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_nós na política
Promover a participação
das mulheres nos lugares
de
liderança
Por Natália Elnaga
“a desigualdade
de género continua
a ser um problema
fundamental
no mundo, em
debate, uma vez
que não pode haver
desenvolvimento
duma sociedade
sem a participação
de ambos os sexos:
masculino
e feminino”.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), tem vindo a desenvolver actividades
e programas, com vista a incentivar a participação das
mulheres na política. Isso porque, dizem, “Quando a
diversidade na tomada de decisões não existe, é provável
que os interesses públicos sejam traduzidos em políticas
que representem apenas um grupo em detrimento
de outros, gerando desconfiança e distanciamento
do sistema democrático”.
O que se pretende é promover a participação política
das mulheres por meio de acções que lhes permitam
ocupar posições de liderança e representação
de modo a poderem influenciar o desenvolvimento da
sociedade.
Nos últimos anos, a luta pelos direitos das mulheres
vem progredindo em todo o mundo. Discutem-se
publicamente questões como maternidade, aborto, assédio
e carreira, conquistou-se o direito ao voto e o
direito das mulheres de serem eleitas, mas quanto à
representatividade das mulheres na política ainda estamos
muito longe do desejado.
A deputada angolana Serafina Pinto, numa dissertação
de Estudos sobre o Género, apresentada para a
obtenção do grau de mestre em Psicologia Social, refere
no seu texto introdutório que “desde os anais da
Humanidade que a mulher vem enfrentando problemas
difíceis, especificamente de âmbito discriminatório,
considerada como pessoa de pouco valor e que não
tinha voz onde houvesse homens. O seu lugar limitava-se
à cozinha, à lavra e à procriação, sendo os filhos
servidos como mão-de-obra barata para cuidar das lavras
e dos produtos agrícolas da família”. No entanto
– prossegue – “com o seu esforço e dedicação pelo trabalho
e formação académica, a mulher angolana foi
ganhando espaço, notabilizando-se em todas as esferas
da sociedade, emancipou-se e hoje luta para a sua plena
igualdade de direitos, apesar de ter ainda um longo
“Quando a
diversidade
na tomada de
decisões não
existe, é provável
que os interesses
públicos sejam
traduzidos em
políticas que
representem
apenas um grupo
em detrimento de
outros, gerando
desconfiança e
distanciamento
do sistema
democrático”.
caminho a percorrer”. Referindo-se à análise das Nações
Unidas, sobre os objectivos do milénio e ao comprometimento
dos países na aprovação da declaração
com 17 objectivos do desenvolvimento sustentável a
deputada diz que “a declaração estabelece claramente
a missão de cada Estado-membro, que consiste em
cumprir e proteger escrupulosamente “os direitos humanos,
a igualdade de género, bem como a promoção
do empoderamento das mulheres e meninas. Que reconheçam
a possibilidade e a capacidade de todas as
mulheres e meninas, compreendendo que elas gozem
de plena igualdade a par dos homens, removendo todas
as barreiras ao seu empoderamento nas sociedades,
por um lado e, por outro, recomenda igualmente
aos Estados-membro que reconheçam que a desigualdade
de género continua a ser um problema fundamental
no mundo, em debate, uma vez que não pode
haver desenvolvimento duma sociedade sem a participação
de ambos os sexos: masculino e feminino”.
Empresas
e cargos públicos
Dados apurados em 2017 pela ONU Mulheres, nos
193 países reconhecidos pelas Nações Unidas, apontam
que países como a Bulgária, França e Nicarágua
lideram o ranking de mulheres com cargos em ministérios
o que corresponde a uma taxa superior a 50 por
cento. O Ruanda, a Dinamarca e a África do Sul alcançaram,
respectivamente, a sétima, oitava e nona
posições na lista.
Recentemente, a revista Forbes Portugal revelou a
lista das 20 mulheres mais poderosas no mundo empresarial
português, mas a conclusão é que “as mulheres
continuam a ser uma minoria na liderança das
empresas”.
Educação é a chave
No mercado de trabalho, na rua, dentro de casa: as mulheres
ainda sofrem com restrições, violência e preconceito.
Para ajudar a mudar esse cenário, Angelina Jolie, actriz
e enviada especial da Agência para os Refugiados da
Organização das Nações Unidas, inaugurou na Escola de
Economia e Ciência Política de Londres o Centro para
Mulheres, Paz e Segurança. Uma escola que se propõe
formar profissionais que pensem sobre o empoderamento
da mulher. Com foco na educação, especialistas apontam
que o ambiente académico é uma das chaves para
trabalhar a emancipação feminina - desde a educação infantil,
até à universidade.
mulher africana 20 fevereiro 2020
mulher africana 21 fevereiro 2020