RCIA - ED. 143 - JUNHO 2017
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ESPECIAL<br />
AVENTURAS DO FUTEBOL<br />
Folclórico<br />
Milton<br />
Cardoso<br />
Ex-presidente da Ferroviária<br />
conta à Revista Comércio,<br />
Indústria e Agronegócio,<br />
passagens históricas e<br />
cômicas da época em que<br />
era presidente do clube.<br />
Milton Cardoso não é mais o mesmo.<br />
Os cabelos estão brancos. A fala ganhou<br />
timbres mais baixos. A pressão de ser<br />
presidente de um clube de futebol o fez<br />
cansar um pouco do esporte. Ou, quem<br />
sabe, ele enjoou de tudo isso por ter<br />
visto de perto tantas falcatruas envolvendo<br />
dinheiro e queda de braço de poderes,<br />
principalmente, que ilustram os<br />
bastidores deste universo.<br />
Foi assim que recebemos o admirável<br />
Milton Cardoso em nossa redação.<br />
Só que entre nós, ficou a pergunta:<br />
Quem disse que ele esqueceu sua<br />
maior paixão? Paixão esta que Araraquara<br />
inteira sabe qual é: a Ferroviária.<br />
Atual membro do conselho administrativo<br />
do clube e um dos acionistas da<br />
Ferroviária S.A, Milton adora contar histórias<br />
do tempo em que foi presidente<br />
do clube, de 1998 a 2002. Casado e<br />
pai de três filhos, também é, atualmente,<br />
conselheiro da ACIA (Associação<br />
Comercial e Industrial de Araraquara).<br />
Presidiu no ano passado, de 1º de abril<br />
a 31 de dezembro, a Fundesport.<br />
Mesmo frequentando a Fonte Luminosa<br />
desde a infância, pode-se dizer<br />
que praticamente trinta anos de seus<br />
62 são coloridos, profissionalmente,<br />
pela nobre cor grená.<br />
Seu trabalho junto à AFE começou<br />
em 1988, quando passou a integrar o<br />
Aos 62 anos, Milton diz que não tem pretensões em voltar a ser presidente da Locomotiva<br />
conselho deliberativo onde ficou por<br />
dez anos, sendo eleito presidente como<br />
candidato único, sucedendo Mário Joel<br />
Malara, que estava substituindo interinamente<br />
Antônio Parelli Filho.<br />
Na verdade, a história quis que o<br />
seu nome esteja gravado na memória<br />
do afeano muito mais pelo extra campo<br />
do que pelas ações do time dentro das<br />
quatro linhas. Naquele tempo, a verba<br />
dedicada para o esporte era escassa.<br />
Sua postura pode ser considerada ‘folclórica’,<br />
indo na contramão do rótulo<br />
‘futebol moderno’, determinação atual<br />
e que ainda incomoda muita gente.<br />
Suas polêmicas envolvendo (principalmente)<br />
arbitragem ganharam o<br />
Brasil. Foi taxado de louco ou maluco<br />
muitas vezes. Junto à imprensa esportiva,<br />
ficou conhecido como ‘Dom Quixote<br />
do Interior’, ‘Eurico Miranda do Interior’<br />
ou ‘o novo Rípoli do interior’, este dado<br />
por Milton Neves. Briguento, foi suspenso<br />
duas vezes pelo Tribunal de Justiça<br />
Desportiva.<br />
Vale dizer que seu carisma junto<br />
ao torcedor da Ferroviária era extremo,<br />
fato que perdura até hoje. À época, ele<br />
organizava caravanas para os jogos<br />
fora de Araraquara, viajando junto, nos<br />
ônibus, com toda a galera grená. Milton<br />
também soltava muitos fogos de artifícios<br />
antes, durante e depois dos jogos.<br />
“Até hoje o pessoal comenta da minha<br />
trajetória. Recentemente, fiz um DVD<br />
com as passagens mais marcantes e,<br />
às vezes, flagro o pessoal assistindo<br />
esse material em bares da cidade. Pra<br />
mim é muito gratificante. Quero fazer<br />
um livro em breve”, avalia.<br />
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