07.01.2021 Views

Aqui até o céu escreve ficção, de Jozias Benedicto

Jozias Benedicto é escritor, artista visual e curador, com especialização em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo pela PUC-Rio. Trabalha com videoinstalações, performances e pinturas que unem palavra e artes visuais. Seu primeiro livro de contos, Estranhas criaturas noturnas (2013), foi finalista do Concurso SESC de Literatura 2012/2013. Como não aprender a nadar (2016) conquistou o Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais 2014 na categoria Contos e o Prêmio Moacyr Scliar 2019, da Diretoria da UBE-RJ. Também recebeu premiações da Fundação Cultural do Pará (2018) por Um livro quase vermelho e da Fundação Cultural do Maranhão (2018) por Aqui até o céu escreve ficção. Lançou dois livros de poesia, Erotiscências & embustes (2019) e A ópera náufraga (2020).

Jozias Benedicto é escritor, artista visual e curador, com especialização em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo pela PUC-Rio. Trabalha com videoinstalações, performances e pinturas que unem palavra e artes visuais.

Seu primeiro livro de contos, Estranhas criaturas noturnas (2013), foi finalista do Concurso SESC de Literatura 2012/2013. Como não aprender a nadar (2016) conquistou o Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais 2014 na categoria Contos e o Prêmio Moacyr Scliar 2019, da Diretoria da UBE-RJ.

Também recebeu premiações da Fundação Cultural do Pará (2018) por Um livro quase vermelho e da Fundação Cultural do Maranhão (2018) por Aqui até o céu escreve ficção.

Lançou dois livros de poesia, Erotiscências & embustes (2019) e A ópera náufraga (2020).

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

a volta do exílio e o barco se aproxima e o poeta sabe

que falta pouco para que ele possa olhar de novo as palmeiras

onde canta

e como o poeta, eu estou acordado e volto de meu exílio

e sei que falta pouco muito pouco e afinal o que segura

no espaço esta máquina avoante? Talvez um nada, talvez

só o meu desejo de voltar para onde as palmeiras e o sabiá,

mas contra meu desejo, as gorduras e os pecados das

quase duzentas pessoas que roncam indiferentes a um destino

que talvez já não há

o poeta sabe que falta pouco muito pouco mas não sabe

que o pouco-sim às vezes é um infinito-não

não houve barulho nem um estrondo nem um relâmpago,

um luzeiro, um clarão, nada, as luzes da cabine desvanecidas

e todos dormem e a manobra tentada pelo piloto

é de muito risco e

os pecados

os desejos

os sonhos

as mentiras

Aqui até o céu escreve ficção | 21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!