RCIA - ED. 128 - MARÇO 2016
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RICARDO SIMÕES<br />
A euforia toma conta dele<br />
permanentemente. Talvez<br />
seja essa disposição que o<br />
tenha levado a ser um atleta<br />
comprometido com medalhas<br />
e troféus, defendendo a cidade<br />
que o considera um dos<br />
mais ilustres filhos no campo<br />
esportivo. Ricardo Simões é<br />
uma das raridades na natação<br />
de Araraquara, conseguindo<br />
fazer dela, parte da sua<br />
própria vida. Também foi a<br />
natação que o incentivou a ser<br />
professor de educação física e<br />
a conviver com a comunidade.<br />
Sempre recordista e campeão<br />
Houve-se o tempo em que a Ferroviária<br />
não tinha apenas o futebol como carro-chefe<br />
promocional da cidade e do estado de São<br />
Paulo; ela também pôde se orgulhar de outra<br />
modalidade que colheu bons frutos. Não<br />
que o atletismo não tenha sido importante.<br />
Claro que foi. Mas a natação foi um marco<br />
até mesmo para o Complexo Aquático que<br />
ainda está presente na Fonte Luminosa.<br />
Um daqueles pupilos que tinha Paulo<br />
Sampaio e Antônio Carlos Orselli como<br />
mentores, é Ricardo Simões. Quando ainda<br />
praticava natação apenas por diversão<br />
nos clubes da época, o garoto de apenas<br />
15 anos foi convidado a integrar a equipe<br />
de natação da Ferroviária através do “seo<br />
Olavo da Farmácia”, seu primeiro treinador.<br />
“Treinando com essas pessoas, mais<br />
Marco Batelli, Fausto Mariottini, Gama Ângelo<br />
e Silvio Pierobon, logo de cara o meu<br />
desempenho dentro da piscina foi melhorando<br />
e comecei a participar de competições<br />
na cidade, até mesmo de Jogos Regionais,<br />
como foi o caso em 1961, no meu<br />
primeiro ano na Ferroviária”.<br />
Porém, foi em 1965, nos Jogos Abertos,<br />
realizado em Santos, que Ricardo Simões<br />
conseguiria um feito inédito para um atleta<br />
da natação do interior paulista. “Naquela<br />
competição fui o primeiro nadador do interior<br />
a fazer a marca abaixo de 1 minuto, que<br />
era do nadador olímpico Manoel dos Santos.<br />
Cravei 58s01. Isso na época causou um<br />
grande alvoroço (risos)”. Ricardo Simões estava<br />
consagrado.<br />
Com a boa estrutura que o complexo<br />
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Hoje, Simões possui o bar Cazuza’s, homenageando a Ferroviária<br />
Segunda Travessia<br />
do Clube Náutico<br />
em 1966, uma das<br />
mais importantes<br />
competições do<br />
interior paulista.<br />
Saturnino e<br />
Ricardo Simões<br />
empatam e ficam<br />
com o primeiro<br />
lugar<br />
oferecia, Ricardo permaneceu na Ferroviária<br />
por quatro anos. Ele nunca se esquece<br />
da rotina de treinamentos. Os nadadores<br />
que estudavam chegavam às 6h da manhã<br />
com a piscina sendo liberada para treinamentos;<br />
nela os atletas ficavam até às 8h,<br />
quando tinham que ir para a escola. A rotina<br />
dentro da água continuava no período<br />
da tarde.<br />
“A diretoria da Ferroviária nos dava tudo.<br />
Além de ceder o espaço para treinamento,<br />
nos davam alimentação, hospedagem e o<br />
transporte quando o time de futebol não<br />
usava o ônibus, para viajarmos. Às vezes<br />
íamos até de trem nas cidades próximas.<br />
Juntando todas as categorias, desde o infantil<br />
ao adulto, eram cerca de 60 pessoas”.<br />
Dos fatos curiosos, Simões recorda a<br />
primeira ida para os Jogos Abertos realizado<br />
em Marília em 1961. Acompanhado<br />
de Trevisan e Pierobon, os três calouros<br />
da natação da cidade tiveram os seus<br />
corpos pintados de azul, o que fazia parte<br />
do “trote” da época. “Quando chegamos<br />
para treinar, o fiscal não deixou a gente<br />
entrar na piscina, dizendo que estávamos<br />
“doentes”. Para tirar aquela tinta do corpo<br />
só com esponja de aço e sapólio (risos)”.<br />
Sempre provocador, o nadador não<br />
deixava de falar na orelha do adversário<br />
antes de pular para a piscina. “Eu sempre<br />
me poupava nos qualificatórios para chegar<br />
bem na final da prova. Certa vez um