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Todos estes espéculos, com mais ou menos modificações, continuam
a ser utilizados hoje em dia.
Os espéculos em forma de cone, segundo Alonso (1961), são muitas
vezes conhecidos pelos nomes dos seus autores. Os cones
truncados, que terminam em forma de círculo, são chamados
espéculos de Hartman. Os que têm a sua terminação ovalada,
são denominados espéculos de Alexander. Dentro de cada tipo
existem 3 a 4 diâmetros que vão de 3 a 8 mm.
Durante a cirurgia são ainda utilizados espéculos de metal, enegrecidos
e baços, pois evitam a reflexão da luz não perturbando
o observador, e criam melhores condições para a iluminação
das paredes do conduto e do tímpano. Alguns destes espéculos
têm a sua extremidade em bisel, de modo a melhor se adaptarem
à morfologia do conduto (espéculos de Plester).
Iluminação da Membrana do Tímpano
A iluminação do conduto auditivo externo e do tímpano sofreu
uma grande evolução, desde a utilização dos raios solares até à
luz fria transportada por cabos de fibras ópticas.
Politzer (1865) afirmava que a dificuldade principal numa otoscopia
consistia em iluminar suficientemente bem uma membrana
colocada no fundo de um tubo escuro (Garcia-Ballester
e col., 1978).
De início, a iluminação utilizada era a luz do dia. Wilde, um otologista
irlandês, citado por Hawke e col. (1984), fazia as suas observações
entre as 11:00 e as 15.00 horas, dizendo ter dificuldades
durante o inverno, pois não tinha luz suficiente.
Fabricius Ab Aquabendente, no século XVI, parece ter sido o
primeiro a utilizar a luz de uma vela para iluminar o conduto
auditivo. Cleland, um cirurgião inglês do século XVIII, propõe
o uso de um vidro convexo, que concentrava a luz da vela
para a observação do canal. Bozzini, serve-se para este fim
de um espelho, que colocava por trás de uma vela (Hawke e
col., 1984).