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Jornal DeBolso
Edição 347 - Página 10
15 de janeiro de 2020
Como já vimos, os medicamentos são
eliminados do corpo em um
determinado tempo previsto e, como a
bebida alcoólica altera o metabolismo,
a eliminação pode ocorrer antes ou
depois do tempo, prejudicando o
tratamento. O uso de bebidas
alcoólicas durante um tratamento de
saúde tem diferentes efeitos
dependendo de qual medicamento é
utilizado...
Em resumo citaremos alguns
medicamentos e os efeitos que a
ingestão de álcool em paralelo a eles
pode trazer:
Álcool e antibióticos: essa associação
especialmente com alguns tipos de
antibióticos, pode levar a efeitos graves
do tipo antabuse (o acúmulo desta
substância tóxica causa efeitos como
vômitos, palpitação, cefaleia,
hipotensão, dificuldade respiratória e
até morte).
Álcool e ácido acetilsalicílico: Eleva-se
o risco de sangramentos no estômago.
O acetilsalicílico irrita a mucosa
estomacal. O que seria um leve
transtorno pode ser potencializado
pelo álcool. Álcool e anti-inflamatórios:
Aumentam o risco de úlcera gástrica e
sangramentos, aumenta a eliminação
do medicamento pelo corpo o que
provoca diminuição do efeito.
Álcool e antidepressivos: Aumentam as
reações adversas e o efeito sedativo,
além de diminuir a eficácia dos
antidepressivos. O álcool inicialmente
aumenta o efeito do antidepressivo,
deixando a pessoa mais estimulada,
porém após passar o efeito da bebida,
o paciente se sente ainda pior, e a
depressão pode aumentar por fatores
como ressaca e preguiça que a bebida
pode deixar.
Álcool e anticonvulsivantes: Aumentam
os efeitos colaterais e o risco de
intoxicação enquanto que diminui a
eficácia contra as crises de epilepsia.
Analgésicos e anti-térmicos: A bebida
alcoólica corta o efeito do
medicamento dependendo da
molécula que são formados. No caso
do paracetamol e da dipirona, que são
substâncias bastante conhecidas, a
velocidade de eliminação do
medicamento do sangue vai ser mais
rápida com a bebida, portanto, o efeito
será menor, no entanto o efeito do
álcool pode ser potencializado pela
dipirona.
Álcool e Anticoncepcionais: Tem
moléculas de colesterol, da mesma
forma que os anabolizantes e
corticoides. O medicamento fica cerca
de 24 horas no organismo e depois é
eliminado. Mas, com a
bebida a duração pode
cair pela metade. O
ideal é que nos
primeiros seis meses de
uso do
anticoncepcional, a
bebida seja diminuída.
Álcool e calmantes
(ansiolíticos):
Ansiolíticos
(benzodiazepinas):
Aumentam o efeito
sedativo, o risco de
coma e insuficiência
respiratória
Dra Nelcilena L. F. e Santos
Farmacêutica Generalista
Graduada em Farmácia pela Fundação
Comunitária de Ensino Superior de
Itabira (FUNCESI) 2010/2014.
Álcool e Corticoides: Medicamento
derivado do colesterol, ou seja, tem
muita gordura e é metabolizado de
forma mais lenta. A bebida pode
atrapalhar o efeito esperado pelo
médico.
Álcool e inibidores de apetite: O uso
concomitante com os supressores de
apetite não é recomendado visto que
pode aumentar o potencial para
ocorrer efeitos sobre o SNC, tais como:
tontura, vertigem, fraqueza, síncope e
confusão.
Álcool e insulina: Pode gerar
hipoglicemia, pois o álcool inibe a
disponibilidade de glicose realizada
pelo organismo, portanto a
alimentação deverá ser bem
observada, pois com o álcool a única
disponibilidade de glicose vem das
refeições; vale ressaltar que também
pode causar efeito antabuse. Uso
agudo de etanol prolonga os efeitos
enquanto que o uso crônico inibe os
antidiabéticos.
Álcool e paracetamol:
Aumenta o risco de hepatite
medicamentosa.
É importante respeitar o
tratamento e o tempo de
prescrição do médico para
conseguir melhores
resultados e não causar
prejuízos a sua saúde. O
bom seria durante o
tratamento
medicamentoso optar por
bebidas sem álcool como
refrigerantes, suco, água
ou cervejas sem álcool.