercial@marciatravessoni.com.br<br />
CNPJ: 20.416.683/0001-70<br />
42<br />
Empreendedora social, Ticiana<br />
Rolim Queiroz assumiu a missão<br />
de ser uma ponte entre os<br />
diversos setores da sociedade<br />
para reduzir as desigualdades<br />
e mudar o mundo.<br />
72<br />
ARTE<br />
José Guedes celebra mais de<br />
quatro décadas de carreira com<br />
exposição que reúne todas as<br />
nuances de seu processo criativo.<br />
82<br />
DESIGN & DÉCOR<br />
Jussara Regás, Claudio<br />
Quinderé, Sandra Pinheiro<br />
e Suzane Farias são alguns<br />
dos nomes que representam<br />
a força e a criatividade do<br />
design de joias cearense.<br />
90 120<br />
ESPELHO<br />
ACONTECE<br />
Famosa nas plataformas Após trocarem alianças<br />
virtuais, Mileide Mihaile<br />
na Igreja do Líbano,<br />
conta a trajetória desde<br />
os noivos Danielle Nina e<br />
quando era dançarina até o Filipe Távora festejaram o<br />
sucesso nas redes sociais. casamento no Colosso.<br />
4 MT 5
Conversa<br />
Cada edição da revista Galeria é, de fato, um aprendizado, mas a Nº 13 trouxe<br />
experiências especiais. A fala de Ticiana Rolim Queiroz, nossa capa, nos motiva a<br />
analisar nossa forma de pensar, observar o mundo, avaliar o que estamos fazendo aqui<br />
e agora, e agir em prol do outro. Vemos cada vez mais pessoas e empresas empenhadas<br />
em tomar atitudes urgentes para mudar o mundo e, mais que isso, nos espelhamos<br />
nessas ações para iniciar também a nossa contribuição.<br />
Esse pensamento está presente em várias outras histórias contadas nesta edição,<br />
como a das marcas Gisela Franck e Catarina Mina, que realizam um trabalho pautado<br />
na sustentabilidade e consumo consciente para a moda; e nos professores da Escola de<br />
Música Chiquita Braga, que transformam a realidade de crianças por meio do ensino<br />
musical. É uma felicidade imensa perceber que a revista traz essa luz e motiva as<br />
pessoas a descobrirem suas respectivas missões.<br />
Junto desse conhecimento, trazemos ainda as trajetórias empresariais e de<br />
gestão da Castelo Borges e Luiz Gastão Bittencourt; o estilo de vida e as aspirações<br />
de Mileide Mihaile, Jeycielle Oliveira, Lara Linhares e Marina Brasil; e uma visita<br />
exclusiva à casa de Denise Montenegro em Guaramiranga.<br />
Os artistas visuais José Guedes e Cris Cavalcante nos contaram sobre seus<br />
processos criativos e a relação com a arte; os designers Jussara Regás, Claudio<br />
Quinderé, Sandra Pinheiro e Suzane Farias mostram as respectivas assinaturas em<br />
peças cheias de identidade. Nesta edição, mostramos ainda o roteiro deslumbrante<br />
que fiz pela região da Normandia, na França. Tem ainda gastronomia, estética, estilo<br />
e a cobertura dos eventos mais requintados da cidade.<br />
Boa leitura, have fun!<br />
@MARCIA<strong>TRAVESSONI</strong><br />
6 MT 7
VIVÊNCIAS<br />
MT<br />
LUXO HISTÓRICO<br />
Imagine estar acomodado em um hotel de estrutura tombada pelo<br />
patrimônio histórico de uma cidade como Rouen, conhecida na<br />
Normandia pela trajetória de Joana D’Arc. Uma propriedade do<br />
século XV, que prima pelo conforto, pelo luxo e pelas incríveis<br />
experiências. Este é o Bourgtheroulde: hotel 5 estrelas com a<br />
maior piscina coberta da região e um sofisticado spa, com direito<br />
a sauna, hammam (banho turco) e diversos outros tratamentos de<br />
alto padrão. O Hotel Spa De Bourgtheroulde fica localizado na 15<br />
Pl. de la Pucelle, 76000, Rouen, e é uma dica primorosa para quem<br />
visita a região noroeste da França. @hoteldebourgtheroulde<br />
8 MT 9
HIGHLIGHTS<br />
MAXIMODA DEBATE COMUNICAÇÃO E VENDAS NOS NOVOS TEMPOS<br />
Comunicação, vendas e relacionamento com o cliente dos novos<br />
tempos foi o tema da 12ª edição do MaxiModa, que aconteceu em<br />
agosto, no Teatro RioMar Fortaleza. O evento, já consolidado no calendário<br />
das discussões sobre moda no país, teve como palestrantes<br />
deste ano a referência em branding Ana Couto, CEO da Agência Ana<br />
Couto; a expert em luxo Ana Isabel, co-fundadora da Shop2gether;<br />
a jornalista Alexandra Farah, curadora do festival WeAr; e a sócia da<br />
Bemglô, Betty Prado.<br />
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E IMPACTOS AMBIENTAIS<br />
GUIAM A EDIÇÃO 2019 DA CASACOR CEARÁ<br />
Sustentabilidade, tecnologia e lugares de afeto são os elementos<br />
essenciais nas moradas do futuro — e são também esses os temas<br />
que definem a CasaCor Ceará deste ano. A pauta, explica a diretora<br />
da mostra no estado, Neuma Figueiredo, é também uma maneira de<br />
consolidar as práticas conscientes que vinham norteando edições<br />
anteriores do evento. “Fizemos workshop com os profissionais<br />
do evento para conscientizar ainda mais sobre a questão dos<br />
resíduos e o descarte correto e orientando também para que eles<br />
escolham fornecedores com proposta sustentável e transparente”,<br />
destaca Neuma. Nas obras para a edição deste ano, a preocupação<br />
com os impactos ambientais aparece em posturas como o fim<br />
do uso de copos descartáveis entre os arquitetos e decoradores,<br />
que ganharam canecas reutilizáveis da própria Neuma; até o<br />
reaproveitamento do revestimento do piso e do teto por arquitetas,<br />
visando reduzir a quantidade de lixo gerado. A CasaCor Ceará<br />
2019 acontece de 12 de setembro a 22 de outubro, no imóvel da<br />
família J. Macêdo (rua Visconde de Mauá, 950), mesmo local onde<br />
aconteceu a mostra do ano passado.<br />
UNIFOR VAI CONSTRUIR COMPLEXO<br />
DE ARTE EM ÁREA DO ANTIGO<br />
CENTRO DE CONVENÇÕES<br />
Instituição com relevante atuação na promoção da arte no estado,<br />
a Universidade de Fortaleza (Unifor) vai expandir ainda mais o<br />
espaço dedicado à cultura com a construção de um complexo,<br />
bem próximo de onde funciona a universidade. A área, de aproximadamente<br />
14 mil metros quadrados, corresponde ao terreno<br />
onde funcionava o antigo Centro de Convenções do Ceará, e que<br />
foi devolvido à Fundação Edson Queiroz em junho deste ano, após<br />
assinatura de uma lei pelo governador Camilo Santana. O terreno<br />
foi doado pelo chanceler Edson Queiroz ao Governo do Estado em<br />
1973, mediante a realização de convênio, e onde foi construído o<br />
prédio que, durante décadas, sediou diversos eventos no Ceará.<br />
Agora, a intenção da presidente da Fundação, Lenise Queiroz,<br />
é ampliar ainda mais o acesso da população ao acervo artístico<br />
mantido pela entidade.<br />
ANJOS DO NATAL TRAÇA META DE ARRE-<br />
CADAÇÃO OUSADA PARA ESTE ANO<br />
Cinco mil mensagens de afeto e gratidão por meio de cinco mil<br />
cestas básicas: essa é a meta que o Anjos do Natal, concerto<br />
idealizado por Márcia e Fernando Travessoni, quer alcançar este<br />
ano. O evento beneficente, realizado em parceria com Padre Eugênio<br />
Pacelli, está cheio de novidades em 2019, entre elas, o espaço do<br />
musical, que será o Teatro RioMar Fortaleza, com duas apresentações.<br />
O repertório da noite mágica será interpretado por Paulo José<br />
Benevides, Marcos Lessa, Waldonys, David Valente, Nando Cordel,<br />
Carlinhos Patriolino, Kayro Oliveira, coral da Fundação Beto Studart e<br />
a orquestra do maestro Isaías Alexandre. Outra participação especial<br />
será do cirurgião plástico e artista visual Isaac Furtado, autor das<br />
aquarelas que serão projetadas no cenário e irão a leilão. O Anjos do<br />
Natal acontece no dia 24 de novembro.<br />
MARCOS LESSA LANÇA ÁLBUM GUIADO PELA BOSSA NOVA E PRODUZIDO<br />
POR ROBERTO MENESCAL<br />
Mais do que um novo álbum com projeto de repercussão internacional,<br />
o trabalho “Deslizando na canção” é a concretização de um sonho do<br />
cantor Marcos Lessa. O disco, lançado neste mês de agosto, é guiado<br />
pela estética da Bossa Nova e traz composições do próprio Marcos<br />
e de nomes como Marcos Valle, João Donato, Evaldo Golveia e Pio<br />
Rodrigues, além de regravações de canções de Cazuza e Fausto Nilo.<br />
A produção é de Roberto Menescal, referência artística de Lessa e<br />
responsável por gravar os trabalhos de ícones como Elis Regina e<br />
Emílio Santiago, que também inspiram o trabalho do cantor cearense.<br />
“Deslizando na Canção’ recebeu esse nome de Olivia Hime que, junto<br />
com minha querida Stella Rolim, são as madrinhas do disco. E é um<br />
projeto que antes mesmo de ser lançado ja vem cercado de muito<br />
amor”, descreve Lessa.<br />
10 MT HIGHLIGHTS 11
MT ONLINE<br />
A plataforma Márcia Travessoni está on-line 24h por dia, a gente não para.<br />
Diariamente, a redação turbina site e redes sociais com matérias novas e notícias<br />
qualificadas, cheias de conteúdo. Destaque também para o #CanalMT, com vídeos<br />
novos toda quarta sobre lifestyle, cultura, gastronomia, arte, entrevistas e claro, os<br />
melhores eventos da cidade.<br />
→→WWW.MARCIA<strong>TRAVESSONI</strong>.COM.BR<br />
@MARCIA<strong>TRAVESSONI</strong><br />
/MARCIA<strong>TRAVESSONI</strong><br />
/M<strong>TRAVESSONI</strong><br />
@M<strong>TRAVESSONI</strong><br />
CONSCIÊNCIA<br />
A modelo e atriz Dani Gondim sempre<br />
esteve próxima das atitudes sustentáveis<br />
para deixar o dia a dia mais consciente<br />
dos nossos impactos. Cá entre nós,<br />
estar mais atento ao assunto é uma<br />
necessidade urgente. No #SiteMT, ela lista<br />
dicas infalíveis para colocar em prática na<br />
rotina e sermos cada vez mais amigos do<br />
planeta. Confira.<br />
O MELHOR RESTAURANTE DO BRASIL<br />
O RESTAURANTE<br />
MAIS AMADO<br />
DE SÃO PAULO<br />
O MELHOR RESTAURANTE PARA<br />
IR COM A FAMÍLIA<br />
EM SÃO PAULO<br />
ELEITO PELA<br />
EDIÇÃO 30/06/2019<br />
PERSONALIDADES INDICAM<br />
Já dizia Platão: “livros dão alma ao universo, asas para a mente,<br />
voo para a imaginação, e vida a tudo”. Se na infância, os livros<br />
surgem em nossas vidas meio que como uma obrigação no<br />
processo de aprender a ler, ao longo da vida eles nos ganham<br />
pela sua capacidade de nos transportar para outros universos<br />
e realidades. Convidamos Vanessa Queirós e José Guedes para<br />
dividir com a gente seus títulos favoritos. Veja as dicas.<br />
DESTINO: ITÁLIA<br />
Capri, Positano, Sorrento... Quando se trata<br />
da Itália, a lista de lugares surpreende até<br />
o viajante mais experiente. Lina Franck<br />
que o diga. A empresária cearense esteve<br />
pelos cenários mais incríveis e aproveitou<br />
para listar 5 passeios inesquecíveis para<br />
se fazer na costa italiana. Direto na nossa<br />
sessão de Viagens.<br />
LEITURA ESSENCIAL<br />
No mundo atual, com tantas demandas e<br />
exigências, a prevalência de transtornos<br />
como depressão e ansiedade têm aumentado<br />
vertiginosamente. Um dado que merece<br />
ser debatido com profissionais qualificados.<br />
Pensando nisso, a psicóloga e diretora do<br />
NPC, Silviane Andrade, compartilhou no<br />
site um artigo especial sobre inteligência<br />
emocional. Imperdível.<br />
EDIÇÃO 2633 DE 08/05/2019<br />
2 O RESTAURANTE<br />
MAIS LEMBRADO<br />
PELOS BRASILEIROS<br />
ELEITO PELO JURI E PELO<br />
A MELHOR CERVEJA<br />
PILSEN DO MUNDO<br />
ELEITA NA FRANÇA<br />
Pesquisa realizada pelo Marcas Mais em 2018,<br />
uma parceria entre o jornal Estadão e Troiano Branding<br />
ESSENCIALMENTE<br />
Conhecer a si mesmo é essencial para que possamos viver em harmonia.<br />
Afinal, é através de reflexões sobre nossa identidade que nos conectamos com<br />
a melhor versão de quem somos. Foi pensando nisso que criamos o projeto<br />
“Essencialmente”, uma série de entrevistas com especialistas e admiradores da<br />
espiritualidade, do bem-estar, de uma vida com equilíbrio físico, mental e espiritual.<br />
Para dar o pontapé inicial, um papo inspirador com a top coach Marília Fiuza.<br />
CORAÇÃO DA NORMANDIA<br />
A região noroeste da França esconde histórias, belezas e deslumbres. Durante uma<br />
viagem de 15 dias pela Normandia, visitamos lugares surpreendentes. No #CanalMT<br />
tem vídeos especiais de cada parada que fizemos durante a trip. Tem que assistir!<br />
Concours<br />
International<br />
de LYON<br />
Cerveja Coco Bambu ganha<br />
PRÊMIO INTERNACIONAL<br />
em Lyon na França.<br />
APRECIE COM MODERAÇÃO<br />
FORTALEZA TERESINA SALVADOR SÃO LUÍS CAMPINAS RIBEIRÃO PRETO BRASÍLIA GOIÂNIA VILA VELHA SÃO PAULO BELO HORIZONTE CURITIBA<br />
ÁGUAS CLARAS / DF MANAUS ALPHAVILLE / SP<br />
UBERLÂNDIA SANTO ANDRÉ / SP CUIABÁ OSASCO<br />
12 MT MT online 13<br />
RECIFE<br />
PORTO ALEGRE<br />
BREVE 2019 / 2020: GUARULHOS LONDRINA CAMPO GRANDE RIO DE JANEIRO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS FLORIANÓPOLIS
GALERIA<br />
VISITA<br />
CASA DE<br />
CINEMA<br />
APAIXONADA POR FILMES, DENISE MONTENEGRO<br />
LEVOU AS CENAS DE SEUS FILMES FAVORITOS<br />
PARA A CASA DA FAMÍLIA EM GUARAMIRANGA<br />
POR JÉSSICA COLAÇO FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
14 MT Galeria Visita 15
GALERIA<br />
VISITA<br />
A<br />
paixão da empresária e jornalista Denise<br />
Montenegro pelo cinema vai muito além do<br />
conhecimento sobre a sétima arte e coleções<br />
de DVDs e itens relacionados a personagens de<br />
filmes. Ela transformou a casa da serra, instalada<br />
numa propriedade de 79 hectares em Guaramiranga,<br />
num local inspirado em cenas de filmes e repleto de<br />
memórias da família. “A casa é o resultado de nossas viagens,<br />
lugares, livros e filmes preferidos”, define ela, que viu e reviu<br />
diversas vezes as cenas dos longas metragens que foram<br />
referência para a arquitetura e décor da casa.<br />
Batizado de Vale das Laranjeiras, o local se destaca,<br />
logo ao primeiro contato, pela piscina cujo projeto teve<br />
influências do filme “18 ans après” (2003), mais especificamente<br />
de uma casa situada na região de Provença, na França.<br />
De lá se tem acesso à academia, sala de massagem, sauna e<br />
a uma queda d’água. O barulho de água corrente, inclusive,<br />
é possível de ser ouvido nos arredores da casa, cercada por<br />
diversas escadas que se transformam em pequenas corredeiras<br />
quando é acionado um sistema eletrônico.<br />
Na edificação principal, a sala, as varandas e os quartos<br />
reproduzem praticamente com perfeição as cenas do filme<br />
“Alguém tem que ceder” (2003), ambientado em uma<br />
típica casa norte-americana da região de Southampton.<br />
Com a ajuda da arquiteta Chris Boris e do decorador Raul<br />
Martins, Denise conseguiu reproduzir com perfeição até<br />
o quarto de uma das protagonistas do filme, interpretada<br />
por Diane Keaton, e dispôs na escrivaninha do cômodo<br />
uma diversa e volumosa coleção de lápis de escrever.<br />
“Você pode imaginar quantas vezes vimos e revimos esses<br />
filmes, que com o intuito de mostrarmos algum detalhe,<br />
não conseguíamos simplesmente desligar e assistíamos tudo<br />
de novo!”, lembra Denise.<br />
PERFEIÇÃO NOS DETALHES<br />
Responsável pelo projeto da casa, a arquiteta Chris Boris<br />
desenhou praticamente todos os móveis fixos, garantindo,<br />
assim, que ficassem tal e qual a inspiração de Denise. A refe-<br />
rência ao cinema foi mais uma vez privilegiada no home<br />
cinema, ocupado por vários sofás e poltronas convidativos,<br />
decorados com bonecos de pano reproduzindo figuras como<br />
a personagem Amélie Poulain e o diretor Woody Allen.<br />
Ele tem o pé direito duplo, então criamos um mezanino<br />
onde ela tem uma videoteca, com vários DVDs de filmes”,<br />
destaca a arquiteta.<br />
Outra peculiaridade da casa são os revestimentos. No piso<br />
dos quartos foram usadas tábuas de madeira corrida, enquanto<br />
os cômodos principais ganharam porcelenato preto. Na área<br />
externa, a aplicação sobre a alvenaria de clap board, um tipo<br />
de revestimento também de madeira, passa a impressão de<br />
que a construção é feita em madeira, bem parecido com as<br />
residências americanas.<br />
“A casa teve a primeira parte construída pelo meu<br />
cunhado, Ricardo Montenegro, e a segunda etapa pelo<br />
nosso primo, Juarez Montenegro. Dois ‘professores pardais’,<br />
perfeccionistas e solucionadores de problemas”, acrescenta<br />
16 MT Galeria Visita 17
GALERIA<br />
VISITA<br />
CEARÁ<br />
Denise (esq.) com os filhos<br />
e o marido, na casa<br />
de Guaramiranga;<br />
Denise (dir.) com a netinha Lis,<br />
que terá direito a uma casinha<br />
de boneca ou casa na árvore<br />
em Guaramiranga<br />
Denise, listando a força-tarefa que mobilizou para<br />
concretizar o sonho da casa de cinema.<br />
CHEIRO DE ACONCHEGO<br />
A essência cinematográfica do refúgio serrano<br />
é permeada de detalhes que revelam não apenas a<br />
relação que Denise e a família dela têm com o lugar,<br />
mas o afeto que une todos que passam por aquela casa.<br />
Na entrada principal da casa, uma cesta repleta de<br />
pantufas anuncia que ali o aconchego e o conforto<br />
são prioridade. Frases como “Você faz parte do meu<br />
jardim de amigos” e “Eu amo minha vovó” se espalham<br />
em bordados de almofadas, quadros e mensagens<br />
distribuídas nos cômodos.<br />
“Vivemos muitos e inesquecíveis momentos maravilhosos<br />
com todos nossos filhos e amigos. Agora,<br />
tive minha primeira neta, que vai fazer um ano, e já<br />
estou pensando em aumentar a casa com uma casa de<br />
bonecas, ou uma casa nas árvores, ela vai escolher”,<br />
adianta a empresária. ¤<br />
DE 12/09<br />
A 22/10 NA<br />
RUA VISCONDE DE MAUÁ<br />
950 - ALDEOTA<br />
casacorceara<br />
casacorceara<br />
APOIO LOCAL<br />
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL<br />
MÍDIA NACIONAL<br />
MEDIA PARTNER<br />
INSTITUIÇÃO<br />
BENEFICIADA<br />
REALIZAÇÃO<br />
18 MT Galeria Visita 19
EM PAUTA<br />
LISTA DE ELITE<br />
Editora do Reino Unido, Quacquarelli<br />
Symonds (QS) compila<br />
rankings universitários desde<br />
2004, quando foi publicada a<br />
primeira edição do QS World<br />
University Rankings. Desde essa<br />
data, as listagens se tornaram<br />
uma das fontes mais populares<br />
de dados comparativos entre<br />
universidades. Atualmente, é uma<br />
das três classificações internacionais<br />
de instituições de ensino<br />
superior mais influentes do mundo,<br />
ao lado do Times Higher Education<br />
World University Rankings e a<br />
Classificação Acadêmica das<br />
Universidades Mundiais.<br />
REFERÊNCIA<br />
INTERNACIONAL<br />
QUALIDADE DO CORPO DOCENTE E EXCELÊNCIA EM PESQUISA SÃO ALGUNS<br />
DOS DIFERENCIAIS QUE LEVARAM A UNIFOR A SER LISTADA NO RANKING<br />
DAS MELHORES UNIVERSIDADES DA AMÉRICA LATINA<br />
A<br />
Universidade de Fortaleza (Unifor), maior dos<br />
projetos sociais encampados pela Fundação<br />
Edson Queiroz, sempre figurou entre as mais bem<br />
avaliadas instituições de ensino do País. Agora,<br />
a certificação ganhou ares internacionais. Pela<br />
primeira vez, a Unifor foi citada no prestigiado<br />
QS World University Rankings, que desde 2004 avalia o<br />
desempenho de instituições de ensino superior do mundo<br />
inteiro. “Entre as universidades latino-americanas, a Unifor<br />
está entre as 251 e 300, em termo das melhores do mundo.<br />
No Brasil, se a gente considerar as instituições privadas,<br />
somente, somos a 11ª melhor do Brasil. Somos a melhor,<br />
considerando a região Norte/Nordeste”, explica o professor<br />
POR JUSCELINO FILHO FOTOS ARES SOARES<br />
Henrique Sá, vice-reitor de Graduação da Unifor.<br />
Na listagem, a universidade foi citada em outro ranking:<br />
o do BRICS, referente ao grupo econômico formado por<br />
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Nele, a instituição<br />
aparece na classificação entre 351° e 400°. “Estamos<br />
competindo com países fortes como Rússia, China, África<br />
do Sul. A China, por exemplo, é o segundo maior país<br />
do mundo em produção econômica. E nós estamos lá”,<br />
enaltece Henrique Sá.<br />
No processo de constituição do ranking foram analisadas<br />
quatro categorias: Corpo Docente com Doutorado (Faculty<br />
Staff with PhD), Impacto na Web (Web Impact), Citações<br />
por Docente e Citações por Artigo. “O número de citações<br />
por artigos se refere a quantas vezes aquele artigo publicado<br />
por um docente foi referenciado em um outro artigo<br />
científico. Na categoria de impacto na web, isso se refere<br />
a ações e promoções institucionais nos canais da internet”,<br />
esclare o professor.<br />
Na lista, aparecem as principais universidades da<br />
América Latina. O pódio é composto pela Pontifícia Universidade<br />
Católica (PUC) do Chile, seguida pelas brasileiras<br />
Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual<br />
de Campinas (Unicamp). A outra instituição brasileira<br />
melhor ranqueada no Top 10 é a Universidade Federal do<br />
Rio de Janeiro (UFRJ), que aparece em nono lugar.<br />
EM BUSCA DA EXCELÊNCIA<br />
Para os próximos anos, adianta o vice-reitor, é necessário<br />
aprimorar a graduação, a pós-graduação, a pesquisa e a<br />
extensão. O desafio de sempre é reforçar a qualidade. Se a<br />
QS World University Rankings aponta o que é referência,<br />
é possível saber como crescer. “Não que a gente se oriente<br />
para atender meramente um ranking, mas entendemos<br />
que esses elementos reforçam o nosso papel de contribuir<br />
para a melhoria da qualidade das nossas práticas”,<br />
pontua Henrique Sá.<br />
Do ponto de vista acadêmico, o ponto central é qualidade,<br />
de acordo com o professor. “Estamos falando de ensino,<br />
pesquisa e extensão, inserção comunitária. Isso representa<br />
efetivamente uma prova do valor e da qualidade da Unifor.<br />
Para nós que fazemos a Universidade, é um reforço de que<br />
temos promovido a melhor prática acadêmica, não só no<br />
ensino, mas também na produção científica. Isso traz um<br />
compromisso de responsabilidade muito grande de continuar<br />
promovendo essa prática e entregar para a sociedade o<br />
que há de melhor do ponto de vista de formação de recursos<br />
humanos”, conclui Henrique Sá. ¤<br />
20 MT em pauta 21
EM PAUTA<br />
AMPARO<br />
REFORÇADO<br />
EX-PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ, O ADVOGADO<br />
LEANDRO VASQUES COMENTA OS REFORÇOS GANHADOS PELA LEI MARIA DA PENHA<br />
Em 2019, a Lei Maria da Penha completa 13 anos<br />
de vigor. Apesar de ter se tornado um marco<br />
legal no combate à violência contra a mulher no<br />
Brasil, os recentes casos noticiados na imprensa<br />
de esposas, ex-companheiras e filhas que se<br />
tornaram vítimas de agressões e assassinatos<br />
evidenciam o quanto a legislação ainda precisa avançar<br />
para se tornar verdadeiramente efetiva. Ao mesmo tempo<br />
em que guarda a trágica história que deu origem à lei,<br />
o Ceará é o segundo estado no País onde mais se matou<br />
POR VANESSA MADEIRA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
mulheres no ano passado, conforme dados do Monitor da<br />
Violência do portal G1. Ao todo, 447 cearenses perderam<br />
a vida, sendo pelo menos 26 dessas ocorrências classificadas<br />
como feminicídios.<br />
Recentes mudanças aprovadas na lei, no entanto,<br />
representam importantes passos em direção à prevenção<br />
de novas mortes. Uma delas, sancionada em maio deste<br />
ano, determina que, a partir agora, para obter medidas<br />
protetivas, mulheres em risco não precisam mais esperar<br />
os longos trâmites do Sistema Judiciário. Delegados e até<br />
policiais militares poderão ser acionados por vítimas e<br />
decretar o afastamento de agressores, sob pena de prisão.<br />
Com a alteração, a expectativa é agilizar a proteção à<br />
mulher em cidades que não sediam comarcas e, portanto,<br />
não têm a presença permanente de magistrados.<br />
Para o advogado Leandro Vasques, ex-presidente<br />
do Conselho Estadual de Segurança Pública do Ceará,<br />
a mudança deve beneficiar, principalmente, moradoras de<br />
municípios de pequeno porte e em localizações remotas,<br />
onde as mulheres encontram ainda mais dificuldade para<br />
ter acesso à Justiça. “Antigamente, se a mulher estivesse em<br />
uma cidade no interior e fosse ameaçada, tinha que ficar<br />
esperando um juiz chegar ou ela mesma saía de casa para<br />
ir atrás de um juiz que desse a medida protetiva. Agora,<br />
ela pode chamar uma viatura e dizer que foi ameaçada,<br />
e o policial vai preencher um formulário decretando<br />
a medida”, observa.<br />
Vasques destaca que a nova regra reduz a vulnerabilidade<br />
de mulheres que já possuem histórico de violência ou<br />
que se encontram em risco iminente, mas reconhece que<br />
ainda há um grande caminho a ser percorrido para que as<br />
vítimas se sintam encorajadas a denunciar. O medo e a<br />
dependência emocional e financeira em relação ao companheiro,<br />
dentre outros fatores, ainda impedem que muitas<br />
delas procurem ajuda.<br />
EM BUSCA DE AVANÇOS<br />
Outro desafio é a estrutura carente de órgãos governamentais<br />
de apoio à mulher, a exemplo de delegacias<br />
especializadas, unidades de atendimento psicológico e<br />
equipes de policiais preparados para acolher as vítimas,<br />
e, dessa forma, evitar mais um tipo de violência: a institucional.<br />
“Do ponto de vista estrutural, estamos muito aquém<br />
do ideal. Mas já é uma evolução. Só de termos delegacias<br />
da mulher, de ter a Lei Maria da Penha, já existe uma<br />
proteção minimamente desenhada, que serve de modelo<br />
para outros países”, opina.<br />
Na visão do advogado, a mudança dá mais fôlego à lei e<br />
funciona como incentivo para que as vítimas quebrem tais<br />
barreiras e busquem as autoridades. “As mulheres precisam<br />
saber disso. Independente do nível social, as agressões são<br />
permanentes. Mesmo pessoas das classes mais favorecidas<br />
também possuem seus dramas, só que não comentam.<br />
Às vezes a mulher tem uma amiga de profissão ou da<br />
academia que passa por isso e silencia, porque tem vergonha<br />
ou medo de tomar essa iniciativa”, destaca Vasques.<br />
Ele defende, ainda, a realização de campanhas voltadas<br />
para ambos os gêneros, que cumpram o papel de divulgar<br />
as melhorias na Lei Maria da Penha. Para as mulheres,<br />
Vasques afirma que a nova mudança na legislação precisa<br />
ser conhecida pelas cearenses que vivem em lugares<br />
distantes das grandes cidades e têm menos suporte público.<br />
Já para os homens, o advogado ressalta a necessidade de<br />
ações de prevenção.<br />
“A própria cultura é nossa inimiga. Existe uma cultura<br />
machista que prevalece. Acredito que a grande munição que<br />
temos para combater isso é a conscientização e a prevenção<br />
geral. Se a maioria dos homens tomar conhecimento das<br />
consequências que são geradas de uma agressão, já é uma<br />
política de desestímulo”, argumenta. ¤<br />
22 MT em pauta 23
COMPORTAMENTO<br />
HOBBIES QUE<br />
APAIXONAM<br />
O CIRURGIÃO PLÁSTICO ISAAC FURTADO E A ADVOGADA RAQUEL MACHADO<br />
DEDICAM O TEMPO FORA DO TRABALHO A ATIVIDADES QUE, ALÉM DE SATISFAÇÃO<br />
PESSOAL, TRAZEM NOVAS HABILIDADES E AGREGAM CONHECIMENTO<br />
POR VANESSA MADEIRA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Entre uma consulta e outra, ou em casa, nos fins<br />
de semana e poucos momentos de folga, não é<br />
raro encontrar o cirurgião plástico Isaac Furtado,<br />
52, debruçado sobre cadernos e telas, cercado<br />
de lapiseiras, lápis de cor, pincéis e aquarelas,<br />
rabiscando e pintando desenhos. A precisão nos<br />
gestos, a atenção aos detalhes e o poder de concentração<br />
que emprega no trabalho como médico são os mesmos<br />
que dedica à arte, um hobby antigo que mantém até hoje.<br />
Colocar os traços no papel, para ele, é mais que passatempo.<br />
“É uma imersão. Quando estou pintando, entro naquele<br />
mundo e esqueço os problemas”, conta.<br />
Isaac já era artista antes de se tornar cirurgião. Com seis<br />
anos de idade, transformava os personagens dos programas<br />
infantis em ilustração. Aos oito, conseguia desenhar objetos<br />
em perspectiva com uma habilidade incomum para alguém<br />
tão jovem. Na hora de escolher uma profissão, no fim da<br />
adolescência, uniu as paixões pela arte e pela Medicina na<br />
cirurgia plástica. A prática apenas por prazer, no entanto,<br />
nunca deixou de ocupar espaço em sua rotina. Como ele<br />
próprio define: é 90% cirurgião e 10% artista.<br />
No tempo limitado que possui para desenhar, Isaac tem<br />
se concentrado, nos últimos anos, em um estilo específico:<br />
a “tiny art”, ou arte em miniatura. Em circunferências de<br />
22 milímetros de diâmetro (o tamanho de uma moeda de<br />
cinco centavos), o cirurgião — e artista — é capaz de inserir<br />
desenhos com uma grandeza de detalhes quase imperceptíveis<br />
sem uma lente de aumento. Unindo cada elemento,<br />
cria retratos, paisagens e pinturas abstratas.<br />
A preferência pelo gênero, afirma o médico, é uma<br />
forma de se desafiar, apurando o traço e a visão, habilidades<br />
imprescindíveis para a cirurgia plástica. Ao mesmo tempo,<br />
ele ressalta a possibilidade de isolar os pensamentos em<br />
cada minúsculo trabalho. “As miniaturas são um mundo<br />
pequeno. Gosto de estar focado naquele espaço reduzido<br />
e perder a noção do tempo”, diz.<br />
Enquanto Isaac Furtado leva o hobby lado a lado<br />
à profissão, a advogada e professora Raquel Machado,<br />
40, optou por ir no caminho completamente oposto. Fora<br />
das universidades, onde leciona Direito, seu tempo livre<br />
pertence à família e à dança. Já adulta, por sugestão da filha,<br />
passou a frequentar aulas de flamenco, dança árabe, e, mais<br />
24 MT comportamento 25
COMPORTAMENTO<br />
recentemente, ballet. A partir dos ritmos e passos com os<br />
quais tem contato, Raquel consegue, além de aprender mais<br />
sobre diferentes culturas, “exercitar a disciplina com leveza”.<br />
“A dança e a música me constituem, como acho que<br />
constituem a muito brasileiros. É maravilhoso, por alguns<br />
instantes, me deter só ao compasso da música, só ao movimento<br />
do corpo e à precisão de gestos”, observa. Pelo menos<br />
duas vezes por semana, ela faz sessões particulares com a<br />
mesma professora de dança da filha, com quem Raquel<br />
desenvolveu uma relação de confiança e amizade, o que<br />
ajuda no aprendizado e a faz gostar ainda mais da atividade.<br />
O apego é tamanho, que ela faz o possível para encaixar as<br />
aulas em meio aos compromissos com o trabalho e a família,<br />
seja ajustando horários ou alugando espaços disponíveis para<br />
praticar. “Vou aonde é possível ter aula”, brinca.<br />
Os benefícios que tira da dança compensam as dificuldades<br />
para se dedicar ao hobby sem deixar de priorizar o lar<br />
e a carreira. “Alegria, vigor muscular, flexibilidade, energia,<br />
aquisição de conhecimento sobre o universo da música e<br />
dança, jovialidade e consciência corporal”, lista Raquel.<br />
A leveza da atividade também funciona como contraponto<br />
à seriedade do Direito. “Às vezes, o ambiente jurídico é tão<br />
sério que chega a ser artificial, quando na verdade tudo<br />
requer a compreensão da vida, sem falar que precisamos<br />
de criatividade. Sinto necessidade de me sensibilizar e<br />
de olhar a vida com mais amplitude. A dança me dá essa<br />
oportunidade”, completa a advogada.<br />
CONTATO COM AS POSSIBILIDADES<br />
Tanto Raquel como Isaac têm a arte como hobby,<br />
mas se empenham de formas diferentes nas atividades às<br />
quais se afeiçoaram. Embora Isaac relute em chamar seu<br />
trabalho de profissional, o cirurgião busca aperfeiçoar os<br />
traços e expõe constantemente as obras que cria, em salões e<br />
mostras individuais. Os desenhos em miniatura integraram<br />
a exposição “Circunspectos”, em cartaz durante o mês de<br />
junho no Centro Cultural Belchior. Retratos, aquarelas<br />
abstratas e até mosaicos de sua autoria também já foram<br />
exibidos ao público.<br />
O médico mantém, ainda, um perfil no Instagram<br />
(@belezaimortal), onde posta imagens de suas obras.<br />
“Mesmo sendo um hobby, eu tento manter uma linha,<br />
uma qualidade. Algumas pessoas ficam chateadas quando<br />
digo que não sou profissional, mas é um trabalho paralelo.<br />
Os dois caminhos vão juntos”, diz o cirurgião.<br />
Já Raquel Machado, quando questionada se um dia<br />
deseja se apresentar em espetáculos de dança, garante que<br />
não. “De forma alguma. Muito do que vivo é para meu<br />
inteiro prazer. Esse é um exemplo. Uma espécie de brincadeira”,<br />
enfatiza. Da mesma forma, a advogada diz que evita<br />
cobranças por perfeição nos passos durante as aulas e tenta<br />
melhorar aos poucos, no seu próprio ritmo.<br />
“Precisamos encontrar recantos de relaxamentos de<br />
diversidade da personalidade. Na dança, sou mesmo<br />
tranquila. Não tenho ânsia de aprender com perfeição,<br />
quero dedicar o momento a entender o movimento,<br />
a conhecer meu corpo. E já é uma delícia. Já é mais do que<br />
preciso”, reforça. ¤<br />
26 MT comportamento 27
MODA<br />
Tendência<br />
consciente<br />
MARCAS CEARENSES SÃO REFERÊNCIA<br />
NO INCENTIVO AO SLOW FASHION<br />
E ABORDAM PAUTAS COMO SUSTENTABILIDADE<br />
E TRANSPARÊNCIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO<br />
POR STÉPHANIE SOUSA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
GISELA FRANCK<br />
CATARINA MINA<br />
Compras desenfreadas, gastos desnecessários,<br />
desperdícios e exageros ainda se mostram como<br />
regra na sociedade capitalista. Essa realidade,<br />
no entanto, é cada vez mais combatida por<br />
marcas que propõem justamente a corrente<br />
inversa: incentivar um consumo politizado e<br />
consciente. No Ceará, Gisela Franck e Catarina Mina<br />
são grandes exemplos de empresas pautadas nessa<br />
nova forma de consumir.<br />
Idealizada pela estilista Gisela Franck, 33, a marca<br />
de mesmo nome nasceu de maneira natural, em 2012,<br />
sem muitas pretensões. “Fiz algumas peças para mim e<br />
algumas amigas começaram a encomendar. Aquilo tomou<br />
uma proporção tão grande que, quando eu vi, já tinham<br />
150 peças encomendadas em uma semana”, lembra a criadora<br />
da brand. Os gastos inesperados, porém, levaram ao<br />
fechamento temporário do negócio, o que seria apenas uma<br />
preparação para o passo seguinte a ser dado. Com o apoio<br />
da irmã, Gisela reabriu a loja, dessa vez com o conceito de<br />
varejo, apostando em locais onde os clientes pudessem ter<br />
outras experiências além da compra — a exemplo de feiras<br />
e galerias de artes.<br />
O cuidado especial hoje, enquanto marca é, antes de<br />
tudo, consequência natural de uma educação que teve<br />
a natureza como pano de fundo. “Quando pequena,<br />
os canudos que usávamos na nossa família eram de bambu,<br />
por exemplo. Eu não simplesmente ouvi que tinha de<br />
respeitar a natureza. Eu realmente vivi o processo de dentro<br />
pra fora”, aponta a cearense.<br />
FIBRAS NATURAIS<br />
Em seu primeiro desfile, ainda no concurso de Novos<br />
Talentos do Dragão Fashion de 2006, Gisela Franck já<br />
mostrou engajamento ao criar um tecido a partir de<br />
28 MT moda 29
MODA<br />
GISELA FRANCK<br />
CATARINA MINA<br />
GISELA FRANCK<br />
folhas de coqueiro, junto com o fio de algodão, tingido<br />
naturalmente à base de flor de peroba. Atualmente, o uso de<br />
tecidos 100% naturais é característico da marca, que também<br />
tem como preocupação a redução de sobras na produção.<br />
“O nosso descarte é mínimo. Usamos sempre o linho e a seda<br />
em cores mais neutras e atemporais e quase nunca temos<br />
sobras. Os retalhos, que são poucos, doamos para artesãs<br />
que fazem almofadas”, detalha.<br />
O slow fashion — alternativa ao “fast fashion”, modelo<br />
de consumo incentivado pelas grandes empresas de moda —<br />
também é um dos pilares da brand Gisela Franck. A empresa<br />
cearense produz peças minimalistas e atemporais somente<br />
a cada três meses, em edições limitadas e exclusivas.<br />
ARTESANATO INTERNACIONAL<br />
Neste novo modelo de compra e venda, a Catarina Mina,<br />
especializada na produção de bolsas feitas à mão, também<br />
ocupa local de referência — em níveis que ultrapassam as<br />
fronteiras do Nordeste. Somando já pontos de venda nos<br />
Estados Unidos, Reino Unido e em Porto Rico, além de<br />
CATARINA MINA<br />
participar constantemente de feiras em cidades como Paris<br />
e Berlim, a iniciativa da designer e diretora criativa Celina<br />
Hissa, 36, cumpre o papel de levar o artesanato cearense a<br />
um nicho exclusivo e de luxo, sem deixar de lado a valorização<br />
da mão de obra e a sustentabilidade.<br />
Ações como a “FIA — Oficina de Artesãs” são parte<br />
essencial da trajetória da Catarina Mina. O projeto, iniciado<br />
em 2015, promoveu um grande financiamento coletivo,<br />
no qual os clientes fariam compras antecipadas e os artesãos<br />
trabalhariam em cima da renda garantida. A ideia foi um<br />
sucesso e a relação com artesãos se mantém até hoje através<br />
da parceria com um grupo residente em Itaitinga.<br />
TRANSPARÊNCIA<br />
Além de estreitar os laços entre todos os envolvidos na<br />
criação das peças, a marca cearense se propõe a repensar<br />
os modos de trabalho e abrir os custos de cada etapa da<br />
produção. Essa foi a base do projeto “#umaconversasincera”,<br />
que a Catarina Mina lançou de forma pioneira<br />
no Brasil e ganhou, com isso, o prêmio de sustentabilidade<br />
Ecoera, da Vogue.<br />
Outra pauta cada vez mais madura na empresa é a do uso<br />
de matérias-primas ecológicas, como a palha de carnaúba<br />
e a palha de seda — esta última, tingida naturalmente,<br />
proveniente do sul do País. Para Celina Hissa, é urgente a<br />
necessidade de pensar em materiais que não danifiquem o<br />
meio ambiente e considerar fatores como o consumo de água<br />
na lavagem dos tecidos. “Como a gente vive numa cultura<br />
capitalista, que incentiva muito o consumo, é difícil que essa<br />
mudança de perspectiva aconteça do dia pra noite, tanto<br />
da parte das empresas como da parte dos consumidores.<br />
Ainda assim, é importante enfatizar que essa mudança tem<br />
que ser abraçada de todos os lados. Precisamos entender<br />
que consumir também é um ato político”, estabelece. ¤<br />
GISELA FRANCK E<br />
CELINA HISSA<br />
buscam fomentar uma<br />
cadeia sustentável e<br />
transparente na moda<br />
30 MT moda 31
EMPREENDEDORISMO<br />
PROTEÇÃO<br />
EM FAMÍLIA<br />
NO MERCADO HÁ 25 ANOS, A CASTELO BORGES TEM A TRADIÇÃO FAMILIAR<br />
E A TECNOLOGIA COMO ALIADAS NA MISSÃO DE PROTEGER PATRIMÔNIOS<br />
POR JUSCELINO FILHO FOTOS SAULO ROBERTO<br />
Essa história começa com Antônio Carlos Castelo<br />
Branco de Castro, o Castelo, militar reformado<br />
da Marinha do Brasil, especialista em segurança.<br />
Há mais de duas décadas, ele idealizou uma<br />
empresa que cuidaria daquilo que seus clientes<br />
possuem de mais precioso: a vida. Quase 25 anos<br />
depois, a companhia se expandiu, consolidou-se no<br />
mercado e acompanhou as mudanças do tempo. Hoje a<br />
Castelo Borges Segurança, especializada em administração<br />
condominial, é capitaneada pela esposa do ex-fundador.<br />
Marize Castelo Branco, matriarca e presidente, atua na<br />
área financeira e de setor pessoal. A filha, Nanette Castelo<br />
Branco, é responsável pelo setor administrativo. “Mas você<br />
sabe como é empresa familiar, não é? Todo mundo faz um<br />
pouco de tudo”, brinca Marize.<br />
No início, o foco era a segurança. A parte condominial<br />
veio depois dos quatro primeiros anos. Hoje, com um<br />
quadro superior a 1.000 funcionários, a empresa é responsável<br />
pela terceirização da mão de obra especializada em<br />
vigilância, portaria e zeladoria. “Posteriormente entramos<br />
no serviço de administração condominial porque muitos<br />
clientes queriam essa demanda. Foi aí que abrimos a<br />
empresa de administração de condomínios”, esclarece<br />
Nanette. Ainda que o DNA seja de condomínio, a Castelo<br />
Borges também atua em hotéis, hospitais, centros comerciais,<br />
shoppings e distribuidoras.<br />
APERFEIÇOAMENTO CONSTANTE<br />
A administração de condomínios, serviço ofertado<br />
pela Castelo Borges, é uma alternativa para reduzir<br />
custos e facilitar o cotidiano de condôminos e síndicos.<br />
O serviço trata de questões administrativas e financeiras<br />
e ainda lida com soluções para mediar e sanar conflitos.<br />
Da portaria à zeladoria, a Castelo Borges é responsável<br />
por organizar e otimizar o funcionamento de um condomínio.<br />
“A gente controla os acessos das moradias e das<br />
empresas das pessoas. Tem que ter um acesso treinado,<br />
um controle, uma preparação dos funcionários. E pra<br />
isso, a gente fiscaliza a capacitação e o treinamento dos<br />
funcionários. Papai sempre se preocupou muito com a<br />
32 MT EMPREENDEDORISMO 33
EMPREENDEDORISMO<br />
parte educativa dos funcionários. Por isso, até esse ensino<br />
básico nós fornecemos. Todo mês, temos um treinamento<br />
básico. A gente tem que dar suporte aos nossos colaboradores,<br />
porque eles todos também representam a Castelo<br />
Borges”, argumenta Nanette.<br />
A tecnologia é aliada. Foi com essa premissa que a<br />
Castelo Borges acompanhou as mudanças que atravessaram<br />
os últimos 25 anos. Se antes se fazia acompanhamento<br />
condominial com pranchetas e folhas de papel, hoje<br />
aplicativos auxiliam o processo equivalente.<br />
“Somos uma empresa de recursos humanos, então a<br />
tecnologia é uma aliada fortíssima, porque ela nos ajuda<br />
na questão da efetividade. Hoje possuímos aplicativos<br />
que fazem registros em foto, mandam relatórios para os<br />
síndicos, otimizam rotas, desde combustível até a fiscalização<br />
dos serviços de um supervisor, por exemplo”, explica<br />
Nanette. “Por meio de aplicativos, os moradores podem<br />
ter acesso a atas, segunda via de boletos, controle de folhas<br />
de ponto pelo celular, tudo isso vem como ajuda para a<br />
empresa", completa Marize.<br />
COISA DE FAMÍLIA<br />
O relacionamento entre mãe e filha norteia a empresa.<br />
Idealizada pelo patriarca, a Castelo Borges agrega o cliente<br />
como parte da família. E sempre foi assim. Não é de hoje,<br />
diga-se, que a empresa ganhou a confiança das famílias<br />
que abraça. “Ganhamos mercado com a questão da confiabilidade<br />
e do compromisso ainda na época do Antônio<br />
(Castelo, o fundador). Trabalhar com a vida dos outros gera<br />
uma responsabilidade muito maior. Nossa área, de segurança,<br />
é como a medicina, é preventiva” alerta Marize.<br />
Uma aprende com a outra. Mãe e filha dedicam à<br />
empresa mais tempo do que delimita a carga horária<br />
semanal. Afinal, com família, o aprendizado (e convivência)<br />
é 24 hora por dia. “Tem coisas na vida que são presentes.<br />
A Castelo Borges foi um presente para mim. Aqui é meu<br />
lugar. Essa empresa me ensinou a viver, me ensinou tudo.<br />
E aí entra relação de trabalho, de respeito... Lá eu busquei<br />
minhas referências de humanidade”, emociona-se Marize.<br />
“Na Castelo Borges eu pude me encontrar como pessoa.<br />
Como profissional, pude desenvolver minhas habilidades.<br />
Aqui é realmente uma família”, arremata Nanette. ¤<br />
34 MT EMPREENDEDORISMO 35
PODER<br />
Compromisso<br />
com o social<br />
PRESIDENTE LICENCIADO DO SISTEMA FECOMÉRCIO,<br />
LUIZ GASTÃO BITTENCOURT FALA SOBRE O ASPECTO<br />
SOCIAL DO TRABALHO QUE DESENVOLVE HÁ 20 ANOS<br />
POR JUSCELINO FILHO<br />
FOTO FERNANDO <strong>TRAVESSONI</strong><br />
milhões de sorrisos e milhões de vidas<br />
transformadas. Hoje nós temos vários<br />
alunos que iniciaram na pré-escola, do Sesc,<br />
e tiveram toda uma formação de vida lá.<br />
O Sistema Fecomércio, com o Sesc e o<br />
“São<br />
Senac é a maior rede de proteção social que<br />
existe no país”. A afirmação é de Luiz Gastão Bittencourt,<br />
um líder por natureza, sonhador como o personagem literário<br />
Dom Quixote e presidente licenciado do Sistema<br />
Fecomércio Ceará, com 20 anos de serviços prestados à casa.<br />
O Sistema Fecomércio é formado por instituições<br />
privadas e patronais que congregam 33 sindicatos do setor<br />
do comércio de bens, serviços e turismo. Entre outras valias,<br />
o Sistema administra o Serviço Social do Comércio (Sesc)<br />
e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac),<br />
que atuam na promoção da qualidade de vida e da educação<br />
para trabalhadores e empresários.<br />
Orgulhoso com tantos resultados positivos, Gastão<br />
conta sobre os membros que integram a equipe técnica e<br />
que também construíram as instituições. “Toda a minha<br />
equipe tem uma trajetória junto comigo. Eu não cresci<br />
sozinho. São muitos profissionais que se dedicam ao<br />
trabalho e às diversas melhorias implantadas ao longo dessa<br />
trajetória”, comemora. Atualmente, o Sesc oferece ensino<br />
do 1º ao 9º ano do Ensino Fudamental. São mais de 1.500<br />
alunos matriculados. “Em 20 anos à frente da Fecomércio,<br />
imagina quantas pessoas nós já formamos?”, pontua.<br />
TRANSFORMAÇÕES EM NÚMEROS<br />
Sobre os sorrisos citados no início do texto, é possível<br />
explicar com números. No Sesc, cerca de 60 milhões<br />
de atendimentos são realizados, em média, por ano,<br />
nas diversas ações de educação, saúde, esporte, lazer e assistência.<br />
São mais de 250 mil matrículas anuais, com índice<br />
de renovação de quase 100%. Nos últimos 20 anos, foram<br />
realizadas mais de 30 mil apresentações artísticas no Sesc,<br />
além de 1.300 exposições de arte e centenas de cursos de<br />
desenvolvimento artístico e cultural. “Foi um trabalho<br />
conjunto! Tanto o Sesc quanto o Senac ganharam grande<br />
credibilidade durante esse período da minha gestão.<br />
Na hora em que você assina como Sesc ou o Senac, tem o<br />
reconhecimento da sociedade”, comemora.<br />
36 MT PODER 37
PODER<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
No Senac, mais de 300 mil profissionais foram qualificados<br />
no Ceará, desde 2010. No portfólio da instituição,<br />
já são mais de 800 opções divididas entre cursos técnicos,<br />
de capacitação e aperfeiçoamento. Em 1948, ano de início<br />
das atividades do Senac no Ceará, eram somente três<br />
escolas em Fortaleza, com cerca de 700 alunos matriculados.<br />
Em 2018, somam-se 12 unidades em todo o estado,<br />
com cinco polos de Ensino a Distância e quatro unidades<br />
móveis nas áreas de turismo, lazer e hospitalidade, informática,<br />
beleza e saúde. "Não dá para escolher e destacar<br />
a atuação de somente uma das casas. Você nunca vai ter<br />
somente um filho preferido, não é? Todos recebem o<br />
mesmo amor, a mesma dedicação e a mesma necessidade<br />
de acompanhamento”, pontua Gastão.<br />
Atuando na linha de frente dessas instituições em nível<br />
nacional — Gastão hoje é vice-presidente administrativo<br />
da Confederação Nacional do Comércio (CNC) — afirma<br />
que impossível não comparar a atuação do Sistema<br />
Fecomércio com as responsabilidades dos Governos.<br />
Gastão defende que cada órgão deve cumprir suas obrigações.<br />
“Muita gente confunde, mas somos instituições<br />
privadas, mantidas pela contribuição dos empresários.<br />
Nós fazemos a nossa parte e o governo também tem que<br />
fazer a parte dele”, aponta.<br />
OUVIR E GERIR<br />
Gastão sempre apreciou política, herança ainda do<br />
avô. E se toda função de chefia requer atos políticos, a de<br />
Gastão não é diferente. Independentemente de cores<br />
partidárias, é necessário fazer política. O gestor sabe bem<br />
o caminho das pedras, mesmo tendo que se desdobrar<br />
dentro dos próprios domínios. “A população tem direito<br />
e precisa de serviços de excelência”, define.<br />
O segredo é aprender a ouvir todas as partes”,<br />
diz Gastão. Questionado sobre a definição de poder,<br />
o presidente licenciado não titubeou. “Você mensura<br />
o seu poder com relação à capacidade que tem de<br />
agregar pessoas e ideais para seguirem o mesmo<br />
caminho que você”, declara.<br />
O empresário, que exibe uma estátua do sonhador<br />
Dom Quixote (personagem fictício de Miguel de<br />
Cervantes) na sala de estar do apartamento, gosta de<br />
praia e de estar com a família. Nas horas vagas, se dedica<br />
à corrida, atividade que exige persistência, força de<br />
vontade, prática e evolução — tal qual a vida de Luiz<br />
Gastão Bittencourt nos dois momentos: antes e depois<br />
do Sistema Fecomércio no Ceará. ¤<br />
38 MT PODER 39
40 MT PODER 41
CAPA<br />
A<br />
SERVIÇO<br />
DE UM<br />
PROPÓSITO<br />
HERDEIRA DE UMA DAS MAIS IMPORTANTES FAMÍLIAS DO ESTADO,<br />
TICIANA ROLIM QUEIROZ SE INTITULA EMPREEDENDORA SOCIAL<br />
E ABRAÇOU A MISSÃO DE UNIR FORÇAS PARA MUDAR O MUNDO<br />
POR JÉSSICA COLAÇO FOTOS MARÍLIA CAMELO E FERNANDO <strong>TRAVESSONI</strong><br />
42 MT GALERIA capa 43
"<br />
Vanguarda" poderia ser um dos sobrenomes<br />
de Ticiana Holanda Rolim<br />
Queiroz, 37. Há 20 anos, quando ela<br />
ainda cursava o primeiro ano da faculdade<br />
de Administração, resolveu abrir<br />
mão da mesada e fazia bijouterias para<br />
vender em feirinhas no Centro Dragão do Mar de Arte<br />
e Cultura. Aos 21, quebrou paradigmas da família Rolim<br />
ao ser uma das poucas mulheres herdeiras a fazer parte<br />
do grupo empresarial que, até então, só abria espaço<br />
para os homens. Mais tarde, coordenou a criação de<br />
praças itinerantes e abertas ao público em terrenos<br />
onde seriam construídos os prédios da empresa —<br />
entre outras iniciativas inovadoras no negócio. Hoje,<br />
ela dirige o departamento comercial e de marketing<br />
da C. Rolim Engenharia, mas assume ainda outra<br />
função: a de empreendedora social, que trabalha em<br />
prol de mudar o mundo.<br />
“Sempre fui muito ansiosa para fazer mais, criar,<br />
produzir, tive isso desde pequenininha”, conta ela,<br />
que comprava acessórios de cabelo no centro da cidade<br />
e revendia para as amigas da escola, quando criança.<br />
Antes de ingressar no negócio da família, questionou<br />
por várias vezes o critério de seleção, trabalhou em<br />
outras empresas, até que foi convidada a fazer parte do<br />
grupo empresarial. “Tivemos uma reunião na sala que<br />
era do meu avô e me disseram que tinham comprado<br />
um prédio, iam fazer um shopping e eu iria tomar<br />
de conta. Eu falei: ‘Acabei de fazer 21 anos, só entrei<br />
em shopping para comprar, não sei como funciona a<br />
gestão de um empreendimento desse. Vocês vão investir<br />
milhões, jogar na minha mão, eu não vou saber fazer<br />
e vocês ainda vão dizer que mulher não serve pra<br />
trabalhar!’”, lembra.<br />
44 MT capa 45
Seis meses depois, ela comprovou, por meio de pesquisas<br />
de mercado e dados, que a diretoria teria de voltar atrás<br />
com a ideia de construir o shopping — e conseguiu a<br />
sonhada vaga na empresa. “Fiquei na C. Rolim Engenharia<br />
e na imobiliária, então era a síndica de três condomínios,<br />
administrava a imobiliária e cuidava do marketing e do<br />
comercial da construtora. Fiquei uns dez anos assim”,<br />
lembra. Já nessa época, o poder de transformar era a<br />
motivação do trabalho de Ticiana, mesmo em uma área<br />
impessoal como a construção civil.<br />
“Construir uma edificação, para mim, é muito incrível.<br />
Em um ano tem um terreno ali, depois de um tempo tem<br />
um prédio. Existe transformação maior do que essa? Fora<br />
isso, tem a transformação das pessoas. Meu pai é muito<br />
sensível e sempre traz contribuições incríveis ao olhar para<br />
o ser humano de forma integral, não é só pagar o salário”,<br />
defende. Hoje com cerca de 700 funcionários, a C. Rolim<br />
Engenharia tem iniciativas como áreas voltadas para leitura<br />
e bem-estar dentro dos canteiros de obras e mutirões para<br />
reforma das casas dos operários, além de programas de<br />
incentivo a doação de sangue. “Eu amo o que faço, mas na<br />
C. Rolim Engenharia eu posso muito mais do que construir<br />
apartamentos. E fora dela, posso ser instrumento para<br />
impactar vidas”, argumenta Ticiana.<br />
DE DENTRO PARA FORA<br />
A máxima do impacto sobre vidas humanas, embora<br />
venha se tornando clichê em muitos discursos, ganhou,<br />
nas ações de Ticiana, um sentido real e inspirador. Isso<br />
porque a primeira a ter a vida impactada foi ela mesma,<br />
que se permitiu dar uma pausa às cobranças que recebia do<br />
mundo e embarcou em uma jornada de autoconhecimento<br />
em 2013, após perder a sogra. “Foram muitos livros, muito<br />
retiro, terapia, constelação familiar. Eu comecei a olhar para<br />
dentro”, descreve. Esse processo, embora essencialmente<br />
pessoal, fez com que Ticiana reverberasse para o mundo o<br />
propósito que encontrou no caminho. “Me conectei com<br />
muitas dores, bloqueios e crenças que me limitavam, e me<br />
deparei também com uma motivação de trabalho que não<br />
fazia mais tanto sentido”, lembra.<br />
A mudança interna de Ticiana começou a se materializar<br />
há dois anos, período em que ela estava grávida<br />
46 MT capa 47
"Eu vi que poderia<br />
cumprir meu<br />
propósito em uma<br />
frente que são<br />
os negócios de<br />
impacto social. É um<br />
sistema diferente<br />
de fazer negócio,<br />
um capitalismo<br />
consciente. É o livre<br />
mercado, que gera<br />
dinheiro e pode<br />
mudar o mundo"<br />
Para a sessão de fotos, Ticiana<br />
fez questão de escolher peças<br />
cheias de significados: a blusa<br />
foi confeccionada por mulheres<br />
atendidas no Projeto Florescer,<br />
do Grande Bom Jardim;<br />
e o colar foi presente de uma<br />
comunidade indígena que<br />
também é assistida pelo projeto.<br />
da caçula Júlia e quando diz ter “parido também outra<br />
Ticiana”, consciente do próprio papel no mundo e disposta<br />
a desempenhá-lo. “Eu vi que poderia cumprir meu propósito<br />
em uma frente que são os negócios de impacto social.<br />
É um sistema diferente de fazer negócio, um capitalismo<br />
consciente. É o livre mercado, que gera dinheiro e pode<br />
mudar o mundo”, define ela, que está inserindo esse novo<br />
pensamento na Capital por meio da empresa da família e<br />
do “Somos Um”, fundo de investimentos em negócios de<br />
impacto social criado por ela. Nessa fase inicial, o projeto<br />
visa estimular especialmente mulheres e jovens empreendedores<br />
que estão em situação de vulnerabilidade social.<br />
O que para muitos pode soar como inovação, Ticiana<br />
define como uma espécie de alinhamento às ideias e ações<br />
que começaram a ser trabalhadas em 1970 pelo economista<br />
Muhammad Yunus, autor de “Um Mundo sem Pobreza” e em<br />
quem ela se espelha. “Eu quero apoiar o empoderamento<br />
das pessoas para que elas saiam da pobreza e possam prosperar”,<br />
revela Ticiana.<br />
Viver em sociedade, argumenta ela, significa que temos<br />
também um papel a cumprir e devemos buscar exercer<br />
sempre a autorresponsabilidade. “Eu não acredito que vamos<br />
resolver isso com os setores separados. Se estou vivendo<br />
nessa sociedade, tenho alguma responsabilidade sobre isso.<br />
Qual é o meu papel? Estou mesmo agindo no limite das<br />
minhas possibilidades? O que e onde eu posso fazer mais?<br />
Acabou esse negócio de apontar o dedo pro outro, temos<br />
que acreditar que somos todos um, e se cada um doar o seu<br />
talento em prol de um propósito único, a gente vai conseguir<br />
muito mais resultado”, reforça, evidenciando a urgência de<br />
que os segmentos da sociedade trabalhem em conjunto.<br />
Como conseguir essa união? Sendo, ela própria, o instrumento<br />
de comunicação. “Eu sinto que tenho que ser ponte,<br />
nesse momento, entre a direita e a esquerda, entre o Bom<br />
Jardim e o Meireles, entre o Ceará e o mundo. E para<br />
isso, uso as ferramentas que tenho, uma delas é o lugar de<br />
respeito que consegui criar, por conta do meu trabalho.<br />
Construí isso, e agora vou colher os frutos”, estabelece.<br />
Parte dessa missão envolve participar de palestras,<br />
vencer a timidez e doar a própria imagem como forma<br />
de chamar atenção para causas sociais e até peregrinar em<br />
Brasília buscando a aprovação do projeto que reconhece<br />
legalmente os negócios de impacto social. “Já tive muitas<br />
vivências dentro de comunidade, no Bom Jardim, no Caça<br />
48 MT capa 49
Valor<br />
compartilhado<br />
Longe de ser uma ação social<br />
que figura como atividade secundária<br />
em grandes empresas, a ideia<br />
de Ticiana Rolim é fazer com que<br />
medidas de impacto coletivo façam<br />
parte das diretrizes de todos os<br />
negócios. “Isso que estamos fazendo,<br />
que muitos acham que é diferencial,<br />
em poucos anos vai ser princípio<br />
básico. As pessoas não estão mais<br />
preocupadas em comprar o que<br />
você faz, mas como você faz e por<br />
que você faz. Os maiores fundos<br />
de investimento mundiais já estão<br />
exigindo que as empresas mostrem<br />
relatórios de impacto sócio-ambiental”,<br />
expõe. Uma forma de se<br />
alinhar a esses propósitos é aderindo<br />
à cultura do valor compartilhado,<br />
acrescenta ela, citando a ideia difundida<br />
pelo professor norte-americano<br />
Michael Porter. A iniciativa será<br />
empregada pela C.Rolim Engenharia,<br />
em parceria com o Estar Urbano,<br />
na construção das vilas sociais,<br />
projeto que vai edificar casas integradas<br />
a comércio, hortas urbanas<br />
e restaurante popular, como uma<br />
versão aprimorada do “Minha Casa,<br />
Minha Vida”. “O que é isso? Vamos<br />
continuar construindo apartamentos<br />
no Meireles e na Aldeota, mas vamos<br />
doar parte da nossa energia e do<br />
nosso talento para as vilas sociais<br />
sem ganhar dinheiro com isso.<br />
Imagina se toda empresa no mundo<br />
fizesse o mesmo?”, propõe.<br />
e Pesca, e ver essa disparidade é desesperador. Mas esse<br />
desespero não me paralisa, me motiva a fazer mais, e eu<br />
tenho os meios de mudar isso”, conclui.<br />
"ESTRADA SEM FIM"<br />
E quanto mais Ticiana se coloca a serviço de um trabalho<br />
em prol do coletivo, cresce também a atenção que ela<br />
continua dando a si mesma, especialmente ao caminho do<br />
autoconhecimento — uma vez que foi nessa jornada que<br />
iniciou a grande missão que ela agora assumiu. “Não é Deus<br />
no céu e a gente na terra, eu acredito no ser divino que<br />
habita em cada um de nós, e temos que estar conectados<br />
com isso. É um caminho que não tem fim e não dá pra<br />
voltar, temos que estar nos aprimorando e expandindo a<br />
nossa consciência”, pondera.<br />
Os reflexos dessa jornada são percebidos também na<br />
casa de Ticiana, principalmente nos filhos: em Beatriz, cujo<br />
sonho é ser bióloga e salvar todos os animais ameaçados;<br />
em Marco, que já fez com que a mãe parasse o carro em<br />
uma avenida, comprasse de uma mulher um passarinho que<br />
estava preso numa gaiola e o libertasse no habitat natural;<br />
e em Júlia, que acompanha a mãe desde as práticas de yoga<br />
até reuniões nas sedes de projetos sociais. “Eu digo que<br />
não vou mudar o mundo, mas estou preparando para eles<br />
mudarem, porque são muitas gerações até sentirmos o real<br />
impacto. Mas a sensação que tenho é que tô arrumando a<br />
casa pra eles virem e darem o show. Não estou cobrando<br />
nada deles, mas acredito que as crianças aprendem o<br />
que vivenciam”, diz, consciente de ter plantado em seus<br />
herdeiros a semente certa da transformação. ¤<br />
50 MT capa 51
52 MT capa 53
TOQUE MT<br />
TOQUE<br />
MT<br />
SPAGHETTI<br />
ALLA MATRICIANA<br />
FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Descobertas e experiências gastronômicas estão entre os programas prediletos do digital influencer Luiz Victor Torres. Não é à toa<br />
que, no perfil do Instagram, ele se descreve como “tipo a Pugliesi, só que a contrário”, referindo-se à famosa blogueira fitness. Cozinhar,<br />
contudo, não é a especialidade dele. Ainda assim, ele aceitou o convite da Revista Márcia Travessoni Galeria e escolheu uma clássica<br />
receita italiana para comprovar que todos podem ter um momento de afeto na cozinha, com uma boa pitada de sabor.<br />
Tempo de preparo: 30 min<br />
Rendimento: 4 porções<br />
Ingredientes:<br />
500 g de spaghetti Adria Grano Duro<br />
2 latas de tomates italianos<br />
200 g de bacon ou pancetta<br />
1 colher de sopa de azeite de oliva extravirgem<br />
1 pimenta dedo-de-moça<br />
150 g de queijo pecorino ralado<br />
Sal à gosto<br />
Modo de preparo:<br />
- Cozinhe o spaghetti Adria Grano Duro até que fique "al dente". Reserve.<br />
- Corte os tomates italianos em pedaços grandes. Em uma frigideira funda<br />
aquecida, coloque o azeite, o bacon — ou a pancetta — cortado em cubos,<br />
a pimenta e frite até dourar.<br />
- Acrescente os tomates e, com o suco deles, cozinhe tudo por 15 minutos em<br />
fogo baixo. Tempere com sal.<br />
- Com a frigideira ainda quente, acrescente o spaguetti e misture bem. Finalize<br />
com uma generosa porção de queijo pecorino por cima.<br />
Para ver o passo a passo dessa e outras receitas se inscreva em nosso #CanalMT, do YouTube!<br />
/M<strong>TRAVESSONI</strong><br />
54 MT toque MT 55
DEGUSTES<br />
Por Lucas Farias<br />
Mistura<br />
autoral<br />
FOTO MARÍLIA CAMELO<br />
Inspirado no trabalho que a<br />
diretora da Galeria, Márcia<br />
Travessoni, desenvolve<br />
em Fortaleza, a coquetelaria<br />
One, Two Drink!<br />
desenvolveu o drink Galeria,<br />
equilibrando diversos sabores<br />
e proporcionando sabor único<br />
para quem degusta. “A ideia<br />
surgiu num evento da revista<br />
que eu estava presente. Percebi<br />
que ela é voltada para um<br />
público maduro, mas com um<br />
mix de idades, e foi exatamente<br />
isso que eu quis fazer dentro do<br />
coquetel, representar essa ideia”,<br />
explica Lucas Farias, cap da<br />
One, Two Drink! Para elaborar a<br />
bebida, ele combinou sabores<br />
inusitados. “Introduzi o xarope de<br />
pipoca, que é algo mais jovem,<br />
mais alegre, diferente e inovador,<br />
e coloquei whiksy”, detalha. Para<br />
arrematar com um toque leve,<br />
o drink ganhou ainda uma dose<br />
de chá gelado de limão.<br />
Em atividade há mais de três<br />
anos, a One, Two Drink! é, na<br />
verdade, a consolidação do<br />
conhecimento que Lucas Farias<br />
começou a aquirir há 14 anos,<br />
quando começou a trabalhar<br />
em diversos bares da Capital.<br />
“Com dois anos de estudo, pude<br />
fazer meu primeiro coquetel,<br />
dentro de um bar, com tudo<br />
certo, todas as regras, sabendo<br />
o que estava fazendo”, comenta<br />
Lucas. “Me aprofundei no estudo<br />
da coquetelaria, busquei fontes<br />
de fora e daqui. Trabalhei muito<br />
para aprender e investi muito<br />
tempo e dinheiro”, ressalta.<br />
→→LUCAS FARIAS É FLAIR<br />
BARTENDER E FUNDADOR<br />
DA ONE, TWO DRINK!,<br />
COM CARDÁPIOS PERSONA-<br />
LIZADOS PARA EVENTOS.<br />
56 MT degustes 57
58 MT degustes 59
GASTRONOMIA<br />
Sabores<br />
temáticos<br />
A PARTIR DE UMA CARTA DE VINHOS, O D’ABELLE<br />
BISTRÔ PROMOVE JANTARES HARMONIZADOS<br />
QUE SÃO VERDADEIRAS IMERSÕES CULTURAIS<br />
POR JÉSSICA COLAÇO<br />
A<br />
proposta internacional que guia o conceito<br />
do D’Abelle Bistrô, na Capital, se transforma<br />
em uma verdadeira imersão cultural quando o<br />
restaurante promove os jantares harmonizados<br />
temáticos, ocasiões em que sabores, música e até<br />
mesmo a ambientação do lugar formam uma<br />
sintonia ímpar. “Não é simplesmente ir a um jantar harmonizado,<br />
tem todo um clima, uma preparação diferente”,<br />
explica a proprietária do restaurante, Silvana Guimarães.<br />
Jantares em que o menu é elaborado de acordo com<br />
vinhos e espumantes pré-selecionados, afirma ela, já são<br />
oferecidos em outros restaurantes de Fortaleza, mas o<br />
que faz da experiência no D’Abelle ser única são cuidados<br />
como a decoração e mesmo a seleção musical, que também<br />
são alinhados com o que é servido à mesa. “Tivemos um<br />
jantar italiano em que viramos praticamente uma cantina,<br />
com fitas coloridas e cortinas, como nos estabelecimentos<br />
que vemos na Itália. E em um dos jantares franceses, coloquei<br />
uma réplica da Torre Eiffel na entrada do bistrô, toda<br />
iluminada, e painéis do Moulin Rouge”, lembra Silvana.<br />
60 MT gastronomia 61
GASTRONOMIA<br />
Na noite dedicada à cultura portuguesa, ela teve o cuidado<br />
de contratar um cantor de fados. “Todos terminaram a noite<br />
dançando e brindando, foi lindo”, lembra.<br />
O pacote temático harmonizado inclui jantar com cinco<br />
passos, sendo duas entradas, duas opções de prato principal<br />
e uma sobremesa; espumante, vinhos rosé, branco e tinto<br />
para acompanhar os pratos, além de água. “É muito bom ver<br />
as pessoas chegando em grupos, animadas com a noite. Elas<br />
realmente se programam para isso”, destaca a proprietária<br />
do bistrô. Durante a experiência gastronômica, um sommelier<br />
vai explicando as peculiaridades de cada vinho e qual<br />
ingrediente do prazo é ressaltado naquela harmonização.<br />
O menu é uma adaptação das receitas já presentes no<br />
cardápio do D’Abelle, inspirado na gastronomia mediterrânea.<br />
“Mas em alguns jantares, a gente cria pratos novos,<br />
pensando nos vinhos, e eles acabam ficando no nosso<br />
menu”, complementa. O planejamento de cada jantar —<br />
que acontece, em média, a cada dois meses — começa pelos<br />
vinhos: após definidas as nacionalidades e as nuances de cada<br />
rótulo, é a vez de harmonizar com as receitas e preparar o<br />
lugar. “Já tivemos noites francesas, italianas e portuguesas.<br />
Queremos explorar ainda outras culturas, mas sempre dessa<br />
região do Mediterrâneo, que já é bem presente na nossa<br />
cozinha”, adianta Silvana. ¤<br />
62 MT gastronomia 63
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64 MT gastronomia 65
CULTURA<br />
Tocando<br />
vidas<br />
EM 15 ANOS DE FUNDAÇÃO, A ESCOLA<br />
DE MÚSICA CHIQUITA BRAGA ENSINA<br />
A CRIANÇAS E ADOLESCENTES<br />
DE CAUCAIA QUE A DEDICAÇÃO<br />
AO APRENDIZADO MUSICAL PODE ABRIR<br />
PORTAS E AMPLIAR HORIZONTES<br />
POR VANESSA MADEIRA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Para a maioria das pessoas, música é entretenimento.<br />
Uma forma de se divertir, relaxar, esquecer<br />
problemas. Mas para 38 crianças e adolescentes de<br />
Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza,<br />
música também significa oportunidade. Alunos<br />
da Escola de Música Chiquita Braga, projeto social<br />
criado em 2004 por músicos da cidade, eles aprendem,<br />
no dia a dia, que tocar um instrumento, cantar em coral,<br />
ler partituras e fazer arranjos são mais que talentos ou<br />
habilidades. Podem ser trunfos para desafiar perspectivas<br />
por vezes desanimadoras e vislumbrar novos horizontes.<br />
“A música é um elo. Uma porta por onde se pode passar<br />
e, se quiser, galgar outras posições através dela”, define o<br />
maestro Isaías Alexandre, um dos fundadores do projeto.<br />
O cearense nasceu e cresceu no município, em uma família<br />
dotada de uma rica veia artística. Assim como as gerações<br />
anteriores, começou a tocar de forma autodidata, fabricando<br />
os próprios instrumentos. O primeiro foi o violão,<br />
no qual ensaiava os acordes que ouvia o irmão dedilhando<br />
ainda na infância. Depois, iniciou a prática de bateria,<br />
contrabaixo, teclado, guitarra e, por fim, os instrumentos<br />
de sopro, aos quais se dedica profissionalmente até hoje.<br />
Quando passou a estudar teoria musical, já nos anos<br />
finais da adolescência, e a fazer parte de bandas e orquestras<br />
locais, percebeu a carência de projetos dedicados à<br />
música no Estado. “Vi que não era fácil. Todo o material<br />
didático e instrumental era de difícil acesso, fora as meto-<br />
66 MT Cultura 67
CULTURA<br />
dologias. Para ter aula com um professor de música, tinha<br />
que ir aos festivais e torcer para conseguir participar. Foi aí<br />
que a coisa tomou proporção maior”, lembra.<br />
ENSINO MUSICAL<br />
Ao lado de colegas da área, Isaías ajudou a elaborar o<br />
conceito do projeto: uma escola voltada para a formação<br />
musical de jovens de Caucaia, desde a teoria até a prática.<br />
Ao longo de dois anos, são oferecidas aulas de musicalização,<br />
ou seja, de desenvolvimento de habilidades musicais,<br />
e oficinas de instrumentos específicos. Ao final do curso,<br />
o grupo de alunos se transforma em banda, mais precisamente<br />
uma orquestra de sopro, formada por flautim,<br />
flauta transversal, clarineta, saxofone, soprano, trompetes,<br />
trompa, trombone, tuba e percussão. No repertório, o grupo<br />
prestigia a música nordestina, compondo arranjos para<br />
canções de Luiz Gonzaga, Alceu Valença e outros nomes.<br />
Assim, surgiu a Escola de Música Chiquita Braga,<br />
que completa 15 anos em 2019. Isaías explica que a proposta<br />
do curso não é, necessariamente, criar músicos profissionais,<br />
mas sim estimular o aprendizado entre os estudantes.<br />
“Nem sempre você vai ser um gênio musical, mas a música<br />
com certeza faz seu intelecto desenvolver muito. Mesmo<br />
que esse aluno não vá ser músico futuramente, com certeza<br />
vai ser cidadão diferenciado, enxergar a vida com olhos<br />
diferentes”, projeta.<br />
Desde a fundação até hoje, a escola funcionou quase<br />
ininterruptamente, mas enfrentando dificuldades diárias.<br />
Demorou quatro anos para que o projeto conseguisse ter<br />
instrumentos próprios e, dessa forma, adquirir autonomia<br />
em relação à banda municipal de Caucaia, que cedia equipamentos<br />
não utilizados. A evolução aconteceu graças a<br />
doações e parcerias com empresas por meio de editais,<br />
que se mantêm desde então.<br />
Os professores também precisam lidar com a evasão<br />
dos estudantes, tanto por questões socioeconômicas, que os<br />
impedem de manter a frequência das aulas, quanto pela<br />
falta de interesse por parte dos que acham que o projeto é<br />
apenas um passatempo. “Nós temos duas situações: tem o<br />
aluno que percebe que não é brincadeira, que para tocar<br />
um instrumento precisa levar a sério, e se engaja. E também<br />
tem aquele que acha que vai ser de qualquer jeito. Depois,<br />
percebe que não dá para ele e desiste. São os dois extremos”,<br />
diz. “Tem muito do querer. Quando eles chegam querendo,<br />
a gente investe”, acrescenta.<br />
Hoje, a principal demanda da escola é estabelecer<br />
uma sede fixa. Desde a fundação, o projeto vai migrando<br />
de locação em locação, sempre dependendo de espaços<br />
cedidos por outras instituições. “Temos alunos, instrumentos,<br />
apoio. Só nos falta uma sede para dizer ‘É aqui<br />
que nós vamos funcionar’ e estabelecer nosso cronograma”,<br />
completa o maestro.<br />
SOM QUE REVERBERA<br />
O caminho de sucesso que muitos alunos trilham após a<br />
formação mostra que, mesmo com seus desafios, o trabalho<br />
feito pelos professores tem resultados perceptíveis. As experiências<br />
profissionais das turmas têm início em eventos<br />
locais, como festivais, encontros e concertos, a exemplo<br />
do Anjos do Natal, organizado pela diretora da Galeria,<br />
Márcia Travessoni, com arranjos de Isaías e eventuais<br />
participações de estudantes em níveis mais avançados.<br />
Depois, alguns vão mais longe. Há representantes do<br />
projeto nas bandas do Exército Brasileiro e dos Fuzileiros<br />
Navais, além de conservatórios de música e outras escolas<br />
de prestígio no País.<br />
“Aqui eles encontram uma base, para quando entrarem<br />
em contato com pessoas fora daqui, tenham uma possibilidade<br />
de crescer com muito mais facilidade. Para mim,<br />
isso significa realização e que vale muito a pena investir<br />
e acreditar que as pessoas podem melhorar se tiverem<br />
oportunidade e força de vontade”, conclui o maestro.¤<br />
68 MT Cultura 69
TOQUE MT<br />
Negócio fechado<br />
GLICE PARENTE SE DESTACA NO MERCADO IMOBILIÁRIO<br />
AMERICANO OFERECENDO SERVIÇOS PERSONALIZADOS<br />
E A TÍPICA SIMPATIA BRASILEIRA<br />
Nos últimos 25 anos, Miami<br />
deixou de ser um destino exclusivamente<br />
para férias e ganhou<br />
reconhecimento como uma das<br />
áreas de maior crescimento e importância<br />
global. Para se ter uma ideia,<br />
segundo dados do relatório anual<br />
Miami Report, 428 prédios foram<br />
construídos apenas na região sul da<br />
Flórida entre 1993 e 2017. A corretora<br />
de imóveis brasileira Glice Parente<br />
percebeu esse movimento há mais<br />
de 10 anos, quando se mudou para<br />
a cidade, em 1991. De lá para cá,<br />
conquistou clientes americanos,<br />
brasileiros e de outros países com<br />
seu trabalho pautado em entusiasmo<br />
e atendimento personalizado. “Vi nos<br />
últimos anos a transformação dessa<br />
cidade de um simples destino turístico<br />
praiano para uma verdadeira<br />
metrópole, que hoje oferece desde<br />
uma vida cultural intensa, inúmeros<br />
festivais de música e arte, até uma<br />
lista de restaurantes de altíssima<br />
qualidade”, revela.<br />
Glice reconhece as necessidades<br />
específicas de cada cliente dando<br />
acompanhamento diferenciado<br />
antes, durante e depois do negócio<br />
ser fechado. Sua personalidade<br />
e conhecimento do mercado<br />
permitem que ela se destaque no<br />
setor imobiliário onde recebeu o<br />
prêmio de Top Producer nos últimos<br />
cinco anos consecutivos. “Desde<br />
cedo percebi esse potencial e me<br />
especializei em atender os clientes<br />
brasileiros, oferecendo não somente<br />
oportunidades de investimentos<br />
seguros na área residencial e comercial,<br />
mas também um atendimento<br />
compreensivo no aconselhamento e<br />
apoio, desde abertura de empresas<br />
até a indicação de profissionais<br />
especializados como advogados e<br />
contadores”, pontua a profissional,<br />
que também atende com expertise<br />
na cidade de Orlando.<br />
A atitude profissional de Glice<br />
é refletida em cada negócio e<br />
nos resultados de uma trajetória<br />
bem-sucedida. Ao longo da carreira,<br />
ela comercializou e vendeu vários<br />
condomínios, apartamentos,<br />
residências uni e multi-familiares,<br />
além de inúmeras propriedades<br />
comerciais, realizando negócios que<br />
foram desde aluguéis até transações<br />
multimilionárias. “Posso dizer que<br />
hoje sou muito feliz por representar o<br />
Brasil aqui e ter conquistado clientes<br />
tão fieis no decorrer da minha<br />
carreira”, finaliza. ¤<br />
JADE SIGNATURE<br />
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70 MT toque mt 71
ARTE<br />
CRIAÇÃO<br />
VITAL<br />
COM 46 ANOS DE CARREIRA, 40 EXPOSIÇÕES ABERTAS E UMA<br />
GALERIA PRÓPRIA, O CEARENSE JOSÉ GUEDES MANTÉM A MENTE<br />
CURIOSA E CRIATIVA, SEM PRETENSÃO DE DESACELERAR<br />
Ao longo de 46 anos de carreira, o cearense<br />
José Guedes já foi muitos artistas em um<br />
só. Foi abstracionista, surrealista, figurativista,<br />
hiper-realista, minimalista. Passou<br />
pela pintura, escultura, fotografia, pelo<br />
desenho e pela instalação. Mas, antes de<br />
tudo, sempre foi um artista curioso e compulsivo.<br />
Seja por novos meios, novas técnicas, novos materiais<br />
ou novas cores. “Fazer arte, para mim, foi e é uma<br />
necessidade. Sou um artista completamente obsessivo.<br />
Sempre estou pensando em alguma coisa. É uma<br />
doença saudável”, diz.<br />
Neste ano, Guedes chegou à sua 40ª exposição.<br />
“Fênix”, em cartaz até o dia 10 de agosto, na sua própria<br />
POR VANESSA MADEIRA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
galeria, Casa D’Alva, agrega um pouco das múltiplas<br />
facetas de seu perfil. Da série, fazem parte fotografias<br />
de obras famosas de diferentes movimentos artísticos<br />
— da pop art americana ao modernismo brasileiro —,<br />
tratadas pelo cearense de forma a garantir a aparência<br />
de papel amassado. As peças são impressas com alta<br />
definição, em um tipo específico de alumínio, escolhido<br />
após ampla pesquisa do artista. Em seguida, são recortadas<br />
com precisão, o que proporciona o aspecto<br />
tridimensional final das imagens, que se sobressai<br />
aos olhos do público.<br />
A diversidade de métodos e plataformas envolvidos<br />
em todo o processo de criação da mostra resume a obra<br />
de José Guedes. “No geral, posso me definir como um<br />
artista multimídia. Eu tenho uma ideia e vou procurar a<br />
técnica que faça com que aquela ideia seja mais convincente.<br />
Não tem mais aquele rótulo que antigamente existia.<br />
As coisas se misturam”, ressalta o cearense.<br />
Guedes se considera privilegiado por ter conseguido,<br />
desde o início, com apenas 15 anos, sustentar-se exclusivamente<br />
por meio de seus trabalhos. Autodidata, a única<br />
formação que adquiriu não foi na Arte, mas, sim, no Direito.<br />
A graduação foi exigência dos pais, que, mesmo apoiando<br />
o talento precoce, insistiram na necessidade de ter um<br />
diploma. Hoje, ele ri ao lembrar que ainda mantém a<br />
carteira de registro na Ordem dos Advogados do Brasil<br />
(OAB) em dia. “Felizmente, até agora, não precisei”, brinca.<br />
CRESCENDO COM O FLUXO<br />
Ainda na adolescência, estreou como profissional no<br />
Salão dos Novos, exposição coletiva que reunia, nos anos<br />
1980, nomes em ascensão no Ceará. Apresentou os quadros<br />
abstratos do início da carreira, telas com tintas jogadas<br />
de forma aleatória. Saiu com um prêmio e todas as<br />
obras vendidas. Depois, fez sua primeira participação no<br />
Salão de Abril, onde também conseguiu compradores<br />
para seus trabalhos.<br />
Na época, não tinha noção do mercado artístico.<br />
Na verdade, o próprio mercado no Ceará ainda engatinhava.<br />
Talvez por isso, não tenha procurado estudar arte<br />
formalmente. Guedes diz que aprendeu na prática e com<br />
a ajuda dos artistas com os quais conviveu na infância e na<br />
adolescência, como Eduardo Pamplona e Aldemir Martins.<br />
“Todo mundo de quem eu me aproximava me dava conselho.<br />
Aí, fui seguindo meu caminho com essas opiniões, mesmo<br />
quando discordava. Tem que ter humildade para aprender,<br />
senão bloqueia”, reflete.<br />
De maneira natural, chegou aos elementos que simbolizam<br />
sua trajetória artística: as linhas e as cores, presentes<br />
em quase todas as obras que idealiza. O auge foi a exposição<br />
“Fendas”, de 2016. A série de telas e esculturas têm como<br />
foco o tom azul chamado International Klein Bleu (IBK),<br />
72 MT arte 73
ARTE<br />
criado pelo artista francês Yves Klein. A cor é objeto de<br />
fascínio do cearense desde a primeira vez que a viu, em um<br />
museu de Paris. Desde então, decidiu que faria uma mostra<br />
inteiramente baseada no tom. “Se você comparar esse<br />
azul com outras cores, não existe nenhuma que tem essa<br />
vibração. Nem os vermelhos e rosas mais vivos têm essa<br />
atmosfera”, destacou.<br />
Para utilizar a tonalidade exata, viajou novamente à<br />
França e adquiriu “sacos e mais sacos” do pigmento original<br />
usado por Klein. Depois, empregou uma técnica própria,<br />
na qual mistura o pigmento e verniz, para atingir uma<br />
textura aveludada e “soltar a cor”. Com isso, chegou ao<br />
resultado que apresentou na exposição, vista pelo artista<br />
como a síntese de tudo o que criou e vivenciou durante a<br />
carreira. “Sempre fui colorista, obcecado pela cor. Foi isso<br />
que gerou toda a minha obra. A essência da pintura está<br />
na essência da cor”, destaca.<br />
ESPAÇO DE EXPRESSÃO<br />
Aos 61 anos de idade, Guedes mostra que não está nem<br />
perto de parar ou mesmo desacelerar. Além das obras que<br />
continua produzindo, mantém, há cinco anos, a Casa D’Alva,<br />
galeria da qual é proprietário e onde atua como curador e,<br />
eventualmente, expositor. Depois de ter feito a curadoria<br />
de importantes centros de arte como a Casa Raimundo Cela<br />
e o Museu de Arte Contemporânea, no Centro Dragão do<br />
Mar de Arte e Cultura, o cearense pôs em prática a ideia<br />
de ter um espaço só seu, onde pudesse ter a liberdade para<br />
decidir o que é posto à mostra.<br />
“Eu tinha a necessidade de ter um espaço para fazer as<br />
curadorias que eu queria, sem obrigações políticas”, ressalta.<br />
“A galeria foi concebida para ser um pequeno museu. Todas<br />
as mostras que eu faço têm curadoria, não são mostras sem<br />
função didática. É um espaço comercial, porque tem que<br />
se pagar, mas tudo tem um viés museológico”, completa. ¤<br />
74 MT arte 75
76 MT arte 77
ARTE<br />
ALQUIMIA<br />
ARTÍSTICA<br />
CRIS CAVALCANTE UNE OS CONHECIMENTOS DE QUÍMICA À DIVERSIDADE<br />
DAS CORES PARA CRIAR TELAS INSPIRADAS EM JARDINS FLORIDOS<br />
POR JÉSSICA COLAÇO FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Reações químicas, cálculos, fórmulas e manipulações<br />
de substâncias sempre foram parte da rotina de<br />
Cris Cavalcante, 50, que se dedica desde os 16<br />
anos à pesquisa e ao desenvolvimento na área<br />
da Química. Mais recentemente, contudo, essas<br />
mesmas atividades passaram a ter outro produto<br />
como resultado: telas artísticas. “Eu trabalhava numa<br />
empresa de tintas e acompanhava o colorista na composição<br />
de cores. Começou aí minha paixão por cores e fui<br />
pesquisar. Depois de um tempo comecei a pintar e as pessoas<br />
foram gostando”, resume Cris, que hoje já se assume artista<br />
plástica, apesar de não dedicar-se integralmente ao ofício.<br />
A vocação artística na verdade sempre se manifestou<br />
nela, que fazia desenhos e pinturas, mas ainda de forma<br />
despretensiosa. Quando essa habilidade se uniu aos conhecimentos<br />
químicos de Cris, as inspirações e referências<br />
acumuladas ao longo da vida puderam fluir de maneira<br />
criativa. “Meu trabalho é sobre flores. Em todos os países<br />
78 MT arte 79
ARTE<br />
que conheci, sempre busquei visitar os jardins, ver as flores,<br />
aquilo sempre me inspirou”, conta.<br />
Sobre a tela, Cris transforma o pensamento científico<br />
em uma profusão de tons que remetem às mais diversas<br />
formas florais. “As únicas coisas que eu mudo são a densidade<br />
e a viscosidade da tinta, colocando pigmento, diluindo<br />
ou fazendo ela ficar mais espessa com o uso de reagentes.<br />
Aí, elas não se misturam na tela. É como se eu pegasse um<br />
copo de suco de laranja e um copo de água e colocasse no<br />
mesmo recipiente, e os dois não se misturassem”, explica,<br />
detalhando a própria técnica de manipulação e pintura.<br />
NOVAS FÓRMULAS<br />
A alquimia criativa de Cris tem despertado a atenção<br />
de diversos entusiastas da arte, oriundos de várias áreas,<br />
a exemplo de um astronauta norte-americano que ficou<br />
encantado com o trabalho dela e adquiriu duas telas. “Parece<br />
que nasci de novo, não só pela experiência de pintar, mas em<br />
ver as pessoas valorizarem o meu trabalho, a minha técnica”,<br />
define. Para dar ainda mais espaço a essa redescoberta, Cris<br />
decidiu abrir a própria galeria de arte, a Naf, onde ela não<br />
apenas expõe as própria pinturas e algumas esculturas como<br />
também dá a oportunidade para artistas que não têm acesso<br />
a grandes espaços de exibição. “Quero que todos tenham a<br />
oportunidade de expôr”, reforça.<br />
O despertar criativo da química não foi apenas na<br />
pintura: em fevereiro deste ano ela lançou “Florescer<br />
Poético”, seu primeiro livro de poesias que reúne versos<br />
escritos por ela ao longo de muito tempo, mas que só agora<br />
Cris se sentiu pronta para mostrar ao mundo. “Com o passar<br />
dos anos a gente vai amadurecendo. Eu sempre escrevi,<br />
mas nunca me achei capaz de publicar. Hoje eu sei que<br />
não preciso provar nada pra ninguém, mas ainda bem que<br />
estão gostando do meu trabalho”, brinca. ¤<br />
80 MT arte 81
DESIGN & DÉCOR<br />
Requinte local<br />
J.Regás<br />
COM UM MERCADO CADA VEZ MAIS VISADO, DESIGNERS DE JOIAS IMPRIMEM<br />
IDENTIDADES DO REGIONAL AO NACIONAL EM SUAS PRODUÇÕES<br />
Extenso e plural, o Nordeste é região polivalente<br />
quando o assunto é criar. Na gastronomia,<br />
na literatura, na música, na moda, exportando<br />
sabores, escritores, modelos, costumes, talentos<br />
nas mais diferentes formas. Essa identidade tão<br />
própria passou também a ser mais comumente<br />
encontrada em um tipo especial de expressão artística:<br />
a produção de joias.<br />
POR STÉPHANIE SOUSA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
O cenário restrito de poucas décadas atrás deu lugar a<br />
um Ceará rico em representantes renomados na função.<br />
Apresentando trabalhos distintos, mas com a valorização<br />
regional como perspectiva em comum, J.Regás (encabeçada<br />
por Joaquim e Jussara Regás), Claudio Quinderé, Sandra<br />
Pinheiro e Suzane Farias são referências em traduzir<br />
requinte, originalidade e exclusividade em peças como<br />
anéis, brincos, colares e braceletes. ¤<br />
O talento para os negócios<br />
e para o design é característica<br />
inerente aos Regás. Representante<br />
da 2ª geração da família, Joaquim<br />
foi o responsável por criar a<br />
empresa e pôr em prática os<br />
ensinamentos do pai, o ourives<br />
Francisco Regás. Hoje, mais de<br />
40 anos depois, Jussara, filha do<br />
idealizador, conduz a iniciativa e<br />
reforça a tradição da marca com<br />
produções próprias.<br />
A designer de 45 anos tem<br />
formação em Administração de<br />
Empresas, o que abriu as portas<br />
para trabalhar ao lado do pai.<br />
A dedicação à parte administrativa<br />
logo foi substituída pelo interesse<br />
em produzir joias junto dele e<br />
perpetuar a J. Regás no mercado.<br />
Tendo a delicadeza como principal<br />
característica das produções.<br />
Jussara é adepta de um processo<br />
criativo dinâmico. “Primeiro, penso<br />
em um tema para desenvolver.<br />
Depois, pesquiso as formas que<br />
estão associadas a ele” explica.<br />
Seguindo esse fluxo, concebeu a<br />
coleção "Jangadas", uma das mais<br />
importantes do currículo e que<br />
ganhou premiações nacionais.<br />
Com a linha, em 2004, Jussara<br />
Regás foi reconhecida pelo Instituto<br />
Brasileiro de Gemas e Metais<br />
Preciosos (IGBM) como uma das 10<br />
melhores designers do Brasil.<br />
82 MT DESIGN & DéCOR 83
DESIGN & DÉCOR<br />
Claudio Quinderé<br />
Outro nome pioneiro no Estado<br />
é Claudio Quinderé, 55. Formado<br />
em Psicologia e especializado em<br />
Psicanálise, ele trabalha com joias<br />
desde 1994, mas também nutre<br />
amor por outras formas de expressar-se<br />
artisticamente — como<br />
faz, atualmente, com pinturas,<br />
cerâmicas e esculturas.<br />
O artista guarda experiências<br />
construídas em temporadas por<br />
Vancouver, Rio de Janeiro e São<br />
Paulo. Em 25 anos de profissão,<br />
Claudio acumula mais de 1.500<br />
modelos de joias, marcados principalmente<br />
pela fluidez e inspiração<br />
na natureza. “Normalmente, faço<br />
de 80 a 100 desenhos para cada<br />
coleção e seleciono 20. Raramente<br />
faço joias com geometrias muito<br />
retas, trabalho mais com curvas<br />
e formas orgânicas”, pontua o<br />
designer. Ele ainda exemplifica a<br />
palha de buriti como matéria-prima<br />
utilizada em uma de suas coleções.<br />
“Com essa linha eu quis aproveitar<br />
algo nosso, do Nordeste, que fosse<br />
além das pedras”, argumenta.<br />
As coleções inspiradas em<br />
folhas e flores têm destaque<br />
especial, uma vez que projetaram<br />
Quinderé nacionalmente:<br />
o designer forneceu peças para<br />
o figurino de nove novelas da<br />
Rede Globo e teve suas produções<br />
usadas por atrizes como<br />
Juliana Paes, Cristiane Torloni e<br />
Suzana Vieira.<br />
Sandra Pinheiro<br />
Hoje empresária e designer,<br />
Sandra Pinheiro, 60, se inseriu no<br />
mercado com a Empório Casa,<br />
loja de móveis e decoração, há 15<br />
anos. A mudança de caminho veio<br />
quando ela resolveu expôr suas<br />
primeiras joias em um balcão,<br />
dentro do estabelecimento. O que<br />
era um pequeno “corner” dentro de<br />
um negócio maior acabou atraindo<br />
clientes e virando a grande<br />
aposta da arquiteta.<br />
Forte adepta da prata em seus<br />
itens, Sandra vê com bons olhos<br />
o perfil dos novos consumidores.<br />
"Quando comecei, as pessoas não<br />
queriam reconhecer a prata como<br />
joia, devido ao valor menor em<br />
relação ao ouro. Ainda há quem<br />
não reconheça, mas essa visão<br />
melhorou bastante, as pessoas<br />
valorizam mais esse material”,<br />
pondera. Junto à prata, as pedras<br />
brasileiras, em suas mais diversas<br />
cores e formas, são marca registrada<br />
de Sandra.<br />
84 MT DESIGN & DéCOR 85
DESIGN & DÉCOR<br />
Suzane Farias<br />
O encantamento por pedras<br />
acompanha Suzane Farias desde a<br />
infância. Advogada por formação,<br />
a cearense deixou o Direito para<br />
se tornar autodidata e investir no<br />
interesse pela criação de acessórios.<br />
A coleção "Natureza", estreia<br />
de Suzane na área, deu a ela a<br />
certeza necessária para se entregar<br />
ao universo das joias, em 2004.<br />
O processo criativo de Suzane<br />
é flexível, baseado na fluidez. As 12<br />
coleções que ela acumula têm<br />
como aspecto central o uso de<br />
materiais que fogem do comum<br />
e a exploração de texturas. “Não<br />
tenho restrições. Já trabalhei com<br />
vidro, couro, cerâmica. Minha<br />
preocupação é com a durabilidade<br />
e com o manuseio. A joia contemporânea,<br />
ao meu ver, nos dá essa<br />
liberdade”, complementa.<br />
86 MT DESIGN & DéCOR 87
TOQUE MT<br />
Ao estilo<br />
"Sinatra"<br />
FAMOSO PELO ESTILO MUSICAL CLÁSSICO,<br />
PAULO JOSÉ BENEVIDES ELEVOU A VOZ<br />
DOS CASAMENTOS EM FORTALEZA AOS<br />
Aos quatro anos começou a cantar. Nas festas<br />
na casa do avô, sempre foi a atração principal.<br />
Na vitrola, muito bolero, tangos e música clássica.<br />
Na família, os homens cantavam e as mulheres<br />
tocavam. Ele fazia os dois. Autodidata no piano,<br />
ganhou um teclado aos sete anos e nunca mais<br />
parou de tocá-lo. A predileção musical rendeu até uma<br />
profecia: “A primeira vez que o meu avô me viu cantar,<br />
ele disse assim: ‘Esse menino vai ser o artista da família’”.<br />
Pelo visto, acertou. Foi assim que começou a carreira<br />
do músico Paulo José Benevides, hoje com 40 anos.<br />
Mas antes, voltemos no tempo.<br />
Aos oito anos, escutou o disco Aloha from Hawaii (Elvis<br />
Presley) e, a partir de então, o Rei do Rock conquistou<br />
a preferência no coração do cearense. No repertório,<br />
CLUBES DE JAZZ NORTE-AMERICANOS<br />
POR JUSCELINO FILHO FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
os grandes standards americanos, jazz, big band e música<br />
erudita. Entre os intérpretes favoritos estão grandes nomes<br />
das décadas de 1950 e 1960, como Frank Sinatra, Tony<br />
Bennett e Johnny Mathis. Entre os brasileiros, Tom Jobim<br />
ganha menção honrosa.<br />
Paulo começou a carreira profissional aos 12 anos.<br />
O primeiro compromisso social, inclusive, foi no casamento<br />
da irmã. “Foi a primeira vez que eu cantei para um grande<br />
público. E aí um mês e meio depois eu estava cantando<br />
em casamentos de outras pessoas. A propaganda boca a<br />
boca foi grande e, aos 16 anos, eu já cantava nos principais<br />
casamentos da cidade”, lembra.<br />
Já são mais de quatro mil matrimônios no currículo,<br />
inclusive. De lá para cá, montou a própria equipe, contratou<br />
uma banda e profissionalizou o serviço. Dedicou-se. Concluiu<br />
a faculdade de Música e se aperfeiçoou com inúmeros cursos<br />
em lugares como Viena e Madri. Na discografia, o cantor,<br />
que já é conhecido como o "Sinatra brasileiro", soma seis<br />
CDs e dois DVDs, um deles gravado em Nova York, além de<br />
apresentações em famosos clubes de jazz norte-americanos.<br />
ADAPTAÇÃO AO NOVO<br />
Com o crescimento de gêneros como o pop, o sertanejo<br />
e o funk, o estilo musical de Paulo Benevides se torna raro.<br />
E é justamente aí que ele afirma se sobressair. “Novos ritmos<br />
vão surgindo, muita gente toca o atual e a procura do meu<br />
trabalho aumenta. Sabe por quê? Quanto menos gente faz<br />
o que eu faço, mais raro eu vou ficando”, pontua o artista.<br />
Adaptar-se é preciso. Atualizar-se também. “Hoje eu adoro<br />
Ed Sheeran, canto muito ele. John Mayer, também, gosto<br />
muito de escutar. Jason Mraz... Aqui no Brasil, eu adoro<br />
Lulu Santos, por exemplo”, lista.<br />
Paulo já conheceu muito do mundo. Apresentou-se com<br />
orquestras e nos maiores palcos da música internacional.<br />
A história mais curiosa — e inédita em publicações — foi em<br />
Londres. Aos sair de um pub inglês, no centro da capital,<br />
uma cantora de rua entoava um clássico do musical A Noviça<br />
Rebelde. “Comecei a balbuciar a música, porque eu conhecia,<br />
cresci ouvindo esse musical. Não sei como, mas ela ouviu<br />
e me chamou para cantar com ela. Todo mundo começou<br />
a filmar, foi juntando uma multidão de gente. Esse vídeo<br />
ganhou a internet de uma forma que acho que mais de 200<br />
mil pessoas já viram. Uma coisa sem pretensão alguma e<br />
viralizou”, comemora.<br />
E embora a performance musical de Paulo se atualize<br />
constantemente, ele não esquece das raizes sonoras da<br />
trajetória: a música “My Way”, de Frank Sinatra, na versão<br />
de Elvis, é a que mais toca o coração do cearense. “A voz<br />
dele me comove de um jeito inexplicável. Essa música é<br />
especial para mim porque é a que eu mais cantei na vida,<br />
certamente”, justifica. “Tem uma do Sinatra, que pouca<br />
gente conhece, que me lembra os tempos de infância. ‘For<br />
the good times’. E essa é porque eu escuto desde os quatro,<br />
cinco anos de idade, aí não tem como não lembrar daquela<br />
época, não é?”, rememora. ¤<br />
88 MT toque mt 89
ESPELHO<br />
Essência<br />
desbravadora<br />
Conhecida de uma<br />
ponta a outra do<br />
Brasil, Mileide Mihaile<br />
hoje é destaque não<br />
só quando o assunto<br />
é moda e beleza, mas<br />
também no ramo do<br />
empreendedorismo<br />
digital<br />
POR STÉPHANIE SOUSA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Intensa, firme e objetiva. Sempre preparada para<br />
qualquer pergunta, de qualquer cunho, não hesita<br />
ao responder, mas também não o faz de qualquer<br />
jeito. É desta maneira que se traduz Mileide<br />
Mihaile, logo no início de nossa conversa.<br />
Com fama nacional, a maranhense de 30 anos colhe<br />
os frutos de um trabalho que começou no mundo da<br />
dança e que hoje se firma nas plataformas digitais.<br />
Apesar da paixão pela arte da dança, o trabalho<br />
de Mileide como bailarina foi meteórico, durando<br />
apenas um ano e meio. Um outro talento, ainda mais<br />
antigo, tomou lugar e forma: o de empreender. Filha<br />
de pais comerciantes, sempre se sentiu estimulada a<br />
ser a própria chefe. O start de empresária veio por<br />
volta de 2012, quando abriu seu salão de beleza em<br />
um shopping de Fortaleza. “A experiência no salão,<br />
que perdurou por dois anos, me deu uma estrutura<br />
muito boa sobre como lidar com pessoas. Foi quando<br />
eu percebi que, realmente, foi para isso que eu nasci:<br />
para lidar e estar no meio das pessoas”, explica.<br />
Já em 2014, chegava a vez de um novo passo ser<br />
dado na trajetória. Surgia a Mihaile Brand, maison<br />
idealizada como uma grande vitrine da identidade<br />
da maranhense, com peças cuidadosamente selecionadas<br />
— de estilistas renomados, a exemplo<br />
de Reinaldo Lourenço. Além de seleção apurada,<br />
as roupas também tinham a exclusividade como forte<br />
característica, já que poucas unidades de cada item<br />
eram disponibilizadas para o Brasil inteiro.<br />
Com vendas promissoras, cartela de clientes fidelizados<br />
e um nome cada vez mais popular, Mileide,<br />
aos poucos — e inevitavelmente — se rendeu ao<br />
90 MT espelho 91
mundo digital e virou um fenômeno. “Mesmo sendo<br />
uma loja gigante, a Mihaile Brand ficou pequena para o<br />
que a gente construiu e acabei tendo de fechar a maison<br />
no auge”, lembra. Outro fator que influenciou no hiato<br />
da loja, como relembra Mileide, foi a necessidade de<br />
dedicar-se a Yhudy, filho ainda muito pequeno na época.<br />
ESTILO<br />
Quem conhece Mileide Mihaile sabe que ela não passa<br />
despercebida onde chega. A presença marcante é um dos<br />
reflexos de seu estilo. Plural nos negócios, ela também<br />
encontra no modo de vestir uma infinidade de formas<br />
de se expressar. Uma destas maneiras é por meio da<br />
sensualidade. “Eu tenho essa pegada mais sexy, até porque<br />
meu corpo não pede muito uma roupa fofinha”, aponta.<br />
Ao mesmo tempo, o mood clássico também é queridinho:<br />
camisaria, jeans e saias midi, em tons neutros, não podem<br />
faltar no closet. A proposta é de estar sempre pronta<br />
para qualquer ocasião.<br />
Esse mix equilibrado entre elegância e sensualidade,<br />
segundo Mileide, tem como uma das referências as irmãs<br />
Kardashians, com sua ousadia e segurança, em especial<br />
Kylie Jenner. “Mesmo sendo a caçula da família, ela é<br />
super empreendedora. Ela está sempre sexy, mas sabe<br />
impor sua personalidade. Acho ela uma inspiração tanto<br />
de estilo como nos negócios”, acrescenta.<br />
PROPÓSITO<br />
Engana-se quem pensa que somente o empreendedorismo<br />
e o trabalho no mundo digital impulsionam<br />
Mileide. Se durante 15 dias do mês a rotina é frenética e<br />
totalmente voltada ao trabalho, durante a outra metade,<br />
gasta com o filho Yhudy, a preocupação maior é em aproveitar<br />
o tempo com o pequeno da melhor forma possível.<br />
Entre os afazeres de empresária, mãe e influencer,<br />
Mileide ainda tem trabalhado para tirar do papel um<br />
projeto com o qual sonha há tempos: o de ter a própria<br />
ONG. “Dentro de uns três anos, já devemos estar com<br />
tudo pronto. Meu intuito é ajudar famílias carentes a<br />
terem uma melhor qualidade de vida, tanto gerando<br />
empregos para que eles mesmos possam se sustentar,<br />
como levando as crianças à escola”, dispara. ¤<br />
92 MT espelho 93
ESPELHO<br />
Carisma<br />
natural<br />
A modelo e digital<br />
influencer Jeycielle<br />
Oliveira conquistou<br />
seguidores nas redes<br />
sociais mantendo<br />
a personalidade<br />
espontânea que<br />
é sua marca fora<br />
das câmeras<br />
POR VANESSA MADEIRA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Jeycielle Oliveira tem mais de 20 mil seguidores<br />
só no Instagram. Se juntarmos as participações que<br />
faz nas redes sociais do noivo — o cantor Marcos<br />
Lessa, com quem namora há cerca de um ano —<br />
são quase 70 mil internautas acompanhando seu dia<br />
a dia. Com tantos olhos vendo de perto quase cada<br />
momento de sua vida, é difícil manter a naturalidade.<br />
Mas ao conversar com a equipe da Márcia Travessoni<br />
Galeria, a modelo e influencer cearense mostra que a<br />
garota das fotos e dos stories é a mesma em pessoa. “Quem<br />
me conhece vê que é tudo muito espontâneo, às vezes<br />
até demais”, brinca.<br />
Ao contrário do que pode parecer, o sucesso nas redes<br />
sociais não foi planejado. Na verdade, sua primeira profissão<br />
foi na Biomedicina, área em que é graduada, mas na<br />
qual trabalhou por apenas alguns meses, quando ainda<br />
morava em Camocim, terra natal de sua família. “Exerci<br />
por quatro meses o cargo de biomédica em um hospital<br />
de Granja. Mas não fui me identificando mais. Depois<br />
disso, fui morar em Sobral e as coisas aconteceram muito<br />
naturalmente. Foi lá que desenvolvi esse trabalho com<br />
internet, com imagem”, conta.<br />
Desinibida e dona de grande afinidade com as câmeras,<br />
transformou sua vida em “reality show” durante os anos que<br />
viveu em Sobral. Toda a rotina era registrada e compartilhada<br />
nas redes sociais, o que levou a parcerias com marcas<br />
e empresas locais. Mas Sobral começou a ficar pequena.<br />
Mesmo sem nunca ter morado em uma cidade grande,<br />
decidiu se mudar para Fortaleza, onde os trabalhos como<br />
modelo e garota-propaganda começaram a desenhar a<br />
carreira que mantém até hoje.<br />
Com a vida profissional estabelecida, Jeycielle diz que<br />
seu foco está se voltando para o futuro, em especial para<br />
o casamento com Marcos Lessa marcado para março de<br />
2020. Enquanto muitos dizem que o noivado foi rápido,<br />
ela define o relacionamento com outra palavra: “intenso”.<br />
Do pedido de namoro, há cerca de um ano, na cobertura de<br />
um hotel com vista para o mar de Fortaleza, até o pedido de<br />
casamento, no romântico cenário de Jericoacoara, o casal<br />
“já viveu muita coisa”, revela.<br />
Um dos momentos mais marcantes do romance foi<br />
uma viagem ao meio da Floresta Amazônica, no Acre,<br />
em uma região sem energia elétrica e sem sinal de telefonia.<br />
Durante uma semana, ambos ficaram totalmente imersos na<br />
natureza, experiência que serviu para confirmar a sincronia<br />
entre a modelo e o cantor. “As pessoas nos acham muito<br />
jovens, mas a gente já sabe o que quer. Estamos em uma fase<br />
parecida, de querer mais estabilidade, segurança. Nós dois<br />
sempre sonhamos com nossa família, nossos filhos, nosso<br />
casamento”, diz Jeycielle. ¤<br />
94 MT espelho 95
ESPELHO<br />
Imersa<br />
em Arte<br />
A jovem arquiteta<br />
Lara Linhares<br />
trilha caminho de<br />
sucesso no mercado<br />
e é entusiasta da<br />
associação entre<br />
os mundos da<br />
Arquitetura e da Moda<br />
POR STÉPHANIE SOUSA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Criatividade talvez seja a palavra que melhor expressa<br />
a trajetória, ainda curta, de Lara Linhares. Aos 23<br />
anos, a cearense só conhece a vida envolta de arte,<br />
em todas as suas formas. Na infância, costumava<br />
fazer scrapbooks e colagens. Brincava de criar.<br />
O incentivo vinha também das aulas de dança,<br />
presentes na rotina até hoje, e, de certa forma, da profissão<br />
dos avôs, ambos donos de empresas de construção civil.<br />
Que Lara seguiria rumos artísticos já era claro. Mas foi<br />
apenas ao estudar no Canadá, durante o ensino médio, que a<br />
certeza do que queria veio para ela. “No high school, fiz disciplinas<br />
voltadas para a Arquitetura. Esse foi o momento em<br />
que se deu a minha decisão”, resgata.<br />
Se o contato com o mundo criativo veio natural e precocemente,<br />
o ritmo se repetiu com a inserção no mercado<br />
profissional. Formada há cerca de um ano, Lara já acumula<br />
trabalhos de diferentes naturezas no currículo, dentre<br />
projetos corporativos, comerciais e residenciais. Antes<br />
mesmo de concluir o curso, já contava com um negócio,<br />
com páginas nas redes sociais e clientes, sempre com a<br />
mentalidade de ser independente.<br />
O talento profissional de Lara não é o único. A arquiteta<br />
também possui um olhar atento e versátil quando o assunto<br />
é se vestir bem. “Adoro o estilo clássico, mas como meu dia<br />
a dia é muito corrido, eu tenho vários ‘moods’, não somente<br />
um. Eu me divido entre o escritório, as obras, os eventos,<br />
a dança, a academia… cada situação pede um estilo”, afirma.<br />
Nesse contexto, ela aponta o colete como peça curinga do<br />
guarda-roupa, capaz de fazer toda a diferença em um look<br />
básico, em dias não tão inspirados.<br />
PLURAL<br />
Ainda que com uma breve carreira, Lara já vislumbra<br />
um futuro próspero em outros ares, tendo o desejo de não<br />
se limitar apenas ao Ceará. “Nesse sentido, uma das minhas<br />
inspirações é a Chris Hamoui, uma arquiteta de São Paulo<br />
que hoje tem escritório em Nova York. Ela se veste super<br />
bem, tem projetos lindos”, aponta.<br />
Sempre antenada às novidades, ela é entusiasta da fusão<br />
de diferentes vertentes e tipos de arte e leva essa mistura<br />
à prática tanto no estilo próprio como na impressão de<br />
sua identidade nos trabalhos. “A Arquitetura, a Moda e a<br />
Estética caminham lado a lado. As tendências da Moda e<br />
Arquitetura, inclusive, muitas vezes coincidem em cores,<br />
texturas, formas. Tudo se conecta, especialmente pelo ponto<br />
comum da criatividade”, finaliza. ¤<br />
96 MT espelho 97
ESPELHO<br />
Movimento<br />
constante<br />
Marina Brasil dribla<br />
a rotina agitada<br />
priorizando o conforto<br />
no estilo, mas sem<br />
abrir mão da elegância<br />
POR STÉPHANIE SOUSA FOTOS MARÍLIA CAMELO<br />
Mente sempre ocupada, paixão pela rotina<br />
agitada. Marina Brasil, 26, leva os dias se<br />
dividindo entre as obrigações dos cargos<br />
profissionais que ocupa e as demandas da<br />
vida pessoal. Para ela, não poderia ser de outra<br />
forma. Formada em Psicologia, experimentou<br />
o mercado na área e colecionou ensinamentos. Depois,<br />
veio a vontade de trilhar o próprio caminho e empreender.<br />
A juventude — na idade e na aparência — não denunciam<br />
as profissões que hoje ela ostenta. Desde 2017, Marina é<br />
franqueada das lojas Vignoli Expresso, negócio que abrange<br />
boa parte da rotina profissional da empresária. “Depois que<br />
inaugurei as lojas no Iguatemi e RioMar, me apaixonei por<br />
esse universo dos shoppings. Comecei a perceber negócios<br />
e oportunidades naquele ambiente”, relembra. A percepção<br />
apurada, o anseio pelo novo e as tentativas de contatar<br />
novas franquias culminaram na negociação com Benny<br />
Rosset, dono da Cia. Marítima, para franquear as lojas<br />
da marca em Fortaleza.<br />
No meio da negociação, que começou por telefone e<br />
rendeu reuniões com Benny em São Paulo, surgiu a parceria<br />
com a também empresária Dani Eloy. “Sempre fomos<br />
próximas e confidentes, e eu sabia do interesse da Dani<br />
em empreender. Admirava ela como profissional, sempre<br />
foi dedicada. Apresentei o projeto e ela topou! Desde o<br />
começo compartilhamos essa sintonia”, acrescenta.<br />
PERSONALIDADE<br />
O envolvimento com o beachwear tem relação até<br />
mesmo com a criação de Marina. Como quem resgata<br />
uma memória viva e presente, ela revela que cresceu tendo<br />
dias de sol e mar como programação principal em família.<br />
Não à toa, as roupas de banho norteiam não só o trabalho,<br />
mas o estilo dela. “Meu pai e meu irmão sempre praticaram<br />
kitesurf e me influenciaram para entrar no esporte também.<br />
Por isso, biquíni nunca faltou no meu guarda-roupa. Minhas<br />
amigas sempre me falavam isso: podia faltar tudo na minha<br />
mala, menos os biquínis!”, conta.<br />
Enquanto o mar é fonte de trabalho e o lazer, o conforto<br />
é o que prevalece nas escolhas da empresária e psicóloga<br />
quando se trata de escolher o que vestir. Adepta dos estilos<br />
clássico e básico, Marina opta por dar toques de elegância<br />
nos looks através de acessórios.<br />
O prazer pelo simples também está nos sonhos. Ser mãe<br />
é um deles. Outro anseio é o de viajar pelo mundo, a fim<br />
de conhecer outras culturas, outras realidades. E outros<br />
sonhos. Sonhos simples, mas grandiosos. Como Marina<br />
também pode ser definida. ¤<br />
98 MT espelho 99
BELEZA E<br />
BEM-ESTAR<br />
World Congress<br />
of Dermatology<br />
em tópicos<br />
• Lasers e luzes para tratar<br />
cicatrizes, tatuagens,<br />
melasmas e alopécias<br />
• Rejuvenescimento facial e<br />
tratamento de cicatrizes com toxina<br />
botulínica e preenchimento<br />
• Plasma Rico em Plaquetas (PRP)<br />
para tratar manchas, calvície e<br />
rejuvenescer a pele<br />
• Novas substâncias para<br />
injeção na pele por meio do<br />
microagulhamento<br />
• Atualizações no<br />
tratamento de rosácea<br />
• Medicações associadas e<br />
tecnologias para abordagem<br />
do câncer de pele<br />
• Diagnóstico de precisão para<br />
áreas abaixo da pele<br />
Estética em atualização<br />
• Tecnologia a laser para tratar<br />
acne agindo na glândula sebácea,<br />
com chegada no Brasil prevista<br />
para daqui um ou dois anos<br />
REFERÊNCIA EM DERMATOLOGIA NO CEARÁ, A DRA. MANOELA CRISÓSTOMO ADIANTA AS NOVIDADES<br />
APRESENTADAS NO MAIS RECENTE CONGRESSO MUNDIAL DA ÁREA, REALIZADO EM MILÃO<br />
Especialidade em constante evolução, a dermatologia<br />
e os estudos estéticos decorrentes dela estiveram<br />
em pauta no 24º World Congress of Dermatology,<br />
realizado em Milão, na Itália. O evento contou<br />
com a participação da dermatologista Manoela<br />
Crisóstomo, que dirige o Crisóstomo Hair & Skin<br />
Institute em Fortaleza - junto do renomado cirurgião<br />
plástico Márcio Crisóstomo -, e viu de perto as inovações<br />
tecnológicas, novos tratamentos e técnicas para aperfeiçoar<br />
os procedimentos já existentes. “Esse é um evento exclusivo<br />
e só acontece a cada quatro anos. Foram experiências em<br />
que os principais nomes da dermatologia apresentaram<br />
novidades e também o que virá para o futuro, concordando<br />
com o tema do congresso: A New Era for global Dermatology”,<br />
descreve a especialista.<br />
Entre os temas debatidos na ampla programação do<br />
encontro, acrescenta a Dra. Manoela, a queda de cabelo e<br />
as calvícies feminina e masculina foram apontados como<br />
as queixas mais recorrentes dos pacientes que buscam<br />
tratamentos dermatológicos. “Muito se falou de quais as<br />
tecnologias que conseguem melhorar e as medicações associadas,<br />
mostrando que, a cada dia, os resultados são melhores<br />
com os protocolos associados”, explica. O instituto dirigido<br />
pelos Crisóstomo em Fortaleza é referência internacional<br />
não apenas em transplante capilar, mas em tratamentos<br />
para casos de calvície considerados irreversíveis.<br />
“Com a alta popularização dos procedimentos de<br />
preenchimentos, foram apresentadas, por experts no<br />
assunto, algumas técnicas inovadoras e dicas especiais<br />
para um melhor resultado. Além dos vários assuntos na<br />
área estética”, complementa a dermatologista, destacando<br />
que lasers e outras luzes utilizadas em tratamentos de pele<br />
e cabelo foram bastante abordados no congresso. Diagnósticos<br />
avançados para a área subcutânea e abordagens para<br />
o câncer de pele também ocuparam lugar de destaque na<br />
pauta do encontro mundial.<br />
NETWORKING<br />
Tâo importante quanto os novos conhecimentos<br />
apresentados é a troca de ideias e experiências com profissionais<br />
de diversas partes do mundo e, ainda, as vivências<br />
culturais que acontecem nos intervalos dos encontros<br />
científicos. Em Milão, a imersão cultural foi ainda mais<br />
intensa, especialmente pelas comemorações dos 500<br />
anos de Leonardo da Vinci que têm guiado boa parte<br />
da programação da cidade em 2019. “O encerramento do<br />
congresso foi com um evento social no Castelo Sforzesco,<br />
construído no século XV. Foi uma noite especial em que os<br />
organizadores fizeram uma apresentação 3D, na torre do<br />
relógio do castelo, além de um balé de cavalos dançantes<br />
e bailarinos voando em balões com suas obras de arte.<br />
Momento único, inesquecível. Um evento em que se<br />
aprende cientificamente, culturalmente e socialmente”,<br />
conclui a especialista. ¤<br />
100 MT Beleza e bem-estar 101
VIAGEM<br />
Por Márcia Travessoni<br />
ROTEIRO ELABORADO POR<br />
EXPERIÊNCIAS NO PALADAR<br />
Especializado em frutos do mar,<br />
o Le Grignot, na Rue Racine, chama<br />
atenção já na fachada imponente. Por lá<br />
saboreamos um risoto de camarão e um<br />
peixe com legumes, tudo na companhia<br />
do querido Eric Baudet, diretor de<br />
comunicação do escritório de turismo<br />
de Le Havre. Em Étretat, tivemos a oportunidade<br />
de comer no moderníssimo<br />
Le Bel Ami, localizado na Rue Alphonse<br />
Karr, com um ar jovial tanto no menu,<br />
quanto na décor. Em Le Havre, tivemos<br />
uma experiência surpreendente no Le<br />
Margote, concorridíssimo restô, na Quai<br />
Michel Fére. O chef Gauthier Teissere<br />
prepara um menu in loco, com especialidades<br />
francesas e ousadias estéticas<br />
incríveis. Você não sabe o que vai<br />
comer até o prato ser servido na mesa.<br />
Coisas que só acontecem na França.<br />
E a gente adora.<br />
Em abril deste ano, Fortaleza<br />
recebeu a delegação da região da<br />
Normandia, na França, para apresentar<br />
suas cidades para o público<br />
cearense. A oportunidade perfeita<br />
para programar uma viagem por<br />
Normandia:<br />
magia francesa<br />
FOTOS FERNANDO <strong>TRAVESSONI</strong><br />
esse lugar tão repleto de histórias,<br />
espiritualidade e belezas naturais<br />
poderosas. Com o roteiro traçado<br />
pelo Escritório Le Havre – Etretat<br />
Tourisme, embarcamos em um voo<br />
da companhia aérea Joon, direto<br />
para Paris, e iniciamos nossa jornada<br />
por lugares que guardam paisagens<br />
que inspiraram obras de artistas<br />
famosos e fazem uma elegante<br />
mistura de arte, arquitetura, espiritualidade<br />
e cenários bucólicos.<br />
Le Havre e Étretat<br />
O primeiro hotel escolhido foi o<br />
Du Pasino, elegante e aconchegante,<br />
com destaque para as suítes de<br />
decoração contemporânea. Acompanhados<br />
da guia turística Mary Riehl,<br />
conhecemos a Biblioteca Oscar<br />
Niemeyer, um dos poucos projetos<br />
assinados pelo arquiteto fora do<br />
Brasil. Le Havre foi devastada na<br />
Segunda Guerra Mundial, reconstruída<br />
em 18 anos e se tornou a<br />
cidade mais moderna do velho continente.<br />
Em 2015, o centro da cidade<br />
conquistou o título de Patrimônio da<br />
Humanidade pela Unesco. Feita em<br />
concreto, a Igreja de São José é um<br />
dos marcos da cidade, projetada por<br />
Auguste Perret.<br />
Mais tarde, acompanhados da<br />
guia Adeline Fouquer, passeamos<br />
pelos bairros do sul, e fizemos<br />
uma visita ao Le Bains des Docks,<br />
complexo aquático projetado<br />
por Jean Nouvel. Le Havre é,<br />
sem dúvidas, uma ótima base para<br />
começar a jornada pela Normandia,<br />
com sua excelente infra-estrutura<br />
e opções para todos os gostos.<br />
Distante pouco mais de 27 km<br />
de Le Havre, Étretat é famosa por<br />
seus penhascos. Prepare-se para<br />
caminhadas com visuais de tirar o<br />
fôlego. A região, conhecida como<br />
Côte d’Albâtre (Costa do Alabastro),<br />
tem 140 km de falésias formadas por<br />
calcário branco que chegam a ter<br />
100 metros de altura.<br />
De Étretat o roteiro segue até<br />
Fécamp, famosa pelo licor Bénédictine.<br />
Na comuna é possível visitar o<br />
palácio erguido especialmente para<br />
a marca da bebida, que foi criada<br />
pelo monge Dom Bernardo Vincelli,<br />
no século XVI. Após a revolução<br />
francesa, um comerciante de vinhos<br />
da região achou, na biblioteca da<br />
família, a receita do elixir e obteve<br />
o direito de retomar a produção.<br />
No castelo é possível ver as etapas<br />
de fabricação do licor e acessar a<br />
biblioteca com obras herdadas da<br />
abadia da região. Um passeio que<br />
vale cada minuto.<br />
102 MT viagem 103
VIAGEM<br />
TOQUE<br />
MT<br />
+ Conteúdo sobre os luxuosos<br />
hotéis do Grupo Lucien<br />
Barrière, em Deauville<br />
+ Vídeo no #CanalMT sobre<br />
a visita de carro a Beaumont-en-Auge,<br />
Saint-Hymer<br />
e a tradicional fazenda<br />
normanda para degustação<br />
de queijos Pont-l’Evêque<br />
Camembert e Livarot.<br />
Deauville<br />
Ao chegar em Deauville, sentimos<br />
facilmente o mood de puro charme<br />
que o local entrega aos seus<br />
turistas, com uma população que<br />
se multiplica durante os mais de<br />
100 dias de sol. A cidade litorânea é<br />
pequena, com quatro quilômetros<br />
quadrados de área e encanta logo<br />
de cara com a praia repleta de<br />
guarda-sóis coloridos espalhados<br />
em toda a faixa de areia. A paixão<br />
dos moradores por cavalos e por<br />
esportes hípicos fica evidente<br />
especialmente de manhã, quando<br />
a praia é palco de treinamentos<br />
de polo, hipismo ou simplesmente<br />
sessões de cavalgadas.<br />
Ali próximo, outro ponto de<br />
grande destaque é o calçadão Les<br />
Planches: são 600 metros de passeio<br />
em madeira e onde é possível<br />
encontrar as famosas cabines<br />
de troca de roupas de astros de<br />
Hollywood como Robin Williams e<br />
Al Pacino. A moda também tem forte<br />
afinidade com Deauville, isso porque<br />
foi lá que Coco Chanel se inspirou<br />
para criar seu look marinheiro, com as<br />
famosas blusas em jersey listradas,<br />
e também onde abriu sua primeira<br />
loja, em 1913.<br />
O cinema, então, é um capítulo<br />
à parte na cidade. Uma das várias<br />
surpresas que Deauville reserva é a<br />
visita ao Hotel Le Normandy, onde<br />
foram gravadas cenas do filme “Um<br />
Homem, Uma Mulher”, clássico francês<br />
de Claude Lelouch, que se inspirou<br />
nos cenários da região para o longa<br />
metragem. Para se ter uma ideia,<br />
há casais que desembolsam cerca de<br />
R$ 35 mil para passarem a lua de mel<br />
no icônico quarto.<br />
As experiências gastronômicas<br />
não podem ficar de fora dessa tour,<br />
como a que tivemos no luxuoso<br />
restaurante do Casino Barrière. Outra<br />
ocasião interessante foi a visita ao<br />
Restaurante La Péniche, localizado<br />
em um barco, de onde se aprecia o<br />
estonteante pôr do sol.<br />
104 MT viagem 105
VIAGEM<br />
TOQUE<br />
MT<br />
+ Conheça a história da clássica<br />
omelete de Annette Poulard,<br />
um dos pratos mais queridos<br />
de Saint Michel.<br />
+ Detalhes do hotel Les<br />
Terrasses Poulard, lugar<br />
bem localizado para se<br />
hospedar na região.<br />
Saint-Michel<br />
Uma cidade medieval murada,<br />
que se equilibra sobre uma pequena<br />
ilha na foz do Rio Couesnon.<br />
A paisagem encanta e muda ao<br />
longo do dia, influenciada pela força<br />
da maior maré da Europa. Todos<br />
os dias, uma multidão atravessa a<br />
passarela que leva até os portões<br />
desse misterioso lugar. Os caminhos<br />
tortuosos levam os curiosos e<br />
peregrinos até o topo, onde uma<br />
abadia secular se ergue sob a<br />
proteção da estátua dourada de<br />
São Miguel Arcanjo. Esse é o Monte<br />
Saint- Michel, locação hipnotizante<br />
na região da Normandia.<br />
O local de peregrinação surgiu<br />
em 708, quando o bispo Aubert<br />
(Santo-Aubert) fundou um santuário<br />
no Mont-Tombe — como era<br />
chamado o monte Saint-Michel —,<br />
após três aparições do arcanjo São<br />
Miguel, Saint-Michel em francês.<br />
A arquitetura do Monte Saint-Michel<br />
e sua baía fazem dele o lugar turístico<br />
mais frequentado da Normandia<br />
e o segundo mais visitado da França,<br />
depois de Paris.<br />
Antes de agendar sua visita ao<br />
Monte, é preciso consultar a tábua<br />
das marés, disponível no próprio site<br />
sobre o lugar. As variações da maré,<br />
inclusive, são uma das atrações do<br />
local, que se transforma em uma<br />
ilha na maré alta e vira um banco de<br />
areia na maré baixa.<br />
106 MT viagem 107
VIAGEM<br />
TOQUE<br />
MT<br />
+ Onde comer em Lisieux?<br />
No site tem dicas dos restaurantes<br />
mais badalados da<br />
cidade. Confira no QR Code.<br />
Lisieux<br />
O 6º dia da tour transformadora<br />
pela região da Normandia foi em<br />
um lugar com um gosto muito<br />
especial para mim: Lisieux, cidade<br />
de Santa Teresinha do Menino Jesus.<br />
Iniciamos a jornada assistindo à<br />
missa da Capela de Carmelo, com a<br />
presença das Carmelitas, e depois<br />
seguimos para a peregrinação dos<br />
passos de Santa Teresinha, momento<br />
absolutamente marcante.<br />
A casa da família, conhecida<br />
como Les Buissonnets, está aberta<br />
para visitação desde 1913. Foi ali que<br />
Teresa viveu durante 11 anos, até sua<br />
ida para o Carmelo. A residência<br />
preserva os móveis originais e abriga<br />
um belo jardim. O local está muito<br />
bem conservado e é mantido por<br />
doações dos visitantes. É possível<br />
visitar alguns dos cômodos, como<br />
a cozinha, local onde Teresinha<br />
recebeu a graça de sua conversão<br />
completa no Natal de 1886. Ao lado,<br />
fica a sala de jantar, onde ela<br />
fez sua última refeição antes de<br />
entrar em Carmelo.<br />
O percurso na casa exibe, ainda,<br />
o quarto de Santa Teresinha, onde<br />
estão os brinquedos, as vestes de<br />
festas e da Primeira Comunhão, além<br />
do crucifixo diante do qual ela rezou<br />
pedindo a conversão de Pranzini,<br />
um homem acusado de triplo<br />
homicídio, com desejo de salvar sua<br />
alma. É inevitável sentir emoção e<br />
transformação ao fim do passeio.<br />
A visita segue com momentos<br />
únicos ao chegar na Catedral de<br />
Saint-Pierre de Lisieux, construída<br />
em 1170 e onde Santa Teresinha<br />
recebeu a eucaristia.<br />
Além de renovar a fé e proporcionar<br />
reencontros espirituais,<br />
o passeio em Lisieux é especial por<br />
roteiros como o que fizemos no<br />
Haras d’Ecajeul, em Mesnil Mauger.<br />
Jean-Luc Bara nos guiou pelo lugar<br />
marcado pela história da família que<br />
cria cavalos puro-sangue há três<br />
gerações. A experiência de estadia<br />
merece destaque também, com a<br />
hospedagem no recém-inaugurado<br />
hotel La Villa des Arts, no qual cada<br />
quarto é de uma cor; e no fabuloso<br />
Manoir L’évêché.<br />
108 MT viagem 109
VIAGEM<br />
TOQUE<br />
MT<br />
+ O Hotel Bourgtheroulde<br />
fica localizado dentro de<br />
uma mansão da Renascença<br />
do século XVI, e foi onde<br />
nos hospedamos durante a<br />
passagem por Rouen. Confira<br />
matéria especial no Site.<br />
+ Os restaurantes Cancan,<br />
Aubergue des Ruines e Le<br />
6éme Sens foram destaques<br />
durante nossa estadia. Veja<br />
detalhes gastronômicos<br />
usando o QR Code.<br />
Rouen<br />
Capital da Alta Normandia,<br />
Rouen tem a história atravessada<br />
por diversos conflitos. Invadida<br />
pelos vikings, tomada mais tarde<br />
pelos ingleses e, posteriormente<br />
pelos nazistas. Rouen conta, ainda,<br />
a história da heroína francesa<br />
Joana D’Arc, executada em 1431.<br />
E foi exatamente no Historial de<br />
Joana D’Arc, que fica na Praça do<br />
Mercado, que teve início nosso<br />
roteiro pela cidade. O local é<br />
totalmente dedicado à história<br />
da jovem que foi capturada sob<br />
acusação de professar heresias.<br />
O percuso artístico é um dos pontos<br />
fortes de Rouen, especialmente<br />
pela série de quadros feitos por<br />
Claude Monet para a catedral da<br />
cidade, em um intervalo de um<br />
ano, e enfrentando as mais diversas<br />
condições climáticas. De uma das<br />
mais movimentadas ruas da cidade<br />
é possível admirar, ainda, o Gros<br />
Horloge, relógio que marca as horas,<br />
os dias da semana e as fases da lua.<br />
Nas ruínas da Abadia de<br />
Jumièges conhecemos não apenas<br />
um dos mais importantes e<br />
antigos mosteiros beneditinos da<br />
Normandia, como contemplamos<br />
o complexo de ruínas considerado<br />
o mais bonito da França. Caminhar<br />
por Rouen é perder-se nas ruas,<br />
deparar-se com simpáticas lojas de<br />
artesanato e ser muito bem recebida<br />
em todas elas. Visitar a cidade é,<br />
também, ter excelentes refeições<br />
em restaurantes impecáveis como<br />
o Cancan e o In Situ e desfrutar de<br />
uma estadia relaxante no Hotel de<br />
Bourgtheroulde. ¤<br />
110 MT viagem 111
LUXO<br />
Experiências<br />
marcantes<br />
1. DESIGN NÔMADE<br />
A grife francesa Louis Vuitton explora, desde 2012, as conexões<br />
entre moda e design por meio da coleção de décor<br />
"Objets Nomades", com peças assinadas por designers<br />
famosos. Os irmãos Campana estão entre os colabores fixos<br />
da linha e apresentaram, este ano, a cadeira Bulbo como<br />
uma das novidades. Feita em tecido extremamente suave,<br />
a peça proporciona a sensação de ser abraçado por um<br />
flor de tropical.<br />
2<br />
o ponto de partida para a exclusividade<br />
2. VELOCIDADE DELUXE<br />
Inaugurada recentemente em Fortaleza, a britânica Triumph<br />
trouxe para a capital as famosas motocicletas admiradas em<br />
todo o mundo e por nomes como David Beckham e Ryan<br />
Gosling. Entre os modelos disponíveis, destaque para a Tiger<br />
800 XCX, com motor de três cilindros e 800cc, mais responsivo<br />
e mais leve, roda dianteira de 21 polegadas e o painel de<br />
instrumentos TFT colorido. Potência e requinte puros.<br />
3. CHEERS!<br />
Atemporalidade é a palavra-chave para bebidas inesquecíves,<br />
especialmente quando se trata de champanhe. Tanto que,<br />
de passagem por Fortaleza, a embaixadora da Perrier Jouet no<br />
Brasil, Victoria Sarro, destacou o concorrido Perrier Jouet Belle<br />
Epoque Brut 2011, eleito pela princesa Grace de Mônaco como<br />
seu favorito. A edição limitada do rótulo faz alusão à Belle<br />
Epoque, com direito a garrafa pintada à mão com desenhos<br />
de anêmonas japonesas.<br />
4. GLAMOUR DAS TELONAS<br />
Inspirada nos anos dourados da "Dolce Vita" no cinema,<br />
a nova coleção de joalheria da italiana Bvlgari celebra a<br />
extravagância da alta joalheria com referências cinematográficas.<br />
Em foco, o colar The Pirate Treasures, feito em ouro<br />
18K cravejado com quatro safiras de lapidação mista (sendo<br />
uma delas em forma de almofada) e nada menos que 188<br />
esmeraldas e 94 diamantes.<br />
3<br />
4<br />
1<br />
Incorporação registrada na 4ª zona sob o número R.02/41.859<br />
pronto para morar!<br />
156M² PRIVATIVOS<br />
3 E 4 SUÍTES<br />
A partir de R$ 1.472.000,00<br />
Informações: (85) 4042.1554<br />
R. Vicente Linhares, 777 - Aldeota<br />
Vizinho ao Colégio Santa Cecília<br />
112 MT Luxo 113
CONSUMO<br />
ECO Friendly<br />
Mais do que um caminho fashion a ser seguido, a sustentabilidade<br />
na moda é uma forte necessidade atual. E (ainda bem) grandes<br />
marcas de luxo começam a arregaçar as mangas e entrar de<br />
cabeça no movimento que se baseia em uma indústria consciente,<br />
com foco em tecnologias autossustentáveis que beneficiam, não só<br />
o meio ambiente como um todo, mas também os produtores<br />
das roupas que a gente usa. Listamos aqui grifes top of the list<br />
mundiais e outras nacionais que merecem atenção na hora de<br />
renovar o guarda-roupa.<br />
Calça Quitéria<br />
FLÁVIA ARANHA<br />
Óculos Allglam<br />
ALLWOOD<br />
A natureza<br />
faz melhor.<br />
Nós retribuímos.<br />
Chegou Naturágua ECO, água mineral com<br />
características únicas de qualidade, leveza<br />
e saúde, que já vem naturalmente da fonte com<br />
pH alcalino e com elementos essenciais da natureza.<br />
E a sua embalagem é produzida com 30% a menos<br />
de plástico, sendo mais fácil de reciclar.<br />
É mais vida pra você e para o meio ambiente.<br />
Blazer Estampado<br />
STELLA MCCARTNEY<br />
Chapéu de Palha<br />
REFORMATION<br />
Brincos Grena<br />
DESIGN CÔTÉ<br />
Menos<br />
30%<br />
de plástico<br />
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114 MT consumo 115
CARTAS PARA O CEARÁ<br />
Vida nova em<br />
um lar plural<br />
MORANDO EM AMSTERDÃ<br />
HÁ QUASE QUATRO ANOS,<br />
A PSICÓLOGA ADRIANA PESSOA<br />
ACUMULA DIARIAMENTE NOVAS<br />
EXPERIÊNCIAS MULTICULTURAIS<br />
POR JUSCELINO FILHO<br />
FOTOS ARQUIVO PESSOAL<br />
Tudo começou<br />
em setembro de<br />
2014. As férias em<br />
Amsterdã guardavam<br />
um futuro<br />
que a psicóloga<br />
Adriana Pessoa Lima certamente<br />
não esperava. Um encontro com<br />
amigos de uma amiga. Um flerte<br />
regado a interesses em comum<br />
pela Psicologia, a arquitetura de<br />
Niemeyer e a poesia de Drummond.<br />
Ela conhecera Paul, seu futuro<br />
marido, num jantar despretensioso.<br />
E muitas viagens, cartas, e-mails,<br />
mensagens de WhatsApp, ligações<br />
via Skype e 14 meses depois,<br />
a morada se fixaria em Amsterdã.<br />
De 31 de dezembro de 2015 até<br />
hoje, a capital da Holanda ganhou<br />
uma plaquinha de Lar, Doce Lar<br />
para a psicóloga brasileira.<br />
O queijo de Gouda, o museu<br />
Van Gogh, a casa de Rembrandt e<br />
a residência onde Anne Frank se<br />
escondeu com a família durante a<br />
2ª Guerra Mundial se avizinharam.<br />
A chegada de Adriana ao velho<br />
continente foi em pleno inverno,<br />
quando o dia amanhecia tarde e<br />
a noite aportava cedo. As bruscas<br />
mudanças climáticas deram<br />
trabalho para Adriana. “Estava<br />
acostumada que bastava colocar<br />
um vestido de alça e uma sandália<br />
rasteira para ir ao supermercado<br />
e, de repente, fazer coisas simples<br />
como essas passou a ser um<br />
ritual, já que é preciso estar<br />
agasalhado. Mas a gente acostuma.<br />
Carpe diem nunca fez tanto sentido.<br />
Se tiver sol, curta o máximo que<br />
pode, dez minutos depois pode ser<br />
tarde demais”, brinca.<br />
O domínio da língua é o maior<br />
desafio, conta Adriana, mas ser<br />
casada com um nativo a incluiu<br />
em círculos sociais que podem<br />
facilitar a prática. “Considero que<br />
falar a língua do país faz parte da<br />
integração na cultura e aumenta<br />
e muito as possibilidades de<br />
sucesso para o imigrante. É fato<br />
que os holandeses apreciam o<br />
estrangeiro querer aprender a<br />
língua deles. Mas a comodidade de<br />
se comunicar no inglês, que ajuda<br />
num primeiro momento, atrapalha o<br />
aprendizado do holandês. Tem que<br />
ser muito determinado e persistente<br />
para não se deixar levar pelo mais<br />
fácil”, explica.<br />
COTIDIANO DE EXPERIÊNCIAS<br />
Além da dedicação ao novo<br />
idioma, a psicóloga destaca,<br />
na rotina no novo lar, o intercâmbio<br />
cultural facilitado pela diversidade<br />
de nações que se congregam<br />
em Amsterdã. “Tenho amigas de<br />
lugares diversos do mundo como<br />
China, Turquia, Indonésia, Japão,<br />
Estados Unidos, França Colômbia,<br />
Venezuela e também brasileiras e<br />
holandesas”, contabiliza. Essa multiculturalidade<br />
facilitou também na<br />
adaptação profissional de Adriana,<br />
que hoje atende como psicóloga<br />
clínica tendo como público a comunidade<br />
de brasileiros residentes lá.<br />
O casamento da cearense,<br />
Amsterdã,<br />
por Adriana<br />
Pessoa<br />
descreve, foi como um conto de<br />
fadas emoldurado por parques<br />
floridos e um dia ensolarado,<br />
com direito a transporte dos<br />
noivos feitos em "táxi bike". “O táxi<br />
bike estava todo decorado de<br />
rosas vermelhas e com uma placa<br />
‘almost married’ atrás do banco<br />
onde sentamos. A moça que<br />
estava guiando era só felicidade e<br />
percebi que ela estava emocionada<br />
com o que estava presenciando,<br />
ao chegarmos no local da<br />
Visitar<br />
“A cidade dos moinhos,<br />
onde se pode experienciar<br />
a Holanda de antigamente,<br />
com visitação à fábrica de<br />
queijos e de tamancos de<br />
madeira. Chama-se Zaanse<br />
Schans, bem próxima de<br />
Amsterdã”.<br />
cerimônia, e detalhe, junto com<br />
o Paul porque ele se recusou a ir<br />
sozinho”, conta Adriana.<br />
LEMBRANÇAS DE CASA<br />
Junto de tantas descobertas<br />
e aprendizados reside também<br />
a saudade na rotina no Ceará.<br />
“Da convivência com a família,<br />
dos almoços combinados de última<br />
hora aos domingos, das festas de<br />
aniversários, do chá da tarde na<br />
casa da matriarca no sábado à<br />
Aproveitar<br />
“O Dia do Rei ou Koningsdag, que é<br />
comemorado em 27 de abril, feriado<br />
nacional. O país se colore de laranja,<br />
há festividades em todos os lugares<br />
para todas as idades”.<br />
Comer<br />
“De Silveren Spiegel, uma deliciosa experiência<br />
gastronômica, para quem aprecia<br />
comer com qualidade. O cardápio é<br />
variado, com opções para vegetarianos,<br />
assim como a carta de vinhos”.<br />
tarde, cheio de meninos correndo<br />
no meio da sala”, lista. Mas essa<br />
saudade trouxe lições, entre elas,<br />
a da valorização de cada instante,<br />
do agendamento das visitas,<br />
dos abraços e das lembranças<br />
que se desenharão nos encontros<br />
vindouros. “No fim das férias,<br />
temos a certeza que mesmo<br />
distantes fisicamente, os vínculos<br />
continuam intensamente ligados e<br />
que todos queremos mais e mais”,<br />
garante a psicóloga.<br />
116 MT CARTAS PARA O CEARÁ 117
alunos da Moda também terão<br />
o suporte de uma modateca,<br />
espaço de pesquisa<br />
com mostra de tecidos<br />
e materiais especializados.<br />
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Gestão. Também com-<br />
amantes da gastronomia.<br />
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põem o portfólio cursos<br />
A começar pelo Café, um<br />
a especiarias, raízes, ingre-<br />
Exclusivos, que serão re-<br />
ponto de encontro dentro<br />
dientes, aromas e compo-<br />
alizados em parceria com<br />
da Livraria Senac, onde os<br />
nentes de bebidas.<br />
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Para estimular a aprendizagem,<br />
a nova unidade abre<br />
espaço para o estudo dinâmico<br />
a partir de ferramentas<br />
tecnológicas como o Google<br />
For Education, plataforma<br />
e instituições internacionais,<br />
como a London College<br />
of Fashion e o The School<br />
of Life.<br />
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com a proposta de dar<br />
criativo para alunos, instrutores<br />
e pesquisadores,<br />
volta ao mundo ao redor<br />
tendo como estrutura para<br />
Inspirado nas mais modernas ambientações educacionais, o Serviço<br />
Nacional de Aprendizagem Comercial do Ceará traz para Fortaleza,<br />
a partir de agosto, uma unidade conceito, que une a inovação de<br />
do prato a partir de cardápios<br />
que criam uma referência<br />
da culinária tradicional<br />
interação uma sala Google.<br />
Os cursos de Moda no Senac<br />
avançados laboratórios e equipamentos com a metodologia de en-<br />
à contemporânea.<br />
Reference, por exemplo, dis-<br />
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todo o País.<br />
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reunir os amigos, aprender<br />
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118 MT CARTAS PARA O CEARÁ 119
ACONTECE<br />
Patricia<br />
e Amarilio Macêdo<br />
Fernanda Levy<br />
e Omar Macêdo<br />
OS CLIQUES DO<br />
ENLACE DE<br />
DANIELLE NINA E<br />
FILIPE TÁVORA<br />
Samuel Melo<br />
e Karolina Dias<br />
Bianca Menescal<br />
e Daniel Nogueira<br />
Fotos: Eri Nunes<br />
Aurora Pires, Filipe Távora,<br />
Danielle Nina<br />
e Ernesto Pires<br />
A<br />
arquiteta Danielle Nina e o economista Filipe Távora<br />
oficializaram a união em uma cerimônia belíssima<br />
na Igreja do Líbano, em Fortaleza. Após receber a<br />
benção, o casal comemorou com amigos e familiares no<br />
Complexo Colosso Fortaleza. Com o vestido deslumbrante<br />
assinado pela estilista Nanna Martinez, da grife paulistana<br />
Whitehall, Dani Nina disse o tão esperado “sim” para Filipe.<br />
A decoração contemporânea e inspirada na Grécia ficou<br />
por conta da Triart Eventos, assinada pela Alexia Fontes. O<br />
casamento seguiu uma linha leve, intimista e ao ar livre,<br />
como desejavam os noivos. A cerimonialista responsável<br />
pela organização do evento foi a querida Larissa Maia.<br />
Cláudia Marcos,<br />
Danielle Nina<br />
e Márcio Alessandro<br />
Ravi Macêdo<br />
e Bruna Magalhães<br />
Matheus Serrano<br />
e Eloá Bessa<br />
Marina Gonçalves<br />
120 MT ACONTECE 121
122 MT ACONTECE 123
ACONTECE<br />
Cláudio e Suyane Dias<br />
Branco, Beto e Ana<br />
Studart, Morgana<br />
e Ivens Dias Branco Jr.,<br />
Consuelo Dias Branco e<br />
Camilo Santana<br />
Deda, Beto<br />
e Duda Studart<br />
BETO STUDART É<br />
HOMENAGEADO COM<br />
MEDALHA IVENS<br />
DIAS BRANCO EM<br />
NOITE NO PALÁCIO<br />
DA ABOLIÇÃO<br />
Herbert e Gisela Vieira<br />
Aline e Igor Barroso<br />
Fotos: Alex Campêlo e Eri Nunes<br />
Ana e Beto Studart<br />
Uma homenagem especial. Um grande cidadão e<br />
empreendedor. Exemplo para as atuais e futuras<br />
gerações dentro do nosso Estado”. O Governador<br />
do Ceará Camilo Santana foi responsável por guiar a noite<br />
que marcou a entrega da Medalha Ivens Dias Branco,<br />
honraria que reconhece personalidades que contribuíram<br />
de maneira efetiva para o desenvolvimento econômico e<br />
social do Estado. O empreendedor que Camilo se refere<br />
acima é ninguém menos que Beto Studart, ovacionado<br />
ao subir ao palco para receber das mãos de Consuelo<br />
Dias Branco, presidente do conselho administrativo do<br />
Grupo M. Dias Branco, e do Governador, a condecoração.<br />
Confira mais cliques do prestigiado evento.<br />
Roberto Cláudio,<br />
Cândido Albuquerque<br />
e Cid Gomes<br />
Élcio Batista<br />
Cláudio<br />
e Suyane Dias Branco<br />
124 MT ACONTECE 125
Paulo, Cláudia e<br />
Iracema Vale<br />
e João Soares Neto<br />
Paulo André Holanda<br />
César Ribeiro<br />
Tiago e Eudoro Santana<br />
Enid Câmara e Circe Jane<br />
Ricardo Cavalcante<br />
e Beto Studart<br />
Pedro Alfredo<br />
e Kaliu Otoch<br />
Washington Araújo e<br />
Rosângela de Francesco<br />
Luciana Teixeira<br />
e Socorro França<br />
Águeda Muniz<br />
e Geraldo Luciano<br />
Auxiliadora e João Carlos<br />
Paes Mendonça<br />
Marcos<br />
e Fernanda Pacobahyba<br />
Aluísio Ramalho<br />
e Edgar Gadelha<br />
126 MT ACONTECE 127
ACONTECE<br />
Ticiana Rolim Queiroz<br />
e Márcia Travessoni<br />
Cintia Costa,<br />
Terezinha Andrade<br />
e Ana Studart<br />
SOLIDARIEDADE MOVEU<br />
HAPPY HOUR BENEFICENTE<br />
PROMOVIDO POR<br />
<strong>MÁRCIA</strong> <strong>TRAVESSONI</strong><br />
E GRUPO ANJAS<br />
Marianne<br />
e Lúcia Praciano<br />
Vilmar Ferreira,<br />
Luiza Caminha,<br />
Pe. Paulo Sérgio, Angela,<br />
Cleber e Felipe Cunha<br />
Fotos: Alex Campêlo<br />
Márcia Travessoni,<br />
Carol Bezerra<br />
Roberto Cláudio<br />
Márcia Travessoni, acompanhada do grupo<br />
de amigas Anjas, comandou um happy hour<br />
beneficente no Hotel Gran Marquise em prol<br />
da restauração da Paróquia Nossa Senhora do Carmo,<br />
localizada no centro de Fortaleza. O fim de tarde super<br />
envolvente contou com pocket shows de David Valente,<br />
Marcos Lessa e Giovana Bezerra. A mobilização em<br />
torno da restauração da igreja começou por iniciativa de<br />
Angela Cunha e Dora São Bernardo foi responsável por<br />
doar o projeto. A realização do evento não seria possível<br />
sem a ajuda de parceiros incríveis. Por isso, dedicamos<br />
os demais agradecimentos ao Hotel Gran Marquise, por<br />
oferecer o rooftop para o encontro e assinar o buffet<br />
da festa; a Mychele Sampaio e Cândida Portela, pela<br />
delicada decoração das mesas, com arranjos florais da<br />
Floricultura Casa de Flor e a Fátima Flores; a Tizziana<br />
Bem Casados, pelos deliciosos bolinhos entregues aos<br />
convidados; ao talentoso Raí Meirelles, da Ideemov<br />
Eventos, que assinou todo o cerimonial; e a LIFE Estética,<br />
que presenteou o público com vouchers especiais.<br />
Dora São Bernardo<br />
e Angela Cunha<br />
David Valente<br />
e Márcia Travessoni<br />
Raí Meirelles<br />
e Márcia Travessoni<br />
Giovana Bezerra<br />
128 MT ACONTECE 129
ACONTECE<br />
Gyna Machado,<br />
André Jucá, Beatriz Fiuza,<br />
Gerson Fonteles<br />
e Ana Maria Jucá<br />
André Jucá,<br />
Gyna Machado, Tânia<br />
e Roberto Macêdo<br />
ANDRÉ JUCÁ<br />
E GYNA MACHADO<br />
COMEMORAM<br />
20 ANOS DO GRUPO<br />
CLDO/CCO EM NOITE<br />
SOFISTICADA<br />
20 Anos<br />
do Grupo CLDO/CCO<br />
Airton<br />
e Fátima Boris<br />
Fotos: Eri Nunes<br />
Fernando e<br />
Márcia Travessoni<br />
O<br />
médico oftalmologista André Jucá e a esposa<br />
Gyna Machado comemoraram os 20 anos do<br />
Centro de Laser e Diagnose Ocular (CLDO) e do<br />
Centro Cearense de Oftalmologia (CCO). Como diretor<br />
clínico e cirúrgico do CLDO/CCO, André recepcionou os<br />
convidados no Espaço Coco Bambu por Toca, em uma<br />
noite marcada pela sofisticação. A data marcou o Dia<br />
Mundial da Saúde Ocular. A jornalista Natália Varela foi<br />
cerimonialista do evento e deu início à cerimônia formal<br />
do aniversário. Em seguida, André Jucá subiu ao palco<br />
para agradecer aos médicos e empresários presentes<br />
por tornarem possível esse grande dia de conquistas.<br />
O grupo CLDO/CCO foi criado por André Jucá no fim da<br />
década de 1990. Hoje em dia, o espaço é referência em<br />
qualidade oftalmológica, atendimento humanizado e<br />
atividades de ensino e pesquisa. Outro momento que<br />
também fugiu do protocolo foi protagonizado pelo Dr.<br />
Javier Yugar. Representando toda a equipe médica do<br />
grupo CLDO/CCO, ele fez um agradecimento emocionado<br />
à André e Gyna pelo seu compromisso com o trabalho<br />
humanizado e a valorização do bem-estar social.<br />
André Jucá,<br />
Gyna Machado,<br />
Natália Varela<br />
e Magno Alves<br />
Adriano<br />
e Regina Costa<br />
George<br />
e Flávia Carneiro<br />
130 MT ACONTECE 131
ACONTECE<br />
Eduardo Figueiredo,<br />
Lissa Telles Chaves<br />
e Eliza Figueiredo<br />
Fernando e<br />
Márcia Travessoni,<br />
Tatiane<br />
e Everardo Telles<br />
RODEADA DE GENTE<br />
QUERIDA, LISSA<br />
TELLES CHAVES<br />
FESTEJOU SEUS 15<br />
ANOS NO LA MAISON<br />
Aniversário de Lissa<br />
Telles Chaves<br />
Emanuel Telles<br />
e Carlos Alberto<br />
Fotos: Alex Campêlo<br />
Aniversário<br />
de Lissa Telles Chaves<br />
Muita emoção no aniversário de 15 anos de Lissa<br />
Telles Chaves, realizado no Salão Cidade do La<br />
Maison. Vestindo uma deslumbrante criação<br />
de Lino Villaventura, com beauty de Dudu Ferreira,<br />
a herdeira de Aline Telles Chaves e Emanuel Chaves<br />
recebeu os convidados com grande elegância. A tão<br />
aguardada dança da debutante foi um dos momentos<br />
mais comoventes da noite: Lissa desfilou junto com o<br />
pai, o avô Everardo Telles e o irmão Emanuel Filho pelo<br />
salão, encantando ainda mais os amigos e a família<br />
presentes. Branca Mourão assinou toda a decoração<br />
da festa. Inspirada na delicadeza da debutante, ela<br />
encheu o salão com os mais diversos tons de rosa,<br />
dando um toque lúdico a cada detalhe. Já Mafrense<br />
Sousa e sua equipe comandaram o cerimonial da<br />
noite com maestria para que tudo saísse perfeito.<br />
Aniversário<br />
de Lissa Telles Chaves<br />
Heloísa Telles<br />
e Heloísa Melo<br />
Raimundo,<br />
Irene, Cristiane<br />
e Ricardo Viana<br />
Melaine Diogo<br />
132 MT ACONTECE 133
ACONTECE<br />
Caterina e José de<br />
Oliveira, Natércia Saboya,<br />
Fernando Victor<br />
Laprovitera, Elusa e<br />
Totonho Laprovitera<br />
Natércia<br />
e Victor Laprovitera<br />
NATÉRCIA SABOYA E<br />
FERNANDO VICTOR<br />
LAPROVITERA<br />
SELAM UNIÃO<br />
EM CERIMÔNIA<br />
INTIMISTA<br />
Flávia e Carla Laprovitera<br />
Paula<br />
e Silvio Frota<br />
Fotos: Eri Nunes<br />
Nara Hope<br />
Natércia Saboya e Fernando Victor Laprovitera,<br />
filhos de Caterina e José de Oliveira e Elusa e<br />
Totonho Laprovitera respectivamente, escolheram a<br />
Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para selarem<br />
oficialmente sua união. Em seguida, o casal recepcionou<br />
os familiares e os amigos com uma festa intimista no<br />
Restaurante La Raclette. “Acredito que nosso carinho já<br />
veio herdado de sangue. De lá pra cá, tanto Naná como<br />
eu ganhamos um do outro novas famílias e novos amigos.<br />
Fomos abraçados, reciprocamente, por todos eles. Dessa<br />
forma, decidimos que para celebrar nossa união seria<br />
indispensável contar com quem m ais nos deu carinho<br />
e amizade em toda essa jornada”, completou Fernando.<br />
Totonho<br />
e Elusa Laprovitera<br />
Rodrigo Frota<br />
e Bruna Walesca<br />
Vitor Frota e Dani Eloy<br />
Joana Laprovitera<br />
134 MT ACONTECE 135
ACONTECE<br />
Vander Costa,<br />
Beto Studart<br />
e Chiquinho Feitosa<br />
Sérgio Saboya,<br />
Rafael Leal,<br />
Odilon Peixoto,<br />
Adelson Viana<br />
e Paulo Tinoco<br />
FETRANS<br />
COMEMORA<br />
30 ANOS E<br />
HOMENAGEIA<br />
BETO STUDART<br />
Dimas Barreira<br />
e Jadson Cruz<br />
Ana e Beto Studart<br />
Fotos: Eri Nunes<br />
Águeda Muniz<br />
e Ana Maria Studart<br />
A<br />
Federação das Empresas de Transportes de<br />
Passageiros do Ceará, Piauí e Maranhão (FETRANS)<br />
realizou solenidade de entrega da 17ª edição do<br />
Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar, no auditório do<br />
SEST/SENAT Fortaleza. Dez empresas de transporte<br />
foram premiadas durante o evento, que neste ano<br />
também celebrou os 30 anos de fundação da Federação.<br />
A solenidade foi prestigiada por autoridades do setor,<br />
como o presidente da Confederação Nacional do<br />
Transporte, Vander Costa, e o presidente da Federação<br />
das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Beto Studart.<br />
Inclusive, o industrial cearense recebeu homenagem<br />
especial das mãos do Presidente da FETRANS,<br />
Chiquinho Feitosa, com o Troféu Destaque Ambiental.<br />
Artur Bruno<br />
e Ricardo Cavalcante<br />
Chiquinho<br />
e Lucinha Feitosa<br />
Naumi Amorim<br />
e Luiz Guimarães<br />
136 MT ACONTECE 137
ACONTECE<br />
Mariah Fujita,<br />
Valmir Torres, Luiz Victor<br />
Torres, Sandra Fujita<br />
e Rogério Torres<br />
Lívio Parente<br />
e Joana Ramalho<br />
LUIZ VICTOR<br />
TORRES CHEGA<br />
A NOVA IDADE<br />
COM FESTÃO 20S<br />
Bianca Cipolla<br />
e Rodrigo Maia<br />
Netinho Bayde<br />
e Nicole Pinheiro<br />
Fotos: Alex Campêlo<br />
Diva Bezerra<br />
e Luiz Victor Torres<br />
O<br />
glamour e a boemia dos anos 20 em Nova York<br />
foram a inspiração para a festa de aniversário do<br />
influencer Luiz Victor Torres, no Viriato Buffet. Os<br />
convidados ousaram no dress code inspirado no filme<br />
“Great Gatsby” e o resultado foi um espetáculo de beleza e<br />
sofisticação. Para entrar no clima dos anos 20, Mirella Bessa<br />
criou uma decoração pautada na Art Déco. A Doceville, de<br />
Manuela Weyne, assinou o incrível bolo dos parabéns,<br />
inspirado nas cores da festa. Uma novidade que agradou<br />
aos convidados foi uma parede decorada apenas com bem<br />
casados e a mesa posta pelo Viriato especialmente para<br />
sobremesas, com brownie desconstruído e mil folhas no<br />
metro, tendência gastronômica que vem ganhando cada<br />
vez adeptos no Brasil.<br />
Felipe Queiroz Rocha e<br />
Paulinha Sampaio<br />
Roberta Borges,<br />
Carla Diógenes,<br />
Fernanda Borges<br />
e Priscila Medeiros<br />
Juvêncio Viana<br />
e Ana Gregory<br />
Amanda Rebouças<br />
138 MT ACONTECE 139
ACONTECE<br />
Enzo, Manoela, Marina<br />
e Márcio Crisóstomo<br />
Márcia Travessoni<br />
e Ticiana Rolim<br />
<strong>REVISTA</strong> <strong>MÁRCIA</strong><br />
<strong>TRAVESSONI</strong> 12 É<br />
LANÇADA EM NOITE<br />
DE PRESTÍGIO NO<br />
ESPAÇO COCO<br />
BAMBU POR TOCA<br />
Toca Couto<br />
e Cláudio Rocha<br />
Daniela<br />
e Afrânio Barreira<br />
Fotos: Alex Campêlo e Eri Nunes<br />
Felicidade Cordel<br />
e Waldonys<br />
Estampando a capa da 12ª edição da Revista<br />
Márcia Travessoni, o cirurgião plástico, expert<br />
em transplante capilar, Márcio Crisóstomo, era só<br />
alegria durante a festa de lançamento da nova edição,<br />
que agitou o Espaço Coco Bambu por Toca com a incrível<br />
trilha sonora de Waldonys e de Felicidade Cordel, além<br />
do pocket show afinado de Gabi Willis e o melhor do jazz.<br />
Repleto de presenças especiais, o evento ganhou finger<br />
foods assinadas pela Toca Fina Cozinha e bebidinhas<br />
refrescantes da One, Two Drink!. No final do encontro,<br />
os convidados ganharam alfajores da Biscoitos Briejer.<br />
O mestre dos bastidores, Raí Meirelles, juntamente<br />
com toda a equipe da Ideemov Eventos, comandou<br />
a logística do evento lindamente. Aos cliques!<br />
Waldonys<br />
Geraldo Luciano,<br />
Águeda Muniz<br />
e Élcio Batista<br />
Narcélio Grud,<br />
Dodora Guimarães<br />
e Cadeh Juaçaba<br />
Dani Gondim<br />
140 MT ACONTECE 141
José Guedes<br />
e Stela Rolim<br />
Dani Eloy,<br />
Roberta Juaçaba,<br />
Flávia Laprovitera<br />
e Márcia Teixeira<br />
Denise Tomaz,<br />
Mardhen e Marília Araújo<br />
Moésio Pereira<br />
e Márcia Travessoni<br />
Maria Vital, Márcia e<br />
Fernando Travessoni<br />
Márcia Travessoni<br />
e Ethel Rios<br />
Brígida Frazão,<br />
Emília Buarque<br />
e Mauro Costa<br />
Raí Meirelles,<br />
Márcia Travessoni<br />
e Lucas Farias<br />
Denise Bezerra<br />
e Gil Santos<br />
Márcia Travessoni,<br />
Maurício Filizola<br />
e Laura Paiva<br />
Gabi WIllis<br />
Georgiana Sales,<br />
Fabiana Moretti<br />
e Juliana Sales<br />
Mileide Mihaile<br />
142 MT ACONTECE 143
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144 MT HUMANIZADO<br />
Serviço 145
PODEROSA<br />
ESSÊNCIA<br />
Por Helena Colares Serpa<br />
A DOR TRANSFORMADA EM AMOR<br />
Quando confiamos na ação de Deus na nossa vida,<br />
tudo o que nos acontecer poderá ser suportado e até<br />
transformado, segundo o nosso entendimento da Sua<br />
palavra que é luz para os nossos passos e força para a<br />
nossa caminhada. Foi assim que consegui enfrentar a<br />
maior dor que alguém pode sentir, a dor de perder um<br />
filho com 24 anos de vida. Ele tinha projetos profissionais,<br />
pensava em viajar, em casar e constituir família.<br />
Porém, as suas aspirações foram desfeitas como se<br />
desfez também com ele o carro que conduzia naquela<br />
noite de Carnaval, no dia 1º de março de 1992.<br />
Desde o primeiro momento em que recebi a notícia<br />
do acidente, senti meu coração em paz e o sentimento<br />
de que aquele acontecimento não poderia me deixar<br />
desesperada ou revoltada. Pelo contrário, apossei-me<br />
do que já havia entendido da palavra de Deus e<br />
procurei nas entrelinhas o que Ele havia providenciado<br />
para que eu continuasse vivendo feliz e cumprindo com<br />
a minha missão.<br />
Tive a confirmação de que no mundo eu poderia<br />
passar por qualquer dificuldade, qualquer sofrimento e<br />
sentir-me, ainda assim, feliz, consolada e, o mais importante,<br />
poderia sentir alegria e esperança e perceber<br />
que, voltando-me para os que estavam sofrendo,<br />
eu encontraria razão de viver.<br />
Servir a Deus através daqueles que Ele me<br />
mostrasse passou a ser o único objetivo da minha vida.<br />
E foi na juventude que o Senhor me mandou depositar<br />
o olhar. Ao mesmo tempo em que Ele me inspirava<br />
para acolher a juventude, me mostrava que ela seria<br />
a salvação para as famílias agonizantes. A dor que<br />
eu sentia foi assim se transformando em amor e eu<br />
percebi, então, sentido para o meu sofrer.<br />
No dia 21 de julho de 1992, quatro meses após a<br />
morte do meu filho, reuni pela primeira vez, na minha<br />
casa, 22 jovens de diversas idades, formando o Grupo<br />
Um Novo Caminho. O propósito era que esses jovens,<br />
por meio da oração, do louvor, da reflexão da palavra<br />
de Deus, de palestras, de testemunhos e da partilha de<br />
suas histórias, descobrissem juntos o sonho de Deus<br />
para suas vidas e para a humanidade.<br />
Juntos, fomos percebendo que o Senhor nos<br />
conscientizava a pôr em prática um projeto revolucionário<br />
de amor que seria apreendido em comunidade,<br />
mas teria que ser vivido, expressado, testemunhado e<br />
concretizado na família. No ano de 2002, então, fomos<br />
motivados a formar a Comunidade Católica Missionária<br />
Mariana Um Novo Caminho, uma escola onde os jovens<br />
aprendem a amar aqui na terra com o amor que une a<br />
família do céu, para que, nas suas famílias, eles possam<br />
vivenciar a misericórdia, a compreensão e a alegria com<br />
as coisas simples.<br />
→ → HELENA COLARES SERPA É FUNDADORA DA COMUNIDADE UM NOVO CAMINHO E TEM<br />
A FRASE “TUDO FAZER POR AMOR” COMO SEU LEMA DE VIDA. ALÉM DE ATIVIDADES DE<br />
ORAÇÕES, MISSAS E ADORAÇÕES, O GRUPO REALIZA RETIROS E AÇÕES SOCIAIS.<br />
146 MT MT Poderosa Essência 147
148 MT