Revista EXATO - Edição 8 - Dezembro 2019

TECNOLOGIA
Fotografia digital
Todos são
fotógrafos?
Por António J. Fonseca
A
fotografia não é nenhuma
novidade. Desde cerca do
ano 350 a.C., na Grécia
antiga, já se conhecia o fenômeno
de produção de imagens através
da passagem de luz por um pequeno
orifício. Ao longo dos anos,
inúmeros estudiosos, cientistas e
pesquisadores trataram de procurar
uma forma de fixar as imagens
em uma mídia física. Em 1826, o
francês Joseph Nicéphore Niépce
conseguiu registrar o que é reconhecido
como a primeira fotografia,
registrando uma imagem sobre
uma placa de estanho coberta
com um derivado de petróleo,
chamado de “betume da Judeia”.
Outro francês, Hércules Florence,
radicado em Campinas,
Brasil, usando os estudos de Daguerre,
aperfeiçoou seu método
ao criar o negativo. A esse invento,
Florence deu o nome de Photographie.
Infelizmente, Florence
demorou muito para divulgar sua
invenção, só teve seu reconhecimento
em 1976, com a publicação
do livro de Boris Cossoy.
A partir de 1888, a fotografia
começou a se popularizar e a Kodak,
com um discurso de marketing
que afirmava que qualquer
pessoas poderia tirar suas próprias
fotografias, sem precisar de
fotógrafos profissionais, foi a principal
disseminadora dessa “nova”
tecnologia.
O resto é história... Mas,
essa história continuou sendo
contada através da tecnologia.
Novos formatos de negativos, câmeras
fotográficas menores, mais
leves, baratas ou descartáveis. E
a evolução continua, no entanto,
o marketing se mantém o mesmo.
Em 1990, a mesma Kodak
lançou a primeira câmera fotográfica
digital. E o desenvolvimento
tecnológico, cuidou de baratear e
popularizar a fotografia digital, inserindo-as
em celulares. E todos
se tornaram “fotógrafos”. Será
mesmo?
Há cerca de 50 anos atuando
com fotografia, o fotógrafo profissional
W. Debarry, lembra o tempo
em que ele próprio produzia o papel
e os compostos de revelação
de suas fotografias, que revelava
em seu laboratório e afirma que
levou algum anos para se adaptar
e se render ao uso da técnica
digital, mas aponta a praticidade
como principal fator da mudança,
já que o processo em filme
é mais “romântico” e oferece
ainda uma forma mais artística
de fotografar, já que o fotógrafo
precisa conhecer sobre luz, cor
e composição de cena, enquanto
que a fotografia digital permite
que se “aperte o botão” indiscriminadamente,
pois o Photoshop vai
corrigir os defeitos.
A fotografia requer muito mais
do que o clicar de um botão.
Criatividade, olhar atento, conhecimento
de luz e cor, noção de
espaço e proporções são alguns
requisitos necessários para fotografar
profissionalmente. Então,
quer dizer que não adianta comprar
aquela máquina fotográfica
digital cara, cheia de recursos e
usar o Photoshop?
Bom, criatividade não
se aprende, o resto sim. E você
pode fazer fotos de qualidade até
mesmo com seu celular, apenas
dominando algumas técnicas e
utilizando elementos que você
pode ter em casa. Sabe aquele
bolo que você quer vender pelo
Facebook, ou aquele arranjo de
flores para colocar no Instagram,
ou ainda aquelas bijouterias para
colocar no Etsy? Você pode valorizá-los
com fotografias de qualidade
profissional aprendendo a
usar sua câmera ou seu celular e
alguns recursos como uma luminária,
papel alumínio ou um venti-
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