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OCR Fireman Challenge Nº11

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À “ ASSOCIAÇÃO TERRAS D. PEDRO AFONSO”, NÃO IMPORTA O TAMANHO DO

DESAFIO, IMPORTA SIM, A PERSEVERANÇA E O ESPÍRITO DE UNIÃO ENTRE

TODOS!

À “ Associação Terras D. Pedro Afonso”, não importa

o tamanho do desafio, importa sim, a perseverança

e o espírito de união entre todos. Para

fazer justiça a este lema, esta associação que teima

em não se resignar, recusando-se mesmo

a parar, ou a regredir depois de todo o caminho já

percorrido, luta com todos os meios possíveis para que

a modalidade de OCR, continue em franca

expansão, dando alento a todos os atletas de elite e amadores

que anseiam o retorno a estas magníficas provas...

Dadas as circunstâncias consequentes da pandemia que

a todos assola, também o OCR, os seus atletas, organizações,

se tornaram vítimas “aprisionadas” e reféns,

da falta de um certo interesse do Secretário de Estado

da Juventude e Desporto (pelo défice de apresentação

de soluções alternativas, ou até de solidariedade para

com estas pessoas, que apenas querem ter um estilo de

vida saudável), que em momento algum publicamente

se manifestou a propósito do constante cancelamento

de provas há já mais de um ano. e... inevitavelmente

emergem relevantes questões:

-”Será que o Sr.Secretário de Estado da Juventude e

Desporto e Governo, sabem o que é o OCR?”

-”Será que esses Srs. têm conhecimento, que a cada

prova se mobilizam cerca de dois milhares de participantes

“?

-”Quais as estratégias dos Municípios para auxiliar estes

atletas e organizações?”

Apesar de todas as contrariedades, falta de respostas,

a “Associação Terras D. Pedro “Afonso”, com os seus

parcos recursos, mas munida da maior das vontades,

não se permitiu travar do firme e absoluto propósito de

alavancar de vez esta, modalidade, partilhando-a com

todos sem exceção, pois esta é uma atividade desportiva

de todos e para todos sem qualquer descriminação ou

limitação…

A “Associação Terras D. Pedro Afonso”, comunga da

ideologia de que “as palavras têm poder de persuasão”,

convictos de que a escrita quando publicada seja

em que língua for e a mensagem compreendida, jamais

serão esquecidas, por isso esta associação usa as palavras,

a escrita como o meio mais simples de abrir os

“grilhões” que enclausuram e suprimem as liberdades

desportivas do OCR , através da

“ Revista OCR Fireman Challenge “!

Ao longo destas edições, a temática focou-se na

importância do OCR e do quanto esta modalidade

contribuiu para que as pessoas se sentissem

mais felizes e realizadas ...Descobrimos que

o OCR é comum a todas as profissões, faixas etárias, a

todos os gêneros…

De certa forma ao longo desta caminhada, embrenhado-nos

nas vidas de todos os que testemunharam na primeira

pessoa, completamente despidos de “medos”ou

“preconceitos”e se tornaram uma inspiração para que

outros alcançassem a superação de si próprios…

Relatamos histórias de cortar a respiração, autênticas

forças da natureza, que não se estigmatizam pela sua

limitação, porque o mais importante é que, são pessoas

com corações inteiros apenas em corpos mutilados,

mas com mais garra de viver, do que muitos que vivem

em corpos formosos, mas com os corações amputados…

Contribuímos para a difusão de cuidados, alimentares,

fisioterapia, de saúde em especial com os pés, sem descurar

até o mais importante, nesta fase pandêmica com

os consequentes confinamentos, a estreita e imprescindível

colaboração da Psicóloga Dra. Sónia Sá, que assertivamente

ajusta cada artigo às necessidades gerais

de cada um de nós, fazendo-nos refletir e incentivando

a enfrentar os nossos “fantasmas”...

A “Associação Terra D. pedro Afonso”, obstinada em

perseguir um sonho, que é um sonho de todos os que

nos acompanham, desafiou-se novamente e através das

palavras, está a lançar-se na promoção de debates (Webinars)

sobre o OCR e de toda a sua envolvência!

A pandemia ou a desculpa da pandemia mudou e

transformou a vida de todos, mas não fez nem faz a

“Associação Terras D. Pedro Afonso”, desistir de tudo o

que, nobre e meritoriamente construiu até aqui!

Na próxima edição, venha celebrar conosco o nosso

1º Aniversário!

Contamos consigo!

firemanchallenge@gmail.com


CL


O OCR É UMA MODALIDADE RECENTE,

DE QUE FORMA ENTROU NA SUA VIDA?

À excepção da época da minha adolescência em que

praticava “dança” entre os 13 e os 18 anos, nunca fui

ligada ao desporto. A “dança” fazia-me feliz, contrariamente

à vida de ginásio que não me atraía de todo.

No início dos meus 40 anos de idade, estando eu com

algum peso a mais e o consequente cansaço ao subir

escadas, decidi que teria de fazer algo por mim mesma.

Em Setembro de 2017, o meu grande amigo Jorge Batista,

agora também meu companheiro de equipa e de

aventuras, me convidou para experimentar o “Cross-

Fit’’. Gostei mesmo da modalidade, tanto que a pratico

desde então até hoje! Foi precisamente com um

grupo da box que participei na minha primeira prova

de OCR, sem saber bem o que era ou do que é que se

tratava! Sempre fomos muito receptivos a aventuras

radicais ou não, desde que passássemos um dia diferente

em boa companhia. Para nós, era apenas mais

uma aventura, um domingo de diversão. Foi a “Scornio

Battle Race”, prova inserida na “Xfittest”, destinada

a atletas de OCR e de Crossfit. Foi também aqui que

tive o meu primeiro contacto com a “Scornio”.

ÁUDIA BALONA , 46 ANOS DE IDADE,

NATURAL DE LISBOA

ARQUITETA DE PROFISSÃO

COMO DECORREU A SUA

PRIMEIRA PROVA

EXPERIMENTAL DE OCR?

A primeira prova, foi a “Scornio Battle Race”, na praia

fluvial de Coruche, a 7/julho/2019, num percurso

combinado entre areia e água, que rondava os 500m,

com 12 obstáculos. Havia 2 escalões um de masculinos

outro de femininos, as saídas eram feitas com um

máximo de 20 atletas por cada heat e tínhamos um

tempo limite para conclusão do percurso. Tinha uma

particularidade, que não voltei a encontrar nas provas

seguintes, se não conseguíssemos transpor um obstáculo

não podíamos continuar para o seguinte e a prova

terminava ali. Após as várias rondas eliminatórias

vencia o mais rápido a completar o percurso.

Fruto da inexperiência no primeiro heat, nem me senti

nervosa. Simplesmente fui achando que ia conseguir

mesmo que precisasse de mais que uma tentativa.

-”Errado”! Tendo em conta a existência de, pelo

menos, um obstáculo em que era preciso uma técnica

específica para o transpor, não tendo eu alguma

vez sequer experimentado, pois foi ali mesmo que

fiquei, na subida da corda. Ainda assim fiquei apurada

para o segundo heat e aí já sentia algum nervoso,

muita adrenalina, seguindo focada em conseguir de

que maneira fosse, subir a bendita da corda! Quase

que consegui, sem técnica, apenas à base de força de

braços, mas quando estava à distância apenas de dois

dedos de tocar no sino, perdi por completo a força

nos braços e escorreguei praticamente 8m até aterrar

no chão. E entristeceu-me não poder experienciar os

restantes obstáculos, inclusive os que se encontravam

dentro de água. Tanto mais que, após a prova terminar

foi-nos permitido fazer o restante percurso e consegui

ultrapassar os restantes obstáculos. Portanto, a frustração

foi essa, ter sido uma simples uma corda, que além

de força requeria técnica, que me impediu de fazer o

percurso completo...

Desse dia, guardo a simpatia, o profissionalismo do

staff da Scornio e os momentos de diversão e convívio

passados com os meus colegas. E foi aqui que nasceu

o bichinho pelo mundo do OCR e que nos levou a

pesquisar onde e quando haveriam outras provas!


NA SUA SEGUNDA PROVA DE OCR,

QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS

ASSINALADAS?

A segunda prova foi a “OCR Police Challenge” 2019,

em Oeiras, realizada a 8/setembro/2019. As principais

diferenças foram a distância e a quantidade de obstáculos.

Foi passar de uma prova com 500 m e 12 obstáculos

para uma prova de 10 km e 30 obstáculos. Participei

com os colegas da box, com o nome de equipa “Caramelos

do Aço” (uma alusão à localidade onde vivemos e

à modalidade que praticavamos), na categoria Overall.

Como não estava habituada a correr tinha algum receio

da distância, contudo sempre tivemos um lema “começamos

juntos, acabamos juntos” e foi o que aconteceu.

Apesar de ao km 4 me ter magoado com alguma gravidade

numa perna, concluí o percurso juntamente com

os meus colegas, com bastante esforço e muita diversão

à mistura. Também nesta prova não senti ansiedade

mas sim entusiasmo! Na realidade, nessa altura ainda

não tínhamos sequer treinos específicos para a modalidade

OCR e fizemos a prova na vertente lúdica. Mais

um dia de convívio e diversão!

3ª PROVA, QUAIS AS PRINCIPAIS

ALTERAÇÕES QUE JÁ SENTIA NO SEU

CORPO E MENTE?

A terceira prova, realizou-se foi “Portimão Police Challenge”

2019, realizada na praia da Rocha a 27/outubro/2019.

Marcou pela diferença, por ser praticamente

toda em areia. Nesta prova apesar de ainda em Overall

já íamos com o espírito de avaliarmos a nossa evolução

a nível de transposição de obstáculos pois tínhamos em

vista o momento em que nos escreveríamos na categoria

de Elite. Ambicionavamos esse objetivo! Estava

lesionada no braço, pelo que fiz a prova medicada.

Apesar das fortes dores, nunca me passou pela cabeça

desistir… Regra geral no mês de outubro a água já tem

uma temperatura um pouco desagradável. Sendo eu

bastante friorenta, foi interessante perceber que quando

chegou a altura de ir ao mar, e apesar de quase nem

estar a acreditar que o ia fazer, fi-lo sem pestanejar.

Alterações...a nível físico sentia-me mais preparada e

era sempre perceptível alguma evolução de prova para

prova. A nível mental já são características minhas, o

espírito de sacrifício e a resiliência. Não sou demasiado

competitiva mas gosto de fazer o melhor e estar em

constante evolução.

APESAR DO OCR SER

UMA MODALIDADE

RECENTE NA SUA

VIDA, NÃO PÁRA DE SE

DESAFIAR, COMO

EXPERIENCIOU AS 27

HORAS NA

“ SCORNIO”?

Quem é que dizia que nunca

mais voltaria a repetir uma experiência

militar, devido ao treino

“Scornio de janeiro/2020”?

Eu! Pois é! O que a Pandemia e

o confinamento vieram provocar...

Farta de estar em casa, assim

que a “Scornio” conseguiu

confirmar que os seus eventos

se iriam realizar, inscrevi-me no

“Scornio Insane 50h” agendada

para outubro de 2020. Atrás

de mim, seguiram-se outros

membros da equipa Carlitos

OCR. Entretanto pensamos que

o “Scornio Survival” seria uma

boa preparação para o “Insane”

e também nos inscrevemos. Realizamos

o “Survival Dinâmico”

de 20 a 21/junho/2020, em

Sintra, na Cerâmica de Vale de

Lobos. Curso teórico-prático de

técnicas de sobrevivência com

uma duração de 27 horas, onde

se aprende o que é necessário

para fortalecer a autoconfiança

numa situação inesperada

de sobrevivência. Técnicas de

orientação, montanhismo, socorrismo,

sinalização de resgate,

entre outras!

Scornio Training – Avançado

Mais um treino militar Scornio,

desta vez no nível avançado, que

se realizou no Regimento dos

Comandos, na Serra da Carregueira,

a 19/setembro/2020.

Para além da pista de obstáculos,

fizemos simulação de

combate em cenário de guerra,

com técnicas de deslocamento e

aproximação à zona quente com

a respectiva extração de feridos.

Alguns dos exercícios e dificuldades

sentidas foram-me bastantes

úteis para o “Insane”.


O OCR

MUDOU A

MINHA VIDA


QUAIS OS MOTIVOS QUE A LEVOU A JUNTAR SE À EQUIPA

DO “CARLITOS OCR”?

Em novembro de 2019, descobrimos um evento no facebook criado pelo Carlos Milhano,

para um treino de preparação para corridas de obstáculos. Nessa altura não

fazia ideia de quem era o Carlos, apesar de já nos termos cruzado com ele nas provas

em que participamos. Fiz uma pesquisa rápida e fiquei super entusiasmada com

o percurso desportivo do Carlos, com o que já tinha conquistado, a quantidade e

qualidade de provas em que já tinha participado, pelo que nem hesitei e inscrevi-me

juntamente com alguns elementos dos ‘Caramelos do Aço’. Posso dizer que foi uma

manhã fantástica, com muita diversão à mistura, onde conheci pessoas maravilhosas,

algumas delas que ainda fazem parte da minha vida atual enquanto companheiros

da equipa que se viria a formar mais tarde. Relativamente ao Carlos, é uma pessoa

muito humilde, trabalhador, companheiro, e que tem uma paixão enorme por esta

‘vida’. O treino correu tão bem que, rapidamente passaram a existir mais treinos e

com uma tendência cada vez mais próxima. Antes da pandemia nos travar, fazíamos

treinos semanais, ao sábado ou domingo. Treinamos no meio do mato em obstáculos

naturais e a maioria criados pelo Carlos com material reciclado. Existem obstáculos

dispersos por uma área bastante extensa pelo que nenhum treino é igual. O Carlos

tem o cuidado de fazer percursos diferentes em cada treino, para que possamos

treinar os vários obstáculos, que seria impossível fazer em apenas uma manhã. Outra

particularidade é que em cada percurso, está incluído pelo menos um obstáculo

mais propício à brincadeira, onde libertamos ainda mais a criança que está dentro

de nós. Por norma começamos às 8:30h e terminamos às 12:30h, mas nem sempre

conseguimos cumprir, acabando por prolongar para mais tarde. Um exemplo de treino

poderá ser...começamos com um aquecimento, seguidamente fazemos alguma

corrida até chegar ao primeiro núcleo de obstáculos, transpomos, seguimos com a

mesma métrica intercalando corrida com obstáculos. Mais para o final podemos fazer

um género de gincana ou jogos tradicionais seguido de um pequeno período de

descanso onde temos direito a um chocolate ou peça de fruta, seguindo depois para

o último grupo de obstáculos. Por fim terminamos com uma pequena caminhada até

à zona de saída. Nos obstáculos temos um pouco de tudo: suspensão, cordas, pneus,

pesos, correntes, rampas, equilíbrio, pontaria, subir, rastejar, pendurar, túneis, entre

outros. Nos obstáculos de diversão podemos contar com um slide, com um baloiço

e até com um escorrega aquático que termina numa enorme tina com água!

Por tudo isto e pelo espírito criado e cultivado do Carlos para nós e entre as diversas

pessoas que se foram juntando aos treinos, desenvolvendo-se uma empatia cada vez

maior, que culminou com a ideia de formarmos uma equipa. E, foi assim que nasceu

a “Equipa Carlitos OCR”, no início do ano de 2020!


COM A EQUIPA DA “SCORNIO”,

EXPERIMENTOU TAMBÉM UM TREINO

MILITAR, QUAIS OS PRINCIPAIS

CONTRASTES COMPARANDO COM

TODOS OS OUTROS TREINOS QUE TEVE

ATÉ AO MOMENTO?

Como forma complementar o treino, na seguinte prova

decidimos ir fazer o treino militar da “Scornio”, que

se realizou no Regimento dos Comandos, na Serra da

Carregueira, a 11/janeiro/2020. Como era o primeiro

treino desse género, fomos no curso para iniciados. Fui

com três elementos do nosso grupo de treino. A principal

diferença foi a vertente psicológica que está sempre

muito presente nos treinos e provas “Scornio”. A

primeira parte do treino consistiu no deslocamento da

zona de partida, onde tínhamos os carros, até à pista de

obstáculos, em passo de corrida. Na pista foram ensinadas

algumas técnicas que depois pusemos em prática

transpondo os obstáculos em modo treino e em modo

competição. Depois fomos novamente em modo corrida

até à zona dos carros pensando que o treino estava

a acabar. Mas não! Estava a começar a parte do treino

mais difícil e que eu não antecipei, que contemplou

lama, água, rastejar, arame farpado, água...frio, muito

frio! Como referi acima sou muito friorenta e nunca

imaginei que em janeiro com 5ºC de temperatura exterior,

alguém me iria obrigar a entrar dentro de água!

Mas foi o que aconteceu! Ainda assim, nem por um momento

pensei em não executar o que me estava a ser pedido.

E apesar de momentos mais tarde, num momento

de briefing, nos estarem a dizer que o frio é psicológico,

eu só queria que aquilo acabasse para poder vestir roupa

quentinha. Até então, nunca tinha sentido tanto frio

na minha vida! Posso dizer que me senti traumatizada

e que pensei nunca mais repetir a experiência. Demorei

dois a três dias para recuperar o movimento completo

de alguns dedos das mãos. Para mim aquela experiência

tinha sido a última!

COMO DECORREU A SUA 4 ª PROVA NA

“WILD CASCAIS “E PELA PRIMEIRA VEZ SAÍ

DA BOX DE PARTIDA EM EQUIPA, COMO

DECORREU ESSA NOVA EXPERIÊNCIA?

a meio do percurso quando começámos a ultrapassar

atletas que tinham saído 1h antes de nós na categoria

Elite. Foi nesse momento, que decidimos que na próxima

prova, iríamos experimentar sair na categoria de

Elite. Nesta prova, experienciamos a subida ao pódio

como a equipa mais numerosa pela “Naus”!

Nessa altura o meu comprometimento com o OCR já

estava bem vincado, tanto que abdiquei do almoço de

aniversário da minha irmã mais nova, para participar

na prova. Entretanto, a minha família já percebera a importância

que esta prática desportiva tinha e tem na

minha vida, por isso não ficaram melindrados com a

minha ausência, que acabei por compensar mais tarde!

A minha mãe e irmãs, dizem-me muitas vezes que notam

muita diferença em mim desde que comecei a praticar

‘este desporto’, que estou uma pessoa mais alegre,

extrovertida, compreensiva e leve.

Até dizem que

tenho outro brilho!

A “Wild Challenge Cascais”, foi realizada a 1/dezembro/2019

no Parque Natural de Sintra-Cascais. Como

entretanto os ‘Caramelos dos Aço’ se tinham dispersado,

restando eu, o Jorge Batista e a Susana Pereira, fomos

convidados pela equipa “Naus” a participar nesta

prova enquanto membros. Aceitamos mas, sem arriscar

a categoria de Elite. Fomos em Overall. Foi uma

prova muito difícil pelas condições climatéricas e pela

altimetria. Grande parte do percurso foi feito debaixo

de chuva, tornando alguns obstáculos bastante escorregadios

que dificultaram muito a sua execução. Apesar

das dificuldades sentidas, ainda não estávamos nem


SEMPRE EM CONSTANTE DESAFIO EM

FEVEREIRO 2020, O QUE A MOTIVOU A

PARTICIPAR NUMA OUTRA PROVA EM

REGIME DE ELITE?

A 23/fevereiro/2020, participei no “STC Ultimate Obstacle

Challenge Selvagem 2020”, no “Badoca Safari

Park” e tal como decidido após a “Wild de Cascais”, saímos

na categoria Elite, pela primeira vez. Não só nos

sentíamos mais bem preparados, como queríamos ter

a oportunidade de sair nos primeiros grupos para não

termos os obstáculos congestionados quando os tivéssemos

de transpor. Nesta altura já estávamos a formar

a equipa “Carlitos OCR”, no entanto quando nos inscrevemos

na prova a mesma ainda não estava formada

e fizemos a inscrição pela “Naus”. Fomos três raparigas

e três rapazes. As saídas eram distintas, os rapazes saíram

primeiro e depois saíram as raparigas. Nós mantivemos

o nosso lema ‘começamos juntos, acabamos

juntos’, porém a Carla Rocha lesionou-se numa perna

logo no segundo obstáculo, onde tínhamos de fazer um

pequeno percurso a carregar com um saco de areia de

um ponto para outro. A partir daí, fomos fazendo o restante

percurso ao ritmo possível.. Por este motivo nunca

nos passou pela cabeça que existia alguma hipótese

de ficarmos bem classificadas. Fomos ultrapassando

os obstáculos com serenidade, pois na nossa cabeça,

já não estávamos em modo competição, pelo que foi

surpreendente quando passámos a linha da meta e nos

informaram que iríamos ao pódio! Não nos tínhamos

apercebido que apesar de muitos elementos femininos

terem passado a meta antes de nós, tinham perdido a

pulseira em obstáculos que não conseguiram transpor,

e já estavam desclassificadas... Os obstáculos mais difíceis

foram os de suspensão, nomeadamente um combinado

que era dos últimos antes da meta, não superei à

primeira, julgo ter feito umas três ou quatro tentativas

até conseguir! Desde a minha primeira prova até esta,

tinham passado apenas sete meses, em que apenas três

foram com treinos frequentes e regulares com o Carlos

Milhano.

Pisar o pódio pela primeira vez deu-me uma satisfação

muito grande e simultaneamente serena. O nervoso

veio depois quando me chamaram para ser entrevistada,

pois sou naturalmente tímida e as câmaras intimidam-me

deixando-me desconfortável.

Esta foi a prova que mais gostei, mas em nada teve com

a subida ao pódio, somente um conjunto de pormenores,

a envolvente, a atmosfera, os cenários com a presença

de animais e a organização que foi fantástica, com

vários pontos de abastecimento durante o percurso e

com uma simpatia incrível do pessoal do staff, muito

acolhedores. E ainda culminou com um safari de oferta!

NA FASE DOS CONFINAMENTOS

PARTICIPOU EM DESAFIOS VIRTUAIS,

QUAIS?

Em maio de 2020 (18 a 23) participei no desafio “solidário

Animal em Casa”, do “Badoca Safari Park”, para

ajudar na alimentação dos animais, tendo em conta que

o parque teve de fechar e não estavam a gerar receitas.

Tive conhecimento deste desafio por ter participado

na prova em fevereiro e fomos informados via email.

Participei pelo meu amor aos animais e como forma de

me manter ativa, com um donativo em troca de treinos

diários que nos eram propostos. Fiz todos, na categoria

Elite. Os treinos eram publicados nas redes sociais

permitindo que se gerasse uma corrente enorme e se

juntassem cada vez mais pessoas à causa. Os donativos

ultrapassaram em muito o objetivo inicial proporcionando

mais meses de alimentação para os animais. No

final, foram atribuídas medalhas de participação, e para

as pessoas que contribuíram com valores mais elevados

essas medalhas podiam ser físicas e seriam enviadas por

correio. Ainda assim tínhamos a hipótese de recusar

receber a medalha física revertendo o valor da mesma

para a causa, o que eu fiz. Bastou ficar gravado no coração.

Fiquei muito feliz com o alcance que esta iniciativa

teve e em ter contribuído de alguma forma!

No início de maio também já tinha participado no desafio

virtual “Mountain Police Challenge”, que consistia

numa simulação de prova, pela prova Police que não se

realizou em Seia devido à pandemia. Tivemos de realizar

11,8 km de corrida e 11 obstáculos.

Mais recentemente participei no desafio virtual da

Federação que decorreu no mês de fevereiro/2021, o

“OCR Web Challenge”, que teve como objetivo divulgar

a modalidade, torná-la mais visível e ao mesmo tempo

manter os atletas motivados para continuarem a treinar.


FOI POR INSATISFAÇÃO OU BUSCA DE

MAIORES DESAFIOS, QUE A LEVARAM A

INSCREVER-SE NAS 50 HORAS

PROMOVIDAS PELA “ SCORNIO?

Foi um misto dos dois, bem como pela inexistência de

provas OCR que tinham sido canceladas e/ou adiadas,

o facto de não haver previsão para quando seria possível

retomar. Uma das colegas de treino, que já tinha feito

uma prova “Insane”, de quando em vez contava-nos

alguns pormenores e do que consistia uma prova desse

género. Devido ao que referi anteriormente, entendi

ser a hora de me desafiar a esse nível. Achei que o meu

maior problema seria o frio, e de facto confirmou-se,

nunca pensei que seria tanto tempo. Foram poucos os

momentos em que conseguíamos estar completamente

secos.

A prova foi realizada em Tomar, de 3 a 5/outubro/2020.

Apesar de me ter inscrito inicialmente sozinha, outros

colegas se juntaram e acabámos por ir 8 elementos da

equipa “Carlitos OCR”.

A “Scornio Insane”, é uma prova desportiva inserida

no grupo das “Death Races”, baseada nas técnicas de

treinos das tropas especiais: comandos, paraquedistas

e rangers. Testa-nos física e mentalmente! Fomos confrontados

com corrida, rucking, atividades diurnas e

noturnas, exercícios físicos e mentais, ação psicológica

com origem em estímulos diversos, água, frio, alimentação

racionada, orientação, e outros. Só quem lá esteve

sabe o que se passou, o que se sentiu, o que se superou,

este foi o autêntico e mais fidedigno significado do

“troféu”, com que fomos galardoados no final da prova

! Na realidade, ainda hoje, não consigo reconstituir

cronologicamente tudo o que fiz e ultrapassei, tal foi o

ritmo e a intensidade, apenas com recurso a registos

fotográficos, é que me vou lembrando da cadência e

ritmo dos acontecimentos!

No final foi gratificante receber várias mensagens dos

instrutores que nos acompanharam e destaco esta do

César mais conhecido por “Diabo”:

“- És enorme ”. Nunca nada vai parar essa tua vontade

de vencer. “Parabéns”!

Confirmo que perante algumas dificuldades, apenas as

considero apenas um obstáculo, mas que tenho capacidade

de ultrapassar e... ultrapasso!

EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS É QUE O SEU

CAMINHO SE CRUZOU COM O DA ASSOCIAÇÃO

TERRAS D. PEDRO AFONSO, RESPONSÁVEL

PELAS EDIÇÕES DO “OCR FIREMAN

CHALLENGE”?

Através das redes sociais e mais assiduamente após a

partilha da entrevista dada pelo Carlos Milhano à “Revista

OCR Fireman Challenge”. Um dos meus amigos

e colega de equipa, o Jorge Batista, que também já foi

entrevistado por vós, bem como outros atletas com

quem já me cruzei em provas ou com quem já treinei.

Foi quando percebi que davam importância a todos os

atletas e não apenas à Elite da modalidade. Os restantes

conteúdos têm igualmente muito interesse, muitos deles

relacionados a temas que são importantes aos atletas

e que não são de fácil acesso/pesquisa. Mesmo durante

o confinamento têm-se mantido muito ativos, não deixando

esmorecer a modalidade, o que é de louvar! Na

minha opinião estão a fazer um trabalho excelente! Já

ouvi por um “passarinho” que têm prevista uma prova

de “OCR Fireman Challenge ainda para 2021”, com características

diferenciadoras, em que tenho todo o interesse

em participar. Aguardo novidades!

É UMA LEITORA ASSÍDUA DA “ REVISTA OCR FIREMAN

CHALLENGE, QUAIS AS SUAS CONSIDERAÇÕES E

SUGESTÕES?

A “Revista OCR Fireman Challenge”, é um dos melhores

meios de dar a conhecer a modalidade e a comunidade

OCR, também pelo fácil acesso que temos

à mesma. Complementarmente às histórias dos atletas,

muitas vezes inspiradoras, têm outros conteúdos de excelência

de variados temas como fisioterapia, osteopatia,

psicologia, nutrição, etc. Por exemplo, foi engraçado

ler a entrevista do Carlitos, porque se por um lado confirmei

tantas características que lhe são inatas e que tanto

aprecio nele, oportunamente descobri outras curiosidades

que mesmo convivendo com ele, ainda não

tinham sido tema de conversa, como o facto de apesar

de já ter alguns títulos e muitas provas de sucesso, na

realidade pratica a modalidade há relativamente pouco

tempo (iniciou em 2017). Igualmente interessante ler a

entrevista do César “Diabo”, por quem tenho bastante

admiração, e que desconhecia muito do seu percurso e

das motivações que fazem dele o que é hoje!




fundamental e nunca deve ser descurada. Fui

“Piloto de karting” durante imensos anos, desde os

meus 17 anos, estive ligado à modalidade até 2015,

tendo organizado várias provas, muitos eventos,

tendo competido a um nível mais sério nos meus 20 anos.

Ao fim de muitos anos na modalidade, ganha-se

alguma saturação natural e a falta de entusiasmo

para ir para as pistas acabou por ditar o abandono...

RUI SILVA, 48 ANOS DE IDADE,

NATURAL DE LISBOA,

ENG. INFORMÁTICO

Ter priorizado a sua carreira profissional,

fê-lo afastar-se do desporto?

Porquê?

Em determinadas alturas, a nossa carreira profissional

deve ter alguma preponderância, visto que

para atingir os objectivos a que nos propomos serem

muitas vezes exigentes, consomem muito do

nosso tempo, o que obriga a que nem sempre a escolha

de um estilo de vida saudável e exercitado seja

fácil de ser conciliado. Com a experiência e à medida

que esses objetivos vão sendo atingidos, também

nos mostra que a prática de exercício físico é

Depois da sua interrupção

desportiva, quando e em que

circunstâncias voltou?

O OCR, foi uma modalidade que descobri por acidente,

me fez recuperar o entusiasmo de competir,

rir e conhecer muita gente nova. Muito por “culpa”

de um amigo meu, que me falou em fazer uma

prova muito gira, que iria realizar-se no Algarve,

a “Wild Inferno” em 2015, mas acabei por ir sozinho

e fiquei super entusiasmado! A prova foi super

gira, não tinha noção do que ia encontrar, alguns

obstáculos e pouco mais ! Mal sabia que ia rastejar,

andar no lodo, nadar, saltar paredes e carregar

com sacos de areia, foi um espetáculo ! Escusado

será dizer que a diversão trouxe o preço no dia seguinte,

mal me mexia com dores nas pernas, braços,

em todo o lado ! Mas o interesse, esse já lá estava!


A primeira prova marcou-o tanto, que passou a traçar objetivos, quais?

A primeira prova marcou-me ao ponto de passar a

treinar com um objectivo, ao invés de anteriormente

treinar com afinco, mas sem ter um objectivo específico

em frente... passei a treinar a “força”, com mais

frequência, a tomar conhecimento dos obstáculos e

da técnica de passagem de alguns dos obstáculos. Passei

depois por meter na cabeça que queria fazer provas

da “Spartan”, porque me identifico com o espírito

das provas, duras, com altimetria e cargas elevadas,

bons desafios mentais e físicos no geral. Acabei por

no ano seguinte correr uma “Tripla Trifecta”, fazendo

provas em Andorra, Inglaterra e Espanha, até obter

o objectivo bem suado que foram as tais nove provas

spartan num ano! Nessa altura, além de correr,

também as provas nacionais, era o início das provas

de obstáculos para um público maior em Portugal.

Ultimamente, com o acontecimento da pandemia,

acabei por montar um ginásio de crossfit

completo em casa, o que me fez conseguir treinar

com regularidade e com a mesma (até maior)

intensidade com que treinava anteriormente,

quando treinava no OCR LAB Portugal, onde fazia

treinos especificos de obstáculos de OCR.

Hoje o treino passa muito por conjugar a corrida,

um elemento sempre presente nas provas, com condicionamento

metabólico e força, quer seja com recurso

ao remo, skierg ou bikerg, ou treinos de força

com recurso a Barra, dumbbells e Kettlebells. Nao

falta escolha dos metodos de “tortura” !

Mas sempre bem acompanhado pela irmã Teresa Silva

e amiga Angela que fazem os nossos treinos sempre

em segurança. Nos fins de semana em que é permitido

viajar, optamos sempre por ir correr ou andar

de BTT para a Serra de Sintra. Esta serra encontra-se

integrada no Parque Natural de Sintra-Cascais, é um

‎ local muito procurado por várias excursões turísticas

para além dos “amantes” praticantes dos desportos,

nomeadamente a escalada e montanhismo, já

que as escarpas estão, na maioria, orientadas a oeste,

o que aumenta o tempo de luz em tardes de verão.

É na Serra de Sintra que se localizam, o Castelo dos

Mouros, o Palácio da Pena, o Convento dos Capuchos,

o Palácio Nacional de Sintra, o Palácio de Monserrate

e a Quinta da Regaleira Esta serra contém uma vegetação

única, com cerca de novecentas espécies de

flora são autóctones e 10% são endemismos. Algumas

delas são o carvalho, sobreiro e pinheiro-manso,

também possui uma fauna riquíssima, sendo exemplo

dela, a raposa, a gineta, a toupeira, a salamandra,

o falcão peregrino, a víbora e diversas espécies

de répteis escamados. O seu clima é temperado com

bastantes influências oceânicas!

Na serra de Sintra, também conhecida como Monte

da Lua, disfrutamos não só de ar puro, como também

de paisagens exuberantes, conseguimos ter a percepção

clara do distanciamento da cidade e a felicidade

plena de poder correr num ambiente tão

fantástico nesta Serra de

Sintra !


Quando e quais as principais

mudanças que surgiram no “ Rui”

antes e depois do OCR?

Como disse antes, ter um objectivo que nos foca a

treinar faz toda a diferença, a motivação aparece na

forma de nos preparamos o melhor possível para

provas que sabemos de antemão, virem a ser bastante

exigentes e que quanto melhor preparados estivermos,

mais fácil as provas se tornam. No interlúdio

destas provas Spartan, acabei por travar conhecimento

com equipa da Wild, tendo inclusivamente

ida a Nova Iorque fazer uma prova de 5Kms de estádio,

para trazer o conceito para cá, foi das provas

mais divertidas que fiz, o conceito é fantástico, e foi

assim que nasceu a primeira prova de Obstáculos em

estádio, a nível nacional, no estádio do Benfica! A

sensação é indescritível, de tal forma que fiz a prova

3 vezes nesse dia, uma para “competir”, outra para ir

com a minha irmã que estava a iniciar nas OCR também,

e depois também com um grupo de amigos que

tinha convencido a experimentarem, só posso dizer

que foi um dia muito bem passado, por mais que as

minhas pernas não tivessem concordado nesse dia !

Como

decorreu o seu

processo de ingresso na equipa da

“Wilde”?

O processo foi no seguimento da primeira prova em

que participei...Posteriormente, enviei um extenso

e-mail , a parabenizar pela realização do evento,

bem como sugestões de melhorias. Acabamos por falar

em provas subsequentes, sendo desta forma que

se estreou a minha colaboração com a “Wild”, algo

que muito prezo e continuo a fazer com muito gosto!

Os confinamentos de que todos

fomos alvo, fizeram regredir ou

condicionar a sua forma física ou

outra? De que forma?

Eu já sabia por experiência do passado, das consequências

que o tornar-me inativo tem sobre o nosso

corpo e sobre o nosso humor, quando se deu o evento

da pandemia, tornei minha prioridade de que mesmo

não podendo treinar fisicamente no “OCR Lab”, não

iria ceder ao sedentarismo, por isso adquiri algum do

material que considero fundamental para me manter

em forma e passei a treinar com qualidade. Este investimento

foi o melhor que poderia ter feito nesta

altura, já que posso dizer que tenho treinado com a

mesma intensidade, mesmo sem ter de momento nenhuma

prova agendada ou em vista nos tempos próximos

enquanto durar este cenário de pandemia...


Quais os problemas de base que

identifica no OCR?

Há estruturalmente dois desafios na modalidade OCR,

um que é referente às organizações, por ser necessário

uma logística importante para transporte dos materiais

necessários para a montagem dos obstáculos, pela

quantidade de pessoas necessárias para montarem fisicamente

os obstáculos, tratarem dos percursos, etc.

O outro desafio prende-se com as desculpas que

as pessoas muitas vezes inventam para se colarem

ao sofá. “Vocês correm muito”... “não estou

em forma, vou quando estiver em forma…” são as

desculpas típicas do medo de fazer algo que parece

inicialmente como inumanamente difícil, para

se aperceberem do quanto estas provas são divertidas.

Isto porque a maior vertente destas provas

é sempre a vertente não competitiva, onde um

grupo de amigos se juntam para se desafiarem e

ajudarem mutuamente num ambiente saudável.

Quais as provas que se eternizaram

em si e porquê?

Andorra, estará sempre como uma das provas que

imediatamente me lembro, se alguém me perguntar

quais os maiores desafios. Sem dúvida 21 a 30 Kms

a subir montanhas que, a maioria das pessoas só conhece

a descer em tempos de neve, a exigência dos

obstáculos, a beleza das paisagens, não posso pensar

em muitas outras formas de maior felicidade, mesmo

que acabe o dia exausto! É de tal forma que todas

as edições da prova de Andorra estive presente, desde

2016, excepção feita a 2020 por motivos de pandemia,

apesar da prova se ter realizado, optei por não ir.

N u m

registo

diferente,

uma

prova que

me marcou

imenso foi sem

dúvida a prova

“Death Or Glory”,

da “Wild”, uma prova

super desafiante,

com duração de 40 horas, deu muito

para aprender sobre os nossos limites, acima

de tudo para perceber que mesmo na exaustão,

aguentamos sempre mais, e mais,

Qual

a importância

da Associação

Terras D. pedro

Afonso, ao desafiar a inclusão

no projecto “ OCR Fireman

Challenge “ o ``OCR-A’’?

Nos dias de hoje, em que os eventos tentam ser o mais

inclusivos possível, a criação do OCR-A é só por si,

um marco fundamental para a modalidade, tornar

estas corridas o mais inclusivas é algo que considero

muito importante e deve ser nutrido pela associação!

bem como a prova só acaba quando

nos disseram oficialmente

que a terminamos, até lá....

tudo pode acontecer !

A “ Revista OCR Fireman Challenge”,

veio contribuir para maior

visibilidade da modalidade, atletas,

qual avaliação geral que faz da

mesma?

Com o projecto de divulgação a “Revista OCR Fireman

Challenge”, tem agregado valor ao longo das

edições e tem sido fantástico, para todos os atletas

poderem ter conhecimento das várias provas, das

equipas e das organizações! Sobre o trabalho desenvolvido

pela “Associacão Terras D. Pedro Afonso”,

considero que são um pilar central de informação. No

seu todo vejo a Revista e restantes dinâmicas, como

uma iniciativa não só extremamente positiva, como

fundamental para o crescimento da modalidade!




Nutrição Numa prova de


100 Milhas de Trail Running

A nutrição tem um papel fundamental para uma prova de Ultra Trail (UT), sendo as 36-48 horas prévias à

competição de extrema importância para saturar as reservas de glicogénio hepático e muscular, visto que, níveis baixos

geram fadiga. Desta forma deve ocorrer uma ingestão elevada de hidratos de carbono (HC) através de alimentos

com baixo teor de fibra (p.e. pão torrado, compotas, sumos) e por outro lado reduzir a ingestão dos outros macronutrientes.

Para além destes aspetos importantes, neste momento de preparação, deve ocorrer uma redução da lactose

(através da substituição por exemplo do leite por bebidas vegetais e/ou leite sem lactose), assim como, outros alimentos

incluídos nos FODMAPs (Fermentable Oligosaccharide, Disaccharide, Monosaccharide and Polyols) visto ser o

aumento de HC por si só uma sobrecarga para o intestino. Assim deve ocorrer uma ingestão de 7 a 12g de HC/kg/dia

(conforme tolerância e necessidades energéticas) ou em atletas com menor capacidade de absorver estas quantidades

com episódios de sintomas gastrointestinais (SIG) indesejáveis associados, devem considerar uma ingestão de 5g/kg.

Nas 4 a 1 horas (conforme preferência) prévias à competição deve ocorrer uma única refeição

com 1 a 4g de HC/kg porque, ao contrário das reservas de glicogénio muscular as hepáticas são utilizadas

constantemente e, desta forma, é necessária uma última sobrecarga. Ao nível das necessidades

hídricas deve ocorrer uma ingestão de 5 a 7ml de fluídos nas 4h prévias á competição, sendo que a 2h da competição

caso o atleta não tenha urinado ou a urina seja escura deve ocorrer uma nova ingestão de 3 a 5ml/kg.

Durante a competição é necessário ter em conta alguns aspetos importantes: manutenção dos níveis de fadiga

o mais baixo possíveis, diminuição da perceção de esforço, diminuição de episódios de SIG e se possível potenciar

a performance. Embora as provas de UT sejam mais dependentes da gordura como substrato energético, a

duração da corrida leva a que as reservas de glicogénio se tornem muito baixas gerando fadiga. Para além deste

fator, as demandas fisiológicas geradas pela altitude, temperaturas desfavoráveis e as longas horas de esforço

elevam o uso deste substrato energético. Desta forma é de extrema importância ter estratégias para conseguir

consumir o máximo número de HC sem ocorrer episódios de SIG. Assim seguem-se alguns pontos cruciais:

• Utilizar fontes de HC com proporção de 2:1 de maltodextrina: frutose, glicose/dextrose: frutose e glicose/dextrose:

sacarose e frutose;

• Para além do uso de géis/barras (ter em atenção a quantidade de gordura e fibra das últimas de modo a

diminuir episódios de SIG) poderá fazer sentido a adição de HC aos fluídos de forma a aumentar o seu aporte,

sendo que, no caso de bebidas desportivas só devem ser ingeridas as dos abastecimentos caso seja uma bebida

com que o atleta tenha treinado. Caso contrário o mesmo deve levar consigo a quantidade necessária para

juntar à água até ter novamente acesso à mesma;

• Consumir HC de suplementos com sabor agradável que poderá ser doce, salgado e por vezes fresco;

• Nos abastecimentos preferir alimentos com sabor salgado, por um lado, para “desenjoar” do doce e,

por outro, obter mais alguns HC e sódio em alimentos como canjas, sandes de presunto, arroz/massa, batatas

fritas, amendoins salgados entre outros (o atleta deve levar preparado mentalmente que alimentos fazem sentido

ser consumidos).

Durante a competição deve ocorrer em média uma ingestão de fluidos entre os 500 e os 750ml/h conforme as

necessidades e a sede. Devem também ser ingeridos eletrólitos através da suplementação e dos alimentos.

Numa prova desta dimensão existem também alguns suplementos que poderão ser úteis para a performance:

• A recomendação de cafeína é de 3 a 6mg/kg sendo que o seu pico é atingido entre 30 e 60 minutos

após a ingestão da mesma. No entanto, existem vários fatores genéticos, sendo que, esta predisposição afetará

negativamente alguns indivíduos que em vez de terem uma potenciação da performance, obterão alguns efeitos

secundários como o aumento da frequência cardíaca, tonturas, confusão, SIG, nervosismo e incapacidade

de concentração. Neste caso, uma suplementação de 1,5 a 3mg/kg será o suficiente. Como a cafeina possui um

tempo de semivida de 5 horas e uma prova de 100 milhas dura bastante mais, a ingestão de cafeína pode ocorrer

através de cafés, chás e bebidas de cola e em momentos em que a concentração diminui, o sono e o cansaço

aumentam poderá existir uma dose um pouco mais elevada através da suplementação de comprimidos de

cafeína na ordem dos 100 a 200mg de cafeína;

• A hortelã pimenta é um outro suplemento que poderá fazer sentido em ambientes quentes e húmidos,

visto que, através da estimulação dos recetores TRPM8 ocorre uma sensação de frescura. A sua ingestão deve

ser realizada através de fontes de cor verde ou azul claro, com uma frequência estipulada individualmente.

Em suma, existe uma infinidade de estratégias para ajudar a terminar, ou diminuir o tempo de prova. Estas

estratégias devem ser SEMPRE experimentadas em treino.


NUTRIÇÃO

RECEITA VEGETÁRIANA FILIPA CASTELA

1

PREP

COOK

5 min

15 min

PICADINHO DE VEGETAIS

COM ARROZ NEGRO

INGREDIENTES

2 alhos Caule e folhas exteriores de

1 couve flor

6 cogumelos marron ou brancos

1 punhado de ervilhas congeladas

1/2 pacote de natas de soja

1/2 chávena de caldo de legumes

azeite,

sal,

pimenta preta,

folha de louro,

sumo de limão

sementes de mostarda (opcional),

noz moscada (opcional)

amêndoas laminadas

1 chávena de arroz negro

CONFEÇÃO

Picar os alhos. Picar o caule e as folhas exteriores da

couve flor em pedacinhos de 1 ou 2cm. Picar igualmente

os cogumelos em pedacinhos de 2cm. Torrar as

amêndoas e reservar. Numa caçarola, em lume médio,

aquecer 1 fio de azeite com uma folha de louro e uma

colher de sobremesa de sementes de mostarda (opcional).

Quando estas começarem a saltar, juntar o alho

picado e saltear durante cerca de 1 minuto. Juntar os

pedacinhos de couve flor, mexer com frequência, e

deixar saltear durante uns minutos. Quando começar

a alourar, juntar a noz moscada (opcional) e o caldo de

legumes até cobrir parcialmente os pedacinhos de couve.

Deixar cozinhar até a água evaporar praticamente na

sua totalidade, mexendo com frequência. Juntar então as ervilhas, envolver bem, deixar saltear durante cerca de

3 minutos, e em seguida juntar os pedacinhos de cogumelos. Envolver tudo muito bem e deixar os cogumelos

reduzirem ligeiramente (cerca de 3 minutos). Adicionar as natas, retificar os temperos (sal e pimenta preta), e

deixar cozinhar até as natas ferverem. Apagar o lume, refrescar com umas gotas de sumo de limão, e colocar as

amêndoas laminadas torradas por cima do preparado.



A VIDA

JÁ ME

PREGOU

MUITAS

considerado um “Neófito”. Conforme se vão assimilando

as técnicas, familiarizando com a arte, passamos

sucessivamente pelos vários graus mais avançados

através de exames, sendo atribuídos, sucessivamente,

os cintos laranja, verde, azul, vermelho, (este, só em

Karate-do), e por fim, o cinto castanho. Fica-se então

candidato ao título de “Graduado”. Eu consegui

alcançar o “cinturão azul”. Durante esse tempo, ainda

entrei em alguns campeonatos de “Kata” conseguindo

uns pódios na minha categoria, sempre acompanhado

pelo mestre João Ramalho e o meu irmão Luís Castelo.

PARTIDAS

DESDE QUANDO ESTÁ LIGADO AO

DESPORTO?

Desde criança que estou praticamente ligado ao desporto!

Foi precisamente com os meus tenros seis anos

de idade, que comecei com a prática do “Atletismo”,

influenciado pelo meu pai que foi treinador de atletismo

durante muitos anos no “Desportivo Operário

Rangel”. Durante esse percurso, que durou cerca

de um ano, entrei em algumas provas e competições,

onde fui bem-sucedido arrecadando algumas taças

e medalhas para a casa. Claro que me sentia feliz e

motivado, mas esses sentimentos apenas duravam enquanto

não descobria outros mais estimulantes…

Aos sete anos de idade, já assistia a alguns filmes de

“Artes Marciais”, do ator Bruce Lee... Ambos me deslumbravam

e atraiam, tanto que as minhas brincadeiras

de criança, acabavam por se basear em trechos

de imagens do que via nos filmes, tentando reproduzir

alguns desses mesmos movimentos, com um desejo

fantasioso, imaginado-me ser um “karateca ou

Ninja…” O meu irmão ao assistir a vários episódios

daqueles disse logo “vens comigo para o karaté” e assim

foram durante sete anos consecutivos... As graduações,

representam a divisa do praticante, são traduzidas

através de uma peça de vestuário, que além

de acessório, é simultaneamente, útil e honorífico: “o

cinto (Obi)”. Quando se inicia o estudo de uma arte

marcial recebe-se um “cinto”, únicamente para segurar

o fato (Gi) e este é sempre de cor branca. É-se então

apoeira”, decorriam na “SFRAA- Sociedade Filarmónica

de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora”, mas

havia outras modalidades inclusive “Ginástica”, por isso

o material encontrava-se todo na mesma sala, então

uma vez antes da aula, decidimos ir saltar nos trampolins,

claro que não podíamos mas fomos na mesma, então

num dos saltos cai mal e acabei por partir a cana do

nariz, tendo necessitado de cuidados hospitalares, sendo

operado... Como castigo dos meus pais, não me deixaram

voltar para a capoeira. Então a minha atividade desportiva

ficou limitada à disciplina de Educação Física,

atividade que constava no programa escolar curricular.

No período de abstinência das atividades extracurriculares

e já com os meus vinte e dois anos de idade, sentia

que o estilo de vida que levava até então, não era o mais

saudável, além de ser fumador... e como o corpo é que

costuma pagar pelos nosso atos, acabei por contrair um

“pneumotórax”, foi um susto valente confesso, com uma

recuperação muito aborrecida e extremamente lenta,

tendo sido obrigado por ordens médicas a parar tudo

o que pudesse envolver esforço, pelo menos até voltar a

estar a 100% e só depois retomar à minha vida normal.


A OFERTA DE UMA BICICLETA

DESPERTOU NOVAMENTE O SEU

INTERESSE PELO DESPORTO?

Foi então que o meu irmão decidiu oferecer-me uma

bicicleta que tinha lá em casa parada, para eu começasse

a fazer algo de saudável novamente, então eu aceitei

e para além disso decidi também inscrever-me no ginásio

onde ele treinava. Após entrar para o ginásio e

querendo ganhar ritmo para a bicicleta, comecei a fazer

aulas de “cycling indoor (RPM) “em que a professora

na altura era a minha cunhada Tânia Martins, já com

algumas aulas e uns treinos de bicicleta cá fora, cheguei

PEDRO CASTELO, 37 ANOS DE IDADE,

NATURAL DE LISBOA ,

ELETROMECÂNICO DE PROFISSÃO

a participar num evento desportivo em que era uma

maratona de 8 horas por equipas de cycling nas docas,

foi um bom desafio, para quem tinha saído de uma recuperação

de um “pneumotórax”, foi brutal, aguentei

ali firme! Entretanto juntei-me a um grupo de amigos e

comecei a fazer “BTT”, mas tudo na desportiva, realizamos

alguns passeios de “cicloturismo”, participei em

duas provas que já não foi para passear mas sim, para

testar os meus limites uma delas Alvalade / Porto Covo

70k e outra foi na Maratona de Sintra 35k. Senti-me realizado

em ambas, porque comecei e acabei as provas,

pela primeira vez em ambiente competitivo,sentindo

aquela adrenalina, foi top! Entretanto o grupo foi-se

desintegrando até se dissolver, mas eu continuei com

os meus treinos de “BTT e Musculação”, mas sentindo

sempre que me faltava mais qualquer coisa, então fui

experimentar “Krav Maga” no ginásio onde eu já treinava.

Estava com um bom volume de treino bom em

boa forma física até que em 2013 aconteceu o pior…

QUAL O GRAVE REVÉS QUE

SUCEDEU EM 2013, COMO EXPE-

RIENCIOU A BREVE PASSAGEM

PELO “TÚNEL OBSCURO” E QUAIS

AS PERSPECTIVAS REDESCOBERTAS

DO SENTIDO DA VIDA?

No ano de 2013, tive um gravíssimo acidente de trabalho,

que por sorte não me deixou paraplégico e ainda

assim não me retirou a vontade de sorrir… A trabalhar

já na minha atual profissão como eletromecânico,

sofri uma queda direta de doze metros de altura, o que

equivale à altura de um qualquer terceiro andar... Na

altura encontrava-me a fazer a montagem

de uma estrutura para futura instalação

de elevador, ao subir para cima

de uma chapa (semelhantes às que se

utilizam nos andaimes), que cedeu por

estar imperceptivelmente mal encaixada

numa das pontas, originando a

minha queda...Foi uma queda abismal,

vertiginosa, rápida demais que não

terá durado mais que alguns segundos,

sem lugar para qualquer tipo pensamento,

de repente apenas senti a pressão

do meu corpo de 1,80 m com 80

quilos, completamente desamparado

a rasgar o solo do poço do elevador,

subitamente ainda a ser desferido pela

placa de raspão na cabeça, apanhando também a tíbia...Apenas

me senti completamente imerso num perecimento

desigual e sufocante, em que todos os ossos

do meu corpo pareciam ter sido partidos... Posso dizer

que experienciei, embora por breves segundos, a tão relatada

por muitas testemunhas, a entrada no famoso

“Túnel obscuro’’ e que vi a “Luz” ao fundo do túnel …

-Sim essa luz ao fundo do túnel existe mesmo!É quase

que indescritível, não tive tempo para sensações de

paz, ou visões como muitos outros relatam quando

passam por situações semelhantes, apenas um gigantesco

clarão, tipo um flash!” e de repente estava conectado

novamente a este nosso “plano”, com os colegas à

minha volta, em pânico vendo-me a esvair em sangue...ainda

assim e contra a vontade de todos, sai por

minha conta e risco de dentro do poço do elevador que

de fundura tinha uns 10cm, algo que se fosse em situação

normal, não conseguiria fazer... Aliás, tenho consciência

de que eu fiz algo que não devia sequer ter feito

e que derivado a isso poderia então agravar as lesões

graves, mas o desespero, a fobia e a aflição, tomaram

conta de mim, primeiro pela queda aparatosa, depois

daquela experiência, em que se há algo que tive noção é

que podia ter morrido, mas ainda não era o meu dia...


Antes do INEM, chegar comecei a deixar de sentir as pernas,

deixando -me mais apavorado e a única

coisa que conseguia fazer, era chorar e dizer:

-“Eu não quero deixar de andar”... foram momentos

muito intensos, enigmáticos e complexos e nessa altura

sim, mil coisas me passaram pela cabeça, como um turbilhão

de dúvidas e incertezas, medos do que poderia

vir... Apesar do grave e aparatoso acidente, depois de

exames realizados, concluiu-se que a minha Coluna não

tinha sofrido qualquer dano, “apenas” traumatismos

cranianos em dois locais, uma rotura muscular na anca

esquerda, fratura do 2º e 3º metatarso do pé direito para

a qual tive que fazer uma infiltração, com objectivo de

diminuir as dores, quanto aos meus joelhos (menisco e

ligamentos) ficaram com sequelas, que permanecem e

ainda se refletem muito ainda nos tempos de hoje...

Posso dizer que no meio do azar tive imensa sorte, afirmo

ainda que me sinto um privilegiado, pois sou um

daqueles que ainda estou cá, para contar a história! O

ter passado por esta experiência e como nada acontece

por acaso, fez com que me agarrasse mais à vida e consequente

deste misterioso acidente, levou-me a querer conhecer

mais o meu interior, a querer saber mais sobre os

enigmáticos caminhos e energias que nos rodeiam, sim,

porque tudo o que se move á nossa volta é energia…

Foi então que decidi tirar

o 1º nível de “Reiki”, com

ajuda do meu irmão a fazer-me

a iniciação, porque

ele é mestre de Reiki...

posso dizer que durante

a minha recuperação,

esse novo desbravar pelo

mundo do Reiky, que é

um Sistema Japonês, bastante

simples que consiste

no Equilíbrio Energético,

mas em simultâneo profundo,

de cura natural e

que é reconhecido desde

1962 pela Organização

Mundial de Saúde, como

prática terapêutica que

contribui para o bem estar… Esta terapia, ajudou muito

fisicamente, mas principalmente psicologicamente e

atualmente já vou com o 2º nível, querendo tirar o 3º...

O “Reiky”, é uma excelente ferramenta de auto cura,

propicia a auto-cura, amplia a consciência, relaxa, ameniza

o “stress”, limpa e desintoxica o corpo físico e emocional,

fortalece corpo e mente, equilibra os chakras,

promove o crescimento espiritual, aumenta o poder de

observação, a auto-estima, a auto-confiança, diminui e

anula dores, aumenta a criatividade e a Energia Vital.

O “Reiki“, também atua sobre os corpos físicos e cionais, proporcionando energia para o despertar da

emo-

consciência interior das pessoas que estiverem a receber

a cura, é por isso uma terapia com características

e que se baseia pela simples imposição das mãos,

usada para resbastecer e reequilibrar a energia do corpo.

Transformar as palavras em ação é o passo mais

importante da cura. Como a vida é um ato de contínua

cura de nós mesmos, temos de reconhecer os desafios

que escolhemos para crescer espiritualmente!

Tive uma recuperação que durou cerca de um ano, mas

logo ao meio ano, decidi recomeçar a treinar no ginásio

de forma progressiva mas limitativa... Após esse ano de

readaptação e reabilitação, já me sentia mais forte mentalmente

para voltar de novo a dedicar-me aos treinos,

voltando a integrar-me novamente no “krav Maga”,

mas a partir do momento que começaram os primeiros

embates no meu corpo, senti que ainda não estava

preparado em era altura para fazer aquele tipo de desporto,

optando apenas pelo ginásio até inícios de 2018.


Em que circunstâncias se deu o seu

ingresso no Ginásio OCR Lab e

posterior convite para

pertencer à equipa?

Foi por iniciativa sua e de que

forma, se deu o seu primeiro

contacto com o mundo do OCR?

Em 2018 já recuperado decidi voltar a desafiar-me para

avaliar os limites da minha condição física... Desta vez,

no “Kick Boxing” e “Muay Thai” na equipa “Fusion 2

Fight”, tendo como mestre Hugo Casaca, que foi com

ele que fiz a primeira prova OCR. Como via o programa

“Ninja Warrior”, fiquei com curiosidade de experimentar

algo parecido ou algo mais próximo dentro daquela

onda. Após algumas pesquisas, comecei a ver o que

realmente era uma prova de obstáculos, que por si só,

achei muito mais interessante dizendo logo para mim:

-“eu quero e vou entrar numa prova dessas”...

Então, desafiei o meu mestre para participarmos

numa prova, juntei mais uns amigos, fizemos

a inscrição em “Open” e lá fomos nós fazer

a “Wild Challenge de Cascais em 2018”.

Sabia mais ou menos para o que ia mas não sabia o que

ia efectivamente encontrar, sem contar com a ansiedade

o nervosismo pois era acima de tudo um teste à

minha condição física, consciente das minhas fraquezas,

das minhas limitações e principalmente a aversão e

pavor que tinha ganho medo às alturas... mas foi uma

prova que correu bem, super divertida, bastante exigente,

mas muito boa, claro que houve obstáculos que

não consegui passar por falta de treino e prática, mas

isso foi algo que fui melhorando prova após prova... e,

bastou fazer a primeira para ficar fã das provas OCR!

Sabendo que existia um local onde podia treinar obstáculos

foi então que decidi ir fazer um treino ao “OCR

Portugal LAB Club”, isto em setembro com mais 3 amigos

meus, claro que foi amor à primeira vista assim que

entrei e vi aquelas pistas todas com obstáculos. Passados

dois meses já estava a fazer a minha inscrição para

começar a treinar. Na altura ainda tentei conciliar “kickboxing

e OCR”, mas apenas durou mais uns meses,

mas eram modalidades inconciliáveis porque são muito

exigentes, requerem muito treino, então tive de optar

e fiquei pelo OCR, mas o bichinho pelos desportos de

combate continua, tanto que ainda quero ir experimentar

“Boxe” e se possível fazer uns treinos de “Kickboxing”.

Após a minha entrada no LAB, fui bem recebido

pelo Bruno Sousa, partilhei com ele o que se passava

comigo, sobre as minhas limitações e sendo

ele meu “Coach” achei que tinha o direito de saber

para melhor me poder ajudar, ele foi impecável,

super compreensivo e receptivo, depois foi sempre

uma questão de gestão e adaptação minha parte!

Fiz a Wild Challenge de Cascais em 2019, sem falhar

nenhum obstáculo a prova correu-me super bem, então

foi a partir daí que disse para mim mesmo que

queria levar aquelas provas mais a sério, em busca de

mais adrenalina e assim foi, decidi elevar o processo

de autossuperação inscrevendo-me na liga OCR,

esse seria um desafio muito exigente para mim, mas

mentalmente estava disposto, determinado a trabalhar

para tal, contava com as limitações, mas mesmo

assim arrisquei e fui sem medos! Considero que o que

temos de fazer, é arriscar, desafiarmo-nos, não deixar

que o medo nos iniba de fazer o que mais gostamos!

Independentemente das limitações com que fiquei,

consequentes do acidente, nunca deixei de arriscar e

de desafiar constantemente os limites do meu corpo!

-” O corpo alcança o que a mente acredita!”

Foi então na prova da “STC ULTIMATE”, no Badoca

parque em 2020 que fiz a minha primeira prova em regime

de “elite” e orgulhosamente a representar a equipa

do “ OCR Portugal LAB Club”, pondo à prova todas

as minhas capacidades físicas e psicológicas. Claro que

estava com aquele nervoso miudinho e ansioso, mas

assim que se deu a partida, depressa tudo passou, tive

algumas dificuldades na parte da corrida, mas ainda

fiz o top 30 na geral! Fiquei contente porque consegui

começar e acabar a prova com colete, que é esse objetivo

que levo para todas as provas em que participo!


OCR

Que outras provas fazem

parte do seu C.V. de OCR?

Após a “Wild Challenge”, participei na “Lynx Race no Jamor

em 2019” , que por si só foi uma prova que gostei muito,

mas anteriormente ainda tinha participado num treino

pré-prova organizado pela “Lynx”, para conhecer os obstáculos,

aprender algumas técnicas e participar numa

pequena simulação de prova, considerei uma excelente

iniciativa! Depois em Junho, fiz a “Urban Obstacles em

Monsanto”, uma prova muito boa, realizada com muito

mais confiança, mas cuidadosamente sempre a gerir as

minhas limitações. Em Setembro, foi a vez da “Police

Challenge”, que foi uma prova muito desafiante e exigente

que adorei...A “Lynx Fuzileiros”, foi marcante, pela

superação na “pista de lodo”... pelo meio ainda participei

em dois treinos organizados pela “Limited Edition”,

de todas elas trago boas recordações, auto superação e

muita diversão, pois acima de tudo, isso é o essencial!

Prova a prova fui ganhando mais confiança e mais

técnica, a minha preparação foi melhorando cada

vez mais, assim como o gosto pelo OCR, que cada

vez foi aumentando mais! Mas isso não me chegava,

queria mais, queria aperfeiçoar mais a técnica,

superar mais obstáculos...Outra modalidade

que também iniciei foi a “Escalada Indoor”, que

é um excelente componente para treinar o “grip”!

Foi na sua primeira prova de

“OCR Wild Challenge 2015”, que

pôs à prova as suas capacidades e

superação de medos?

Fiz a “Wild Challenge de Cascais em 2019”, sem falhar

nenhum obstáculo, a prova correu-me super bem, então

foi a partir daí que disse para mim mesmo que queria

levar aquelas provas mais a sério com algo que me desse

mais adrenalina e assim foi, decidi elevar o processo de

autossuperação inscrevendo-me na liga OCR, seria um

desafio muito exigente para mim, mas mentalmente estava

disposto e queria trabalhar para tal, sabia que teria

limitações, mas mesmo assim arrisquei e fui sem medos...

Acho que o que temos de fazer é arriscar, desafiarmo-nos

e não deixar que o medo nos iniba de fazer o

que mais gostamos. Desde que tive o acidente que tive,

com as limitações com que fiquei, nunca deixei de arriscar,

de desafiar constantemente os limites do meu corpo.

”O CORPO ALCANÇA O

QUE A MENTE ACREDITA!”


“Qual a sua primeira prova da Liga

e o lugar alcançado”

Na “Urban Fit”, primeira prova da Liga, estava com um

estado de ansiedade enorme, mas foi uma prova que me

correu bem, surgiram algumas dificuldades também

na corrida nos obstáculos correu bem, mas comecei e

acabei com pulseira, fiz um top 30 e o 5º lugar na Age

Group. Claro que para mim foi uma vitória autêntica,

atendendo a todo o historial existente para trás.

para afastar um dos meus fantasmas que me acompanhava

desde o acidente, o medo de alturas... Quando

chegamos à parte do “rapel”, todo eu tremia e

temia, mas foi algo que disse para mim mesmo:

-” ou vais ou vais... ” e mesmo com medo, eu fui! Eis

a prova de que, o maior obstáculo que existe, está na

nossa cabeça! E foi ali, que consegui superar um dos

meus maiores medos e enfrentar o fantasma que me

perseguia desde o dia em que quase morri... Depois,

fiz um treino avançado, mas desta vez tive o prazer

de conhecer o César e a forma como ele entra na

O “Pedro Castelo” mudou, antes e

depois de iniciar o OCR ?

O Pedro Castelo antes do OCR e agora com o OCR

continua a ser a mesma pessoa, no entanto a nível psicológico

e mental continua a ser aquela pessoa que

cada vez mais dá tudo nos treinos para se superar a

ele próprio, fazendo-me evoluir muito fisicamente!

nossa mente é brutal. O treino não é exclusivamente

para trabalhar a parte física, trabalhamos muito o

psicológico, a forma como o treino foi conduzido, a

interação dele para connosco deu para perceber que :

“não podemos duvidar das nossas capacidades,

pois são bem maiores do que imaginamos!”

Como foi participar em vários eventos

da “ Scórnio”, com o Pedrosa, o conhecimento

com o César e ultrapassar o

maior “fantasma” que relembrava a

queda do acidente?

Foram duas boas experiências, uma delas a “Scornio

Survival Dinâmico”, onde tive o prazer de conhecer

o Pedrosa, responsável pela partilha de conhecimento

brutal, ensinando-nos imensas coisas e

desafiou durante aquelas horas todas, contribuindo


Participou e aderiu aos desafios

virtuais nesta fase? Quais?

A pandemia veio afetar de todo a condição física, o que

me levou a criar uma adaptação, os treinos de reforço

muscular passaram a ser em casa, comecei a correr mais

sendo algo em que tenho mais dificuldade de evoluir derivado

aos meus joelhos, mas pronto vou fazendo o que

posso mantendo o equilíbrio emocional para não haver

quebra. O Bruno Sousa tem sido um grande apoio nesta

fase, dando-nos um bom trabalho de

casa durante todo o confinamento entre

treinos e aulas para nos mantermos

ativos. Foram feitos uns desafios virtuais,

mas acabei por não participar em

nenhum.

“Quais as provas nacionais

e internacionais

que auspicia participar e

qual o motivo?

A nível de provas internacionais, fiquei

com a “Strong Vicking” pendente

derivado à pandemia e gostaria

de fazer uma “Spartan” e quem sabe,

mais uma ou outra. O que me leva a

fazer provas lá fora é poder partilhar

de experiências únicas e é uma forma

de aproveitar a vida ao máximo!

Como travou conhecimento

com a Associação Terras D.

Pedro Afonso, responsável

pelas edições do “OCR Fireman

Challenge?

Como referi anteriormente, o meu percurso no OCR

ainda é muito curto, mas o que me levou a conhecer

esta associação foi tudo e foi através das redes sociais,

das partilhas, dos grupos de facebook, da comunidade

OCR que se tem criado e também das

provas que vão aparecendo. O ano passado tinha nos

meus planos participar na edição do ” OCR Fireman

Challenge”, pelo que não foi possível, mas com certeza

que quando houver oportunidade, lá estarei!

Qual a importância da inclusão do

OCR o OCR-A?

Na minha opinião todos os desportos deveriam ter

na sua base, a inclusão! No OCR, mesmo sendo um

desporto bastante exigente, não deve ser diferente. O

OCR – A é um grande passo para que isso aconteça. Se

pensarmos, não vai ser fácil pensar numa prova que dê

para todos, atletas paralímpicos e atletas sem qualquer

limitação, mas é aqui

que têm que existir

opções. Por exemplo,

se numa prova

podemos fazer burpees

porque não conseguimos

realizar o

obstáculo, porque é

que não se arranja

uma opção para atletas

paralímpicos que

não consigam realizar

um determinado

exercício?! Para além

de que o desporto

deve ser e é para todos,

o OCR – A é apenas

mais uma porta

para a modalidade!

Qual a relevância desta associação

por aliar o multidesporto a

diferentes áreas?

Relevância desta associação por aliar o multidesporto

às diferentes áreas, vejo-a como sendo uma base

social, ao tentar abranger vários pontos de interesse

por parte da sociedade. Ao aliar o desporto com o

turismo, economia, faz com que as pessoas conheçam

um pouco da história, dos locais e dos costumes!


perseguia, com este relembrar

de todos os pormenores

da queda, também

a refletir, de certa forma

também aperfeiçoei esta

superação a nível mental

e ficar cada vez melhor

comigo mesmo e a seguir

em frente sem medo, livre…

Além de que, espero

poder inspirar outros, que

considerem que não são

capazes pelas suas condições

físicas, já sabem

a nossa vontade é determinante

para superar os

nossos maiores medos!

Quais as considerações sobre a

“Revista OCR Fireman Challenge”

Considero que foi uma excelente iniciativa da Associação

Terras D. Pedro Afonso, responsável pelas edições

do “OCR Fireman Challenge”, dar início a este projeto

com uma revista de OCR, ajuda a divulgar tanto os

atletas, como as suas experiências, a própria modalidade

em si, que para muitos ainda é um desporto desconhecido.

Uma vez que o mercado digital tem vindo

a aumentar cada vez mais e a ser um meio de comunicação

cada vez mais recorrente, foi uma ótima aposta!

Referir ainda a oportunidade única e genuína, que dá

a cada um dos convidados, incentivando o desenvolvimento

da componente da escrita, algo que muitos

de nós certamente há muito não praticamos, no meu

caso até ajudou pois como voltei a estudar estimulou

o gosto desta experiência...Ainda no meu caso também

um outro factor positivo, apesar de considerar

que já havia vencido na prática o “fantasma” que me

Quando pensa em OCR , o que lhe

assalta a memória”

Prazer... Paixão... Liberdade... Desafio... Amizade...

A modalidade de OCR é algo que me dá imenso prazer,

pela qual criei uma enorme paixão, portanto o meu foco

chega a ser tanto e tão profundo, quer seja em ambiente

de treino como em prova fazendo-me sentir livre do

mundo exterior não pensando em mais nada! O OCR,

é algo que me desafia e muito, faz disparar a minha

Adrenalina ao máximo, instigando a levar o meu corpo

ao limite! Às vezes, dizem que sou maluco, e eu sei disso,

mas eu sou feliz assim, porque o que não te desafia

não te transforma! E além de tudo o mais, o OCR deu-

-me a oportunidade de criar muitos laços de amizade,

de treinar no “OCR Portugal LAB Clube”, que é um local

onde já aprendi muito onde existe companheirismo,

Amizade uma energia muito positiva, ali partilhamos

bons momento e levamos umas boas tareias também!

Muito obrigado!




CLÁUDIO T

38 ANOS DE IDADE, NATURAL DE LA


EIXEIRA

MEGO, AGENTE DA PSP DE PROFISSÃO

TEAM FIREMAN


Ainda na barriga da sua mãe, já se

intuía a sua ligação ao desporto,

nomeadamente um futuro futebolista?

É verdade, parece que já se intuía uma destreza nata

pelo futebol, por isso ainda muito jovem comecei a

destacar-me e a revelar algumas capacidades para esta

modalidade. Com cerca de dez ou onze anos, entrei na

“Equipa dos Cracks Clube de Lamego”, é um Clube

com sede na cidade de Lamego e foi fundado no ano

de 1974.

A minha posição era “Guarda Redes”, visto ter revelado

alguma perícia e à vontade para ocupar e defender as

redes das balizas!

Sem dúvida alguma, na altura era o que eu mais almejava

fazer e ter como profissão, pois o futebol era tudo

para mim, ocupava todos os meus pensamentos e sobrepunha-se

a muitas outras coisas…

Por mais de uma década, dediquei-me de corpo e alma

a jogar pelo clube da minha cidade, depois passei pelo

Cambres, Régua, S. Marta de Penaguião e terminei a

minha carreira na equipa de S. Pedro do Sul!

Uma das minhas maiores características dentro do futebol,

é que independentemente dos “temporais contratuais

da vida”, nunca me sentia desmotivado!

Tinha e sentia um imenso orgulho quer em ambiente

de treino, quer de cada vez que, representava a minha

equipa e ainda de cada vez que pisava um relvado para

mais a disputa de uma partida, apesar de muitas vezes

não receber os subsídios contratados…

Eu jogava por Amor à Camisola e com Orgulho na

Equipa!

O facto de o desporto ter sido uma

constante ao longo da sua vida, ajudou-o

nas provas físicas de ingresso

para a PSP?

O desporto no geral sempre foi, e é uma grande paixão

de vida, desde o futebol, o vôlei, ténis, ginásio, passando

pelo tênis de mesa… sinto-me um afortunado porque

ao longo deste período desportivo, nunca sofri uma lesão

grave, nem necessitei de nenhuma intervenção cirúrgica

...penso que a soma da prática de uma variada

panóplia desportiva conjugada com sorte e a determinação,

foram fatores favoráveis que me mantiveram

em forma e fizeram estar apto para conseguir concluir

com sucesso os testes físicos, imprescindíveis para o

ingresso na PSP.

No início da sua carreira, as esquadras

proporcionaram condições para treinos

desportivo?

Nunca tivemos condições para praticar atividades desportivas,

dentro das instituições, talvez um dos motivos

possa ser a contínua pressão provocada pelos turnos, as

chefias não valorizarem ou até mesmo se importarem

com as condições físicas e psicológicas de cada agente…

Há uns anos para cá, a evolução e melhoramento foi,

permitindo a disponibilidade aos agentes que assim o

desejassem, poder realizar um treino de uma hora apenas,

um dia por semana...Que considero francamente

parco e escasso pois é um tempo insuficiente, para

manter uma “boa forma física saudável”, cada vez mais

essencial nos tempos atuais.

Ainda que fosse difícil, sempre tentou conjugar a sua exigente profissão com o desporto ?

Sempre tentei conjugar tudo na minha vida, mas tenho a plena consciência que devido aos intensos anos de

dedicação ao futebol,a minha família foi quem “ pagou a factura mais cara”, pelo tempo que abdicava de estar e

desfrutar com eles e me dedicava de corpo e alma ao futebol...eu, de certa forma também paguei um pouco dessa

factura no plano profissional, porque apesar de ter trilhado um caminho de Amor, Paixão ao futebol, não me sinto

que tenham reconhecido o meu mérito e feito “jus”

à minha devoção quase incondicional…

Por esses motivos e mais alguns, senti que ao completar os meus trinta e seis anos de idade, estava na hora de

rematar os dezoito anos de sénior e oito em camadas jovens

arrumando as luvas e pendurando de vez nas chuteiras!


depois dAs primeirA e segundA provAs,

não mAis pArou, foi sempre A somAr

provAs?

Sim. Por assim dizer, o gosto e a paixão foram tão grandes

que não resisto a uma prova… A prova mais difícil

para mim, foi a que decorreu em Mira e contava para

o calendário Nacional ...Esta prova continha muitos e

difíceis obstáculos de suspensão, que quase ia ficando

pelo caminho num último obstáculo, mas acabou por

correr bem!

A suA fAmíliA continuA Apoiá-lo tAl como erA

no futebol, AgorA nestA

modAlidAde do ocr?

Tal como tenho vindo a expressar

desde o início, o

OCR é uma nova paixão

desportiva que despertou

em mim, encaro-a como um

grandioso estímulo e dentro

de todas as prioridades familiares

e profissionais . Tenciono

participar em muitas provas,

principalmente e para já

as que se realizarem no Norte

e Centro do País, claro! Proponho-me

ainda a trabalhar

com mais afinco quer na

corrida, quer na prática dos

obstáculos de suspensão, imprescindíveis

para terminar

uma prova com sucesso!

A minha família, gosta que

eu seja feliz e isso é o mais

importante, a minha filha de

onze anos, inclusivamente

também começa a dar os

primeiros passos na modalidade

e adora os exercícios de

suspensão.

quAis As sensAções que lhe AssAltAm os sentidos

quAndo pensA em ocr?

Ultrapassar… tentar e tentar...nunca desistir!

Ultrapassar obstáculos é um desafio pleno de toda a

existência do ser humano...tentar e tentar, o mesmo “

Cenário” poder-se-à -se afigurar diante de nós repetidas

vezes, se a cada uma não tentarmos tomar uma atitude

de tentar ou mudar, o ciclo mantém-se- à vicioso

e nós não sairemos do ponto de partida …

Nunca desistir, pois só fracassaremos se desistirmos e

ainda que porventura não consigamos alcançar tudo o

que auspiciávamos, que tenhamos sempre consciência

de que demos o melhor de cada um de nós e lutamos

por tudo o que desejamos !

em Ambos confinAmentos que A todos

Afetou, como se AdAptou em termos de

treinos?

Com o fecho dos ginásios ( consequência da pandemia),

construí um ginásio caseiro na garagem da minha

residência, onde costumo treinar …

As caminhadas, principalmente até em família, passaram

a fazer mais parte das nossas rotinas… e também

passei a dedicar-me mais aos treinos de bicicleta, por

entre as belas paisagens do Douro, classificado pela

UNESCO como Património Mundial da Humanidade

e num troço específico, daquela que é considerada a estrada

Nacional mais bela do

mundo, a N 222. Num estudo

realizado, com ajuda de

uma fórmula matemática,

provaram que esta estrada é

a melhor para conduzir, tendo

em conta o comprimento

das retas e os raios das curvas.

Ou seja, uma junção do

prazer de conduzir, ou andar

de bicicleta com retas que

permitem ao condutor deixar-se

levar em segurança e

até de certa forma envolver-

-se pela majestosa e única

paisagem duriense em seu

redor, repleta de socalcos,

vinhas, com as margens do

Douro como companhia...

Este é um local onde nunca

nos cansamos de voltar vezes

sem conta e é por lá que

eu idílica e frequentemente

ando de bicicleta!

quAl A importânciA do projeto dA AssociAção

terrAs d. pedro Afonso, em AliAr o multidesporto

às diferentes áreAs, como turismo, economiA,

sociAl, etc?

Considero que é um projecto pioneiro nas mais variadas

áreas e aliá-las ao desporto é realmente uma ousadia,

nunca antes vista por estas paragens ... Luís Oliveira,

presidente da Associação Terras D. pedro Afonso, foi

o mentor e precursor mais vanguardista que se regista

até então, bem como a todos que fazem parte integrante

deste magnífico desafio e que o acompanham!


Quais as considerações que tem

de tecer ao novo desafio o

“Webinar “ sobre o OCR

Os confinamentos, as restrições do

presencial, vieram despoletar os

“ Webinares”, como uma nova forma

de reunir, sendo que é onde

actualmente através destas ações de

debate, temos a oportunidade de

aprender e divulgar ideias e projectos...

mais

concretamente e relativo ao “webinar”

promovido pela Associação Terras

D.pedro Afonso, responsável pelas

edições do “OCR Fireman Challenge”,

faz com que quem esteja ou tenha

dúvidas sobre iniciar esta modalidade,

se esclareça e questione… O Fernando

Eurico Correia Guedes, será

futuramente uma peça fundamental

como embaixador do bom desporto de

obstáculos!

A “Revista OCR Fierman

Challenge”, surgiu no timing

certo, qual avaliação que faz

após estas 11 edições

consecutivas?

A “Revista OCR Fireman Challenge” , é

muito rica em conteúdos e contextos,

que até então faziam falta e estavam

em franca pobreza nacional ! Cada vez

mais e a cada edição, esta revista vai

dando provas de que tem todos os

atributos para crescer! Apesar de

todos nós termos passado 18 meses a

ver “passar navios” sem prova alguma,

a revista foi-nos imbuindo à sagacidade

de união entre todos, mantendo

vivo o espírito do OCR em cada um de

Nós! Tenho a certeza de que vamos

conseguir voltar em breve! Força para

todos!

A MINHA TEAM OCR

FIRMEMAN É

EXCEPCIONALMENTE

MAGNÂNIMA!



LUÍS SANTOS

58 ANOS DE IDADE, NATURAL DE

LISBOA,

AUDITOR PÚBLICO DE PROFISSÃO

sempre se considerou um

desportistA AmAdor de váriAs

modAlidAdes, porquÊ?

O desporto sempre fez parte da minha vida desde que

me lembro. A primeira modalidade que pratiquei foi a

ginástica desportiva com 4-5 anos e hoje olhando para

trás, considero que terá sido a melhor opção que os

meus pais poderiam ter tomado. Ganhei coordenação

motora, conheci em microescala o “nervoso” da

competição e o incentivo que as provas representam na

rotina de preparação dos atletas.

oc

ApesAr de gostAr do “ box”,

porque é que AbAndonou A

modAlidAde?

Considero que o “Boxe e o Full-Contact”, tenham sido

das modalidades fisicamente mais absorventes e

complexas que tenha praticado... no entanto um pouco

conflitantes com uma carreira profissional que se

iniciava, pelos consequentes “Hematomas faciais”

próprios de quem pratica essas atividades e por isso

inconcebíveis para com a imagem que a profissão

exigia... Acabei por canalizar durante vários anos a

minha energia para os ginásios complementando com

“Escalada e Montanhismo” tendo chegado a frequentar

formação específica de alta montanha.

“encArA mAis o desporto como umA

AtividAde, do que propriAmente um

desporto em si, porquÊ?

Seguiram-se os desportos de combate e assim o Boxe

bem como o Full-contact acompanharam-me até à

idade adulta. Foram experiências radicalmente

opostas a tudo o que eu já tinha praticado mas

abriram-me as portas a uma nova exigência de

dedicação ao treino e ao condicionamento físico. Foi

com os desportos de combate que comecei a ter a

necessidade do desporto enquanto libertador da

pressão do quotidiano, necessidade essa que nunca

mais me abandonou.

o que o levou A experimentAr As 50

horAs no centro de comAndos dA

cArregueirA, sAbiA concretAmente o

que o esperAvA ?

Depois de vários anos sem grande história, para além

de ter adicionado a “Corrida” às restantes atividades

desportivas, foi com o Bruno Sousa enquanto atleta de

referência, instrutor e mentor dos programas “Fitcamp”,

que ganhei a apetência para um tipo de atividade física

que visava a superação das limitações pessoais, através


r

de um regime de treino intenso de inspiração quase

militar. Desse modo, foi quase com naturalidade que

nos dirigimos naquele mês de abril de 2013, para o

“Centro de Comandos da Carregueira”, para aquilo que

foi a primeira prova de (quase) OCR em Portugal: O

“Comando Challenge I”.


TIVE O GOSTO DE DAR

OS PRIMEIROS PAÇOS NA

FUNDAÇÃO

OCR EM

PORTUGAL

quAl A suA visão sobre estA suA

modAlidAde de eleição, o ocr ?

Falando agora na minha visão para este desporto de

eleição, eu tenho a firme convicção que as suas

características adaptação e resiliência lhe auguram um

futuro promissor. Na realidade as OCR têm o potencial

de mobilizar desde os atletas de elite até ao mais

amador desportista ocasional. Têm inclusivamente a

rara qualidade de numa mesma prova poder

proporcionar superação e satisfação a todos os inscritos

independentemente da sua forma física ou das suas

limitações. Quanto a mim o futuro das OCR estará

sempre assegurado por poder em paridade apresentar o

exemplo inspirador do atleta de elite, com o

entusiasmo massivo do amador. A promoção desta

modalidade passará por um lado por dotar da máxima

visibilidade estas duas faces da mesma moeda e por

outro trazer ao setor mais promotores, que proponham

provas

inovadoras com obstáculos ainda mais imaginativos e

formatos que possam arrebatar um número cada vez

mais alargado de desportistas.


como vivenciou A suA primeirA

“ spArtAn”

E foi aí que tudo começou e nunca mais parou!

Nesse ano fiz todas as provas de que consegui... mas, foi

em 2014 ao fazer a primeira “Spartan” e a minha

primeira “Trifecta”, que efetivamente me rendi à

verdadeira paixão pelas OCR. O ambiente, a dimensão

da prova, os obstáculos, tudo era novo e entusiasmante!

Essa primeira “Spartan” em Espanha, será para sempre

inesquecível!

Após um conjunto alargado de provas, que levariam

muitas páginas a descrever, das quais destacarei a

“Spartan Ultra Beast”, a “Battle Frog Race” e a

“Toughest”, por melhor representarem os exemplos de

OCR, que embora totalmente diferentes entre si

melhor caracterizam o espírito da modalidade, gostaria

de identificar as 4 sensações que sempres me

transcendem independentemente do tipo de prova :

O “formigueiro” quase paralisante na box de partida;

O nível de entrega durante a prova;

A sensação de superação e plenitude ao cruzar a meta;

A cumplicidade dos companheiros de desporto;

Para mim é esta, a paleta emocional que são as

Corridas de Obstáculos.

como surgiu o convite do dr. mário

porfírio, pArA integrAr A

fundAção do ocr portugAl?

Entretanto é no meio de tudo isto que surge um novo

desafio totalmente diferente. O nosso parceiro de muitas

horas de “lama e suor”, Mário Porfírio, tomou a

iniciativa inovadora e disruptiva de criar a Associação

Portuguesa de Corridas de Obstáculos e endereçou-me

um convite para integrar os órgãos sociais. É assim que

um grupo de praticantes amadores se vê envolvido no

mundo complexo do associativismo desportivo,

perseguindo o objetivo extremamente ambicioso de

afirmar as OCR no panorama desportivo nacional,

passando de uma modalidade quase desconhecida,

para um patamar de desporto de multidões

globalmente reconhecido.

A experiência foi inovadora e exigente, teve momentos

bons e teve outros menos bons, mas acabou por chegar

ao seu termo face à pressão das nossas vidas pessoais

e profissionais, aliadas à vontade de ocupar os tempos

livres com a nossa modalidade de eleição. No entanto

penso que foi neste momento que efetivamente a afirmação

da OCR em Portugal começou a acontecer. O

Mário Porfírio, foi o visionário cheio de mérito, o Carlos

César Araújo foi o concretizador, verdadeiramente

“o homem por detrás do sucesso”.

porque é que nA suA opinião o césAr

ArAújo tem vindo A ser pioneiro?

Como disse anteriormente, o Mário Porfírio, foi o

visionário cheio de mérito, mas o Carlos César Araújo

foi efectivamente o concretizador, é indubitável e

verdadeiramente “o homem por detrás do sucesso”. É

no seu mandato que os passos decisivos são dados, que

a Associação se profissionaliza se torna uma Federação,

e as corridas de obstáculos são reconhecidas como um

desporto.

No entanto, o destino que nos mergulhou a todos na

mais negra crise mundial de que tenho memória, também

prejudicou a rota ascendente que o Carlos César

imprimiu à evolução da modalidade. A impossibilidade

de treinar e de participar em provas desmotivou fortemente

muitos dos atletas quer de elite quer de circunstância.

Isto é especialmente grave para uma modalidade

que está em franco crescimento e que procura

um lugar no panorama desportivo nacional. Muito

provavelmente o retorno das OCR pós-pandemia

far-se-á a partir de um nível evolucionário inferior ao

de 2019, mas tenho a convicção que o Carlos César é

o dirigente adequado para que a FPOCR rapidamente

ultrapasse as metas já alcançadas, basta recordar que a

dedicação e a perseverança são dois dos seus valores.

por tudo quAnto tem AcompAnhAdo, quAl

AvAliAção que fAz à AssociAção terrAs d. pedro

Afonso, por todo o trAbAlho comprovAdo?

Neste sentido é de sublinhar o importante papel de divulgação

que a “Associação Terras D. Pedro Afonso”,

responsável pelo “OCR Fireman Challenge”, tem tido

na promoção ativa e continuada do desporto através da

sua “Revista OCR Fireman Challenge” e dos recentes

“Webinars temáticos”. Gostaria de assinalar o muito meritório

relevo que esta associação tem conferido à introdução

em Portugal do desporto adaptado numa atividade

que pode parecer incompatível, mas não o é. Uma

especial, nota de apreço para o Luís Oliveira, que tem

sido incansável na tentativa de alcançar os desportistas

mais esquecidos, mas nem por isso menos importantes,

sendo um verdadeiro embaixador da modalidade.

Neste desiderato, a “Revista OCR Fireman Challenge”,

é um importante veículo de promoção quase única, os

testemunhos de atletas, “casos reais de vida”, permitem

experienciar momentos vividos, por vezes tão familiares

e outras tão diferentes de tudo o que conhecemos,

mas que nos fazem sempre desejar participar em provas

de OCR !

Assim faço sinceros votos que, a “Associação Terras D.

Pedro Afonso” prossiga o caminho trilhado, promovendo,

divulgando e dinamizando um vetor de desenvolvimento

social que é o desporto em geral, através das suas

iniciativas de provas de trail, btt etc, mas, mais particularmente,

através da marca “Fireman”, fazendo crescer

este desporto que a todos nos apaixona!




Maria José Fernandes de Barros

37 anos de idade, Natural de Ponte da

Barca, Residente em Espanha

Administrativa de Profissão


Porque é que aos 28 anos de idade, o seu estado de

saúde a obrigou a mudar o seu estilo de vida?

Na empresa onde trabalho, todos os anos fazemos análises e descobri que tinha “Colesterol Hereditário” e que

o tinha muito elevado... Comecei a ter mais cuidado com a alimentação, mas não estava a ser suficiente,

através de umas análises uns meses depois, constatava que continuava a ter o colesterol muito elevado. O

médico recomendou-me que deveria começar a fazer desporto e redobrar ainda mais cuidado com a

alimentação ou começar a tomar medicação. Nessa altura era muito sedentária. Decidi começar a fazer

desporto, já que não queria começar tão cedo com medicação.

Como qualquer rapariga, procurei um ginásio com aulas de grupo, para ter algo de incentivo, ou seja, aulas

aeróbicas, estilo zumba e essas coisas. Mas depois de um mês vi que isso não era para mim. Sou demasiado “pé

de chumbo” e a coordenação não é o meu forte.

No mesmo ginásio vi umas aulas de “Body Tonic” e “Body Pump”. São aulas aeróbicas, mas com pesos.

Experimentei e gostei! Não tinha que andar ali a dançar e o facto de usar pesos ajudou bastante!

Um mês mais tarde também aderi ao “Body Combat” e “Body Attack”, já eram mais aeróbicos e sem pesos, mas

mesmo assim também incluíam muita força.

Passados uns meses também acabei de me fartar destas aulas...

Nessa altura tive que mudar de apartamento e de zona, ou seja, também tive que mudar de ginásio. Encontrei

uma oferta muito fixe numa webpage chamada “Grupon” para um ginásio todo XPTO e super caro durante 6

meses. Logo nos primeiros dias comecei a dar-me muito bem com um PT de lá e ele acabou por me ajudar

imenso. Fez-me um programa de treino de força e explicou-me muito bem como funcionavam todas as

máquinas e todos os exercícios. Foram 6 meses onde tentei aprender ao máximo e, finalmente, tinha encontrado

o meu desporto. Este PT, acabou por me incutir o bichinho de fazer musculação. O meu gosto pela musculação

não está nada relacionado com o culturismo. Eu simplesmente gosto de levantar “ferro”.

Depois desses 6 meses tive que mudar de ginásio de novo, aquele era demasiado caro e não podia pagar.

O ginásio novo denominado “low cost “ (no qual estive até que aparecesse esta pandemia) e pode-se dizer que

era praticamente a única rapariga na zona de musculação, às vezes aparecia alguma rapariga para fazer agachamentos

mas ficava apenas por aí, nada mais.

No princípio pensei contratar um PT, porque eu sabia como

funcionava tudo, mas não sabia fazer um programa de

musculação para seguir, nem sabia os cuidados a ter com

a alimentação. Mas, uma vez mais, este tipo de serviço é

muito caro. Uma amiga falou-me de acompanhamento

online. Um “Coach” que faz um programa de treino e

através de feedbacks, a cada 15 dias vai dando dicas e

depois de algum tempo muda o programa. Ou seja,

como um PT, mas sem ter aquela parte de corpo presente.

Gostei da ideia e acabei por aderir. Assim estive 5 anos,

até que decidi que já sabia e que eu podia fazer os meus

treinos.

Nem me lembro que cargas usava quando comecei a

fazer musculação, mas era pouquinho, em agachamento

talvez uns 30 kilos no máximo e a morrer. Agora tenho

o meu RM em 80 quilos.

Em 2018 descobri praticamente ao mesmo tempo o

CrossFit e OCR.

Oris actalatuam omnequidius se esignatum dem tam no.

Catilium escibus. Patust vivideratus consuleris bondiu


O seu primeiro contacto com o

mundo do ocr, deu-se há quatro

anos, em que circunstâncias e

através de quem?

Tudo começou por culpa de um amigo que queria fazer

a “Spartan Super”, em Madrid. Eu já sabia que existia

a “Spartan”, porque o meu ginásio era um dos

patrocinadores, mas nunca me tinha chamado a

atenção participar. Este amigo disse-me que no

fim da corrida, ia lá estar toda a família e que iam fazer

um picnic. Então eu, na brincadeira, respondi-lhe:

-”Se a tua mãe estiver na meta à minha espera, com

uma sandes de presunto numa mão e na outra uma lata

de cerveja, eu vou...”.

E ele retorquiu:

-”Feito”.

Em Abril de 2017, fiz a minha primeira “Spartan” e a

mãe do meu amigo cumpriu com o prometido!

Éramos um grupo de sete ou oito elementos, onde

tivemos que nos ajudar mutuamente em praticamente

tudo, pois eu nem sequer sabia subir a corda!

Mas gostei tanto e diverti-me tanto, que logo no dia

seguinte havia a “Sprint” e acabei por participar

também.

Como decorreu a sua primeira prova

oficial de ocr?

Eu não considero a “Spartan” como uma prova de

OCR.

A “Spartan”, foi o meu primeiro contato prático com

este mundo, o mundo das corridas de obstáculos. Isso

aconteceu em Abril de 2017 em Madrid.

Mas eu considero que a minha primeira prova oficial

de OCR , foi em Junho de 2017 na prova “Desafío de

Guerreros em Madrid”. Nesta já sabia subir à corda!

Desde aí, foi um não parar mais até que chegou esta

pandemia...


É verdade que, apesar de ser uma

pessoa reservada , às vezes nas

provas revela o contrário?

Sou uma pessoa bastante reservada, muito sociável,

mas reservada...

Nas provas sou ao contrário, falo com toda a gente por

quem vou passando, brinco com os voluntários, com os

fotógrafos e se for preciso parar para ajudar alguém,

páro...

Isto acontece principalmente se vejo uma “Bandeira

de Portugal” ou “ouço falar em português”...Já moro

em Espanha há muito anos, mas tenho muito orgulho

em ser portuguesa e, sendo sincera, a nossa Bandeira

Nacional é a mais bonita do mundo inteiro. E sinto

sempre muitas saudades do nosso país e da terrinha!

Costuma-se dizer que, uma pessoa só dá valor ao que

tem quando o perde... Não me arrependo de ter vindo

viver para Espanha, deu-me muitas alegrias, mas o meu

país é o melhor do mundo. Tanto que o é, que decidi

correr com a minha bandeira sempre em cima, mandei

personalizar tanto o “top” como a camisola técnica com

que corro. A camisola técnica somente tem a bandeira

de Portugal porque já a tenho desde 2018, mas o meu

top além de ter a minha bandeira, também tem as cores

da minha equipa “Brave Bulls”. Há mais ou menos dois

anos, decidi que queria aprender mais deste desporto e

procurei um grupo para poder treinar aqui em Madrid,

e, agora, somos uma família “mis toritos” que vão sempre

“a puto fuego”.

Já fiz bons amigos em algumas provas. E alguns são portugueses.

As minhas provas foram praticamente todas

em Espanha, somente fiz uma em Portugal e três em

Andorra. A maior amizade que fiz numa prova foi com

um português. Em Maio de 2018, na “Spartan Sprint

de Madrid”, ouvi pelo caminho a expressão: “É pá !!!”

e pensei logo que ali havia mais portugueses... Era só

um, apanhei-o uns metros mais à frente e já fomos até

ao fim juntos. Desde esse dia, o Diogo, acompanha-me

em muitas “Spartans”.

A partir da primeira prova, foi

sempre a somar e seguir em provas?

Acabei por ficar viciada neste tipo de provas! São desafiantes,

é uma luta constante comigo mesma!

Vou sempre em “popular”, porque considero que não

vou competir com ninguém, apenas comigo mesma. E

depois também não gosto da pressão de ter que ser a

mais rápida, ter que conseguir passar determinado obstáculo...

Eu gosto de ir ao meu ritmo e se tenho que parar

para ajudar alguém, eu paro, não quero essa pressão

de que não posso parar para chegar à meta. Além de

que também quero desfrutar ao máximo das provas! A

minha preferida é, sem dúvida, a “Spartan de Andorra”,

esta prova é lindíssima. Gosto de ir correndo, observando

a paisagem, aproveitar para respirar ar puro, apreciar

as maravilhas do lugar...

Como já disse anteriormente, comecei em Abril de 2017

com a “Spartan Super de Madrid” e no dia seguinte fiz

a “Spartan Sprint”.

Em Junho do mesmo ano fiz a “Desafío de Guerreros”,

“Mastodont”e a “Infernal Running” nocturna, também

em Madrid. Em Agosto fiz a “Iron Brain” em Laundos,

Esposende. A minha única prova em Portugal. Em Dezembro

fiz a “Farinato Jarama Experience”.

Em 2019, fiz a “Spartan Super” e “Sprint em Madrid”, a

“Spartan Beast” em Andorra , “Trifecta Weekend” em

Barcelona (Beast, Super e Sprint no mesmo fim de semana)

e “Spartan Nocturna” em Valência. Também fiz

o “Desafío Átila”, “In Extreme Race” e “Hard Running”

nocturna em Madrid. E fiz duas “São Silvestres” na terrinha

(Ponte da Barca e Amares).

Em 2019, comecei o ano com a “Spartan Super” e “Sprint

em Mallorca”. Também fiz a “Spartan Beast”em Andorra,

“Spartan Stadion” em Madrid e “Trifecta Weekend”

em Barcelona. Além das “Spartan”, fiz a “Farinato no

Xanadu”, “Batalla Matallana”, “The Forest Challenge”,

“Crow’s Battle de Pravia”, duas provas de “Desafío Atila”,

“Desafío de Guerreros” e “Egyptian Race”. No fim do

ano, fiz a “São Silvestre” do Porto e a da terrinha (Ponte

da Barca).


Quais as principais diferenças dos

confinamentos 2020 e 2021 em

Portugal e em Espanha, como a

limitaram ?

Quando chegou o

primeiro confinamento

eu desanimei

muito. Eu era uma pessoa

que saía de casa às 6h30 da

manhã para ir trabalhar e só

voltava às 21h depois de treinar,

tomava banho, jantava e ia dormir.

Ou seja, passei de nunca estar

em casa a estar 24 horas diárias. Mas o

pior de tudo, era não saber como treinar.

Praticamente que não tinha nenhum material

de treino e além do mais, o primeiro mês

de meio do confinamento nem sequer estava na

minha casa, estava na casa de uns amigos, ou seja,

sem as minhas coisas e sem as minhas quatro paredes.

O primeiro confinamento na Espanha foi muito duro,

não podíamos sair de casa, somente para ir ao supermercado

ou à farmácia. Nem sequer podíamos sair para fazer

desporto, como correr por exemplo. Em Portugal, por exemplo,

as pessoas podiam sair à rua para praticar desporto. Assim,

estivemos até ao princípio do mês de Maio. E a partir daí é que se

começou um desconfinamento gradual, cada 15 dias davam um bocadinho

mais de “liberdade”, nas zonas em que iam descendo o número

de casos de contágio. Está claro que Madrid foi das últimas zonas a ter

liberdade...

Então, as minhas primeiras duas semanas foram muito duras. Na primeira

semana não fiz rigorosamente nada, mas na segunda decidi que não podia continuar

assim e tinha que procurar uma solução. Tentei comprar material para poder

treinar e foi impossível, estava tudo esgotado. Procurei aulas no youtube e com o

pouco material que tinha lá comecei a treinar como podia. Enchia uma mochila com

pacotes de arroz, massa, farinha, com o que tivesse e lá treinava.

No fim de semana da segunda semana, a minha equipa das provas “Brave Bulls”, decidiu

dar uma aula via zoom para experimentar e ver se funcionava. Teve mesmo muito êxito, tanto

que continuaram. Fizeram uma programação de diferentes aulas e sempre com material de

casa. Foram a minha salvação (Javi, Dani, Isa, Gonzalo y Chian, muchas gracias). Tenho muito

que agradecer à minha família de “toritos” (não só aos coachs, a todos, aos meus companheiros

também), porque acabei por sair mais forte do confinamento, em julho podia treinar o dia inteiro,

que não me cansava!


Qual a equipa a que pertence?

“Brave Bulls” (www.https://www.bravebullstraining.

com/) é a minha equipa, são especializados em desporto

funcional ao ar livre. São o maior grupo de treinos ao

ar livre de corridas de obstáculos em Espanha. Também

fazem planificações personalizadas dirigidas ao objetivo

de cada um.

“Brave Bulls”, já existe como equipa desde Setembro de

2017. Devemos ser mais ou menos 180 pessoas a treinar

e conta com 10 “Coachs”.

Há treinos de 2ª feira a sábado, em diferentes parques

de Madrid. Agora mesmo tem 4 tipos de aulas: “OCR”,

“Running”, “Trail” e “Calistenia”.

Antes do confinamento ía a poucas aulas, apenas uma

vez por semana e havia semanas que nem ía. Agora,

como deixei de frequentar o ginásio e continuo com teletrabalho,

vou sempre que posso, ou seja, praticamente

todos os dias.

Digo que são como uma família, porque nos apoiamos

mutuamente, organizamos viagens de fim de semana

com alguma prova incluída, saídas à montanha tanto a

correr como a passear, jantares, etc etc etc...

Já tinha conhecimento do

OCR-A?

Soube da existência do OCR-A através da “Revista Fireman

Challenge”, há pouco tempo. Acho que é uma

ideia fantástica, pois todos temos os mesmos direitos

e acho que é muito importante que também haja esta

oportunidade para que as pessoas “menos capacitadas”,

possam fazer o mesmo que os outros. Cada um tem as

suas limitações, só temos que nos adaptar a elas. Acho

que é muito importante, principalmente, para a autoestima

destes atletas. São atletas com garra, com vontade

de se superar, tal como nós, ou seja, no fundo, não há

diferença nenhuma, somos todos seres humanos com

vontade de ir mais além!

Acho que é um projeto muito lindo, que pode ajudar

muito estas pessoas em relação à sua integração na vida

social, pode ajudar a relacionarem-se.

Qual a avaliação geral que faz da

Revista OCR Fireman Challenge?

Tenho que dar os parabéns às pessoas que trabalham

nesta revista pelo excelente trabalho que fazem!

Ler estas entrevistas dá ânimo e incentiva bastante a

continuar neste mundo. Há histórias lindas e de grande

superação que merecem mesmo a pena darem-se a

conhecer. Acho que há histórias que motivam muito

outras pessoas a continuarem, a lutarem pelos seus sonhos,

a não desistirem!

Mas não é tudo, a parte de dicas e esclarecimentos sobre

determinados assuntos também é muito importante

para esclarecer certas dúvidas!










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