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TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO
Espéculos Auriculares
As observações do conduto auditivo destinavam-se inicialmente
à extracção de corpos estranhos.
Em 1363, Guy de Chauliac, no seu tratado Collectorium Artis Chirurgicalis
Medicinae, descreveu a extracção de corpos estranhos
do canal auditivo, para o que utilizava a luz solar e um espéculo
(Hawke e col., 1984).
Para este autor, a primeira ilustração de um espéculo auricular
deve-se a um cirurgião alemão, Fabricius Hildanus, que no século
XVI empregava um espéculo bivalve para a extracção de
corpos estranhos. Este tipo de espéculo vai continuar a ser utilizado
nos séculos seguintes.
Segundo Garcia-Ballester e col. (1978), Itard, 1821, apresenta um
espéculo de valvas com o qual observa a membrana do tímpano,
servindo-se da luz solar que deve passar acima do ombro
do observador em direcção ao ouvido do doente. As duas valvas,
que eram apenas introduzidas no conduto membranoso, ao
afastarem-se corrigiam as respectivas curvaturas, opunham-se
à pressão do tragus e possibilitavam que os raios luminosos atingissem
a face externa do tímpano.
Newberg (1827), utilizava um espéculo cilíndrico, que para além
de ser introduzido na porção membranosa do conduto, penetrava
ligeiramente na porção óssea.
Bonnafont (1860), comenta este tipo de espéculos, afirmando que
o seu calibre limita o campo de visão, e que as suas paredes cilíndricas
contactavam de uma forma dolorosa com as paredes
do conduto. Defende a utilização dos espéculos de valvas, uma
vez que estas se adaptam a qualquer conduto e a pressão exercida
pelas valvas nunca chega a ser dolorosa, pois é regulável e
possível de controlar.