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Cartilha da Gestante - Meu Bebê: do Pré-Natal ao Pós-Parto

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MEU BEBÊ:<br />

DO PRÉ- NATAL AO PÓS- PARTO.<br />

Goiânia


ÍNDICE<br />

CUIDADOS NO PRÉ-NATAL & COMO SERÁ MEU PARTO?<br />

A importância <strong>do</strong> <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong><br />

Queixas e dúvi<strong>da</strong>s mais comuns na gravidez<br />

Mu<strong>da</strong>nças psicológicas na gravidez e pós-parto<br />

A importância <strong>do</strong>s exercícios físicos na gestação<br />

Manual <strong>da</strong> alimentação durante a gestação<br />

<strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> O<strong>do</strong>ntológico<br />

Como será meu parto?<br />

4<br />

9<br />

18<br />

27<br />

38<br />

55<br />

60<br />

CUIDADOS NO PÓS-PARTO E COM O BEBÊ<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s no <strong>Pós</strong>-<strong>Parto</strong><br />

Amamentação<br />

Nutrição Durante a Amamentação<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o <strong>Bebê</strong><br />

Segurança <strong>do</strong> <strong>Bebê</strong><br />

Calendário de Vacinas<br />

Referências<br />

71<br />

80<br />

91<br />

96<br />

111<br />

120<br />

122


A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL<br />

Considera-se saudável, durante a gestação, um ganho de peso de 1 a 2kg no<br />

primeiro trimestre, 250g por semana no segun<strong>do</strong> e de 350g por semana no<br />

terceiro trimestre, com média de 8 a 16kg durante to<strong>da</strong> a gravidez, ou seja,<br />

20% <strong>do</strong> peso corporal normal. Em relação à pressão arterial, considera-se<br />

normal quan<strong>do</strong> menor ou igual a 120x80 mmhg.<br />

precisa ter cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com os produtos, pois podem ser tóxicos para o bebê.<br />

A pele deve estar sempre bem hidrata<strong>da</strong>, para prevenir o surgimento de<br />

estrias e é indica<strong>da</strong> a utilização de protetor solar para prevenção <strong>da</strong>s manchas<br />

(cloasmas).<br />

A assistência à mulher durante o perío<strong>do</strong> gravídico é uma <strong>da</strong>s ações de<br />

saúde mais relevantes <strong>da</strong> Medicina. É reconheci<strong>da</strong> mundialmente como<br />

um instrumento imprescindível na prevenção de intercorrências que possam,<br />

direta ou indiretamente, comprometer a integri<strong>da</strong>de física e mental<br />

<strong>da</strong> mãe e/ou <strong>do</strong> feto.<br />

As ativi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> deverão iniciar-se, preferencialmente, antes <strong>da</strong><br />

concepção, ou o mais precocemente possível, consideran<strong>do</strong> as <strong>do</strong>enças préexistentes<br />

e os fatores genéticos maternos e paternos, além <strong>da</strong> orientação<br />

de hábitos mais adequa<strong>do</strong>s, tais como alimentação balancea<strong>da</strong>, exercícios<br />

físicos modera<strong>do</strong>s e utilização de áci<strong>do</strong> fólico no perío<strong>do</strong> pré-concepcional.<br />

O <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> deve ser realiza<strong>do</strong>, de preferência, por uma equipe multidisciplinar<br />

experiente e dedica<strong>da</strong>, coordena<strong>da</strong> por médico ginecologista e obstetra.<br />

Estes deverão ter esclarecimento sobre to<strong>da</strong>s as <strong>do</strong>enças intercorrentes,<br />

<strong>da</strong>quelas específicas <strong>da</strong> gravidez, e possuir ampla capaci<strong>da</strong>de de<br />

ouvir com afeto as questões emocionais relata<strong>da</strong>s pela gestante.<br />

O objetivo <strong>do</strong> <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> é assegurar que to<strong>da</strong>s as gestações terminem com<br />

o nascimento de um recém-nasci<strong>do</strong> saudável, sem prejuízos à saúde materna.<br />

Uma gravidez considera<strong>da</strong> de baixo risco necessita de uma consulta<br />

de <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> mensal até o sétimo mês, de quinze em quinze dias no oitavo<br />

e semanalmente no nono mês. As gestações de alto risco, que representam<br />

cerca de 15% <strong>da</strong>s gestações, devem submeter-se a tantas consultas<br />

quantas forem necessárias.<br />

Durante a primeira consulta, é realiza<strong>da</strong> uma história clínica e obstétrica,<br />

exame clínico geral, obstétrico e ginecológico. Confirma-se a i<strong>da</strong>de gestacional<br />

e inicia-se o estabelecimento <strong>do</strong> vínculo entre o médico, a gestante<br />

e a família e solicitam-se os exames complementares de rotina. Nas<br />

consultas subsequentes, focaliza-se nas queixas recentes, na verificação<br />

<strong>da</strong> pressão arterial, a ausculta <strong>do</strong>s batimentos cardíacos <strong>do</strong> embrião ou<br />

feto, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> útero, o preparo <strong>da</strong>s mamas para o<br />

aleitamento materno, o preparo psicológico e corporal para o parto e o<br />

controle <strong>do</strong> ganho de peso, além <strong>da</strong> realização <strong>do</strong>s subsequentes exames<br />

complementares.<br />

Os exames laboratoriais complementares de rotina mais comuns são: hemograma,<br />

grupo sanguíneo + fator Rh, glicemia de jejum, sorologias para<br />

sífilis, rubéola, toxoplasmose, hepatite e HIV, além <strong>do</strong> exame simples de urina<br />

com urocultura, colpocitológico (exame de prevenção ou Papanicolau) e<br />

ultrassonografia obstétrica. As sorologias negativas devem ser repeti<strong>da</strong>s no<br />

terceiro trimestre. A ultrassonografia é geralmente repeti<strong>da</strong> no segun<strong>do</strong> e<br />

terceiro trimestres. Outros exames poderão ser solicita<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com<br />

as necessi<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> caso específico. Quan<strong>do</strong> a gestante for Rh negativo<br />

(-) e o mari<strong>do</strong> Rh positivo (+), ou não conheci<strong>do</strong>, solicita-se detecção de anticorpos<br />

anti-Rh nas mães.<br />

Nos últimos meses <strong>da</strong> gestação, pela pressão <strong>do</strong> útero e dilatação <strong>da</strong>s veias,<br />

o inchaço <strong>da</strong>s pernas, principalmente no perío<strong>do</strong> vespertino, é comum. Durante<br />

a gravidez, a dieta deve ser normocalórica (de aproxima<strong>da</strong>mente 30<br />

calorias por kg de peso/dia), rica em proteínas, vitaminas, ferro, cálcio e pobre<br />

em gorduras.<br />

A maioria <strong>da</strong>s gestantes necessita de complementação de ferro durante a<br />

gravidez. Em relação <strong>ao</strong> uso de tinturas e tratamentos de pele, a gestante<br />

A GESTANTE DEVE COMUNICAR AO MÉDICO SE:<br />

os movimentos <strong>do</strong> bebê tiverem diminuí<strong>do</strong> (menos que seis<br />

movimentos por hora após a refeição) ou se não se movimentar<br />

por mais de 6 a 12 horas; se houver saí<strong>da</strong> de líqui<strong>do</strong> que escorra<br />

molhan<strong>do</strong> as vestes e/ou pernas ou se houver sangramento,<br />

como se fosse uma menstruação. E ain<strong>da</strong>, se sentir <strong>do</strong>r pélvica<br />

persistente ou cólica intensa ou perceber endurecimento <strong>do</strong><br />

útero (contração) a ca<strong>da</strong> 10 a 15 minutos, especialmente se<br />

regulares.<br />

As atenções <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong>des médicas e <strong>da</strong>s equipes de saúde estão<br />

foca<strong>da</strong>s na humanização <strong>da</strong> assistência <strong>ao</strong> <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> e <strong>ao</strong> parto<br />

para to<strong>da</strong>s as mulheres, sem distinção de classes sociais. Em caso<br />

de dúvi<strong>da</strong>s, procure sempre uma orientação especializa<strong>da</strong>.<br />

Nosso desejo é que to<strong>da</strong>s as mulheres tenham uma gestação<br />

tranquila e um bebê saudável.<br />

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QUEIXAS E DÚVIDAS MAIS<br />

COMUNS NA GRAVIDEZ


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

QUEIXAS E DÚVIDAS MAIS<br />

COMUNS NA GRAVIDEZ<br />

Saiba como amenizar os pequenos ou grandes desconfortos <strong>da</strong> gestação<br />

e tire to<strong>da</strong>s as suas dúvi<strong>da</strong>s durante o <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong>.<br />

DESCOBRINDO A GRAVIDEZ<br />

Suspeita-se <strong>da</strong> gravidez quan<strong>do</strong> ocorre atraso menstrual. Hoje, temos testes<br />

de gravidez que necessitam apenas de um dia, ou menos, de atraso<br />

menstrual para <strong>da</strong>r positivo. É o teste chama<strong>do</strong> <strong>do</strong>sagem <strong>do</strong> b-HCG, embora,<br />

aconselha-se aguar<strong>da</strong>r cinco dias de atraso menstrual para obter resulta<strong>do</strong>s<br />

mais confiáveis.<br />

A ultrassonografia é, também, um ótimo méto<strong>do</strong> para o diagnóstico de<br />

gravidez, porém, mais tardio que a <strong>do</strong>sagem hormonal. Como com uma<br />

semana de atraso observa-se apenas o saco gestacional, <strong>da</strong>í é melhor esperar<br />

um pouco mais. O embrião aparece com maior nitidez e com a presença<br />

<strong>do</strong>s batimentos cardiofetais com duas semanas de atraso menstrual<br />

(6ª semana de gestação).<br />

SINTOMAS INICIAIS<br />

São sintomas frequentes e que podem incomo<strong>da</strong>r:<br />

• cólicas: semelhantes àquelas <strong>da</strong> pré-menstruação, que muitas vezes<br />

confundem a mulher parecen<strong>do</strong> que a menstruação ain<strong>da</strong> vai ocorrer;<br />

• <strong>do</strong>r nas mamas: também pareci<strong>da</strong>s com aquelas <strong>da</strong> pré-menstruação;<br />

• aumento <strong>da</strong> frequência urinária: resultante de alterações hormonais e<br />

compressão <strong>da</strong> bexiga pelo útero aumenta<strong>do</strong> de volume;<br />

• enjoos: principalmente com alguns tipos de alimentos ou cheiros;<br />

• gases: tornam o abdômen mais distendi<strong>do</strong>;<br />

• tonteiras: seja por variação <strong>da</strong> pressão ou que<strong>da</strong> <strong>da</strong> glicemia (taxa de açúcar<br />

no sangue).<br />

DISTÚRBIOS DA GRAVIDEZ<br />

Queimação ou pirose<br />

É muito comum na gestação e é resultante <strong>do</strong> refluxo de alimentos e suco<br />

gástrico <strong>do</strong> estômago para o esôfago. Para diminuir os efeitos, aconselha-<br />

-se não deitar logo após as refeições, realizar refeições mais frequentes e<br />

em pequenas quanti<strong>da</strong>des, evitar alimentos que provoquem fermentação<br />

ou os gordurosos, de preferência ficar em pé ou caminhar. Eventualmente,<br />

o médico poderá prescrever medicamentos.<br />

Náuseas e vômitos<br />

A intensi<strong>da</strong>de varia muito de pessoa para pessoa. Há aquelas em que passam<br />

rápi<strong>do</strong> e outras que necessitam de medicamentos via oral ou até injetáveis.<br />

O que pode ser feito para melhorar:<br />

• reduzir o volume <strong>da</strong>s refeições;<br />

• alimentar-se várias vezes <strong>ao</strong> dia (6 vezes, em menor volume): café <strong>da</strong> manhã,<br />

lanche no meio <strong>da</strong> manhã, almoço, lanche <strong>da</strong> tarde, jantar e lanche<br />

antes de <strong>do</strong>rmir;<br />

• evitar frituras, gorduras, chocolate, café, chá mate e refrigerantes com<br />

cola;<br />

• evitar líqui<strong>do</strong>s durante as refeições;<br />

• aumentar ingestão de líqui<strong>do</strong>s nos intervalos <strong>da</strong>s refeições;<br />

• medicamentos para vômitos: o seu médico saberá indicar o melhor para<br />

você; seja injetável, comprimi<strong>do</strong>s orais ou até supositórios.<br />

Sialorreia (saliva excessiva)<br />

Pode incomo<strong>da</strong>r muito. Indica-se para melhorar:<br />

• dieta semelhante à indica<strong>da</strong> para náuseas e vômitos;<br />

• chupar gotas de limão ou gelo;<br />

• engolir a saliva e não se acostumar a cuspir;<br />

• tomar bastante líqui<strong>do</strong>;<br />

• medicamentos (geralmente têm efeito limita<strong>do</strong>).<br />

Alterações <strong>do</strong> apetite<br />

• aumento <strong>do</strong> apetite - é real, mas pode e deve ser controla<strong>do</strong>;<br />

• desejo por alguns alimentos específicos: aze<strong>do</strong>s, picantes, salga<strong>do</strong>s, etc.;<br />

• aversão por outros alimentos: café, chá, carne, frituras, etc.;<br />

• desejos de comer alimentos diferentes e em horários não habituais.<br />

Gengivites<br />

É geralmente acompanha<strong>da</strong> por <strong>do</strong>ença perio<strong>do</strong>ntal e às vezes sangramento<br />

gengival. São causa<strong>da</strong>s pelo aumento <strong>da</strong>s gengivas e <strong>da</strong> vascularização na<br />

região. Para diminuir esta intercorrência, recomen<strong>da</strong>-se realizar adequa<strong>da</strong>mente<br />

a higiene bucal com escovação adequa<strong>da</strong>, uso de fios dentais e, eventualmente,<br />

antissépticos bucais. Não descui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> visita <strong>ao</strong> o<strong>do</strong>ntólogo. A<br />

gravidez por si só não aumenta o surgimento de cárie dentária.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Tonturas<br />

Não há muito que fazer para evitá-las. As estrias parecem depender muito<br />

lostro, que é uma secreção geralmente transparente, associa<strong>da</strong> <strong>ao</strong> leite<br />

• praticar exercícios físicos regularmente;<br />

Ocorrem porque a pressão <strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> é geralmente mais baixa, principalmente<br />

se houver jejum prolonga<strong>do</strong>. É muito comum quan<strong>do</strong> a grávi<strong>da</strong> se<br />

alimenta mal <strong>ao</strong> deitar e não toma café <strong>da</strong> manhã corretamente, causan<strong>do</strong><br />

a tontura ou até desmaios no meio <strong>da</strong> manhã. Outras causas de tonturas<br />

acontecem quan<strong>do</strong> a grávi<strong>da</strong> permanece muito tempo de pé (hipotensão<br />

postural) devi<strong>do</strong> à dificul<strong>da</strong>de <strong>do</strong> retorno de sangue, pelas veias, <strong>ao</strong> coração<br />

e <strong>ao</strong> cérebro e também quan<strong>do</strong> a grávi<strong>da</strong> deita de barriga para cima (hipotensão<br />

supina). Nesta situação há compressão <strong>da</strong>s artérias e veias pelo<br />

útero grávi<strong>do</strong> diminuin<strong>do</strong>, também, o retorno de sangue <strong>ao</strong> coração e <strong>ao</strong><br />

cérebro.<br />

mais <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pele com que nascemos. Por isso, há grávi<strong>da</strong>s que não se<br />

previnem e não desenvolvem nenhuma estria, enquanto outras, mesmo com<br />

to<strong>do</strong>s os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s, ain<strong>da</strong> podem desenvolvê-las.<br />

O cui<strong>da</strong><strong>do</strong> principal é evitar engor<strong>da</strong>r muito e utilizar hidratantes na pele e<br />

cremes antiestrias, massagean<strong>do</strong> com movimentos circulares duas vezes<br />

<strong>ao</strong> dia. É importante não coçar a pele.<br />

Uso de cosméticos na gestação<br />

• hidratantes – sem contraindicações <strong>ao</strong> uso;<br />

• maquiagem – sem restrições;<br />

materno. Deve-se preocupar se aparecer secreção sanguinolenta ou com<br />

aspecto de pus.<br />

Falta de ar<br />

À medi<strong>da</strong> que o útero cresce, juntamente com o bebê, o diafragma (músculo<br />

<strong>da</strong> respiração) e o pulmão são comprimi<strong>do</strong>s, fican<strong>do</strong> mais difícil respirar.<br />

Além <strong>do</strong> mais, o hormônio progesterona estimula o centro respiratório no<br />

cérebro, tornan<strong>do</strong> a respiração mais consciente, o que pode ser percebi<strong>do</strong><br />

como “falta de ar”.<br />

É preciso fazer as ativi<strong>da</strong>des sem pressa, falar mais lentamente. Ativi<strong>da</strong>des<br />

• ter um horário regular para ir <strong>ao</strong> banheiro, de preferência após uma<br />

refeição;<br />

• fazer uso de medicamentos apenas sob orientação médica.<br />

Hemorroi<strong>da</strong>s<br />

Ocorrem devi<strong>do</strong> à dilatação persistente <strong>da</strong>s veias <strong>da</strong> região perianal. Durante<br />

a gestação, aumenta a chance de surgimento ou piora de hemorroi<strong>da</strong>s.<br />

Para prevenir, deve-se fazer uma dieta como a descrita anteriormente,<br />

evitan<strong>do</strong> o intestino preso e realizar higiene com água e sabão, evitan<strong>do</strong><br />

usar papel higiênico, principalmente áspero.<br />

Orientações:<br />

• levantar-se devagar;<br />

• sentar-se com a cabeça abaixa<strong>da</strong> ou deitar-se <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>ao</strong> perceber<br />

que a tontura está chegan<strong>do</strong>;<br />

• comer mais vezes <strong>ao</strong> dia, como orienta<strong>do</strong> anteriormente.<br />

Melasma (máscara gravídica)<br />

É uma mancha escura que aparece no rosto <strong>da</strong> gestante devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s hormônios<br />

<strong>da</strong> gravidez, exposição <strong>ao</strong> sol ou luz excessiva. Deve-se evitar o sol<br />

e usar protetor solar pelo menos três vezes <strong>ao</strong> dia (pela manhã, no almoço<br />

e à tarde) ou melhor a ca<strong>da</strong> 2 a 4 horas.<br />

Estrias<br />

Podem ocorrer nas mamas, na barriga, nas coxas e nádegas, porque a pele<br />

estica muito além <strong>do</strong> que ela pode suportar. As estrias se abrem logo abaixo<br />

<strong>da</strong> cama<strong>da</strong> mais superficial <strong>da</strong> pele e ficam aquelas marcas em linha que<br />

são esteticamente desagradáveis.<br />

• protetores solares – sem restrições;<br />

• retinóides – utiliza<strong>do</strong>s para o tratamento de manchas na pele, não são<br />

indica<strong>do</strong>s durante a gestação;<br />

• tinturas – desaconselhável. Principalmente no primeiro trimestre. Se preferir,<br />

fazer luzes sem contato com o couro cabelu<strong>do</strong>;<br />

• ondulações, permanentes e alisamentos – desaconselha<strong>do</strong>s durante a<br />

gestação;<br />

• xampus e condiciona<strong>do</strong>res – sem restrições;<br />

• esmaltes nas unhas – sem restrições.<br />

Sintomas mamários<br />

Apresentam-se sob a forma de <strong>do</strong>r (mastalgia) que é decorrente de alterações<br />

hormonais e pelo aumento <strong>da</strong>s mamas, principalmente na porção<br />

lateral, o que é normal. Aconselha-se apenas a manter o uso <strong>do</strong> sutiã como<br />

forma de diminuir o sintoma. Outra queixa que pode surgir é o aparecimento<br />

de secreção mamária que normalmente é representa<strong>da</strong> pelo co-<br />

físicas leves fazem muito bem. Quan<strong>do</strong> o sintoma é muito intenso, deve-se<br />

fazer uma avaliação médica.<br />

Palpitações (batedeira)<br />

É o aumento súbito <strong>da</strong> frequência cardíaca que pode ocorrer em função <strong>da</strong>s<br />

a<strong>da</strong>ptações <strong>do</strong> organismo materno à gestação. Nos casos frequentes e que<br />

demoram a voltar <strong>ao</strong> normal, este sintoma deverá ser relata<strong>do</strong> <strong>ao</strong> obstetra,<br />

que indicará ou não um especialista.<br />

Obstipação (intestino preso)<br />

Seja pela compressão <strong>do</strong> útero e/ou pelo excesso de hormônios <strong>da</strong> gravidez,<br />

é comum o intestino ficar “preguiçoso”.<br />

Como a gestante pode minimizar esse problema?<br />

• comer alimentos ricos em fibras como frutas e verduras (inclua sempre<br />

uma fruta no café <strong>da</strong> manhã e no almoço, e verduras e legumes no almoço<br />

e jantar) ou produtos integrais (vide guia de orientação alimentar);<br />

• beber bastante líqui<strong>do</strong> (6 a 8 copos/dia);<br />

Na crise de hemorroi<strong>da</strong>s é necessário fazer banhos de assento com água<br />

morna e utilizar medicamentos orienta<strong>do</strong>s pelo médico. Existem casos em<br />

que há necessi<strong>da</strong>de até de cirurgia.<br />

Síndrome <strong>do</strong>lorosa: hipogástrio e lombossacra (pé <strong>da</strong> barriga e costas)<br />

São muito comuns na gestação, principalmente nos últimos meses. Ocorrem<br />

pela distensão <strong>do</strong>s músculos e ligamentos e pela compressão <strong>do</strong> bebê<br />

sobre os órgãos <strong>da</strong> pelve. Pode ser preveni<strong>do</strong> com: correção <strong>da</strong> postura,<br />

exercícios de fortalecimento muscular e alongamento <strong>da</strong> musculatura sob<br />

tensão, massagens, calor local e mesmo fisioterapia. Caso não melhore,<br />

seu médico(a) pode prescrever medicamentos analgésicos.<br />

Contrações uterinas (endurecimento <strong>da</strong> barriga)<br />

No terceiro trimestre de gestação, o útero gravídico começa a contrair<br />

com certa regulari<strong>da</strong>de, mas geralmente sem <strong>do</strong>r. No entanto, se a frequência<br />

<strong>da</strong>s contrações aumentar e se tornar <strong>do</strong>lorosa, este fato deve ser<br />

comunica<strong>do</strong> <strong>ao</strong> obstetra para afastar a possibili<strong>da</strong>de de trabalho de parto<br />

prematuro.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Corrimento vaginal (aumento <strong>do</strong> fluxo vaginal)<br />

região <strong>do</strong> punho, que pode levar à síndrome <strong>do</strong> túnel <strong>do</strong> carpo. Geralmente<br />

rigorosa observação <strong>do</strong>s níveis <strong>da</strong> pressão e <strong>da</strong> vitali<strong>da</strong>de fetal.<br />

esquer<strong>da</strong>, para aliviar a compressão <strong>do</strong>s vasos sanguíneos e <strong>da</strong>s vias urinárias;<br />

Nem sempre o corrimento significa <strong>do</strong>ença. A gestante tem a secreção vaginal<br />

em maior quanti<strong>da</strong>de, branca e/ou leitosa, porém não tem o<strong>do</strong>r féti<strong>do</strong><br />

nem coceira. Se isto ocorrer ou houver dúvi<strong>da</strong>s, deverá ser avalia<strong>do</strong> pelo<br />

seu médico.<br />

não há muito que fazer além <strong>da</strong> correção postural e exercícios específicos<br />

para as mãos. Geralmente desaparecem após a gestação.<br />

Varizes<br />

A gravidez pode desencadear o aparecimento de varizes, especialmente<br />

Porém, existe uma condição em que a pressão alta aparece depois que a<br />

mulher engravi<strong>da</strong>. É a chama<strong>da</strong> pré-eclâmpsia, que geralmente vem associa<strong>da</strong><br />

com inchaço generaliza<strong>do</strong> e per<strong>da</strong> de proteína na urina, apesar que a<br />

ausência desses sinais não exclui a <strong>do</strong>ença.<br />

• comunicar seu médico(a) se houver qualquer aumento <strong>da</strong> pressão arterial;<br />

• a utilização de AAS (áci<strong>do</strong> acetil salicílico) em baixas <strong>do</strong>ses e suplementação<br />

de cálcio podem estar indica<strong>do</strong>s, em casos seleciona<strong>do</strong>s, logo após<br />

as 12 semanas de gestação, naquelas pacientes considera<strong>da</strong>s de alto risco.<br />

De qualquer maneira, a secreção vaginal sempre deve ser examina<strong>da</strong> durante<br />

a gestação.<br />

A gestante deve estar alerta à possibili<strong>da</strong>de de ruptura prematura <strong>da</strong>s<br />

membranas amnióticas (rompimento <strong>da</strong> bolsa), que geralmente se manifesta<br />

como grande per<strong>da</strong> de líqui<strong>do</strong> claro pela vagina. Não confundir com a<br />

per<strong>da</strong> de urina. Este fato deve ser comunica<strong>do</strong> <strong>ao</strong> obstetra.<br />

Câimbras<br />

São frequentes em grávi<strong>da</strong>s, especialmente nas pernas;<br />

quan<strong>do</strong> há tendência familiar.<br />

Como prevenir?<br />

• evitar ficar em pé por muito tempo;<br />

• realizar exercícios físicos e/ou caminha<strong>da</strong>s;<br />

• repousar com as pernas eleva<strong>da</strong>s;<br />

• usar meias elásticas (de média compressão para gestantes), que devem<br />

ser vesti<strong>da</strong>s pela manhã com as pernas eleva<strong>da</strong>s e retira<strong>da</strong>s à noite;<br />

Quan<strong>do</strong> a gestante que tem pré-eclâmpsia entra em convulsão ou coma,<br />

dá-se o nome de eclâmpsia.<br />

<strong>Pré</strong>-eclâmpsia: fatores desencadeantes<br />

• primeira gravidez;<br />

• i<strong>da</strong>de muito jovem ou i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong>;<br />

• história familiar;<br />

• diabetes;<br />

Diabetes Mellitus (DM) na gravidez<br />

A ocorrência de diabetes na gravidez sofreu grande aumento nas últimas<br />

déca<strong>da</strong>s.<br />

Aquelas que não sabem que têm diabetes prévia à gestação ficarão saben<strong>do</strong><br />

no início <strong>do</strong> <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong>, com exames pedi<strong>do</strong>s pelo médico. O Diabetes<br />

Gestacional é o que se diagnostica na gestação ou se desenvolve<br />

após o quinto mês de gravidez, o qual geralmente desaparece após o<br />

parto. Pode ser diagnostica<strong>do</strong> com o Teste de Tolerância à Glicose Sim-<br />

Como prevenir?<br />

• evitan<strong>do</strong> excesso de exercícios e movimentos bruscos;<br />

• ingerin<strong>do</strong> bastante líqui<strong>do</strong> e alimentos ricos em cálcio;<br />

• ingerin<strong>do</strong> alimentos ricos em potássio como laranja, banana, tomate e<br />

batatas;<br />

• reduzin<strong>do</strong> alimentos ricos em fósforo, como amen<strong>do</strong>im e soja.<br />

No momento <strong>da</strong> câimbra, realizar a flexão <strong>do</strong> pé em direção à perna para<br />

• a cirurgia e aplicações não são realiza<strong>da</strong>s durante a gestação.<br />

Edema (inchaço)<br />

Existe o inchaço normal <strong>da</strong> gravidez que, geralmente, ocorre nas pernas, <strong>ao</strong><br />

final <strong>da</strong> gestação, especialmente à tarde. Para prevenir, valem as mesmas<br />

recomen<strong>da</strong>ções para as varizes.<br />

Quan<strong>do</strong> o inchaço é generaliza<strong>do</strong> desde a manhã, a gestante deve procurar<br />

seu médico para reavaliação, especialmente se estiver acompanha<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

elevação <strong>da</strong> pressão arterial.<br />

• obesi<strong>da</strong>de (portanto, não engorde muito);<br />

• passa<strong>do</strong> de pré-eclâmpsia em gestação anterior;<br />

• hipertensão prévia, entre outros.<br />

Em nosso meio, até 7% <strong>da</strong>s gestantes podem ter pré-eclâmpsia.<br />

Verificar se há fatores de risco<br />

• dieta adequa<strong>da</strong>: normocalórica, sem excesso de sal, rica em cálcio<br />

(1 grama e meia <strong>ao</strong> dia), proteínas, vitaminas e áci<strong>do</strong> fólico;<br />

plifica<strong>do</strong>, solicita<strong>do</strong> entre 24-26 semanas de gestação. O principal fator<br />

desencadeante é o ganho excessivo de peso, especialmente quan<strong>do</strong><br />

existem casos na família.<br />

Por isso, o peso deve ser muito bem controla<strong>do</strong>, pois aumenta os riscos<br />

para o bebê.<br />

Portanto, mais um motivo para não engor<strong>da</strong>r muito.<br />

Algumas gestantes são controla<strong>da</strong>s apenas com a dieta e exercícios<br />

físicos e outras necessitam de insulina ou medicamentos orais até o<br />

alongar os músculos <strong>da</strong> panturrilha para alívio <strong>da</strong> <strong>do</strong>r.<br />

Hipertensão na gravidez (pressão alta)<br />

• evitar ganho exagera<strong>do</strong> de peso;<br />

final <strong>da</strong> gestação.<br />

Parestesias<br />

A mulher que tem pressão alta pode engravi<strong>da</strong>r, desde que faça uma ava-<br />

• controlar o diabetes;<br />

Sexo<br />

Apresentam-se como a sensação de “formigamento”, mais frequentemente<br />

nas mãos, e são decorrentes de compressão nervosa, seja por postura<br />

inadequa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s ombros (“que<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s ombros”) ou por edema (inchaço) na<br />

liação pré-concepcional, vá <strong>ao</strong> cardiologista para reavaliar as medicações<br />

utiliza<strong>da</strong>s e trocá-las, se forem contraindica<strong>da</strong>s para a gestação e normalize<br />

antes sua pressão. Deverá realizar um criterioso <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> e manter<br />

• reduzir o stress;<br />

• ter perío<strong>do</strong> de repouso durante o dia e deitar de la<strong>do</strong>, preferencialmente à<br />

A vi<strong>da</strong> sexual <strong>do</strong> casal não precisa mu<strong>da</strong>r, a não ser em situações especiais<br />

em que o médico irá alertar, como nos casos de sangramento ou ameaça<br />

de parto prematuro.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Viagens<br />

Álcool<br />

Prevenção <strong>do</strong>s defeitos <strong>do</strong> tubo neural (defeitos <strong>do</strong> cérebro e <strong>da</strong> medula<br />

QUANDO PROCURAR O HOSPITAL<br />

Deve-se evitá-las no início <strong>da</strong> gravidez e no último mês. É desagradável<br />

ter o parto fora <strong>da</strong> sua ci<strong>da</strong>de, em um ambiente às vezes inapropria<strong>do</strong> ou<br />

desconfortável.<br />

Dirigir<br />

A gestante não deve dirigir motos, pela gravi<strong>da</strong>de de possíveis acidentes.<br />

Nos automóveis, é fun<strong>da</strong>mental a utilização <strong>do</strong> cinto de segurança de três<br />

pontos. Evitar dirigir muito próximo <strong>ao</strong> parto, devi<strong>do</strong> à possibili<strong>da</strong>de de<br />

traumatismo ab<strong>do</strong>minal e risco de rotura uterina, pelo tamanho <strong>da</strong> barriga,<br />

durante colisões ou frea<strong>da</strong>s bruscas.<br />

Fumo<br />

É totalmente contraindica<strong>do</strong> na gestação, independentemente <strong>do</strong> número<br />

de cigarros, devi<strong>do</strong> a desencadear no feto: restrição importante <strong>do</strong> crescimento<br />

fetal, maior percentual de parto prematuro e ruptura prematura<br />

de membranas com graves repercussões para o recém-nasci<strong>do</strong> e para o<br />

futuro desenvolvimento <strong>da</strong> criança.<br />

Drogas ilícitas (Maconha, Crack e outras)<br />

São totalmente contraindica<strong>da</strong>s na gestação, pelos efeitos francamente<br />

nocivos para o feto e o recém-nasci<strong>do</strong>.<br />

Contraindica<strong>do</strong> na gestação. O álcool atravessa rapi<strong>da</strong>mente a barreira placentária<br />

e atinge níveis no feto semelhantes <strong>ao</strong>s <strong>da</strong> mãe. Pode causar a<br />

síndrome alcoólica fetal e leva a repercussões cerebrais futuras, além de<br />

aumentar a chance de alcoolismo futuro. Nem o uso social e em pequenas<br />

<strong>do</strong>ses é recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> na gestação.<br />

Vestuário<br />

Após três meses de gravidez, não dá para improvisar. É necessário adequar<br />

suas roupas à nova condição. O ideal são teci<strong>do</strong>s leves e confortáveis durante<br />

esse perío<strong>do</strong>.<br />

Evitar calça<strong>do</strong>s de salto alto (maior chance de desequilíbrio e que<strong>da</strong>s) e aqueles<br />

sem nenhum salto, tipo rasteirinha, pois forçam mais a coluna.<br />

Ocupação<br />

A grávi<strong>da</strong> pode continuar trabalhan<strong>do</strong>, exceto em situações de alto risco,<br />

tais como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia, etc.; ten<strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

para não exagerar.<br />

Procure manter seu local de trabalho tranquilo, não esqueça de suas refeições<br />

e evite tarefas além <strong>do</strong> seu limite.<br />

As gestantes que trabalham em locais insalubres (muito calor, produtos<br />

espinhal)<br />

São representa<strong>do</strong>s pela anencefalia (ausência <strong>da</strong> calota craniana e cérebro) e<br />

mielomeningocele (abertura <strong>da</strong> coluna vertebral com protrusão <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s<br />

que revestem a medula espinhal). É fun<strong>da</strong>mental para a prevenção destes distúrbios<br />

o uso <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> fólico, de preferência inicia<strong>do</strong> de 1 (um) a 3 (três) meses<br />

antes <strong>da</strong> gestação. Este medicamento deve ser prescrito pelo médico. As<br />

pacientes que tiverem filhos anteriores com qualquer uma <strong>da</strong>s lesões cita<strong>da</strong>s<br />

devem receber <strong>do</strong>ses maiores de áci<strong>do</strong> fólico antes e durante a gestação.<br />

Prevenção de <strong>do</strong>enças infecciosas<br />

Uma <strong>da</strong>s mais graves é a toxoplasmose congênita, que pode levar a defeitos<br />

<strong>do</strong> sistema nervoso central e <strong>da</strong> visão. A grávi<strong>da</strong> deve evitar, principalmente no<br />

primeiro trimestre, o contato muito próximo com gatos e com outros animais<br />

que convivem no mesmo ambiente e também, caso não seja imune, lavar bem<br />

as frutas e legumes antes de comer e evitar carnes cruas ou mal passa<strong>da</strong>s.<br />

Considerações finais<br />

A alimentação deve ser equilibra<strong>da</strong> e ter rigoroso controle <strong>do</strong> ganho de<br />

peso. A frase “comer por <strong>do</strong>is” não é ver<strong>da</strong>deira. A grávi<strong>da</strong> precisa comer<br />

bem, não necessariamente muito. Isto significa comer to<strong>do</strong>s os tipos de<br />

alimentos, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> preferência para frutas, verduras, leite e deriva<strong>do</strong>s e car-<br />

Diante <strong>do</strong>s seguintes sinais ou sintomas:<br />

• sangramento via vaginal, tipo<br />

menstruação;<br />

• <strong>do</strong>r contínua e acentua<strong>da</strong> na barriga;<br />

• per<strong>da</strong> de grande quanti<strong>da</strong>de de líqui<strong>do</strong><br />

via vaginal, que encharque as vestes ou<br />

escorra pelas pernas;<br />

• contrações uterinas <strong>do</strong>lorosas,<br />

regulares e frequentes (igual ou maior<br />

que duas contrações em 10 minutos, ou<br />

mais que 6 por hora, se for abaixo de 37<br />

semanas de gestação) por mais de uma<br />

hora, mesmo em repouso;<br />

• <strong>do</strong>r de cabeça intensa e persistente;<br />

• febre (temperatura > 37,9º C).<br />

tóxicos, radiações, etc.) devem solicitar mu<strong>da</strong>nça de função ou licença<br />

nes magras. Doces e refrigerantes podem e devem ser aboli<strong>do</strong>s (vide ma-<br />

médica.<br />

nual de alimentação).<br />

Não deixe de fazer o <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong>. Não falte a nenhuma consulta. Nele você<br />

vai tirar to<strong>da</strong>s as suas dúvi<strong>da</strong>s e reduzir a ansie<strong>da</strong>de. Você e seu bebê serão<br />

acompanha<strong>do</strong>s de perto para que, se houver alguma intercorrência, seja<br />

cui<strong>da</strong><strong>da</strong> a tempo para que seu bebê chegue saudável e tranquilo.<br />

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MUDANÇAS PSICOLÓGICAS<br />

NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MUDANÇAS PSICOLÓGICAS<br />

NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO<br />

O que fazemos com estes sentimentos?<br />

- Fase intermediária <strong>da</strong> gravidez<br />

Os vivenciamos enquanto sintomas bastante conheci<strong>do</strong>s durante a gravidez.<br />

• Sintomas devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s movimentos fetais – entre o 4° e 6° mês: provocam<br />

O nascimento de um bebê não modifica só o corpo, ele modifica também:<br />

• o entorno social;<br />

• a vi<strong>da</strong> e os sentimentos <strong>da</strong> família;<br />

• as emoções <strong>da</strong> mulher durante a gravidez e no puerpério (pós-parto).<br />

Quais são os sintomas mais comuns?<br />

- No começo <strong>da</strong> gravidez<br />

• Sonolência – é benéfica, no senti<strong>do</strong> que favorece um aquietamento corporal<br />

<strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> para que o processo inicial de formação biológica <strong>do</strong> feto<br />

e sua implantação no útero se deem de forma saudável e sem problemas.<br />

sensações de alegria e também de desconforto na mulher. Estes movimentos<br />

marcam o fim <strong>da</strong>s dúvi<strong>da</strong>s se realmente existe uma gravidez e o<br />

início <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de interação afetiva <strong>do</strong>s pais com o bebê, através de<br />

conversas e contatos físicos (como toques e massagens na barriga). Isto<br />

vai favorecer o início <strong>do</strong> vínculo afetivo e <strong>do</strong> futuro diálogo verbal com o<br />

filho.<br />

• Vômitos e náuseas – psicologicamente, servem como mecanismos de<br />

- Últimos meses<br />

Quais sentimentos a gravidez provoca na mulher, no casal e na família?<br />

Alegria<br />

Dúvi<strong>da</strong>s<br />

Preocupações<br />

Me<strong>do</strong>s<br />

defesa para evidenciar que a mulher está grávi<strong>da</strong> e também como forma de<br />

li<strong>da</strong>r com a ambivalência <strong>do</strong>s sentimentos de aceitação e de não aceitação<br />

psicológica <strong>da</strong> gravidez. Estes sintomas, biologicamente, ocorrem devi<strong>do</strong><br />

às mu<strong>da</strong>nças hormonais <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> gravídico.<br />

• Desejos – são a expressão psíquica de esta<strong>do</strong>s de carência emocional,<br />

• Sintomas pela versão interna – psicologicamente, a mulher pode interpretar,<br />

inconscientemente, a mu<strong>da</strong>nça ou vira<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê para a posição<br />

de cabeça para baixo, como ten<strong>do</strong> chega<strong>do</strong> a hora de <strong>da</strong>r a luz. Esta interpretação<br />

desperta ansie<strong>da</strong>des que, se leva<strong>da</strong>s <strong>ao</strong> extremo, faz aumentar<br />

na mulher o desejo de antecipação <strong>do</strong> parto devi<strong>do</strong> à necessi<strong>da</strong>de de se<br />

sobretu<strong>do</strong> para despertar no meio ambiente, principalmente no compa-<br />

a<strong>da</strong>ptar <strong>ao</strong> novo desconforto, agora, também na região <strong>do</strong> assoalho pélvico<br />

• Pela realização <strong>do</strong> desejo<br />

• Estou grávi<strong>da</strong> mesmo?<br />

• Com os futuros cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

• Pela saúde e vi<strong>da</strong><br />

nheiro, provas de carinho e proteção.<br />

(região baixa <strong>do</strong> ventre – “pé <strong>da</strong> barriga”).<br />

ancestral próprio <strong>da</strong><br />

• Será que a gravidez<br />

<strong>do</strong> bebê e sua criação;<br />

<strong>do</strong> bebê;<br />

• Sonhos – estes podem ocorrer <strong>ao</strong> longo de to<strong>da</strong> a gravidez. É comum<br />

• Hipertensão – é outra mu<strong>da</strong>nça fisiológica que pode ocorrer devi<strong>do</strong> a fan-<br />

mulher de ser mãe e <strong>do</strong><br />

transcorrerá bem?<br />

• Com as mu<strong>da</strong>nças<br />

• Pelo parto, tipo,<br />

sonhar com o bebê e com situações que lembrem os fenômenos e dese-<br />

tasias inconscientes de me<strong>do</strong> de morte e também devi<strong>do</strong> à pressão interna<br />

homem de ser pai.<br />

• O meu bebê será normal?<br />

corporais, sociais,<br />

riscos e <strong>do</strong>r.<br />

jos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> gestacional, de maneira a encobrir e solucionar os me<strong>do</strong>s e<br />

e <strong>do</strong> ambiente.<br />

financeiras e profissionais.<br />

preocupações inconscientes que a grávi<strong>da</strong> está vivencian<strong>do</strong> no momento.<br />

• Me<strong>do</strong> <strong>do</strong> parto – a cultura ocidental revestiu o parto como um fato perigoso<br />

e <strong>do</strong>loroso. Isto leva a mulher, muitas vezes, a ignorar os avanços e recursos<br />

<strong>da</strong> medicina aplica<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> nascimento. Então, a grávi<strong>da</strong> regride mentalmente<br />

às fantasias ancestrais de temor à morte, de <strong>do</strong>r e esvaziamento.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

• Labili<strong>da</strong>de emocional (mu<strong>da</strong>nças de humor) – esta mu<strong>da</strong>nça de humor<br />

• fazer a escolha <strong>do</strong> tipo de parto;<br />

To<strong>do</strong>s estes temas, to<strong>da</strong>via, devem incluir um enfoque fisiológico, psicoló-<br />

há indicações médicas ou motivos pessoais <strong>da</strong> mulher ou <strong>do</strong> casal para tal<br />

ocorre frequentemente <strong>ao</strong> longo de to<strong>da</strong> gravidez. É comum a mulher ficar<br />

mais sensível a to<strong>do</strong>s os fatos que ocorrem <strong>ao</strong> seu re<strong>do</strong>r. Às vezes, este<br />

esta<strong>do</strong> de chorar, tanto de alegria como de contrarie<strong>da</strong>de, incomo<strong>da</strong> a grávi<strong>da</strong><br />

e os familiares. Mas não há necessi<strong>da</strong>de de preocupação. Este esta<strong>do</strong><br />

é passageiro e psicologicamente tem a função de aguçar a percepção <strong>da</strong><br />

mulher para vivenciar as várias mu<strong>da</strong>nças que a materni<strong>da</strong>de provoca.<br />

Estas são as formas mais comuns encontra<strong>da</strong>s pela mente <strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> para<br />

li<strong>da</strong>r com as mu<strong>da</strong>nças biológicas, sociais e afetivas que ocorrem durante<br />

este perío<strong>do</strong> tão especial.<br />

Como devemos encarar estas mu<strong>da</strong>nças?<br />

Procurar, com tranquili<strong>da</strong>de, compreender as emoções que ocorrem neste<br />

perío<strong>do</strong>. Ca<strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> vai conviver com estas mu<strong>da</strong>nças de sentimentos e<br />

humor de forma pessoal, de acor<strong>do</strong> com a estruturação de sua personali<strong>da</strong>de.<br />

Isto é, algumas de maneira tranquila, outras com mais ansie<strong>da</strong>de,<br />

fantasias e me<strong>do</strong>s.<br />

Porém, hoje existem propostas psicoprofiláticas para diminuir estas ansie<strong>da</strong>des<br />

e sintomas específicos <strong>da</strong> gravidez, parto e puerpério (pós-parto),<br />

com os seguintes objetivos básicos:<br />

• elaborar as ansie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> gravidez, tanto <strong>da</strong> mulher como <strong>do</strong> companheiro;<br />

• prevenir a depressão pós-parto;<br />

• aprender a cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> bebê;<br />

• a<strong>da</strong>ptar-se à nova condição de mãe e pai.<br />

Como estes objetivos podem ser alcança<strong>do</strong>s?<br />

Participan<strong>do</strong> de grupos de informação. Nestes grupos, o casal é informa<strong>do</strong><br />

sobre a reali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s processos biológicos e psicológicos que ocorrem na<br />

gravidez, parto e pós-parto. Esta prática se constitui num meio psicoprofilático,<br />

na medi<strong>da</strong> em que visa diminuir as incertezas, ansie<strong>da</strong>des, me<strong>do</strong>s e<br />

mitos que cercam o perío<strong>do</strong>. Para isto, é proposto um programa que abarca<br />

os seguintes temas:<br />

• como ocorre e se desenvolve biologicamente uma gravidez e suas implicações<br />

psicológicas e sociais;<br />

• alimentação na gravidez;<br />

• dúvi<strong>da</strong>s, queixas e sintomas na gestação;<br />

• parto normal e cesárea, tipos de analgesia e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s pós-parto;<br />

• importância <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de física no perío<strong>do</strong> gestacional;<br />

• amamentação;<br />

• cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o bebê;<br />

• méto<strong>do</strong>s contraceptivos (de acor<strong>do</strong> com os participantes <strong>do</strong> grupo).<br />

gico e social.<br />

No entanto, para que o casal e a mulher grávi<strong>da</strong> tenham um maior conforto<br />

e segurança durante este perío<strong>do</strong> tão especial, é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a participação<br />

em grupos específicos como:<br />

Grupo de controle de peso durante a gestação.<br />

Grupo de exercícios físicos (yoga, alongamento, natação) e relaxamento para<br />

diminuir a tensão durante a gravidez, o parto e o pós-parto.<br />

Grupos vivenciais onde os temas se desenvolvem basicamente em seis<br />

grandes eixos, de acor<strong>do</strong> com o que é espontaneamente trazi<strong>do</strong> para discussão<br />

pelos participantes, como:<br />

1. Estabelecimento <strong>do</strong> vínculo afetivo entre pais e bebê, para o favorecimento<br />

<strong>do</strong> desenvolvimento de aspectos amorosos, cognitivos, intelectuais,<br />

<strong>da</strong> futura vi<strong>da</strong> escolar, profissional e social <strong>do</strong> filho de maneira harmônica.<br />

2. Mitos e fantasias inconscientes que surgem pelo fato <strong>do</strong> casal estar<br />

grávi<strong>do</strong> e que podem atrapalhar o relacionamento.<br />

3. Mitos, me<strong>do</strong>s e fantasias sobre o parto. Dentre to<strong>da</strong>s as escolhas que temos<br />

que fazer durante a gravidez, tem uma que é especial e deve ser feita<br />

juntamente com o médico. Você sabe qual é? A <strong>do</strong> <strong>Parto</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> orientação psicológica e de alguns obstetras, deve-se <strong>da</strong>r preferência<br />

<strong>ao</strong> parto normal. To<strong>da</strong>via, a cesárea pode e deve ser feita quan<strong>do</strong><br />

escolha. O parto é visto pela cultura popular como algo muito <strong>do</strong>loroso,<br />

desencadean<strong>do</strong> na mulher fantasias primitivas de me<strong>do</strong> <strong>da</strong> morte e angústias<br />

de separação e desamparo, e também lembranças inconscientes<br />

que estiveram presentes em seu próprio nascimento. Estes me<strong>do</strong>s surgem<br />

independentemente <strong>do</strong> tipo de parto escolhi<strong>do</strong>, deslocan<strong>do</strong>-se para<br />

o terror <strong>da</strong> <strong>do</strong>r <strong>do</strong> parto transvaginal e <strong>da</strong> anestesia no parto cesárea. Na<br />

reali<strong>da</strong>de, a fantasia que se encontra por detrás é a <strong>da</strong> morte <strong>da</strong> mãe e <strong>do</strong><br />

bebê. Essa vivência pode ser trabalha<strong>da</strong> no grupo, de mo<strong>do</strong> a amenizar as<br />

ansie<strong>da</strong>des que antecedem o parto, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> mais tranquili<strong>da</strong>de emocional<br />

à mulher e <strong>ao</strong>s familiares, o que oportuniza um parto sem grandes transtornos<br />

e <strong>do</strong>res.<br />

4. Construção <strong>do</strong> filho imaginário. É no perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> gravidez que se vai imaginan<strong>do</strong><br />

to<strong>da</strong>s as quali<strong>da</strong>des físicas, estéticas e sentimentos que se deseja<br />

para o bebê, de acor<strong>do</strong> com os valores éticos morais, sociais e afetivos<br />

pessoais e <strong>do</strong>s familiares. Portanto, enquanto a criança vai sen<strong>do</strong> forma<strong>da</strong><br />

biologicamente dentro <strong>do</strong> útero, os pais, sobretu<strong>do</strong> a mãe, vão crian<strong>do</strong> to<strong>da</strong><br />

uma expectativa em torno <strong>da</strong> futura saúde física e psicológica <strong>do</strong> bebê. Ex:<br />

“Quero que o meu filho se pareça com o pai e que seja de bom coração como<br />

o avô e que me ame”. Esta etapa é profun<strong>da</strong>mente rica e forma to<strong>da</strong> a base<br />

para as futuras relações amorosas com o bebê real depois <strong>do</strong> nascimento.<br />

5. Construção <strong>do</strong>s pais imaginários. A partir <strong>do</strong>s desejos e impulsos ancestrais<br />

e inconscientes de serem pais, homem e mulher iniciam com a<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

gravidez uma nova etapa de desenvolvimento psíquico de suas vi<strong>da</strong>s. Agora,<br />

serão pais. Como ca<strong>da</strong> um vai exercer essa paterni<strong>da</strong>de e materni<strong>da</strong>de?<br />

Neste momento aparecem os devaneios sobre os modelos de pais que<br />

desejam ser. Pais responsáveis que assumirão o filho, pais amorosos, cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res?<br />

Descobrin<strong>do</strong>-se grávi<strong>da</strong>, a mulher entra no que Stern (1997) chamou<br />

de “constelação <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de”. Neste momento, seus devaneios e<br />

fantasias giram em torno de temas como: “serei boa mãe? Darei conta de<br />

gestar, <strong>da</strong>r à luz e depois cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> meu bebê para que ele seja saudável física<br />

e psicologicamente? Quem vai poder me aju<strong>da</strong>r? Quan<strong>do</strong> poderei retomar às<br />

minhas ativi<strong>da</strong>des como mulher e profissional? Como vou conciliar o papel<br />

de mãe, mulher e profissional?”. Ao tentar responder estas questões, a mulher<br />

vai se construin<strong>do</strong> e se preparan<strong>do</strong> imaginariamente para exercer sua<br />

nobre função de mãe, capaz de manter vivo seu bebê, amá-lo e educá-lo<br />

dentro de seus valores pessoais, sem esquecer de si mesma.<br />

A) Ajustamento <strong>do</strong> filho imaginário com o bebê real. Quan<strong>do</strong> o bebê sai<br />

<strong>da</strong> barriga <strong>da</strong> mãe e passa para os seus braços, alguns ajustes são necessários.<br />

Primeiramente, porque o bebê real já nasce com as características<br />

pessoais de personali<strong>da</strong>de às quais o meio ambiente necessita se adequar.<br />

Às vezes, o bebê não tolera os desconfortos naturais de a<strong>da</strong>ptação à nova<br />

vi<strong>da</strong> e chora muito; outras vezes, é calmo e <strong>do</strong>rminhoco; seu ritmo de sono<br />

e mama<strong>da</strong>s, de mo<strong>do</strong> geral, não coincidem com as expectativas cria<strong>da</strong>s pelos<br />

pais durante a gestação; seus aspectos físicos não são os imagina<strong>do</strong>s<br />

e sua saúde também pode requerer cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s específicos não espera<strong>do</strong>s.<br />

Ante a reali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> filho agora presente, a melhor opção que os pais têm é<br />

deixar fluir de dentro de si o amor, responsabili<strong>da</strong>de e desejo de proteger,<br />

amparar e amar aquela “criaturinha” tão dependente e que necessita tanto<br />

de amor quanto de cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s para crescer saudável. O amor pelo bebê e<br />

o desejo de cui<strong>da</strong>r são características presentes no ser humano. Quan<strong>do</strong><br />

ocorre algo diferente disso é hora de buscar aju<strong>da</strong>, pois pode estar presente<br />

um indica<strong>do</strong>r de depressão pós-parto e de problemas de ordem psicológica.<br />

destas mu<strong>da</strong>nças, já nos grupos de grávi<strong>da</strong>s e após o nascimento <strong>do</strong> bebê,<br />

se tornam um meio de prevenir e diminuir psicoprofilaticamente as angústias<br />

deste perío<strong>do</strong>. A estes grupos de mães <strong>da</strong>mos o nome de “grupo de<br />

maternagem”. As reuniões se realizam de duas a quatro vezes <strong>ao</strong> mês contan<strong>do</strong><br />

com a participação de profissionais como psicólogo, pediatra, educa<strong>do</strong>r<br />

físico e outros que se fizerem necessários <strong>ao</strong> grupo e podem acontecer<br />

desde o primeiro <strong>ao</strong> sexto mês <strong>do</strong> pós-parto.<br />

também favorecer o desenvolvimento psicológico. É <strong>da</strong>r e receber, plantar<br />

as sementes <strong>do</strong> amor e <strong>da</strong> esperança.<br />

6. Saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> hospital e chega<strong>da</strong> em casa. Este é o começo de uma nova vi<strong>da</strong><br />

para uma vi<strong>da</strong> nova. A rotina <strong>do</strong>méstica mu<strong>da</strong>, já que o momento pede que<br />

se considerem os seguintes aspectos:<br />

• rede de apoio para aju<strong>da</strong>r a puérpera e o bebê;<br />

• os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s afetivos e físicos que o bebê exige;<br />

• novos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s higiênicos e afetivos pessoais para a mulher que deu à luz;<br />

• reatamento <strong>da</strong>s relações sexuais;<br />

• adequação entre a volta <strong>ao</strong> trabalho profissional e a rotina materna.<br />

B) Mu<strong>da</strong>nças no pós-parto. Grandes mu<strong>da</strong>nças se tornam marcantes em<br />

momentos específicos como a chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê. Dentre elas, podem ser<br />

cita<strong>da</strong>s a ansie<strong>da</strong>de e insegurança em relação <strong>ao</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o bebê, a<br />

amamentação, o ritmo de sono <strong>da</strong> criança, a rea<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong> próprio corpo<br />

feminino e o reatamento <strong>da</strong>s relações sexuais, a volta <strong>ao</strong> trabalho, o desmame<br />

<strong>do</strong> bebê e a sua nova rotina e quali<strong>da</strong>de alimentar. As discussões<br />

C) Amamentação. Uma questão especial que merece destaque no pós-parto<br />

é a amamentação, que é fun<strong>da</strong>mental para a saúde física e psicológica<br />

<strong>do</strong> bebê e <strong>da</strong> mãe. É no ato de amamentar que se vai consoli<strong>da</strong>r a relação<br />

afetiva <strong>da</strong> mãe e <strong>do</strong> bebê e que formará a base para o desenvolvimento<br />

psíquico saudável ou não <strong>do</strong> filho. É um perío<strong>do</strong> crucial porque exige uma<br />

a<strong>da</strong>ptação sincroniza<strong>da</strong>, simultânea <strong>do</strong> ato de <strong>da</strong>r e receber. É a ação que<br />

vai marcar como ca<strong>da</strong> ser humano vai li<strong>da</strong>r na vi<strong>da</strong> com as trocas de amor,<br />

carinho, confiança e tu<strong>do</strong> mais. Cognitivamente, o momento <strong>da</strong> amamentação<br />

inaugura também o aparecimento <strong>da</strong>s noções de tempo e espaço e<br />

também a capaci<strong>da</strong>de de tolerar a frustração, o sofrimento e a espera.<br />

Conseguir esta sintonia boca-seio é tão importante <strong>ao</strong> ponto de merecer<br />

orientações específicas nos grupos de apoio, de mo<strong>do</strong> a minimizar os possíveis<br />

desconfortos e descompassos para assegurar uma amamentação<br />

saudável e prazerosa para os pares mãe-bebê.<br />

Amamentar não é só <strong>da</strong>r o alimento que assegura a vi<strong>da</strong> biológica <strong>do</strong> filho. É<br />

Engravi<strong>da</strong>r, gestar, <strong>da</strong>r à luz, criar e conduzir a educação e formação psíquica<br />

de um filho é uma tarefa que implica responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s pais. A reali<strong>da</strong>de<br />

é que não importa como aconteceu a união entre um homem e uma mulher<br />

para <strong>da</strong>r início a uma nova vi<strong>da</strong>, e se estes puderam ou não continuar juntos.<br />

To<strong>da</strong>via, o que importa é a responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s que se assumem como<br />

pais de <strong>da</strong>r amor e proteção <strong>ao</strong> filho para que este novo ser possa se desenvolver<br />

harmoniosamente em to<strong>do</strong>s os aspectos de sua personali<strong>da</strong>de.<br />

Leituras adicionais:<br />

Stern DN. Constelação <strong>da</strong> Materni<strong>da</strong>de: um panorama <strong>da</strong> psicoterapia paisbebê.<br />

Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.<br />

Araújo DMSF. Representaciones Maternas en el Embarazo y Puerperio.<br />

Tese <strong>do</strong>utoral apresenta<strong>da</strong> na Universi<strong>da</strong>de de Barcelona, Espanha. 2003.<br />

Não publica<strong>da</strong>.<br />

Soifer R. Psicologia <strong>da</strong> Gravidez, <strong>Parto</strong> e Puerpério. Porto Alegre: Artes Médicas<br />

1997.<br />

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A IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS<br />

FÍSICOS NA GESTAÇÃO


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

A IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS<br />

FÍSICOS NA GESTAÇÃO<br />

• aumento <strong>da</strong> parede <strong>do</strong> abdômen;<br />

• aumento <strong>do</strong> volume <strong>da</strong>s mamas.<br />

Principais alterações emocionais<br />

• instabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> humor;<br />

• melhora <strong>do</strong> sono;<br />

• prevenção e tratamento <strong>do</strong> diabetes gestacional e <strong>da</strong> hipertensão arterial;<br />

• preparação para o parto;<br />

• disposição para o trabalho de parto e tolerância às <strong>do</strong>res;<br />

Ter um bebê é, sem dúvi<strong>da</strong> nenhuma, a transformação mais importante na<br />

vi<strong>da</strong> de uma mulher. Um momento especial e único, marca<strong>do</strong> por diversas<br />

mu<strong>da</strong>nças corporais, emocionais e sociais.<br />

O corpo <strong>da</strong> gestante, <strong>ao</strong> longo <strong>do</strong>s nove meses, vai assumin<strong>do</strong> novas formas.<br />

Devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> aumento <strong>do</strong> volume ab<strong>do</strong>minal, há mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> centro de<br />

gravi<strong>da</strong>de para frente, o que força os músculos paravertebrais e a coluna,<br />

que também pode apresentar alterações, observa<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça<br />

de postura, causan<strong>do</strong> desconfortos. Os ligamentos ficam mais “soltos” em<br />

função <strong>do</strong>s hormônios (progesterona e relaxina), o que aumenta a possibili<strong>da</strong>de<br />

de lesões e que<strong>da</strong>s, além <strong>da</strong> ocorrência de edemas (inchaços) provoca<strong>do</strong>s<br />

pelo aumento <strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s circulantes associa<strong>do</strong>s à pressão <strong>do</strong><br />

útero sobre os vasos sanguíneos.<br />

A prática regular de exercícios físicos, de forma bem orienta<strong>da</strong> e estrutura<strong>da</strong>,<br />

poderá possibilitar à mulher que vive essa experiência um preparo<br />

diferencia<strong>do</strong> a fim de minimizar os possíveis desconfortos, despertan<strong>do</strong><br />

uma relação saudável com o seu corpo, sua mente, seu bebê e o ambiente<br />

em que está inseri<strong>da</strong>.<br />

Principais alterações fisiológicas<br />

• aumento <strong>do</strong> sangue e líqui<strong>do</strong>s circulantes;<br />

• modificações <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação cardiovascular;<br />

• aumento <strong>da</strong> frequência cardíaca;<br />

• aumento <strong>do</strong> consumo de oxigênio;<br />

• alterações <strong>do</strong> sistema endócrino;<br />

• diminuição <strong>da</strong> resistência vascular periférica.<br />

Principais alterações corporais<br />

• reajuste <strong>do</strong> centro de gravi<strong>da</strong>de para frente;<br />

• aumento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pelve;<br />

• frouxidão <strong>do</strong>s ligamentos e tendões;<br />

• compressão diafragmática (musculatura responsável pela respiração)<br />

devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> aumento <strong>do</strong> volume uterino;<br />

• ansie<strong>da</strong>de;<br />

• insegurança;<br />

• me<strong>do</strong>;<br />

• insônia.<br />

Benefícios <strong>do</strong> exercício<br />

• maior consciência corporal;<br />

• controle <strong>do</strong> peso;<br />

• reeducação respiratória;<br />

• melhora <strong>da</strong> postura e força muscular;<br />

• redução de <strong>do</strong>res nas costas;<br />

• melhora <strong>da</strong> circulação sanguínea;<br />

• redução de cãibras e edemas;<br />

• diminuição <strong>do</strong> stress;<br />

• melhor recuperação pós-parto.<br />

Recomen<strong>da</strong>ções sobre o exercício (Segun<strong>do</strong> Colégio Americano de Obstetrícia<br />

e Ginecologia – ACOG)<br />

• não apresentar contraindicações absolutas e ser recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo médico,<br />

mediante atesta<strong>do</strong>;<br />

• frequência cardíaca média máxima, de trabalho, de 140 batimentos por<br />

minuto (bpm);<br />

• evitar impacto, per<strong>da</strong> de equilíbrio, traumas de alta intensi<strong>da</strong>de;<br />

• frequência média semanal: para sedentárias, 3 vezes, e para ativas, de 4 a<br />

5 vezes, com duração máxima de 60 minutos por sessão;<br />

• evitar contrações isométricas máximas;<br />

• equilibrar a respiração durante a execução <strong>do</strong>s exercícios – jamais realizar<br />

apneia;<br />

• evitar exercícios de longa duração, na posição supina<strong>da</strong> (de barriga para<br />

cima) e agachamentos com peso axial.<br />

28 29


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Contraindicações <strong>ao</strong> exercício físico<br />

Sinais e sintomas que indicam a interrupção <strong>do</strong> exercício físico<br />

- Alongamentos<br />

Relativas<br />

• <strong>do</strong>r;<br />

Na maioria <strong>da</strong>s vezes, não possuem contraindicações, e podem ser realiza-<br />

• hipertensão arterial;<br />

• anemia ou outros distúrbios sanguíneos;<br />

• sangramento;<br />

• falta de ar;<br />

<strong>do</strong>s diariamente. É indica<strong>do</strong> permanecer na postura durante 30 segun<strong>do</strong>s, e<br />

realizá-los bilateralmente.<br />

• disfunções endócrinas;<br />

• contrações uterinas ritma<strong>da</strong>s;<br />

• arritmia cardíaca;<br />

• per<strong>da</strong> de líqui<strong>do</strong>s;<br />

• diabetes descompensa<strong>da</strong>;<br />

• vertigem ou fraqueza;<br />

• obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>;<br />

• ausência de movimentos fetais;<br />

• histórico de sedentarismo extremo;<br />

• baixo peso corporal;<br />

Absolutas<br />

• dificul<strong>da</strong>de de an<strong>da</strong>r.<br />

Exercícios físicos sugeri<strong>do</strong>s<br />

Aeróbios<br />

Figura 01: seguran<strong>do</strong><br />

no seu pé, realize uma<br />

flexão de joelho, com<br />

Figura 02: Com os<br />

braços eleva<strong>do</strong>s próximos<br />

às orelhas, aci-<br />

• <strong>do</strong>enças cardíacas graves descompensa<strong>da</strong>s;<br />

• trabalho de parto prematuro;<br />

• histórico de três ou mais abortos espontâneos;<br />

• caminha<strong>da</strong>s;<br />

• hidroginástica;<br />

• natação.<br />

intuito de promover<br />

um alongamento no<br />

músculo <strong>da</strong> coxa –<br />

quadríceps. Pode ser<br />

ma <strong>da</strong> cabeça, realize<br />

uma flexão lateral <strong>do</strong><br />

tronco, com intuito de<br />

promover um alonga-<br />

• trombose recente;<br />

• hipertensão grave;<br />

• ruptura de bolsa e/ou sangramentos;<br />

• falta de controle pré-natal.<br />

Para caminha<strong>da</strong>s, observar as condições <strong>do</strong> piso, calça<strong>do</strong>, clima, ritmo <strong>da</strong>s<br />

passa<strong>da</strong>s, tempo de execução (20 a 40 minutos) e, principalmente, controlar<br />

a frequência cardíaca em até 70% <strong>da</strong> máxima (de acor<strong>do</strong> com a fórmula<br />

abaixo), ou não ultrapassar 140bpm:<br />

(220-i<strong>da</strong>de) x 70% = FC máxima<br />

executa<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong><br />

outros apoios, como<br />

por exemplo, uma cadeira,<br />

uma mesa ou<br />

mesmo uma parede.<br />

mento nos músculos<br />

localiza<strong>do</strong>s nesta região.<br />

Exemplo: (220 – 30) x 0,7 = 133bpm<br />

Para os exercícios na água, observar a profundi<strong>da</strong>de - o nível <strong>da</strong> água ideal<br />

está localiza<strong>do</strong> na altura <strong>do</strong> osso externo – abaixo <strong>da</strong>s mamas, a temperatura<br />

ideal seria entre 28 a 30 ºC.<br />

01<br />

02<br />

30 31


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

- Fortalecimento muscular<br />

- Exercícios respiratórios<br />

São exemplos de exercícios que promovem o fortalecimento<br />

muscular: musculação, pilates e ioga. Seguem abaixo algumas<br />

sugestões:<br />

04<br />

03<br />

06<br />

07<br />

Figura 03: Deite com as pernas eleva<strong>da</strong>s e apoia<strong>da</strong>s, realize<br />

movimentos com os pés em to<strong>da</strong>s as direções – gire para a direita,<br />

gire para a esquer<strong>da</strong>, esten<strong>da</strong> como a posição de uma bailarina<br />

e flexione como se fosse encostar a ponta <strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s na parte<br />

anterior <strong>da</strong> perna. Pode ser executa<strong>do</strong> com outros apoios, como<br />

por exemplo, vários travesseiros empilha<strong>do</strong>s um a um.<br />

05<br />

Figuras 04/05: Deite procuran<strong>do</strong> deixar as costas bem eretas<br />

e abrace as duas pernas, deste mo<strong>do</strong> você estará alongan<strong>do</strong> as<br />

Figura 06: Respire de forma consciente, observan<strong>do</strong> o caminho<br />

que o ar percorre durante o processo de inspiração e exalação, na<br />

inspiração procure inflar o abdômen, expandin<strong>do</strong> as costelas, e<br />

quan<strong>do</strong> exalar procure diminuir o volume <strong>do</strong> abdômen, retornan<strong>do</strong>-o<br />

para a posição de relaxamento inicial. Realize estes exercícios<br />

senta<strong>da</strong> com a coluna ereta e/ou deita<strong>da</strong> em decúbito <strong>do</strong>rsal<br />

com as pernas eleva<strong>da</strong>s.<br />

Figura 07: Deite em decúbito <strong>do</strong>rsal, com as pernas flexiona<strong>da</strong>s<br />

em 90º, os pés apoia<strong>do</strong>s no chão e os braços <strong>ao</strong> longo <strong>do</strong> corpo,<br />

também apoia<strong>do</strong>s no chão, realize uma inspiração e eleve o quadril,<br />

contrain<strong>do</strong> os glúteos. Expire, retornan<strong>do</strong> o quadril na posição<br />

inicial e articulan<strong>do</strong> vértebra por vértebra devagar no chão.<br />

Realize a sequência 6 a 8 vezes.<br />

regiões lombar e glútea. Pode ser realiza<strong>do</strong> também de forma<br />

unilateral, abraçan<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s pernas em diagonal, livran<strong>do</strong>-a <strong>do</strong><br />

espaço <strong>da</strong> barriga.<br />

32 33


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Figuras 08/09: Na posição quatro apoios,<br />

inspire e realize uma extensão <strong>da</strong> coluna,<br />

como se fosse um gato arrepia<strong>do</strong>. Na<br />

sequência <strong>do</strong> exercício, exale o ar e<br />

realize o movimento contrário, como se<br />

quisesse exagerar a curvatura lombar.<br />

Este movimento traz maior mobili<strong>da</strong>de<br />

para a coluna, fortalecen<strong>do</strong> os músculos<br />

paravertebrais. Realize a sequência 6 a 8<br />

vezes.<br />

Figura 10: Na posição<br />

quatro apoios, realize<br />

uma extensão <strong>do</strong> quadril,<br />

de forma unilateral.<br />

Realize nesta posição<br />

um ciclo de 5 respirações<br />

completas.<br />

08<br />

10<br />

Figura 11: Na posição quatro<br />

apoios, realize uma extensão <strong>do</strong><br />

quadril, e coloque o braço contrário<br />

à perna à frente <strong>da</strong> cabeça<br />

no prolongamento <strong>do</strong> corpo.<br />

Realize nesta posição um ciclo<br />

de 5 respirações completas e,<br />

em segui<strong>da</strong>, repita o movimento<br />

com a outra perna e o outro<br />

braço.<br />

09<br />

11<br />

34 35


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Figura 12: Na posição quatro<br />

apoios, o bebê ganha espaço, alivian<strong>do</strong><br />

a pressão na pelve. Podem<br />

ser realiza<strong>do</strong>s movimentos circulatórios<br />

<strong>do</strong> quadril.<br />

Figura 15: Cócoras – procure colocar o pé<br />

to<strong>do</strong> no chão, pode ser realiza<strong>da</strong> apoia<strong>da</strong> pelo<br />

companheiro (a), ou na cama, ou na cadeira, etc.<br />

É uma postura fisiologicamente favorável <strong>ao</strong><br />

parto, auxilia na desci<strong>da</strong> e encaixe <strong>do</strong> bebê, e no<br />

processo de dilatação <strong>do</strong> colo uterino.<br />

12<br />

Considerações finais<br />

A mulher que vive a gestação necessita de atenção<br />

especial no seu universo corporal, emocional<br />

e social, em função <strong>da</strong>s diversas transformações<br />

que acompanham este perío<strong>do</strong>.<br />

O trabalho de preparação corporal para o parto<br />

normal colabora para que as gestantes atravessem<br />

esta fase <strong>da</strong> melhor maneira possível.<br />

Contribui para redução de desconfortos comuns<br />

13<br />

Figura 13: Posição genupeitoral – com as pernas flexiona<strong>da</strong>s<br />

e projeção <strong>do</strong> tronco à frente, promove alívio na pressão exerci<strong>da</strong><br />

sobre a pelve. Pode ser realiza<strong>da</strong> no momento <strong>da</strong> contração,<br />

ou no momento de intervalo dela.<br />

14<br />

Figura 14: Com joelhos flexiona<strong>do</strong>s, apoie o tronco na bola,<br />

ou mesmo em travesseiros empilha<strong>do</strong>s um a um. Podem ser<br />

realiza<strong>do</strong>s movimentos circulatórios <strong>do</strong> quadril. O companheiro(a)<br />

pode realizar massagens na região lombar, durante<br />

a contração, com intuito de alívio <strong>do</strong>s desconfortos.<br />

15<br />

O exercício físico bem orienta<strong>do</strong> e corretamente<br />

aplica<strong>do</strong> é uma excelente ferramenta capaz<br />

de proporcionar à gestante, em sua totali<strong>da</strong>de,<br />

uma vivência equilibra<strong>da</strong>, consciente e integra<strong>da</strong><br />

em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>. São inúmeros benefícios<br />

que podemos observar, capazes de garantir uma<br />

melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> durante este momento<br />

especial e único <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de uma mulher.<br />

durante a gestação, auxilia a li<strong>da</strong>r melhor com<br />

me<strong>do</strong>s, dúvi<strong>da</strong>s e ansie<strong>da</strong>des. É um espaço de<br />

reflexão e toma<strong>da</strong> de consciência <strong>da</strong>s dimensões<br />

que envolvem o gerar e o parir.<br />

As práticas corporais trabalha<strong>da</strong>s são muito<br />

úteis para facilitar a experiência <strong>do</strong> parto e tornar<br />

esse momento mais gratificante.<br />

36 37


MANUAL DA ALIMENTAÇÃO<br />

DURANTE A GESTAÇÃO


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MANUAL DA ALIMENTAÇÃO<br />

DURANTE A GESTAÇÃO<br />

Tabela 1. Valores referenciais de IMC.<br />

Esta<strong>do</strong> Nutricional<br />

IMC (kg/m²)<br />

Baixo peso < 19,8<br />

Normali<strong>da</strong>de 19,8 - 26<br />

Nove meses de alimentação saudável<br />

Mais tarde, no segun<strong>do</strong> e terceiro trimestres, pode achar que está comen-<br />

O ganho de peso normal (veja “Orientação nutricional para o ganho de<br />

Sobrepeso 26,1 - 29<br />

A gravidez é um momento muito especial na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher, e uma boa<br />

nutrição é mais importante <strong>do</strong> que nunca. Mulheres com uma nutrição<br />

adequa<strong>da</strong> durante a gravidez têm menos complicações e dão à luz bebês<br />

mais saudáveis.<br />

Embora não precise comer duas vezes mais a quanti<strong>da</strong>de de alimentos, o<br />

que a gestante come é, agora, duas vezes mais importante. O corpo precisa<br />

de alimentos nutritivos para se manter saudável, ganhar a quanti<strong>da</strong>de desejável<br />

de peso e fornecer os nutrientes que o filho necessita para crescer<br />

e se desenvolver de maneira adequa<strong>da</strong> (ANTUNES, 2003).<br />

Seu novo padrão de alimentação<br />

Durante a gravidez, o gosto, apetite e sistema digestivo podem se modificar, e<br />

até ocorre alguns desejos estranhos e fora <strong>do</strong> comum. No início, e sobretu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> constantemente, na medi<strong>da</strong> que passa para dieta <strong>do</strong> “pouco e sempre”.<br />

Quan<strong>do</strong> o bebê cresce e toma a maior parte <strong>do</strong> espaço <strong>do</strong> abdômen, até<br />

um copo de leite e uma banana podem fazê-la sentir-se repleta (TABORDA<br />

& DEUTSCH, 2004).<br />

Avalian<strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> nutricional<br />

O esta<strong>do</strong> nutricional, antes e durante a gestação, é crítico para a saúde e<br />

sobrevivência <strong>do</strong> feto (RIBEIRO, DEVICENZI, GARCIA & SIGULEM, 2002).<br />

Se apresentar menores reservas nutricionais, haverá um maior risco <strong>do</strong><br />

feto e/ou <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> apresentar deficiência <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

neurocognitivo (dificul<strong>da</strong>de de aprendizagem), malformação congênita,<br />

prematuri<strong>da</strong>de, ganho de peso e/ou estatura insuficientes (ACCIOLY,<br />

SAUNDERS & LACERDA, 2002).<br />

peso adequa<strong>do</strong>”) se deve, principalmente, a <strong>do</strong>is componentes segun<strong>do</strong><br />

Ribeiro, Devincenzi, Garcia & Sigulem (2002):<br />

• produtos <strong>da</strong> concepção (feto, líqui<strong>do</strong> amniótico e placenta);<br />

• aumento <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s maternos (expansão <strong>do</strong> volume sanguíneo, <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong><br />

extracelular, crescimento <strong>do</strong> útero e <strong>da</strong>s mamas e aumento <strong>do</strong>s depósitos<br />

maternos – teci<strong>do</strong> adiposo).<br />

Um ganho de peso insuficiente está relaciona<strong>do</strong> a um maior risco de restrição<br />

de crescimento fetal. Já quan<strong>do</strong> excessivo, pode estar associa<strong>do</strong> a<br />

patologias maternas, como diabetes gestacional, síndrome hipertensiva<br />

gestacional (veja ”Nutrição e Diabetes Gestacional”), dificul<strong>da</strong>des no parto<br />

e risco para o feto no perío<strong>do</strong> perinatal (PICCIANO, 1997).<br />

Índice de Massa Corporal (IMC)<br />

Obesi<strong>da</strong>de > 29<br />

Fonte: Instituto de Medicina <strong>do</strong>s EUA (IOM), 1990.<br />

Exemplo:<br />

<strong>Gestante</strong> KMS, 24 anos, i<strong>da</strong>de gestacional 20<br />

semanas, peso pré-gestacional de 57 kg, altura<br />

1,65m.<br />

IMC: 57 / (1,65) ² = 20,94 ==> Normal<br />

De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IMC obti<strong>do</strong>s, a<br />

Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde (1995) recomen<strong>da</strong><br />

o ganho de 0.4 kg/semana, durante o segun<strong>do</strong><br />

e terceiro trimestres para mulheres de IMC<br />

pré-gestacional adequa<strong>do</strong>; 0,5 kg/semana para<br />

se houver enjoo matinal, é possível não sentir vontade de comer na<strong>da</strong> (veja<br />

“Orientação nutricional para sinais e sintomas digestivos”). A grávi<strong>da</strong> poderá<br />

flagrar-se em busca de comi<strong>da</strong>s extravagantes, enquanto rejeita as suas favoritas.<br />

Ganho de peso durante a gestação<br />

O ganho de peso durante a gestação é um bom indica<strong>do</strong>r para avaliar o<br />

suprimento adequa<strong>do</strong> de energia, mas pode sofrer influência de fatores<br />

como o stress, condições de saúde e hábitos alimentares.<br />

Obti<strong>do</strong> pela razão entre o peso (kg) e a estatura (m²), o IMC constitui um<br />

indica<strong>do</strong>r antropométrico capaz de interpretar o ganho de peso durante a<br />

gestação a partir <strong>da</strong> avaliação <strong>do</strong> peso pré-gestacional (MONEGO ET AL,<br />

2003). A seguir, a Tabela 1 apresenta os valores referenciais <strong>do</strong> IMC.<br />

aquelas com o IMC indicativo de baixo peso e 0,3<br />

kg/semana para aquela com sobrepeso (Tabela<br />

2) (MONEGO ET AL, 2003).<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Fazen<strong>do</strong> uma dieta balancea<strong>da</strong><br />

Vale lembrar que as proteínas de origem animal são considera<strong>da</strong>s prote-<br />

Tabela 2. Ganho de peso <strong>da</strong> gestante, segun<strong>do</strong> o IMC<br />

IMC<br />

<strong>Pré</strong>-gestacional<br />

(kg/semana)<br />

Ganho de<br />

peso total (kg)<br />

Baixo peso 12,5 - 18<br />

Normal 11,5 - 16<br />

Sobrepeso 7,0 - 11,5<br />

Obesi<strong>da</strong>de 7,0<br />

Ganho de peso semanal<br />

0,5 kg/semana durante<br />

o 2 0 e 3 0 trimestres<br />

0,4 kg/semana durante<br />

o 2 0 e 3 0 trimestres<br />

0,3 kg/semana durante<br />

o 2 0 e 3 0 trimestres<br />

0,3 kg/semana durante<br />

o 2 0 e 3 0 trimestres<br />

Os requerimentos nutricionais durante a gravidez são mais qualitativos <strong>do</strong><br />

que quantitativos, pois a proporção <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong>s proteínas, vitaminas e<br />

minerais é significativamente eleva<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong> com os valores<br />

energéticos (TABORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

As proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais são essenciais para o desenvolvimento<br />

fetal. Se existe falta desses nutrientes, o desenvolvimento<br />

<strong>da</strong>s células não é o ideal e o bebê poderá nascer com baixo peso (ANTU-<br />

NES, 2003).<br />

Conhecen<strong>do</strong> a importância <strong>do</strong>s macronutrientes na sua alimentação:<br />

Carboidratos<br />

ínas completas (contêm to<strong>do</strong>s os aminoáci<strong>do</strong>s essenciais); enquanto que<br />

as de origem vegetal, por não os conter, devem ser associa<strong>da</strong>s com cereais<br />

(por exemplo, feijão com arroz, ervilha com milho, etc.) para obtermos<br />

um conjunto de aminoáci<strong>do</strong>s essenciais e proteínas completas (ACCIOLY,<br />

SAUNDERS & LACERDA, 2002).<br />

Lipídios (Gorduras)<br />

Este grupo inclui alimentos ricos em calorias e baixos nutrientes – chama<strong>do</strong>s<br />

“calorias vazias”. Por isso, devem ter uma participação menor em sua<br />

dieta diária. Por outro la<strong>do</strong>, isso não quer dizer que as gorduras devem ser<br />

excluí<strong>da</strong>s de sua alimentação. Em pequenas quanti<strong>da</strong>des, são essenciais à<br />

saúde <strong>do</strong> binômio materno fetal. Dão energia, aju<strong>da</strong>m a manter a pele e ca-<br />

Fonte: WHO, 1997.<br />

Os carboidratos são a fonte primária de calorias para o feto. Eles são converti<strong>do</strong>s,<br />

de forma rápi<strong>da</strong> e eficiente, em energia. São necessários para o<br />

belos saudáveis e transportam as vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K, além<br />

de fazer parte <strong>da</strong> formação de vários hormônios <strong>da</strong> gravidez e <strong>da</strong> formação<br />

Necessi<strong>da</strong>de energética<br />

A gestação é um perío<strong>do</strong> anabólico (construção) que requer uma quanti<strong>da</strong>de<br />

extra de energia. O crescimento e manutenção <strong>do</strong> bebê, <strong>da</strong> placenta, <strong>da</strong><br />

formação de novos teci<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> peso corporal e consequentemente<br />

<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de diária, contribuem para o aumento de suas necessi<strong>da</strong>des<br />

energéticas durante a gestação (PICCIANO, 1997).<br />

A recomen<strong>da</strong>ção diária segun<strong>do</strong> RDA (1989), para as mulheres que iniciam<br />

a gravidez com o peso adequa<strong>do</strong>, é o aumento de 300 calorias/dia no segun<strong>do</strong><br />

e terceiro trimestre de gestação. Para as mulheres que iniciam a<br />

gravidez com baixo peso, deve-se acrescentar no primeiro trimestre 300<br />

calorias a mais <strong>do</strong> que elas vinham ingerin<strong>do</strong> (ACCIOLY, SAUNDERS & LA-<br />

CERDA, 2002).<br />

Para as mulheres ou a<strong>do</strong>lescentes que iniciaram a gravidez com sobrepeso<br />

ou obesi<strong>da</strong>de, nenhum aumento calórico é recomendável no primeiro trimestre<br />

a não ser de nutrientes essenciais. Além disso, há necessi<strong>da</strong>de de<br />

máxima dedicação no senti<strong>do</strong> de prevenir a obesi<strong>da</strong>de, o que pode levar a<br />

<strong>do</strong>enças graves como a eclâmpsia (complicação resultante <strong>da</strong> pressão alta<br />

durante a gravidez), evitan<strong>do</strong> riscos como aborto, morte <strong>do</strong> feto e <strong>da</strong> própria<br />

gestante (ACCIOLY, SAUNDERS & LACERDA, 2002).<br />

O mais importante é nunca a<strong>do</strong>tar dieta de baixa caloria.<br />

sistema nervoso fetal; são o combustível <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e podem ser encontra<strong>do</strong>s<br />

em frutas e ami<strong>do</strong>s (pães, cereais, grãos, batatas, milho e outros) (ANTU-<br />

NES, 2003).<br />

Proteínas<br />

Devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> processo de construção de novas células fetais e no próprio<br />

corpo <strong>da</strong> mãe para abrigá-lo, há um aumento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des diárias de<br />

proteínas, que são importantes para inúmeros processos no organismo.<br />

Temos fontes de proteínas de origem animal, como carnes, aves, peixes,<br />

ovos, leite, queijo, iogurte e de origem vegetal, como cereais integrais, feijão,<br />

lentilha, ervilha, grão de bico (ACCIOLY, SAUNDERS & LACERDA, 2002).<br />

cerebral fetal (TABORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

• prefira: azeite de oliva e óleos vegetais (soja, girassol, canola, arroz);<br />

• evite: manteiga, banha, toucinho, carnes gordurosas e frituras.<br />

Nutrientes essenciais<br />

A adequa<strong>da</strong> nutrição fetal significa mais <strong>do</strong> que consumir to<strong>da</strong>s as indispensáveis<br />

proteínas construtoras <strong>do</strong> corpo e os carboidratos fornece<strong>do</strong>res<br />

de energia. Significa, também, fornecer uma série de vitaminas e minerais<br />

(ACCIOLY, SAUNDERS & LACERDA, 2002).<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Água<br />

Tabela 3. Necessi<strong>da</strong>des de nutrientes na gravidez<br />

Nutriente Função Fontes Alimentares<br />

Cálcio<br />

Fósforo<br />

Ferro<br />

Io<strong>do</strong><br />

Magnésio<br />

Vitamina A<br />

Vitamina D<br />

Colecalciferol<br />

Desenvolvimento <strong>do</strong><br />

esqueleto fetal, previne<br />

cáries na mãe.<br />

É um mineral essencial<br />

<strong>ao</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> cálcio, o seu<br />

declínio está associa<strong>do</strong><br />

à ocorrência de câimbras<br />

durante a gestação.<br />

Previne anemia materna<br />

e propicia a formação <strong>do</strong><br />

sangue fetal.<br />

Importante papel<br />

na formação<br />

<strong>do</strong>s hormônios <strong>da</strong> tiróide,<br />

no crescimento<br />

e desenvolvimento fetal.<br />

Participa de uma série de<br />

reações e torna ativa<br />

a vitamina D.<br />

Participa no crescimento,<br />

desenvolvimento fetal<br />

e manutenção<br />

<strong>da</strong> placenta.<br />

Fun<strong>da</strong>mental para<br />

o crescimento ósseo.<br />

Leite, queijo e vegetais<br />

folhosos.<br />

Leite e deriva<strong>do</strong>s, carnes,<br />

ovos, feijão e cereais.<br />

Fíga<strong>do</strong>, carne vermelha,<br />

aves, peixes, leguminosas<br />

(feijão, lentilha, ervilha),<br />

vegetal verde escuro.<br />

Sal io<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

Leguminosas, vegetais<br />

folhosos, cereais integrais<br />

(pão integral, arroz integral),<br />

produtos lácteos, alimentos<br />

<strong>do</strong> mar e castanhas.<br />

Fíga<strong>do</strong>, carne, gema, leite.<br />

Caroteno-vegetais e frutas<br />

de cor verde escuro<br />

e amarelo alaranja<strong>do</strong>.<br />

Leite, gema de ovo, fíga<strong>do</strong>,<br />

sardinha e atum.<br />

Vitamina E<br />

Vitamina C<br />

Áci<strong>do</strong> Fólico<br />

Vitamina B2<br />

Riboflavina<br />

Vitamina B1<br />

Tiamina<br />

Vitamina B6<br />

Vitamina B12<br />

Importante antioxi<strong>da</strong>nte<br />

biológico, protegen<strong>do</strong><br />

as membranas celulares<br />

contra a ação de radicais<br />

livres.<br />

Auxilia na absorção <strong>do</strong><br />

ferro sérico, na síntese<br />

e manuntenção <strong>do</strong><br />

colágeno, no sistema<br />

imune.<br />

Auxilia na formação <strong>do</strong><br />

tubo neural <strong>do</strong> feto e sua<br />

deficiência pode resultar<br />

em malformação neural.<br />

Auxilia na formação <strong>da</strong>s<br />

células sanguíneas e atua<br />

na regulação <strong>da</strong>s enzimas<br />

tireodianas.<br />

Necessária no<br />

metabolismo de<br />

carboidratos, proteína e<br />

gorduras.<br />

Importante papel no<br />

desenvolvimento <strong>do</strong><br />

sistema nervoso central<br />

<strong>do</strong> feto.<br />

Auxilia na regeneração<br />

<strong>da</strong> forma ativa <strong>do</strong> áci<strong>do</strong><br />

fólico.<br />

Fonte: LACERDA, SAUNDERS & ACCIOLY, 2002.<br />

Óleos vegetais, margarina,<br />

amen<strong>do</strong>im, amên<strong>do</strong>a e<br />

gérmen de trigo.<br />

Frutas cítricas: acerola, caju,<br />

goiaba. Vegetais: tomate,<br />

pimentão, brócolis, batata e<br />

vegetais folhosos.<br />

Fíga<strong>do</strong>, feijões, vegetais<br />

folhosos (verde escuro),<br />

carnes magras e grãos<br />

integrais.<br />

Leite, fíga<strong>do</strong> e ovos.<br />

Carne, fíga<strong>do</strong>, ovos, cereais e<br />

leguminosas.<br />

Cereais integrais, vísceras,<br />

carne e frutas secas.<br />

Carne, fíga<strong>do</strong>, leite, ovos<br />

e queijos (alimentos de<br />

origem animal).<br />

A seguir, será apresenta<strong>do</strong> um exemplo de<br />

cardápio que servirá como parâmetro para a sua<br />

alimentação durante a gestação.<br />

Café <strong>da</strong> Manhã<br />

Lanche<br />

Matinal<br />

Almoço<br />

1º Lanche<br />

Vespertino<br />

2º Lanche<br />

Vespertino<br />

Jantar<br />

Ceia<br />

- Laticínios: leite ou iogurte ou queijo magro<br />

(ricota, cottage ou frescal);<br />

- Pão de centeio ou integral ou francês;<br />

- Creme vegetal light sem sal ou requeijão cremoso light<br />

ou creme de ricota ou geleia de fruta;<br />

- Frutas ou suco de fruta.<br />

- Fruta ou sala<strong>da</strong> de frutas ou fruta desidrata<strong>da</strong>;<br />

- Castanha.<br />

- Verduras cruas à vontade;<br />

- Arroz integral ou branco ou massas;<br />

- Feijão ou substitutos;<br />

- Carnes: vermelha magra (acém, patinho, músculo) ou<br />

frango ou peixe;<br />

- Acompanhamento: verduras cozi<strong>da</strong>s;<br />

- Sobremesa: fruta ou suco de fruta rico em vitamina C:<br />

acerola, kiwi, morango, goiaba, laranja, limão – propicia<br />

uma melhor absorção de ferro.<br />

- Laticínios: leite ou iogurte ou queijo magro<br />

(ricota, cottage ou frescal);<br />

- Biscoito sem recheio ou torra<strong>da</strong>s;<br />

- Creme vegetal light sem sal ou requeijão cremoso light<br />

ou creme de ricota ou geleia de fruta.<br />

- Fruta ou suco de fruta.<br />

- Igual <strong>ao</strong> almoço, levan<strong>do</strong> em conta que as preparações<br />

devem ser de fácil digestão;<br />

- Sopa de legumes com carne;<br />

- Sala<strong>da</strong> com carne grelha<strong>da</strong>;<br />

- Sanduíche natural;<br />

- Quibe assa<strong>do</strong> com sala<strong>da</strong>.<br />

- Iogurte ou coalha<strong>da</strong> desnata<strong>da</strong>;<br />

- Granola ou aveia em flocos.<br />

A gestante deve beber pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) de água por dia.<br />

Dê preferência <strong>ao</strong> consumo de água nos intervalos <strong>da</strong>s refeições (ACCIOLY,<br />

SAUNDERS & LACERDA, 2002).<br />

Como evitar os alimentos perigosos<br />

Durante a gestação, especialmente no primeiro trimestre, há maior susceptibili<strong>da</strong>de<br />

às infecções alimentares que podem ser transmiti<strong>da</strong>s <strong>ao</strong><br />

concepto. Seguin<strong>do</strong> algumas regras simples, pode-se preparar refeições<br />

nutritivas e sem riscos para mãe e filho (TABORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

Na página 50, seguem algumas orientações para se prevenir contra estas<br />

<strong>do</strong>enças.<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com estes alimentos<br />

• evitar o consumo excessivo de cafeína (chás, bebi<strong>da</strong>s sabor cola e chocolate)<br />

porque pode aumentar o risco de aborto, <strong>do</strong> bebê nascer com baixo<br />

peso e interferir na absorção de ferro e cálcio no organismo;<br />

• reduzir o consumo de sal para evitar o edema e a per<strong>da</strong> de nutrientes<br />

(cálcio, ferro, zinco, etc.). A recomen<strong>da</strong>ção de sal por dia é em torno de 5 a 6<br />

gramas. Deste total, deve-se incluir o sódio conti<strong>do</strong> nos alimentos naturais<br />

e manufatura<strong>do</strong>s;<br />

• bebi<strong>da</strong>s alcoólicas: informações científicas comprovaram que mulheres<br />

que fazem uso de aperitivos diários estão mais sujeitas <strong>ao</strong> risco de aborto,<br />

complicações durante o parto e ain<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> bebê vir a nascer<br />

com síndrome de abstinência <strong>do</strong> álcool. O abuso <strong>do</strong> álcool pode causar defeitos<br />

congênitos, anomalias estruturais <strong>da</strong> face e <strong>do</strong>s membros, poden<strong>do</strong>,<br />

até, provocar a morte fetal.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Suplementos são necessários?<br />

Teoricamente, se a grávi<strong>da</strong> tiver uma dieta saudável e bem balancea<strong>da</strong>, não<br />

necessita tomar suplementos de vitaminas e minerais. Mas é bem possível<br />

que exista deficiência de alguns nutrientes (TABORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

Orientações nutricionais para sinais e sintomas digestivos (náuseas,<br />

vômitos e azia)<br />

• aumentar o número de refeições <strong>ao</strong> dia (6 refeições), porém em menores<br />

porções;<br />

Obstipação Intestinal (Intestino Preso) e Flatulência<br />

• aumentar a ingestão de fibras: frutas laxativas (mamão e ameixa) e as<br />

demais, de preferência as com bagaço (laranja); vegetais, especialmente,<br />

os crus;<br />

(6 refeições: desjejum, colação, almoço, lanche <strong>da</strong> tarde, jantar e ceia,<br />

com intervalo de 3/3 horas);<br />

• preferir alimentos em preparações simples: assa<strong>do</strong>s, cozi<strong>do</strong>s, ensopa<strong>do</strong>s,<br />

grelha<strong>do</strong>s;<br />

O ferro é importante na formação <strong>do</strong> sangue. A necessi<strong>da</strong>de desse mineral<br />

duplica durante o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> gestação. A anemia é comum na gravidez e,<br />

normalmente, ocorre no final <strong>do</strong> primeiro trimestre até o começo <strong>do</strong> terceiro.<br />

Os principais sintomas são fraqueza e tonturas.<br />

• evitar frituras, alimentos gordurosos, alimentos com o<strong>do</strong>r forte ou desagradável<br />

ou os que causem desconforto/intolerância;<br />

• modificar o tempero <strong>da</strong>s preparações e evitar o uso de condimentos<br />

picantes;<br />

• aumentar o consumo de produtos integrais (cereais, pães, biscoitos, farinhas);<br />

• aumentar o consumo de farelo de trigo ou aveia, iniciar com uma colher<br />

de chá e aumentar conforme a tolerância, chegan<strong>do</strong> até duas colheres de<br />

sobremesa/dia, pois casos de distensão ab<strong>do</strong>minal são descritos no início<br />

• aumentar a ingestão de vegetais e frutas (como entra<strong>da</strong>) e de preferência<br />

crus;<br />

• evitar o uso de óleo e azeite em sala<strong>da</strong>s, pois são ricos em calorias. Preferir<br />

vinagre, limão, cheiro-verde, salsa, ervas, molhos como iogurte light;<br />

A razão <strong>da</strong> anemia é que o suprimento de sangue aumenta cerca de 50%.<br />

É, então, necessário ferro em grande quanti<strong>da</strong>de (ANTUNES, 2003). Os alimentos<br />

ricos em ferro são as carnes vermelhas, fíga<strong>do</strong>, peixes, aves, leguminosas<br />

(feijão, ervilha, lentilha) e vegetal verde escuro (espinafre, couve,<br />

brócolis, agrião, etc.).<br />

A suplementação de ferro deve ser feita na grande maioria <strong>da</strong>s vezes, pois mesmo<br />

a alimentação habitual não apresenta as quanti<strong>da</strong>des necessárias para<br />

mãe e feto, haven<strong>do</strong> a necessi<strong>da</strong>de de suplementação a partir <strong>do</strong> quinto mês<br />

de gestação, em <strong>do</strong>se de aproxima<strong>da</strong>mente 60mg ferro elementar/dia.<br />

A melhor fonte de orientação sobre suplementos deverá ser o (a) médico<br />

(a), que provavelmente irá lhe prescrever um suplemento pré-natal conten<strong>do</strong><br />

vitaminas e minerais. Se o consumo de cálcio for considera<strong>do</strong> insuficiente,<br />

talvez também prescreva um suplemento de cálcio (TABORDA &<br />

DEUTSCH, 2004).<br />

Mesmo se houver necessi<strong>da</strong>de de um suplemento vitamínico ou de minerais,<br />

lembre-se de que eles não substituirão uma dieta saudável.<br />

Uma dieta varia<strong>da</strong> e balancea<strong>da</strong> <strong>da</strong>rá a energia e os nutrientes necessários para<br />

uma gravidez saudável. Também será um <strong>do</strong>s maiores presentes que a mãe<br />

poderá <strong>da</strong>r <strong>ao</strong> seu bebê: uma base sóli<strong>da</strong> para a sua saúde e bem-estar futuros.<br />

• preferir temperos suaves;<br />

• preferir alimentos sóli<strong>do</strong>s pela manhã e ricos em carboidratos (biscoitos,<br />

torra<strong>da</strong>s, iogurte, geleia de frutas);<br />

• ingerir bastante líqui<strong>do</strong>s, para evitar a desidratação nos intervalos <strong>da</strong>s<br />

refeições. Preferir frutas com cal<strong>do</strong>;<br />

• evitar a monotonia alimentar (comer to<strong>do</strong>s os dias os mesmos tipos de<br />

alimentos);<br />

• evitar deitar-se logo após as grandes refeições (almoço e jantar);<br />

• utilizar o leite no planejamento dietético, porém evitar sua utilização<br />

como alimento único na refeição, já que é capaz de estimular a secreção<br />

gástrica.<br />

Fraqueza e desmaios<br />

• aumentar o número de refeições (6 refeições), em menores porções;<br />

• evitar o jejum prolonga<strong>do</strong> e um intervalo grande entre as refeições, visan<strong>do</strong><br />

prevenir a hipoglicemia (baixa taxa de glicose no sangue) e hipotensão<br />

(pressão baixa).<br />

<strong>do</strong> tratamento;<br />

ATENÇÃO: as fibras devem ser ingeri<strong>da</strong>s junto com líqui<strong>do</strong>s e fora <strong>do</strong> almoço<br />

e jantar, pois podem interferir na absorção de ferro e de cálcio;<br />

• observar a tolerância com alimentos flatulentos (alho, batata <strong>do</strong>ce, brócolis,<br />

cebola, couve, couve-flor, ervilha, feijão, milho, ovo, rabanete, repolho,<br />

entre outros);<br />

• aumentar a ativi<strong>da</strong>de física, como caminha<strong>da</strong>s e exercícios em geral, para a<br />

regularização <strong>do</strong> hábito intestinal, caso não haja contraindicação médica;<br />

• criar o hábito de ir <strong>ao</strong> banheiro diariamente, de preferência pela manhã,<br />

após o café <strong>da</strong> manhã;<br />

• aumentar a ingestão de líqui<strong>do</strong>s;<br />

• mastigar bem os alimentos, evitar falar durante as refeições e comer devagar;<br />

• fazer refeições em ambiente calmo.<br />

Orientações nutricionais para o ganho de peso adequa<strong>do</strong><br />

• evitar alimentos gordurosos, frituras e preparações concentra<strong>da</strong>s em carboidratos<br />

simples, como <strong>do</strong>ces, balas, refrigerantes, pastéis entre outros;<br />

• aumentar o número de refeições <strong>ao</strong> dia, porém em menor quanti<strong>da</strong>de<br />

• <strong>ao</strong> utilizar alimentos energéticos como macarrão, batatas ou farinhas, nas<br />

grandes refeições (almoço, jantar), reduzir a quanti<strong>da</strong>de de arroz;<br />

• utilizar sal io<strong>da</strong><strong>do</strong>, porém com moderação;<br />

• aumentar a ingestão de alimentos ricos em vitamina C (sucos ou frutas<br />

como laranja, acerola, kiwi, morango, goiaba) junto às grandes refeições (almoço<br />

e jantar);<br />

• aumentar a ingestão de líqui<strong>do</strong>s entre as refeições;<br />

• consumir chá modera<strong>da</strong>mente;<br />

• evitar o uso de bebi<strong>da</strong>s alcoólicas;<br />

• realizar ativi<strong>da</strong>de física modera<strong>da</strong> e regular, desde que não haja contraindicação<br />

médica.<br />

Nutrição e Diabetes Gestacional<br />

A maior parte <strong>do</strong>s alimentos que comemos é transforma<strong>da</strong> em glicose<br />

(açúcar) para que seja utiliza<strong>da</strong> como energia por nosso organismo. A insulina<br />

aju<strong>da</strong> a glicose a entrar nas células <strong>do</strong> corpo. Quan<strong>do</strong> se tem diabetes,<br />

o organismo não consegue produzir insulina suficiente ou não consegue<br />

utilizar a sua insulina muito bem.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

O diabetes gestacional é um tipo de diabetes diagnostica<strong>do</strong> na gestação,<br />

(exemplo: ameixa em cal<strong>da</strong>, abacaxi em cal<strong>da</strong>, etc.), <strong>do</strong>ces em geral, suco<br />

<strong>Pré</strong>-eclâmpsia<br />

• salsichas, linguiça, mortadela, presunto, salame, apresunta<strong>do</strong>;<br />

na qual o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para li<strong>da</strong>r<br />

com o aumento de açúcar no sangue. Na gestação, a placenta produz hormônios<br />

que atuam contra a insulina e, por conseguinte, pode expor uma<br />

tendência <strong>ao</strong> diabetes.<br />

A maior complicação para as mulheres com diabetes gestacional é o bebê<br />

ficar muito grande e com isso a placenta tornar-se insuficiente para nutrilo,<br />

além de outras complicações no metabolismo fetal. O diabetes pode<br />

persistir ou desaparecer após o parto e é inicialmente trata<strong>do</strong> com planejamento<br />

alimentar que, idealmente, deverá ser orienta<strong>do</strong> por nutricionista.<br />

Os exercícios físicos devem fazer parte <strong>do</strong> tratamento e serão orienta<strong>do</strong>s<br />

pelo(a) obstetra. Caso essas medi<strong>da</strong>s não surtam os efeitos espera<strong>do</strong>s,<br />

será indica<strong>do</strong> o tratamento com insulina ou medicamentos hipoglicemiantes<br />

(TABORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

A seguir, serão apresenta<strong>da</strong>s orientações nutricionais para auxiliá-la no<br />

controle de açúcar no sangue:<br />

• fazer 4 a 6 refeições <strong>ao</strong> dia;<br />

• manter sempre os mesmos horários para as refeições;<br />

• comer a quanti<strong>da</strong>de certa, não exagerar;<br />

• utilizar a medicação prescrita (insulina ou outra) nas <strong>do</strong>ses e horários indica<strong>do</strong>s;<br />

de frutas industrializa<strong>do</strong> acresci<strong>do</strong> de açúcar, gelatina, tortas e biscoitos<br />

rechea<strong>do</strong>s, cerveja, vinho <strong>do</strong>ce, licores, cidra e bebi<strong>da</strong>s alcoólicas em geral;<br />

• comer no máximo 3 a 4 porções de frutas <strong>ao</strong> dia, dê preferência às frutas<br />

com casca;<br />

• comer à vontade verduras, em especial cruas, pois são ricas em fibras que<br />

aju<strong>da</strong>m a controlar o açúcar <strong>do</strong> sangue. Ex.: acelga, agrião, alface, almeirão,<br />

couve-flor, tomate, repolho, pepino, pimentão, entre outras;<br />

• se comer batata, cará, inhame, mandioca, farinha, farofa e macarrão (massas<br />

em geral), não esquecer de diminuir a quanti<strong>da</strong>de de arroz (na mesma<br />

proporção);<br />

• dê preferência <strong>ao</strong>s óleos vegetais (soja, milho, girassol, canola, azeite de oliva);<br />

• preferir preparações assa<strong>da</strong>s e cozi<strong>da</strong>s;<br />

• os alimentos dietéticos não podem ser ingeri<strong>do</strong>s à vontade, pois também<br />

contêm calorias. Verificar sempre na embalagem o valor calórico;<br />

• observar os rótulos <strong>do</strong>s alimentos industrializa<strong>do</strong>s, verifican<strong>do</strong> nos ingredientes<br />

se contêm açúcar ou sacarose;<br />

• fazer exercício físico regularmente, conforme a orientação médica (porque<br />

aju<strong>da</strong> a diminuir o nível de açúcar no sangue, controlan<strong>do</strong> o diabetes).<br />

Nutrição <strong>da</strong> gestante hipertensa<br />

É uma síndrome que só ocorre na gravidez. Caracteriza-se pela hipertensão arterial,<br />

per<strong>da</strong> de proteína na urina (nem sempre presente), e muitas vezes, edema<br />

crescente ou generaliza<strong>do</strong> (TABORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

Eclâmpsia<br />

A pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia, problema pouco comum,<br />

mas grave. Os sintomas mais comuns são: convulsões e possível coma<br />

(TABORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

A gestante que evolui com hipertensão deve ser segui<strong>da</strong> em serviços de<br />

pré-natal de alto risco.<br />

A seguir, serão apresenta<strong>da</strong>s as orientações nutricionais para auxiliá-la<br />

no controle de sua pressão arterial:<br />

• evitar excessos ou diminuir o consumo de sal;<br />

• usar o mínimo de sal possível para preparar a comi<strong>da</strong>;<br />

• não usar saleiro à mesa;<br />

• <strong>da</strong>r preferência a outros tipos de temperos, tais como: limão, alho, cebolinha,<br />

açafrão, cheiro verde, ervas;<br />

• leia os rótulos <strong>do</strong>s alimentos, conferin<strong>do</strong> a quanti<strong>da</strong>de de sódio.<br />

Alimentos fontes de sódio (sal)<br />

• margarina ou manteiga com sal;<br />

• snacks salga<strong>do</strong>s (Skiny, Cheetos, Ruffles e outros).<br />

Dicas para reduzir o consumo de sal<br />

• realçar o sabor <strong>da</strong>s receitas usan<strong>do</strong> ervas e especiarias (cebola, cebolinha,<br />

coentro, pimentão) ou suco de limão;<br />

• eliminar o sal quan<strong>do</strong> cozinhar o macarrão;<br />

• usar margarina sem sal;<br />

• preferir carnes grelha<strong>da</strong>s ou assa<strong>da</strong>s, evitar milanesas ou carnes com molho;<br />

• fazer uma mistura de vinagre e ervas, deixar curtir para ser usa<strong>do</strong> à mesa;<br />

• reduzir o consumo de alimentos processa<strong>do</strong>s (industrializa<strong>do</strong>s), procuran<strong>do</strong><br />

usar produtos naturais como frutas e verduras.<br />

Os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s para não contrair <strong>do</strong>enças infecciosas transmiti<strong>da</strong>s pelos<br />

alimentos<br />

• procure sempre escolher produtos como laticínios, carnes, aves e peixes<br />

com prazos de vali<strong>da</strong>de mais longos;<br />

• deixe para colocar os alimentos refrigera<strong>do</strong>s ou congela<strong>do</strong>s no carrinho<br />

de supermerca<strong>do</strong> <strong>ao</strong> final de sua compra, para que fiquem menos tempo<br />

fora <strong>do</strong> ambiente refrigera<strong>do</strong>;<br />

• o uso de a<strong>do</strong>çantes não é indica<strong>do</strong> na rotina durante a gestação, porém<br />

quan<strong>do</strong> necessário, utiliza-se, de preferência, a<strong>do</strong>çantes que contenham<br />

edulcorante natural esteviosídio ou sucralose;<br />

• não comer: açúcar, mel, mela<strong>do</strong>, rapadura, garapa (cal<strong>do</strong> de cana), geleia,<br />

compotas, refrigerantes, chocolate, bombom, bala, frutas em conserva<br />

Se a pressão arterial <strong>da</strong> mulher sobe antes <strong>da</strong> gravidez, chama-se hipertensão<br />

crônica. Mas se sobe somente na gestação, chama-se hipertensão<br />

gestacional. A hipertensão induzi<strong>da</strong> pela gestação refere-se <strong>ao</strong> aparecimento<br />

<strong>da</strong> hipertensão em consequência <strong>da</strong> gestação, ocorren<strong>do</strong> após as<br />

20 semanas de gestação e desaparecen<strong>do</strong> até 3 meses após o parto (TA-<br />

BORDA & DEUTSCH, 2004).<br />

• conservas e enlata<strong>do</strong>s: picles, azeitona, palmito, sardinha, milho, molho e<br />

extrato de tomate;<br />

• carne de sol, charque;<br />

• queijos amarelos;<br />

• maionese, ketchup;<br />

• nunca consuma alimentos com o prazo de vali<strong>da</strong>de venci<strong>do</strong>;<br />

• não compre produtos que estiverem com embalagem <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>, como<br />

latas amassa<strong>da</strong>s ou sacos rasga<strong>do</strong>s, para ter certeza de que o alimento não<br />

está <strong>da</strong>nifica<strong>do</strong>;<br />

• guarde os alimentos congela<strong>do</strong>s e refrigera<strong>do</strong>s logo que chegar <strong>da</strong>s compras;<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

• mantenha cobertos os restos de comi<strong>da</strong> cozi<strong>da</strong> recentemente e leve-os à<br />

geladeira ou <strong>ao</strong> freezer assim que esfriarem;<br />

• guarde os alimentos crus e cozi<strong>do</strong>s em locais separa<strong>do</strong>s. Carnes e aves<br />

cruas devem ser embala<strong>da</strong>s e guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s na prateleira inferior <strong>da</strong> geladeira,<br />

para que não pinguem sobre as outras comi<strong>da</strong>s;<br />

• evite o descongelamento fora <strong>da</strong> geladeira;<br />

• não torne a congelar o alimento que já tenha si<strong>do</strong> descongela<strong>do</strong>;<br />

• lave as mãos, utensílios de cozinha e superfícies de trabalho antes e depois<br />

<strong>da</strong> preparação <strong>do</strong>s alimentos;<br />

• use uma tábua para o preparo de carnes e aves e outra para o restante <strong>do</strong>s<br />

alimentos;<br />

• cozinhe bem as carnes e aves;<br />

• quan<strong>do</strong> aquecer uma comi<strong>da</strong>, deixe-a esquentar bastante, mas não a<br />

requente;<br />

• evite o consumo de mel que não seja pasteuriza<strong>do</strong>;<br />

• não consuma carnes e deriva<strong>do</strong>s crus e semicrus, porque podem estar<br />

contamina<strong>do</strong>s ou mal higieniza<strong>do</strong>s, poden<strong>do</strong> provocar intoxicação alimentar<br />

grave, comprometen<strong>do</strong> a saúde de ambos;<br />

• evitar peixes de água <strong>do</strong>ce (rios) que podem estar contamina<strong>do</strong>s com alto<br />

teor de mercúrio (comprometimento neurológico);<br />

• certos alimentos não devem ser usa<strong>do</strong>s, tais como: leites e queijos não<br />

pasteuriza<strong>do</strong>s, comi<strong>da</strong>s requenta<strong>da</strong>s e comi<strong>da</strong>s prontas com adição de<br />

maionese, porque podem causar listeriose (<strong>do</strong>ença bacteriana);<br />

• <strong>ao</strong> utilizar ovos, estes devem ser bem cozi<strong>do</strong>s para evitar contaminação<br />

com salmonela.<br />

DICAS DE RECEITAS SAUDÁVEIS<br />

Escondidinho de milho light<br />

INGREDIENTES:<br />

- 5 espigas de milho;<br />

- 1 ½ lata de creme de leite light;<br />

- 500g de peito de frango;<br />

- ½ queijo minas fresco;<br />

- ½ cebola rala<strong>da</strong>;<br />

- 1 dente de alho;<br />

- queijo minas cura<strong>do</strong> e rala<strong>do</strong> para salpicar;<br />

- sal.<br />

MODO DE PREPARO: Refogue o milho com alho e sal a gosto, sem secar<br />

to<strong>da</strong> a água. Bata no liquidifica<strong>do</strong>r o milho refoga<strong>do</strong> com o creme de leite<br />

e reserve. Pique o frango em pe<strong>da</strong>ços pequenos e refogue com a cebola e<br />

os outros temperos. Em um refratário, coloque o frango refoga<strong>do</strong>, o queijo<br />

em fatias finas por cima e depois o creme de milho. Salpique queijo rala<strong>do</strong><br />

por cima e leve <strong>ao</strong> forno.<br />

Bolo de abobrinha<br />

INGREDIENTES:<br />

- ¼ xícara de chá de óleo;<br />

- 3 ovos;<br />

- 300g de abobrinha italiana crua rala<strong>da</strong> com a casca;<br />

- 1 cebola rala<strong>da</strong>;<br />

- 2 tomates sem sementes pica<strong>do</strong>s;<br />

- ½ xícara de chá de cenoura rala<strong>da</strong>;<br />

- ervas pica<strong>da</strong>s a gosto (salsinha, cebolinha);<br />

- 8 colheres de sopa de farinha de trigo;<br />

- 5 colheres de sopa de queijo rala<strong>do</strong>;<br />

- 1 colher de sopa de fermento em pó;<br />

- sal a gosto.<br />

MODO DE PREPARO: Misture to<strong>do</strong>s os ingredientes, despeje numa assadeira<br />

unta<strong>da</strong> com óleo e leve <strong>ao</strong> forno quente (200 ºC) por aproxima<strong>da</strong>mente<br />

30 minutos.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Enroladinho de queijo<br />

Sanduíche saudável<br />

Pão de queijo light<br />

Referências<br />

INGREDIENTES:<br />

INGREDIENTES:<br />

INGREDIENTES:<br />

1 - ACCIOLY E, SAUNDERS C, LACERDA EMSA. Nutrição em Obstetrícia e<br />

- 1 ½ copo de leite desnata<strong>do</strong> (temperatura: morno);<br />

- 200g de peito de peru pica<strong>do</strong>;<br />

- 1 copo de polvilho <strong>do</strong>ce;<br />

Pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Média, 2002. p. 3-540.<br />

- ½ copo de óleo, menos 1 de<strong>do</strong>;<br />

- 1 ½ colher de sopa de açúcar;<br />

- 1 colher de café de sal;<br />

- 1 colher de sopa de fermento para pão;<br />

- 1 ovo;<br />

- 200g de iogurte desnata<strong>do</strong>;<br />

- 1 uni<strong>da</strong>de média de maçã descasca<strong>da</strong> e pica<strong>da</strong>;<br />

- 1 colher de sopa de cebolinha verde pica<strong>da</strong>;<br />

- sal a gosto;<br />

- 8 fatias de pão integral;<br />

- 1 copo de queijo rala<strong>do</strong>;<br />

- 1 caixa de creme de leite light.<br />

MODO DE PREPARO: misture to<strong>do</strong>s os ingredientes, faça as bolinhas e coloque<br />

em uma assadeira unta<strong>da</strong>.<br />

Peta light de laranja<br />

2 - ANTUNES MT. Nutrição na Gestação. Medicinal, 2003. Disponível<br />

em: Acesso em: 22 dez 2005.<br />

3 - MONEGO ET. Antropometria: Manual de técnicas e procedimentos. 2.<br />

ed. Goiânia: Ed. <strong>da</strong> UFG, 2003. 61p.<br />

4 - PICCIANO MF. Embarazo y Lactancia. In: ZIEGLER EE, Filer JLJ. Conocimientos<br />

actuales sobre nutricion. 7ª ed. Washington: OPAS, OMS; 1997.p.<br />

- Farinha de trigo.<br />

- 4 folhas de alface.<br />

INGREDIENTES:<br />

410-422.<br />

Recheio: queijo fresco.<br />

MODO DE PREPARO: Coloque to<strong>do</strong>s os ingredientes no liquidifica<strong>do</strong>r até<br />

obter uma mistura homogênea. Acrescente em um recipiente esta mistura,<br />

em segui<strong>da</strong> adicione a farinha de trigo (<strong>ao</strong>s poucos) e amasse bem até esta<br />

massa soltar <strong>do</strong> recipiente. Coloque a massa para crescer, em segui<strong>da</strong>, abra<br />

a massa. Posteriormente, corte a massa em tiras. Enrole a massa <strong>ao</strong> re<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> queijo (obs.: também corta<strong>do</strong> em formato de tiras). Unte a assadeira<br />

MODO DE PREPARO: Colocar em um refratário o peito de peru, o iogurte, a<br />

maçã, a cebolinha e o sal. Misturar bem. Distribuir a mistura sobre 4 fatias<br />

de pão. Acrescentar uma folha de alface e fechar com as demais fatias.<br />

Suco de melão com kiwi e hortelã<br />

INGREDIENTES:<br />

- 1 xícara de chá de melão corta<strong>do</strong> em cubos;<br />

- 2 copos de polvilho <strong>do</strong>ce;<br />

- ½ copo de suco de laranja lima;<br />

- ½ copo de óleo, menos um de<strong>do</strong>;<br />

- ½ copo de água;<br />

- 1 ovo;<br />

- sal a gosto.<br />

5 - RIBEIRO L.C, DEVICENZI UM,GARCIA JN, SIGULEM DM. Nutrição e Alimentação<br />

na Gestação. Compacta Nutrição. 2002. Disponível em: < www.<br />

pnut. epm.br> Acesso em: 22 dez 2005.<br />

6 - TABORDA W, DEUTSCH ADA. A Bíblia <strong>da</strong> Gravidez. São Paulo: CMS,<br />

2004. p. 392.<br />

com óleo vegetal, acrescente o enroladinho e deixe crescer. Depois coloque<br />

para assar no forno pré-aqueci<strong>do</strong>.<br />

- ½ kiwi médio corta<strong>do</strong> em pe<strong>da</strong>ços;<br />

- ½ xícara de chá de água;<br />

MODO DE PREPARO: misture o polvilho com o suco de laranja. Coloque<br />

para ferver o óleo com a água e em segui<strong>da</strong> despeje no polvilho, misturan-<br />

- 1 colher de chá de folhas de hortelã pica<strong>da</strong>s.<br />

MODO DE PREPARO: bata to<strong>do</strong>s os ingredientes no liquidifica<strong>do</strong>r e sirva.<br />

<strong>do</strong> bem. Posteriormente, adicione o sal a gosto e um ovo, misturan<strong>do</strong> bem<br />

até obter uma massa mole. Unte a assadeira com óleo.<br />

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PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO<br />

A gestante, durante o seu pré-natal, além de realizar os exames médicos, Desconstrução de alguns mitos<br />

deve também procurar aconselhamento o<strong>do</strong>ntológico específico. Esse<br />

• a per<strong>da</strong> de dentes não é, de maneira alguma, uma ocorrência natural na<br />

aconselhamento vai lhe ensinar como prevenir e solucionar problemas de<br />

gestação. Fican<strong>do</strong> totalmente desacredita<strong>do</strong> o velho dita<strong>do</strong>: “ca<strong>da</strong> filho um<br />

saúde oral que aconteçam durante a gestação e vai promover a sua própria<br />

dente perdi<strong>do</strong>”, indican<strong>do</strong>, na ver<strong>da</strong>de, total desinformação;<br />

saúde e <strong>do</strong> bebê.<br />

• a gestante não perde cálcio de seus dentes para formar as estruturas<br />

Visita <strong>ao</strong> dentista durante a gestação<br />

mineraliza<strong>da</strong>s <strong>do</strong> bebê;<br />

O tratamento o<strong>do</strong>ntológico necessário pode ser seguramente forneci<strong>do</strong><br />

• não é ver<strong>da</strong>de que exista um aumento na incidência de cárie. O que ocorre<br />

em to<strong>da</strong>s as fases <strong>da</strong> gestação, sen<strong>do</strong> que o segun<strong>do</strong> trimestre é considera<strong>do</strong><br />

ótimo, tanto pelo maior conforto <strong>da</strong> gestante na cadeira o<strong>do</strong>nto-<br />

é um maior risco pela própria condição gestacional, o que pode ser controla<strong>do</strong><br />

com medi<strong>da</strong>s educacionais e preventivas;<br />

lógica quanto pelo fato de que a fase <strong>da</strong>s náuseas geralmente já passou.<br />

Vale ressaltar que não existem evidências que tratamentos, preventivos ou<br />

• o tratamento o<strong>do</strong>ntológico não prejudica a mãe e nem o bebê. Pelo contrário,<br />

a ausência dele é que pode levar à <strong>do</strong>r ou infecção de origem dentá-<br />

repara<strong>do</strong>res, sejam <strong>da</strong>nosos à gestante ou <strong>ao</strong> feto em desenvolvimento,<br />

durante qualquer trimestre.<br />

ria, que, dissemina<strong>da</strong>s no organismo materno, podem causar <strong>da</strong>nos graves<br />

à gestante e <strong>ao</strong> feto.<br />

O mais importante é que a gestante informe <strong>ao</strong> seu o<strong>do</strong>ntólogo caso<br />

sinta algum incômo<strong>do</strong> durante qualquer procedimento que necessite ser<br />

realiza<strong>do</strong>.<br />

Problemas comuns de saúde oral durante a gestação<br />

Cárie dentária<br />

É importante saber que os dentes não se alteram durante a gravidez. Quan<strong>do</strong><br />

uma gestante tem cárie, isso se deve às condições locais, tais como dieta,<br />

má higiene oral ou vômitos frequentes. Para prevenir, o dentista estabelecerá<br />

práticas educativas e preventivas de acor<strong>do</strong> com o esta<strong>do</strong> bucal <strong>da</strong><br />

grávi<strong>da</strong>. Fazen<strong>do</strong> o aconselhamento de hábitos alimentares, higiene oral,<br />

realizan<strong>do</strong> a limpeza bucal profissional e o uso <strong>do</strong> flúor.<br />

Erosão dentária<br />

É o desgaste <strong>do</strong>s dentes sem a presença de bactérias. Ela pode acontecer<br />

durante a gestação devi<strong>do</strong> a vômitos frequentes e por perío<strong>do</strong> prolonga<strong>do</strong>,<br />

ou possivelmente devi<strong>do</strong> à ingestão de comi<strong>da</strong>s áci<strong>da</strong>s. Isto, também,<br />

pode causar sensibili<strong>da</strong>de <strong>ao</strong> calor e <strong>ao</strong> frio. Para prevenção é interessante<br />

que o dentista examine e avalie o risco. É necessário o uso de flúor, orientar<br />

para que a higiene dentária não seja feita imediatamente após o vômito e<br />

nos casos mais graves restaurações podem ser indica<strong>da</strong>s.<br />

Doença perio<strong>do</strong>ntal (gengivite-perio<strong>do</strong>ntite)<br />

A gestação pode tornar a gengiva e outros teci<strong>do</strong>s que sustentam os dentes<br />

mais susceptíveis às inflamações. Isso se chama <strong>do</strong>ença perio<strong>do</strong>ntal<br />

e acontece por causa <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças hormonais que afetam a flora oral.<br />

<strong>Gestante</strong>s porta<strong>do</strong>ras de Diabetes Mellitus são mais propensas a ter a <strong>do</strong>ença<br />

perio<strong>do</strong>ntal. Quan<strong>do</strong> a inflamação é na gengiva temos a gengivite,<br />

muito comum na gravidez. É importante informar que se escovar os dentes<br />

e passar o fio dental adequa<strong>da</strong>mente, a gestante estará menos propensa a<br />

sofrer desta <strong>do</strong>ença.<br />

Quan<strong>do</strong> inflamações e infeções são mal controla<strong>da</strong>s, pode haver per<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

osso que sustenta e segura o dente. Esta <strong>do</strong>ença se chama perio<strong>do</strong>ntite.<br />

Pesquisas ligam a <strong>do</strong>ença perio<strong>do</strong>ntal às gestantes com pré-eclâmpsia,<br />

partos prematuros e bebês de baixo peso. Apesar disso, tenha em mente<br />

que a gestação não causa a <strong>do</strong>ença perio<strong>do</strong>ntal. A gengivite é resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

má higiene oral, que causa mu<strong>da</strong>nças na gengiva.<br />

Hiperplasia gengival e granuloma gravídico<br />

Trata-se de um crescimento demasia<strong>do</strong> <strong>da</strong>s gengivas. A presença de fatores<br />

locais, como: biofilme, cálculo e excesso de material restaura<strong>do</strong>r na<br />

superfície <strong>do</strong> dente, pode acentuar a resposta <strong>da</strong> gengiva, forman<strong>do</strong> o granuloma<br />

gravídico. É uma lesão benigna de rápi<strong>do</strong> crescimento, que ocorre<br />

comumente no primeiro trimestre e poderá se estender até o terceiro trimestre.<br />

A higiene oral, neste caso, também se faz necessária para minimizar<br />

as hiperplasias gengivais. Geralmente regride após o parto, mas, apesar<br />

disso, a excisão cirúrgica pode ser necessária.<br />

Xerostomia<br />

Algumas gestantes podem sofrer de um ressecamento temporário na<br />

boca. As alterações hormonais associa<strong>da</strong>s podem ser a explicação para tal<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

situação. Para minimizar recomen<strong>da</strong>-se a ingestão de muita água, mastigar<br />

ção nasal, fala e desenvolvimento <strong>da</strong>s arca<strong>da</strong>s dentárias, fazen<strong>do</strong> a corre-<br />

pendurá-las à corrente ou fral<strong>da</strong>s, pois, fazen<strong>do</strong> isto, a chupeta será usa<strong>da</strong><br />

• informar medi<strong>da</strong>s preventivas para evitar os traumatismos dentários e,<br />

goma de mascar sem sacarose e com xilitol, para estimular a salivação e<br />

ção <strong>do</strong> retrognatismo (posição posterior <strong>da</strong> mandíbula) <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong>.<br />

o tempo to<strong>do</strong>, tornan<strong>do</strong>-se um hábito.<br />

caso ocorra, alertar de que maneira procurar um profissional, que deverá<br />

aliviar o ressecamento. Uso frequente de pasta de dentes e soluções bucais<br />

com flúor para remineralizar os dentes e reduzir a sensibili<strong>da</strong>de local<br />

e o risco de cárie.<br />

Por isso, é importante que o seu bebê faça o esforço para sugar. É o que<br />

chamamos de estímulos funcionais para um desenvolvimento adequa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s ossos <strong>da</strong> face.<br />

Tanto <strong>da</strong>r o peito como a mamadeira de madruga<strong>da</strong> após o perío<strong>do</strong> de auto<br />

regulação <strong>do</strong> bebê, que normalmente ocorre a partir <strong>do</strong>s 3 meses, pode se<br />

tornar um hábito. Daí, tenha cui<strong>da</strong><strong>do</strong> para que isso não ocorra. Portanto, à<br />

saber quan<strong>do</strong>, como e onde foi o acidente.<br />

Assim, o <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> O<strong>do</strong>ntológico conheci<strong>do</strong> também como O<strong>do</strong>ntologia<br />

Intrauterina é tu<strong>do</strong> isto e muito mais.<br />

O que a mamãe e o papai precisam saber sobre o bebê.<br />

Desenvolvimento <strong>da</strong> boca na vi<strong>da</strong> intrauterina<br />

Os dentes decíduos começam o seu desenvolvimento por volta <strong>da</strong> sexta<br />

semana de vi<strong>da</strong> intrauterina, já os germes <strong>do</strong>s dentes permanentes, em<br />

torno <strong>do</strong> quarto mês de vi<strong>da</strong> intrauterina. O pala<strong>da</strong>r se desenvolve a partir<br />

<strong>da</strong> 12ª semana, e as papilas gustativas tornam-se bem desenvolvi<strong>da</strong>s na<br />

14ª semana, quan<strong>do</strong> ocorre o surgimento de preferências de gostos.<br />

O reflexo <strong>da</strong> deglutição inicia-se na 12ª semana. Entre a 18ª e 22ª, inicia-<br />

-se a sucção, que ain<strong>da</strong> é o abrir a boca e projetar a língua para frente. Já<br />

a sucção <strong>do</strong> de<strong>do</strong>, por volta <strong>da</strong> 28ª semana intrauterina. Para finalmente,<br />

entre as semanas 32ª e 34ª, o feto já conseguir deglutir o suficiente para<br />

sua nutrição extrauterina.<br />

Importância o<strong>do</strong>ntológica <strong>da</strong> amamentação<br />

O leite materno é o alimento ideal para a nutrição e o conforto emocional<br />

<strong>do</strong> bebê. Durante o aleitamento materno, o bebê realizará um exercício<br />

oral que estimulará to<strong>do</strong>s os seus músculos orais, promoven<strong>do</strong> a respira-<br />

Caso não seja possível o aleitamento materno, surge a mamadeira como<br />

opção. Neste caso, é importante escolher uma mamadeira com bico anatômico,<br />

cujo tamanho seja proporcional <strong>ao</strong> tamanho <strong>da</strong> boca <strong>do</strong> bebê. Não<br />

se deve aumentar o furo original. Mesmo com a mamadeira é importante<br />

o mesmo aconchego entre mamãe e bebê.<br />

Lembrete: evite o peito e a mamadeira como inicia<strong>do</strong>res de sono, porque<br />

assim que isto for estabeleci<strong>do</strong>, temos a introdução de um hábito.<br />

Hábitos<br />

As chupetas não devem ser, preferencialmente, usa<strong>da</strong>s, pois podem causar<br />

deformi<strong>da</strong>des nas arca<strong>da</strong>s dentárias. E não preocupe se o bebê a rejeitar,<br />

isto normalmente acontece porque ele está pleno com a sucção que faz no<br />

peito. Se, apesar disso, você preferir usar, principalmente naqueles casos<br />

em que o bebê tem uma forte tendência a sugar o de<strong>do</strong> em momentos<br />

de desconforto, tenha alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s: dê preferência para as chupetas<br />

ortodônticas. Não coloque a chupeta como 1ª opção, verifique o motivo<br />

<strong>do</strong> choro, pode ser algo que resolva sem ela, por exemplo um desconforto<br />

passageiro ou até mesmo uma simples necessi<strong>da</strong>de de aconchego. Evite<br />

medi<strong>da</strong> que o bebê <strong>do</strong>rmir mais à noite, evite acordá-lo para mamar após<br />

este perío<strong>do</strong>.<br />

Por que levar o bebê <strong>ao</strong> dentista no seu 1º ano de vi<strong>da</strong><br />

• para reforçar as orientações recebi<strong>da</strong>s no <strong>Pré</strong>-<strong>Natal</strong> O<strong>do</strong>ntológico;<br />

• tirar as dúvi<strong>da</strong>s sobre a erupção dentária, que é um processo natural, mas,<br />

sem dúvi<strong>da</strong>, difícil para alguns bebês;<br />

• falar sobre a introdução alimentar, que deve iniciar <strong>ao</strong>s 6 meses. Aqui é<br />

muito importante orientar a consistência ideal <strong>do</strong>s alimentos e de como<br />

oferecer os alimentos para estimular a mastigação e oportunizar a participação<br />

ativa <strong>do</strong> bebê;<br />

• orientar <strong>ao</strong>s pais que os líqui<strong>do</strong>s ofereci<strong>do</strong>s para o bebê devem ser <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

em copos transicionais.<br />

• mostrar <strong>ao</strong>s responsáveis a maneira correta de fazer a higiene oral. Tornan<strong>do</strong><br />

este momento prazeroso para to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s;<br />

• para evitar problemas como cáries e deformi<strong>da</strong>des orais decorrentes de<br />

maus hábitos;<br />

Leituras adicionais<br />

KONISSHI F, ABREU-E-LIMA F. O<strong>do</strong>ntologia intra-uterina: a construção <strong>da</strong><br />

saúde bucal antes <strong>do</strong> nascimento. Rev Bras O<strong>do</strong>ntol. 2002; 59(5): 294-5.<br />

GUEDES-PINTO, A.C; Iss<strong>ao</strong>, M. Manual de O<strong>do</strong>ntopediatria.10º.Ed. O<strong>do</strong>ntopediatria.<br />

Pancat; 1999.<br />

WALTER, LRF.; FERELLE, A; ISSAO, M. O<strong>do</strong>ntologia para bebê. Artes Médicas:<br />

Rio de Janeiro; 1996.<br />

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COMO SERÁ MEU PARTO?


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

COMO SERÁ MEU PARTO?<br />

Assim como ca<strong>da</strong> gravidez é única, também é única ca<strong>da</strong> experiência de se a mãe vai suportar a espera e o próprio parto. Também já existe, neste<br />

parto, ain<strong>da</strong> que para a mesma mulher.<br />

momento, a preocupação materna com o bebê (se vai nascer bem, o receio,<br />

geralmente infun<strong>da</strong><strong>do</strong>, de ele sofrer no trabalho de parto, se <strong>ao</strong> passar pela<br />

A gravidez é um perío<strong>do</strong> muito especial na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher, <strong>do</strong> casal e <strong>da</strong><br />

vagina ele sentirá <strong>do</strong>r, se irá se machucar, se vai entrar em sofrimento).<br />

própria família. São momentos de alegria, mas também de muitas angústias<br />

e dúvi<strong>da</strong>s. Além de to<strong>do</strong>s os me<strong>do</strong>s <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> gravídico, o parto que O me<strong>do</strong> <strong>do</strong> parto nos acompanha desde o início <strong>do</strong>s tempos como um<br />

se aproxima pode parecer um grande obstáculo a ser enfrenta<strong>do</strong>. Temos castigo, “parirás com <strong>do</strong>r” (Gen. 2). É necessário desmistificar esta ideia,<br />

que desconstruir esta imagem. Primeiramente, não é uma barreira intransponível;<br />

segun<strong>do</strong>, é para ser um momento de realização (mesmo que, com uma benção e os recursos atuais, sejam medicamentosos ou não, têm pro-<br />

lembran<strong>do</strong> que a gravidez e, por consequência, o parto são uma vitória e<br />

alguma <strong>do</strong>r), vivi<strong>do</strong> em to<strong>da</strong> sua magnitude e não “enfrenta<strong>do</strong>” como uma porciona<strong>do</strong> diminuição significativa <strong>do</strong> desconforto materno.<br />

batalha.<br />

O parto, obviamente, é um momento de stress, mas viver exige que obstáculos<br />

sejam venci<strong>do</strong>s e o nascimento é o primeiro a ser transposto pela<br />

Por que temos tantas dúvi<strong>da</strong>s quanto <strong>ao</strong> parto, se há somente duas possibili<strong>da</strong>des?<br />

Ou será normal (vaginal) ou cesariana (operatório). Caso houvesse<br />

meia dúzia de opções, talvez a insegurança não fosse tão grande.<br />

criança.<br />

Também não é possível adiamento (quem sabe deixar o parto para <strong>da</strong>qui<br />

um ano?).<br />

Essas dúvi<strong>da</strong>s e me<strong>do</strong>s ocorrem porque questiona-se sobre o que é melhor,<br />

menos <strong>do</strong>lori<strong>do</strong> (o me<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>r é natural), qual o tipo de parto ideal,<br />

PARTO NORMAL X CESARIANA<br />

Qual é o parto ideal?<br />

É aquele que respeita as indicações médicas e a vontade <strong>da</strong> paciente, após<br />

devi<strong>da</strong>mente esclareci<strong>da</strong>, sem deixar de la<strong>do</strong> o bem-estar materno-fetal.<br />

Ou seja, a decisão médica será toma<strong>da</strong> após correta análise <strong>do</strong>s riscos e<br />

benefícios <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is (mãe e filho), de preferência, em comum acor<strong>do</strong> com a<br />

gestante ou seu responsável.<br />

Segun<strong>do</strong> a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ideal seria um máximo<br />

de 15% de cesáreas, entretanto este percentual não é alcança<strong>do</strong> pela<br />

maioria <strong>do</strong>s países e mantém tendência <strong>ao</strong> aumento nos últimos anos. Já<br />

a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), considera<br />

razoável um mínimo de 15% a 25%. As taxas de cesáreas, por 100 nasci<strong>do</strong>s<br />

vivos, são muito variáveis conforme o país: nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, aproxima<strong>da</strong>mente<br />

32%, Canadá 26% e México, 42%. Na Europa, observamos como<br />

exemplos: Holan<strong>da</strong> com 14%, Suécia com 17%, França com 20% e Itália<br />

com 38%. Já no Brasil, as taxas variam de 27,5 a 90% (média de 40-50%).<br />

O “<strong>Parto</strong> Normal” ou transvaginal é considera<strong>do</strong> o ideal, tanto para a mãe<br />

quanto para o bebê, especialmente nas gestantes de baixo risco (as que<br />

não apresentam problemas médicos/obstétricos). Desde que bem assisti<strong>do</strong>,<br />

apresenta menor risco materno (hemorragia, infecção, aderências, en<strong>do</strong>metriose)<br />

e fetal (problemas respiratórios). A mãe que teve parto normal<br />

tem melhor recuperação pós-parto, fica menos limita<strong>da</strong>, por não ter si<strong>do</strong><br />

submeti<strong>da</strong> a uma cirurgia e, portanto, tem maior agili<strong>da</strong>de para amamentar,<br />

cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> bebê e realizar seus afazeres habituais.<br />

Com a evolução <strong>da</strong> medicina, a cesárea tornou-se uma cirurgia bastante<br />

segura, e pelo fato de ser mais prática e poder ser agen<strong>da</strong><strong>da</strong>, o que evitaria<br />

alguns dissabores, tais como não ter vaga em determina<strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de<br />

ou não ter acesso <strong>ao</strong> médico escolhi<strong>do</strong>, é muito utiliza<strong>da</strong>. Entretanto, ain<strong>da</strong><br />

existem complicações, desde mais simples até muito graves.<br />

Os mais frequentes problemas em curto prazo com a cesárea são: para a<br />

mãe - maior incidência de infecção e hemorragias, por se tratar de uma<br />

cirurgia de médio porte - e para o recém-nasci<strong>do</strong> - a prematuri<strong>da</strong>de, especialmente<br />

quan<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong> antes <strong>do</strong> início <strong>do</strong> trabalho de parto ou eletivamente<br />

com menos de 39 semanas de gestação. O bebê que nasce por<br />

cesárea nem sempre passou pelo perío<strong>do</strong> de a<strong>da</strong>ptação necessário para o<br />

novo ambiente, como ocorre durante um parto normal, por isso o pulmão<br />

<strong>do</strong> bebê geralmente funciona melhor após este parto.<br />

Além disto, deve-se lembrar de que a cesárea pode causar alterações futuras<br />

no abdômen e no útero <strong>da</strong> mulher, especialmente porque ela é geralmente<br />

realiza<strong>da</strong> duas ou mais vezes na vi<strong>da</strong>. Ao se cortar os teci<strong>do</strong>s, pode<br />

haver o enfraquecimento nos músculos <strong>do</strong> abdômen e <strong>da</strong> parede uterina,<br />

levar a problemas estéticos (flacidez e distensão ab<strong>do</strong>minal), causar borras<br />

pós-menstruais (difíceis de controlar) e, eventualmente, causar <strong>do</strong>enças<br />

como a en<strong>do</strong>metriose (teci<strong>do</strong> en<strong>do</strong>metrial fora <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de uterina)<br />

tanto <strong>do</strong> útero como <strong>da</strong> parede ab<strong>do</strong>minal, processos aderenciais (quan<strong>do</strong><br />

os órgãos ab<strong>do</strong>minais aderem entre si) e <strong>do</strong>r pélvica, os quais podem indicar<br />

nova cirurgia. Também há maior chance de complicações nas gesta-<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

ções futuras, tais como placenta prévia (ou baixa) e acretismo placentário<br />

(quan<strong>do</strong> a placenta fica aderi<strong>da</strong> à parede uterina e não sai após o parto)<br />

o que leva a hemorragias e frequentemente são causas de histerectomia<br />

(retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> útero), transfusões sanguíneas e, mesmo que raro, <strong>ao</strong> óbito<br />

materno.<br />

vi<strong>do</strong>, durante os 9 meses, sob as estruturas <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> mulher. Na ver<strong>da</strong>de,<br />

a incontinência urinária (urina solta) acomete aproxima<strong>da</strong>mente 5% <strong>da</strong>s<br />

mulheres que não tiveram filhos, 10% <strong>da</strong>s que tiveram filhos por cesárea e<br />

15% <strong>da</strong>s que tiveram partos vaginais.<br />

estão afina<strong>do</strong>s entre si, mesmo ten<strong>do</strong> que dividir a atenção <strong>da</strong> mãe.<br />

haja algum problema na gestação.<br />

O principal me<strong>do</strong> <strong>da</strong>s mulheres, em relação <strong>ao</strong> parto normal, está liga<strong>do</strong> à<br />

<strong>do</strong>r, mas muitas mulheres se a<strong>da</strong>ptam com facili<strong>da</strong>de às contrações uterinas<br />

e, nas que julgam necessário, pode-se lançar mão de técnicas não<br />

medicamentosas para a <strong>do</strong>r (massagens, eletroestimulação, acupuntura,<br />

banhos, etc.) ou analgesia de parto (anestesia que tira a <strong>do</strong>r, mas não tira os<br />

movimentos <strong>do</strong> corpo), que pode ser aplica<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> a intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>do</strong>r<br />

aumenta, o que acontece mais <strong>ao</strong> final <strong>do</strong> trabalho de parto, especialmente<br />

após os 6cm de dilatação, quan<strong>do</strong> as contrações ficam mais próximas e o<br />

parto fica mais rápi<strong>do</strong>.<br />

Outra grande preocupação <strong>da</strong>s mulheres em relação <strong>ao</strong> parto normal é sobre<br />

a possível interferência com a vi<strong>da</strong> sexual <strong>do</strong> casal depois <strong>do</strong> parto<br />

(será que vou ficar fláci<strong>da</strong> e com a “que<strong>da</strong> de bexiga”?). Devemos lembrar<br />

que a capaci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> corpo feminino é extr<strong>ao</strong>rdinária<br />

no ciclo grávi<strong>do</strong> puerperal. Para se ter uma ideia, o útero chega a<br />

pesar mais de 1kg no final <strong>da</strong> gravidez e volta <strong>ao</strong>s 60-80 gramas originais.<br />

O grande vilão de alterações vaginais e na bexiga <strong>da</strong>s mulheres não é, apenas,<br />

o parto em si, mas a própria gravidez, em função <strong>do</strong> peso <strong>do</strong> útero grá-<br />

As estatísticas também são influencia<strong>da</strong>s pelo número de gestações que<br />

as mulheres têm. Habitualmente, as mulheres que tinham e têm partos<br />

vaginais, geralmente, engravi<strong>da</strong>m mais vezes, provocan<strong>do</strong> um maior efeito<br />

<strong>do</strong> peso <strong>do</strong> útero grávi<strong>do</strong> sobre as estruturas <strong>da</strong> pelve. Provavelmente,<br />

com 2 a 3 gestações, que tem si<strong>do</strong> a tendência atual, a repercussão sobre<br />

a incontinência urinária e a flacidez vaginal seja muito menor. Além disso,<br />

outros fatores colaboram para o aparecimento de incontinência urinária,<br />

tais como: o tabagismo, o ganho de peso excessivo, a falta de exercícios<br />

perineais, a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> útero (mais comum após cesáreas), intestino muito<br />

preso, raça e i<strong>da</strong>de. Pesquisas recentes têm demonstra<strong>do</strong> que os exercícios<br />

perineais previnem a flacidez vaginal e a incontinência urinária, se realiza<strong>do</strong>s<br />

antes e após o parto.<br />

Devemos lembrar que o relacionamento <strong>do</strong> casal também pode se alterar<br />

após a chega<strong>da</strong> <strong>do</strong>s filhos pelo fato que, comumente, a mulher prioriza o(s)<br />

filho(s), o que é natural por certo tempo, mas que não deve perdurar mais<br />

que um ano.<br />

A mulher não deve se esquecer que, sem o parceiro, ela não teria o tão<br />

sonha<strong>do</strong> filho e que os filhos, no íntimo, sentem-se bem quan<strong>do</strong> seus pais<br />

Como ocorre o parto?<br />

Ao final <strong>da</strong> gravidez, geralmente (96,5% <strong>do</strong>s casos) o bebê fica com a cabeça<br />

para baixo, que é a posição mais adequa<strong>da</strong> <strong>ao</strong> nascimento. Em 3% <strong>da</strong>s<br />

vezes ele encontra-se senta<strong>do</strong> e em 0,5% em posição transversa (“atravessa<strong>do</strong>”).<br />

Nessas duas últimas posições a operação cesariana é mais indica<strong>da</strong>.<br />

A partir <strong>da</strong> 35ª semana de gestação, o corpo <strong>da</strong> gestante e o bebê começam<br />

a se preparar para o parto. Dentre as muitas preocupações que afligem o<br />

casal, uma delas é saber a hora de ir para a materni<strong>da</strong>de (“não deixar passar<br />

<strong>da</strong> hora”), por isso, na nossa divisão de fases <strong>do</strong> parto (dilatação, expulsão,<br />

saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta e pós-parto imediato) incluiremos o momento anterior,<br />

que chamamos pró<strong>do</strong>mos de trabalho de parto.<br />

Pró<strong>do</strong>mos de trabalho de parto<br />

Perío<strong>do</strong> de tempo variável, no qual a mulher já tem algumas contrações,<br />

mas falta proximi<strong>da</strong>de entre elas, regulari<strong>da</strong>de e/ou maior intensi<strong>da</strong>de, características<br />

que encontramos no trabalho de parto.<br />

Obs.: contração é quan<strong>do</strong> o útero fica to<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> por alguns segun<strong>do</strong>s<br />

(30” - 50”) e não se consegue deprimir a parede uterina.<br />

Ao final <strong>da</strong> gravidez, no perío<strong>do</strong> de preparação, ocorre o encaixamento (a<br />

cabeça <strong>do</strong> feto se fixa à pelve materna). As contrações são leves e passageiras,<br />

ocorre <strong>do</strong>r nas costas e no baixo ventre, o que não quer dizer que<br />

Caso haja dúvi<strong>da</strong>s se está ou não em trabalho de parto, a gestante deve<br />

tentar relaxar, tomar um banho, repousar deita<strong>da</strong> de la<strong>do</strong> (preferencialmente<br />

à esquer<strong>da</strong>) e observar por cerca de uma hora se as contrações persistem.<br />

Em caso de dúvi<strong>da</strong>s, procure o serviço de emergência (materni<strong>da</strong>de<br />

de referência).<br />

Sinais importantes a serem observa<strong>do</strong>s<br />

• que<strong>da</strong> <strong>do</strong> ventre: a barriga fica mais baixa devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> encaixe cefálico, pois<br />

a cabeça <strong>do</strong> bebê desce pela pelve;<br />

• per<strong>da</strong> <strong>do</strong> tampão mucoso: secreção parecen<strong>do</strong> um catarro esbranquiça<strong>do</strong>,<br />

abun<strong>da</strong>nte, às vezes liquefeito, com ou sem rajas de sangue, que sai pela<br />

vagina, também chama<strong>do</strong> de “sinal”, que pode ocorrer de 2 a 14 dias antes<br />

<strong>do</strong> parto;<br />

• frequência <strong>da</strong>s contrações: quan<strong>do</strong> as contrações ficam ritma<strong>da</strong>s, mais<br />

intensas e frequentes (duas contrações em 10 minutos ou 12 contrações<br />

em uma hora), mesmo em repouso, é que se considera estar em trabalho<br />

de parto;<br />

• per<strong>da</strong> de líqui<strong>do</strong> pela vagina: flui<strong>do</strong>, em grande quanti<strong>da</strong>de, que escorre<br />

perna a baixo, significa que a bolsa <strong>da</strong>s águas deve ter se rompi<strong>do</strong> e deve<br />

ser o quanto antes comunica<strong>do</strong> <strong>ao</strong> obstetra;<br />

• sangramento: semelhante à menstruação, não é normal e deve ser investiga<strong>do</strong>;<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

• movimentação fetal: deve persistir normal, mesmo próximo <strong>ao</strong> trabalho<br />

de parto. Caso o feto não se movimente por mais de 6 horas, mesmo após<br />

alimentação, deve-se comunicar <strong>ao</strong> obstetra.<br />

riente, sen<strong>do</strong> muito utiliza<strong>da</strong> atualmente;<br />

a preferência <strong>da</strong> parturiente e <strong>do</strong> obstetra.<br />

que nasce o bebê, faz-se a limpeza <strong>da</strong> face e aspiração delica<strong>da</strong> <strong>da</strong>s secreções<br />

que ficam na boca e nariz, permitin<strong>do</strong> a respiração <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong>.<br />

Após alguns minutos, é feito o clampeamento <strong>do</strong> cordão umbilical (pinçamento<br />

e secção) e o bebê pode ser coloca<strong>do</strong> sobre a mamãe imediatamente<br />

ou após alguns instantes, a depender <strong>da</strong> conduta <strong>do</strong> pediatra na sala de<br />

parto e <strong>da</strong>s condições de nascimento <strong>da</strong> criança.<br />

Perío<strong>do</strong> de dilatação<br />

É o perío<strong>do</strong> no qual ocorre a abertura <strong>do</strong> colo uterino, à custa de contrações<br />

vigorosas, regulares e repetitivas. É o momento <strong>da</strong> internação. Quan<strong>do</strong> a<br />

gestante chega à materni<strong>da</strong>de, ela pode ser examina<strong>da</strong> em uma sala de<br />

triagem ou na própria sala de pré-parto ou quarto, depende <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de<br />

e preferência <strong>do</strong> obstetra.<br />

No perío<strong>do</strong> de dilatação, as contrações ocorrem no intervalo de 3 a 5 minutos<br />

e duram 40 a 60 segun<strong>do</strong>s. Este perío<strong>do</strong> pode durar de seis a dez<br />

horas. Geralmente, o primeiro trabalho de parto é um pouco mais longo.<br />

É importante:<br />

• o apoio <strong>do</strong> médico, <strong>do</strong> parceiro, <strong>da</strong> mãe ou outra pessoa próxima;<br />

• o ambiente deve ser tranquilo;<br />

• massagens e banhos com água morna podem aliviar a <strong>do</strong>r e a tensão;<br />

• exercícios de relaxamento também podem auxiliar;<br />

• respiração adequa<strong>da</strong>;<br />

• analgesia, méto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> para reduzir a <strong>do</strong>r por meio de punção peridural<br />

ou raquidiana, pode ser uma boa opção para reduzir a <strong>do</strong>r <strong>da</strong> partu-<br />

• a posição a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pela paciente deve ser a que proporcione o maior conforto<br />

(em pé, an<strong>da</strong>n<strong>do</strong>, agacha<strong>da</strong>, etc.);<br />

• ficar em pé ou caminhar pode reduzir o tempo <strong>da</strong> dilatação, pois a força<br />

<strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de aju<strong>da</strong> o bebê a descer.<br />

Perío<strong>do</strong> expulsivo<br />

Neste perío<strong>do</strong>, a dilatação <strong>do</strong> colo é completa (cerca de 10 cm), mas na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes o bebê encontra-se “alto” na vagina (4 cm ou mais acima<br />

<strong>do</strong> introito vaginal) e inicia-se a expulsão <strong>do</strong> feto através <strong>do</strong> canal <strong>do</strong><br />

parto, o bebê percorre este trajeto (útero, vagina e vulva) descen<strong>do</strong> a ca<strong>da</strong><br />

contração, aju<strong>da</strong><strong>do</strong> pela força expulsiva que a mãe fará.<br />

• tem duração variável, na 1ª vez: 20 a 60 minutos (mas pode durar até 2<br />

horas, desde que esteja tu<strong>do</strong> bem com a mãe e o bebê). A partir <strong>do</strong> 2º parto,<br />

tende a ser mais rápi<strong>do</strong>: 10 a 30 minutos aproxima<strong>da</strong>mente, entretanto,<br />

pode durar o mesmo perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> primeiro parto, especialmente quan<strong>do</strong> se<br />

utiliza analgesia peridural ou raquidiana;<br />

• as contrações são intensas e repetitivas a ca<strong>da</strong> minuto;<br />

• ocorre vontade de fazer força como se fosse evacuar, são os “puxos”;<br />

• a posição de parto pode ser horizontal (tradicional, semelhante à <strong>do</strong> exame<br />

ginecológico) ou vertical (cócoras, senta<strong>da</strong> ou na água) de acor<strong>do</strong> com<br />

Neste momento, se for considera<strong>da</strong> necessária, o obstetra fará a episiotomia,<br />

que é um corte na lateral <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> vagina (ângulo de 45 graus)<br />

para facilitar a expulsão fetal. Caso a paciente não esteja sob analgesia,<br />

usa-se anestesia local antes de sua realização. Atualmente, sabe-se que<br />

a episiotomia não é necessária na grande maioria <strong>da</strong>s parturientes, especialmente<br />

naquelas que realizaram preparo perineal, com exercícios e/ou<br />

massagens no pré-natal e nas que têm seu parto na posição verticaliza<strong>da</strong>.<br />

O que é o fórcipe?<br />

É um instrumento de metal em forma de colher, que pode ser eventualmente<br />

necessário para auxiliar o nascimento <strong>do</strong> bebê. Ele é a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> à cabeça<br />

<strong>do</strong> feto para abreviar a sua expulsão, quan<strong>do</strong> está demoran<strong>do</strong> mais <strong>do</strong><br />

que seria espera<strong>do</strong> ou quan<strong>do</strong> se suspeita de sofrimento fetal intraparto.<br />

Às vezes, o fórcipe é também utiliza<strong>do</strong> para auxiliar a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê na<br />

cesariana, especialmente quan<strong>do</strong> o parto ocorreu antes <strong>da</strong> paciente estar<br />

em trabalho de parto. Ao contrário <strong>do</strong> que se imagina, este instrumento,<br />

quan<strong>do</strong> bem indica<strong>do</strong> e corretamente aplica<strong>do</strong>, preserva as condições de<br />

vi<strong>da</strong> e saúde <strong>do</strong> bebê.<br />

O nascimento<br />

Logo após o nascimento, a mulher experimenta uma explosão de sentimentos<br />

associa<strong>do</strong>s a um momento de relaxamento e tranquili<strong>da</strong>de. Assim<br />

É realiza<strong>da</strong> a avaliação <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> e dá-se uma nota no primeiro e<br />

quinto minuto, que é chama<strong>da</strong> APGAR (0-10). Quan<strong>do</strong> a nota é de 7 a 10,<br />

especialmente no quinto minuto, considera-se que as condições de nascimento<br />

foram boas.<br />

Alguns minutos (5’ a 30’) após o nascimento, ocorre a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta, caso<br />

isto não ocorra espontaneamente, o médico realiza sua retira<strong>da</strong> sob analgesia.<br />

Em segui<strong>da</strong> é feita uma revisão <strong>da</strong> região vulvo-vaginal e a sutura (costura)<br />

<strong>da</strong> episiotomia, se esta for necessária, ou de pequenas roturas que tenham<br />

ocorri<strong>do</strong>, utilizan<strong>do</strong>-se, com fio absorvível, pontos que caem sozinhos.<br />

Cesariana<br />

Mesmo que seja, atualmente, um procedimento comum, deve ser indica<strong>da</strong>,<br />

de preferência, naqueles casos em que os benefícios suplantem os possíveis<br />

riscos, preservan<strong>do</strong> a saúde materna e fetal.<br />

Existem indicações considera<strong>da</strong>s relativas, como por exemplo: uma cesárea<br />

prévia, gestação gemelar, hipertensão, etc.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

E outras considera<strong>da</strong>s absolutas, tais como: desproporção feto-pélvica, feto<br />

transverso viável, placenta prévia centro total (que obstrui o canal cervical), etc.<br />

Os passos básicos em caso de cesariana são:<br />

• é realiza<strong>da</strong> a indicação cirúrgica;<br />

• a paciente é leva<strong>da</strong> <strong>ao</strong> centro cirúrgico;<br />

• punciona-se uma veia (“pegar veia”), pois serão feitos alguns medicamentos<br />

antes e durante a cesariana;<br />

• faz-se a anestesia (raquidiana, peridural ou, raramente, geral);<br />

• limpeza <strong>da</strong> pele e colocação de panos (campos) estéreis;<br />

• as seguintes cama<strong>da</strong>s são corta<strong>da</strong>s até chegar <strong>ao</strong> bebê:<br />

1 - pele; 2 - gordura; 3 - aponeurose (capa branca que reveste os músculos<br />

<strong>do</strong> abdômen); 4 - afastamento <strong>do</strong>s músculos <strong>do</strong> abdômen; 5 - peritônio<br />

(membrana lisa que cobre o abdômen por dentro); 6 - peritônio <strong>do</strong> útero<br />

(membrana lisa que cobre o útero); 7 - músculo <strong>do</strong> útero (miométrio). Finalmente<br />

chega-se à bolsa <strong>da</strong>s águas <strong>do</strong> bebê, quan<strong>do</strong> ela é corta<strong>da</strong>, aspira-se<br />

o líqui<strong>do</strong> amniótico e se extrai o bebê que, após breve aspiração <strong>da</strong>s<br />

secreções <strong>da</strong> orofaringe, é entregue <strong>ao</strong> pediatra. Então, retira-se a placenta,<br />

revisa-se a cavi<strong>da</strong>de uterina (para certificar que não ficaram restos) e é feita<br />

a sutura de to<strong>da</strong>s as cama<strong>da</strong>s que foram abertas;<br />

• sutura e curativo.<br />

Quanto tempo dura uma cesárea?<br />

Dura geralmente 1 hora, poden<strong>do</strong> variar de 40 minutos a 2 horas.<br />

Qual é a segurança <strong>da</strong> cesárea?<br />

Apesar <strong>da</strong> cesárea ter um maior risco de infecção, de hemorragia intraparto<br />

(cerca de 3 a 5%) e complicações anestésicas, ela é uma cirurgia bastante<br />

segura hoje em dia e, quan<strong>do</strong> necessária, deve ser encara<strong>da</strong> como um processo<br />

natural <strong>da</strong> assistência obstétrica.<br />

<strong>Pós</strong>-parto imediato<br />

Também chama<strong>do</strong> quarto perío<strong>do</strong>, é a primeira hora após a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta.<br />

O organismo materno sofre algumas a<strong>da</strong>ptações haven<strong>do</strong> uma redistribuição<br />

<strong>do</strong> sangue no corpo <strong>da</strong> mãe, existin<strong>do</strong> maior risco de hemorragia<br />

neste perío<strong>do</strong>. A hemostasia (controle <strong>do</strong> sangramento) é realiza<strong>da</strong>,<br />

especialmente, pela contração uterina, pois onde estava implanta<strong>da</strong> a placenta<br />

ficam vasos sanguíneos abertos que atravessam a parede <strong>do</strong> útero<br />

e são pinça<strong>do</strong>s pela musculatura uterina. Por este motivo, uma cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sa<br />

observação e a utilização de medicamentos que garantam a contração <strong>do</strong><br />

útero, durante esta hora, são muito importantes.<br />

Considerações finais<br />

Ressaltamos o importante papel <strong>do</strong> futuro pai e/ou acompanhantes que a<br />

gestante tenha elegi<strong>do</strong> para apoiá-la durante to<strong>do</strong> o acompanhamento na<br />

gravidez e perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> parto.<br />

Atenção para os sintomas que sinalizam o parto.<br />

Ao chegar a hora <strong>do</strong> parto:<br />

“Quan<strong>do</strong> uma mulher leva<br />

• contrações regulares (2 a 3 a ca<strong>da</strong> 10 minutos), com cólicas leves a modera<strong>da</strong>s<br />

(que duram 30 a 60 segun<strong>do</strong>s) por mais de 1 (uma) hora;<br />

ela fica cheia. Obviamente,<br />

uma criança em seu ventre,<br />

quan<strong>do</strong> a criança nasce, ela<br />

• presença, ou não, de secreção mucosa ou líqui<strong>da</strong>;<br />

se sente vazia. Ela sente falta<br />

<strong>da</strong> nova vi<strong>da</strong> que pulsava e<br />

• leve-a à materni<strong>da</strong>de;<br />

• esteja <strong>ao</strong> seu la<strong>do</strong>;<br />

se mexia no útero. A criança<br />

saiu; ela se sente vazia durante<br />

alguns dias. Mas ela pode<br />

• caso entre na sala de parto, após o nascimento, acompanhe o bebê <strong>ao</strong><br />

berçário (a mãe se sentirá mais segura);<br />

devotar amor à criança e pode<br />

• passe a noite com ela na materni<strong>da</strong>de;<br />

esquecer seu vazio aman<strong>do</strong> a<br />

• controle as visitas para evitar stress materno;<br />

criança e aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-a a desenvolver-se”.<br />

• estimule-a a amamentar;<br />

OSHO<br />

• apren<strong>da</strong> a cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> bebê.<br />

Em resumo: participe.<br />

Referências<br />

1. Tabor<strong>da</strong> W & Deutsch ADA. A Bíblia <strong>da</strong> Gravidez. São Paulo: CMS, 2004. 392p.<br />

2. Zugaib M. Obstetrícia. Ed. Manole: 3ª edição, 2016.<br />

3. Brasil. Ministério <strong>da</strong> Saúde. Humanização <strong>do</strong> parto e <strong>do</strong> nascimento / Ministério <strong>da</strong> Saúde. Universi<strong>da</strong>de Estadual <strong>do</strong> Ceará. – Brasília : Ministério <strong>da</strong><br />

Saúde, 2014. 465 p. : il. – (Cadernos Humaniza SUS; v. 4).<br />

4. Brasil. Ministério <strong>da</strong> Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde <strong>da</strong> Mulher. <strong>Parto</strong>, aborto e puerpério: assistência humaniza<strong>da</strong> à<br />

mulher / Ministério <strong>da</strong> Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica <strong>da</strong> Mulher. – Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde, 2001.<br />

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CUIDADOS NO PÓS-PARTO


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

CUIDADOS NO PÓS-PARTO<br />

O que é puerpério?<br />

Recuperação pós-parto<br />

Após o parto, o organismo materno retorna <strong>ao</strong>s poucos às condições anteriores<br />

à gravidez. O conjunto de transformações que compreende esta são sanguínea, à frequência cardíaca, à involução uterina e <strong>ao</strong> sangramento<br />

Durante a internação, a equipe de saúde ficará atenta à temperatura, à pres-<br />

fase é denomina<strong>do</strong> puerpério, coloquialmente chama<strong>do</strong> de “resguar<strong>do</strong>”. O vaginal <strong>da</strong> parturiente. De acor<strong>do</strong> com ca<strong>da</strong> caso e prescrição médica, a<br />

puerpério se inicia, seja no parto normal ou cesáreo, após a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta<br />

e se estende por meses, mas a fase mais importante está entre os e náuseas, controlar o sangramento genital e prevenir possíveis infecções.<br />

mãe recebe, em horários regulares, medicamentos para diminuir as <strong>do</strong>res<br />

primeiros quarenta a sessenta dias. Neste perío<strong>do</strong>, o útero retornará <strong>ao</strong><br />

No pós-parto imediato, a puérpera (mãe) deverá ficar em repouso no leito<br />

tamanho normal e haverá redução <strong>do</strong> peso corpóreo, além de outras mu<strong>da</strong>nças.<br />

Com o tempo, as alterações ocorri<strong>da</strong>s no corpo <strong>da</strong> mulher durante<br />

por um perío<strong>do</strong> de 2 a 6 horas. Se não houver anestesia, a alimentação<br />

poderá ser libera<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com o desejo e a disposição <strong>da</strong> mulher. Nos<br />

a gravidez e o parto irão regredir total ou parcialmente.<br />

casos em que for utiliza<strong>da</strong> anestesia, a puérpera deverá permanecer em jejum<br />

até terminar seu efeito, sen<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong> medicação en<strong>do</strong>venosa nesta<br />

situação.<br />

Fases <strong>do</strong> puerpério<br />

Convém, à medi<strong>da</strong> que a anestesia for passan<strong>do</strong>, movimentar-se no leito e<br />

• imediato: são os primeiros 10 dias pós-parto<br />

esperar que os efeitos cessem completamente para tentar levantar. Esse<br />

• tardio: vai <strong>do</strong> 11º <strong>ao</strong> 40º dia<br />

tempo leva, em média, de 6 a 8 horas. Aproxima<strong>da</strong>mente 30 minutos após<br />

• remoto: vai <strong>do</strong> 41º <strong>ao</strong> 60º dia<br />

a primeira alimentação, a mãe deve sentar-se na cama por alguns minutos<br />

e tentar levantar-se, com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> enfermeira e/ou acompanhante,<br />

fican<strong>do</strong> em pé por um momento e, sentin<strong>do</strong>-se bem, deve caminhar. Estes<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s reduzem o aparecimento de vômitos e/ou tonturas e aceleram<br />

a recuperação <strong>da</strong> mãe para que possa cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> seu bebê. Entretanto, não<br />

é incomum a mãe apresentar alguma tontura ou escurecimento visual na<br />

primeira vez que se levantar após o parto, pois se manteve em repouso<br />

prolonga<strong>do</strong>, ficou algum tempo sem se alimentar, usou medicamentos durante<br />

a anestesia ou parto, passou por estresse físico e emocional e ain<strong>da</strong><br />

teve uma per<strong>da</strong> sanguínea considerável.<br />

O banho pode ser toma<strong>do</strong> assim que a puérpera se levantar e deve ser<br />

como de costume <strong>da</strong> mulher, ou seja, pode lavar o cabelo se tiver vontade.<br />

Alguns médicos recomen<strong>da</strong>m não molhar o curativo <strong>da</strong> cesárea nas primeiras<br />

24 horas, mas no pós-parto normal é permiti<strong>do</strong> a higienização <strong>da</strong><br />

episiotomia (corte na região <strong>da</strong> vulva) com água e sabão desde o primeiro<br />

banho.<br />

Na maioria <strong>da</strong>s materni<strong>da</strong>des, para maior conforto <strong>da</strong> cliente, é comum<br />

manter o enfaixamento ab<strong>do</strong>minal nas primeiras 24 a 48 horas, o que facilita<br />

a movimentação materna e os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o bebê.<br />

A utilização de roupas confortáveis e porta-seios apropria<strong>do</strong>s é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

As calcinhas devem ser à altura <strong>do</strong> umbigo, de preferência, especialmente<br />

após a cesárea, evitan<strong>do</strong> inchaço <strong>da</strong> cicatriz por compressão <strong>da</strong><br />

incisão. O uso de cintas, de baixa ou média compressão, irá depender <strong>da</strong><br />

indicação <strong>do</strong> obstetra responsável.<br />

Alojamento conjunto<br />

Alojamento conjunto é a permanência de mãe e filho no mesmo quarto,<br />

que se inicia em média 30 minutos a 4 horas após o nascimento <strong>do</strong> bebê,<br />

perío<strong>do</strong> no qual ficará em observação no berçário, tomará seu primeiro banho,<br />

será pesa<strong>do</strong> e medi<strong>do</strong> e ain<strong>da</strong> receberá alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s necessários<br />

para esta fase.<br />

Este tempo deve ser aproveita<strong>do</strong> para a mãe descansar um pouco, antes de<br />

assumir a responsabili<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> seu bebê.<br />

O alojamento conjunto tem como principais objetivos:<br />

• incentivar a lactação e o aleitamento materno, favorecen<strong>do</strong> o relacionamento<br />

mãe/pai e filho;<br />

• diminuir o risco de infecção hospitalar, evitan<strong>do</strong> as complicações maternas<br />

e <strong>do</strong> bebê.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

primeira semana para alívio <strong>do</strong>s sintomas. No parto normal, para acelerar<br />

a cicatrização e melhorar o desconforto local, recomen<strong>da</strong>-se banhos frios<br />

ou mornos na região perineal, a troca frequente <strong>do</strong>s absorventes íntimos<br />

e, em alguns casos, o uso de medicamentos locais com orientação médica.<br />

Decepções<br />

Nem sempre tu<strong>do</strong> acontece como o planeja<strong>do</strong>. O bebê nasce sujinho, às<br />

vezes a cabecinha está um pouco maior de um la<strong>do</strong>, o cabelo é diferente,<br />

o tamanho é menor ou maior <strong>do</strong> que o espera<strong>do</strong>, surgem as dúvi<strong>da</strong>s e<br />

inseguranças de cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> bebê e amamentar.<br />

DÚVIDAS RECORRENTES<br />

O abdômen<br />

É comum a preocupação de estar com o abdômen incha<strong>do</strong> e “solto”. É importante<br />

lembrar que as modificações ocorri<strong>da</strong>s em nove meses de gestação<br />

não irão regredir em poucas horas ou dias.<br />

O útero demora aproxima<strong>da</strong>mente 10 dias para retornar à bacia ou pelve e<br />

neste perío<strong>do</strong> permanece palpável, como uma “bola” abaixo <strong>do</strong> umbigo. A<br />

pele e musculatura estão fláci<strong>da</strong>s e vão retornan<strong>do</strong> <strong>ao</strong> normal <strong>ao</strong>s poucos,<br />

até meses após o parto. Nota-se a presença de uma linha escura no meio<br />

<strong>da</strong> barriga chama<strong>da</strong> “linha nigra”, que normalmente desaparece espontaneamente.<br />

Lóquios<br />

O sangramento vaginal ou lóquios geralmente possui cor avermelha<strong>da</strong> até<br />

o 5º dia, tornan<strong>do</strong>-se serosanguíneo ou rosa<strong>do</strong> até o 10º dia e, por fim, seroso<br />

ou amarelo-esbranquiça<strong>do</strong> até o 30º dia pós-parto. Nesta fase jamais<br />

é normal ter hemorragia ou secreção de o<strong>do</strong>r féti<strong>do</strong>. Durante a amamentação<br />

é comum o aumento <strong>da</strong>s cólicas uterinas e <strong>do</strong> fluxo sanguíneo vaginal,<br />

pois o estímulo <strong>do</strong>s mamilos libera a ocitocina, hormônio que estimula as<br />

contrações uterinas para que o útero regri<strong>da</strong> <strong>ao</strong> tamanho normal e a desci<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> leite materno.<br />

Hemorragia pós-parto<br />

Trata-se <strong>da</strong> per<strong>da</strong> sanguínea excessiva, maior que 500 ml no parto vaginal<br />

ou 1000 ml na cesárea, durante ou após o trabalho de parto. Pode ser<br />

causa<strong>da</strong> por hipotonia uterina (útero amoleci<strong>do</strong>), por trabalho de parto<br />

prolonga<strong>do</strong> (exaustão <strong>da</strong> musculatura uterina) ou distensão uterina (parto<br />

gemelar, excesso de líqui<strong>do</strong> amniótico, etc.); lacerações (lesões extensas<br />

nos ângulos musculares <strong>da</strong> cicatriz uterina na cesariana ou <strong>do</strong> colo uterino<br />

no parto normal); retenção de restos placentários; e, mais raramente, por<br />

alterações <strong>da</strong> coagulação sanguínea materna.<br />

To<strong>da</strong> a equipe médica, a puérpera e os acompanhantes devem estar atentos<br />

a esta possibili<strong>da</strong>de, para que seja corrigi<strong>da</strong> o mais prontamente possível.<br />

Cicatriz<br />

A cicatriz <strong>da</strong> cesariana ou <strong>da</strong> episiotomia (corte perineal no parto normal)<br />

deve ser bem higieniza<strong>da</strong> com água e sabonete diariamente e poderá ficar<br />

sem curativo oclusivo após 24 horas <strong>do</strong> parto.<br />

Os pontos <strong>da</strong> cesariana são retira<strong>do</strong>s de 7 a 10 dias após o parto, e os <strong>da</strong><br />

episiotomia caem sozinhos a partir de uma semana. Ambos são desconfortáveis<br />

nos primeiros dias, mas usam-se analgésicos e anti-inflamatórios na<br />

Deambulação<br />

An<strong>da</strong>r após as refeições é importante para evitar o acúmulo de gazes, reduzir<br />

a <strong>do</strong>r no local <strong>da</strong> cicatriz e as cólicas ab<strong>do</strong>minais, além de regredir<br />

o inchaço <strong>do</strong>s membros inferiores, comuns nos primeiros dias pós-parto.<br />

Quanto mais ce<strong>do</strong> a puérpera conseguir an<strong>da</strong>r, menor é o risco de trombose<br />

(coagulação <strong>do</strong>s vasos sanguíneos).<br />

Visitas<br />

Geralmente, as visitas hospitalares e <strong>do</strong>miciliares são situações delica<strong>da</strong>s.<br />

Se os parentes e amigos não aparecem para compartilhar conosco o nascimento<br />

<strong>do</strong> nosso filho, ficamos decepciona<strong>do</strong>s, mas se eles aparecem o dia<br />

to<strong>do</strong>, a situação <strong>da</strong> mãe, enquanto opera<strong>da</strong>, <strong>do</strong>lori<strong>da</strong>, cansa<strong>da</strong> e inexperiente<br />

nos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> bebê, fica desespera<strong>do</strong>ra e conflitante.<br />

Pelo menos nos primeiros dias de casa, não se esforce em ser uma boa<br />

anfitriã. Fique mais tempo no seu quarto, aten<strong>da</strong> um menor número de visitantes,<br />

eles irão compreender. Você está tentan<strong>do</strong> se a<strong>da</strong>ptar a uma reali<strong>da</strong>de<br />

inteiramente nova, está sensível emocionalmente, <strong>do</strong>rme pouco, não<br />

tem tempo para si mesma e ain<strong>da</strong> tem um lin<strong>do</strong> bebezinho que depende<br />

totalmente de você. Preserve-se!<br />

Seu acompanhante pode e deve controlar as visitas para você.<br />

As pequenas decepções também fazem parte <strong>da</strong> nossa vi<strong>da</strong> e, com um<br />

pouco de paciência e o apoio <strong>do</strong>s familiares e amigos, serão supera<strong>da</strong>s<br />

com certa facili<strong>da</strong>de.<br />

Alta hospitalar<br />

A alta hospitalar é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> de 36 a 48 horas após o parto, pois,<br />

além deste perío<strong>do</strong> apresentar maior risco para algumas complicações, é<br />

também o mínimo necessário para que a mãe se a<strong>da</strong>pte <strong>ao</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

bebê e <strong>da</strong> amamentação.<br />

ATENÇÃO!<br />

Comunique o médico em caso de:<br />

• Sangramento exagera<strong>do</strong>;<br />

• Febre alta (≥ 38 ºC);<br />

• Secreção vaginal de o<strong>do</strong>r féti<strong>do</strong>;<br />

• Inchaço e/ou secreção nos pontos (<strong>da</strong> episiotomia ou <strong>da</strong> cesárea);<br />

• Dor intensa nas mamas acompanha<strong>da</strong> de vermelhidão e febre.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Infecção puerperal<br />

A infecção puerperal caracteriza-se por apresentar temperatura materna<br />

O intestino pode demorar de <strong>do</strong>is a três dias para funcionar. Muitos mé-<br />

Depressão pós-parto<br />

Alguns fatores podem corroborar com a depressão pós-parto:<br />

maior ou igual a 38 ºC, por 2 dias sucessivos, depois <strong>da</strong>s primeiras 24 horas<br />

pós-parto, sem outras causas aparentes.<br />

Ela ocorre principalmente no útero, nas cicatrizes <strong>da</strong> cesárea ou <strong>da</strong> episiotomia.<br />

Mastites (inflamação <strong>da</strong> mama) e abscessos mamários tendem a<br />

ocorrer depois <strong>do</strong> 3º dia <strong>do</strong> parto.<br />

dicos prescrevem laxantes para auxiliar a primeira evacuação, segui<strong>da</strong> por<br />

uma dieta laxativa. O excesso de gases, que se acumulam nos primeiros<br />

dias, especialmente pós-cesárea, é resolvi<strong>do</strong> com medicamentos, alimentação<br />

adequa<strong>da</strong> e deambulação precoce.<br />

É comum a parturiente apresentar-se muito sensível após o parto, com<br />

choro fácil, impaciência, irritabili<strong>da</strong>de e dificul<strong>da</strong>de em cui<strong>da</strong>r <strong>do</strong> bebê.<br />

Tu<strong>do</strong> parece muito difícil e o cansaço é indescritível, apesar de muitas vezes<br />

estar cerca<strong>da</strong> de cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s em tempo integral pelos parentes afins ou<br />

profissionais especializa<strong>do</strong>s.<br />

• falta de suporte emocional, familiar e social;<br />

• eventos de vi<strong>da</strong> negativos durante a gravidez<br />

ou próximos <strong>ao</strong> parto;<br />

• problemas pessoais e emocionais <strong>da</strong> mãe em relação<br />

Dor pós-parto<br />

É mais comum após uma incisão cirúrgica, impedin<strong>do</strong> uma mobili<strong>da</strong>de ágil.<br />

Geralmente, é mais intensa entre o 2º e 10º dia pós-parto, perío<strong>do</strong> em que<br />

a anestesia já passou e a mulher necessita movimentar-se. Na maioria <strong>da</strong>s<br />

vezes, é controla<strong>da</strong> com analgésicos comuns e/ou anti-inflamatórios. Espera-se<br />

que a intensi<strong>da</strong>de vá diminuin<strong>do</strong> com o passar <strong>do</strong> tempo. Se a <strong>do</strong>r<br />

for muito intensa e persistente, o(a) obstetra deve ser comunica<strong>do</strong>(a).<br />

Durante a amamentação, o útero contrai ocasionan<strong>do</strong> uma cólica que, na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes, é suportável. Mas quan<strong>do</strong> o incômo<strong>do</strong> é muito grande,<br />

podem ser administra<strong>do</strong>s antiespasmódicos (remédios para cólicas).<br />

Funcionamento <strong>da</strong> bexiga e intestino<br />

É comum haver certa dificul<strong>da</strong>de de esvaziamento <strong>da</strong> bexiga, especialmente<br />

após uma anestesia, às vezes percebi<strong>da</strong> como uma <strong>do</strong>r no baixo<br />

ventre. Raramente, necessita-se son<strong>da</strong>r a bexiga. Assim que a mulher consegue<br />

se levantar e sentar no vaso, a grande maioria delas consegue urinar<br />

bem. O volume de urina é variável de acor<strong>do</strong> com o parto, a hidratação <strong>da</strong><br />

parturiente e o volume de sangramento apresenta<strong>do</strong>.<br />

Inchaço ou edema<br />

A mãe pode apresentar edema de membros inferiores até 20 dias depois<br />

<strong>do</strong> parto. Pode ser considera<strong>do</strong> fisiológico (normal), desde que a pressão<br />

arterial esteja dentro <strong>do</strong>s padrões <strong>da</strong> normali<strong>da</strong>de. Ocorre, devi<strong>do</strong> às mu<strong>da</strong>nças<br />

hormonais, redistribuição <strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s corporais e o uso frequente<br />

de medicamentos (soro, anti-inflamatórios e outros).<br />

Alimentação<br />

A dieta <strong>da</strong> nutriz (mãe que amamenta) deve ser rica em fibras e pobre em<br />

alimentos obstipantes ou hipercalóricos, para aju<strong>da</strong>r o bom funcionamento<br />

intestinal. Deve-se evitar a ingestão de chocolates, refrigerantes, café,<br />

comi<strong>da</strong>s muito gordurosas e de difícil digestão, frutas áci<strong>da</strong>s e ain<strong>da</strong>, em<br />

alguns casos, alimentos deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> leite, caso o bebê apresente cólicas<br />

ab<strong>do</strong>minais.<br />

A hidratação frequente é fun<strong>da</strong>mental para a lactação. Não há necessi<strong>da</strong>de<br />

de fazer regimes rigorosos para voltar <strong>ao</strong> peso normal. Com uma alimentação<br />

adequa<strong>da</strong> em quali<strong>da</strong>de e quanti<strong>da</strong>de, isto acontecerá em 3 a 6 meses<br />

em média (vide nutrição na amamentação).<br />

Trata-se de uma condição fisiológica, devi<strong>do</strong> às intensas alterações hormonais<br />

que ocorrem nesta fase e à mu<strong>da</strong>nça radical <strong>da</strong> rotina diária, mas<br />

geralmente passa em 15 dias. O pai, mais <strong>do</strong> que nunca, deve ter muita<br />

paciência e compreensão, ser o mais colaborativo e presente possível.<br />

Com o passar <strong>do</strong>s dias, tu<strong>do</strong> vai <strong>da</strong>n<strong>do</strong> certo. Vale a pena.<br />

Infelizmente, algumas mães, mesmo ten<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a assistência necessária<br />

e sem ocorrência de nenhum fator externo, podem apresentar depressão<br />

pós-parto. Ela pode aparecer até 12 meses após o nascimento, mas é mais<br />

frequente por volta <strong>do</strong> 1º <strong>ao</strong> 4º mês. Os sintomas mais comuns são desânimo,<br />

ansie<strong>da</strong>de, fadiga, apatia, falta de alegria, excesso de cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com<br />

o bebê, falta de apetite ou aumento excessivo <strong>do</strong> mesmo, insônia ou sono<br />

intenso, pensamentos e sensações inapropria<strong>da</strong>s ou estranhas.<br />

A depressão pós-parto leve (baby blues ou blues puerperal), em geral, é<br />

transitória e, se necessário, existem medicamentos seguros e eficazes para<br />

esta ocasião. Precisa-se admitir a possibili<strong>da</strong>de de estar depressiva e pedir<br />

aju<strong>da</strong>. A condição é considera<strong>da</strong> grave se durar mais de 72 horas ou se for<br />

associa<strong>da</strong> à falta de interesse pelo bebê, pensamentos suici<strong>da</strong>s ou homici<strong>da</strong>s,<br />

alucinações ou comportamentos altera<strong>do</strong>s. Nesses casos a duração<br />

<strong>da</strong> crise é imprevisível e requer acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico.<br />

à materni<strong>da</strong>de;<br />

• gravidez não planeja<strong>da</strong> ou não deseja<strong>da</strong>;<br />

• dificul<strong>da</strong>des conjugais;<br />

• existência de fases depressivas anteriores ou <strong>do</strong>enças<br />

psiquiátricas durante a gravidez;<br />

• existência de histórico de depressão em pessoas <strong>da</strong> família;<br />

• problemas <strong>da</strong> glândula tireoide e ataques de pânico após<br />

a gravidez.<br />

É importante que fique bem claro que depressão não é sinal de fraqueza de<br />

caráter e nem passará apenas com “pensamento positivo”. A pessoa com<br />

depressão está completamente indecisa em relação a tu<strong>do</strong>. Alguém tem<br />

que tomar decisões por ela e buscar um tratamento.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Novas consultas<br />

Quanto às consultas subsequentes <strong>ao</strong> parto, recomen<strong>da</strong>-se uma revisão com 7 a 10<br />

dias para avaliação <strong>da</strong> cicatriz cirúrgica e retira<strong>da</strong> <strong>do</strong>s pontos, em caso de cesariana.<br />

Depois, uma consulta com 30 dias para um exame físico completo e orientação<br />

em relação <strong>ao</strong> planejamento familiar. Por fim, uma consulta com 90 dias para avaliar<br />

a a<strong>da</strong>ptação ou mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> contraceptivo, fazer um exame colpocitológico<br />

(preventivo de câncer) e <strong>da</strong>r alta em relação <strong>ao</strong> parto.<br />

Relações sexuais<br />

O retorno às ativi<strong>da</strong>des sexuais é recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> em torno de 40 dias após o parto,<br />

(tempo adequa<strong>do</strong> para a cicatrização <strong>do</strong> períneo, normalização <strong>do</strong> abdômen e <strong>do</strong>s hormônios<br />

femininos).<br />

Devemos lembrar que é comum, nos primeiros meses pós-parto, a redução <strong>do</strong> desejo<br />

sexual, devi<strong>do</strong> à prolactina (hormônio produtor <strong>do</strong> leite) que também promove certa<br />

atrofia ou afinamento <strong>do</strong> epitélio vaginal durante o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> amamentação. Entretanto,<br />

este fato é facilmente contornável com o carinho e atenção <strong>do</strong> parceiro.<br />

Dirigir veículos<br />

Se a mãe estiver física e emocionalmente bem, pode voltar a dirigir com aproxima<strong>da</strong>mente<br />

20 dias após o parto.<br />

Drenagem linfática<br />

A drenagem linfática manual reduz edemas, aumenta o grau de hidratação, aumenta<br />

a absorção de hematomas e equimoses, melhora o retorno <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de em cirurgias,<br />

diminui a retenção de líqui<strong>do</strong>s nos teci<strong>do</strong>s e produz um maior relaxamento à<br />

parturiente.<br />

Retorno <strong>da</strong>s menstruações<br />

O retorno <strong>da</strong> menstruação ou de ciclos menstruais regulares é variável. Vai depender<br />

se a amamentação é exclusiva ou parcial e <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> contraceptivo a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pela<br />

mulher no pós-parto.<br />

Ativi<strong>da</strong>des físicas<br />

Ativi<strong>da</strong>des físicas são de fun<strong>da</strong>mental importância no pós-parto e devolvem à mulher<br />

seu condicionamento físico e estético em um menor espaço de tempo, preparan<strong>do</strong>-a<br />

para a sobrecarga física resultante <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o bebê. Recomen<strong>da</strong>-se<br />

exercícios leves com 15 dias para o parto vaginal e com 30 dias para a cesariana.<br />

Ab<strong>do</strong>minais e exercícios mais pesa<strong>do</strong>s são recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>s com 60 dias para o parto<br />

vaginal e com 60 a 90 dias para a cesariana, sempre acompanha<strong>do</strong>s por profissional<br />

capacita<strong>do</strong>.<br />

Os outros filhos<br />

Não se esqueça de preparar os filhos mais velhos para a chega<strong>da</strong> de um novo irmãozinho.<br />

As reações <strong>da</strong>s crianças podem ser imprevisíveis, variam <strong>da</strong>s boas-vin<strong>da</strong>s <strong>ao</strong><br />

ciúme extremo. Para facilitar o processo de entrosamento entre eles, deixe seu filho<br />

participar de tu<strong>do</strong>, começan<strong>do</strong> pelo pré-natal.<br />

No final, tu<strong>do</strong> dá certo<br />

As informações são muitas, os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o bebê exigem muita dedicação. A mu<strong>da</strong>nça<br />

na vi<strong>da</strong> familiar é radical, mas deve ser bem administra<strong>da</strong> com amor e união.<br />

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AMAMENTAÇÃO


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

AMAMENTAÇÃO<br />

Por que amamentar?<br />

A alimentação <strong>da</strong> criança tem repercussões <strong>ao</strong> longo de to<strong>da</strong> sua existência,<br />

desde o nascimento e nos primeiros anos de vi<strong>da</strong> e, por isso, deve ser<br />

acompanha<strong>da</strong> bem de perto, a fim de evitar <strong>da</strong>nos futuros.<br />

O risco de morte por diarreia e <strong>do</strong>enças pulmonares, no primeiro<br />

ano de vi<strong>da</strong>, é muito menor nas crianças amamenta<strong>da</strong>s.<br />

está menos predisposta a hemorragias no perío<strong>do</strong> pós-parto, pois o útero<br />

contrai a ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, auxilian<strong>do</strong> o retorno <strong>ao</strong> seu tamanho original, além<br />

de proporcionar satisfação à mãe (hormônio <strong>do</strong> prazer).<br />

isso, leve seu bebê <strong>ao</strong> pediatra. Acompanhan<strong>do</strong> o ganho de peso <strong>do</strong> bebê, o<br />

especialista saberá se o seu leite é suficiente. O leite materno é o alimento<br />

mais completo, econômico, prático, pois já está pronto e na temperatura<br />

ideal para ser ofereci<strong>do</strong>.<br />

Sabe-se que o leite materno é o primeiro e mais completo alimento. Sozinho,<br />

é capaz de nutrir adequa<strong>da</strong>mente o bebê até os 6 meses de i<strong>da</strong>de.<br />

To<strong>da</strong>s as vitaminas, proteínas, sais minerais e até mesmo a água estão presentes<br />

no leite na quanti<strong>da</strong>de exata. Assim, até os 6 meses de vi<strong>da</strong> não é<br />

necessário, além de ser potencialmente prejudicial, oferecer outro alimento<br />

<strong>ao</strong> seu bebê.<br />

Amamentar representa o mais nobre ato de carinho entre mãe e filho, estreitan<strong>do</strong><br />

o vínculo entre eles. E, amamentan<strong>do</strong>, você estará oferecen<strong>do</strong>,<br />

além de afeto, saúde <strong>ao</strong> seu filho, pois, através <strong>do</strong> leite, ele recebe as chama<strong>da</strong>s<br />

“vacinas naturais”, ou seja, os anticorpos, que conferem proteção<br />

contra infecções, diminuem o risco de diarreia e alergias. A amamentação<br />

também aju<strong>da</strong> na prevenção <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong>s cáries, <strong>do</strong> colesterol alto e<br />

permite o bom desenvolvimento <strong>da</strong> face, dentes e fala.<br />

Nos primeiros dias, a produção de leite é aparentemente pequena, mas este<br />

leite inicial (colostro) tem alto valor nutritivo, e é suficiente para suprir as<br />

primeiras necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> bebê. A desci<strong>da</strong> <strong>do</strong> leite (apojadura) geralmente<br />

ocorre por volta <strong>do</strong> 2º ou 3º dia pós-parto. Deixe seu bebê mamar sempre<br />

que quiser, sem estabelecer horários fixos ou duração <strong>da</strong>s mama<strong>da</strong>s. Ele<br />

saberá a hora de parar (isto se chama amamentar sobre livre deman<strong>da</strong>), <strong>da</strong><br />

mesma forma, não há necessi<strong>da</strong>de de acor<strong>da</strong>r o bebê em intervalos fixos<br />

(a ca<strong>da</strong> 2 ou 3 horas), como muitos acreditam. O leite materno também é<br />

digeri<strong>do</strong> com mais facili<strong>da</strong>de, logo, ele necessitará mamar mais vezes; mas<br />

isto não significa que seu leite é “fraco”. Quanto mais o bebê mama, mais<br />

leite você produz, pois a produção <strong>do</strong> leite é estimula<strong>da</strong> pela sucção que,<br />

por reflexo, libera hormônios que estimulam a produção (prolactina) e a<br />

ejeção (ocitocina) <strong>do</strong> leite. Por causa <strong>da</strong> ocitocina, a mãe que amamenta<br />

O bebê amamenta<strong>do</strong> exclusivamente no peito tem ritmo intestinal muito<br />

variável. Ele pode evacuar, após ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, fezes bem líqui<strong>da</strong>s, que se<br />

assemelham a um quadro de diarreia, ou ficar alguns dias sem evacuar e,<br />

quan<strong>do</strong> o faz, as fezes podem ser mais consistentes ou mesmo um pouco<br />

endureci<strong>da</strong>s. Não se preocupe, são situações normais. Os benefícios <strong>da</strong><br />

amamentação são inquestionáveis, não apenas para o bebê, mas também<br />

para saúde <strong>da</strong> mulher. Amamentar reduz as chances de adquirir anemia,<br />

câncer de mama e ovário, previne a osteoporose, promove um retorno <strong>ao</strong><br />

peso anterior à gravidez mais rapi<strong>da</strong>mente e serve como méto<strong>do</strong> para evitar<br />

nova gestação. Mas, neste caso, é necessária orientação <strong>do</strong> médico.<br />

To<strong>da</strong> mulher é capaz de amamentar, e ca<strong>da</strong> uma produz o leite adequa<strong>do</strong><br />

às necessi<strong>da</strong>des de seu bebê. Não existe leite fraco ou a possibili<strong>da</strong>de de<br />

não estar sustentan<strong>do</strong> seu filho. Caso você tenha alguma dúvi<strong>da</strong> quanto a<br />

O me<strong>do</strong>, a insegurança e o estresse soma<strong>do</strong>s à técnica inadequa<strong>da</strong> (posicionamento<br />

erra<strong>do</strong> <strong>do</strong> bebê e pega incorreta <strong>do</strong> peito) podem dificultar<br />

a saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> leite. Se isso acontecer, fique confiante, mantenha-se calma e<br />

busque o apoio de pessoas que a estimulem a manter a amamentação (Xô,<br />

desânimo!).<br />

O seu bebê pode e deve ser amamenta<strong>do</strong> até os 2 anos de i<strong>da</strong>de ou mais!<br />

Mantenha-se calma, descanse nos intervalos e alimente-se bem! Amamentar<br />

é <strong>do</strong>ar-se!<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

COMO AMAMENTAR?<br />

• se a grande parte <strong>da</strong> aréola está coberta pelos lábios <strong>do</strong> bebê.<br />

Mastite<br />

• usar sutiã com alças largas e firmes para alívio <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e manutenção <strong>do</strong>s<br />

A amamentação deve ocorrer na primeira hora após o parto, sempre que<br />

Ao final de ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, coloque o bebê para arrotar, ou seja, numa posição<br />

É a infecção <strong>da</strong> mama, cuja parte afeta<strong>da</strong> fica <strong>do</strong>lorosa, vermelha, incha<strong>da</strong><br />

ductos (canais por onde flui o leite) em posição adequa<strong>da</strong>;<br />

possível, ain<strong>da</strong> na sala de parto. Nesta primeira mama<strong>da</strong>, não é fun<strong>da</strong>men-<br />

em que possa eliminar o ar que deglutiu durante a mama<strong>da</strong>. Evite deitá-lo<br />

e quente, com presença de febre (≥ 38 ºC), acompanha<strong>da</strong> de calafrios e<br />

• não usar produtos que retiram a proteção natural <strong>do</strong> mamilo, como sa-<br />

tal que o bebê sugue, mas apenas que se estabeleça um contato pele a<br />

de barriga para baixo.<br />

mal-estar. Comumente acomete apenas uma <strong>da</strong>s mamas. Pode ser neces-<br />

bões, álcool ou qualquer produto secante;<br />

pele com a mãe.<br />

Para as mama<strong>da</strong>s seguintes:<br />

DIFICULDADES NA AMAMENTAÇÃO<br />

Ingurgitamento mamário (mama muito cheia)<br />

sário uso de antibióticos e anti-inflamatórios, além <strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s descritos<br />

acima. Se esses sintomas aparecerem, procure seu médico o mais rápi<strong>do</strong><br />

possível.<br />

• manter os mamilos secos, trocan<strong>do</strong> com frequência o sutiã quan<strong>do</strong> há<br />

vazamento de leite;<br />

• evitar o uso contínuo de protetores de mamilos;<br />

• procure um lugar tranquilo e confortável. Se possível, o procedimento<br />

deve ser feito com as duas mamas expostas. Se a mama estiver muito<br />

cheia, realizar massagens circulares <strong>ao</strong> re<strong>do</strong>r <strong>da</strong> aréola e <strong>da</strong> parte periférica<br />

de ca<strong>da</strong> mama, segui<strong>da</strong>s de retira<strong>da</strong> manual (ordenha). Você verá seu leite<br />

gotejan<strong>do</strong>.<br />

• retire as roupas <strong>do</strong> bebê, deixan<strong>do</strong>-o só de fral<strong>da</strong>s e favorecen<strong>do</strong> o con-<br />

• consiste na retenção de leite, causan<strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> tamanho <strong>da</strong>s mamas<br />

que ficam <strong>do</strong>lori<strong>da</strong>s. As mamas podem ficar avermelha<strong>da</strong>s, dificultan<strong>do</strong> a<br />

pega <strong>do</strong> bebê e impedin<strong>do</strong> que o leite saia com facili<strong>da</strong>de. Deve-se observar<br />

se a pega está correta e, após massagear, esvaziar as mamas utilizan<strong>do</strong><br />

compressas frias em segui<strong>da</strong>.<br />

Candidíase (infecção por fungo)<br />

Costuma se manifestar com coceira, sensação de queimadura ou ar<strong>do</strong>r e<br />

fisga<strong>da</strong>s nos mamilos, que persistem após as mama<strong>da</strong>s. É comum o bebê<br />

apresentar placas brancas na boca (sapinho).<br />

Mãe e filho devem ser adequa<strong>da</strong>mente trata<strong>do</strong>s com antifúngicos prescri-<br />

• evitar intermediários que se usam acopla<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> mamilo, durante a amamentação,<br />

para protegê-los em caso de fissuras ou quan<strong>do</strong> são planos;<br />

• passar o próprio leite nos mamilos se estes estiverem <strong>do</strong>lori<strong>do</strong>s ou machuca<strong>do</strong>s;<br />

• tomar sol nas mamas.<br />

tato.<br />

• posicione o bebê no colo. Ele deve estar bem próximo de você, barriga<br />

com barriga, a boca <strong>do</strong> bebê de frente <strong>ao</strong> mamilo e sua cabeça apoia<strong>da</strong> na<br />

curva <strong>do</strong> braço, para que não faça extensão <strong>do</strong> pescoço para trás (posicionamento<br />

correto).<br />

• toque o mamilo no lábio inferior <strong>do</strong> bebê, que abrirá a boca por reflexo. Ao<br />

abrir, a mãe deve introduzir a aréola (parte mais escura <strong>da</strong> mama) na boca<br />

<strong>do</strong> bebê e não apenas o bico <strong>do</strong> peito.<br />

Trauma mamilar (“fissuras”)<br />

• geralmente os traumas devem-se à pega inadequa<strong>da</strong>, sucção não nutritiva<br />

prolonga<strong>da</strong>, uso inadequa<strong>do</strong> de bombas de extração de leite, não interrupção<br />

<strong>da</strong> sucção <strong>do</strong> bebê antes de retirá-lo <strong>do</strong> peito, uso de cremes e óleos que<br />

causam reações alérgicas, uso de protetores de mamilos e exposição prolonga<strong>da</strong><br />

à umi<strong>da</strong>de. Observe sempre se o bebê está sugan<strong>do</strong> corretamente,<br />

deixe a aréola e os mamilos “pegarem ar” e/ou sol, evite antissépticos (álcool)<br />

e utilize o próprio leite como cicatrizante. Pode ser necessário uso de<br />

medicação para <strong>do</strong>r. Neste caso, procure orientação médica.<br />

tos por um médico.<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com as mamas para prevenir intercorrências <strong>da</strong> amamentação:<br />

• iniciar amamentação o mais ce<strong>do</strong> possível (na sala de parto);<br />

• amamentar com técnica correta;<br />

• amamentar com frequência, em livre deman<strong>da</strong>, ou seja, sem horários<br />

pré-estabeleci<strong>do</strong>s e pelo tempo que o bebê desejar, para evitar que as mamas<br />

fiquem pesa<strong>da</strong>s e muito cheias;<br />

To<strong>da</strong> mulher tem direito a trabalhar, estu<strong>da</strong>r, passear e continuar amamentan<strong>do</strong>.<br />

A mãe que trabalha, estu<strong>da</strong>, ou que, por qualquer outro motivo, tenha que<br />

se afastar momentaneamente <strong>do</strong> seu filho, pode e deve oferecer <strong>ao</strong> bebê<br />

seu próprio leite ordenha<strong>do</strong> e armazena<strong>do</strong>. Neste caso, o leite deve ser<br />

ofereci<strong>do</strong> em copinho, colher, conta-gotas ou seringas. Evitar, <strong>ao</strong> máximo,<br />

o uso de mamadeiras ou chuquinhas, porque elas interferem na sucção <strong>do</strong><br />

bebê e causam “confusão de bicos”.<br />

Para verificar se o bebê pegou corretamente o peito, observe:<br />

• se a boca <strong>do</strong> bebê está com os lábios everti<strong>do</strong>s (como boquinha de peixe);<br />

• se a aréola estiver tensa, massagear e ordenhar, manualmente, um pouco<br />

de leite antes <strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, para facilitar a pega;<br />

• se o queixo está encosta<strong>do</strong> na parte inferior <strong>da</strong> mama;<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

RETIRANDO E ARMAZENANDO O LEITE<br />

• para armazenar o leite, utilize um frasco de vidro com tampa de plástico;<br />

• Após terminar a ordenha, fechar bem o vidro, anotar a <strong>da</strong>ta em que iniciou<br />

AMAMENTAÇÃO X MEDICAMENTOS<br />

Licença-paterni<strong>da</strong>de<br />

• ferva os vidros e as tampas em uma panela, cobrin<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o vidro com<br />

água, por mais ou menos 15 minutos (a partir <strong>do</strong> início <strong>da</strong> fervura);<br />

a coleta e guar<strong>da</strong>r o vidro imediatamente no congela<strong>do</strong>r por até 15 dias;<br />

• Na hora de alimentar o bebê, aquecer o leite congela<strong>do</strong> em banho-maria.<br />

Os medicamentos podem ser transferi<strong>do</strong>s <strong>ao</strong>s bebês por meio <strong>do</strong> leite,<br />

logo, mães em amamentação devem evitar o uso de medicamentos, ex-<br />

Art. 7 0 , XIX, <strong>da</strong>s Disposições Transitórias, <strong>da</strong> Constituição Federal de 1998:<br />

o trabalha<strong>do</strong>r tem direito a cinco dias de licença paterni<strong>da</strong>de, conta<strong>do</strong>s a<br />

• deixe-os escorrer em pano limpo até secar. Evite tocá-los na parte interna;<br />

• o méto<strong>do</strong> ideal para a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> leite é o manual;<br />

• pren<strong>da</strong> os cabelos;<br />

• lave mãos e braços até o cotovelo com água e sabão;<br />

• lave o peito apenas com água;<br />

Desligue o fogo quan<strong>do</strong> a água <strong>do</strong> banho-maria começar a ferver;<br />

• O leite descongela<strong>do</strong> pode ser conserva<strong>do</strong> na geladeira, na prateleira<br />

superior (não na porta), por 24 horas;<br />

• Assista <strong>ao</strong> vídeo <strong>da</strong> SBP (Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria: no site: www.<br />

sbp.com.br).<br />

ceto os estritamente necessários. Deve ser avalia<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> terapia<br />

medicamentosa. Consulte sempre seu pediatra e/ou obstetra para<br />

que a opção seja por uma medicação já estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, pouco excreta<strong>da</strong> pelo<br />

leite materno, ou que não tenha risco aparente para a saúde <strong>da</strong> criança.<br />

A amamentação deverá ser interrompi<strong>da</strong> ou desencoraja<strong>da</strong> se a droga for<br />

comprova<strong>da</strong>mente nociva para o bebê e não existir outra opção. As vantagens<br />

<strong>do</strong> aleitamento materno são enormes, enquanto os riscos <strong>da</strong> grande<br />

partir <strong>do</strong> nascimento de seu filho. Dessa forma, poderá apoiar e contribuir<br />

para início e sucesso <strong>do</strong> processo de amamentação.<br />

O emprego e a gestante<br />

Art. 391 a 400 – CLT: a mulher não pode ser demiti<strong>da</strong> a partir <strong>do</strong> dia em que<br />

confirmar sua gravidez e até cinco meses após o parto.<br />

• seque as mãos e mamas com toalha limpa;<br />

maioria <strong>do</strong>s medicamentos são mínimos. Siga as orientações médicas!<br />

• evite conversas, tosse ou espirros durante a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> leite (através <strong>do</strong><br />

ar, as gotículas podem contaminar o leite);<br />

• massageie o peito, com movimentos circulares, para facilitar a saí<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

leite;<br />

• coloque o polegar e o indica<strong>do</strong>r na linha que divide a aréola <strong>do</strong> restante<br />

<strong>do</strong> peito (não no mamilo) e aperte suavemente um de<strong>do</strong> contra o outro, em<br />

movimentos repeti<strong>do</strong>s. O leite inicialmente sairá em gotas e logo após em<br />

pequenos jatos;<br />

• despreze os primeiros jatos;<br />

• colete, em ca<strong>da</strong> vidro, apenas o volume a ser utiliza<strong>do</strong> em 24 horas;<br />

• se apenas uma coleta não foi suficiente para completar o volume <strong>do</strong> vidro,<br />

o leite coleta<strong>do</strong> em outras oportuni<strong>da</strong>des poderá ser coloca<strong>do</strong> diretamente<br />

Conservação e vali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> leite estoca<strong>do</strong>:<br />

Geladeira<br />

Leite cru<br />

12 horas<br />

Leite pasteuriza<strong>do</strong> degela<strong>do</strong><br />

24 horas<br />

No freezer<br />

Leite cru<br />

até 15 dias<br />

Leite pasteuriza<strong>do</strong><br />

6 meses<br />

Fonte: RDC 171/2006 – ANVISA<br />

AMAMENTAÇÃO X DIREITOS TRABALHISTAS<br />

Licença-materni<strong>da</strong>de<br />

Art. 7 0 , inc. XVIII <strong>da</strong> Constituição Federal de 1988: a mulher tem direito a<br />

120 dias de licença-materni<strong>da</strong>de, a partir <strong>do</strong> 8º mês de gestação ou pósparto,<br />

com o pagamento de seu salário.<br />

Direito a amamentar durante a jorna<strong>da</strong> de trabalho<br />

Art. 396 <strong>da</strong> CLT: a mulher tem direito a <strong>do</strong>is descansos especiais, de meia<br />

hora ca<strong>da</strong>, durante sua jorna<strong>da</strong> de trabalho, para amamentar seu filho até<br />

6 meses de i<strong>da</strong>de.<br />

Garantia de creche para o bebê<br />

Art. 389, 397, 400 – CLT: To<strong>da</strong> empresa com mais de 30 mulheres acima de<br />

16 anos tem que oferecer creche.<br />

Campanha pela ampliação <strong>da</strong> licença-materni<strong>da</strong>de<br />

Lança<strong>da</strong> pela Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a<br />

OAB, a campanha “Licença-materni<strong>da</strong>de, 6 meses é melhor!”, que objetiva<br />

a ampliação <strong>do</strong> tempo de quatro para seis meses, já tramita na Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Grande parte <strong>do</strong>s órgãos<br />

federais e estaduais já liberam suas colabora<strong>do</strong>ras por 6 meses para estimular<br />

a amamentação.<br />

sobre aquele que já está armazena<strong>do</strong> no congela<strong>do</strong>r;<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

DISSIPANDO MITOS SOBRE A AMAMENTAÇÃO<br />

Os mitos sobre a amamentação podem minar tanto a confiança <strong>da</strong>s mães<br />

como o apoio que elas recebem. Os mais comuns são:<br />

diarreia, normalmente, não necessitam de líqui<strong>do</strong>s adicionais, tais como<br />

água com açúcar ou chá. A água frequentemente está contamina<strong>da</strong> nas<br />

“Canjica, cerveja preta, água inglesa e outros alimentos aumentam a produção<br />

de leite.”<br />

“Estresse faz o leite secar”<br />

As situações de ansie<strong>da</strong>de podem gerar alterações fisiológicas. O<br />

extremo estresse ou o me<strong>do</strong> podem fazer com que o leite pare de fluir<br />

momentaneamente. Mas essas reações são, geralmente, temporárias.<br />

Existem evidências crescentes de que a mulher que amamenta, também<br />

produz hormônios que reduzem a tensão <strong>da</strong> nutriz e acalmam a mãe e o<br />

bebê, crian<strong>do</strong> um elo amoroso.<br />

situações de emergência, porém, se a diarreia for intensa, a terapia de<br />

reidratação oral (administra<strong>da</strong> por copinho) pode ser necessária.<br />

“Uma vez interrompi<strong>da</strong>, a amamentação não pode ser retoma<strong>da</strong>”<br />

Com uma técnica adequa<strong>da</strong> de relactação e apoio, é possível aju<strong>da</strong>r as<br />

mães e seus bebês a reiniciarem a amamentação, mesmo após a mu<strong>da</strong>nça<br />

para a fórmula infantil. Isto, às vezes, é vital em uma emergência.<br />

Alimentação saudável e boa hidratação, acompanha<strong>da</strong>s por um profissional<br />

de saúde, são as principais dicas para aumentar a quanti<strong>da</strong>de de leite. Outro<br />

fator importante é deixar o bebê sugar à vontade.<br />

“Seios inflama<strong>do</strong>s impedem a amamentação”<br />

Ao contrário, deve-se <strong>da</strong>r de mamar mais vezes para o peito não “empedrar”<br />

e aju<strong>da</strong>r a desinflamar.<br />

A amamentação é<br />

extremamente importante<br />

para manter a quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> vínculo emocional entre<br />

mãe e filho e continuar<br />

protegen<strong>do</strong> a criança de<br />

organismos externos que<br />

“Mães desnutri<strong>da</strong>s não conseguem amamentar”<br />

Os alimentos devem ser <strong>da</strong><strong>do</strong>s às mães lactantes de mo<strong>do</strong> que elas possam<br />

alimentar seus bebês e também manter o vigor para cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong>s crianças<br />

mais velhas <strong>da</strong> família. No caso de uma má nutrição, o uso de alimentos<br />

suplementares durante a amamentação pode assegurar um aumento na<br />

“Seios pequenos produzem pouco leite”<br />

Tamanho não é <strong>do</strong>cumento. Seios grandes e pequenos produzem a mesma<br />

quanti<strong>da</strong>de de leite.<br />

“Leite materno é fraco e deixa o bebê com fome”<br />

“Mãe com alguma infecção não pode amamentar”<br />

Poucas infecções ou medicamentos impedem o aleitamento materno. Na<br />

maioria <strong>do</strong>s casos, é necessário apenas pequenos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s e uma consulta<br />

com um profissional de saúde.<br />

possam causar algumas<br />

infecções e processos<br />

alérgicos.<br />

produção de leite materno.<br />

Não existe leite materno fraco. Ao contrário, o leite materno é o melhor<br />

“Quan<strong>do</strong> a mãe não tem leite, o bebê pode mamar em outra mulher”<br />

“<strong>Bebê</strong>s com diarreia necessitam de água ou chá”<br />

Como o leite materno (LM) é constituí<strong>do</strong> por aproxima<strong>da</strong>mente 90% de<br />

para o bebê, por ser mais adequa<strong>do</strong>, de fácil digestão e apresenta alto valor<br />

nutricional.<br />

To<strong>da</strong> mãe é capaz de produzir leite, desde que orienta<strong>da</strong> por um profissional.<br />

Nunca deixe o bebê mamar no seio de outras mulheres, pois há risco de<br />

transmissão de <strong>do</strong>enças, como a AIDS.<br />

água, bebês que são amamenta<strong>do</strong>s exclusivamente com ele e estão com<br />

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NUTRIÇÃO DURANTE<br />

A AMAMENTAÇÃO


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Recomen<strong>da</strong>ções de cardápio alimentar<br />

Sugestão de cardápio com 2150 cal para nutriz com média de peso de<br />

63 kg e altura 1,60 m.<br />

NUTRIÇÃO DURANTE A AMAMENTAÇÃO<br />

A lactação é a fase de maior deman<strong>da</strong> energética<br />

Necessi<strong>da</strong>des nutricionais até o 6º mês de amamentação<br />

<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> reprodutivo humano. As necessi<strong>da</strong>des<br />

Tabela 1 - Necessi<strong>da</strong>des nutricionais <strong>da</strong> lactante que teve adequa<strong>do</strong> ganho<br />

nutricionais <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> e <strong>da</strong> nutriz são<br />

de peso durante a gestação.<br />

maiores <strong>do</strong> que durante a gestação, pois em 4<br />

meses o bebê <strong>do</strong>bra o peso acumula<strong>do</strong> <strong>ao</strong> longo<br />

de nove meses de gravidez.<br />

Refeição<br />

Café <strong>da</strong> Manhã<br />

Alimento<br />

- Laticínios* - leite ou iogurte ou queijo magro<br />

(frescal ou ricota): 1/2 porção, inicialmente.<br />

(Sugestão 1: 1/2 copo de leite desnata<strong>do</strong> ou 1 fatia<br />

pequena de queijo ou 1/2 pote de iogurte)<br />

- Pão (ou substitutos): 1 porção<br />

(Sugestão 2: 1 pão francês ou 4 torra<strong>da</strong>s ou 4<br />

uni<strong>da</strong>des de bolacha água e sal ou 6 uni<strong>da</strong>des de<br />

biscoito maisena)<br />

- Margarina light: 1 colher de chá rasa<br />

- Fruta ou suco de fruta: 1 porção<br />

(Sugestão 3: 1 copo de suco de fruta ou 1 banana<br />

ou 1 maçã ou 1 laranja <strong>da</strong> ilha ou 1 pera)<br />

*A critério médico<br />

Refeição<br />

Lanche Matinal (colação)<br />

Almoço<br />

Alimento<br />

- Fruta ou suco de fruta - 1 porção (Sugestão 3)<br />

- Pão 1/2 porção (observar os substitutos)<br />

(Sugestão: 2 uni<strong>da</strong>des de bolacha água e sal ou 2<br />

torra<strong>da</strong>s ou 3 uni<strong>da</strong>des de biscoito maisena)<br />

- Verduras e legumes cozi<strong>do</strong>s, consumir to<strong>do</strong>s os<br />

dias (aproxima<strong>da</strong>mente 4 colheres de sopa)<br />

- Arroz ou massas: 3 porções<br />

(Sugestão: 6 colheres de sopa de arroz ou 4<br />

colheres de sopa de arroz + 2 colheres de sopa de<br />

purê de batata)<br />

- Feijão: 1 porção<br />

(Sugestão: 2 colheres de sopa de feijão, inicialmente<br />

priorizar apenas o cal<strong>do</strong> de feijão)<br />

Para a adequa<strong>da</strong> produção <strong>do</strong> leite materno, é<br />

importante aumentar o consumo de calorias<br />

(aproxima<strong>da</strong>mente 500 Kcal) acima <strong>do</strong> habitual,<br />

bem como de líqui<strong>do</strong>s incluin<strong>do</strong> água, sucos<br />

naturais, água de coco, etc. Vale ressaltar a<br />

importância de uma alimentação saudável e<br />

equilibra<strong>da</strong> (Ministério <strong>da</strong> Saúde, 2009).<br />

Energia e nutrientes<br />

Até 6 meses<br />

Energia (kcal) + 500<br />

Proteína (g)<br />

+ 16 g<br />

Vitamina A (µg) 1200 a 1300*<br />

Áci<strong>do</strong> ascórbico (mg) 115 a 120*<br />

Cálcio (mg) 1000 a 1300<br />

Fósforo (mg) 700 a 1250*<br />

Io<strong>do</strong> (µg) 290<br />

Ferro (mg) 10 a 15*<br />

Zinco (mg) 12 a 14*<br />

Refeição<br />

Almoço<br />

Lanche <strong>da</strong> tarde<br />

Alimento<br />

- Carnes magras, como o frango (retirar a pele antes <strong>da</strong><br />

cocção): 1 porção<br />

(Sugestão: 1 uni<strong>da</strong>de média de bife grelha<strong>do</strong> ou 1<br />

uni<strong>da</strong>de média de peito de frango ou 3 e 1/2 colheres<br />

de sopa de carne moí<strong>da</strong>)<br />

- Sobremesa: 1 porção de fruta (Sugestão 3)<br />

- Bolachas ou torra<strong>da</strong>s: 1 porção (Sugestão 2)<br />

- Leite*: 1/2 porção inicialmente (Sugestão 1)<br />

Refeição<br />

Jantar<br />

Ceia<br />

Alimento<br />

- O mesmo que no almoço, porém de fácil digestão,<br />

evitan<strong>do</strong> frituras e carnes gordurosas.<br />

- Suco de fruta: 1 copo<br />

- Bolachas sem recheio: 1 porção (Sugestão 2)<br />

Observação: lembramos que este cardápio é apenas um modelo. Para obter um car-<br />

*Quanti<strong>da</strong>de varia conforme a faixa etária. Fonte: Carmo MGT, et al, 2002.<br />

- Fruta ou suco: 1 porção (Sugestão 3)<br />

*A critério médico<br />

dápio personaliza<strong>do</strong>, ajusta<strong>do</strong> para as suas necessi<strong>da</strong>des, procure o atendimento com<br />

o(a) nutricionista.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS<br />

A alimentação equilibra<strong>da</strong> durante a lactação garante a produção e a<br />

composição <strong>do</strong> leite materno. Deve-se:<br />

• ingerir em maior quanti<strong>da</strong>de alimentos fontes de vitamina A e C;<br />

- vitamina A: fíga<strong>do</strong>, carne, gema, leite, etc.<br />

- betacaroteno: vegetais e frutas de cor verde-escuro e amarelo<br />

alaranja<strong>do</strong>.<br />

- vitamina C: kiwi, mamão, laranja <strong>da</strong> ilha, caju, goiaba, brócolis, etc.<br />

• ingerir em maior quanti<strong>da</strong>de alimentos fontes de cálcio e ferro;<br />

- cálcio: leite, queijo e vegetais folhosos.<br />

- ferro: fíga<strong>do</strong> e carnes.<br />

• não fazer dietas restritivas, objetivan<strong>do</strong> per<strong>da</strong> de peso, pois pode afetar<br />

a produção láctea. A amamentação favorece a mobilização natural <strong>da</strong><br />

reserva adiposa acumula<strong>da</strong> durante a gravidez;<br />

• realizar ativi<strong>da</strong>des físicas com orientação médica;<br />

• aumentar a ingestão de líqui<strong>do</strong>s (água e sucos naturais) para, no<br />

mínimo, 2 litros <strong>ao</strong> dia (quanti<strong>da</strong>de recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pela Organização<br />

Mundial de Saúde);<br />

• restringir o uso de alimentos alergênicos:<br />

- baixa alergenici<strong>da</strong>de: abóbora, abobrinha, banana cozi<strong>da</strong>, cenoura<br />

cozi<strong>da</strong>, chuchu, melancia, óleo de oliva, maçã cozi<strong>da</strong>, mamão maduro,<br />

tapioca e frango;<br />

- média alergenici<strong>da</strong>de: agrião, alface, batata, mandioca, óleos vegetais,<br />

repolho, abacate, limão, maracujá, carne de vaca, café, aveia, feijão, soja<br />

e arroz;<br />

- alta alergenici<strong>da</strong>de: abacaxi, coco, trigo, manga, casca <strong>da</strong> maçã, alho,<br />

cebola, tomate, leite e deriva<strong>do</strong>s, peixe e frutos <strong>do</strong> mar, clara de ovo,<br />

amen<strong>do</strong>im, ervilha, chocolate, milho e carne de porco.<br />

• evitar o uso de bebi<strong>da</strong>s que contenham cafeína (café, chá mate,<br />

refrigerantes à base de cola);<br />

• evitar alimentos gordurosos, frituras e preparações concentra<strong>da</strong>s em<br />

carboidratos simples, como: <strong>do</strong>ces, balas, refrigerantes, entre outros;<br />

• aumentar o número de refeições <strong>ao</strong> dia, porém, em menor quanti<strong>da</strong>de<br />

(6 refeições: desjejum, colação, almoço, lanche <strong>da</strong> tarde, jantar e ceia, de<br />

3 em 3 horas);<br />

• preferir alimentos em preparações simples: assa<strong>do</strong>s, cozi<strong>do</strong>s,<br />

ensopa<strong>do</strong>s, grelha<strong>do</strong>s;<br />

• aumentar a ingestão de vegetais e frutas;<br />

• evitar o uso exagera<strong>do</strong> de óleo, azeite em sala<strong>da</strong>s e maionese, pois<br />

são ricos em calorias. Preferir vinagre, cheiro-verde, salsa, ervas, molhos<br />

como iogurte light. Ao utilizar alimentos energéticos, como macarrão,<br />

batatas ou farinhas nas grandes refeições (almoço e jantar), reduzir a<br />

quanti<strong>da</strong>de de arroz na mesma proporção;<br />

• evitar o consumo de bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, pois podem interferir no<br />

reflexo de ejeção láctea;<br />

Observação: há falta de evidências científicas que confirmem a<br />

associação entre o álcool e o benefício <strong>da</strong> produção de leite;<br />

• evitar a automedicação.<br />

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CUIDADOS COM O BEBÊ


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

CUIDADOS COM O BEBÊ<br />

PREPARAMOS ALGUMAS RESPOSTAS PARA AS PERGUNTAS MAIS<br />

FREQUENTES.<br />

Como <strong>da</strong>r o banho no bebê?<br />

O banho <strong>do</strong> bebê segue algumas regras:<br />

• deixe tu<strong>do</strong> pronto antecipa<strong>da</strong>mente, o sabonete (deve ser neutro e glice-<br />

• seque bem o umbigo e coloque solução de álcool 70%. Não use faixas,<br />

rina<strong>do</strong>), a toalha (deve ser macia), as fral<strong>da</strong>s e roupinhas (devem estar bem<br />

nem curativos fecha<strong>do</strong>s;<br />

No alojamento conjunto, será o momento em que a mãe e filho intensificarão<br />

seu relacionamento. Mesmo sen<strong>do</strong> gera<strong>do</strong> dentro <strong>da</strong> mãe e apresenta<strong>do</strong><br />

a ela na sala de parto, é no quarto <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de que se iniciam<br />

os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s individuais <strong>do</strong> bebê e se restabelece a amamentação, às vezes<br />

inicia<strong>da</strong> na sala de parto. São momentos de importante contato físico para<br />

ambos, já que, desde o perío<strong>do</strong> fetal, o bebê já possui os cinco senti<strong>do</strong>s.<br />

Tato: quan<strong>do</strong> o bebê nasce, sua pele é sensível a qualquer toque. Por mais<br />

leve que seja, o cérebro irá registrar este ato.<br />

Olfato: no útero, ele sente o cheiro <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> amniótico. Quan<strong>do</strong> nasce,<br />

nos primeiros dias, ele sabe identificar o cheiro <strong>da</strong> mãe.<br />

Audição: desde a segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> gestação, o feto ouve sons e, <strong>ao</strong> nascer,<br />

já reconhece a voz materna.<br />

Pala<strong>da</strong>r: as papilas gustativas <strong>da</strong> língua são forma<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> sétima<br />

semana de gestação. Ao nascer, o bebê está apto para reconhecer sabores.<br />

Visão: é o senti<strong>do</strong> menos desenvolvi<strong>do</strong>. Ao nascer o bebê vê apenas vultos<br />

a mais ou menos 20 cm de distância. Leva de <strong>do</strong>is a três meses para ter<br />

noção de profundi<strong>da</strong>de. A percepção total <strong>da</strong>s cores ocorre até o sétimo<br />

mês de vi<strong>da</strong> extrauterina.<br />

O bebê é um ser com senti<strong>do</strong>s e emoções e necessita ser estimula<strong>do</strong> para<br />

seu desenvolvimento, com carinho e segurança, pela mãe e familiares desde<br />

o início de sua vi<strong>da</strong> e durante sua infância.<br />

QUANDO O BEBÊ VAI PARA CASA<br />

Durante o perío<strong>do</strong> de gestação, a mãe se prepara para a chega<strong>da</strong> de seu<br />

bebê, o enxoval, o nome, a materni<strong>da</strong>de. Depois que o bebê nasce, sai <strong>do</strong><br />

hospital e chega em casa, mil dúvi<strong>da</strong>s aparecem. Será que eu sei <strong>da</strong>r banho?<br />

<strong>Meu</strong> leite está sustentan<strong>do</strong> o meu bebê? O que fazer quan<strong>do</strong> ele<br />

chora? Será cólica? São tantas perguntas, e tão pouca experiência, principalmente<br />

para os pais de primeira vez.<br />

limpas);<br />

• verifique a temperatura <strong>da</strong> água, experimentan<strong>do</strong>-a na região anterior <strong>do</strong><br />

antebraço e sentin<strong>do</strong> que está confortável. O nível <strong>da</strong> água <strong>da</strong> banheira<br />

deve atingir a altura <strong>do</strong> umbigo <strong>do</strong> bebê;<br />

• tire a roupinha <strong>do</strong> bebê, envolva-o em uma toalha, principalmente nos<br />

primeiros meses e especialmente se estiver frio, sente-se próximo à banheira,<br />

lave o rosto e a cabecinha (não use sabonete no seu rostinho). Assim<br />

você se sentirá segura de estar lavan<strong>do</strong> cabeça e rosto com água limpa.<br />

Enxugue e retire a toalha;<br />

• segure-o com seu braço esquer<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> pelas costas <strong>do</strong> bebê e pren<strong>da</strong>-o<br />

firmemente embaixo <strong>do</strong> braço esquer<strong>do</strong> dele. Desse mo<strong>do</strong>, a cabecinha<br />

fica inteiramente apoia<strong>da</strong> no seu antebraço, e o bebê se sentirá seguro.<br />

A sua mão direita vai aju<strong>da</strong>r a segurar o bebê para colocá-lo na água;<br />

• mergulhe-o delica<strong>da</strong>mente na água. Com a mão direita você poderá banhá-lo<br />

com facili<strong>da</strong>de. Se você for canhota, troque para a mão esquer<strong>da</strong>;<br />

• retire-o <strong>da</strong> água e envolva-o na toalha. Seque cui<strong>da</strong><strong>do</strong>samente to<strong>da</strong>s as<br />

<strong>do</strong>brinhas. O uso <strong>do</strong> talco é desaconselhável;<br />

• vista o bebê com roupas que sejam confortáveis e não pren<strong>da</strong>m seus bracinhos<br />

ou perninhas. O bebê gosta de se movimentar.<br />

(Para visualização, acesse o vídeo: http://guia<strong>do</strong>bebe.uol.com.br/a-hora-<br />

-<strong>do</strong>-banho-<strong>do</strong>-bebe-videos-banho-<strong>do</strong>-bebe/).<br />

O uso de shampoo e colônias é recomendável?<br />

Nos primeiros meses (até 6 meses), não é recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> o uso de talco,<br />

shampoo ou colônia para higiene <strong>do</strong> bebê, pois podem desencadear alergias.<br />

Quan<strong>do</strong> devo cortar as unhas <strong>do</strong> bebê?<br />

As unhas devem ser corta<strong>da</strong>s sempre que estiverem grandes. Para facilitar,<br />

pode apará-las quan<strong>do</strong> o bebê estiver <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong> logo após o banho, pois as<br />

unhas ficam molinhas. A tesoura deve ser de ponta arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>da</strong> e própria<br />

para bebê.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Pode-se usar a haste de algodão (cotonete)?<br />

Quais são os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o coto umbilical?<br />

Soluços, espirros e obstrução nasal são normais?<br />

no final <strong>da</strong> tarde ou início <strong>da</strong> noite e no início <strong>da</strong> manhã. Ca<strong>da</strong> episódio<br />

A haste de algodão pode ser usa<strong>da</strong>, mas a fral<strong>da</strong> ou toalha são suficientes<br />

para enxugar o pavilhão <strong>da</strong> orelha. Não se deve introduzir na<strong>da</strong> nos ouvi<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> bebê para evitar o risco de perfuração <strong>da</strong> membrana timpânica.<br />

E o banho de sol?<br />

O banho de sol é importante, pois promove uma melhor absorção <strong>do</strong> cálcio<br />

pelos ossos. Deve ser <strong>da</strong><strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> 10º dia de vi<strong>da</strong>, por 10 minutos, antes<br />

A limpeza <strong>do</strong> coto umbilical deve ser feita, exclusivamente, com algodão<br />

ou gaze embebi<strong>do</strong> em solução de álcool 70%. O umbigo não dói, pois não<br />

há nenhuma terminação nervosa.<br />

O coto umbilical deve ficar areja<strong>do</strong> para uma melhor cicatrização. A que<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> coto umbilical acontece por volta <strong>do</strong> 7 0 <strong>ao</strong> 14 0 dia de vi<strong>da</strong>. A ca<strong>da</strong> troca<br />

de fral<strong>da</strong> é necessário fazer a limpeza <strong>do</strong> coto umbilical.<br />

São sintomas muito comuns nos primeiros anos de vi<strong>da</strong>. Os soluços<br />

costumam ocorrer em duas situações:<br />

• após as mama<strong>da</strong>s, quan<strong>do</strong> o bebê está de “barriga” cheia. Neste caso, é só<br />

esperar o esvaziamento <strong>do</strong> estômago, que é rápi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o bebê mama<br />

só no peito;<br />

• quan<strong>do</strong> o bebê está com frio, após o banho ou com a fral<strong>da</strong> molha<strong>da</strong>.<br />

Neste caso, é só trocá-lo e o problema estará resolvi<strong>do</strong>;<br />

de cólica dura de 30 minutos a 2 horas. As cólicas ocorrem em 10% a<br />

15% <strong>do</strong>s bebês. As <strong>do</strong>res desaparecem espontaneamente por volta <strong>do</strong> 3º<br />

mês. A maioria <strong>do</strong>s bebês que sofrem com as cólicas são filhos de pais<br />

inexperientes, o que explica a maior incidência nos primeiros filhos. Mães<br />

ansiosas têm nove vezes mais chances de ter um filho com cólicas, pois os<br />

bebês podem sentir o esta<strong>do</strong> emocional <strong>do</strong>s seus pais.<br />

<strong>da</strong>s nove horas <strong>da</strong> manhã ou após às dezesseis horas.<br />

<strong>Meu</strong> bebê <strong>do</strong>rme muito, é normal?<br />

• espirros são bastante comuns e não significa que o bebê esteja gripa<strong>do</strong>.<br />

Como fazer a higiene <strong>do</strong>s órgãos genitais?<br />

A pele <strong>do</strong> genital <strong>do</strong>s meninos não deve ser força<strong>da</strong>, pois existe a “fimose”<br />

fisiológica que pode se resolver espontaneamente até o final <strong>do</strong> primeiro<br />

ano. Quanto às meninas, a mãe deve limpar as <strong>do</strong>brinhas <strong>da</strong> vulva e entre<br />

os pequenos lábios, sempre <strong>da</strong> frente para trás, na direção <strong>do</strong> ânus.<br />

As roupinhas devem ser lava<strong>da</strong>s de mo<strong>do</strong> especial?<br />

Sim, não se deve lavar a roupa com produtos perfuma<strong>do</strong>s (amaciantes),<br />

apenas com água e sabão de coco em barra, e enxaguar bem, para evitar<br />

alergia cutânea.<br />

Os recém-nasci<strong>do</strong>s passam a maior parte <strong>do</strong> tempo <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>, isto é<br />

normal. Eles <strong>do</strong>rmem por volta de 16 a 19 horas por dia e apresentam<br />

vários despertares devi<strong>do</strong> à imaturi<strong>da</strong>de.<br />

No primeiro ano, <strong>do</strong>rme por volta de 14 a 16 horas. No segun<strong>do</strong> ano, <strong>do</strong>rme<br />

pouco durante o dia e +/- 11 horas à noite. No terceiro ano, não <strong>do</strong>rme mais<br />

durante o dia.<br />

As narinas <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> são bem pequenininhas. Portanto, qualquer<br />

quanti<strong>da</strong>de de secreção, por mínima que seja, pode resultar em uma<br />

obstrução. Por isto, é muito importante a higiene, mesmo quan<strong>do</strong> não<br />

estão obstruí<strong>da</strong>s.<br />

Cólicas<br />

É o sintoma que mais incomo<strong>da</strong> os pais. A cólica geralmente está associa<strong>da</strong><br />

a um choro inexplicável durante os 3 primeiros meses de vi<strong>da</strong>. Devem ser<br />

excluí<strong>do</strong>s os choros motiva<strong>do</strong>s por Refluxo Gastro Esofágico (RGE) e Otite<br />

Média Agu<strong>da</strong> (OMA), entre outros.<br />

Os bebês que apresentam cólicas são bem alimenta<strong>do</strong>s, sadios e felizes<br />

entre as crises. O choro ocorre de uma a duas vezes <strong>ao</strong> dia, geralmente,<br />

Sinais de cólica:<br />

• o bebê chora sem parar;<br />

• ele se contorce e flexiona as perninhas na<br />

direção <strong>do</strong> abdômen;<br />

• a barriga fica endureci<strong>da</strong>;<br />

• a criança solta gases;<br />

• o rosto fica avermelha<strong>do</strong>;<br />

• as mãos ficam com os punhos fecha<strong>do</strong>s;<br />

• a expressão <strong>do</strong> rosto é de <strong>do</strong>r e sofrimento.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

O que fazer?<br />

• escolha uma música tranquila para ouvir e relaxar;<br />

<strong>Meu</strong> bebê trocou o dia pela noite!<br />

Ensine a diferença entre dia e noite<br />

• manter o ambiente calmo e tranquilo;<br />

• evitar visitas excessivas e demora<strong>da</strong>s;<br />

• <strong>ao</strong>s primeiros sinais <strong>do</strong> choro, tente manter a calma;<br />

• passe sereni<strong>da</strong>de e segurança para o seu filho(a) com muito carinho.<br />

Os recém-nasci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>rmem bastante, entre 17 e 18 horas por dia, nas<br />

primeiras semanas de vi<strong>da</strong> e 15 horas por volta <strong>do</strong> terceiro mês. Ain<strong>da</strong><br />

assim, eles quase nunca <strong>do</strong>rmem mais que três ou quatro horas segui<strong>da</strong>s,<br />

Alguns bebês são mais notívagos (algo que você pode até ter percebi<strong>do</strong><br />

durante a gravidez) e estarão com to<strong>da</strong> a energia <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> bem quan<strong>do</strong><br />

você se prepara para pegar no sono. Nos primeiros dias, não há muito o que<br />

• segurar o bebê e acalentá-lo;<br />

seja durante o dia ou à noite.<br />

se fazer quanto a isso.<br />

• a sacudi<strong>da</strong> é contraindica<strong>da</strong>;<br />

As fezes <strong>do</strong> bebê são tão líqui<strong>da</strong>s, é normal?<br />

Embora alguns bebês consigam <strong>do</strong>rmir à noite inteira já <strong>ao</strong>s 2 meses,<br />

Mas, quan<strong>do</strong> o bebê tiver por volta de 2 semanas, você pode começar a<br />

• massagear a barriguinha com movimentos circulares <strong>da</strong> direita para a<br />

esquer<strong>da</strong>;<br />

• movimentar as pernas como simulan<strong>do</strong> o “an<strong>da</strong>r de bicicleta”;<br />

• evitar alimentação excessiva;<br />

• usar compressa morna (testar antes com o <strong>do</strong>rso <strong>da</strong> mão);<br />

Quan<strong>do</strong> o bebê está sen<strong>do</strong> amamenta<strong>do</strong>, as fezes podem ser desde<br />

totalmente líqui<strong>da</strong>s até consistentes. No início as evacuações são após as<br />

mama<strong>da</strong>s e +/- 10 vezes <strong>ao</strong> dia.<br />

Com o passar <strong>do</strong> tempo, o intervalo vai aumentan<strong>do</strong> e podem ficar até 10<br />

dias sem evacuar, sem a necessi<strong>da</strong>de de laxantes.<br />

Quanto à cor, são amarela<strong>da</strong>s, mas às vezes podem ficar esverdea<strong>da</strong>s<br />

muitos não chegam a esse marco até os 5 ou 6 meses de i<strong>da</strong>de e, às vezes,<br />

até mais tarde. Para que seu filho durma durante a noite to<strong>da</strong>, é preciso<br />

estabelecer uma boa rotina desde bem ce<strong>do</strong>.<br />

Veja algumas ideias para aju<strong>da</strong>r seu filho a se preparar para uma boa<br />

noite de sono:<br />

fazê-lo distinguir o dia <strong>da</strong> noite.<br />

• a mãe deve ficar calma, pois seu bebê não está <strong>do</strong>ente e esse desconforto<br />

devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> trânsito rápi<strong>do</strong> <strong>da</strong>s fezes pelo intestino.<br />

passará em pouco tempo;<br />

• oferecer suporte psicológico para as mães.<br />

Algumas mu<strong>da</strong>nças na alimentação <strong>da</strong> mãe podem ser necessárias, assim<br />

como uso de medicações específicas, por isso, converse com o seu pediatra.<br />

Conjuntivite<br />

Existem várias causas para este sintoma. A mais frequente causa devese<br />

<strong>ao</strong> méto<strong>do</strong> de credeização (colírio a base de nitrato de prata), para a<br />

Apren<strong>da</strong> os sinais que indicam cansaço.<br />

Nas primeiras seis a oito semanas de vi<strong>da</strong>, o bebê não consegue ficar<br />

acor<strong>da</strong><strong>do</strong> por mais de duas horas por vez. Se você esperar muito mais<br />

que isso para colocá-lo para <strong>do</strong>rmir, ele estará cansa<strong>do</strong> demais e não vai<br />

prevenção <strong>da</strong> conjuntivite gonocócica.<br />

conseguir a<strong>do</strong>rmecer com facili<strong>da</strong>de, por incrível que pareça.<br />

Cinco dicas para os pais antes <strong>do</strong> buááááá!<br />

Pode-se ter uma conjuntivite bacteriana lacrimal, que é bilateral, e o<br />

Preste atenção <strong>ao</strong>s sinais de cansaço. Ele está esfregan<strong>do</strong> os olhos? Não<br />

• cerca de meia hora antes <strong>do</strong> início <strong>da</strong> choradeira diária, tente relaxar e<br />

tomar um banho morno;<br />

• acen<strong>da</strong> uma luz bem suave e pense que essa fase é transitória e que não<br />

é só o seu filho(a) que sofre com as cólicas;<br />

tratamento consiste no uso de colírios com antibiótico.<br />

Também pode ser causa<strong>da</strong> pela obstrução <strong>do</strong> canal lacrimal, geralmente<br />

unilateral, e o tratamento se faz através de massagens no cantinho <strong>do</strong> olho<br />

próximo <strong>ao</strong> nariz. Isto se resolve por volta de 1 ano e é rara a necessi<strong>da</strong>de<br />

de cirurgia.<br />

para de mexer na orelha? Está com olheiras? Está mais irrita<strong>do</strong>? Se você<br />

notar essas indicações, ponha logo o bebê no berço ou no carrinho. Dessa<br />

forma, ele já vai aprenden<strong>do</strong> a <strong>do</strong>rmir sem ser no colo.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

ALGUMAS DICAS PARA O PERÍODO DO DIA:<br />

• mantenha a casa bem ilumina<strong>da</strong>;<br />

• não se preocupe em evitar os barulhos <strong>da</strong> rotina <strong>do</strong>méstica, como o<br />

telefone, as conversas ou o aspira<strong>do</strong>r de pó, mesmo que ele esteja <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>;<br />

• se ele costuma <strong>do</strong>rmir durante to<strong>da</strong>s mama<strong>da</strong>s, acorde-o, procure<br />

conversar e cantar;<br />

• brinque o máximo que puder, durante o dia.<br />

Se desde o começo você acostumar o bebê a <strong>do</strong>rmir sozinho, ele vai<br />

aprender esse ritual na hora <strong>do</strong> sono, mas se você sempre niná-lo, é isso<br />

que ele sempre vai esperar.<br />

É claro que é uma delícia ninar o bebê, mas a questão é que, quan<strong>do</strong> ele<br />

acor<strong>da</strong>r no meio <strong>da</strong> noite, vai precisar ser nina<strong>do</strong> de novo, e só conseguirá<br />

a<strong>do</strong>rmecer desse jeito.<br />

Para estabelecer um padrão de sono, é importante seguir a mesma rotina<br />

O que não devemos fazer como<br />

rotina para ele <strong>do</strong>rmir:<br />

• cantar;<br />

• embalá-lo no berço;<br />

• embalá-lo no colo;<br />

• ficar seguran<strong>do</strong> a mão;<br />

O bebê está amarelo, é “tirícia”?<br />

A icterícia aparece devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> acúmulo de uma substância no sangue<br />

chama<strong>da</strong> bilirrubina, que pode se depositar em vários teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> organismo.<br />

As causas são varia<strong>da</strong>s, a mais comum é a icterícia fisiológica, devi<strong>do</strong> à<br />

imaturi<strong>da</strong>de hepática, que aparece por volta <strong>do</strong> 2 0 dia e dura mais ou menos<br />

uma semana. Pode-se ter icterícia por incompatibili<strong>da</strong>de sanguínea (RH ou<br />

ABO) ou até mesmo infecção.<br />

Apenas o médico poderá avaliar a gravi<strong>da</strong>de e o tratamento a ser feito.<br />

ALGUMAS DICAS PARA O PERÍODO DA NOITE:<br />

• tente não fazer gracinhas quan<strong>do</strong> for <strong>ao</strong> quarto dele para amamentá-lo,<br />

como conversar, beijar, <strong>da</strong>r apertos ou mexer com o bebê;<br />

• acen<strong>da</strong> o mínimo de luzes e faça pouco barulho.<br />

Deixe que o bebê a<strong>do</strong>rmeça por conta própria.<br />

Quan<strong>do</strong> ele tiver com 6 a 8 semanas, tente deixar o bebê a<strong>do</strong>rmecer<br />

sozinho. Coloque-o no berço quan<strong>do</strong> ele parecer cansa<strong>do</strong>, mas ain<strong>da</strong><br />

de <strong>do</strong>rmir to<strong>do</strong>s os dias. Por exemplo, <strong>da</strong>r o banho, cantar/contar uma<br />

história/ fazer uma oração, <strong>da</strong>r de mamar e colocar no berço ain<strong>da</strong> acor<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

Procure substituir hábitos que depen<strong>da</strong>m exclusivamente <strong>da</strong> sua presença<br />

(mama<strong>da</strong>s, por exemplo) por alguma coisa que esteja <strong>ao</strong> la<strong>do</strong> <strong>da</strong> criança<br />

quan<strong>do</strong> ela acor<strong>da</strong>r de repente como um bonequinho, sempre prestan<strong>do</strong><br />

atenção para não ser na<strong>da</strong> que ela possa resolver sugar ou se engasgar, que<br />

seja antialérgico e que possa ser lava<strong>do</strong> com facili<strong>da</strong>de.<br />

• passear com ele no carrinho;<br />

• <strong>da</strong>r uma volta de carro com ele;<br />

• mexer no cabelo dele ou deixar<br />

que mexa no nosso;<br />

• <strong>da</strong>r-lhe palmadinhas;<br />

• <strong>da</strong>r-lhe mamadeira ou<br />

amamentá-lo;<br />

• colocá-lo na sua cama.<br />

O bebê já enxerga?<br />

O bebê nasce com o sistema visual prontinho, porém imaturo. Com um<br />

mês enxerga vultos, não distingue cores e percebe poucos contrastes.<br />

No segun<strong>do</strong> mês, distingue melhor as cores e associa a visão com ruí<strong>do</strong>s.<br />

No sexto mês, a visão é praticamente igual a <strong>do</strong> adulto.<br />

A cor <strong>do</strong>s olhos só será defini<strong>da</strong> <strong>ao</strong>s 8 meses, pois <strong>ao</strong> nascer a cor é um<br />

pouco mais clara que a definitiva. Até o sexto mês existe um estrabismo<br />

fisiológico.<br />

acor<strong>da</strong><strong>do</strong>. Dessa forma, ele vai aprender a fazer a transição sem que você<br />

tenha que ficar balançan<strong>do</strong> de um la<strong>do</strong> para o outro ou passan<strong>do</strong> a mão<br />

A urina avermelha<strong>da</strong> é sangue?<br />

nas costas dele.<br />

Não. Nos primeiros dias de vi<strong>da</strong>, a urina <strong>do</strong> bebê pode se apresentar<br />

avermelha<strong>da</strong> ou alaranja<strong>da</strong>, isto é, devi<strong>do</strong> a um tipo especial de cristais<br />

chama<strong>do</strong> oxalato, mas, se persistir, comunique o pediatra.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Regurgitação<br />

As causas mais comuns são:<br />

O que são aquelas manchas escuras nas nádegas e costas <strong>do</strong> bebê?<br />

Um testículo parece bem maior que o outro<br />

Regurgitação é quan<strong>do</strong> o bebê devolve uma pequena quanti<strong>da</strong>de de leite<br />

após as mama<strong>da</strong>s. A regurgitação pode ter várias causas, a mais comum<br />

é ingestão de gazes devi<strong>do</strong> à maneira como o bebê pega o peito, o ideal<br />

é colocar to<strong>da</strong> a aréola na boca, evitan<strong>do</strong> a ingestão excessiva de ar, que<br />

• excesso de roupas, principalmente nos dias quentes;<br />

• pouca ingestão de líqui<strong>do</strong>s ou de leite materno.<br />

Também chama<strong>da</strong>s de mancha mongólica, são frequentes e mais comuns<br />

em crianças de pele escura ou amarela. Começam a desaparecer depois <strong>do</strong><br />

1º aniversário e desaparecem totalmente na i<strong>da</strong>de escolar.<br />

Geralmente trata-se de hidrocele, um acúmulo de líqui<strong>do</strong> em volta <strong>do</strong><br />

testículo. Vai desaparecer lentamente. Se, no entanto, o inchaço <strong>do</strong><br />

testículo aparece de repente ou aumenta com o choro, pode ser uma<br />

hérnia inguinal. Leve-o <strong>ao</strong> pediatra.<br />

provoca a regurgitação.<br />

É sempre bom colocar o bebê para arrotar após as mama<strong>da</strong>s.<br />

Outra causa de vômito é o Refluxo Gastro Esofágico (RGE). O RGE ocorre<br />

quan<strong>do</strong> a “válvula” que existe na entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> estômago não funciona,<br />

pemitin<strong>do</strong> que o alimento retorne <strong>do</strong> estômago para o esôfago, poden<strong>do</strong><br />

<strong>Meu</strong> bebê assusta, é normal?<br />

Esse susto é Reflexo de Moro ou <strong>do</strong> Abraço. Sua presença traduz<br />

imaturi<strong>da</strong>de normal <strong>ao</strong> recém-nasci<strong>do</strong>. Tremores ou abalos musculares<br />

isola<strong>do</strong>s durante o sono são normais. Se forem constantes ou repetitivos,<br />

é melhor investigar.<br />

<strong>Meu</strong> recém-nasci<strong>do</strong> parece estar com cravinhos, isto é normal?<br />

Sim. É o que chama “milium”. Aparecem na ponta <strong>do</strong> nariz e no queixo e<br />

são causa<strong>do</strong>s pela secreção de sebo por glândulas <strong>da</strong> pele. Desaparecem<br />

em 2 ou 3 semanas.<br />

É importante para a mãe que suas dúvi<strong>da</strong>s sejam sempre esclareci<strong>da</strong>s.<br />

Se as dúvi<strong>da</strong>s puderem esperar a próxima consulta, anote-as e faça uma<br />

lista. Se não, ligue para seu médico(a).<br />

fazer com que a criança fique mais irrita<strong>da</strong>, não ganhe peso e tenha<br />

problemas respiratórios de repetição, que podem ser corrigi<strong>do</strong>s. O pediatra<br />

fará o diagnóstico e as devi<strong>da</strong>s orientações.<br />

Eu observei uma mancha vermelha de sangue no branco <strong>do</strong>s olhos, isto é<br />

perigoso?<br />

As mamas <strong>do</strong> bebê estão incha<strong>da</strong>s e às vezes até sai um pouco de leite<br />

(que o povo chama de “leite de bruxa”). Devo apertar?<br />

Febre<br />

• a temperatura axilar normal é até 37 ºC;<br />

Não. É causa<strong>da</strong> pela pressão exerci<strong>da</strong> durante o trabalho de parto e<br />

desaparece espontaneamente em poucos dias.<br />

De maneira alguma! Isso é devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s hormônios que passam <strong>da</strong> mãe para<br />

o recém-nasci<strong>do</strong>, estimulan<strong>do</strong> o crescimento mamário, e desaparece nas<br />

primeiras semanas ou meses. Se você tentar apertar pode infeccionar e<br />

formar um abscesso.<br />

• acima disso é febrícula;<br />

O que são aquelas manchas vermelhas conheci<strong>da</strong>s como “pica<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

• a partir de 37,8 ºC é febre;<br />

• no recém-nasci<strong>do</strong> a febre é rara, mesmo com presença<br />

de infecção.<br />

cegonha”?<br />

São marcas de nascimento (hemangiomas) localiza<strong>da</strong>s na raiz (acima) <strong>do</strong><br />

nariz, na parte inferior central <strong>da</strong> testa, atrás <strong>da</strong> cabeça (occipital) e nuca. A<br />

maioria desaparece em meses ou 1 ano.<br />

O bebê apresenta um estufamento (como uma bola de ar) no umbigo,<br />

principalmente quan<strong>do</strong> chora<br />

Geralmente é a hérnia umbilical. Não é perigosa nem <strong>do</strong>lori<strong>da</strong> e desaparece,<br />

na maioria <strong>do</strong>s casos, após o 1º aniversário.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Quan<strong>do</strong> devo ir para o pediatra?<br />

A primeira consulta deve ser feita, no máximo, até o 7 0 dia de vi<strong>da</strong>,<br />

geralmente 3 a 5 dias após a alta hospitalar. Se tu<strong>do</strong> estiver bem, as<br />

próximas consultas serão mensais até o 6º mês de vi<strong>da</strong>. Após esse perío<strong>do</strong>,<br />

serão trimestrais até se completar 2 anos. É aconselhável fazer uma lista<br />

com as dúvi<strong>da</strong>s que surjam durante o mês, para não se esquecer quan<strong>do</strong><br />

for <strong>ao</strong> pediatra.<br />

O que são os testes de triagem?<br />

São exames realiza<strong>do</strong>s com o objetivo de detectar <strong>do</strong>enças, antes que se<br />

manifestem, para prevenir complicações e/ou iniciar o tratamento o mais<br />

precoce possível.<br />

Hoje, existem 4 testes recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelos pediatras:<br />

• Teste <strong>do</strong> pezinho: é um exame laboratorial simples que tem o objetivo de<br />

detectar precocemente <strong>do</strong>enças metabólicas, genéticas e/ou infecciosas,<br />

como hipotireoidismo, anemia falciforme, fenilcetonúria, etc. Existem três<br />

tipos de teste: Básico, Amplia<strong>do</strong> e Plus. Converse com o seu pediatra para<br />

saber qual o mais indica<strong>do</strong>. O exame deve ser realiza<strong>do</strong> na primeira semana<br />

pós-parto, de preferência entre o 3º e 7º dia.<br />

• Teste <strong>do</strong> olhinho ou teste <strong>do</strong> reflexo vermelho: o teste é feito em uma<br />

sala escureci<strong>da</strong>, onde o médico ilumina o olho <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> com um<br />

feixe de luz. Pode ser feito por um pediatra, ain<strong>da</strong> na materni<strong>da</strong>de. Permite<br />

o diagnóstico precoce de catarata, glaucoma congênito, opaci<strong>da</strong>des de<br />

córnea, tumores, inflamações ou hemorragias.<br />

• Teste <strong>da</strong> orelhinha: também conheci<strong>do</strong> como “Triagem Auditiva Neonatal”,<br />

é um exame importante para detectar se o recém-nasci<strong>do</strong> tem problemas<br />

de audição. Recomen<strong>da</strong>-se que o exame seja realiza<strong>do</strong> na materni<strong>da</strong>de,<br />

antes <strong>da</strong> alta hospitalar. O teste <strong>da</strong> orelhinha é rápi<strong>do</strong>, in<strong>do</strong>lor, não tem<br />

contraindicação e, geralmente, é feito com o bebê <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>. Pode ser<br />

realiza<strong>do</strong> por fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista.<br />

• Teste <strong>do</strong> coraçãozinho: também denomina<strong>do</strong> de oximetria de pulso, é um<br />

exame simples, in<strong>do</strong>lor e rápi<strong>do</strong>. É importante para o diagnóstico precoce<br />

de cardiopatia congênita crítica. O teste já é obrigatório em alguns esta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> Brasil, porém ain<strong>da</strong> não há uma legislação federal específica.<br />

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SEGURANÇA DO BEBÊ


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

• considere a compra de cortinas ou persianas sem cor<strong>da</strong>s, para evitar<br />

Seguem algumas dicas para a prevenção de engasgamento:<br />

riscos de estrangulamento em crianças menores;<br />

• quan<strong>do</strong> selecionar os brinque<strong>do</strong>s considere a i<strong>da</strong>de, o interesse e o nível<br />

• Remova <strong>do</strong> berço to<strong>do</strong>s os brinque<strong>do</strong>s, travesseiros e objetos macios<br />

de habili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criança. Siga as recomen<strong>da</strong>ções <strong>do</strong> fabricante e procure<br />

SEGURANÇA DO BEBÊ<br />

quan<strong>do</strong> o bebê estiver <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>, com o objetivo de reduzir o risco de asfixia;<br />

• compre somente brinque<strong>do</strong>s apropria<strong>do</strong>s para o bebê. Objetos menores<br />

ou pequenas partes soltas de brinque<strong>do</strong>s podem causar sufocação.<br />

brinque<strong>do</strong>s com selo <strong>do</strong> Inmetro;<br />

• inspecione regularmente os brinque<strong>do</strong>s à procura de <strong>da</strong>nos que possam<br />

ocorrer durante a brincadeira ou seu manuseio. Observe também a presença<br />

Verifique as indicações de i<strong>da</strong>de no selo <strong>do</strong> Inmetro. Tenha certeza de que<br />

de potenciais riscos, como partes pequenas que podem se soltar, pontas<br />

o piso está livre de objetos pequenos, como botões, contas de colar, bolas<br />

afia<strong>da</strong>s e arestas. Conserte o brinque<strong>do</strong> imediatamente ou mantenha-o fora<br />

de gude, moe<strong>da</strong>s, tachinhas, etc. Tire esses e outros pequenos itens <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> alcance <strong>da</strong> criança. Se completamente <strong>da</strong>nifica<strong>do</strong>, descarte-o.<br />

alcance <strong>do</strong> bebê;<br />

A segurança <strong>do</strong>s bebês e <strong>da</strong>s crianças deve ser considera<strong>da</strong> uma priori<strong>da</strong>de.<br />

O perfil <strong>da</strong> família atual é o <strong>do</strong> casal que trabalha fora e deixa a criança em<br />

creches, berçários, com babás, vizinhos ou familiares ou até mesmo com<br />

outras crianças, que pode facilitar acidentes e atos de violência.<br />

o lençol, travesseiro ou outro objeto macio. Quan<strong>do</strong> o berço for inadequa<strong>do</strong>,<br />

a cabecinha pode ficar presa nas grades de proteção e causar lesões por<br />

estrangulamento e sufocação. Os bebês também podem se engasgar com<br />

pequenos objetos, tais como brinque<strong>do</strong>s, pe<strong>da</strong>ços de comi<strong>da</strong>s e outros.<br />

• após os seis meses de i<strong>da</strong>de, quan<strong>do</strong> for <strong>da</strong>r outros alimentos para a<br />

criança, corte os alimentos em pe<strong>da</strong>ços bem pequenos ou amasse-os,<br />

facilitan<strong>do</strong> a deglutição.<br />

Envenenamento ou intoxicação<br />

A exploração <strong>do</strong> ambiente é uma ativi<strong>da</strong>de importante para o<br />

desenvolvimento infantil. Colocar objetos na boca ou tentar pegar frascos<br />

com líqui<strong>do</strong>s colori<strong>do</strong>s são comportamentos característicos <strong>da</strong>s crianças, por<br />

A chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê deve vir acompanha<strong>da</strong> de alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s especiais.<br />

Os pais devem ser capazes de examinar o ambiente em que a criança vive,<br />

eliminan<strong>do</strong> a maioria <strong>do</strong>s fatores de riscos e fornecen<strong>do</strong> proteção integral,<br />

já que a maioria <strong>do</strong>s acidentes, e mesmo óbitos, de crianças em i<strong>da</strong>de préescolar<br />

ocorrem no <strong>do</strong>micílio ou em locais onde mais convivem.<br />

ACIDENTES COMUNS<br />

Sufocação<br />

Por tal motivo, devemos estar atentos e seguir os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s abaixo:<br />

• bebês devem <strong>do</strong>rmir em colchão firme, de barriga para cima, cobertos<br />

até a altura <strong>do</strong> peito com lençol ou manta presos embaixo <strong>do</strong> colchão<br />

e os bracinhos para fora. O colchão deve estar bem preso <strong>ao</strong> berço (não<br />

mais que <strong>do</strong>is de<strong>do</strong>s de espaço entre o berço e o colchão) e sem qualquer<br />

embalagem plástica;<br />

• seja especialmente cauteloso em relação <strong>ao</strong> berço. Procure berços<br />

certifica<strong>do</strong>s pelo Inmetro, conforme as normas de segurança <strong>da</strong> ABNT<br />

(Associação Brasileira de Normas Técnicas). Fique atento às grades de<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>ao</strong> brincar<br />

Brincar é um importante fator para o desenvolvimento <strong>da</strong> criança.<br />

Brinque<strong>do</strong>s oferecem diversão, entretenimento e contribuem para<br />

o aprendiza<strong>do</strong>. Para uma brincadeira segura, alguns itens devem ser<br />

observa<strong>do</strong>s como a marca de conformi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Inmetro, popularmente<br />

conheci<strong>da</strong> como Selo <strong>do</strong> Inmetro, e a faixa etária indica<strong>da</strong> na embalagem<br />

<strong>do</strong> brinque<strong>do</strong>. Os materiais utiliza<strong>do</strong>s na fabricação <strong>do</strong>s brinque<strong>do</strong>s<br />

devem ser atóxicos.<br />

Supervisão é um fator primordial para manter as crianças protegi<strong>da</strong>s de<br />

acidentes com brinque<strong>do</strong>s. O envolvimento <strong>do</strong> responsável na brincadeira,<br />

isso, crianças até <strong>do</strong>is anos de i<strong>da</strong>de correm maior risco de envenenamento<br />

acidental. Produtos <strong>do</strong>mésticos comuns, como produtos de limpeza,<br />

cosméticos, bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, plantas, pestici<strong>da</strong>s, produtos de arte, tintas,<br />

medicamentos e vitaminas podem envenenar a criança. <strong>Bebê</strong>s podem se<br />

envenenar respiran<strong>do</strong> a fumaça de cigarros e até de outras substâncias<br />

ilícitas. O envenenamento é a quinta causa de hospitalização por acidentes<br />

com crianças de 1 a 4 anos. Portanto, sugerimos os seguintes cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s:<br />

• as tintas <strong>do</strong> berço e <strong>da</strong> parede de sua casa podem conter substâncias<br />

tóxicas, como chumbo e monóxi<strong>do</strong> de carbono, que fazem mal à saúde <strong>da</strong><br />

criança; por isso, preste atenção à sua composição;<br />

Pode ocorrer em várias situações cotidianas, tais como no perío<strong>do</strong> em que<br />

o bebê estiver <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong> e principalmente se o rosto estiver encoberto com<br />

proteção <strong>do</strong> berço, que devem estar fixas e não haver mais que 6 cm de<br />

distância entre elas;<br />

<strong>ao</strong> invés de apenas observar à distância, permite um cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ain<strong>da</strong> maior.<br />

• mantenha to<strong>do</strong>s os produtos de higiene e limpeza, venenos e medicamentos<br />

guar<strong>da</strong><strong>do</strong>s e tranca<strong>do</strong>s, fora <strong>da</strong> vista e <strong>do</strong> alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

• mantenha os produtos em suas embalagens originais. Nunca coloque<br />

um produto tóxico em outra embalagem que não a de origem. Isso pode<br />

confundir a criança e mesmo outras pessoas;<br />

• sempre que comprar um brinque<strong>do</strong>, certifique-se que ele seja atóxico, ou<br />

seja, sem componentes tóxicos;<br />

sanitários, banheiras, baldes, piscinas e recipientes com água. Esvazie-os<br />

logo depois de usá-los. Guarde baldes e recipientes de cabeça para baixo e<br />

longe <strong>do</strong> alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

• crianças devem aprender a na<strong>da</strong>r com instrutores qualifica<strong>do</strong>s ou em<br />

escolas de natação especializa<strong>da</strong>s. Se os pais ou responsáveis não sabem<br />

na<strong>da</strong>r, devem aprender também;<br />

• jogue fora medicamentos com <strong>da</strong>ta de vali<strong>da</strong>de venci<strong>da</strong> e outros venenos<br />

potenciais. Procure por produtos de limpeza que você não utiliza mais e<br />

desfaça-se deles.<br />

• saiba quais produtos <strong>do</strong>mésticos são tóxicos. Produtos comuns, como<br />

enxaguantes bucais, podem ser nocivos se a criança os ingerir em grande<br />

quanti<strong>da</strong>de;<br />

• conserve a tampa <strong>do</strong> vaso sanitário fecha<strong>da</strong>, se possível lacra<strong>da</strong>, com<br />

algum dispositivo de segurança “à prova de criança”, ou mantenha a porta<br />

<strong>do</strong> banheiro tranca<strong>da</strong>;<br />

• o rápi<strong>do</strong> socorro é fun<strong>da</strong>mental para o salvamento <strong>da</strong> criança que se<br />

afoga, pois a morte por asfixia pode ocorrer em apenas 5 minutos. Por isso<br />

é tão importante que pais, responsáveis, educa<strong>do</strong>res e outras pessoas que<br />

cui<strong>da</strong>m de crianças apren<strong>da</strong>m técnicas de primeiros socorros;<br />

• dê preferência às embalagens com tampas à prova de abertura por<br />

crianças. Essas tampas de segurança não oferecem total garantia que a<br />

criança não abrirá a embalagem, mas podem dificultar bastante, <strong>da</strong>n<strong>do</strong><br />

tempo para que alguém intervenha;<br />

• nunca deixe produtos venenosos sem atenção enquanto em uso;<br />

Afogamento<br />

Segun<strong>do</strong> o Ministério <strong>da</strong> Saúde, o afogamento é a segun<strong>da</strong> causa de óbito<br />

de crianças abaixo de 14 anos. Grande parte <strong>do</strong>s afogamentos com bebês<br />

acontece em banheiras. Diferente <strong>do</strong>s adultos, as partes mais pesa<strong>da</strong>s <strong>do</strong><br />

corpo <strong>da</strong> criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Este é<br />

um <strong>do</strong>s motivos de perderem facilmente o equilíbrio <strong>ao</strong> se inclinarem para<br />

frente e, consequentemente, terem um grande risco de se afogar. Até os<br />

<strong>do</strong>is anos, mesmo vasos sanitários e baldes podem ser perigosos.<br />

• mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios <strong>do</strong>mésticos<br />

tranca<strong>do</strong>s ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”.<br />

• piscinas devem ser protegi<strong>da</strong>s com cercas de no mínimo 1,5 m que não<br />

possam ser escala<strong>da</strong>s, e portões com cadea<strong>do</strong>s ou trava de segurança que<br />

dificultem o acesso <strong>do</strong>s pequenos;<br />

• tenha um telefone próximo à área de lazer e o número <strong>do</strong> atendimento de<br />

emergência (SOS UNIMED: 0800 7255555; Bombeiros: 193).<br />

Que<strong>da</strong>s e acidentes<br />

• não crie novas soluções de limpeza misturan<strong>do</strong> diferentes produtos<br />

designa<strong>do</strong>s para outro fim. Esta nova mistura pode ser nociva e mais tóxica;<br />

• sempre leia os rótulos e bulas e siga corretamente a receita médica para<br />

<strong>da</strong>r remédios às crianças, basean<strong>do</strong>-se no peso e i<strong>da</strong>de. Use apenas o<br />

medi<strong>do</strong>r que acompanha as embalagens de medicamentos infantis;<br />

• alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o<br />

risco de acidentes. Esses recursos devem ser usa<strong>do</strong>s em conjunto com as<br />

cercas e a constante supervisão <strong>do</strong>s adultos;<br />

Entre os principais responsáveis por que<strong>da</strong>s de bebês estão os móveis<br />

(camas, cômo<strong>da</strong>s, etc.), as esca<strong>da</strong>s e os an<strong>da</strong><strong>do</strong>res. Este último é responsável<br />

por mais acidentes que qualquer outro produto infantil destina<strong>do</strong> a crianças<br />

de 5 a 15 meses. A maior parte <strong>da</strong>s lesões resulta de que<strong>da</strong>s em esca<strong>da</strong>s<br />

ou simplesmente de tropeços quan<strong>do</strong> estão no an<strong>da</strong><strong>do</strong>r.<br />

A primeira causa de afogamento com crianças é a falta de supervisão,<br />

geralmente por questão de segun<strong>do</strong>s, por isso, um adulto deve sempre<br />

supervisionar as crianças de forma ativa e constante onde houver<br />

água, mesmo que teoricamente saibam na<strong>da</strong>r ou que os lugares sejam<br />

considera<strong>do</strong>s rasos.<br />

• evite brinque<strong>do</strong>s e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de<br />

água;<br />

• nunca se refira a um medicamento como <strong>do</strong>ce. Isto pode levar a criança a<br />

pensar que não é perigoso ou que é agradável de comer. Como as crianças<br />

tendem a imitar os adultos, evite tomar medicamentos na frente delas;<br />

• saiba quais plantas existentes dentro e <strong>ao</strong> re<strong>do</strong>r de sua casa são venenosas,<br />

remova-as ou deixe-as inacessíveis para as crianças, como exemplo: Comigo<br />

Ninguém Pode, Saia Branca, Oficial de Sala e Pinhão de Papagaio;<br />

Dicas para prevenção de afogamento<br />

• nunca deixe as crianças pequenas sem vigilância, próximas a pias, vasos<br />

• saiba quais amigos ou vizinhos têm piscina em casa e quan<strong>do</strong> levar a<br />

criança para visitá-los, certifique-se de que será, sempre, supervisiona<strong>da</strong><br />

por um adulto responsável enquanto brinca na água;<br />

• boias ou outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança.<br />

Eles podem estourar ou virar a qualquer momento. O ideal é que a criança<br />

use sempre um colete salva-vi<strong>da</strong>s quan<strong>do</strong> estiver em piscinas e quan<strong>do</strong><br />

estiver pratican<strong>do</strong> esportes aquáticos.<br />

• não use an<strong>da</strong><strong>do</strong>r com ro<strong>da</strong>s, pois podem causar sérias que<strong>da</strong>s. Prefira o<br />

cerca<strong>do</strong> (chiqueirinho);<br />

• mantenha uma mão no bebê enquanto troca as fral<strong>da</strong>s. Não deixe o bebê<br />

sozinho em mesas, camas ou outros móveis;<br />

• instale telas ou grades nas janelas e saca<strong>da</strong>s. Nunca coloque berços ou<br />

outros móveis próximos de uma janela. Observe a <strong>da</strong>ta de vali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

telas, que geralmente têm garantia de quatro anos;<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

• procure adquirir móveis com pontas arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>da</strong>s ou considere o uso<br />

• não use toalhas compri<strong>da</strong>s em mesas. O bebê pode puxá-las e derrubar<br />

• substitua as fiações antigas e desencapa<strong>da</strong>s. Os fios devem ficar isola<strong>do</strong>s<br />

• muito cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com o álcool. Ele é responsável por um grande número<br />

de pontas de silicone (protetores de quinas) vendi<strong>da</strong>s em lojas de artigos<br />

utensílios e líqui<strong>do</strong>s quentes sobre ele.<br />

em locais adequa<strong>do</strong>s, como canaletas e conduítes;<br />

de queimaduras graves em crianças. Guarde o produto longe <strong>do</strong> alcance<br />

infantis;<br />

• evite móveis com vidro ou outro material que possa quebrar e cortar;<br />

• em um acidente de carro, uma cadeirinha de segurança instala<strong>da</strong> e<br />

corretamente usa<strong>da</strong> reduz em 71% o risco de um bebê morrer. Sempre<br />

utilizar a cadeirinha em qualquer trajeto, desde a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de.<br />

<strong>Bebê</strong>s devem viajar no bebê conforto, instala<strong>do</strong> de costas para o movimento<br />

<strong>do</strong> veículo, até um ano de i<strong>da</strong>de ou atingir o peso de 13 kg. Nunca coloque a<br />

criança no banco <strong>da</strong> frente de um carro.<br />

Queimaduras<br />

A maioria <strong>da</strong>s queimaduras em bebês, especialmente entre as i<strong>da</strong>des de seis<br />

meses e <strong>do</strong>is anos, é causa<strong>da</strong> por comi<strong>da</strong>s quentes e líqui<strong>do</strong>s derrama<strong>do</strong>s<br />

na cozinha. A água quente <strong>da</strong> pia ou <strong>da</strong> banheira é também responsável por<br />

muitas queimaduras em crianças e tendem a ser mais graves, pois cobrem<br />

uma área maior <strong>do</strong> corpo.<br />

• sempre teste a temperatura <strong>da</strong> água <strong>do</strong> banho usan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>rso <strong>da</strong> mão ou<br />

o cotovelo, movimentan<strong>do</strong> a água de um la<strong>do</strong> para o outro para misturar<br />

to<strong>da</strong> a água quente com a fria. Recomen<strong>da</strong>-se que a mesma pessoa que<br />

prepara e testa a temperatura <strong>da</strong> água seja a que <strong>da</strong>rá banho no bebê;<br />

Na cozinha<br />

• mantenha a criança longe <strong>da</strong> cozinha e <strong>do</strong> fogão, principalmente durante o<br />

preparo <strong>da</strong>s refeições. Cozinha não é lugar de criança. Se possível, coloque<br />

uma grade para evitar a sua entra<strong>da</strong>;<br />

• utilize fornos com proteção térmica e fecho seguro na porta;<br />

• cozinhe nas bocas de trás <strong>do</strong> fogão e sempre com os cabos <strong>da</strong>s panelas<br />

vira<strong>do</strong>s para trás, para evitar que as crianças entornem os conteú<strong>do</strong>s sobre<br />

elas. O uso de protetores de fogão é um cui<strong>da</strong><strong>do</strong> a mais para evitar que a<br />

criança tenha acesso às panelas;<br />

• evite carregar as crianças no colo enquanto mexe em panelas no fogão<br />

ou manipula líqui<strong>do</strong>s quentes. Até um simples café pode provocar graves<br />

queimaduras na pele de um bebê;<br />

• não deixe as crianças brincarem por perto quan<strong>do</strong> você estiver passan<strong>do</strong><br />

roupa e nem largue o ferro elétrico liga<strong>do</strong> sem vigilância. Tome cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

com os fios <strong>do</strong>s eletro<strong>do</strong>mésticos. Se possível, mantenha-os no alto.<br />

Eletrici<strong>da</strong>de<br />

• as toma<strong>da</strong>s devem estar protegi<strong>da</strong>s por tampas apropria<strong>da</strong>s, esparadrapo,<br />

fita isolante ou mesmo cobertas por móveis;<br />

• fios elétricos devem estar isola<strong>do</strong>s e longe <strong>do</strong> alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

• evite usar extensões. Muitos aparelhos liga<strong>do</strong>s na mesma toma<strong>da</strong> podem<br />

causar sobrecarga e curto-circuito na fiação;<br />

• devem ser toma<strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s re<strong>do</strong>bra<strong>do</strong>s com eletro<strong>do</strong>mésticos em<br />

mau esta<strong>do</strong> de conservação como ventila<strong>do</strong>res e geladeiras, que podem<br />

causar choque e curto-circuito. Faça revisões e, se possível, compre novos<br />

aparelhos.<br />

Inflamáveis<br />

• não deixe fósforos, isqueiros e outras fontes de energia <strong>ao</strong> alcance <strong>da</strong>s<br />

crianças;<br />

• guarde to<strong>do</strong>s os líqui<strong>do</strong>s inflamáveis em locais altos e tranca<strong>do</strong>s, longe<br />

<strong>do</strong> alcance <strong>do</strong>s pequenos;<br />

delas. Não deixe que ele faça parte de qualquer brincadeira, principalmente,<br />

quan<strong>do</strong> já houver alguma fogueira ou chama por perto. O mais seguro<br />

é substituir qualquer versão de álcool por outros produtos de limpeza<br />

<strong>do</strong>méstica, como água e sabão;<br />

• velas ou candeeiros acesos em móveis de madeira, perto de cortinas,<br />

mosquiteiros ou colchões podem causar um incêndio em poucos minutos;<br />

• só acen<strong>da</strong> velas em recipientes fun<strong>do</strong>s (como jarros de vidro) ou num<br />

prato fun<strong>do</strong> com água;<br />

• apague velas e candeeiros quan<strong>do</strong> sair de casa, mesmo que seja uma<br />

rápi<strong>da</strong> i<strong>da</strong> à casa <strong>da</strong> vizinha;<br />

• cheque os perigos de incêndio. Procure por fios desencapa<strong>do</strong>s ou<br />

materiais inflamáveis próximos a fontes de calor.<br />

Criança sozinha no carro<br />

O acesso <strong>da</strong> criança <strong>ao</strong> veículo, quan<strong>do</strong> sozinha e sem supervisão ativa de<br />

um adulto, pode colocá-la em sérios riscos. Para a criança, o carro pode<br />

ser um ver<strong>da</strong>deiro paraíso a ser explora<strong>do</strong> e o porta-malas o local perfeito<br />

para a brincadeira de esconde-esconde. Uma eventual mu<strong>da</strong>nça de rotina<br />

também pode levar o adulto a esquecer <strong>do</strong> bebê dentro <strong>do</strong> carro por horas,<br />

• evite carregar comi<strong>da</strong>s ou bebi<strong>da</strong>s quentes quan<strong>do</strong> estiver próximo <strong>ao</strong><br />

bebê;<br />

• verifique sempre o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s instalações elétricas. Fios desencapa<strong>do</strong>s<br />

podem ser muito perigosos;<br />

o que pode levar a consequências graves.<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO SBIm CRIANÇA<br />

Recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2019/2020<br />

Comentários numera<strong>do</strong>s<br />

devem ser consulta<strong>do</strong>s.<br />

Com uma temperatura externa de 38 °C, a temperatura interna de um<br />

carro fecha<strong>do</strong> pode chegar a 60 °C, ocasionan<strong>do</strong> graves queimaduras,<br />

asfixia, para<strong>da</strong> cardíaca e respiratória. Além disso, outros perigos podem<br />

advir quan<strong>do</strong> a criança resolve soltar o freio de mão. Portanto, sugerimos<br />

os seguintes cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s:<br />

• não deixe a criança sozinha dentro <strong>do</strong> carro, mesmo com o vidro levemente<br />

aberto;<br />

• coloque algo que você vá precisar pegar em sua próxima para<strong>da</strong> no trajeto<br />

<strong>do</strong> carro, como uma bolsa, o almoço, uma mochila <strong>da</strong> academia ou uma<br />

maleta no chão <strong>do</strong> banco de trás, onde a criança está senta<strong>da</strong>. Esse ato<br />

simples pode prevenir o esquecimento acidental <strong>da</strong> criança, caso ela esteja<br />

<strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>;<br />

• observe as crianças de perto quan<strong>do</strong> próximas a veículos, especialmente<br />

no momento de carregar e descarregar o carro;<br />

• certifique-se que to<strong>da</strong>s as crianças já estejam devi<strong>da</strong>mente acomo<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

nos dispositivos de retenção (bebê conforto, cadeirinha, assento de<br />

elevação) antes de ligar o motor <strong>do</strong> carro. Isso limitará o acesso <strong>da</strong>s crianças<br />

<strong>ao</strong> controle <strong>da</strong>s janelas. Nunca deixe-as sem supervisão;<br />

• sempre trave as portas e o porta-malas <strong>do</strong> veículo, especialmente quan<strong>do</strong><br />

para<strong>do</strong> na garagem ou perto de casa, e mantenha as chaves fora <strong>do</strong> alcance<br />

e <strong>da</strong> visão <strong>da</strong>s crianças;<br />

• acione as travas de segurança <strong>do</strong> banco de trás para as crianças e fique<br />

atento a elas;<br />

• mantenha o encosto <strong>do</strong> banco de trás trava<strong>do</strong> para aju<strong>da</strong>r a prevenir que<br />

as crianças tenham acesso <strong>ao</strong> porta-malas por dentro <strong>do</strong> carro;<br />

• ensine as crianças mais velhas como desabilitar as travas <strong>da</strong>s portas de<br />

trás pela porta <strong>do</strong> motorista, para o caso de ficarem presas no veículo. Uma<br />

criança que está aprenden<strong>do</strong> a an<strong>da</strong>r não saberá como ir <strong>ao</strong> banco <strong>da</strong> frente<br />

para sair <strong>do</strong> carro;<br />

• mostre para as crianças mais velhas como localizar e utilizar a trava<br />

de emergência <strong>do</strong> porta-malas, que existe nos modelos de carros mais<br />

modernos;<br />

• em caso de acidente, entre em contato imediatamente com o SOS Unimed<br />

ou leve a criança <strong>ao</strong> pronto-socorro Unimed ou hospitais credencia<strong>do</strong>s.<br />

VACINAS<br />

Ao<br />

nascer<br />

1<br />

mês<br />

2<br />

meses<br />

3<br />

meses<br />

DO NASCIMENTO AOS 2 ANOS DE IDADE<br />

4<br />

meses<br />

5<br />

meses<br />

6<br />

meses<br />

7<br />

meses<br />

8<br />

meses<br />

9<br />

meses<br />

DOS 2 AOS 10 ANOS<br />

DISPONIBILIZAÇÃO<br />

DAS VACINAS<br />

BCG ID (1) Dose única SIM SIM<br />

Hepatite B (2) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se 3ª <strong>do</strong>se SIM SIM<br />

12<br />

meses<br />

15<br />

meses<br />

18<br />

meses<br />

24<br />

meses<br />

4<br />

anos<br />

5<br />

anos<br />

6<br />

anos<br />

9<br />

anos<br />

10<br />

anos<br />

Gratuitas<br />

nas UBS*<br />

Clínicas priva<strong>da</strong>s<br />

de vacinação<br />

Tríplice bacteriana<br />

(DTPw ou DTPa) (3) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se 3ª <strong>do</strong>se REFORÇO REFORÇO DTPw DTPa e dTpa<br />

Haemophilus<br />

influenzae tipo b (4) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se 3ª <strong>do</strong>se REFORÇO<br />

Poliomielite<br />

(vírus inativa<strong>do</strong>s) (5) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se 3ª <strong>do</strong>se REFORÇO REFORÇO<br />

Rotavírus (6)<br />

Duas ou três <strong>do</strong>ses, dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong> vacina utiliza<strong>da</strong><br />

Pneumocócicas<br />

conjuga<strong>da</strong>s (7) Duas ou três <strong>do</strong>ses, dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong> vacina utiliza<strong>da</strong> REFORÇO<br />

Meningocócicas<br />

conjuga<strong>da</strong>s ACWY/C (8) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se REFORÇO REFORÇO<br />

SIM, para as três<br />

primeiras <strong>do</strong>ses<br />

SIM, VIP para as três<br />

primeiras <strong>do</strong>ses e<br />

VOP nas <strong>do</strong>ses de<br />

reforços e campanhas<br />

para crianças de<br />

1 a 4 anos<br />

SIM, vacina<br />

monovalente<br />

SIM, VPC10 para<br />

menores de 5 anos<br />

SIM, menC para<br />

menores de 5 anos<br />

e uma <strong>do</strong>se entre 11<br />

e 14 anos<br />

Meningocócica B (9) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se REFORÇO NÃO SIM<br />

(10)<br />

Dose anual. Duas <strong>do</strong>ses na primovacinação antes <strong>do</strong>s 9 anos de i<strong>da</strong>de.<br />

SIM, 3V para menores<br />

de 5 anos<br />

e grupos de risco<br />

Poliomielite oral (vírus<br />

vivos atenua<strong>do</strong>s) (5) DIAS NACIONAIS DE VACINAÇÃO SIM NÃO<br />

Febre amarela (11) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se SIM SIM<br />

Hepatite A (12) 1 a <strong>do</strong>se 2 a <strong>do</strong>se<br />

SIM, <strong>do</strong>se única<br />

<strong>ao</strong>s 15 meses (até<br />

menores de 5 anos)<br />

Tríplice viral (sarampo,<br />

caxumba e rubéola) (13,15) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se SIM SIM<br />

SIM<br />

SIM, somente nas<br />

apresentações<br />

combina<strong>da</strong>s com<br />

DTPa e dTpa<br />

SIM, vacina<br />

monovalente<br />

e pentavalente<br />

SIM,<br />

VPC10 e VPC13<br />

SIM, menC<br />

e menACWY<br />

SIM,<br />

3V e 4V<br />

SIM<br />

• <strong>ao</strong> chegar no seu destino, tenha certeza de que to<strong>da</strong>s as crianças deixaram<br />

o veículo;<br />

• nunca deixe o carro sozinho com o motor liga<strong>do</strong> e as portas destrava<strong>da</strong>s.<br />

Crianças curiosas podem entrar e desengatar o veículo;<br />

• assim como qualquer cor<strong>da</strong> ou cabo, os cintos de segurança <strong>do</strong> carro<br />

também podem representar riscos para a criança. Não permita que elas<br />

brinquem com eles;<br />

Varicela (catapora) (14,15) 1ª <strong>do</strong>se 2ª <strong>do</strong>se<br />

HPV (16)<br />

Vacina tríplice bacteriana<br />

acelular <strong>do</strong> tipo adulto<br />

(dTpa)<br />

Dengue (17)<br />

19/02/2020 • Sempre que possível, preferir vacinas combina<strong>da</strong>s • Sempre que possível, considerar aplicações simultâneas na mesma visita • Qualquer<br />

<strong>do</strong>se não administra<strong>da</strong> na i<strong>da</strong>de recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> deve ser aplica<strong>da</strong> na visita subsequente • às<br />

autori<strong>da</strong>des competentes. • Calendário sujeito a alteração, consultar o site: www.sbim.org.br/calen<strong>da</strong>rios-de-vacinac<strong>ao</strong>.<br />

Algumas vacinas podem estar especialmente recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s para<br />

pacientes porta<strong>do</strong>res de comorbi<strong>da</strong>des ou em outra situação especial.<br />

Consulte os Calendários de vacinação SBIm pacientes especiais.<br />

Duas <strong>do</strong>ses<br />

SIM, duas <strong>do</strong>ses<br />

(<strong>ao</strong>s 15 meses e entre<br />

4 e 6 anos)<br />

SIM, HPV4 – duas<br />

<strong>do</strong>ses para meninas de<br />

9 a 14 anos e meninos<br />

de 11 a 14 anos<br />

SIM<br />

SIM<br />

REFORÇO NÃO SIM<br />

Três <strong>do</strong>ses para<br />

soropositivos<br />

NÃO<br />

SIM<br />

* UBS – Uni<strong>da</strong>des Básicas de Saúde<br />

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MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Por que as vacinas infantis são tão importantes?<br />

É sempre melhor prevenir uma <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> que tratá-la.<br />

As <strong>do</strong>enças que costumavam ser muito comuns no Brasil e em to<strong>do</strong> o<br />

mun<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> a paralisia infantil, sarampo, difteria, coqueluche, rubéola,<br />

caxumba, tétano, rotavírus e outras, podem ser preveni<strong>da</strong>s por vacinação.<br />

Graças a uma vacina, uma <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças mais terríveis <strong>da</strong> história - varíola<br />

- não existe mais fora <strong>do</strong> laboratório. Ao longo <strong>do</strong>s anos, as vacinas<br />

impediram inúmeros casos de <strong>do</strong>ença e pouparam milhões de vi<strong>da</strong>s.<br />

Como a vacina protege a criança?<br />

As vacinas contêm os mesmos antígenos (ou partes de antígenos) que<br />

causam <strong>do</strong>enças. Por exemplo, a vacina contra o sarampo contém vírus <strong>do</strong><br />

sarampo. Mas os antígenos em vacinas são mortos ou enfraqueci<strong>do</strong>s até<br />

o ponto de não causarem <strong>do</strong>enças. No entanto, eles são fortes o suficiente<br />

para fazer com que o sistema imunológico produza anticorpos que levem<br />

à imuni<strong>da</strong>de. Em outras palavras, uma vacina é um substituto mais seguro<br />

para a primeira exposição de uma criança a uma <strong>do</strong>ença. A criança recebe<br />

proteção sem ter que ficar <strong>do</strong>ente. Através <strong>da</strong> vacinação, as crianças<br />

podem desenvolver imuni<strong>da</strong>de sem sofrer as <strong>do</strong>enças reais que as vacinas<br />

impedem.<br />

Você sabia que:<br />

• os bebês recém-nasci<strong>do</strong>s são imunes a muitas <strong>do</strong>enças, porque eles<br />

têm anticorpos que receberam de suas mães. No entanto, essa imuni<strong>da</strong>de<br />

desaparece durante o primeiro ano de vi<strong>da</strong>;<br />

• se uma criança não vacina<strong>da</strong> estiver exposta a um agente infeccioso, o seu<br />

sistema imunológico pode não ser suficientemente forte para combater<br />

a <strong>do</strong>ença. Antes <strong>da</strong>s vacinas, muitas crianças morreram de <strong>do</strong>enças que<br />

as vacinas agora previnem, como coqueluche, sarampo e paralisia infantil.<br />

Estes agentes infecciosos ain<strong>da</strong> existem, mas, porque os bebês são<br />

protegi<strong>do</strong>s por vacinas, não vemos essas <strong>do</strong>enças como antes;<br />

• a imunização individual de crianças também aju<strong>da</strong> a proteger a saúde<br />

de nossa comuni<strong>da</strong>de, especialmente aquelas pessoas que não podem ser<br />

imuniza<strong>da</strong>s (crianças que são jovens demais para serem vacina<strong>da</strong>s ou que<br />

não recebem certas vacinas por razões médicas);<br />

• as <strong>do</strong>enças imunopreveníveis (que podem ser evita<strong>da</strong>s por vacinas) têm<br />

um impacto financeiro muito grande, resultan<strong>do</strong> em consultas médicas,<br />

hospitalizações e óbitos prematuros. Crianças <strong>do</strong>entes também podem<br />

fazer com que os pais percam tempo de trabalho.<br />

As vacinas disponíveis para crianças de 0 a 16 anos no Centro de Vacinação<br />

Unimed Goiânia estão na relação abaixo, verificar indicação e faixa etária<br />

com seu médico:<br />

- BCG - Meningocócica B<br />

- Dengue - Meningite C<br />

- Febre Amarela - Pneumocócica (23 sorotipos)<br />

- Varicela - Pneumocócica conjuga<strong>da</strong><br />

(13 sorotipos)<br />

- Gripe (Influenza) - Rotavírus Pentavalente<br />

- HIB (Haemophilus influenzae b) - Tétano<br />

- Hepatite A - Tríplice Viral (caxumba,<br />

sarampo, rubéola)<br />

- Hepatite B - Tetra Viral (caxumba, sarampo,<br />

rubéola,varicela)<br />

- Hepatite A e B (combina<strong>da</strong>) - dTpa acelular (difteria, tétano,<br />

coqueluche)<br />

- HPV Oncogênica - dTpa acelular/salk (difteria,<br />

tétano, coqueluche, paralisia<br />

infantil)<br />

- HPV Quadrivalente - Pentavalente acelular (difteria,<br />

tétano, coqueluche, HIB, paralisia<br />

infantil)<br />

- Meningocócica ACWY - Hexavalente acelular (difteria,<br />

tétano, coqueluche, HIB, paralisia<br />

infantil, hepatite B)<br />

Bibliografia básica<br />

Chaves RG, Lamounier JA. Uso de medicamentos durante a lactação.<br />

Jornal de Pediatria 1246, v. 80, 5º Suplemento, nov./dez. Rio de Janeiro,<br />

2004. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2007.<br />

Bueno LGS, Teruya KM.. Aconselhamento em amamentação e sua prática.<br />

Jornal de Pediatria 1243, v. 80, 5º Suplemento, nov./dez. Rio de Janeiro,<br />

2004. Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2007.<br />

Almei<strong>da</strong> JAG, Novak FR. Amamentação: um híbri<strong>do</strong> natureza-cultura.<br />

Jornal de Pediatria 1242, v. 80, 5º Suplemento, nov./dez. Rio de Janeiro,<br />

2004. Disponível em: . Acesso em: 12 set. 2007.<br />

Giugliani ERJ. Problemas comuns na lactação e seu manejo. Jornal de<br />

Pediatria 1248, v. 80, 5º Suplemento, nov./dez. Rio de Janeiro, 2004.<br />

Disponível em: . Acesso em 25 jul. 2007.<br />

Kobinger MEBA. Pediatria em Consultório. 4ª ed. São Paulo: Sarvier. 2000.<br />

812 p.<br />

Murahovschi J (1979). Pediatria – Diagnóstico mais tratamento. 5ª ed. São<br />

Paulo: Sarvier, 1995. 811p.<br />

Camo MG, et al. Nutrição na lactação. In: Accioly, E etal. Nutrição em<br />

Obstetrícia e Pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Média, 2002. P 225-246.<br />

Euclydes MP. Nutrição <strong>do</strong> Lactente - base científica para uma<br />

alimentação adequa<strong>da</strong>. Viçosa, 1997, 461p.<br />

120 121


MEU BEBÊ: DO PRÉ-NATAL AO PÓS-PARTO.<br />

Sites para consulta<br />

Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria (SBP). Disponível em: .<br />

Tasty. Blog Crescen<strong>do</strong> com saúde. Disponível em: .<br />

Fun<strong>da</strong>ção Osval<strong>do</strong> Cruz. Fiocruz. Disponível em: Acesso em: 12 set. 2013.<br />

ONG Criança Segura. Disponível em: .<br />

Assistência <strong>ao</strong> puerpério: Rotinas Assistenciais <strong>da</strong> Materni<strong>da</strong>de-Escola <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 01 ago. 2013.<br />

Leituras adicionais<br />

Abramovici S, Troster EJ, Schvartsman C, Renata DW. Editora: Manole . A saúde de nossos filhos. Barueri: Editora Manole, 2012.<br />

Tiba. Quem ama educa. Ci<strong>da</strong>de: São Paulo. Editora Içami Tiba, 2002.<br />

Brasil. Portal <strong>da</strong> Saúde. Disponível em: .<br />

Estivill E, Béjar S. Nana, Nenê; como resolver o problema de insônia infantil, 4 ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.<br />

Filhos – <strong>da</strong> gravidez <strong>ao</strong>s 2 anos – Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria. Editora Manole. Organiza<strong>do</strong>res: Fabio Ancona Lopes e Dioclécio Campos Jr. 2010.<br />

Ministério <strong>da</strong> Saúde. Disponível em: .<br />

Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Oftalmologia Pediátrica. Disponível em: .<br />

Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria. Disponível em: .<br />

Socie<strong>da</strong>de Paraense de Pediatria. Disponível em: .<br />

Murahovschi J, Nascimento ET, Teruya KM, Bueno LGS. (1982). <strong>Cartilha</strong> de Amamentação. Doan<strong>do</strong> Amor. São Paulo: Almed, 2003. 70p.<br />

Ctenas MLB. Crescen<strong>do</strong> com Saúde 2. C2 Editora, 2003. 320p.<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s no<br />

PRÉ-NATAL<br />

&<br />

COMO SERÁ MEU PARTO?<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s no<br />

PÓS-PARTO<br />

E COM O BEBÊ<br />

Dicas de nutrição, segurança<br />

e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s para mãe e bebê.<br />

Espaço Sinta-se Bem / Programa de Atenção à Saúde<br />

Rua 15-A, nº 212, Setor Aeroporto - Goiânia - GO<br />

Telefone: (62) 3524-6864<br />

Coordenação: Dr. San<strong>do</strong>val Inácio Carneiro<br />

122


Março/2020<br />

Goiânia<br />

www.unimedgoiania.coop.br<br />

Central de Atendimento:<br />

0800 642 8008 | 3216 8000

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