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Edição Petróleo e Gás - ABRH-RJ

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número 173 • ano 16<br />

Gestão<br />

de pessoas<br />

na indústria do<br />

petróleo e gás<br />

• Crescimento, expansão e diretrizes do setor<br />

• Oportunidades de formação, emprego e negócios nos próximos anos<br />

• Ações ambientais em sintonia com a sustentabilidade<br />

Revista da Associação Brasileira de Recursos Humanos - <strong>RJ</strong>


4<br />

8<br />

10<br />

12<br />

15 processos<br />

e ferramentas<br />

17<br />

18<br />

20<br />

capa<br />

<strong>Petróleo</strong> e gás: um mercado em expansão<br />

entrevista<br />

Raquel Couri, diretora de Recursos Humanos da<br />

BG Brasil, revela como reter talentos<br />

negócios<br />

Perspectivas geradas pelo pré-sal<br />

oportunidades<br />

As múltiplas alternativas de trabalho<br />

abertas pelo setor<br />

14 ponto de vista<br />

Desafios da indústria de petróleo<br />

Recrutamento e seleção nas empresas<br />

de petróleo e gás<br />

sustentabilidade<br />

Exigências ambientais para a criação<br />

de empresas conscientes<br />

case<br />

Destaque no Prêmio Ser Humano, restaurante<br />

Delírio Tropical é exemplo de empresa cidadã<br />

artigo especial<br />

O valor dos mentores - Qualitymark<br />

expediente<br />

RHnews - Publicação bimestral de distribuição<br />

dirigida aos associados e parceiros da <strong>ABRH</strong>-<strong>RJ</strong>.<br />

Conselho Editorial - Alice Ferrucio, Fabio Santos<br />

Ribeiro, José Carlos de Freitas, Luiza Gomes,<br />

Myrna Silveira Brandão, Paulo Clemen, Paulo<br />

Sardinha, Roberto Godinho e Talita Snitcovsky<br />

Produção - Euro Comunicação<br />

contato@euro.inf.br | (21) 3204-3204<br />

Reportagem e Redação<br />

Gustavo Fernandes - gustavo@euro.inf.br<br />

Luiz Claudio Costa - luiz@euro.inf.br<br />

Fotografia - Alinor Miranda, Banco de<br />

Imagens da Casa do Cliente e Divulgação<br />

Comercial e Publicidade - Marcelo Senna<br />

<strong>ABRH</strong>-<strong>RJ</strong> - marcelo.senna@abrhrj.org.br<br />

<strong>Edição</strong> e Diagramação - Casa do Cliente<br />

Comunicação 360º - www.casadocliente.com.br<br />

Tiragem - 5.000 exemplares<br />

Os artigos assinados e depoimentos são<br />

de responsabilidade dos autores e não<br />

necessariamente representam a opinião da<br />

<strong>ABRH</strong>-<strong>RJ</strong>. Os conteúdos podem ser reproduzidos<br />

desde que pedida prévia autorização e citada a<br />

fonte da seguinte forma:<br />

RHnews - www.abrhrj.org.br<br />

Bem-vindo à<br />

nova RHnews<br />

A RHnews está de cara e conteúdo novos. Além<br />

de um moderno projeto gráfico, a revista ganhou<br />

mais páginas e o que é melhor: essa ampliação<br />

permitirá aumentar o debate sobre questões de<br />

relevância para o Brasil, sempre com um olhar<br />

direcionado aos Recursos Humanos. Abriremos<br />

espaço para uma reflexão mais profunda sobre diferentes<br />

setores da economia e levaremos conhecimento<br />

para todos os níveis das organizações.<br />

Para atingir esse objetivo, a RHnews também<br />

passa a ser temática. A cada edição, exploraremos<br />

um assunto de interesse nacional. O mercado<br />

de petróleo e gás no Brasil foi o primeiro tema<br />

escolhido em função de sua importância para o<br />

desenvolvimento do país e seu enorme potencial<br />

como gerador de oportunidades, principalmente<br />

no Estado do Rio de Janeiro.<br />

Além da reportagem de Capa, falando sobre<br />

crescimento, projeções e expansão do segmento,<br />

esta edição traz também artigos e entrevistas<br />

com consultores e gestores de empresas. Mostramos<br />

também onde estão os cursos e oportunidades<br />

para formar a tão desejada mão de obra<br />

qualificada do setor.<br />

Esperamos que o novo formato da RHnews contribua<br />

para uma ampla discussão em torno do<br />

desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro.<br />

Boa leitura<br />

Fabio Santos Ribeiro<br />

Presidente<br />

editorial<br />

O mercado de<br />

petróleo e gás<br />

no Brasil foi o<br />

primeiro tema<br />

escolhido em<br />

função de sua<br />

importância para<br />

o desenvolvimento<br />

do país e seu<br />

enorme potencial<br />

como gerador de<br />

oportunidades


capa<br />

4 • RHnews<br />

Um mercado<br />

em expansão<br />

Propício a novos<br />

negócios, setor<br />

de petróleo<br />

e gás busca<br />

mão de obra<br />

especializada<br />

A estimativa<br />

é que cerca<br />

de 210 mil<br />

empregos<br />

sejam gerados<br />

enquanto<br />

durarem as obras<br />

da Comperj<br />

“A produção no pré-sal já começou. Estamos produzindo<br />

desde maio de 2009.” A afirmação do<br />

presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, feita<br />

em recentes entrevistas sobre o tema, é sinal<br />

de novos tempos para a economia fluminense.<br />

Segundo profissionais que atuam no segmento de<br />

petróleo, gás e biocombustíveis no Brasil, negócios<br />

a perder de vista e empregos à vontade para<br />

profissionais qualificados forçarão as empresas<br />

do ramo a se mobilizarem. As perspectivas se baseiam<br />

nas projeções do líder da maior empresa<br />

petrolífera brasileira: em 2020, a produção da Bacia<br />

de Santos será igual à de Campos, que levou<br />

40 anos para ser desenvolvida.<br />

Na opinião de gestores de Recursos Humanos de<br />

empresas do setor, como Thaisa Infurna, gerente<br />

de RH da Brunel Energy, o mercado de petróleo<br />

e gás está fervendo. Leilões para concessões de<br />

produção e exploração de petróleo vêm sendo realizados<br />

nos últimos 11 anos. Essa movimentação<br />

gerou um acúmulo de projetos que estão, gradualmente,<br />

saindo do papel. “A combinação de investimentos<br />

estrangeiros e tecnologias avançadas<br />

resultou num crescimento gigante no mercado nacional,<br />

nunca antes visto. Depois da explosão da<br />

plataforma Deepwater Horizon, em abril de 2010,<br />

no Golfo do México, próximo à costa dos EUA,<br />

mais empresas e infraestruturas estão disponíveis<br />

para promover esse desenvolvimento e assegurar<br />

o contínuo crescimento da indústria de petróleo e<br />

gás brasileira“, avalia a executiva.<br />

Para Thaisa – que trabalha na unidade carioca da<br />

multinacional holandesa especializada em Recursos<br />

Humanos nas áreas de petróleo e gás, petroquímica,<br />

energia e construção – o mercado brasileiro é a “bola<br />

da vez”, com amplas possibilidades de negócios. Para<br />

ela, o setor de petróleo e gás já seguia uma curva<br />

crescente nos últimos anos, mas tomou proporções<br />

significativas com a reserva do pré-sal. “O mundo<br />

passou a olhar para nós com interesse”, conta.<br />

Comperj abre perspectiva<br />

de 210 mil empregos<br />

Entre as novidades previstas para os próximos<br />

anos nessa área está a implementação do Complexo<br />

Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj),<br />

com recursos de US$ 6,5 bilhões, o maior investimento<br />

individual em toda a história da Petrobras.<br />

Estima-se que cerca de 210 mil empregos sejam<br />

gerados enquanto durarem as obras e mais 50 mil<br />

quando a Comperj entrar em operação, em 2012.<br />

Grande parte da mão de obra será formada no<br />

Centro de Integração de São Gonçalo (Cisg).<br />

A Petrobras espera que o novo polo atraia indústrias<br />

de transformação (de terceira geração). Empresas<br />

prestadoras de serviços e fornecedoras de<br />

materiais e equipamentos virão a reboque – e,<br />

com elas, mais empregados e fontes geradoras<br />

de renda para movimentar a economia da região.<br />

Pré-sal anuncia novos<br />

modelos de negócio<br />

Em uma extensão de 149 mil km², a exploração<br />

do pré-sal, por sua vez, abre inúmeras perspectivas<br />

de negócios para a cadeia produtiva nacional<br />

de petróleo e gás, principalmente para as médias,<br />

pequenas e microempresas. Para se beneficiar<br />

das oportunidades geradas nos setores de bens e<br />

serviços, esse segmento precisa se preparar para<br />

atender às grandes companhias petrolíferas.<br />

Segundo o diretor da Sociedade Brasileira da<br />

Gestão do Conhecimento, Fernando Jeferson, as<br />

perspectivas são boas, mas as empresas menores<br />

precisam tomar cuidado para não perder espaço<br />

nesse mercado. Ele se preocupa com a possibilidade<br />

de pequenos empresários nacionais<br />

terem sua mão de obra “roubada” por grandes


grupos internacionais, capazes de pagar salários<br />

mais atraentes. “Houve o caso de uma organização<br />

com 50 funcionários, 12 dos quais eram<br />

engenheiros. Uma multinacional fez um projeto<br />

e levou a maior parte desses profissionais com a<br />

oferta de um salário melhor. Isso deixou a empresa<br />

em uma situação delicada“, conta Fernando.<br />

Ele lembra também que, de acordo com estudos,<br />

a indústria brasileira só dará conta de 30% da<br />

demanda de investimento da Petrobras.<br />

Na opinião de Fernando, a saída é fazer com que<br />

as microempresas brasileiras se tornem mais competitivas.<br />

Nesse sentido, cita a Rede de Excelência<br />

de Gestão da Cadeia de Fornecedores de Produtos<br />

e Serviços, que congrega 509 entidades do setor,<br />

e ainda conta com a participação da Petrobras e<br />

do BNDES. “Debatemos medidas que capacitem<br />

o canal fornecedor brasileiro para aumentar o conteúdo<br />

nacional, como a desoneração fiscal da cadeia<br />

produtiva, a qualificação de profissionais e os<br />

programas para incentivar a inovação e a gestão<br />

do conhecimento”, completa.<br />

A gerente de Planejamento e Qualificação de RH<br />

da Petrobras, Mariângela Modem, vislumbra metas<br />

similares. Ela diz que a principal preocupação da<br />

empresa, no que se refere à mão de obra, é com a<br />

qualidade do serviço prestado, inclusive por toda a<br />

cadeia de fornecedores. Entre as iniciativas da companhia<br />

está a Universidade Petrobras, que funciona<br />

a todo vapor, treinando e reciclando profissionais.<br />

“As empresas fornecedoras têm de oferecer preços<br />

competitivos, entregar no prazo e atender aos padrões<br />

de qualidade da demanda. Além disso, precisam<br />

dispor de pessoal qualificado em todas as áreas,<br />

inclusive direito, ciências contábeis e análises<br />

de sistemas“, avalia Mariângela.<br />

Educação: via única para<br />

alcançar a excelência<br />

Na opinião unânime dos especialistas, o setor<br />

de petróleo e gás precisa focar em educação<br />

para alcançar a excelência. Um bom exemplo<br />

é o Plano Nacional de Qualificação Profissional<br />

(PNQP), criado em 2006, que vem capacitando,<br />

por meio de cursos gratuitos, milhares de<br />

profissionais em todos os estados do país. Os<br />

programas são de nível básico, médio, técnico e<br />

superior e abrangem 175 categorias profissionais<br />

ligadas às atividades petrolíferas. Cerca de 80<br />

instituições de ensino em 17 estados do Brasil<br />

estão envolvidas nesse plano.<br />

Já o site do Programa de Mobilização da Indústria<br />

Nacional de <strong>Petróleo</strong> e <strong>Gás</strong> (Prominp) – implantado<br />

pelo governo federal em 2003 para<br />

capacitar mão de obra no setor de petróleo e<br />

gás – possui hoje 3 mil empresas cadastradas<br />

gratuitamente. A ferramenta permite que essas<br />

organizações conheçam a demanda por seus<br />

produtos, ampliem sua visibilidade na cadeia de<br />

suprimentos e promovam intercâmbio de informações<br />

com outros fornecedores.<br />

Há, no site, oportunidades tanto para fornecedores<br />

diretos quanto para empresas de menor porte.<br />

Para facilitar a contratação de trabalhadores qualificados<br />

pelos cursos do Prominp, criou-se um<br />

banco de currículos online, situado no Portal de<br />

Qualificação Profissional do programa. No espaço,<br />

é possível consultar dados pessoais e profissionais<br />

dos alunos por localidade, nível de escolaridade<br />

e categoria profissional. O Fórum Regional<br />

do Promimp na Bacia de Campos vem divulgando<br />

essa ferramenta entre as empresas da região em<br />

eventos e palestras. O acesso ao banco é gratuito<br />

para as organizações do setor de petróleo e gás<br />

que estão cadastradas no Portal de Oportunidades<br />

ou no Portal de Qualificação Profissional.<br />

Em função da importância do estado para o setor,<br />

em agosto de 2010 criou-se o Fórum Estadual<br />

Prominp do Rio de Janeiro, sob a coordenação<br />

do governo estadual e da Secretaria Executiva<br />

do Sistema Firjan. De acordo com Alexandre dos<br />

Reis, diretor de Relações com o Mercado do Sistema<br />

Firjan e secretário executivo do Prominp<br />

Rio, o Fórum se mostra fundamental para concentrar<br />

discussões e ações, visando a dar respostas<br />

à demanda por mão de obra qualificada<br />

no setor de petróleo e gás no estado do Rio.<br />

Alexandre destaca também os investimentos<br />

feitos pelo Senai-<strong>RJ</strong> com o objetivo de preparar<br />

trabalhadores para esse mercado em expansão.<br />

Balanço do Programa de RH da ANP<br />

Período: 1999/2010<br />

Recursos do CTPetro R$ 204,8 milhões<br />

Recursos da Petrobras,<br />

via Cláusula de<br />

Investimentos<br />

R$ 21,2 milhões<br />

em Pesquisa e<br />

Desenvolvimento<br />

Graduação: 3.325<br />

Bolsas concedidas pelo<br />

Mestrado: 1.649<br />

CTPetro + Petrobras<br />

Doutorado: 721<br />

Programas participantes 44<br />

Bolsistas formados<br />

pelo CTPetro<br />

Índice médio de<br />

empregabilidade<br />

Fonte: ANP<br />

Nível técnico: 558<br />

Graduação: 1.713<br />

Mestrado: 832<br />

Doutorado: 231<br />

70%<br />

Thaisa Infurna<br />

Apesar da queda<br />

na produção<br />

global, o Brasil<br />

alcançou<br />

em 2009 a<br />

29ª posição<br />

entre os maiores<br />

produtores<br />

mundiais de<br />

gás natural<br />

Fernando Jeferson<br />

RHnews • 5


capa<br />

6 • RHnews<br />

Mariângela Modem<br />

O PNQP vem<br />

capacitando<br />

milhares de<br />

profissionais por<br />

meio de cursos<br />

gratuitos<br />

Ana Maria Cunha<br />

Em setembro de 2010, a instituição inaugurou<br />

o Núcleo de Simulação do Centro de Tecnologia<br />

Senai-<strong>RJ</strong> Automação e Simulação, em Benfica,<br />

no Rio de Janeiro. Com investimentos de US$<br />

3,5 milhões, o Centro disponibiliza soluções<br />

integradas para as empresas, além de cursos<br />

técnicos de Automação Industrial, Mecânica e<br />

<strong>Petróleo</strong> e <strong>Gás</strong>, com simuladores físicos, virtuais<br />

e de realidade aumentada. Com investimento<br />

avaliado em R$ 25 milhões, o Senai inaugurou,<br />

em 2008, uma unidade do Centro em Macaé-<br />

<strong>RJ</strong>, a fim de qualificar jovens para o mercado de<br />

petróleo e gás e sua cadeia de valor.<br />

Dentro do Senai-<strong>RJ</strong> há também o Instituto Senai<br />

de Educação Superior (Ises), que oferece cursos<br />

de pós-graduação lato sensu para profissionais<br />

interessados em obter especialização na área<br />

petrolífera, a exemplo dos cursos de Especialização<br />

em Engenharia do <strong>Petróleo</strong> e em Automação<br />

Industrial dos Sistemas de Produção, Refino e<br />

Transporte de <strong>Petróleo</strong>. O Ises tem ainda cursos<br />

de curta duração, com carga horária entre 20<br />

e 60 horas. Para os profissionais impossibilitados<br />

de se deslocar de seu local de trabalho, o<br />

Senai-<strong>RJ</strong> oferece opções de ensino a distância,<br />

outra importante ferramenta de qualificação.<br />

Já o Programa de Recursos Humanos (PRH) da<br />

Agência Nacional de <strong>Petróleo</strong> (ANP) para o setor<br />

de petróleo e gás objetiva estimular a formação<br />

e a especialização de estudantes de graduação,<br />

mestrado e doutorado, oferecendo recursos financeiros<br />

na forma de bolsas de estudo. Assim, aumenta<br />

a oferta de mão de obra especializada para<br />

a área de petróleo, gás natural e biocombustíveis.<br />

De acordo com Ana Maria da Cunha, coordenadora<br />

de Atividades do PRH-ANP, os bolsistas se beneficiam<br />

com a especialização obtida nas disciplinas<br />

específicas do setor de petróleo e gás. Além disso,<br />

a proximidade com a indústria, viabilizada pelas<br />

visitas técnicas e a participação em palestras, abre<br />

perspectivas de estágios e estimula a efetivação em<br />

empregos na área. “Para o futuro, vamos continuar<br />

captando recursos tanto do Fundo Setorial de <strong>Petróleo</strong><br />

e <strong>Gás</strong> Natural (CTPetro) quanto da Cláusula<br />

de Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento,<br />

a fim de atender à demanda do mercado de petróleo<br />

e gás”, acrescenta Ana Maria.<br />

Capacitação para<br />

preencher 260 mil vagas<br />

Segundo levantamento do Promimp, seria<br />

necessário capacitar 112 mil pessoas para o<br />

setor de petróleo e gás entre 2008 e 2012. Mas,<br />

com o aumento de investimentos da Petrobras, a<br />

estimativa subiu para 260 mil. Serão construídas<br />

cinco refinarias até 2014 e 28 plataformas até<br />

2017, além de equipamentos para operar nas<br />

jazidas do pré-sal.<br />

Tecnólogos também têm vez<br />

Empresas prestadoras de serviços da área de petróleo<br />

absorvem grande número de tecnólogos. Entre<br />

outras funções, os profissionais são responsáveis<br />

pela supervisão de obras, atuando como gestores<br />

especializados. Eles realizam serviços de exploração<br />

(descoberta e perfuração dos poços), refinaria<br />

(transformação do petróleo em derivados), distribuição<br />

e logística (transporte do óleo até a refinaria<br />

e, depois de transformado, para o consumidor).<br />

Muitas vagas serão abertas com a construção das<br />

cinco refinarias pela Petrobras. Para erguer cada<br />

uma delas são necessários cerca de 40 mil trabalhadores.<br />

Já uma plataforma exige aproximadamente<br />

cinco mil profissionais.<br />

<strong>ABRH</strong>-<strong>RJ</strong> investe<br />

em qualificação<br />

Núcleo Regional de Macaé<br />

discutirá práticas de RH<br />

De olho nas oportunidades criadas pelo fortalecimento<br />

do segmento de petróleo e gás no Norte<br />

Fluminense, a <strong>ABRH</strong>-<strong>RJ</strong> iniciou a reformulação do<br />

Núcleo Regional de Macaé, com o apoio do Sesi/<br />

Senai-<strong>RJ</strong>, Sebrae-<strong>RJ</strong> e FCDL <strong>RJ</strong>. A iniciativa tem<br />

como objetivo reforçar ações de RH, bem como<br />

buscar novos parceiros para melhorar a qualificação<br />

de profissionais que atuam no setor petrolífero.<br />

Os coordenadores desse Núcleo são Ednamara<br />

Dias Oliveira, Raul de Carvalho Machado, Sonia<br />

Teresinha Gonçalves e Wilson Sales.<br />

O diretor de Núcleos Regionais da <strong>ABRH</strong>-<strong>RJ</strong>,<br />

Isaque Farizel, explica que a ideia de revitalizar<br />

a unidade de Macaé se deve à importância da<br />

cidade para a economia do Rio de Janeiro e<br />

do Brasil. Uma das estratégias, completa Isaque,<br />

será a aproximação com o poder público.<br />

“Quem trabalha em órgão do governo também<br />

lida com gestão de pessoas. Sendo assim, é interessante<br />

fazer esse intercâmbio das práticas<br />

de RH e difundir essas ações entre os profissionais”,<br />

avalia o diretor.<br />

A rede hoteleira da cidade já demonstrou interesse<br />

em formar parcerias com o Núcleo Regional<br />

de Macaé da <strong>ABRH</strong>-<strong>RJ</strong>. Além desse segmento,<br />

outras prestadoras de serviços, como<br />

locadoras de veículos, restaurantes e empresas<br />

que atuam no setor offshore, também se manifestaram<br />

e pretendem ser parceiras do Núcleo.


Diagnóstico Estratégico<br />

Publicações Customizadas<br />

Para que sua empresa não jogue conversa fora na relação com seu público<br />

interno, a Casa do Cliente tem produtos próprios, que utilizam todas as<br />

ferramentas da comunicação corporativa para mudar o clima organizacional<br />

e transformar colaboradores em embaixadores da sua marca.<br />

Seja qual for o seu desafio de comunicação, fale com a gente.<br />

Rua Figueiredo Magalhães, 219 – Cobertura – Copacabana – <strong>RJ</strong> – Tel.: (21) 2549-1217<br />

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www.casadocliente.com.br<br />

Construção de Redes Sociais<br />

Corporativas e Intranets<br />

Gestão de Conteúdo<br />

Mapeamento do<br />

Sistema de Comunicação<br />

Para que empresas<br />

e colaboradores<br />

falem a mesma língua,<br />

ouça as palavras de um<br />

especialista.<br />

RHnews • 7


entrevista<br />

Raquel Couri<br />

‘O setor está<br />

inflacionado’<br />

8 • RHnews<br />

RHnews – O presidente da BG Brasil, Nelson Silva,<br />

já afirmou que a companhia pretende investir<br />

US$ 20 bilhões no País até 2020. Segundo ele,<br />

o Brasil será responsável por um terço da produção<br />

total de gás e petróleo da empresa no mundo<br />

quando os campos do pré-sal estiverem produzindo<br />

– o que fará do Brasil o maior produtor<br />

mundial da companhia. Há pessoal qualificado<br />

para essa missão?<br />

Raquel Couri – O setor de petróleo e gás no Brasil,<br />

sobretudo no Estado do Rio de Janeiro, passa por<br />

um momento de crescimento e a tendência é a de<br />

um futuro igualmente favorável. Os negócios estabelecidos<br />

são promissores e há perspectivas de<br />

abertura de outros novos. Diante desse cenário,<br />

o segmento gera muitos empregos e vai oferecer<br />

ainda mais. Não podemos nos esquecer que o Rio<br />

de Janeiro viverá anos especiais em função das<br />

Raquel Couri, diretora de RH da BG Brasil<br />

Uma das líderes globais no segmento de<br />

gás natural, a BG Brasil – que integra o<br />

BG Group – mantém sua base brasileira<br />

de operação no Rio de Janeiro. Presente<br />

em sete blocos de exploração em águas<br />

profundas da Bacia de Santos, com<br />

participação em campos que a Petrobras<br />

opera no pré-sal, a empresa convive com<br />

as glórias e as dificuldades de um dos<br />

mercados mais promissores do país.<br />

À frente de uma das áreas mais sensíveis<br />

em empresas desse segmento, a diretora de<br />

Recursos Humanos da BG Brasil, Raquel<br />

Couri, conta que, para reter talentos,<br />

investe em remuneração competitiva,<br />

crescimento profissional e treinamento,<br />

associados a um bom ambiente de<br />

trabalho. Com vagas em aberto, ela<br />

acredita que um dos caminhos para buscar<br />

os profissionais de ponta, em um mercado<br />

onde eles são cada vez mais disputados, é<br />

a parceria com universidades renomadas.<br />

Olimpíadas e da Copa do Mundo. Hoje, o setor já<br />

passa por escassez de mão de obra qualificada e<br />

disputa no mercado os melhores profissionais. As<br />

oportunidades surgem a uma velocidade maior do<br />

que a capacidade das empresas de formar trabalhadores<br />

especializados, num momento em que o<br />

setor está inflacionado.<br />

RHnews – A empresa está contratando neste<br />

momento?<br />

Raquel Couri – Sim. A companhia tem cerca de<br />

25 vagas em aberto devido ao crescimento e à<br />

renovação do mercado. As demandas ocorrem<br />

nas mais variadas áreas técnicas, como geologia,<br />

geofísica e engenharia, bem como em áreas<br />

corporativas. Hoje, a BG Brasil possui 170 funcionários.<br />

No primeiro trimestre de 2011, este<br />

número deverá chegar a 190.


RHnews – A palavra de ordem atual nas companhias<br />

é ‘retenção’. O que a empresa faz para<br />

manter funcionários?<br />

Raquel Couri – Para reter mão de obra, a<br />

companhia proporciona remuneração competitiva,<br />

investe no crescimento profissional de<br />

seus funcionários e propicia um bom ambiente<br />

de trabalho. A área de Recursos Humanos<br />

apresenta um programa anual de treinamento.<br />

São oferecidos cursos relacionados ao negócio,<br />

técnicos e comportamentais, com foco em<br />

diferentes competências. Há ainda um programa<br />

de educação continuada para os funcionários<br />

que cobre 80% do valor de cursos<br />

de idioma, graduação, pós-graduação, MBA,<br />

mestrado ou doutorado, previamente aprovados<br />

pela empresa.<br />

Com o objetivo de captar e investir na formação<br />

de mão de obra recém-formada, preparada<br />

para atender à demanda de recursos humanos<br />

a médio e longo prazos, a BG Brasil implementou<br />

há quatro anos o Graduate Programme.<br />

Trata-se de um programa internacional<br />

do BG Group de desenvolvimento de jovens<br />

talentos. A BG Brasil contrata o trainee, que<br />

passa a fazer parte do quadro de funcionários<br />

da companhia. Ao fim dos dois anos de duração<br />

do Graduate Programme, os profissionais<br />

podem fazer um mestrado em geologia ou geofísica.<br />

Em 2010, dois funcionários cursaram<br />

um mestrado no exterior e receberam o salário<br />

integral durante todo o período do curso, que<br />

dura em torno de um ano.<br />

RHnews – Antes de reter, no entanto, é preciso<br />

contratar. Onde a companhia busca novos talentos?<br />

Raquel Couri – A BG Brasil estabeleceu parceria<br />

com 32 universidades brasileiras renomadas<br />

para a realização de palestras e a distribuição<br />

de material de divulgação sobre as formas de ingresso<br />

na companhia, além de patrocinar eventos<br />

em universidades, como o Workshop de <strong>Petróleo</strong><br />

da Unicamp. Há ainda bolsas de mestrado<br />

em petróleo e gás, em parceria com o Instituto<br />

Brasileiro de <strong>Petróleo</strong>, <strong>Gás</strong> e Biocombustíveis<br />

(IBP), para profissionais do mercado, sem vínculo<br />

empregatício com a companhia.<br />

RHnews – A empresa é uma das maiores produtoras<br />

e fornecedoras de gás do mundo. Como a<br />

senhora analisa o mercado brasileiro?<br />

Raquel Couri – É um mercado em ascensão e<br />

uma das dificuldades que enfrenta é justamente<br />

a escassez de mão de obra qualificada.<br />

RHnews – Há um consenso de que a área de Recursos<br />

Humanos tem que estar próxima da presidência<br />

da empresa. Como a senhora avalia essa questão,<br />

levando em conta o segmento em que atua?<br />

Raquel Couri – A área de Recursos Humanos da<br />

BG Brasil está sempre a par do que ocorre na companhia,<br />

acompanhando a evolução dos negócios.<br />

A proximidade do presidente é essencial para entender<br />

os objetivos estratégicos e planejar as ações<br />

de RH a médio e longo prazos, de forma a apoiar o<br />

desenvolvimento dos negócios da companhia.<br />

Para reter<br />

mão de obra,<br />

a companhia<br />

proporciona<br />

remuneração<br />

competitiva,<br />

investe no<br />

crescimento<br />

profissional de<br />

seus funcionários<br />

e propicia um<br />

bom ambiente<br />

de trabalho<br />

Raquel Couri<br />

RHnews • 9


negócios<br />

Grandes<br />

investimentos<br />

à vista<br />

10 • RHnews<br />

Setor petrolífero gera<br />

oportunidades para empresas<br />

de vários segmentos<br />

Impulsionada pelos fortes investimentos de estatais,<br />

a área de petróleo e gás deverá continuar<br />

aquecida por um bom período. A Petrobras<br />

serve como parâmetro para medir o volume de<br />

recursos previstos para os próximos anos. Em<br />

junho do ano passado, a empresa anunciou o<br />

Plano de Negócios 2010-2014, que prevê investimentos<br />

de US$ 224 bilhões, alta de 20%<br />

em relação ao plano anterior (2009-2013). Já<br />

a Caixa Econômica Federal confirmou que destinará<br />

um orçamento de R$ 70 bilhões para o<br />

setor entre 2011 e 2014, a maior parte dele<br />

para financiar fornecedores.<br />

O alto investimento acompanha o crescimento<br />

do setor no Brasil como um todo. Segundo<br />

dados do Anuário Estatístico Brasileiro do <strong>Petróleo</strong>,<br />

<strong>Gás</strong> Natural e Biocombustíveis – 2010,<br />

produzido pela Agência Nacional do <strong>Petróleo</strong><br />

(ANP), as reservas brasileiras cresceram 0,4%<br />

entre 2008 e 2009, chegando a 12,9 bilhões<br />

de barris de petróleo. Já a produção nacional<br />

avançou 6,9% no mesmo período, atingindo<br />

dois milhões de barris/dia.


Investimentos garantem<br />

a forte demanda<br />

Com esse cenário favorável, Ericksson Almendra,<br />

diretor da Escola Politécnica da UF<strong>RJ</strong>, acredita<br />

que os investimentos no mercado de petróleo e<br />

gás não devem diminuir tão cedo. “O mercado<br />

é amplo e oferece oportunidades de negócios a<br />

uma variada gama de segmentos. As perspectivas<br />

são boas para o Rio, que receberá muitos<br />

investimentos nos próximos anos”, avalia.<br />

Entre os beneficiados estão médias, pequenas e<br />

microempresas, que podem se candidatar como<br />

fornecedoras. Vários segmentos, como calderaria,<br />

elétrica, mecânica, equipamentos onshore e<br />

subsea, têm boas perspectivas.<br />

Ainda assim, para Alfredo Laufer, professor de<br />

empreendedorismo da PUC-Rio, o gargalo de<br />

mão de obra é um obstáculo para empresas interessadas<br />

em se inserir no setor. Muitas têm dificuldades<br />

em se estabelecer por não disporem de<br />

trabalhadores qualificados. Outras trilham novos<br />

caminhos e colhem os resultados.<br />

É o caso da Morning Star Consulting. Fundada<br />

em 2003, a empresa nasceu a partir da iniciativa<br />

de alunos do Instituto Militar de Engenharia<br />

(IME) e hoje oferece ao mercado soluções em<br />

gestão e tecnologia da informação (TI). Formada<br />

por uma equipe de jovens executivos, a maioria<br />

na faixa entre 20 e 30 anos, a empresa, embora<br />

também atue em outras áreas, desenvolveu<br />

expertise no setor energético. “Atualmente, dos<br />

nossos 32 consultores, 26 atuam no setor de recursos<br />

energéticos. Outros seis prestam consultoria<br />

para o mercado financeiro, com projetos em<br />

bancos, corretoras e fundos de pensão”, explica<br />

Luiz Rosário, diretor-executivo da empresa.<br />

Produtos petroquímicos básicos<br />

(Primeira Geração)<br />

Produto Número Quantidade<br />

Eteno 1,3 milhão t ano<br />

Propeno 880 mil t ano<br />

Benzeno 608 mil t ano<br />

Para-xileno 700 mil t ano<br />

Segundo Rosário, a entrada no setor de petróleo<br />

e gás foi praticamente uma escolha natural.<br />

Com uma equipe jovem, mas capacitada,<br />

a empresa encontrou uma maneira inteligente<br />

para fugir da falta de experiência. “Éramos jovens,<br />

sem uma carteira de clientes consolidada.<br />

Para obtermos espaço, buscamos alianças<br />

com universidades para ganhar respaldo. A diferença<br />

é que não fomos incubados. O projeto<br />

era desenvolvido em parceria com a instituição<br />

de ensino, mas a ideia inicial e a gerência do<br />

projeto eram sempre da Morning Star. Com um<br />

pouco mais de experiência, passamos a não<br />

precisar mais das universidades”, conta.<br />

O executivo admite que identificar uma boa<br />

oportunidade e, mais ainda, dar conta do recado<br />

não é fácil. Rosário guarda o segredo do<br />

sucesso, mas dá algumas dicas. “Estruturar-se<br />

em processos bem organizados e ter foco no<br />

cliente, todas as empresas já fazem. O fundamental<br />

é entender os Recursos Humanos<br />

envolvidos. Buscar sempre um olhar para as<br />

pessoas presentes, da Morning Star e do cliente”,<br />

completa.<br />

O que o Polo Petroquímico do Rio vai produzir<br />

Produto<br />

Produtos de<br />

Segunda Geração<br />

Número Quantidade<br />

Polietileno 800 mil t ano<br />

Etilenoglicol 600 mil t ano<br />

Polipropileno 850 mil t ano<br />

Estireno 500 mil t ano<br />

Luiz Rosário, da Morning Star<br />

Consulting, presta consultoria para o<br />

setor energético<br />

Atualmente,<br />

dos nossos 32<br />

consultores, 26<br />

atuam no setor<br />

de recursos<br />

energéticos<br />

Luiz Rosário<br />

RHnews • 11


oportunidades<br />

Os bons<br />

negócios<br />

anunciados<br />

pelo pré-sal<br />

A falta de<br />

profissionais<br />

especializados<br />

preocupa, mas<br />

o principal<br />

gargalo é a pouca<br />

experiência<br />

Alberto Machado<br />

12 • RHnews<br />

A extração de petróleo do pré-sal na costa brasileira<br />

ainda é tímida, mas quando a exploração estiver<br />

a todo vapor, especialistas apostam que haverá<br />

um aquecimento dos postos de trabalho no País.<br />

Só a Petrobras deverá contratar 9.000 pessoas<br />

até 2014. Mas o número de novos funcionários a<br />

serem contratados pela cadeia de fornecedores da<br />

estatal será bem maior. Para ter uma ideia desse<br />

potencial, 70% das operadoras de extração e perfuração<br />

de petróleo e gás natural do País estão no<br />

Rio. E as de biocombustíveis seguem o mesmo<br />

caminho. Ao todo, o Brasil tem 34 empresas internacionais<br />

de exploração que são detentoras dos<br />

blocos de petróleo licitados pela Agência Nacional<br />

do <strong>Petróleo</strong>. Esse cenário deixa animados até os<br />

mais céticos gestores de pessoas.<br />

As estimativas apontam que, para cada emprego<br />

direto criado no setor, surgem outros cinco indiretos.<br />

Os números revelam um mercado que<br />

abre um leque de oportunidades para a área de<br />

gestão de pessoas, mas também muitos desafios<br />

para os profissionais de Recursos Humanos. Eles<br />

precisarão aprender a lidar com uma quantidade<br />

de profissionais que crescerá cada vez mais nos<br />

próximos anos.<br />

A descoberta de petróleo na camada do pré-sal<br />

reaqueceu o setor de energia do país, principalmente<br />

do Rio, que disputa, a peso de ouro, a<br />

pouca mão de obra qualificada disponível no<br />

mercado com os demais setores da economia,<br />

como a construção civil. No topo das carreiras<br />

mais procuradas estão os engenheiros, com salários<br />

que podem passar de R$ 30 mil.<br />

A gerente de planejamento e qualificação de RH da<br />

Petrobras, Mariangela Mundin, diz que, em cada<br />

concurso público realizado pela empresa, a média<br />

Fabiano Kawano, consultor da Robert Half, estima salário<br />

inicial de recém-formados entre R$ 4 mil e R$ 6 mil<br />

é de 150 candidatos para cada vaga. Já entre as<br />

áreas mais demandadas hoje no mercado de petróleo<br />

estão engenharia de uma maneira geral, além<br />

de técnicos de instrumentação e operação. “Sem<br />

dúvida, é um mercado com enorme potencial de<br />

crescimento sob todos os aspectos”, afirma.<br />

Alberto Machado, diretor do Conselho de Óleo e<br />

<strong>Gás</strong> da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas<br />

e Equipamentos (Abimaq) e coordenador<br />

do MBA em Gestão de Negócios em <strong>Petróleo</strong> e<br />

<strong>Gás</strong> da Fundação Getulio Vargas (FGV), reforça a<br />

análise. “A demanda por profissionais acompanha<br />

o aumento dos investimentos. Hoje, falta mão de<br />

obra, principalmente em cargos mais técnicos. A<br />

falta de profissionais especializados preocupa, mas<br />

o principal gargalo é a pouca experiência. A própria<br />

Petrobras sofre com isso. Há muitos executivos<br />

com mais de 20 anos de experiência e um número<br />

ainda maior de colaboradores com menos de nove<br />

anos de empresa. Essa grande lacuna preocupa e<br />

só será preenchida com o tempo”, completa.<br />

Segundo Fabiano Kawano, consultor da Robert<br />

Half, empresa de recrutamento de executivos, o<br />

panorama atual do mercado de petróleo e gás<br />

está bem definido. “Em vagas de média gerência<br />

para baixo, que oferecem salários iniciais entre<br />

R$ 4 mil e R$ 6 mil, há vários recém-formados.<br />

Para cargos mais estratégicos, em que se exige<br />

mais experiência, encontram-se muitos estrangeiros<br />

ou ex-funcionários da Petrobras”, conta.<br />

De acordo com Kawano, as melhores oportunidades<br />

estão em grandes multinacionais e prestadoras<br />

de serviço da Petrobras. Cargos técnicos,<br />

como geólogos e geofísicos, são muito demandados.<br />

O filão mais interessante, no entanto, está<br />

na Bacia de Campos, para atividades offshore.<br />

Ele garante que lá estão os melhores salários.


ponto de vista<br />

A área de<br />

petróleo e<br />

gás apresenta<br />

um déficit de<br />

trabalhadores<br />

qualificados,<br />

principalmente<br />

pela falta<br />

de cursos<br />

de formação<br />

específica e<br />

pelo aumento<br />

da demanda<br />

por esses<br />

profissionais<br />

14 • RHnews<br />

Carla Uchôa<br />

Um dos desafios da indústria do petróleo no Brasil<br />

é a escassez de mão de obra especializada para<br />

atender às demandas do mercado. A área de petróleo<br />

e gás apresenta um déficit de trabalhadores<br />

qualificados, principalmente pela falta de cursos de<br />

formação específica e pelo aumento da demanda<br />

por esses profissionais. Governo, instituições de<br />

ensino e empresas do setor estão trabalhando de<br />

forma intensa para sanar um dos mais expressivos<br />

gargalos que devem surgir nos próximos anos. Na<br />

área técnica, por exemplo, estimativas do Programa<br />

de Mobilização da Indústria Nacional de <strong>Petróleo</strong> e<br />

<strong>Gás</strong> Natural (Prominp) indicam que a demanda por<br />

trabalhadores especializados continuará em ritmo<br />

crescente. Será preciso qualificar mais de 200 mil<br />

pessoas nos próximos cinco anos. Portanto, identificar<br />

e desenvolver os profissionais adequados tornase<br />

essencial e, quanto mais eficaz for esse processo,<br />

maior a vantagem competitiva.<br />

Na Chevron, um dos nossos alicerces é a obtenção<br />

de resultados da forma correta. Isso implica<br />

em atingir as metas esperadas, bem como em<br />

adotar os comportamentos adequados em todas<br />

as nossas ações. Na busca pela excelência operacional,<br />

o processo de recrutamento e seleção<br />

tem papel fundamental. Por meio dessa escolha<br />

cuidadosa, garantimos a manutenção de nossos<br />

valores e missão, buscando contratar profissionais<br />

que tenham competências e atitudes alinhadas<br />

com a filosofia da empresa.<br />

Para garantir o desenvolvimento dos nossos empregados,<br />

disponibilizamos as vagas em aberto<br />

pela intranet. Nossa política interna permite que<br />

o funcionário participe de processos seletivos do<br />

seu interesse, desde que tenha o perfil adequado.<br />

Além disso, quando divulgamos uma vaga, dizemos<br />

quais são os requisitos. Isso estimula o profissional<br />

a se preparar para futuras oportunidades,<br />

caso não atenda ao perfil daquele anúncio.<br />

Desafios na<br />

área de petróleo<br />

Recrutamento e<br />

seleção de profissionais<br />

Carla Uchôa *<br />

* Carla Uchôa é Gerente de RH da Chevron Brasil <strong>Petróleo</strong><br />

Os processos seletivos são feitos por comitês<br />

cujos membros apresentam uma relação entre<br />

o cargo que ocupam e a vaga em aberto.<br />

Tanto o supervisor como clientes e fornecedores<br />

internos participam da definição do perfil<br />

desejado para a vaga e determinam o peso<br />

que cada competência deverá ter na escolha.<br />

Eles entrevistam os candidatos em conjunto<br />

e discutem a adequação do perfil às necessidades<br />

do negócio. O resultado desse tipo<br />

de avaliação é muito rico, pois permite uma<br />

análise mais abrangente. Além disso, garante<br />

imparcialidade e transparência ao processo,<br />

imediata aceitação do novo empregado pelas<br />

áreas com as quais terá contato e uma adaptação<br />

mais rápida ao ambiente de trabalho.<br />

Buscamos talentos em todos os níveis: experiente,<br />

recém-formado ou estudante. E valorizamos<br />

bastante nosso programa de estágio,<br />

uma vez que essa medida se revelou uma excelente<br />

fonte de recrutamento. Temos vários<br />

casos de profissionais em posição de destaque<br />

que começaram na empresa como estagiários.<br />

Tais exemplos estimulam os novos<br />

empregados. A participação em feiras e a parceria<br />

com universidades para a capacitação<br />

de futuros profissionais também são fontes de<br />

recrutamento importantes. Permitem atrair e<br />

capacitar alunos para o setor, alinhando a teoria<br />

acadêmica à experiência e à prática do trabalho<br />

na indústria de petróleo e gás.<br />

A falta de mão de obra especializada constitui<br />

um grande desafio. Mas, por outro lado,<br />

a construção de uma empresa sólida, que<br />

tem como valor a realização dos negócios de<br />

maneira ética e socialmente responsável,<br />

torna-se um fator atrativo para os profissionais<br />

em busca de desafios e de um ambiente<br />

que estimule novas oportunidades e soluções.


Agulha no<br />

palheiro<br />

Profissionais qualificados<br />

são disputados por<br />

companhias concorrentes<br />

O mercado de petróleo e gás reserva para o Brasil,<br />

principalmente para o Estado do Rio de Janeiro,<br />

perspectivas animadoras. O otimismo, no entanto,<br />

contrasta com a falta de mão de obra qualificada.<br />

Para os especialistas em Recursos Humanos, o<br />

mercado enfrenta escassez de profissionais especializados<br />

e disputa por talentos.<br />

Quem tem formação sofre assédio das companhias<br />

concorrentes. Para os entendidos em recrutamento,<br />

o valor de mercado desses trabalhadores<br />

aumenta a cada dia, e é preciso pensar em<br />

maneiras de retê-los com atrativos financeiros e<br />

perspectivas de carreira. Segundo eles, as empresas<br />

devem evitar cair numa discussão baseada<br />

exclusivamente em salário. “Precisamos mostrar<br />

ao profissional que ele terá oportunidade de se desenvolver,<br />

com a possibilidade de transitar entre<br />

áreas técnicas e gerenciais”, diz Inez de Calderón,<br />

diretora da ICN Assessoria, empresa de Recursos<br />

Humanos especializada na área de petróleo e gás.<br />

Para Thaisa Infurna, da Brunel Energy, a área de<br />

petróleo no Brasil sofreu um gap grande nas décadas<br />

de 1980 e 1990, e muitos trabalhadores desse<br />

segmento foram para o exterior. Por isso, hoje,<br />

quando a empresa precisa de profissionais seniores,<br />

busca pessoas provenientes da Petrobras ou<br />

que atuaram anos lá fora. “Faltam especialistas,<br />

principalmente na área de perfuração e produção.<br />

Muitas vezes as empresas precisam recorrer ao<br />

profissional estrangeiro para preencher alguma<br />

vaga”, afirma Thaisa.<br />

A contratação de estrangeiros é rotina dentro do<br />

setor de petróleo e gás. O advogado Luiz Paulo<br />

Pieruccetti Marques – do Vieira, Rezende, Barbosa<br />

e Guerreiros Advogados – ressalta que, antes de<br />

se colocar em debate implicações jurídicas decorrentes<br />

do aumento da mão de obra estrangeira no<br />

País, é preciso considerar o complexo equilíbrio<br />

que o governo deve manter ao lidar com essa<br />

questão. Na opinião de Luiz Paulo, é compreensí-<br />

processos e ferramentas<br />

vel que se queira proteger a mão de obra nacional<br />

– a fim de se garantir o pleno emprego da população<br />

e, por conseguinte, o seu bem-estar. Por outro<br />

lado, sabe-se que o Brasil carece de trabalhadores<br />

qualificados para atender à demanda de setores<br />

como o de petróleo e gás, principalmente pela deficiência<br />

na formação educacional, seja de nível<br />

técnico ou superior.<br />

“Nesse sentido, o Conselho Nacional de Imigração<br />

(CNIg) tem demonstrado estar atento aos problemas<br />

que o País enfrenta, como a necessidade de<br />

crescimento e de formação de mão de obra qualificada.<br />

O órgão se mostra criterioso ao analisar<br />

os processos submetidos ao seu crivo, para concessão<br />

de visto de trabalho, bem como ao rever,<br />

sempre que necessário, suas normas regulamentadoras”<br />

analisa Luiz Paulo.<br />

Segundo o advogado, apesar de positivas, tais<br />

ações não afastam a necessidade de revisão da<br />

legislação em vigor. Ele considera as hipóteses<br />

de concessão de visto de trabalho para estrangeiros<br />

muito restritas e defende uma ampliação<br />

e flexibilização das normas. Mais do que uma<br />

mudança na legislação, acha fundamental haver<br />

uma uniformidade na compreensão do problema<br />

por todos os poderes da República (Executivo,<br />

Judiciário e Legislativo).<br />

Precisamos<br />

mostrar ao<br />

profissional<br />

que ele terá<br />

oportunidade de<br />

se desenvolver,<br />

com a<br />

possibilidade de<br />

transitar entre<br />

áreas técnicas e<br />

gerenciais<br />

Inez de Calderon<br />

RHnews • 15


É consenso que a utilização do petróleo traz grandes<br />

riscos para o meio ambiente desde os processos<br />

de extração, transporte e refino até o consumo,<br />

com a produção de gases poluidores da atmosfera.<br />

Os piores danos acontecem durante o transporte de<br />

combustível, com vazamentos em grande escala de<br />

oleodutos e navios petroleiros. Nos últimos tempos,<br />

as empresas do segmento passaram a tomar uma<br />

série de cuidados, já que precisam ter o licenciamento<br />

ambiental. No entanto, deve-se guardar as<br />

devidas proporções entre o potencial poluidor de<br />

cada atividade e os estudos ambientais exigidos<br />

para a concessão das licenças.<br />

“De um modo geral, as empresas que atuam<br />

nesse setor, nacionais e estrangeiras, estão adequadas<br />

às exigências legais inerentes ao licenciamento.<br />

Do contrário, ficariam sem as indispensáveis<br />

licenças ambientais”, afirma o advogado<br />

Carlos Maurício Maia Ribeiro, do escritório Vieira,<br />

Rezende, Barbosa e Guerreiro Advogados.<br />

Carlos Maurício ressalta que, no âmbito do licenciamento<br />

ambiental de atividades de exploração<br />

e produção offshore, o IBAMA exige que cada<br />

unidade de exploração ou de produção disponha<br />

de um PEI (Plano de Emergência Individual). Trata-se<br />

de plano com a relação de procedimentos<br />

de emergência a serem adotados em cada tipo de<br />

incidente, bem como com os recursos humanos<br />

e materiais a serem alocados para cumprimento<br />

das ações determinadas. Dentre as situações<br />

de emergência previstas nos PEIs destacam-se,<br />

além da prioritária salvaguarda da vida humana,<br />

o combate a derramamentos de óleo no mar, em<br />

função do seu elevado potencial poluidor.<br />

Legislação<br />

Empresas se adaptam às<br />

exigências ambientais<br />

Especialistas, no entanto, defendem<br />

adequação da legislação brasileira para o setor<br />

Com respeito à legislação ambiental brasileira,<br />

considerada uma das mais modernas e restritivas<br />

no cenário mundial, o advogado acredita que há<br />

necessidade de adequações. Ele lembra que as leis<br />

do País não permitem a queima de óleo derrama-<br />

do no mar, procedimento que se revelou eficiente<br />

e menos danoso do que se imaginava no desastre<br />

ambiental com a plataforma Deepwater Horizon,<br />

em 2010, no Golfo do México. Para Carlos Maurício,<br />

tal técnica deveria passar a ser admitida. Embora<br />

a Lei 9.966/00 (Lei do Óleo) tenha instituído<br />

a exigência dos PEIs, ela também prevê que, em<br />

locais com unidades de exploração ou de produção,<br />

os PEIs sejam “consolidados na forma de um<br />

único plano de emergência para toda a área sujeita<br />

ao risco de poluição, o qual deverá estabelecer os<br />

mecanismos de ação conjunta a serem implementados”.<br />

Mais adiante, a mesma lei determina que<br />

os planos de emergência de área sejam convertidos<br />

em planos de contingência locais ou regionais,<br />

os quais devem ser, finalmente, consolidados num<br />

Plano Nacional de Contingência (PNC).<br />

“Passados dez anos da edição da Lei do Óleo,<br />

apenas os PEIs são realidade. Não há planos<br />

de emergência para áreas, nem planos de contingência<br />

locais ou regionais, nem PNC. Após o<br />

incidente no Golfo do México, chegou-se a anunciar<br />

a edição do PNC para agosto, fato que ainda<br />

não se verificou”, completa o advogado.<br />

Acidentes<br />

No Brasil, os dois últimos graves acidentes em<br />

oleodutos da Petrobras aconteceram em 2000<br />

e causaram grandes vazamentos na Baía da<br />

Guanabara e do Paraná. Naquele mesmo ano,<br />

a Petrobras criou o Programa de Excelência em<br />

Gestão Ambiental e Segurança Ocupacional (Pégaso).<br />

O programa engloba cerca de três mil<br />

projetos em todas as unidades da empresa. As<br />

atividades incluem desde a revisão de sistemas,<br />

construção e ampliação de instalações, até a<br />

automação de todos os dutos da companhia.<br />

Também foram criados nove Centros de Defesa<br />

Ambiental (CDA) nas principais áreas de atuação,<br />

em vários estados do País, para o aprimoramento<br />

dos sistemas de redução de resíduos e<br />

emissão de poluentes na atmosfera.<br />

sustentabilidade<br />

Carlos Maurício Ribeiro<br />

De um modo<br />

geral, as<br />

empresas que<br />

atuam no setor<br />

de petróleo e<br />

gás, nacionais<br />

e estrangeiras,<br />

estão adequadas<br />

às exigências<br />

legais inerentes<br />

ao licenciamento<br />

RHnews • 17


case<br />

Delírio Tropical<br />

forma<br />

funcionários<br />

cidadãos<br />

18 • RHnews<br />

Premiado por suas práticas de gestão,<br />

empresário Paulo Antônio Ubach<br />

investe em pessoas<br />

e colhe bons resultados<br />

“Não ensinamos funções, transformamos pessoas<br />

em cidadãos dignos e capacitados para a<br />

vida. Os resultados se refletem no alto desempenho<br />

de nossos profissionais.” A frase, de Paulo<br />

Antônio Ubach, diretor-presidente do Delírio<br />

Tropical, dita durante a entrega do Prêmio Ser<br />

Humano, em novembro, no Rio de Janeiro, resume<br />

o modelo de gestão de pessoas utilizado<br />

pelo empresário. Foi assim que ele levou sua<br />

organização a se destacar como Melhor Case de<br />

Gestão de Pessoas na categoria Micro ou Pequena<br />

Empresa de 2010.<br />

Paulo conta que, no início da implantação da<br />

empresa, em 1983, era difícil recrutar funcionários<br />

que atendessem ao nível de exigência desejada.<br />

Não havia profissionais qualificados nem<br />

com experiência para exercer as funções de um<br />

restaurante nos moldes que estava criando, uma<br />

novidade para a época. A carência de pessoal<br />

era um obstáculo às pretensões do empresário<br />

de criar um serviço de excelência. Ele também<br />

observou certo desprezo em relação às atividades<br />

desempenhadas por um atendente de balcão<br />

ou empregado de cozinha. As funções ainda não<br />

Paulo Antônio Ubach<br />

estavam associadas a uma profissão e geravam<br />

alto grau de rejeição.<br />

“Tivemos de recorrer, em grande parte, a pessoas<br />

de comunidades carentes que nunca haviam<br />

tido emprego formal. O nível de carência dessas<br />

pessoas era assustador. Faltava tudo a elas: escolaridade,<br />

cidadania, autoestima, dignidade,<br />

entendimento de seu papel dentro de uma empresa,<br />

além de noções básicas de profissionalismo,<br />

de relacionamento no trabalho, de higiene,<br />

de responsabilidade social etc. Esse quadro tornava<br />

a gestão de pessoas quase impossível. Eles<br />

viam o emprego apenas como um salário capaz<br />

de garantir sua sobrevivência”, lembra.<br />

O desafio era enorme. Paulo e sua equipe constataram<br />

que teriam tanto de treinar pessoas como<br />

investir em cidadania. Por esse motivo, deram<br />

início a um longo treinamento, buscando formar<br />

profissionais e cidadãos. Esse processo se deu<br />

por meio de reuniões, palestras, dinâmicas de<br />

grupo, cursos e toda forma de comunicação. Foram<br />

convocados professores, palestrantes, educadores<br />

externos, e, posteriormente, funcionários


para passar suas experiências para os demais.<br />

“Inauguramos uma escola de complementação<br />

do curso primário e outra de reforço da alfabetização,<br />

ambas com professores profissionais, sala<br />

de aula e quadro-negro, conta.<br />

Adesão ao programa<br />

Paulo garante que o envolvimento e a motivação<br />

dos funcionários foram imediatos. Ao perceber<br />

que a empresa se preocupava tanto com o trabalho<br />

como com a melhoria de suas vidas, os<br />

funcionários aderiram aos programas com determinação.<br />

Tanto que o empresário precisou aumentar<br />

a frequência das aulas e das palestras<br />

para atender à demanda.<br />

“Vimos como nosso povo é capaz e criativo, mas<br />

faltam a ele conhecimento, educação e formação<br />

básica. Com um pequeno investimento, tivemos<br />

um retorno maior do que o esperado e resultados<br />

surpreendentes”, afirma Paulo. Ele relata que<br />

houve uma mudança de comportamento entre os<br />

funcionários, que passaram a sentir orgulho de<br />

fazer parte da empresa e formaram um sólido espírito<br />

de equipe.<br />

Para microempresários que consideram a gestão de<br />

pessoas um assunto exclusivo de grandes organizações,<br />

Paulo dá a receita. Ele lembra que as dificuldades<br />

são muitas, principalmente as de ordem<br />

financeira. Os custos de treinamento são altos e os<br />

horários disponíveis dos funcionários, apertados.<br />

No entanto, Paulo Antônio garante que, se houver<br />

cultura empresarial com foco nos funcionários e<br />

vontade de fazer diferença, é possível obter ótimos<br />

resultados.<br />

“Os desafios para o futuro, nos dias de hoje,<br />

diferem dos de antigamente. Temos de manter<br />

os ganhos conquistados com nossa gestão. O<br />

crescimento previsto para a economia brasileira,<br />

especialmente no Rio de Janeiro, em função<br />

dos grandes investimentos e eventos previstos,<br />

irá gerar maior demanda por pessoas. Isso deverá<br />

afetar todas as empresas, principalmente<br />

as pequenas, que vão competir em condições<br />

desiguais com as grandes. Nosso maior desafio,<br />

portanto, será a retenção de talentos por meio de<br />

programas de incentivos e do fortalecimento dos<br />

vínculos entre funcionários e empresa”, ressalta.<br />

Perfil Delírio Tropical<br />

41%<br />

dos funcionários têm mais de 5 anos de casa.<br />

21%<br />

têm mais de 10 anos de casa.<br />

12%<br />

têm mais de 15 anos de casa.<br />

7%<br />

têm mais de 20 anos de casa.<br />

Vimos como<br />

nosso povo é<br />

capaz e criativo,<br />

mas faltam a ele<br />

conhecimento,<br />

educação e<br />

formação básica.<br />

Com um pequeno<br />

investimento,<br />

tivemos um<br />

retorno maior do<br />

que o esperado<br />

e resultados<br />

surpreendentes<br />

Paulo Antônio Ubach<br />

RHnews • 19


artigo Qualitymark<br />

AÇÃO:<br />

Inicie uma<br />

nova relação de<br />

mentoreamento<br />

20 • RHnews<br />

O valor dos<br />

mentores<br />

Brian Tracy<br />

Quando você compra a sabedoria, paga caro em<br />

termos de tempo e dinheiro para assimilar os ensinamentos.<br />

Quando pede emprestado, vai até àqueles<br />

homens e mulheres que já pagaram o preço<br />

para assimilar as lições. Procurando pessoas que<br />

estão adiante de você e abrindo-se aos seus ensinamentos<br />

e orientações, você poupa a si mesmo<br />

de anos que poderiam se prolongar e de milhares<br />

de dólares que lhe custariam para aprender aquilo<br />

que precisa aprender sozinho. Esta é a essência do<br />

‘mentoreamento’ [neologismo que traduz o trabalho<br />

motivacional do mentor] de relações.<br />

A maneira mais fácil de se destacar é observar os<br />

especialistas e fazer o que eles fazem. Você não<br />

vai viver o suficiente para aprender tudo o que necessita<br />

partindo do nível zero. Para ter êxito, você<br />

precisa encontrar pessoas que já pagaram o preço<br />

para lhe ajudarem a aprender as coisas de que<br />

necessita para atingir seus objetivos. Os mentores<br />

que você escolhe devem ser pessoas que você respeita,<br />

admira e com as quais deseja se parecer. O<br />

aconselhamento que você busca deve ser a orientação<br />

acerca de seu caráter, personalidade e ideias<br />

específicas sobre como você pode realizar seu trabalho<br />

melhor e mais rápido.<br />

Em um mentor, busque duas qualidades vitais: caráter<br />

e competência.<br />

O caráter é disparado a mais importante. Busque<br />

um mentor que tenha o tipo e caráter que você<br />

admira e respeita – uma pessoa que possua níveis<br />

altos de inteligência, integridade, julgamento<br />

e sabedoria. Quanto mais você se unir a homens<br />

e mulheres avançados no desenvolvimento de seu<br />

caráter, mais você tenderá a padronizá-los e vir a<br />

se tornar um deles.<br />

Competência significa que a pessoa é muito boa<br />

naquilo que faz – ela tem o conhecimento, técnicas<br />

e habilidades para ajudá-lo a se movimentar<br />

adiante com maior rapidez. O impacto de um mentor<br />

em sua vida depende de dois fatores adicionais.<br />

O primeiro é o grau de abertura a ser influenciado.<br />

Quando você se abrir à orientação, concentre-se<br />

primeiramente em aprender o que a pessoa possui<br />

para lhe ensinar, e então modifique essa lição a fim<br />

de adaptá-la às suas circunstâncias.<br />

O segundo fator que determina a influência de um<br />

mentor é a vontade dele de ajudá-lo a atingir seus<br />

objetivos. Quanto mais emocionalmente envolvida<br />

estiver em sua vida, mais suscetível você estará de<br />

ser influenciado por essa pessoa. Quando procurar<br />

um mentor, você deve buscar alguém que genuinamente<br />

se importa com você como pessoa e que<br />

realmente deseje que você tenha sucesso em seus<br />

projetos. Portanto, você deve estar amplamente<br />

receptivo à influência e instrução, assim como o<br />

mentor deve estar genuinamente interessado em<br />

seu bem-estar e sucesso.<br />

Aqui estão 10 passos para a construção de relações<br />

bem-sucedidas entre mentor e mentoreado:<br />

1. Fixe objetivos claros para si próprio. Saiba<br />

o que você deseja realizar antes de pensar em<br />

quem poderá ajudá-lo.<br />

2. Defina o que você precisa fazer para superar<br />

os obstáculos que enfrentar e atingir suas metas.<br />

3. Identifique o conhecimento, técnicas e habilidades<br />

que você precisa obter para superar os<br />

obstáculos entre você e seus objetivos.<br />

4. Busque as pessoas mais bem-sucedidas nas<br />

áreas em que você precisa de maior apoio.<br />

5. Junte-se aos clubes, organizações e associações<br />

às quais essas pessoas pertencem, envolvase<br />

e se voluntarie para captar a atenção delas.<br />

6. Trabalhe, estude e pratique para se tornar melhor<br />

naquilo que faz. Os melhores mentores estão<br />

interessados em ajudar você apenas se sentirem<br />

que vale a pena empregar o seu tempo.<br />

7. Quando encontrar um mentor, não se torne<br />

um estorvo ou desperdice o tempo dele. Peça 10<br />

minutos de seu tempo.<br />

8. Quando marcar uma reunião com o mentor,<br />

exprima sua ânsia de ter êxito em seu ramo e<br />

busque orientação específica para auxiliá-lo a seguir<br />

em frente.<br />

9. Após a reunião inicial, envie uma mensagem<br />

de agradecimento expressando sua gratidão pelo<br />

tempo e pela orientação da pessoa. Mencione<br />

que você espera vê-la novamente.<br />

10. Deixe uma breve mensagem para seu mentor<br />

todos os meses contando a ele como você<br />

está e como tem progredido. Afirme o que o<br />

auxílio dele tem feito por você. Marque uma<br />

nova reunião, talvez no espaço de um mês.<br />

À medida que você evolui, busque mentores diferentes<br />

que lhe forneçam o auxílio mais relevante<br />

para a sua situação. Quanto mais você ajuda os<br />

outros, mais outras pessoas o ajudarão.<br />

Brian Tracy é consultor de liderança<br />

e vendas e autor de 42 livros,<br />

incluindo The Way to Wealth<br />

(O Caminho para a Prosperidade).<br />

Visite o site www.briantracy.com<br />

ou ligue para 858-481-2977.


RHnews • 21


associe-se<br />

DIRETORIA EXECUTIVA<br />

Fábio Santos Ribeiro (Presidente da Diretoria Executiva)<br />

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Jaqueline Freitas Arruda, José Carlos de Freitas, Jose Pinto Monteiro, Josué Cruz, Leonardo Pereira Gomes, Luciana Fonseca, Márcia Costantini Wildhagen,<br />

Myrna Silveira Brandão, Patricia de Souza Scott, Patricia Portella Bomfim, Paulo Eduardo dos Santos Rodrigues, Raul de Carvalho Machado, Renata Freitas<br />

de Souza Lima Filardi, Roberto Godinho Lopes, Rodrigo Campos, Rosana Gonçalves De Rosa, Rubens Cabral Pessanha Filho, Sirley de Carvalho Gonçalves<br />

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CONSELHEIROS<br />

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CONSELHO FISCAL<br />

Fernando Guimarães, Antônio Carlos Guimarães, Marcos Jardin, Fany Marlin Tchaicovsky, Antônio C.S.Conrado, Heitor Cordeiro Chagas de Oliveira<br />

EQUIPE EXECUTIVA<br />

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22 • RHnews<br />

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