07.01.2021 Views

Aqui até o céu escreve ficção, de Jozias Benedicto

Jozias Benedicto é escritor, artista visual e curador, com especialização em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo pela PUC-Rio. Trabalha com videoinstalações, performances e pinturas que unem palavra e artes visuais. Seu primeiro livro de contos, Estranhas criaturas noturnas (2013), foi finalista do Concurso SESC de Literatura 2012/2013. Como não aprender a nadar (2016) conquistou o Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais 2014 na categoria Contos e o Prêmio Moacyr Scliar 2019, da Diretoria da UBE-RJ. Também recebeu premiações da Fundação Cultural do Pará (2018) por Um livro quase vermelho e da Fundação Cultural do Maranhão (2018) por Aqui até o céu escreve ficção. Lançou dois livros de poesia, Erotiscências & embustes (2019) e A ópera náufraga (2020).

Jozias Benedicto é escritor, artista visual e curador, com especialização em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo pela PUC-Rio. Trabalha com videoinstalações, performances e pinturas que unem palavra e artes visuais.

Seu primeiro livro de contos, Estranhas criaturas noturnas (2013), foi finalista do Concurso SESC de Literatura 2012/2013. Como não aprender a nadar (2016) conquistou o Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais 2014 na categoria Contos e o Prêmio Moacyr Scliar 2019, da Diretoria da UBE-RJ.

Também recebeu premiações da Fundação Cultural do Pará (2018) por Um livro quase vermelho e da Fundação Cultural do Maranhão (2018) por Aqui até o céu escreve ficção.

Lançou dois livros de poesia, Erotiscências & embustes (2019) e A ópera náufraga (2020).

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Prólogo

Em cismar – sozinho – à noite –

Mais prazer encontro eu lá;

Gonçalves Dias, Canção do exílio

Sempre achei um dos maiores mistérios da tecnologia

a invisível mão mágica que segura no ar, com toda a tranquilidade,

um fardo tão maciço e portentoso como um

avião cheio de pessoas e seus sonhos gastos, suas bagagens

acima do peso, suas gorduras sedentárias, suas mentiras

veladas, seus pecados nunca confessados e suas vãs expectativas

por um futuro que quem sabe não aconteça.

Todos dormem, exceto eu; um voo da madrugada, e

talvez ninguém a menos do piloto, ou nem ele, tenha notado

que a descida começara muito antes que se pudesse

avistar a clareira cortada por duas pistas de negro asfalto

que se cruzam em um ângulo agudo; a maior delas, com

cerca de dois quilômetros de extensão, pronta para receber

Aqui até o céu escreve ficção | 19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!