LIVRO 30 ANOS_ STCP
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em suas áreas de atuação: meio ambiente e florestas, engenharia industrial; planejamento,<br />
economia e mercado; desenvolvimento e qualidade.<br />
É interessante mencionar que o início do século XX, o Brasil importava madeira serrada<br />
de coníferas da Finlândia, Canadá e EUA. Efetivamente a indústria florestal brasileira passou a<br />
existir apenas após a Primeira Guerra Mundial, evoluindo no Sul com as florestas de araucária,<br />
permitindo que o país se tornasse um exportador. No entanto, o crescimento da indústria<br />
florestal baseada na araucária não foi sustentável. Nos anos 1960, criaram-se programas de<br />
desenvolvimento para o setor, com incentivos fiscais para o reflorestamento. “O setor florestal<br />
brasileiro atual é o resultado de políticas de desenvolvimento criadas e implementadas há<br />
mais de 40 anos. Essas políticas beneficiaram o setor privado, o qual respondeu com novos<br />
investimentos, dando sustentabilidade econômica ao processo. Portanto, a evolução histórica<br />
do setor florestal no Brasil não foi fruto do mero acaso baseado na pródiga natureza, mas de um<br />
processo induzido a partir de estratégias de desenvolvimento.” 6<br />
Em estudos realizados em 1999, a <strong>STCP</strong> detectou um descompasso entre a demanda e a<br />
oferta da madeira de reflorestamento, o que se tornou conhecido como um possível “apagão<br />
florestal”. Isso trouxe de volta a discussão governamental relacionada às áreas de florestas,<br />
até então muito concentrada em aspectos ambientais. Permitiu também a atração de novos<br />
investimentos para o setor. “A síndrome do apagão, o desenvolvimento da siderurgia, o<br />
aumento das exportações e outros fatos foram decisivos para uma mudança de percepção<br />
quanto à importância do setor florestal para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental<br />
do Brasil e isso tem contribuído para o crescimento da área plantada.” 7 Como resultado, o<br />
Ministério do Meio Ambiente lançou o Programa Nacional de Florestas - PNF, visando garantir<br />
o crescimento do setor.<br />
Sobre o assunto, Joésio esclarece que no Brasil existe uma cultura de defender a opinião<br />
de que o uso das florestas tropicais não deve ser feito. Por outro lado, há por parte do governo<br />
brasileiro limitações de financiamento para atividades industriais florestais usando recursos<br />
das florestas tropicais. Exemplifica a questão ao relatar que: “Esteve conosco em 1998, um<br />
empresário do Mato Grosso e nos convidou a desenvolver um projeto florestal para uma área de<br />
cem mil hectares. Elaboramos um projeto integrado, para conseguir financiamento do BNDES.<br />
Isso não é fácil, mas nós conseguimos elaborar o melhor projeto industrial de floresta tropical<br />
em âmbito mundial, com todas as características ambientais atendidas e, mais, foi o primeiro<br />
Uma Empresa Global<br />
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