12.05.2021 Views

Perereca-araponga

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sagui-imperador (Saguinus imperator)

FOTO: VICTOR CASTANHO


Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Amphibia

Ordem: Anura

Família: Hylidae (Rafinesque, 1815)

Nome popular: Perereca-araponga

Nome científico: Boana albomarginata

Onde encontrar? Somente na Mata Atlântica do Brasil, em córregos,

beiras de lagoas, rios e riachos próximos a áreas preservadas.

Endêmica do Brasil, a pepereca-araponga (Boana

albomarginata) é um anfíbio peculiar e excelente bioindicador cuja

ocorrência segue o domínio da Mata Atlântica que perspassa pelos

estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo,

Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

FOTO: VICTOR CASTANHO

2


Tendo hábitos noturnos e arborícolas, essa espécie é mais

ouvida do que é avistada sendo que seu canto é o que lhe garante

seu nome popular. Isso porque há aqueles que dizem liricamente que

esses anuros tentam imitar o som de arapongas – algo que está

cientificamente incorreto. Porém, na busca por tentar colocar em

palavras o sentido de um som, talvez o tenham acertado: o som da

perereca-araponga realmente tem o timbre metálico do da araponga,

apenas carece de sua intensidade.

Além disso, essa espécie belíssima também já foi utilizada como

ferramenta para nortear a legislação no que tange à conservação do

estado da Bahia. Isso se deu através da conjunção de um estudo

genético dessa espécie a dados climáticos do passado. Casando-se

essas duas perspectivas, pesquisadores puderam identificar áreas

importantes para a conservação da biodiversidade.

O estudo, publicado no periódico científico Science em 2009, foi

o primeiro de seu tipo no Brasil e nele os biólogos puderam criar um

modelo matemático da distribuição da perereca-araponga na Bahia há

6.000 anos e há 21 mil anos. O objetivo? “Identificar áreas que

funcionaram como refúgios climáticos --áreas de estabilidade climática,

onde as espécies puderam permanecer ao longo do tempo”, afirmou

à Folha a autora do artigo Ana Carolina Carnaval, da Universidade da

Califórnia em Berkeley (EUA).

Para isso foram analisadas amostras de DNA de 184 indivíduos

rãs das espécies arborícolas: perereca-araponga (Boana

albomarginata), perereca-dormideira (B. semilineata) e sapo-martelo

(B. faber), encontradas em toda a floresta. Buscava-se mapear as

áreas com maior e menor diversidade genética, e quanto mais estável

é a área, mais biodiversa essa será. Tendo descoberto que o sul da

Bahia é mais instável em relação às áreas centrais, portanto é uma

área prioritária para a preservação.

Mas por que, dentre tantas espécies, essa perereca foi usada?

“Várias espécies passam parte da vida na água, sob forma de girinos,

e parte na terra, após a metamorfose. Têm pele fina e permeável, e os

ovos não possuem casca, de modo que são altamente suscetíveis a

mudanças ambientais”, disse Ana Carolina Carnaval. Dessa forma elas

são muito sensíveis a qualquer mudança.

3


FOTO: VICTOR CASTANHO

Nesse contexto essas pequenas pererecas não somente são

belíssimas como indicam a saúde ambiental.

Fiquem de olho!

4


FOTO: VICTOR CASTANHO

FOTO: VICTOR CASTANHO

5

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!