Folha de Sala Digital transmissão online 12 fevereiro 2021 — Gala de Ópera — concertogravado28jun2020
Notas de programa: Pedro Moreira Transmissão Online: 12 de fevereiro às 21h em YouTube.com/SaoCarlos #SãoCarlosVoltaASuaCasa #CulturaéImaginação
Notas de programa:
Pedro Moreira
Transmissão Online: 12 de fevereiro às 21h em YouTube.com/SaoCarlos
#SãoCarlosVoltaASuaCasa
#CulturaéImaginação
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
#SÃO
CARLOS
VOLTA A
SUA CASA
EDIÇÃO ARQUIVO 2020-21
TRANSMISSÃO ONLINE
12 FEV 2021 às 21H
GALA DE ÓPERA
com a
ORQUESTRA
SINFÓNICA
PORTUGUESA
DORA RODRIGUES
RITA MARQUES
Soprano
CÁTIA MORESO
Meio-soprano
CARLOS CARDOSO
Tenor
ANDRÉ HENRIQUES
Baixo-barítono
JOSÉ EDUARDO GOMES
Direção Musical
JOANA CARNEIRO
Maestrina Titular da OSP
SAOCARLOS.PT
#CULTURAÉIMAGINAÇÃO
Concerto
gravado a
28 JUN 2020
GALA DE ÓPERA
ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA
GEORGES BIZET
CARMEN
Prelúdio do IV Ato (Aragonaise)
Habanera «L’amour est un oiseau rebelle»
Seguidilla «Près des remparts de Séville»
Couplets «Votre toast»
GIUSEPPE VERDI
RIGOLETTO
Ária «Caro nome»
Canzone «La donna è mobile»
Quarteto «Un di, se ben rammentomi»
PIETRO MASCAGNI
CAVALLERIA RUSTICANA
Intermezzo
Romanza «Voi lo sapete, o mamma»
Siciliana «O Lola ch’ai di latti la camisa»
(Harpa CAMEN CARDEAL)
RUGGERO LEONCAVALLO
PAGLIACCI
Ária Nedda «Stridono lassù»
JULES MASSENET
THAÏS
Méditation
(Violino Solo PEDRO MEIRELES)
CHARLES GOUNOD
FAUST
Recitativo e ária «Ah! je ris de me voir si belle...»
JACQUES OFFENBACH
LES CONTES D’HOFFMANN
Barcarolle «Belle nuit, ô nuit d’amour»
M/6 Este programa pode ser alterado por motivos imprevistos 2
Dora Rodrigues
< SOPRANO
Fez a sua formação em Portugal, Itália e
Espanha, vindo posteriormente a instalar-se
em Inglaterra para integrar o European
Opera Center. Apresentou-se no Teatro
São Carlos, Teatro de Modena e Ferrara,
Teatro Real Madrid, Teatro La Maestranza,
Liverpool Philharmonic Hall, Saint
David’s Hall, Casa da Música, Liverpool
Hope University, Teatro Aberto, Teatro
Cornucópia, Fundação Gulbenkian,
Salle Jean Eudes, Pavillon des Arts
de Ste-Adèle, Salle Claude Champagne,
no Canadá, Kastel De Clee na Bélgica,
Teatro Toti dal Monte em Treviso, Teatro
Buonumore em Florença, Opera Narodowa
em Varsóvia, St John’s Smith Square
em Londres. Participou em gravações
discográficas, incluindo: D. Chisciotte
Garcia/Almaviva; Royal Liverpool
Philharmonic Il segreto di Susanna
Wolf-Ferrari/Avie Records; European Union
Youth Orchestra/The Classical Recording
Company; Opera Premium/Universal Music;
Compositores do Porto do séc. XX/Fermata.
Recebeu o prémio «Ribeiro da Fonte» pelo
Ministério da Cultura.
Rita Marques
< SOPRANO
Natural de Caldas da Rainha, é licenciada
em Canto pela ESML na classe de Sílvia
Mateus. Em 2016-17, frequentou o Centre
de Perfeccionament Plácido Domingo,
Valência, onde trabalhou com Ramón
Tebar, Fabio Biondi e Roberto Abbado.
Foi Governess em The turn of the Screw
(C. Franklin/D. Livermore) e Roggiero
em Tancredi (R. Abbado/E. Sagi). Em 2017
colaborou com Plácido Domingo no seu
concerto em Lisboa, com direção de Eugene
Kohn. Em 2018 obteve o 2.º prémio e o
prémio do público no 10.º Concurso de
Canto da Fundação Rotária Portuguesa.
Participou no Concurs Internacional
de Cant «Tenor Viñas», Operalia,
«38th Hans Gabor Belvedere International
Singing Competition» e 18.º «Concorso
Lirico Internazionale Ottavio Ziino».
Em janeiro 2020 foi Anna Kennedy em
Maria Stuarda (TNSC, Carminati/De Rosa)
e, em março de 2020, foi Lakmé em Lakmé,
de L. Delibes (Proyecto Opera de la
Universidad de Valladolid).
3
Cátia Moreso
< MEIO-SOPRANO
Estudou na Guildhall School of Music
and Drama, em Londres, onde obteve
a licenciatura em Canto e mestrado
(curso de Ópera) como bolseira da
Fundação Calouste Gulbenkian. O seu
repertório de ópera inclui entre
outros, Preziosilla em La forza del
destino, Dorabella em Così fan tutte,
Jocasta em Œdipus Rex, Ježibaba
em Rusalka, Suzuki em Madama
Butterfly, Maddalena em Rigoletto,
Eboli em Don Carlo, Madame de Croissy
em Dialogues des Carmélites, Carmen,
Santuzza em Cavalleria Rusticana.
Em concerto foi solista, entre outros,
em Requiem de Verdi, de Mozart, Stabat
Mater de Pergolesi, Oratória de Natal
e Páscoa e Paixão segundo São João de
Bach, Petite Messe Solennelle
de Rossini, Elijah de Mendelssohn
e Messiah de Händel.
Carlos Cardoso
< TENOR
Natural de Tarouquela. Venceu o 1.º prémio
do Concurso «Luísa Todi», o 3.º prémio no
Concurso «Magda Olivero» e o 1.º prémio no
Concurso de Canto da Fundação Rotária
Portuguesa em Lisboa. Entre 2010 e 2011
foi membro do Estúdio Ópera do Teatro
Nacional de São Carlos e entre 2011
e 2013 da Accademia del Teatro alla Scala
em Milão, com a qual apresentou-se em
diversos concertos e óperas. Outras
estreias incluíram Edgardo em Lucia di
Lammermoor na Dutch National Opera em
Amesterdão, Duque de Mântua em Rigoletto
no Teatro Verdi de Busseto para o Festival
Verdi de Parma, Ismaele em Nabucco no
Teatro São Carlos, Conte di Leicester em
Maria Stuarda no Stadttheater Klagenfurt
e Tebaldo em I Capuleti e i Montecchi na
Ópera de Vilnius. Apresentou-se também
em Carmina Burana e Monster in the maze
na Fundação Calouste Gulbenkian. De 2017
a 2019, interpretou papéis como Duque em
Rigoletto no Aalto Theater Essen, Rodolfo
em La bohème, Alfredo em La traviata,
Pinkerton em Madama Butterfly e Rodolfo em
Luisa Miller.
4
André Henriques
< BAIXO – BARÍTONO
José Eduardo Gomes
< DIREÇÃO MUSICAL
Nasceu em Lisboa e é diplomado em Canto
pela Escola de Música do Conservatório
Nacional, na classe de António Wagner
Diniz. Bolseiro da Fundação Calouste
Gulbenkian, completou o MA em Opera
Performance, na Royal Welsh College
of Music and Drama, com Donald Maxwell.
Tendo vindo a afirmar-se no domínio da
ópera, destacam-se as suas interpretações
de Don Giovanni (Don Giovanni) e Figaro
(Le nozze di Figaro) com a Orquestra
Metropolitana de Lisboa, Polyphemus
(Acis and Galatea) e Gregorio (Roméo
et Juliette) na Fundação Gulbenkian,
Dandini (La cenerentola) e Papageno (Die
Zauberflöte) com a RWCMD, Gianni Schicchi
(Gianni Schicchi) com a Welsh National
Opera Orchestra, Dulcamara (L’elisir
d’amore) com a all’Opera, os solos de
Fairy Queen com o agrupamento La Paix du
Parnasse, Aeneas (Dido and Aeneas) com a
Nova Ópera de Lisboa e a estreia absoluta
do Macaco em A Canção do Bandido, numa
coprodução do Teatro da Trindade e Teatro
Nacional de São Carlos. Como solista
de concerto e oratória, destacam-se
as apresentações da 9.ª Sinfonia de
Beethoven (OML, TNSC e FCG), Stabat Mater de
Szymanowski (no Saint David’s Hall), Missa
Solemnis de Beethoven (Festival de Música
Religiosa de Cuenca), Requiem de Mozart,
os Magnificat de J.S.Bach e C.P.E.Bach
(OML, Onofri) e Die Schöpfung de Haydn
(Gulbenkian, Alarcón).
Foi recentemente laureado com o 1.º
prémio no «European Union Conducting
Competition». É professor na Escola
Superior de Música e das Artes do
Espetáculo do Porto e maestro titular
da Orquestra Clássica da FEUP. Foi
maestro titular da Orquestra Clássica do
Centro e maestro associado da Orquestra
Clássica do Sul. Clarinetista de formação,
estudou direção de orquestra na Haute
École de Musique de Genève, na classe
de Laurent Gay. É laureado do PJM, na
Categoria de Música de Câmara, Solista e
Direção de Orquestra. Nos últimos anos,
tem sido convidado para trabalhar com
as principais orquestras portuguesas,
atuando nos mais destacados festivais de
música em Portugal. Em 2018, foi agraciado
com a Medalha de Mérito Cultural pela
cidade de Vila Nova de Famalicão.
5
Orquestra Sinfónica
Portuguesa
Criada em 1993, a Orquestra Sinfónica
Portuguesa (OSP) é um dos corpos
artísticos do Teatro Nacional de São
Carlos e tem vindo a desenvolver uma
atividade sinfónica própria, incluindo
uma programação regular de concertos,
participações em festivais de música
nacionais e internacionais. No âmbito
de outras colaborações, destaque-se
também a sua presença nos seguintes
acontecimentos: 8.º Torneio Eurovisão
de Jovens Músicos (1996); concerto
de encerramento do 47. o Festival
Internacional de Música e Dança de Granada
(1997); concerto de gala da Abertura da
Feira do Livro de Frankfurt; concerto
de encerramento da Expo’98; Festival de
Música Contemporânea de Alicante (2000)
e Festival de Teatro Clássico de Mérida
(2003). Colabora regularmente com a
Rádio e Televisão de Portugal através da
transmissão dos seus concertos e óperas
pela Antena 2, designadamente a realização
da tetralogia O Anel do Nibelungo,
transmitida na RTP2. Também no Prémio
Pedro de Freitas Branco para Jovens Chefes
de Orquestra, no Prémio Jovens Músicos-RDP
e na Tribuna Internacional de Jovens
Intérpretes. A OSP tem-se apresentado
sob a direção de notáveis maestros,
como Rafael Frühbeck de Burgos, Alain
Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda, Harry
Christophers, George Pehlivanian, Michel
Plasson, Krzysztof Penderecki, Djansug
Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey Tate
e Iuri Ahronovitch, entre outros.
A discografia da OSP conta com dois
CD para a etiqueta Marco Polo, com
Sinfonias n. os 1, 3, 5 e 6 de Joly Braga
Santos, que gravou sob a direção do seu
primeiro maestro titular, Álvaro Cassuto,
e Crossing borders (obras de Wagner,
Gershwin e Mendelssohn), sob a direção de
Julia Jones. No cargo de maestro titular,
seguiram-se José Ramón Encinar (1999-2001),
Zoltán Peskó (2001-2004) e Julia Jones
(2008-2011); Donato Renzetti desempenhou
funções de primeiro maestro convidado entre
2005 e 2007. Atualmente, a direção musical
está a cargo de Joana Carneiro.
6
O programa da presente gala reúne algumas das mais conhecidas
áreas de ópera italiana e francesa compostas na
segunda metade do século XIX, percorrendo nomes cimeiros
da produção operática desse período. A ópera Carmen, de
G. Bizet (1838-1875) foi estreada em 1875 na Opéra-Comique
de Paris. O libreto, baseado no romance homónimo de Prosper
Mérimée, foi escrito por Henri Meilhac e Ludovic Halévy
e retrata a história de amor e ciúme da cigana Carmen e do
soldado desertor Don José. A ação desenrola-se em Sevilha,
em 1820, entre surpresas, disfarces, tensões, paixão e amor.
Na época, não foi bem recebida pelo público, demorando alguns
anos até ser aplaudida unanimemente. A «Aragonaise»
em programa, do Prelúdio do IV Ato, apresenta o colorido
festivo de Aragão nas suas dimensões rítmica e melódica,
que nos remete para o ambiente do exterior da praça de touros.
O domínio melódico de Bizet é notório na conhecida ária
«L’amour est un oiseau rebelle», construída sobre um ritmo
de Habanera. A ária e dueto «Près des remparts de Séville»,
com Carmen e D. José, tem como referente a Seguidilla, género
musical e coreográfico de origem castelhana, com elementos
de sedução que nos remetem para a situação do fial
do I Ato, no qual Carmen procura seduzir D. José. A ária do
toureiro Escamillo «Votre toast, je peux vous le rendre» surge
no II Ato, no seu fulgor e tom celebrativo em comunhão com a
multidão, num dos momentos mais populares da ópera.
A ópera Rigoletto, composta por Giuseppe Verdi (1813-1901)
teve a sua estreia em 1851 no Teatro La Fenice, em Veneza.
A ação decorre em Mântua, e contém ingredientes operáticos
chave no seu argumento: sedução, paixão, disfarces e morte.
Das árias em programa, «Caro nome che il mio cor» revela
os sentimentos de Gilda, filha de Rigoletto, para com um homem
cuja identidade pensa conhecer. A ária é carregada de
emoção pelo seu andamento lento, exigindo, sobretudo na
parte de coloratura um grande domínio vocal do soprano.
A aria di bravura do Duque, «La donna è mobile» surge
7
no III Ato da ópera e é conhecida do público pelo seu carácter
forte triunfante. Segue-se o quarteto «Un di, se
ben rammentomi», no qual o violino tem destaque, com
material melódico baseado na ária de Gilda «Caro nome»,
desenvolvendo-se para uma secção mais lírica que revela
os diferentes estados emocionais das personagens (Duque,
Maddalena, Rigoletto e Gilda). A ópera Cavalleria Rusticana
(1890), composta por Pietro Mascagni (1863-1945) e libreto de
Giovanni Targioni-Tozzetti e Guido Menasci, foi baseada na
obra homónima de Giovanni Verga, um dos representantes
do Verismo, e tem lugar na Sicília, numa teia de ciúme e adultério.
O seu ato único é rico em melodias bem desenhadas,
destacando-se também o Intermezzo sinfónico, no qual desagua
a tensão emocional adensada até então, resultando
em alguma estabilidade melódica e harmónica. Na romanza
«Voi lo sapete, o mamma» Santuzza conta a Lucia, com tristeza
e melancolia, como Lola, por inveja, lhe tirou Turiddu, deixando-a
de coração partido. «O Lola ch’ai di latti la camisa»,
uma verdadeira canção de amor na qual Turiddu expressa
os seus sentimentos para com Lola, tem lugar logo no início
da ópera, antes de se subirem as cortinas. A voz de Turiddu
emerge acompanhada por harpas que se fazem ouvir ao longe,
fora do palco. Muita da intensidade dramática surge também
noutra ópera símbolo do Verismo, pelo seu realismo que,
não raras vezes, é apresentada em conjunto com Cavalleria
Rusticana. Trata-se de Pagliacci (1892), com música e libreto
de Ruggero Leoncavallo (1857-1919), em dois atos com prólogo,
marcada pelo ciúme e pelo homicídio passional que Canio
comete, matando a sua esposa e o amante, depois de lhe
ser revelado o caso pelo palhaço Tonio. Em «Stridono lassù»,
Nedda, esposa de Canio, pensa acerca da liberdade que vê
nos pássaros, depois de um momento tenso no qual a violência
e veemência do seu marido a assustam, ideia esta que
Leoncavallo espelha na orquestração. Do universo da ópera
francesa, no período em questão, seria impossível não abordar
compositores como J. Massenet, Charles Gounod ou
8
Jacques Offenbach. De Massenet (1842-1912), além da ópera
Manon Lescaut que constitui um marco da sua obra, destaca-
-se também a ópera em três atos Thaïs com libreto de Louis
Gallet, baseado no romance de Anatole France, que tem lugar
no Egito durante a ocupação romana. Em «Méditation», um
entr’acte instrumental que surge entre duas cenas no II Ato,
Massenet faz uso da sua capacidade de criar longas linhas
melódicas, aqui a cargo do lirismo do violino que se entrelaça
e funde com a orquestra. Em torno de outra temática,
Faust (1859) de Charles Gounod (1818-1893), ópera em 5 atos
após obra homónima de J. W. Goethe, explora o pacto que
Fausto faz com Mefitófeles, no qual troca a sua alma pela juventude
eterna e pelo seu grande amor Marguerite, com um
previsível destino trágico. O recitativo e ária «Ah! je ris de me
voir si belle...» surge no III Ato, no momento em que Marguerite
experimenta algumas joias deixadas à sua porta, enquanto se
olha ao espelho, numa ária em que a orquestra acompanha
o desenvolvimento melódico, sustentando-o e transmitindo
entusiasmo pela situação. O programa termina com o início
algo misterioso de um dos mais conhecidos momentos da
ópera fantastique, Les contes d’Hoffmann (1881) de Jacques
Offenbach (1819-1880), baseado em três contos de E.T.A.
Hoffmann. A Barcarolle «Belle nuit, ô nuit d’amour» é um
dueto que surge no III Ato, passado em Veneza, com Giulietta,
amor de Hoffmann e Nicklausse a sua musa inspiradora, disfarçada
de homem. A simplicidade harmónica e o desenho
rítmico repetido permitem às vozes conduzir a melodia doce
e sonhadora.
PEDRO MOREIRA
9
LETRAS
* Tradução RUI ESTEVES
** Tradução JORGE RODRIGUES
*** Tradução ADRIANA LATINO
[FR]
CARMEN
CARMEN
[PT]
HABANERA «L’AMOUR EST UN OISEAU REBELLE»
HABANERA «O AMOR É UM PÁSSARO REBELDE» *
L’amour est un oiseau rebelle
O amor é um pássaro rebelde
que nul ne peut apprivoiser,
que ninguém consegue aprisionar;
et c’est bien en vain qu’on l’appelle,
é em vão que o chamamos
s’il lui convient de refuser.
se lhe convém recusar!
Rien n’y fait, menace ou prière,
De nada servem ameaças ou orações,
l’un parle bien, l’autre se tait ;
um fala bem, o outro cala-se;
et c’est l’autre que je prefere ;
e é o outro que prefiro,
il n’a rien dit, mais il me plaît.
nada disse, mas agrada-me.
L’oiseau que tu croyais surprende
O pássaro que pensavas apanhar,
battit de l’aile et s’envola –
bateu a asa e voou;
l’amour est loin, tu peux l’attendre ;
o amor está longe, bem podes esperar por ele;
tu ne l’attends plus, il est là !
mas quando menos esperar, ele aí está!
Tout autour de toi vite, vite,
Tudo à tua vida, depressa, depressa,
il vient, s’en va, puis il revient,
ele vem, vai-se embora para depois voltar,
tu crois le tenir, il t’évite,
quando pensas tê-lo agarrado, ele evita-te,
tu crois l’éviter, il te tient.
quando pensas tê-lo evitado, ele agarra-te!
L’amour ! L’amour !
O amor, o amor!
11
[FR]
CARMEN
CARMEN
[PT]
SEGUIDILLA «PRÈS DES REMPARTS DE SÉVILLE»
SEGUIDILLA «PERTO DAS MURALHAS DE SEVILHA» *
Près des remparts de Séville,
Perto das muralhas de Sevilha,
chez mon ami Lillas Pastia,
na estalagem do meu amigo Lilas Pastia,
j’irai danser la séguedille
vou dançar a seguidilla e beber manzanilla
et boire du manzanilla,
na estalagem do meu amigo Lilas Pastia.
j’irai chez mon ami Lillas Pastia !
Sim, mas sozinha é um tédio,
Oui, mais toute seule on s’ennuie,
e os verdadeiros prazeres têm-se a dois;
et les vrais plaisir sont à deux.
por isso, levarei o meu amor
Donc pour me tenir compagnie,
para me fazer companhia!
j’ammènerai mon amoureux !
O meu amor! Foi para o diabo!
Mon amoureux... il est au diable :
Pu-lo à porta ontem.
je l’ai mis à la porte hier.
O meu pobre coração é muito consolável,
Mon pauvre cœur, très consolable,
o meu coração é livre como o ar!
mon cœur est libre comme l’air.
Tenho pretendentes às dúzias,
J’ai des galants à la douzaine,
mas nenhum deles me agrada!
mais ils ne sont pas à mon gré.
Chegou o fim de semana;
Voici la fin de la semaine,
quem me quer amar? Eu amá-lo-ei.
qui veut m’aimer ? Je l’aimerai.
Quem quer a minha alma?
Qui veut mon âme ? Elle est à prendre !
Ela está à disposição!
Vous arrivez au bon moment !
Vocês chegam no momento certo.
Je n’ai guère le temps d’attendre,
Não tenho muito tempo para esperar,
car avec mon nouvel amant…
pois com o meu apaixonado,
Près des remparts de Séville, etc.
perto das muralhas de Sevilha, etc.
12
[FR]
CARMEN
CARMEN
[PT]
COUPLETS «VOTRE TOAST»
COUPLETS «VOSSO BRINDE» *
Votre toast, je peux vous le rendre,
Senhores, posso retribuir o vosso brinde,
señors, car avec les soldats,
pois toureiros e soldados
oui, les toréros peuvent s’entendre,
entendem-se bem!
pour plaisirs ils ont les combats !
Ambos combatem pelo prazer!
Le cirque est plein, c’est jour de fête,
A praça de touros está cheia, é dia de festa!
le cirque est plein du haut en bas.
A praça está a abarrotar!
Les spectateurs perdant la tête.
Os espetadores, fora de si,
Les spectateurs s’interpellent à grand fracas !
gritam a plenos pulmões.
Apostrophes, cris et tapage
Provocações, gritos e barulho levados ao furor!
poussés jusques à la fureur !
Pois é a festa da coragem!
Car c’est la fête des gens du courage !
É a festa das gentes de coração, aguerrido!
C’est la fête des gens de cœur !
Vamos, en garde!
Allons ! En garde ! Ah !
Vamos, vamos!
Toréador, en garde !
Toureiro, en garde!
Et songe bien, oui, songe en combattant,
E pensa, sim, pensa bem, que durante o combate,
qu’un œil noir te regarde et que l’amour t’attend !
um olho negro espreita e o amor espera por ti!
Toréador, l’amour t’attend !
13
[IT]
RIGOLETTO
RIGOLETTO
[PT]
ÁRIA «CARO NOME»
ÁRIA «CARO NOME» **
Gualtier Maldè!... Nome di lui sì amato,
Gualtier Maldè!... O nome do meu amado,
scolpisciti nel core innamorato!
gravado está no meu coração apaixonado!
Caro nome che il mio cor
Querido nome que o meu coração
festi primo palpitar,
fizeste pela primeira vez palpitar,
le delizie dell’amor
as delícias do amor
mi dêI sempre rammentar!
sempre me farás recordar!
Col pensiero il mio desir
Em pensamento meu desejo
a te ognora volerà,
sempre para ti voará,
e pur l’ ultimo sospir,
e até ao meu último suspiro
caro nome, tuo sarà.
o teu nome ser-me-á querido.
RIGOLETTO
RIGOLETTO
CANZONE «LA DONNA È MOBILE»
CANZONE «A MULHER É CAPRICHOSA» **
La donna è mobile
A mulher é caprichosa
qual piuma al vento,
tal pena ao vento,
muta d’accento e di pensiero.
muda de ideias e de pensamento.
Sempre un amabile,
Mostra sempre um amável
leggiadro viso,
rosto alegre,
in pianto o in riso, è menzognero.
mentiroso no choro ou no riso.
È sempre misero
É sempre infeliz
chi a lei s’affida,
quem nela se fiar,
chi le confida, mal cauto il core!
mas quem lhe confiar incautamente o coração!
Pur mai non sentesi
Mas ninguém pode sentir-se
felice appieno
plenamente feliz
chi su quel seno non liba amore!
se do seu seio não beber amor!
14
[IT]
RIGOLETTO
RIGOLETTO
[PT]
QUARTETO «UN DI, SE BEN RAMMENTOMI»
QUARTETO «UM DIA, SE BEM RECORDO» **
DUCA
DUQUE
Un dì, se ben rammentomi,
Um dia, se bem recordo,
o bella, t’incontrai…
avistei-te, minha beldade...
Mi piacque di te chiedere
Andei a perguntar por ti,
e intesi che qui stai.
e disseram-me que vives aqui.
Or sappi che d’allora
Pois sabe que desde esse momento
sol te quest’alma adora.
a minha alma só a ti adora.
GILDA
GILDA
Iniquo!...
Iníquo!...
MADDALENA
MADDALENA
Ah! Ah!... e vent’altre appresso
Ah, ah!... E as outras vinte
le scorda forse adesso?
que agora por acaso esqueceis?
Ha un’aria il signorino
O senhorito dá ares de
da vero libertino...
um verdadeiro libertino...
DUCA
DUQUE
Sì... un mostro son…
Sim... sou um monstro...
(per abbracciarla)
(tenta abraçá-la)
GILDA
GILDA
Ah, padre mio!...
Ah, meu pai!...
MADDALENA
MADDALENA
Lasciatemi, stordito.
Deixai-me, estouvado.
DUCA
DUQUE
Ih, che fracasso!
Ih, que barulheira!
MADDALENA
MADDALENA
Stia saggio!
Portai-vos bem.
15
[IT]
DUCA
DUQUE
[PT]
E tu sii docile,
E tu sê dócil,
non farmi tanto chiasso.
não faças tanto barulho.
Ogni saggezza chiudesi
Toda a sabedoria desaparece
nel gaudio e nell’amore.
no prazer e no amor.
(Ie prende la mano)
(agarra-lhe a mão)
La bella mano candida!...
Que bela e branca mão!...
MADDALENA
MADDALENA
Scherzate voi, signore.
Vós brincais, senhor.
DUCA
DUQUE
No, no.
Não, não.
MADDALENA
MADDALENA
Son brutta!
Sou feia!
DUCA
DUQUE
Abbracciami.
Abraça-me.
GILDA
GILDA
Iniquo!
Iníquo!
MADDALENA
MADDALENA
Ebbro!...
Bêbedo!...
DUCA (ridendo)
DUQUE (rindo)
D’amore ardente.
De ardente amor.
MADDALENA
MADDALENA
Signor, l’indifferente,
Senhor indiferente,
vi piace canzonar?
apetece-vos zombar?
DUCA
DUQUE
No, no, ti vo’ sposar!…
Não, não, quero casar contigo!...
16
[IT]
MADDALENA
MADDALENA
[PT]
Ne voglio la parola…
Quero a vossa palavra...
DUCA (ironico)
DUQUE (irónico)
Amabile figliuola!
Rapariga encantadora!
RIGOLETTO (a Gilda che avrà tutto osservato ed
RIGOLETTO (para Gilda, que esteve a ver
inteso)
e a ouvir tudo)
E non ti basta ancor?...
E não te chega ainda?...
GILDA
GILDA
Iniquo traditor!
Iníquo traidor!
DUCA
DUQUE
Bella figlia dell’amore,
Bela filha do amor,
schiavo son dei vezzi tuoi;
sou escravo dos teus encantos;
con un detto sol tu puoi
com apenas uma palavra poderás
le mie pene consolar.
consolar o meu sofrimento.
Vieni e senti del mio core
Vem e ouve do meu coração
il frequente palpitar.
o frequente palpitar.
MADDALENA
MADDALENA
Ah! Ah! rido ben di core,
Ah! Ah! Rio de boa vontade,
chè tai baje costan poco;
porque tais mofas custam pouco.
quanto valga il vostro gioco,
Acreditai que sei avaliar
mel credete, so apprezzar.
quanto vale o vosso jogo.
Sono avvezza, bel signore,
Estou habituada, belo senhor,
ad un simile scherzar.
a semelhantes brincadeiras.
GILDA
GILDA
Ah, così parlar d’amore
Ah, falar-me assim de amor
a me pur intame ho udito!
também eu ouvi o infame!
Infelice cor tradito,
Infeliz coração atraiçoado,
per angoscia non scoppiar.
não rebentes de angústia.
Perché, o credulo mio core,
Porquê, crédulo meu coração,
um tal uomo dovevi amar!
deverias um tal homem amar!
17
[IT]
RIGOLETTO (a Gilda)
RIGOLETTO (para Gilda)
[PT]
Taci, il piangere non vale;
Cala-te, de nada vale chorar;
ch’ei mentiva sei sicura…
estás agora segura de que ele te mentia...
Taci, e mia sarà la cura
Cala-te, vou encarregar-me eu
la vendetta d’affrettar.
de apressar a vingança.
Pronta fia, sarà fatale;
Está iminente, será fatal,
io saprollo fulminar.
eu o saberei fulminar.
M’odi! ritorna a casa…
Ouve-me!... Regressa a casa...
Oro prendi, un destriero,
Leva dinheiro, um cavalo,
una veste viril che t’apprestai,
e parte para Verona...
e per Verona parti…
Eu estarei lá amanhã...
Sarovvi io pur doman...
GILDA
GILDA
Vinde agora...
Or venite...
RIGOLETTO
RIGOLETTO
Impossível.
Impossibil.
GILDA
GILDA
Tremo.
Tremo.
RIGOLETTO
RIGOLETTO
Vai!
Va!
18
[IT]
CAVALLERIA RUSTICANA
CAVALLERIA RUSTICANA
[PT]
ROMANZA «VOI LO SAPETE,O MAMMA»
ROMANZA «BEM O SABEIS, Ó MAMMA» ***
Voi lo sapete, o mamma,
Bem o sabeis, ó mamma,
prima d’andar soldato,
que antes de ser soldado
Turiddu aveva a Lola
Turiddu tinha jurado
eterna fè giurato.
a Lola eterna lealdade.
Tornò, la seppe sposa;
Regressou, soube que tinha casado,
e con un nuovo amore
e quis apagar a chama
volle spegner la fiamma
que lhe queimava o coração
che gli bruciava il core:
com um novo amor:
m’amò, l’amai.
amou-me e eu amei-o.
Quell’invidia d’ogni delizia mia,
Ela, com inveja da minha felicidade,
del suo sposo dimentica,
esquecida do seu marido,
arse di gelosia...
ardendo de ciúmes…
Me l’ha rapito...
roubou-mo…
Priva dell’onor mio rimango:
Fiquei privada da minha honra:
Lola e Turiddu s’amano,
Lola e Turiddu amam-se,
io piango, io piango!
eu choro, choro!
CAVALLERIA RUSTICANA
CAVALLERIA RUSTICANA
SICILIANA «O LOLA CH’AI DI LATTI LA CAMISA»
SICILIANA «Ó LOLA QUE TENS A CAMISA DA COR DO LEITE» ***
O Lola ch’ai di latti la camisa
Ó Lola que tens a camisa da cor do leite,
sì bianca e russa comu la cirasa,
és branca e vermelha como a cereja,
quannu t’affacci fai la vucca a risa,
quando apareces à janela e ris;
biato cui ti dà lu primu vasu!
feliz aquele que te deu o primeiro beijo!
Ntra la porta tua lu sangu è sparsu,
Há sinais de sangue na tua porta
e nun me mporta si ce muoru accisu…
mas não me importo de ser morto;
E s’iddu muoru e vaju mparadisu
se por tua causa morrer e for para o paraíso
si nun ce truovo a ttia, mancu ce trasu. Ah!
não me sentirei lá bem se tu lá não estiveres Ah!
19
[IT]
PAGLIACCI
PAGLIACCI
[PT]
ÁRIA NEDDA «STRIDONO LASSÚ»
ÁRIA NEDDA «COMO CANTAM LIVRES LÁ NO ALTO» *
Qual fiamma avea nel guardo.
Que olhar ameaçador me lançou!
Gli occhi abbassai per tema ch’ei leggesse
Baixei os olhos com receio
il mio pensier segreto.
que ele lesse os meus pensamentos!
Oh! s’ei mi sorprendesse,
Se ele me apanhasse, bruto como é!
bruttale come egli è. Ma basti, orvia.
Basta! São apenas pensamentos
Son questi sogni paurosi e fole!
de medo e sem sentido!
O che bel sole di mezz’agosto!
Que belo sol de verão!
Io son piena di vita, e, tutta illanguidita
E eu, cheia de vida, sedenta
per arcano desìo, non so che bramo!
e ardente de desejo, sem saber o que quero!
Oh! che volo d’augelli, e quante strida!
O voo dos pássaros! Que agitação!
Che chiedon? Dove van? Chissà!
Que pedem eles? Para onde vão?
La mamma mia, che la buona ventura
A minha mãe, que previu o meu futuro,
annunziava, comprendeva il lor canto
conhecia o canto dos pássaros
e a me bambina così cantava:
e imitava-mo quando era criança.
hui! Stridono lassù, liberamente
Voando como setas,
lanciati a vol come frecce, gli augel.
como cantam livres lá no alto!
Disfidano le nubi e il sol cocente,
Quando cruzam os céus,
e vanno, e vanno per le vie del ciel.
desafiam tempestades e o sol abrasador!
Lasciateli vagar per l’atmosfera
Desejosos e ávidos de ar e esplendor,
questi assetati d’azzurro e di splendor;
que prossigam a sua viagem;
seguono anch’essai un sogno, una chimera,
também eles seguem um sonho
e vanno, e vanno fra le nubi d’or.
repousando nas nuvens de ouro.
Che incalzi il vento e latri la tempesta,
Que ventos e tempestades os embalem,
con l’ali aperte san tutto sfidar;
tudo desafiam de asas abertas;
la pioggia, i lampi, nulla mai li arresta,
não temem chuva ou relâmpagos,
e vanno, e vanno, sugli abissi e il mar.
e voam por cima dos abismos do mar.
Vanno laggiù verso un paese strano
Dirigem-se para um país estranho,
che sognan forse e che cercano invan.
para uma terra sonhada por eles
Ma i boëmi del ciel seguon l’arcano
que em vão procuram…
poter che il sospinge, e van, e van!
Vagabundos do céu obedecem
apenas à força secreta que os guia.
20
[FR]
FAUST – RECITATIVO E ÁRIA
FAUST – RECITATIVO E ÁRIA
[PT]
«AH ! JE RIS DE ME VOIR SI BELLE...»
«RIO DE VER-ME TÃO BELA...» *
Les grands seigneurs ont, seuls, des airs si résolus,
Só os grandes senhores têm aquele ar resoluto
avec cette douceur !
aliado a tanta doçura!
Allons, n’y pensons plus !
Vamos, basta de pensar nisso!
Cher Valentin ! si Dieu m’écoute,
Querido Valentim, se Deus me escutar,
je te reverrai !... Me voilà toute seule !..
rever-te-ei! Eis-me completamente sozinha!
Un bouquet...
Um ramo de flores…
C’est de Siébel, sans doute ! Pauvre garçon !
É de Siébel, sem dúvida! Pobre rapaz!
Que vois-je là ?
Que vejo ali?
D’où ce riche coffret peut-il venir ? Je n’ose
De onde poderá ter vindo estojo tão rico? Não ouso
y toucher et pourtant ... Voici la clef, je crois ! ...
sequer tocá-lo, e contudo, creio ser esta a chave!
Si je l’ouvrais !... ma main tremble ! Pourquoi ?
E se o abrisse? Treme-me a mão… Por que será?
Je ne fais en l’ouvrant rien de mal, je suppose !
Se o abrir, nada farei de mal, penso…
Ô Dieu ! que de bijoux !
Céus! Quantas joias!
Est-ce un rêve charmant qui m’éblouit, ou si je veille ?
Será um sonho de encanto que me perturba, ou
estarei bem desperta?
Mes yeux n’ont jamais vu de richesse pareille !
Nunca os meus olhos contemplaram tal riqueza!
Si j’osais seulement
Se ao menos me atrevesse,
me parer un moment
por um segundo que fosse,
de ces pendants d’oreille ! ...
enfeitar-me com estes brincos!
Ah ! Voici justement,
Ah! Que vejo
au fond de la cassette
no fundo do estojo?
un miroir !
Um espelho!
Comment n’être pas coquette ?...
Como não resistir a admirar-me nele?
Ah ! je ris de me voir
Ah! Rio ao ver-me
si belle en ce miroir...
tão bela a este espelho...
Est-ce toi, Marguerite ?
Margarida, serás mesmo tu?
Réponds-moi, réponds vite !
Responde-me, responde depressa!
Non ! non ! ce n’est plus toi !
Não, não, deixaste de ser tu!
Ce n’est plus ton visage,
Não é mais o teu rosto,
c’est la fille d’un roi
mas sim a filha de um rei
qu’on salue au passage !
a quem saúdam à sua passagem!
21
[FR]
Ah ! s’il était ici !
Ah! Se ele estivesse aqui!
[PT]
S’il me voyait ainsi !...
Se me visse com tal preparo,
Comme une demoiselle,
semelhante ao de uma jovem
il me trouverait belle,
achar-me-ia bela.
achevons la métamorphorse !
Completemos a transformação!
Il me tarde encore d’essayer
Falta-me experimentar ainda
le bracelet et ce collier !
a pulseira e este colar!
Dieu ! c’est comme une main, qui sur mon bras se
Céus! É como se uma mão pousasse sobre o meu
pose !
braço!
Ah ! je ris de me voir
Ah! Rio ao ver-me
si belle en ce miroir !...
tão bela a este espelho!
LES CONTES D`HOFFMANN
LES CONTES D`HOFFMANN
BARCAROLLE «BELLE NUIT, Ô NUIT D’AMOUR»
BARCAROLA «NOITE DE ESPLENDOR, NOITE DE AMOR» *
Belle nuit, ô nuit d’amour,
Noite de esplendor, noite de amor,
souris à nos ivresses ;
sorri aos nossos êxtases!
nuit plus douce que le jour,
Noite mais doce que o dia,
ô belle nuit d’amour !
ó bela noite de amor!
Le temps fuit et sans retour
O tempo foge
emporte nos tendresses
e, com ele,
loin de cet heureux séjour ;
leva as nossas carícias
le temps fuit sans retour.
para longe deste lugar…
Zéphyrs embrasés,
Zéfiros escaldantes,
versez-nous vos caresses ;
banhai-nos com as vossas carícias!
zéphyrs embrasés,
Zéfiros escaldantes,
donnez-nous vos baisers.
dai-nos os vossos beijos!
Ah!
Ah!
Belle nuit, ô nuit d’amour !
Noite de esplendor, noite de amor…
22
FOTOGRAFIA
CONCERTO
Concerto do dia 28 JUN 2020 por ©SUSANA CHICÓ
/
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO OPART
Presidente CONCEIÇÃO AMARAL
Vogais ANNE VICTORINO D’ALMEIDA E ALEXANDRE SANTOS
Diretora Artística do TNSC ELISABETE MATOS
Siga as nossas páginas
de Facebook, Instagram
@SAOCARLOS
e Youtube e subscreva
/SAOCARLOS
@SAOCARLOS1793
a nossa newsletter para
SAOCARLOS.PT
acompanhar todas as
iniciativas da sua casa
de Ópera, em sua casa.
O IDEALISTA APOIA O TNSC
PARCEIRO PARA A COMUNICAÇÃO
SAOCARLOS.PT
#CULTURAÉIMAGINAÇÃO