Revista Identificação - 1ª Edição
Pensada por mulheres e feita para empreendedoras. É o resultado da união de um grupo que busca oferecer conteúdo de qualidade sobre o universo do empreendedorismo feminino, sendo fonte de inspiração e autoestima para outras mulheres que também empreendem, em todos os ambientes, regiões do país e classes sociais.
Pensada por mulheres e feita para empreendedoras. É o resultado da união de um grupo que busca oferecer conteúdo de qualidade sobre o universo do empreendedorismo feminino, sendo fonte de inspiração e autoestima para outras mulheres que também empreendem, em todos os ambientes, regiões do país e classes sociais.
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Revista Identificação: Fernandinha, conta pra
gente a sua história com o empreendedorismo.
Fernanda: Sou filha de uma costureira e desde
muito cedo tive contato com o
empreendedorismo. Minha mãe costurava,
consertava roupas dos clientes e também
produzia suas próprias peças. Eu ia com ela para
as lojas comprar os tecidos, acompanhava todo
o processo. Tenho até um acidente no dedo:
quando criança coloquei a mão numa máquina
e quase fico sem o indicador da mão direita. A
minha mãe sempre foi uma empreendedora. Ela
abriu a sua primeira loja em Campina Grande
nos anos 90, em um shopping pequenininho,
onde vendia as camisas que fabricava. Então a
nossa rotina era ir para a escola e depois passar
o resto do dia ajudando na loja. Desde muito
pequena eu já vendia, ficava no caixa, passava o
troco para os clientes. Por isso nessa época eu
dizia que queria ser bancária. Então, estar no
empreendedorismo não é algo recente na minha
vida, eu cresci com isso.
E assim fomos nos desenvolvendo numa
família muito humilde. Meu pai era
motorista de máquinas pesadas e
analfabeto, ele não conseguiria
empreender porque sua falta de formação
não permitia. Depois, o falecimento do meu
irmão mais velho nos tirou de Campina
Grande e a minha mãe entrou em
depressão. Naquela época a gente nem
sabia o que era depressão, mas hoje eu,
principalmente como psicóloga, sei que era.
Então viemos para João Pessoa e
recomeçamos a nossa vida num bairro
periférico.
E assim, minha mãe trouxe as máquinas de
costura e começou do zero de novo,
avisando aos vizinhos que era costureira.
Devagarzinho, ela conseguiu novamente
abrir uma lojinha numa galeria aqui do
centro de João Pessoa, onde ficou por mais
de 14 anos. Ela faleceu ainda com a lojinha.
Depois do seu falecimento nós é que fomos
lá fechar, e o prédio inteiro estava de luto
porque ela era muito querida.
Então, dito isso, o empreendedorismo
sempre esteve conosco. Hoje eu
empreendo no segmento de beleza, de
saúde, de ar condicionado (refrigeração),
de semi-joias. Minha irmã é professora e
empreende no segmento da educação.
Minha mãe nos deu essa veia, mas foi muito
difícil começar, porque apesar de tê-la
como exemplo, eu tinha muito medo. O
emprego fixo sempre nos deu segurança, e
sair desse fixo para empreender era algo
muito arriscado.
Tanto que eu e a minha irmã continuamos
com empregos fixos em um período do dia,
conciliando com os nossos
empreendimentos. Mas foi preciso aí um
lapso de anos, inclusive com o falecimento
de minha mãe, para que a gente pudesse
desbravar a vida da empreendedora. Os
desafios não são fáceis, mas por ter tido lá
atrás esse exemplo de garra, a gente não
desiste.