Jornal Construindo - Ed. 25
Abril 2020
Abril 2020
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Um Túmulo Vazio
DE MORTE E UM MUNDO PLENO DE VIDA
Pedro Cadeira
5
A
palavra PÁSCOA significa PAS-
SAGEM. Vem do hebraico – PE-
SAH.
Duas são as festas de Páscoa. A Páscoa
judaica comemora a passagem do
povo israelita da escravidão no Egito
para a libertação na Canaã (a terra prometida),
sob a liderança de Moisés. A
Páscoa cristã comemora a Ressurreição
de Jesus, a vitória da vida sobre a morte,
a nossa passagem da escravidão
do pecado para a liberdade da graça
de Deus, em Cristo Jesus. Como diz o
Apóstolo Paulo: “onde abundou o pecado,
superabundou a graça” (Rom. 5,
20b).
Na sua origem, a Páscoa judaica remonta
a duas distintas festas tribais no
Oriente. A primeira festa, a das tribos
nômades (a festa do PESAH); a segunda
festa, a dos agricultores sedentários
(a festa dos PÃES ÁZIMOS). A festa do
PESAH é muito discutida na sua origem.
Para alguns, tratava-se de uma
dança cultual. Para outros, era a passagem
do sol pela constelação de carneiro,
ou a da lua pelo seu ponto mais alto.
Um sentido expressivo foi a relação
com o fato bíblico de que o Senhor teria
poupado as casas dos israelitas que
estavam marcadas com o sangue do
cordeiro, na noite em que passou pelo
Egito, e feriu todos os primogênitos,
pessoas e animais.
A festa dos PÃES ÁZIMOS era uma
antiga festa dos cananeus celebrada
no princípio da colheita. Quando os israelitas
entraram em Canaã, passaram
a explorar a agricultura, e então, deram
um sentido histórico a essa festa,
em função da Páscoa. Ambas as festas
eram realizadas na lua cheia da primavera.
Os israelitas uniram as duas festas
numa única, para celebrarem o Êxodo
(a saída do Egito), pois, segundo a tradição,
o Êxodo acontecera na primavera.
O livro do Êxodo proibia o consumo
de pão levedado (com fermento)
durante os dias da festa (Êx. 12, 19).
Esta proibição, em seu sentido figurado,
indicava uma concepção de decadência
moral, de corrupção.
Neste sentido, Jesus disse aos seus
discípulos: “Acautelai-vos do fermento
dos fariseus e saduceus (Mateus 16, 6).
Na mesma linha de uma reflexão figurativa,
teológica, o Apóstolo Paulo exorta
aos fiéis da Comunidade de Corinto
que se afastassem do velho fermento e
celebrassem a festa com os PÃES ÁZI-
MOS da pureza e da verdade( I Cor. 5,
7ss). Infelizmente, em nossos dias, há
muito pães fermentados nos diversos
espaços e nas diversas atividades humanas.
O texto fundamental da Páscoa judaica
está no livro do Êxodo: “Este dia
será dado a vós por memória, e celebrado
por festa ao SENHOR, de geração
em geração, por estatuto perpétuo”(Êx.
12, 14).
Na Nova Aliança, o texto fundamental
(Luc. 22, 19), foi pronunciado por Jesus,
em uma celebração da Páscoa judaica
(Última Ceia), quando, com seus
discípulos , celebraram a Nova Páscoa,
a Páscoa da Nova Aliança com todos os
povos, na comunhão do seu corpo e do
seu sangue representados nas espécies
do pão e do vinho.
Os Cristãos celebram, anualmente,
a Nova Páscoa, a Páscoa da Nova Aliança,
até aquele festivo dia, na Páscoa definitiva,
quando comeremos o pão do
trigo e beberemos o vinho da videira
dos céus, com Jesus, no Reino do Pai.
Nesses tempos de Deus, sem Igrejas
divididas, sem mesas separadas,
sem lágrimas nos olhos, com sorriso
nos lábios e vitória nos corações, celebraremos
as Bodas do Cordeiro (Apoc.
19, 7), para honra e glória eternas do
Deus Trino, o Pai Criador, o Filho Salvador
e o Espírito Santo, Santificador das
nossas vidas.
FONTE (Pesquisa histórico-bíblica): Dicionário
Enciclopédico da Bíblia.