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Jornal Aacel 27

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COMER MERDA, NOVO E PERIGOSO DESAFIO Atualmente não tempos escolha de como viver<br />

VIRAL ENTRE JOVENS: COMPETEM ENTRE SInossas próprias vidas da forma como realmente desejamos,<br />

PARA VER QUEM AGUENTA MAIS TEMPO NAentão escolhemos viver FORA DO MAPA.<br />

MERDA.<br />

Somos jovens prontos para agir, somos inspirados<br />

Após o perigoso jogo viral da baleia azul, queem criar melhores altrnativas para as pessoas. Queremos<br />

induziu vários jovens ao suicídio, o “desafio da águadar corpo às nossas ideias políticas. Então extraímos da<br />

quente”, que consistia em despejar água fervendo sobre ogrande utopia o que é possível de fazer aqui e agora, como<br />

rosto e o desafio “gelo e sal”, que provocou fortescuidamos do futuro. Aceditamos que podemos fazer nosso<br />

queimaduras na pele de várias pessoas, surgiu outromelhor no presente.<br />

perigoso desafio: o desafio de “cobrar merda”.<br />

Submetem-se a jornadas laborais desgantantes por<br />

um salário ridículo, disputando quem aguenta mais<br />

tempo”, explica a psicóloga Maite Ramiro, expert em<br />

jovens e adolescentes. “Como é habitual nesses casos, a<br />

prática se extende por imitação sob a pressão do entorno,<br />

que considera, considerando que se não adere à moda és<br />

um covarde”, conclui. As consequências deste jogo<br />

macabro são nefastas: sensação de constante exaustão,<br />

empobrecimento das condições de vida, baixa autoestima e<br />

aversão ao trabalho.<br />

“Começam bem pequenos com o “olha mamãe,<br />

sem as mãos” e passam para o “olha mamãe, sem<br />

salário””, sentencia a mãe de Juan L., um dos jovens que<br />

aderiu faz alguns meses à moda do trabalho precário. “Os<br />

Nós vivemos nesse mundo mas vivemos FORA DO<br />

mais atrevidos trabalham sem contrato assinado, sem<br />

MAPA, isso não significa que viramos as costas ao que<br />

seguro social, sem nada, saltando no vazio”, explica<br />

acontece à nossa volta. Ao invés disso, nos apoiamos uns<br />

Ramiro. “Ter um contrato definido se considera<br />

aos outros e trocamos energia para destruir a máquina por<br />

vergonhoso, como ser virgem”, diz.<br />

dentro. Mas nós não destruímos sem um propósito,<br />

A propagação deste desafio é difícil de evitar, pois<br />

queremos destruir a civilização e criar um novo lugar,<br />

seus adeptos conseguem os trabalhos mal remunerados<br />

melhor para todos os seres vivos, a verdadeira harmonia na<br />

através da internet, seja em contato direto com as empresas<br />

terra.<br />

ou mediante portais de emprego. “No caso das menina a<br />

Nos desafiamos a sonhar e estamos vivendo nossos<br />

moda passa também por trabalhar em locais onde são<br />

sonhos. Nós imaginamos um mundo paralelo e vivemos<br />

escolhidas apenas por seu aspecto físico, metendo-se em<br />

nesse mundo FORA DO MAPA.<br />

verdadeiros antros que colocam ao limite sua resistência<br />

Nós percebemos como as gerações mais novas<br />

física e psiquíca”, alerta a psicóloga.<br />

caem na alienação diariamente, eles caem em armadilhas<br />

“O drama é que quando conseguem superar o<br />

criadas pelo sistema, que é o cérebro desse esquema<br />

desafio não podem contar a ninguém porque todos os seusmaquiavélico.<br />

amigos estão trabalhando”, explica a mãe de Juan. Quando Neste contexto, a cidade (acreditamos ser este<br />

querem se dar conta, disse a mulher, “não têm amigos, nemponto concreto de nosso antagonismo) é o palco de nossas<br />

vida, nem nada”.<br />

pricipais ações, mas civilização e sua mentalidade estão<br />

espalhadas por todo o globo. É na cidade queremos<br />

introduzir nossos ideais, enquanto aprendemos com<br />

Viver FORA DO MAPA é questionar autoridade a<br />

experiências passsadas que sobrevivemos com dificuldade<br />

todo instante, escapar de todo tipo de controle e tomar<br />

e continuamos resistindo porque sabemos que é possível<br />

nossas vidas de volta de quem ou o que a tenha roubado de<br />

viver FORA DO MAPA. Em casas abandonadas, após a<br />

nós.<br />

reconstrução, seremos capazes de viver nossas ideias com


pessoas como nós. Esses locais mágicos são essenciais epseudo-vida dentro do capitalismo é o trabalho assalariado.<br />

lógicos como resposta a tudo que nós não aceitamos, diretaFomos separados violentamente dos meios de vida,<br />

e indiretamente, e a tudo que queremos recusar: impondo-se assim o trabalho assalariado, reduzindo cada<br />

consumismo cego e desnecessário, drogas, víciospessoa a um trabalhador, como marcando uma mercadoria<br />

televisivos e computadores, regras sociais como café ecom um preço, igual as mercadorias que ele produz. E<br />

cigarros, marcas legais, bares e lojas da moda etc, e empodemos experimentar sem assombros a aberração<br />

poucas palavras qual o crime de pessoas sem teto ou nãocotidiana. Por isso não exigimos melhores salários, não<br />

aproveitarem os espaços vazios abandonados?<br />

queremos melhores o sistema, nem lutar para que nos<br />

Nós queremos restaurar certa integridade eaçoitem com varas mais salubres, queremos o fim da<br />

fortificar boas interações sociais, nós inventamos novassociedade de classes, queremos tomar os meios de nossas<br />

maneiras de se divertir, de liberar toda energia em coisaspróprias vidas, produzir para nossas necessidades e não<br />

positivas, realizando alternativas ao estilo de vida urbano. para as necessidades da economia capitalista.<br />

Acreditando que podemos ser melhores juntos mais uma E com respeito aos governos o que podemos dizer?<br />

razão para encontrar lugares comuns.<br />

A liberdade supera qualquer postulado teórico que se<br />

Pessoas estão vivendo sem amor em seus corações, quiser expressar. Afirmamos que o problema não é quem<br />

sem sonhos e sem objetivos a realizar, apenas medonos governe, o problema é que nos governem, direita e<br />

incondicional.<br />

esquerda são os extremos da mesma ditadura. A direita nos<br />

Nos insurgimos contra a apatia humana, futilidade, diz que a esquerda é anti-democrática porque é ditatorial, a<br />

trivialidade e evolução urbana descontrolada<br />

esquerda nos diz que a direita é um atropelo à democracia.<br />

FORA DO MAPA é um lugar livre da alienação eA verdade queda exposta, sem direita e esquerda não há<br />

opressão, onde sonhos se realizam, onde podemos pensardemocracia, se completam para levá-la adiante e perpetuá-<br />

defendê-la em seus momentos mais críticos, temem um<br />

por nós mesmos. Aqui nós olhamos para as camadas alémla,<br />

da informação.<br />

mundo no qual sua representatividade se torna um<br />

Este espírito incansável irá nos guiar à estapa final, pesadelo, temem por suas vidas e seus patrimônios se<br />

a autosuficiência. Comece fazendo por você.<br />

alguma vez é abalado seu “paraíso democrático”. A isto<br />

Mais um dia e todos nós caíremos… mais um dia enos mostram apenas uma variante: a ditadura militar,<br />

todos morremos. Estamos alcançando o fim, o ponto semquando os capitalistas vêem ameaçados seus interesses ou<br />

volta. É hora de todos nós nos levantarmos e lutarmos. desejam incrementá-los apelam à força bruta e ao<br />

LEVANTARMOS E ENFRENTARMOS A MÁQUINAextermínio, o tipo de governo é circunstancial, foram<br />

DA MORTE!<br />

centros clandestinos de detenção, sequestros ilegais, hoje<br />

O PLANETA TERRA ESTÁ SENDOprisões abarrotadas de presos em perfeita legalidade,<br />

ASSASSINADO. Está chorando por piedade. Sem ar, águagatilho fácil, miséria material. Hoje como ontem o<br />

e comida não há futuro. Sem futuro, sem esperança. caminho deve ser o da luta, não apenas a memória e o<br />

Destruir nosso meio ambiente é suicídio global, repúdio ao genocídio, é preciso erradicar as causas que o<br />

porque GUERRA CONTRA A NATUREZA É GUERRAfizeram possível, e não cremos que o estado se suicide<br />

CONTRA NÓS MESMOS.<br />

desarticulando as forças repressivas; devemos destruí-lo<br />

Toda vida sobre a terra transformada em pó, dandomediante a luta e a imposição brutal de nossos desejos.<br />

lugar a uma terra devastada de desespero. A vida O progressismo e o reformismo, em todas as suas<br />

desaparecendo enquanto o pó voa no vento e logo teremosvariantes, intentam dissimular o antagonismo de classe, ou<br />

nada além de lembranças.<br />

torná-lo menos evidente, degenerando as lutas em<br />

Homens alimentando-se de homens, brutalidadelegalismos e parcialidades, para que se “mude tudo sem<br />

num tempo de caos, ruínas de sonhos e terra devastada. mudar nada” e os detalhes acabam fazendo esquecer a<br />

Desertos de morte, cidades repletas de zumbis e criaturastotalidade. Este obstáculo será necesariamente varrido pela<br />

mutantes. Cegos guiando cegos à autodestruição. A loucuraluta unificadora do proletariado de todas as cores, de todos<br />

nos mantém insanos. Suas mentira nos mantémos sexos, de todas as idades, migrando de todos os lados<br />

hipnotizados.<br />

contra o capital mundial e seus representantes.<br />

Apenas a ação pode nos libertar deste inferno. “Não negamos que nossos ideais sejam<br />

Apenas ação trará libertação porque ação sempre falarádestruidores das atuais instituições arcaicas, já que são o<br />

mais alto que palavras.<br />

grande aríete que golpeia os muros do castelo feudal da<br />

A LUTA É PELA VIDA. É hora de quebrar aspropriedade privada onde seus pilares capital, igreja e<br />

amarras, de libertarmos a nós e todos ao nosso redor. autoridade estão entrincheirados.”<br />

Derrubar os muros de ignorância. NÓS ESTAMOS EM<br />

Pela destruição de tudo que nos reduz a escravos.<br />

Pela anarquia!<br />

TODOS OS LUGARES E NÓS NÃO ABANDONAMOS<br />

A LUTA – NUNCA.<br />

O capitalismo não é apenas os políticos e os<br />

economistas, é também o que vivemos diariamente, são as<br />

relações sociais que mantemos. E a base central desta

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