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Revista Grãos Brasil 118

Edição nº 118 da Revista Grãos Brasil com as últimas notícias sobre a pós-colheita de grãos e sementes, nesta edição contamos com a colaboração de Controle de Roedores. Estações de Isca Ignoradas por Roedores – Marcelo Hoyos; Correias Transportadoras Bühler – Najib Hamdoun; Proteção de Grãos de Cacau – Hagit Navarro e Shlomo Navarro; Uma Análise Sobre Reposição de Teor de Umidade - Marcos Wendt y muchos más!

Edição nº 118 da Revista Grãos Brasil com as últimas notícias sobre a pós-colheita de grãos e sementes, nesta edição contamos com a colaboração de Controle de Roedores. Estações de Isca Ignoradas por Roedores – Marcelo Hoyos; Correias Transportadoras Bühler – Najib Hamdoun; Proteção de Grãos de Cacau – Hagit Navarro e Shlomo Navarro; Uma Análise Sobre Reposição de Teor de Umidade - Marcos Wendt y muchos más!

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Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


graosbrasil.com.br


04EDITORIAL

Caros Amigos e Leitores

Ano XX • nº 118

Fevereiro / Março 2023

www.graosbrasil.com.br

Diretor Executivo

Domingo Yanucci

Colaboradores

Antonio Painé Barrientos

Maria Cecília Yanucci

Victoria Yanucci

Matriz

Brasil

Rua dos Polvos 415

CEP: 88053-565

Jurere - Florianópolis - Santa Catarina

Tel.: +55 48 99162.6522 / 48 99165.8222

E-mail: graosbr@gmail.com

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diretoria@graosbrasil.com.br

Sucursal

Argentina

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Villa Ballester - Buenos Aires

República Argentina

Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263

E-mail: consulgran@gmail.com

Revista bimestral apoiada pela:

F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção

de Perdas de Alimentos -ABRAPOS

As opiniões contidas nas matérias

assinadas, correspondem

aos seus autores.

Conselho Editorial

Diretor Editor

Flávio Lazzari

Adriano D. L. Alfonso

Antônio Granado Martinez

Carlos Caneppele

Daniel Queiroz

Jamilton P. dos Santos

Maria A. Braga Caneppele

Marcia Bittar Atui

Maria Regina Sartori

Sonia Maria Noemberg Lazzari

Tetuo Hara

Valdecir Dalpasquale

Produção

Arte-final, Diagramação e Capa

MidiaLab Propaganda

44 99145-3873

Ligue e Assine:

48 99165.8222

Com alegria chegamos a vocês com a primeira edição do ano da

Grãos Brasil, Da Semente ao Consumo.

A produção de grãos não se detêm e nós como elo fundamental

entre a produção e a comercialização/industria, devemos estar na

altura dos desafios. O Brasil tem continuado com o crescimento, em

todo sentido, tanto no volumem, produtividade como na eficiência

produtiva. Somos capazes de produzir mais e melhor, grãos e

sementes que atendem as necessidades crescentes de todo o

mundo.

Esperamos poder seguir por este caminho virtuoso e os

produtores, verdadeiros pilares do crescimento, tenham atendidas

suas demandas. No setor da pós-colheita e especialmente do

acondicionamento e armazenagem, temos muito por melhorar,

são necearias novas e modernas infraestruturas, que demandam

investimentos e pelo tanto linhas de crédito razoáveis.

Claro que com isso deve-se continuar com o treinamento,

atualização e capacitação dos responsáveis do manejo dos grãos.

Os últimos meses muitas empresas requisitaram treinamentos em

diversos temas, como Controle de pragas, aeração, otimização e

diminuição de quebras técnicas, sistemas de secagem, desenho

de ampliações, etc.

Sempre comentamos que temos 4 possíveis atitudes em nossa

especialidade,1) Os que tem problemas e não sabem que tem, por o

tanto não fazem nada para melhorar (normalmente a agricultura de

subsistência). 2) Os que sabem que tem um problema, mas estão

acostumados e não buscam soluções. 3) Os que buscam soluções

para seus problemas ou limitantes, estes buscam investir bem,

capacitar o pessoal, manter uma boa motivação no time de trabalho

e por último 4) Os que não tem problemas, mas desejam trabalhar

cada dia melhor, com maior produtividade e segurança. Devemos

trabalhar para que nossas empresas, conscientes da necessidade

de perfecionar, se encontram no grupo 3 ou 4.

Nesta edição, como sempre prestigio os profissionais da

especialidade, de várias partes do mundo nos apresentam

informações de utilidade, sobre cacau, transporte de grãos, controle

de ratos, tecnologia de aeração, proteção de estruturas, entre outros.

Agradecemos aos nossos assinantes,

editorialistas e especialmente as empresas

e instituições que apoiam nosso trabalho de

mais de 20 anos no Brasil.

Com afeto

Domingo Yanucci

Diretor Executivo

Consulgran - Granos - Grãos Brasil

0055 48 9 9162-6522

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


SUMÁRIO 05

04 – Proteção de Grãos de Cacau – Hagit Navarro e Shlomo Navarro.

08 - Controle de Roedores. Estações de Isca Ignoradas por Roedores – Marcelo Hoyos

12 – Correias Transportadoras Bühler – Najib Hamdoun

14 - Uma Análise Sobre Reposição de Teor de Umidade - Marcos Wendt

18 – 3 Dicas para Evitar Goteiras no Galpão da Sua Fazenda– Hard

20 – Impermiabilização de silos e armazéns – Sandro Mochnacz

22 - A contribuição significativa da manipulação a graneis na cadeia alimentar mundial – Dirk

Janssens

25 – Pragas de Grãos Armazenados e Suas Principais Características – José Ronaldo Quirino

35 – Inovação e Eficiência no Monitoramento de Grãos Armazenados Via Sensores de CO 2

– Garten

38 – Não só de pão…

39 – UTILÍSIMAS

Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br

NOSSOS ANUNCIANTES

graosbrasil.com.br


04CONSERVAÇÃO

Proteção de Grãos

de Cacau

Prevenindo a Formação de Ácidos Graxos

Livres em Armazenamento Hermético

Shlomo Navarro

Green Storage Ltd.

snavarro@013.net

Hagit Navarro

A prática de produção de grãos de cacau é feita por meio de um processo

de fermentação, que favorece a fermentação de leveduras devido às condições

anaeróbicas parciais (Schwan e Wheals, 2004). Este processo é necessário para

moderar o sabor inicialmente amargo e desenvolver o sabor típico do cacau.

Após a fermentação, a infestação dos grãos de cacau começa nas esteiras de

secagem e continua no armazenamento. As condições climáticas nos trópicos

são caracterizadas por altos níveis de umidade de 70 a 90% H.R. e temperaturas

em torno de 30 o C, ideais para o desenvolvimento de insetos e bolores de armazenamento

nos grãos de cacau.

A contaminação da superfície é uma importante fonte de fungos em grãos

de cacau fermentados e secos. De acordo com Pitt e Hocking (1997), as espécies

de Aspergillus são os fungos de decomposição predominantes em zonas

tropicais e as espécies de Penicillium são encontradas em zonas mais temperadas.

As propriedades da lipase fúngica e a capacidade de produção de micotoxinas

de fungos isolados de grãos de cacau crus mostraram boas evidências

para apoiar suas potenciais habilidades toxigênicas e teor de ácidos graxos livres

(FFA) (Guehi et al., 2007). A manteiga de cacau é definida como a gordura

obtida dos grãos de cacau que não deve conter mais de 1,75% de AGL (expresso

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONSERVAÇÃO 05

Condições de armazenamento

Os teores de água testados foram de aproximadamente

7,0%, 7,5% e 8,0%. A cada nível de teor de água, cerca

de 0,56 kg de amêndoas de cacau foram colocados em

potes de vidro de 0,95L de capacidade. O armazenamento

aeróbico e hermético em três teores de água foi repetido

quatro vezes. Os grãos de cacau foram armazenados

em temperatura controlada de 30 o ±1 o C por 90 e 160 dias.

Além dos controles mantidos a 30 o C, outro conjunto de

frascos foi mantido a 4 o C em duas repetições.

em ácido oleico) (FAO/OMS, 1999).

Os besouros de armazenamento são atraídos pelos

grãos de cacau e causam danos perfurando os grãos ou

alimentando-se do grão (Jonfia-Essien, et al., 2004). Atualmente,

alguns métodos são aplicados para obter baixo

teor de AGL nos grãos de cacau: armazene os grãos em

baixa temperatura (4 o C) ou seque-os. O armazenamento

hermético forneceu um método de armazenamento bem-

-sucedido para a proteção de grãos de cacau secos, substituindo

fumigantes para controle de insetos e preservação

da qualidade (Navarro et al, 2007). O armazenamento hermético

é obtido em estruturas plásticas flexíveis especialmente

construídas e baseia-se no princípio de gerar uma

atmosfera intersticial rica em dióxido de carbono e pobre

em oxigênio causada pela respiração de organismos vivos

em armazenamento selado.

Este trabalho tem como objetivo estudar os efeitos do

armazenamento de amêndoas de cacau com teor de água

de 7,0 a 8,0% em condições aeróbias e hermeticamente

fechadas sobre o desenvolvimento de AGL nas amêndoas.

Materiais e métodos

Conteúdo de água

Foram utilizados grãos de cacau importados de Gana e

seus níveis de água foram verificados no início do armazenamento

e após 90 e 160 dias de armazenamento usando

sensores eletrônicos que medem a atividade da água (Rotronic,

Instrument Ltd., Crawley UK) convertida em conteúdo

de umidade (úmido base). Os grãos de cacau testados

tinham uma umidade relativa de equilíbrio inicial (RHE) de

69% equivalente a um teor de água de 7,2%. Para aumentar

o teor de água, calculou-se a quantidade total de água

necessária para atingir o teor de água determinado e aplicou-se

em pequenas alíquotas sucessivas sobre o feijão

espalhado em camada única sobre manta de polietileno.

Foi dado tempo para que a água adicionada fosse absorvida,

e esse procedimento foi repetido até que a quantidade

calculada de água fosse adicionada e absorvida. Após

o ajuste da água, essas amostras foram equilibradas por

pelo menos 4 semanas a 4 o +1 o C.

Métodos de teste

Taxa de respiração de grãos de cacau

A taxa de respiração foi determinada com base no

consumo de oxigênio e dióxido de carbono emitido pelos

grãos de cacau usando o monitor de oxigênio (Emproco

Ltd., HGA11-PB, Israel) equipado com portas de entrada

e saída de gás que permitiam a circulação do gás através

de um circuito de gás. Sistema de fluxo através de tubos

flexíveis conectados aos dois tubos de cobre soldados à

tampa da garrafa. A extremidade superior de cada tubo

de cobre foi equipada com válvulas bidirecionais tipo T do

lado de fora dos vasos localizados entre cada tubo flexível

e de cobre. Semelhante à concentração de oxigênio, o dióxido

de carbono emitido pelos grãos foi medido usando

um analisador de dióxido de carbono Gow-Mac modelo

20-600 usando um detector de condutividade térmica.

Conteúdo AGL

No início do armazenamento, bem como após 90 e 160

dias de armazenamento, os grãos de cacau foram analisados

quanto ao teor de AGL de acordo com o método

do Bureau Internacional de Cacau, Chocolates e Balas de

Açúcar (IOCCC 1996). Neste método, a % AGL foi calculada

como % de ácido oleico.

Resultados

As Figuras 1, 2 e 3 mostram as concentrações médias

de gás das quatro réplicas refletindo as mudanças

na concentração de oxigênio e dióxido de carbono do teor

de água de 7%, 7,5% e 8,0% dos grãos. cacau armazenado

sob condições herméticas por 90 dias a 30 o C , respectivamente.

O esgotamento progressivo das concentrações

de oxigênio foi acompanhado pelo aumento do dióxido de

carbono que evoluiu dos organismos vivos que prevaleceram

nos grãos testados. A menor concentração de oxigênio

(<0,5%) foi registrada com teor de água de 7,0% após

35 dias, com teor de água de 7,5% após 29 dias e com teor

de água de 8,0% após 26 dias de armazenamento e, posteriormente,

sem aumento significativo na concentração de

Figura 1: Alterações na concentração de oxigênio e dióxido de carbono de

grãos de cacau com teor de água de 7,0% armazenados em condições herméticas

por 160 dias a 30 o C. Os resultados são médias de quatro réplicas.

graosbrasil.com.br


06CONSERVAÇÃO

Figura 2: Alterações na concentração de oxigênio e dióxido de carbono de

grãos de cacau com teor de água de 7,5% armazenados em condições herméticas

por 160 dias a 30 o C. Os resultados são médias de quatro réplicas.

Figura 3: Alterações na concentração de oxigênio e dióxido de carbono de

grãos de cacau com teor de água de 8% armazenados em condições herméticas

por 160 dias a 30 o C. Os resultados são médias de quatro réplicas.

oxigênio foi observado. A maior concentração de dióxido

de carbono a 7,0%, 7,5% e 8% de teor de água foi de 20,2,

25,3 e 25,8%, respectivamente.

Não houve mudanças significativas na porcentagem

de oxigênio e dióxido de carbono do teor de água de 7,0%,

7,5% e 8,0% das amêndoas de cacau armazenadas sob

condições aeradas por 160 dias a 30°C. Foram mantidas

concentrações próximas a 20% de oxigênio e entre 2,8 e

5,0% de dióxido de carbono.

A Tabela 1 mostra o AGL (% de ácido oleico) de grãos

de cacau a 7,0%, 7,5% e 8,0% de teor de água armazenado

em condição hermética a 30°C, sob condições aeradas a

30°C e 4°C a 0 d, 90 d e 160 d de armazenamento. Os resultados

foram relatados como a média de quatro réplicas

e o desvio padrão calculado para cada conjunto. Os resultados

da Tabela 1 indicam claramente que os níveis de

"...O armazenamento hermético

forneceu um método de

armazenamento bem-sucedido

para a proteção de grãos de

cacau secos, substituindo

fumigantes para controle

de insetos e preservação da

qualidade (Navarro et al, 2007). "

AGL em condições seladas de 7,0% de teor de água após

90 dias de armazenamento são mais comparáveis aos resultados

obtidos quando os grãos de cacau estavam a 4°C

em vez dos controles para os quais houve uma redução

significativa e aumento acentuado nos níveis de AGL de

0,70% para uma média de 0,95%.

Após 160 dias de armazenamento, os resultados de

AGL não diferiram significativamente em relação ao controle,

mas com 8,0% de teor de água houve um aumento

acentuado no teor de AGL no controle (1,48% de AGL).

Devido ao aumento moderado de AGL, e testes adicionais

para infestação e grãos quebrados revelaram que os grãos

de cacau eram saudáveis e de boa qualidade com uma

porcentagem de grãos quebrados inferior a 1%.

Discussão

Dentre os fungos filamentosos potencialmente micotoxigênicos

encontrados por Rahmadi et al., (2008) em

amostras de amêndoas de cacau, as principais espécies

foram Aspergillus flavus, A. niger, A. goingii, A. clavatus,

Penicillium citrinum e P. spinolosum. Aspergillus spp. requer

temperatura mais alta, mas menor atividade de água

em comparação com Penicillium spp., e também cresce

mais rápido (Hocking, 2006). Embora Penicillium spp. produz

esporos mais resistentes a produtos químicos (Hocking,

2006; Pitt, 2006), Guehi et al., (2007) descobriram

que o acúmulo de AGL em grãos de cacau crus pode ser

atribuído principalmente à presença e ação de Rhizopus

oryzae e Absidia corymbifera.

Durante o armazenamento, besouros e traças danificam

os grãos de cacau secos perfurando-os. Os grãos de

cacau são então descascados devido ao seu mecanismo

de defesa natural, atraindo larvas de mariposas (Jonfia-

-Essien, 2004) e permitindo que os fungos penetrem nos

grãos. Aumentar os níveis de grãos quebrados e fragmentos

em uma remessa pode aumentar significativamente o

teor médio de AGL da gordura processada. Quanto maior o

teor inicial de AGL dos grãos de cacau crus, ou quanto menor

a qualidade dos grãos, maior será o aumento de AGL.

Os bolores podem produzir lipase (Wood e Lass, 1985)

que, em contato com a manteiga de cacau de grãos de

cacau quebrados, libera AGL de triglicerídeos. Guehi et al.,

(2008) demonstraram que o teor de AGL em grãos de cacau

quebrados artificialmente aumentou substancialmente,

independentemente da qualidade inicial dos grãos de

cacau. Seu baixo teor de AGL em grãos de cacau inteiros

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONSERVAÇÃO 07

e saudáveis aumentou de 0,48 para 0,78% e não mostrou

nenhuma mudança apreciável ao longo de 12 semanas de

armazenamento. Este trabalho foi realizado usando grãos

de cacau de alta qualidade importados de Gana que continham

uma porcentagem muito baixa de grãos rachados

ou quebrados (<1%) e, conseqüentemente, o AGL inicial

era de 0,70%. De acordo com as regras de classificação e

comércio de amêndoas de cacau (Governo da Índia, 1997),

a porcentagem de amêndoas quebradas não deve exceder

3% para qualidade de grau A.

Em trabalhos anteriores usando atmosferas biogeradas

de produtos de cacau armazenados para preservação

da qualidade e controle de insetos, onde a respiração dos

grãos de cacau reduziu a concentração de oxigênio para

<1% e aumentou a concentração de dióxido de carbono

em até 23%, nenhum inseto sobreviveu, portanto, a qualidade

do cacau feijão foi preservado (Navarro et al, 2007,

Jonfia-Essien et al, 2008 a, b).

Em conclusão, o armazenamento de grãos de cacau

em estruturas hermeticamente fechadas inibe a atividade

de pragas de insetos e o desenvolvimento de fungos;

como consequência, o AGL derivado do desenvolvimento

da microflora foi inibido. Muito provavelmente, as micotoxinas

toxicogênicas também são inibidas, embora isso

exija uma investigação mais aprofundada por um período

prolongado em estruturas hermeticamente fechadas com

uma porcentagem maior de grãos quebrados ou grãos de

cacau de baixa qualidade.

Tabela 1: Teor de AGL (% ácido oleico ± desvio padrão) de amêndoas de cacau com teor de água de 7,0%, 7,5% e 8,0% armazenadas em condições herméticas e

aeradas a 30° e 40°C no início do armazenamento, após 90 dias e após 160 dias de armazenamento.

graosbrasil.com.br


08CONTROLE DE PRAGAS

Controle de Roedores

Estações de Isca Ignoradas por Roedores

Eng. Agr. Marcelo Hoyos

Responsável Técnico de Higiene Ambiental

BASF Argentina SA

Consultas: ambiental-ar@basf.com

Revisão e correção:

Jefferson Andrade

BASF Brasil S.A

As caixas porta iscas são implementos amplamente utilizados, recomendados

e utilizados no Manejo Integrado de Roedores em todo o mundo. Compreender

seu papel, pontos fortes e limitações permitirá um trabalho mais eficiente

no campo. Compartilho com os profissionais técnicos minhas reflexões e comentários

com base na experiência de campo e na bibliografia que trata deste

importante tema.

Esses implementos foram projetados para:

• evitar que crianças e animais tenham acesso ocasional às iscas;

• permitir a fixação das iscas, prevenindo que acidentalmente se movam

para área externa;

• proteger as iscas e prevenir seu deterioramento em decorrência dos efeitos

do meio ambiente, tais como chuvas, ventos, calor e entre outros;

• facilitar o mapeamento dos pontos de iscagem para melhor organização e

planejo bem como para programas auditáveis;

• monitorar de forma mais simplificada o consumo e reposição das iscas;

• evitar furtos das iscas caso o porta isca ofereça dispositivo de segurança;

• conceder em seu interior um ‘espaço protegido” para o roedor consumir as

isca de maneira abrigada. Mas coloco esse ponto em discussão, por dois

fatores, o comportamento dos roedores em mover as iscas a suas tocas

e/ou abrigo que o considerem mais seguro e a própria neofobia (medo de

qualquer coisa nova).

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONTROLE DE PRAGAS 09

As formulações, formatos e tamanhos comerciais são

diversos. Em algumas indústrias são exigidas uma certa resistência

a impactos, golpes, quebra e trava de segurança.

Por muitas vezes recomenda-se a fixação das porta

iscas ao piso, estabelecendo o que se chama de ponto de

iscagem entre outros nomes como, ponto de monitoramento,

ponto permanente de envenenamento (PPE) e etc.

Os pontos de iscagem comumente levam adesivos ou

placas com inscrições relacionadas às empresas de controle,

contendo a o número ou identificação do porta isca,

data do monitoramento e legendas alertando “Cuidado

Veneno”.

Mas, nestas descrições, não é indicado o real papel que

os porta iscas desempenham no controle de roedores à

campo. Podem-se pensar que os roedores encontrarão

e consumirão em seu interior iscas rodenticidas, ou que

ficarão presas em placas de colas ou até mesmo que os

roedores serão aprisionados e mortos em seu interior. Isso

parece ideal, mas sabemos que nem tudo é tão linear.

Na prática tudo se torna mais complexo e aspectos

relacionado a caixa porta iscas, o tipo de isca utilizada e

sobretudo ao comportamento dos roedores devem ser

analisados.

Determinar os pontos de iscagem sistematicamente

ao longo das áreas a serem tratadas não nos garante total

controle das colônias de roedores que infestam o ambiente

infestado em questão. Equivocadamente podemos

ter falsos negativos, ou seja, nem sempre o não consumo

das iscas dentro das caixas porta iscas é sinônimo de um

ambiente controlado, pois muitas vezes, os roedores ao

menos o visitaram.

Roedores frente as caixa porta iscas.

Uma pergunta recorrente que os profissionais de controle

de pragas nos fazem é: em certos casos os roedores

estão ativos, mas não entram nos dispositivos porta iscas.

Nem sempre os roedores entram nos dispositivos porta

iscas, mesmo quando bem localizados. A decisão dos

roedores de fazê-lo ou não, depende de múltiplos fatores.

Os comportamentos dos membros de uma colônia diferem

uns dos outros no mesmo ambiente.

Os roedores têm diferentes atividades e papéis para os

quais a decisão de entrar em uma caixa porta iscas com

iscas ou placas de colas (com atrativo) pode não ser uma

prioridade para eles.

A neofobia a caixas ou até mesos as iscas poderia ser

uma das muitas explicações, mas podemos analisar outras

relacionadas a hábitos circunstanciais dos roedores

nos quais eles investem seu tempo em aspectos que descrevemos

a seguir:

• Tempo dedicado à reprodução. Quando as fêmeas

entram no cio há um ambiente caótico com brigas e

correrias. Os adultos concentram-se na cópula;

• Tempo dedicado a lutas por território ou disputas entre

os dominantes da mesma colônia. Nem tudo é

harmonia;

• Tempo gasto em tarefas de construção de ninhos,

tocas e passagens, que consomem energia;

• Tempo investido na limpeza e manutenção das tocas;

• Competição com outras fontes alimentares. Pode

haver alimento suficiente para a colônia e não necessitarem

buscar por fontes novas, como as próprias

iscas;

• São metódicos e memorizam suas rotas de forrageamento,

se o ponto de iscagem não estiver próximo

aos seus caminhos pode não haver o interesse ou

necessidade de ingressar nas caixas porta iscas;

• Nem todos os indivíduos saem para explorar o ambiente

em busca de alimentos, pois há hierarquias e

idades diferentes. Roedores jovens, por exemplo, são

muito receosos, transitam normalmente são ao redor

ou muito próximos fora de seus ninhos;

• Roedores dominantes (como alfas e betas) são normalmente

os que podem acessar os pontos de iscagem

longe de seus ninhos e de fato, esses representam

apenas uma parte da colônia;

• A presença ou medo de predadores. As trilhas e caminhos

por eles marcados são locais por vezes expostos

a predadores e os roedores preferem correr

por eles com velocidade suficiente até chegarem ao

abrigo transitório, caverna de passagem, toca ou local

de alimentação. Os roedores se movem sabendo

que correm o risco de serem predados.

• Os roedores exploram o ambiente sabendo que correm

riscos. Suas trilhas e caminhos marcadas por

graosbrasil.com.br


10CONTROLE DE PRAGAS

"Colocar caixas de iscas

sistematicamente em um

ambiente não nos dá garantia

total de controle das colônias

de roedores que se instalam

naquela propriedade. "

eles são muitas vezes ambientes expostos a predadores,

portanto, por muitas vezes preferem correr em

altas velocidades entre os pontos de alimentação e

seus ninhos ou abrigos, o que impedi exploração a

fontes novas de alimentos.

Outros aspectos relacionados a nossas atividades de

controle.

• A caixa porta iscas é um elemento geralmente feito

de material plástico que pode perturbar a arquitetura

do ambiente colonizado. Isso pode gerar neofobia

que pode ser temporária ou até mesmo permanente;

• Que elementos ou tipo de iscas está dentro que poderia

encorajar um roedor a entrar nas caixas porta

iscas? Bloco rodenticida ou apenas uma placa de

cola?;

• A relativa abundância de alimentos disponíveis em

relação à presença e qualidade nutricional das iscas

no porta iscas;

• Quantos blocos de rodenticidas (dose por ponto

de iscagem) são colocados dentro dos porta iscas.

Quanto mais blocos houver, maior será o interesse

do roedor em entrar;

• Possível rejeição devido a caixas de iscas contaminadas

com odores estranhos à colônia (por exemplo,

cheiro de inseticidas, combustível, etc.);

• A localização das caixas porta iscas estão de acordo

com locais estratégicos ou está distante deles? Isso

é frequentemente visto em programas de controle de

Rattus rattus, onde as caixas são colocadas apenas

no nível do solo e não contemplam iscagens em partes

altas, por onde essa espécie pode frequentar;

• Aspectos sobre a qualidade da isca rodenticida utilizada

é outro ponto que não é considerado e se

expressa em sua palatabilidade/atratividade e propriedades

nutricional da isca, bem como seu estado

(deterioração). Existem muitos aspectos que devem

ser considerados ao escolher uma isca de qualidade;

• As aberturas de acesso à caixa de iscas podem ser

pequenas. O tamanho das aberturas nos porta iscas,

se forem muito pequenas, podem limitar a entrada

dos roedores;

• As iscagens fixas em perímetros (pontos mais tradicionais)

nem sempre abrangem os locais de atividades

dos roedores. Em “fases de ataque” (quando

estamos iniciando o controle ou há um pico de infestação)

esses sistema de iscagem fixas em perímetros

não são tão funcionais, pois não permitem

a flexibilização ou adaptação de pontos de iscagem

mais efetivos, conforme o programa de controle e

diagnósticos aferidos anteriormente que levam em

consideração o comportamento e como os roedores

exploram o ambiente.

Para que um roedor seja controlado após consumir

uma isca raticida localizada dentro de uma caixa porta

iscas, uma cadeia de decisões prévias deve ser estabelecida:

1. Que o roedor encontre um dispositivo porta iscas em

sua área de confiança ou segurança;

2. Que acesse ao interior do porta iscas sem inconvenientes;

3. Que ao fazer o contato com a isca permita manipulá-

-la de forma segura;

4. Que o roedor consuma a isca de forma confortável e

a deguste sem rejeição;

5. Que por fim, consumam minimamente a dose letal

da isca utilizada. A dose letal dos produtos comerciais

pode variar aproximadamente de 1,3g a 9g por

roedor. Ou seja, a dose letal muda dependendo do

ingrediente ativo anticoagulante e de sua quantidade

presente na formulação, além da espécie alvo a

ser controlada. Se o roedor não chegar a consumir

a dose letal estabelecida pelo seu peso corporal, o

roedor não será intoxicado.

Sabemos que esse processo linear é afetado por muitos

fatores. Sabemos que as iscas rodenticidas comerciais

têm diferentes qualidades e conteúdos nutricionais

e isso define claramente o interesse: neofilia/consumo, ou

neofobia/rejeição as iscas.

Muitos blocos são feitos com uma base com alto teor

de parafina e este produto não é um alimento palatável e

nutritivo para o roedor. Não é o caso dos blocos prensados

onde 99,9% do bloco é alimento nutritivo à base de grãos

e farinhas, como apresentado no rodenticida Storm® com

formulação exclusiva.

Resumo

Em resumo, acredito que antes de analisar a questão

das caixas porta iscas, devemos começar com um

bom diagnóstico prévio a cada visita, pois esta é a base

de qualquer programa profissional de manejo integrado.

Dessa forma, será possível determinar a escolha e o uso

correto dos porta iscas, escolher o melhor rodenticida, definir

a localização estratégica de acordo com as espécies

presentes e analisar o risco potencial da infestação considerando

o comportamento dos roedores dominantes e a

colônia como um todo.

O diagnóstico correto permite, entre outras coisas,

como, definir o código de comportamento específico para

cada colônia dentro da espécie e entre espécies. O conhecimento

desses padrões é a essência do programa de

controle. Sem diagnóstico não há programa de controle

bem sucedido.

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


LOGISTICA

11

www.graosbrasil.com.br


12TECNOLOGIA

Correias

Transportadoras

Bühler

Excelência em Soluções para

Transporte de Grãos

Najib Hamdoun

Gerente de Vendas

najib.hamdoun@buhlergroup.com

www.buhlergroup.com

Tecnologia e know-how técnico contribuem para a melhoria de desempenho

e performance operacional com equipamentos para portos.

Com dimensões continentais e uma produção agrícola considerada referência

no mundo todo, o Brasil tem uma longa história quando o assunto é o transporte

e o manejo de grãos. E para as indústrias que atuam no segmento, é inegável

a importância — e urgência — do desenvolvimento e da implementação de

tecnologias e soluções integradas capazes de otimizar o desempenho e reduzir

desperdícios durante o transporte de granéis sem comprometer a qualidade,

desde a produção até o consumo.

É por isso que a Bühler aplicou todo o seu conhecimento técnico na área de

transporte de grãos para criar um portfólio completo de correias transportadoras.

A tecnologia das correias Bühler permite manter os mais elevados padrões

de excelência operacional, aumentando a eficiência e o cuidado no transporte

dos grãos, diminuindo perdas e assegurando ciclos de trabalho ainda mais longos

e completos.

Tecnologias de transporte têm impacto direto na qualidade final

O nível da tecnologia empregada em correias transportadoras está direta-

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


TECNOLOGIA 13

mente ligado à melhoria de desempenho, performance

e disponibilidade operacional que os equipamentos oferecem.

Não por acaso, esse é, hoje, um critério de suma

importância para a rentabilidade de qualquer operação —

em especial para os processos de carga, descarga e movimentação

para portos e terminais graneleiros.

Isso porque essas soluções de transporte para grãos

devem ser precisas, resistentes e delicadas durante todo o

ciclo operacional, evitando a quebra dos grãos e reduzindo

os índices de desperdício durante a movimentação. Nesse

contexto, a Bühler apresenta em seu portfólio de correias

transportadoras uma tecnologia projetada especificamente

para grande durabilidade, com componentes de alta

qualidade para assegurar uma vida útil longa.

Além disso, outra característica importante das correias

transportadoras da Bühler é que elas foram desenvolvidas

para a aplicação em portos e terminais de carga

para navios. Uma solução que oferece robustez e alta capacidade

de transporte por longas distâncias, com total

integração para silos e instalações portuárias.

Tudo isso com especificações que ajudam a garantir a

segurança da operação. Afinal, as transportadoras Bühler

contam com uma interface de controle prática, automatizada

e intuitiva, para oferecer mais segurança aos operadores.

Vale destacar ainda que nossas soluções para transporte

e manuseio de grãos em portos são desenvolvidas

em conformidade com normas globais de responsabilidade

ecológica. Na prática, isso significa o mínimo de emissão

de partículas e pó, minimizando o impacto ambiental

nos portos e nas comunidades ao redor.

Entenda as principais vantagens das correias transportadoras

da Bühler

São diferentes opções de equipamentos e ampla gama

de recursos opcionais modulares, que oferecem as soluções

ideais para atender às suas necessidades específicas.

Assim, quando falamos em tecnologia Bühler para o

transporte de grãos, as soluções chegam até o mercado

portuário em dois modelos:

• Correia Transportadora Enclausurada (LBIA): Projetada

para atender às necessidades do mercado atual,

oferecendo um manuseio de grãos silencioso, ágil

e livre de poeira, oferecendo duas configurações de

suporte à correia, com carretel ou com roletes.

• Transportador de Correia Convencional (LBAB): Equipamento

projetado para funcionar com ampla variedade

de capacidades, tudo no conhecido design

aberto clássico, como uma solução econômica e

eficiente, pode ser ofertado com cobertura para ambientes

abertos.

Construídas para transporte cuidadoso dos grãos

Sabemos que grãos sensíveis e abrasivos exigem muito

cuidado. Sendo mais suaves do que outros equipamentos

mecânicos, as correias transportadoras Bühler criam

menos atrito e praticamente não causam quebras. O grão

corre apenas na esteira e, por isso, os resíduos de produtos

causados pelo contato com outros componentes são

eliminados.

Instalação simplificada, rápida e segura

O projeto modular também oferece montagem simples

e substituição fácil de peças desgastadas, reduzindo o

tempo de paradas e maximizando resultados.

Além disso, clientes e parceiros Bühler ainda contam

com a mais ampla gama de equipamentos e componentes

de reposição do mercado, disponíveis ao alcance de um

clique e prontos para atender necessidades customizadas

nas mais variadas aplicações e condições de trabalho,

com robustez e eficiência.

Por isso, converse com nosso especialista, conheça

nossas soluções e descubra como podemos, juntos, criar

um futuro melhor!

www.graosbrasil.com.br


14CONSERVAÇÃO

Uma Análise Sobre

Reposição de

Teor de Umidade

Marcos Wendt

Instrutor do Curso Excelência

em Conservação de Grãos

Linkedin: marcoswendt

Conta o relato da Sagrada Escritura que em certa ocasião São Pedro questiona

o Cristo acerca do número de vezes que se deveria perdoar algum ofensor

reincidente, se sete vezes seria satisfatório, ao que Jesus lhe responde prontamente

que não apenas sete, mas setenta vezes sete, apontando assim para

um padrão de virtude e piedade extremamente elevado, de modo que deixa o

apóstolo perplexo com a resposta.

O assunto que pretendo abordar nesta edição não tem qualquer relação com

teologia, embora o diálogo acima me faça lembrar de outra afirmativa que já

ouvi inúmeras vezes, porém envolvendo teor de umidade de grãos.

Diz a lenda que umedecer os grãos depois de secos é sete vezes mais difícil

do que secá-los. Quem fez a conta, por horas não tenho a menor ideia de quem

seja, no entanto afirmo que, não apenas sete, mas seguramente “setenta vezes

sete”.

Trocadilhos à parte, cabe entender alguns pontos básicos envolvendo o

tema de modo a evitar algumas conclusões e expectativas por vezes irrealizáveis

na prática.

Em primeiro lugar, devemos ter em mente algumas questões sobre o comportamento

higroscópico dos grãos.

Por serem higroscópicos, os grãos buscam constantemente uma relação de

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONSERVAÇÃO 15

equilíbrio com o ambiente à sua volta, de modo a encontrarem

uma condição em que a pressão de vapor interna

encontre igualdade com a pressão externa.

Uma vez encontrada essa razão dizemos que os grãos

estão em equilíbrio higroscópico com o ambiente, no nosso

caso o ar intersticial da massa de grãos.

Essa razão de equilíbrio por sua vez é diferente para

cada tipo de grão, ou seja: para uma mesma condição de

temperatura e umidade relativa ambiente, grãos diferentes

encontram razões de equilíbrio diferentes.

Para uma umidade relativa ambiente de 75% grãos de

soja, milho e trigo, apresentam teores de umidade de equilíbrio

de 14%, 15% e 16% respectivamente.

Devemos considerar, no entanto, que o alcance desse

equilíbrio não ocorre de maneira instantânea.

São necessários vários dias, as vezes semanas, para

que os grãos encontrem essa razão de equilíbrio de forma

plena.

Isso pode ficar mais claro no gráfico a seguir (figura

01), onde podemos ver a evolução do teor de umidade

quando em dessorção (grãos em processo de secagem).

No gráfico os grãos (de trigo) partem de um teor de

umidade inicial de 22% e temperatura estabilizada em

22,5°C sendo submetidos à 03 condições diferentes de

umidade relativa, 35%, 60% e 80%.

Podemos perceber, analisando o gráfico (figura 01),

uma queda acentuada no teor de umidade dos grãos nos

primeiros 03 dias. Após o terceiro dia a queda de teor de

umidade diminui e inicia-se um processo de “ajuste fino”

dos mesmos à condição ambiente.

Podemos perceber que os grãos levam cerca de 10 a

15 dias para atingirem o equilíbrio higroscópico.

Figura 1: Tempo em dias para equilíbrio em dessorção.

Um movimento semelhante ocorre quando temos uma

situação de umedecimento dos grãos (adsorção), conforme

podemos observar no gráfico da figura 02 onde temos

novamente grãos de trigo, agora partindo de um teor de

umidade próximo de zero, novamente com temperatura

estabilizada em 22,5°C em três valores distintos de umidade

relativa, 35%, 60% e 80%.

Observando o gráfico podemos notar novamente um

movimento rápido nos primeiros 04 dias e depois uma estabilização

sendo alcançada em torno de 15 dias.

Figura 2: Tempo em dias para equilíbrio em adsorção.

Vale frisar também que o ajuste se torna mais lento à

medida que os grãos estejam mais próximos de atingirem

o ponto de equilíbrio.

Podemos ver, observando o gráfico (figura 02), que os

grãos com 12% de teor de umidade levam em torno de 15

dias para alcançar teor de umidade de equilíbrio de 12,5%

para umidade relativa de 60% (ver curva vermelha do gráfico).

Para uma análise mais segura sobre o tema, entretanto,

é necessário ainda levarmos em conta outro fenômeno

que atinge os grãos, a sorção.

Devido sua característica higroscópica os grãos tendem

a perder (dessorção) ou absorver (adsorção) água em

forma de vapor do ambiente.

No entanto, quando os grãos perdem umidade (dessorção)

acabam passando por algumas modificações em

sua estrutura, de modo que os espaços porosos que continham

água acabam se contraindo. Com isso suas relações

de equilíbrio higroscópico acabam sendo alteradas,

pois perdem a capacidade de repor a mesma quantia de

água que tinham sob a mesma umidade relativa ambiente.

Essa diferença no teor de umidade de equilíbrio dos

grãos quando em dessorção ou adsorção chamamos de

histerese. Veja o gráfico a seguir (figura 03) onde podemos

visualizar esse fenômeno para uma melhor compreensão.

Como podemos perceber analisando o gráfico, para

uma umidade relativa ambiente “X” os grãos encontram

diferentes teores de umidade para dessorção (A) e adsorção

(B).

Podemos perceber também que, para recuperar o teor

de umidade em adsorção (B), de forma a buscar equivalência

com o teor em dessorção (A), necessitamos uma

umidade relativa ambiente “X+”. Ou seja: uma vez que os

grãos foram secos, fazer a reposição do teor de umidade

requer uma umidade relativa de equilíbrio consideravelmente

mais alta e, como vimos no gráfico da figura 02,

os grãos necessitam ficar expostos à essa condição por

vários dias.

A seguir temos uma tabela (figura 04), onde podemos

ver a diferença de teor de umidade em adsorção e dessorção

para grãos de arroz em casca com temperatura estabilizada

em 25°C.

graosbrasil.com.br


16CONSERVAÇÃO

Figura 3: Isotermas da histerese

Figura 4: Teor de umidade em adsorção e dessorção

Podemos perceber que, para uma umidade relativa

de 70%, por exemplo, encontramos teores de umidade de

11,8% e 13,4% para adsorção e dessorção, respectivamente;

uma diferença de 1,6%.

Observando os dados da tabela e as curvas do gráfico

podemos facilmente chegar a uma conclusão simples:

repor teor de umidade requer umidades relativas mais

elevadas.

Vejamos ainda outro ponto interessante: se compararmos

teores de umidade (figura 04) com valores semelhantes

em adsorção e dessorção encontraremos umidade

relativa de equilíbrio com 10% de diferença entre ambos,

confirmando o que demonstra o gráfico da figura 03. Veja:

Dessorção: teor de umidade 13,4% - UR equilíbrio 70%

Adsorção: teor de umidade 13,6% - UR equilíbrio 80%

Dito isto, considerando a ideia de “devolver” umidade

aos grãos, devemos avaliar também algumas questões

quanto à psicrometria e as alterações nas caraterísticas

do ar ocorridas durante a realização de aeração, considerando

este ser o meio utilizado para insuflar ar na massa

visando a manipulação das condições de temperatura e

umidade intersticiais.

Para que a aeração seja feita de forma correta e preservado

o teor de umidade dos grãos sem provocar secagem,

devemos considerar a perda de umidade, devido

o acréscimo de temperatura, a qual ocorre no sistema de

aeração devido à pressão, atrito e turbilhonamento do ar

no interior de ventiladores e canalizações. Assim, é de extrema

importância que essas correções sejam feitas.

Fazendo uma ligeira análise na Carta Psicrométrica (figura

05) podemos perceber que, com elevação de 03°C na

temperatura do ar ambiente (valor geralmente considerado

para esse cálculo na maioria das literaturas técnicas)

temos uma quebra de umidade relativa próxima à 10%.

Observando o gráfico (figura 05) temos temperatura de

Bulbo Seco em 25°C (linha vermelha) com umidade relativa

em 70% (curva verde).

Elevando a temperatura de bulbo seco em 03°C (linha

laranja) vamos encontrar umidade relativa próxima a 60%

(curva magenta), uma queda de cerca de 10%.

Assim, para obtermos (no caso da soja, por exemplo)

um teor de umidade de equilíbrio de 14% (Umidade relativa

de equilíbrio de 75%) em condições normais iremos

necessitar uma umidade relativa ambiente próxima a 85%

para aeração, considerada a perda ocorrida.

Finalmente, visto isso, considerando que por alguma

razão promovemos secagem excessiva na massa de

grãos e pretendemos então recuperar o teor de umidade,

devemos levar alguns fatores em conta:

1. Necessitamos umidade relativa de equilíbrio mais

alta para repor umidade dos grãos, seguramente na

casa de +10%;

2. Necessitamos considerar a perda de umidade no

sistema de aeração, portanto devemos acrescer ainda

+10% de umidade relativa;

3. Devemos considerar submeter a massa de grãos por

vários dias, talvez semanas, em condições de alta

umidade relativa para buscar essa recuperação de

teor de umidade, o que constitui um risco elevado

para a conservação.

Resumindo, se para conservar os grãos em um teor

de umidade adequado tínhamos necessidade de umidade

relativa de equilíbrio na massa de grãos na casa de 75%,

para recuperar o teor de umidade após secagem excessiva

teremos necessidade de ar ambiente com umidade

relativa próxima ou acima de 90% (75%+10%+10%=95%,

um acréscimo de +20%), ou seja:

75% - umidade relativa de equilíbrio em dessorção

10% - acréscimo para compensar a adsorção

+10% - compensação devido perda no sistema de aeração

95% - Umidade relativa ambiente total para aeração

Como podemos verificar em várias literaturas técnicas,

é dito que os grãos absorvem água mais rapidamente

quando sujeitos à umidade relativa acima de 70-75%.

Nota-se, no entanto, que tal condição na massa de grãos

é bastante difícil de ser obtida por meio de aeração, visto

que nossas médias máximas de umidade relativa dificilmente

ultrapassam 85%, exceto em caso de ocorrência de

chuva.

Assim, contabilizadas as perdas de umidade ocorridas

no sistema de aeração, insuflar ar na massa de grãos com

umidade relativa acima de 70% é bastante desafiador, considerando

nosso clima.

Além da limitação climática, o risco envolvido é elevado,

visto nossas temperaturas médias de armazenagem

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONSERVAÇÃO 17

serem consideravelmente altas (entre 24-

27°C em média), o que poderia facilmente

contribuir para o rápido desenvolvimento de

fungos e deterioração.

Talvez venha daí a afirmação que diz ser

sete vezes mais difícil repor umidade nos

grãos do que tirar.

Se é esta a origem da colocação, não sei,

mas diante dos dados apresentados, acredito

que o leitor concorde que estamos mais

para setenta vezes sete, praticamente uma

Missão Impossível.

Observando os gráficos aqui apresentados,

podemos ver que a operação, além de

alto grau de dificuldade, possui também um

enorme potencial para provocar efeitos extremamente

prejudiciais para a massa de grãos.

Podemos afirmar sem grandes riscos de

errar que tal operação, ainda que milagrosamente

encontre viabilidade operacional, é

sinônimo de perdas e prejuízos potenciais.

Visto isso, cabe atenção ao manejo da

aeração, fazendo-se as devidas correções

de quebra de umidade relativa de modo a

evitar secagem excessiva para que, na hora

de expedir os grãos, não necessite recorrer

à métodos mirabolantes (quem lê entenda)

para remediar as perdas.

Figura 5: Carta psicrométrica

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18INFORME EMPRESARIAL

3

Dicas para Evitar

Goteiras no Galpão

da Sua Fazenda

Entre em contato,

leia o QrCode

acima!

No agronegócio, tornou-se comum o uso de estruturas metálicas para abrigar

maquinários modernos e de alto valor. Mas, para garantir que esses equipamentos

não serão danificados por alguma goteira, é extremamente importante

investir nos produtos certos para a cobertura metálica. Pensando nisso, reunimos

os três principais pontos que você deve prestar atenção durante a construção

ou reforma do telhado do seu galpão.

Invista na vedação

Você sabe que ponto do telhado metálico está mais suscetível a goteiras?

Muitos acreditam que é no parafuso, outros nas sobreposições de telhas, há

quem aposte nas passagens de tubulações e terá quem dirá que é em locais

como rufos e calhas. Sabe o que todas essas respostas têm em comum? Todas

são interferências na cobertura. A verdade é que quanto mais interferências,

maior a chance de infiltrações. Por isso, é extremamente importante investir na

vedação dessas áreas com produtos de qualidade.

Para vedar as sobreposições de telhas, o ideal é usar uma solução como a

Fita Tacky-Tape®. Como é aplicada entre as telhas, este produto age como uma

barreira física que impede o empoçamento entre as chapas em casos de chuva

com vento ou por causa do efeito de capilaridade, comum em telhados pouco

inclinados.

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


INFORME EMPRESARIAL 19

Como você já sabe, calhas e rufos

também precisam de vedação e,

neste caso, o recomendado é utilizar

um selante de alta durabilidade e resistência.

O Selante MS 435 Telhado,

por exemplo, conta com a maior durabilidade

do mercado e é extremamente

resistente às ações do tempo

e clima. Além da sua aderência em

concreto e metal, é um dos únicos

produtos do mercado que adere ao

galvalume.

As passagens de tubulações precisam

de uma solução de alta tecnologia

como a Flange Master Flash,

que envolve a base dos tubos e elimina

a possibilidade de infiltrações

nesses pontos. Quando comparado

ao uso de retalhos metálicos para

vedar esses locais, a aplicação da

Master Flash é muito mais ágil e fácil,

além de garantir a maior durabilidade do mercado.

Sobre a prevenção de infiltrações nos parafusos, vamos

falar com mais detalhes a seguir. Continue a leitura!

Escolha corretamente os parafusos

Quem não investe tempo em escolher o parafuso certo

para a sua cobertura metálica, provavelmente não demorará

a sofrer com as goteiras. Afinal, um fixador inadequado

ou de baixa qualidade pode ser o início da corrosão no

telhado, que colocará em risco os itens estocados ali.

Dessa forma, escolha o parafuso conforme o ambiente

em que ele será aplicado, garantindo que o item tenha

o revestimento com a resistência necessária. Para áreas

rurais, que normalmente tem um índice baixo de corrosão,

recomenda-se o uso de parafusos da linha Durs Ecoseal,

que têm a maior durabilidade do mercado devido ao seu

exclusivo revestimento Ecoseal®.

Além do revestimento, preste atenção no design do

parafuso. Os fixadores da linha Durs contam com arruela

EPDM com 97% de pureza, o que diminui as chances do

rompimento da arruela e o surgimento de problemas nesse

ponto. Essa arruela é alojada perfeitamente na cabeça

com flange de rebaixo profundo, dessa forma absorvendo

até 10° de inclinação sem risco de vazamento.

E se seus parafusos precisam ser trocados, o portfólio

do Grupo Hard também contempla fixadores de reparo.

Esses itens tem uma bitola com diâmetro maior, que proporciona

uma laminação de rosca completa e garante as

cargas de arrancamento necessárias para aplicação.

Conte com parceiros especialistas

Tão importante quanto escolher corretamente

os produtos que serão utilizados,

é contar com uma equipe capacitada para

efetuar o serviço corretamente. Afinal, nem

mesmo a melhor solução terá um bom desempenho

se aplicada de forma errada, não

é mesmo?

Também é extremamente importante

contar com fornecedores comprometidos

com a qualidade, como é o caso do Grupo

Hard. Seu portfólio de produtos premium

cumpre normas de qualidade nacionais e internacionais.

E, para levar a melhor solução

até você, tem um laboratório completo para

certificar a qualidade dos produtos, além de

oferecer todo o suporte técnico necessário

com uma equipe especializada.

Quer ter essa qualidade no seu galpão

ou silo? Ligue agora mesmo para (47) 4009-

7200.

graosbrasil.com.br


20INFORME EMPRESARIAL

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


INFORME EMPRESARIAL 21

graosbrasil.com.br


22TECNOLOGÍA

A contribuição

significativa da

manipulação a

graneis na cadeia

alimentar mundial

Dirk Janssens

Vigan

infor@vigan.com

Dirk Janssens da VIGAN, Bélgica, destaca o papel vital desempenhado pelo

manuseamento agribulk na cadeia de abastecimento alimentar.

O crescimento e distribuição de trigo, milho e soja foi optimizado , resultando

na sua utilização generalizada como matéria-prima na produção de alimentos

em todo o mundo. O trigo, em particular, tornou-se cada vez mais popular como

ingrediente base em vários artigos alimentares (tais como pão, bolachas, bolachas,

massas e macarrão, ...) devido à sua versatilidade, vida de prateleira, e

procura de fast food. Países como o Bangladesh, Taiwan e as Filipinas tornaram-se

importantes importadores de trigo para satisfazer as necessidades das

suas populações em rápido crescimento.

A indústria de moagem e os seus desafios

A indústria de moagem tem vindo a acompanhar estas tendências, com grupos

de moagem a investirem em novos moinhos de farinha a nível mundial para

tirar partido da crescente procura de produtos à base de trigo. A África Subsaariana,

que já foi um importador significativo de farinha, é agora um grande importador

de trigo, com grandes moinhos capazes de processar até 5000-10.000

t por dia, tornando-se cada vez mais comuns. Com populações em rápido cres-

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


TECNOLOGÍA 05

cimento em países como a Nigéria e a Etiópia, é crucial

que a indústria de moagem disponha das infra-estruturas

necessárias para satisfazer a procura. Para o conseguir,

as operações de moagem devem ser em grande escala e

estrategicamente localizadas para tirar partido das economias

de escala e para aumentar o poder de compra. As organizações

de moagem levaram as suas operações para o

nível seguinte, estabelecendo as suas próprias empresas

e navios de comercialização de trigo. Estes navios, tais

como o Panamax, têm a capacidade de transportar 60.000

toneladas de trigo. Para assegurar a qualidade do seu stock,

estes grupos de moagem adquirem estrategicamente

o trigo e armazenam-no cuidadosamente. Este é o estado

da indústria de moagem em 2023, com um forte enfoque

na satisfação das exigências dos consumidores.

Próximas tendências

No futuro, as novas técnicas agrícolas, a genética e as

alterações climáticas são susceptíveis de trazer novos actores

para a indústria. A cadeia logística sofreu alterações

significativas, com embarcações de maiores dimensões,

canais alargados, e rios e portos dragados a acomodar a

procura crescente. A recente pandemia da COVID-19 destacou

os estrangulamentos na cadeia, tais como a fiabilidade

do equipamento e os custos de manutenção, tornando

os potenciais clientes mais cautelosos quanto às

suas compras de equipamento logístico. A manipulação

do agribulk está a tornar-se cada vez mais complexa devido

a normas de qualidade, regulamentos de segurança alimentar

e preocupações de contaminação. Para minimizar

estes riscos, toda a cadeia, desde a exploração agrícola

até à mesa, está a evoluir para garantir o manuseamento

seguro e eficiente do agribulk.

Os avanços na tecnologia levaram a transformações

notáveis em várias técnicas utilizadas na indústria. Por

exemplo, carregar, transportar, elevar, e descarregar. Estes

processos têm sofrido melhorias substanciais nos últimos

tempos.

Técnicas de carregamento e descarregamento ecológicas

Outra tendência é a proximidade de áreas industriais e

urbanas, levando a uma maior preocupação com a poluição

atmosférica, poeira e ruído. Os carregadores e descarregadores

devem não só ser fiáveis, eficientes em termos

energéticos, mas também limpos e silenciosos para satisfazer

os elevados padrões estabelecidos pelas fábricas

de alimentos para consumo humano e animal. Devido à

actual crise energética e aos limitados recursos fósseis, o

equipamento energeticamente eficiente é também muito

procurado. Os carregadores e descarregadores devem ser

capazes de manusear diferentes tamanhos de embarcações

e cargas e ser de fácil utilização, seguros, sem pó, e

silenciosos. .

A crise energética e os esforços globais para reduzir as

emissões de carbono colocaram as pelotas de madeira,

uma solução de economia circular, no centro das atenções.

Tanto indivíduos como empresas estão a recorrer a

pellets de madeira para cumprir as suas responsabilidades

ambientais, mantendo os custos sob controlo. As centrais

eléctricas e os produtores de energia estão a modernizar-

-se com inovações de ponta, incluindo pellets de madeira,

para se manterem à frente da curva.

A filosofia de Vigan

O manejo de Agribulk é a actividade principal da VIGAN.

Com experiência na manipulação de grandes volumes de

produtos, os descarregadores pneumáticos da empresa

são conhecidos como uma solução conveniente e eficiente

para descarregar pellets de madeira, com menos ruptura

de material e quase nenhuma emissão de pó.

A utilização de filtros e compressores eficientes, sistemas

de recolha de poeira, materiais à prova de som em

torno de motores e sistemas de tubagem, e design inteligente

(optimização do isolamento através da concentração,

tanto quanto possível, de peças produtoras de ruído)

fazem todos parte da engenharia mecânica. trouxe uma

dimensão adicional para 5 a 10 anos nos últimos anos.

Poder-se-ia pensar que os navios seriam fáceis de carregar

de acordo com as famosas leis da gravidade, mas

é um pouco mais complicado. Carregar navios (incluindo

camiões, comboios, silos e tremonhas) pode criar grandes

quantidades de poeira. Num sistema de tremonha fechada,

isto pode ser facilmente controlado fechando a estrutura

e utilizando um filtro para expelir o ar, mas não o pó.

Podem ser utilizadas câmaras de ar especiais ou outros

tipos de válvulas especiais para carregar camiões e comboios

empoeirados por baixo. Nos navios, os carregadores

devem proporcionar uma manobrabilidade 3D para encher

correctamente as escotilhas. Assim, é possível utilizar

pórticos móveis, anéis giratórios e lançadores. Se o pó for

a sua principal preocupação, recomenda-se um compartimento

de carga coaxial. A pressão negativa é criada por

um tubo de carga exterior coaxial sob a aba que estabelece

contacto entre a borda do porão de carga e a carga

na escotilha. O pó deslocado é recolhido e continuamente

redistribuído no fluxo do produto. A carga pode ser menos

ruidosa do que a carga e descarga pneumática. Ainda as-

graosbrasil.com.br


24TECNOLOGIA

sim, pode ser utilizado um certo isolamento para silenciar

motores e certas partes móveis. .

Com mais de 50 anos de experiência em carga e descarga

de granéis agrícolas, VIGAN segue uma filosofia

semelhante. A empresa conta com uma tecnologia fiável

e robusta. O serviço ao cliente da VIGAN está também totalmente

integrado na venda de peças sobressalentes. É

uma filosofia que parte da concepção porque queremos

fornecer soluções flexíveis aos nossos clientes. Isto é conseguido

através da selecção de marcas fortes e bem conhecidas

de terceiros com fortes redes globais de vendas

e serviços que trabalham de perto com os clientes antes

e depois da venda de equipamento. Com uma vida útil de

30 anos de máquinas, não é surpresa que a tecnologia

tenha avançado nesse tempo. Por conseguinte, a VIGAN

mantém as suas máquinas de acordo com os padrões da

indústria e esforça-se por satisfazer os clientes existentes,

em vez de vender necessariamente novas máquinas aos

clientes existentes. Evidentemente, a qualidade e o controle

de todo o processo de fabrica é o foco da empresa.

Na VIGAN, tudo é fabricado e pré-montado na Bélgica, em

Nivelles (cerca de 30 km a sul de Bruxelas, no coração da

União Europeia). Todas as actividades têm lugar no local

de produção de 12.000 m².

Vendas, engenharia, fabrica (processos completos de

conformação e corte de chapas, soldadura, chapeamento,

desenhos eléctricos e instalação), controle de qualidade,

pré-montagem e serviço ao cliente. Este processo totalmente

interno assegura uma troca de informação óptima

entre diferentes equipos e permite um controle preciso e

eficiente de todo o processo de fabrico da máquina. Esta

é a chave para fornecer aos nossos clientes as máquinas

mais personalizadas, adequadas e fiáveis.

Conclusão

Embora a história recente tenha levado a VIGAN a prestar

mais atenção a certos aspectos do manuseamento de

material logístico e equipamento pneumático, isto não é

novidade. À medida que o mundo regressa lentamente ao

"normal", a pandemia COVID-19 e o conflito entre a Rússia

e a Ucrânia provocaram um repensar.

Revista Grãos Brasil Brasil - Dezembro - Fevereiro / Janeiro / Março 2023 2023


Pragas de Grãos

Armazenados e

Suas Principais

Características

CONTROLE DE PRAGAS 25

José Ronaldo Quirino

Os principais insetos de grãos e subprodutos armazenados pertencem à ordem

Coleoptera, pequenos gorgulhos, e à ordem Lepidoptera, mariposas ou traças.

Os gorgulhos, também conhecidos como carunchos, são muito resistentes,

o que lhes permitem o movimento pelos reduzidos espaços entre os grãos, inclusive

nas grandes profundidades dos silos e graneleiros, onde os espaços são

muito comprimidos. Os insetos desta ordem apresentam o primeiro par de asas

muito resistentes (élitros), que permite sua movimentação e sobrevivência em

grandes profundidades da massa de grãos. O tamanho dos besouros é função

do tamanho do grão e do valor nutritivo do substrato. As mariposas são frágeis

e, em geral, permanecem na superfície da massa de grãos, onde colocam seus

ovos, causando assim, menores prejuízos que os gorgulhos (Tabela 1) (Pacheco

& Paula, 1995; Puzzi, 2000; Lorini, 2002a; Lorini, 2006).

Os insetos que vivem nos grãos armazenados apresentam características

para adaptação em ambientes que apresentam uma estrutura porosa constituída

pelo próprio grão e espaços intergranular (Faroni & Silva, 2000). Outra característica

importante daspragas dos grãos armazenados é a adaptação a dietas

à base de materiais mais secos.

Muitas delas têm estruturas que lhe permitem viver em condições de baixa

disponibilidade de água. Em geral, os insetos de grãos armazenados possuem

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26CONTROLE DE PRAGAS

características próprias como elevado

potencial biótico, polifagia e infestação

cruzada (Pacheco & Paula,

1995; Gallo et al., 2002; Lorini, 2002).

Os insetos que atacam produtos

armazenados apresentam alta

fecundidade e elevado número de

gerações por ano. Uma pequena infestação

inicial pode atingir densidades

populacionais elevadas em curto

período, o que pode, em poucos meses,

danificar grandes quantidades

de produtos. De acordo com Puzzi

(2000), se analisada, numa postura

normal de uma fêmea (50 ovos) e

considerando que apenas 20 ovos

são viáveis devido aos fatores adversos,

o número de indivíduos, no

final de seis gerações, atingiria dois

milhões de indivíduos, caso tenham

disponibilidade de alimentos.

Os insetos que atacam produtos

armazenados alimentam-se de diversos

produtos, o que permite que

as pragas se reproduzam mesmo na ausência do alimento

preferido. A infestação cruzada é uma das características

deste grupo de insetos e se refere à capacidade que

alguns insetos têm de infestar os grãos tanto no campo

como nos locais de armazenagem (Gallo et al., 2002).

O conhecimento do hábito alimentar de cada inseto

é uma ferramenta importante para definir o manejo a

ser implementado. Quanto ao hábito alimentar as pragas

pode ser classificado em primárias, secundárias e insetos

associados. As pragas primárias são capazes de atacar

grãos íntegros e sadios e podem ser divididas em pragas

primárias internas e externas (Pacheco & Paula, 1995; Lorini,

2002; Lorini, 2005).

As primárias internas, que compreendem algumas das

espécies mais importantes, completam seu ciclo evolutivo

no interior de apenas um grão. Em espécies como Sitophilus

spp. e Araecerus fasciculatus, os adultos rompem

a película dos grãos com as mandíbulas e depositam o

ovo no seu interior. As larvas eclodem e se desenvolvem

deixando o grão apenas após atingir a fase adulta. Estes,

além de causarem danos, abrem caminho para o ataque

de outros insetos e também possibilitam a instalação de

outros agentes de deterioração de grãos (Pacheco & Paula,

1995; Faroni & Silva, 2000; Lorini,2002; Lorini, 2005).

No caso de Sitophilus spp. se vários ovos forem deixados

no interior de um único grão, geralmente ocorre canibalismo

e só uma larva atinge o estágio de pupa. Outras

pragas como as espécies S. cerealela, R. dominica, Zabrotes

subfaciatus e A. obtectus, consideradas pragas internas,

seus ovos são depositados externamente nos grãos.

As larvas ao eclodirem, penetram no grão, onde completam

o ciclo e saem para o exterior como adulto (Faroni

& Silva, 2000; Lorini, 2002a). De acordo com os mesmos

autores as pragas primárias externas como Plodia interpunctela,

Corcyra cephalonica, L. serricorne e Tenebroides

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023

Tabela 1: Principais pragas de grãos armazenados em armazéns graneleiro horizontal.

mauritanicus, destroem a parte exterior do grão (casca ou

embrião) e posteriormente, se alimentam da parte interna,

sem, no entanto, se desenvolverem no interior do grão. Estas

favorecem o ataque de outras pragas que são incapazes

de romper a película do grão.

As pragas secundárias dos grãos armazenados não

conseguem atacar grãos inteiros e sadios, pois requerem

que os grãos estejam danificados ou quebrados para se

alimentarem. Estas pragas ocorrem na massa de grãos

quando estão trincados, quebrados e mesmo danificados

por pragas primárias. Preferem locais de muita concentração

de resíduos e ali se multiplicam rapidamente. As

pragas secundárias infestam praticamente todas as espécies

de grãos armazenados e também seus subprodutos,

como farinhas, farelos, fubás, entre outros. Seus ovos são

colocados geralmente na massa de grãos ou produtos. As

espécies que são encontradas mais comuns em graneleiros

são T. castaneum, C. ferrugineus e O. surinamensis

(Pacheco & Paula, 1995).

Os insetos associados são aqueles que não atacam os

grãos, alimentando-se de detritos e fungos. No entanto,

contribuem para prejudicar a qualidade dos produtos armazenados.

Os insetos da ordem Psocoptera, os parasitos,

predadores e ácaros, além do besouro Tenebrio molitor

são exemplo deste grupo (Faroni & Silva, 2000; Puzzi,

2000).

De acordo com Puzzi (2000), os fatores que impedem,

favorecem ou reduzem as infestações de insetos são:

temperatura, umidade do grão e impurezas. A temperatura

e a umidade dos grãos são os fatores mais importantes

para o desenvolvimento dos insetos que atacam grãos armazenados

de origem subtropical e que não hibernam. Em

regiões frias, as populações destes insetos atingem níveis

tão baixos que não chegam a se caracterizar como pragas

(Pacheco, 1996; Puzzi, 2000).


27

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28CONTROLE DE PRAGAS

Faroni & Silva (2000) relatam ser a umidade de 9%

(base úmida), crítica para a reprodução dos insetos. À medida

que aumenta a umidade do grão ou subproduto, entre

os limites de 12% a 15% b.u., os insetos se desenvolvem

e se reproduzem com maior intensidade. Bains (1971),

citado por Padilha & Faroni (1993), verificou que para R.

dominica a fase de pupa não teve sobrevivência afetada

pela mudança de temperatura, e o grau de umidade teve

maior influência na sobrevivência das pupas do que na

duração deste estágio. Observou baixa sobrevivência em

baixa umidade e temperaturas mais elevadas.

A principal fonte de água para os insetos de grãos

armazenados de acordo com Fields (2006) é seu alimento.

Em alguns insetos de grãos armazenados, como

L.serricorne, sua larva pode absorver água diretamente

da atmosfera, se acima de 55% de umidade relativa do ar.

A umidade contida no alimento afeta o número da prole,

taxa de desenvolvimento, longevidade e sobrevivência dos

adultos. Para a espécie S. oryzae a 14% de umidade b.u,

há somente 10% de mortalidade de imaturos e as fêmeas

colocam, em média, 344 ovos, em 10,5% de umidade

há 75% de mortalidade de imaturos e as fêmeas colocam

apenas um total de 10 ovos. No mundo inteiro os grãos

são vendidos na base úmida, e há um desincentivo de se

armazenar grãos mais secos, mesmo sabendo que os armazenamentos

com umidades nos níveis comerciais são

favoráveis ao crescimento dos insetos e de microorganismos

que contaminam a massa de grãos.

PERDAS CAUSADAS POR INSETOS EM GRÃOS ARMA-

ZENADOS

As perdas causadas pelos insetos durante o armazenamento

dos grãos merecem atenção e cuidados especiais,

pois se trata de um processo definitivo e irrecuperável. Os

governos têm realizado esforços no sentido de aumentar

a produção, através do incentivo à incorporação de novas

técnicas visando o aumento da produtividade e, através

da incorporação de novas áreas, no entanto, deveria estabelecer

também, concomitantemente, uma política com o

objetivo de redução dos danos provocados por insetos. As

pragas dos grãos afetam tanto a qualidade como a quantidade

dos produtos (Almeida Filho et al., 2003).

As perdas causadas pelos insetos durante o armazenamento

de grãos podem equivaler, ou mesmo superar,

aquelas provocadas pelas pragas que atacam as culturas

no campo, entretanto, os danos sofridos pela planta

em desenvolvimento podem ser compensados, em parte,

por uma recuperação pela própria planta atacada ou pelo

aumento de produção das plantas não atacadas, mas os

danos sofridos pelos grãos são definitivos e irrecuperáveis

(Fontes et al., 2003).

Em um armazém, na massa de grãos, é criado um

ecossistema sujeito a transformações, deteriorações e

perdas devidas a interações entre os fenômenos físicos,

químicos e biológicos (Santos, 1993). Estes elementos

são relatados por Faroni & Silva (2000) como: 1) físico:

temperatura, umidade da massa de grãos, umidade do

ar intergranular, propriedades físicas da massa de grãos

(porosidade, higroscopicidade e propriedades térmicas),

estrutura da unidade armazenadora; 2) químico: disponibilidade

de oxigênio no ar inter granular; 3) biológico: fontes

internas (respiração e maturidade) e de fontes externas

(fungos, bactérias, ácaros, roedores e insetos).

As perdas no armazenamento podem ser em quantidade

e qualidade dos grãos quando estes são atacados por

insetos, ácaros, roedores, pássaros e microorganismos levando

à diminuição no valor comercial dos grãos (Neethirajan

et al., 2007). As quantitativas (redução no peso e/ou

volume dos grãos, devido a consumo dos grãos) e qualitativas

(contaminação, degradação do valor nutricional), implicando

em prejuízos sócio econômicos (Padilha & Faroni,

1993). Os insetos não só consomem os grãos diretamente,

mas também contaminam o produto com seus metabólicos,

partes de seus corpos e produzem aquecimento

e aumento da umidade, devido à sua atividade metabólica

e isso pode conduzir ao crescimento da microflora. Os

grãos infestados não são adequados para sua finalidade e

são impróprios para consumo humano (Lorini, 2005).

Os insetos são a primeira causa de perda total em armazéns

em todo o mundo (Scussel, 2002), destacando-se

os fungos que fazem parte das principais causas de deterioração

dos grãos armazenados, sendo superados quantitativamente

apenas pelos insetos (Elias, 2007).

Nas áreas tropicais, o ataque de insetos alcança maior

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONTROLE DE PRAGAS 29

intensidade, pois as condições de temperaturas elevadas

favorecem a multiplicação das espécies que infestam

grãos armazenados, provocando perdas (Braccine & Picanço,

1995).

As perdas devido a pragas no Brasil, em estimativas

da FAO e do Ministério da Agricultura, são de aproximadamente

10% do total produzido anualmente (Lorini, 2005).

Faroni & Silva (2000) descrevem que não há dados concretos

sobre perdas causadas somente por pragas em estruturas

modernas e tradicionais para o armazenamento

de grão.

Estes mesmos autores estimam que, em Países desenvolvidos,

estas perdas sejam insignificantes, quando

comparadas com valores superiores a 15% em muitos

Países em desenvolvimento, onde as contínuas crises

econômicas e a deficiente ligação entre o conhecimento

teórico e a aplicação prática, são os principais empecilhos

para colocar as perdas em níveis toleráveis, isto é, abaixo

de 5%.

A armazenagem deve ser considerada na determinação

das perdas durante o armazenamento de grãos a granel,

em silos, graneleiros, em sacas e paióis. Em silos e

graneleiros, as perdas estimadas ficam em torno de 1%

a 2%, enquanto em paióis chegam a 15%, devido aos armazéns,

silos e graneleiros serem dotados de tecnologias

mais adequadas na prevenção de fungos e controle de

pragas (Santos & Mantovani, 1997).

Os danos causados pelos insetos nos grãos e subprodutos

armazenados podem ser resumidos em: (1) danos

diretos: perda de peso, de poder germinativo e vigor das

sementes (Santos, 1993; Faroni, 2000); (2) perda de valor

nutritivo (Santos, 1993); (3) danos indiretos: perdas devidas

à redução do padrão comercial (Santos, 1993); (4) perdas

por contaminação da massa (Santos, 1993); (5) perda

por propagar e facilitar o desenvolvimento de fungos na

massa de grãos (Santos, 1993; Lazzari, 1997; Faroni & Silva,

2000).

Almeida Filho et al. (2003) alertam que as perdas causadas

pelos insetos durante o armazenamento dos grãos

merecem atenção e cuidados especiais, devido ser um

processo definitivo e irrecuperável. O governo tem feito

empenho muito grande em estar aumentado, a cada safra,

a produção do país através de inclusão de técnicas que

elevam a produtividade. No entanto, deveria também estabelecer

políticas para redução dos danos provocados pelo

ataque de insetos em grãos armazenados. Esta questão

pode anular as políticas de incentivo à produção, em quantidade

e qualidade.

Perda de peso, poder germinativo e vigor das sementes

Santos et al. (1997) verificaram em levantamentos realizados

no Estado de Minas Gerais, que entre a período

da colheita (maio-agosto) e meses de agosto, novembro e

março do ano seguinte, os índices de danos (grãos carunchados),

causados por insetos ao milho armazenado em

paiol, atingiram 17,3%, 36,4% e 44,5%, respectivamente. A

estes índices de carunchamento corresponderam a reduções

nos pesos de 3,1%, 10,4% e 14,3%.

Os carunchos da espécie S.oryzae e larvas podem consumir

em média 30% do peso de grãos de trigo em que se

desenvolve. Também as larvas de Rhyzopertha dominica

causam perdas de peso 9,5%, em média, em trigo no período

de 20 dias. As perdas causadas pelos adultos de R.

dominica foram de 19,4%, 12,0%, 12,0% e 6,5% durante a

1a,2a, 3a e 4a semanas, após a emergência dos adultos,

respectivamente (Faroni & Silva, 2000).

Na cultura do trigo em populações de mesmo tamanho,

a espécie R. dominica mostrou ser a maior causadora

de perdas em trigo armazenado que a espécie S. zeamais,

eesta diferença é maior com o crescimento da população.

Para infestações de 0 a 100 insetos kg -1 para os mesmos

valores de matéria seca entre as espécies, as perdas com

umedecimento, peso hectolitrico e grãos danificados foram,

aproximadamente, duas vezes maiores para R. dominica

em comparação com S. zeamais. A perda de massa

no trigo é oficialmente avaliada por meio de medida do

peso hectolítrico (Silva et al., 2003).

Smiderle et al. (1995) verificaram que as populações

de R. dominica são mais ativas na redução da qualidade

física da semente de arroz irrigado, durante o armazenamento,

em relação às de Sitophilus sp. O mesmo autor observou

que as populações de R. dominica e Sitophilus sp.

reduzem, a partir de 20 insetos100 -1 g - 1 de arroz, o peso

da semente em 14,3% e com aumento de 7% na perda de

peso durante o armazenamento e 22,3% na percentagem

de sementes infestadas.

Almeida Filho et al. (2003) relatam que as perdas

causadas pelos insetos em grãos de milho estão intimamente

relacionadas com a afinidade dessas pragas com

as cultivares. A perda de peso é devida principalmente à

transformação do substrato em gás carbônico e energia

dissipada. Em seu trabalho, os autores observaram que a

variedade savana teve a preferência alimentar de S. oryzae,

provocando uma perda de peso de 47,70%, enquanto nesta

mesma variedade, o S. zeamais provocou uma perda de

peso de 29,74%. Na variedade 22-ME (SIBA), a preferência

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30CONTROLE DE PRAGAS

Oryzaephilus

surinamensis

foi do S. zeamais causando perda de 15,54%, enquanto o

S. oryzae provocou perda de 10,14%.

Puzzi (2000) relata que algumas espécies de insetos

que atacam os grãos, somente destroem o germe, deixando

o endosperma intacto. Embora esse tipo de ataque

possa representar pequena percentagem de perda de

peso, o efeito em seu valor alimentício e na redução acentuada

da capacidade germinativa da semente ocasiona

grandes prejuízos. O efeito da infestação pelo Sitophilus

sp. e Sitotroga cerealella sobre a germinação de sementes

de milho foi estudado por Santos & Maia (1991). Os

autores observaram que o efeito prejudicial da infestação

foi tanto maior quanto maior a idade dos insetos no interior

da semente. Em relação à testemunha não infestada,

com 95% de germinação, a presença do Sitophilus sp. na

fase de ovo (0-4 dias) reduziu a germinação em 13%. Com

relação à S. cerealella, foi observado que somente a partir

de 24 dias de idade, no interior da semente, é que a infestação

diminuiu significativamente a germinação. Matioli &

Almeida (1979) verificaram que o aumento de populações

de S.oryzae em sementes de milho reduziu o poder germinativo

das sementes, devido à infestação pela praga.

Perda do valor nutritivo

O conteúdo de carboidratos, proteínas e ácidos graxos

fazem do milho importante produto comercial e que, armazenado

em condições inadequadas, pode sofrer perdas

no valor qualitativo e quantitativo devido ao ataque de insetos

e fungos, desde o campo até o consumo (Stringhini

et al., 2000). Os autores alimentaram aves com rações de

matéria prima de grãos infestados por insetos e fungos

em rações de 1 a 28 dias e observaram que não alteraram

o desenvolvimento dos frangos, mas aumentaram a

incidência de alterações hepáticas, no aparelho locomotor,

portanto, influíram no metabolismo das aves.

Lopes et al. (1988), trabalharam com níveis de 5%, 20%,

30%, 40% e 50% de infestação dos grãos de milho e verificaram

perdas de peso dos grãos da ordem de 0,5%; 8,0%;

10% e 13%, respectivamente. Os mesmos autores verificaram

perda na energia bruta com o aumento dos níveis de

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023

infestação.

Vilela et al. (1988), citados por Santos & Montovani

(1997), estudaram por um período de um ano e a intervalos

de quatro meses, em diferentes regiões do Estado

de Minas Gerais, o valor nutritivo do milho em função do

ataque de insetos, durante o armazenamento. Foi verificado

pelos autores que, os teores de carboidratos solúveis

decresceram de 73 para 29% em 12 meses. No mesmo

período, a digestibilidade “in vitro” da matéria orgânica do

grão passou de 78,47% para 33,30%. Por outro lado, os teores

de proteína bruta e lipídios aumentaram, segundo os

autores, provavelmente devido à preferência do inseto em

se alimentar mais do endosperma do que do embrião, que

é mais rico em proteína e óleo.

Souza et al. (1999), avaliaram a alteração na composição

química do milho devido ao carunchamento, sendo

que à medida que houve aumento do nível de carunchamento,

ocorreu um aumento linear na matéria seca, fibra

bruta e cinzas, e de forma quadrática da proteína bruta,

extrato etéreo e energia bruta até os níveis de carunchamento

estimado de 19,58 e 20%. O extrato não nitrogenado

reduziu de forma quadrática até o nível estimado de

18%, com o aumento do nível do carunchamento.

Observaram-se variação quadrática de densidade dos

grãos, que diminui em razão do nível de carunchamento

do milho. Matiole & Almeida (1979) obtiveram os mesmos

resultados com proteína bruta e descreveram que, quando

a disponibilidade de endosperma para alimentação dos

carunchos diminui, as larvas passam a se alimentar do

embrião e pode resultar em redução dos níveis de lipídeos

e proteína bruta do milho.

Perda por contaminação da massa de grãos e de padrão

de qualidade

Os insetos não só consomem os grãos, mas também

os poluem com a presença de ovos, larvas, pupas, e insetos

adultos. Parte dos insetos como exoesqueletos, excrementos

e microrganismos associados são outros agentes

contaminadores queconstituem importante problema

para saúde humana e animal (Puzzi, 2000).

Larvas, pupas e adultos, vivos ou mortos, no interior do

grão são impossíveis de serem removidos completamente

antes do processamento do grão, o que resulta em fragmentos

como contaminantes de produtos processados.

Para a farinha de trigo o Food and Drug Administration –

FDA nos EUA tem estabelecido um nível de 75 fragmentos

por 50 gramas de farinha como nível de contaminação

aceitável (Faroni & Silva, 2000).

Padilha & Faroni (1993) relatam que tanto grãos como

farinhas, podem ser atacados por R. dominica, onde os

grãos, as larvas e os adultos dos insetos provocam perdas

ao se alimentar destes. Os excrementos dos insetos levam

à contaminação das farinhas reduzindo a qualidade das

mesmas a tal ponto que elas se tornam impróprias para

uso. Alem disto o ataque de R. dominica confere um odor

característico de ranço adocicado aos substratos.

Wehling et al. (1984), citados por Pinto et al. (2002),

observaram que a infestação de insetos no trigo, além de

reduzir a qualidade da proteína, aumenta a quantidade de


CONTROLE DE PRAGAS 31

ácido úrico e cria más condições higiênicas na massa de

grãos. Pinto et al. (2002) verificaram que o ataque de insetos

em trigo incrementou os níveis de proteínas totais,

e que aumentaram do centro do grão para a periferia, e

o teor de carboidrato de forma inversa, mostrando que o

S. zeamais se alimenta principalmente do centro do grão.

Observaram, também, que os níveis iniciais de quatro insetos

praga por 1,5kg de trigo e períodos de armazenagem

maiores do que 60 dias deixam o trigo impróprio para a

panificação.

Puzzi (2000) relata que na exportação de soja no ano

de 1975, a defesa sanitária vegetal do Ministério da Agricultura,

no porto de Santos, local de clima quente e úmido,

constatou uma infestação intensa de L. serricorne junto

com outras pragas. Neste ano, como em todos os portos

para exportação, exigiu produto isento de insetos vivos e a

soja teve de ser expurgada a bordo devido à inadequação

técnica e econômica dos armazéns portuários para o tratamento.

Lorini (2006) relata a presença de L. serricorne

em armazéns com soja no Sul do Brasil. Como o armazenador

de soja até há pouco tempo não se preocupava com

controle de pragas no armazém, esta praga pode se tornar

uma ameaça.

A Instrução Normativa No 15 (Brasil, 2004) estabelece-se

que a soja que apresentar insetos vivos deverá ser

considerada fora do padrão básico, e sofrerá tratamentos

fitossanitários antes de ser comercializada. Quando destinada

ao consumo humano, não poderá apresentar insetos

vivos, mortos ou partes destes acima dos limites estabelecidos

na legislação em vigor. É comum veículos com

cargas contaminadas voltarem dos portos devido à constatação

de insetos vivos na classificação da commodittie,

trazendo prejuízos econômicos ao país.

Para o milho, pela Portaria No11 (Brasil, 1996), grãos

carunchados são grãos ou pedaços de grãos que se apresentam

perfurados ou infestados por insetos em qualquer

de suas fases evolutivas. Os grãos carunchados entram

na somatória dos grãos avariados, um dos itens que definem

diretamente o tipo, podendo depreciar um lote que

esteja contaminado por insetos. No milho também, pela

mesma portaria, quando na amostra é encontrado inseto

vivo o lote é taxado como fora do padrão básico temporariamente

até que se realize tratamento fitossanitário.

Silva et al. (2003) relataram que os insetos não apenas

consomem grande quantidade de grãos, como também

reduz a sua qualidade, porque danificam e alteram o

ambiente da massa de grãos. Segundo Lorini (2006), as

perdas de grãos, ocasionadas por pragas de grãos armazenados,

incidem na presença de fragmentos de insetos

nos subprodutos alimentares, na deterioração da massa,

na contaminação fúngica e, principalmente, na presença

de micotoxina prejudicial à saúde humana e animal.

Stringhini et al. (2000) estudaram a contaminação de

aflatoxina B1 e G1 em milho, em função da sua infestação

por insetos, percentagem de grãos infestados na amostra

e por infecção de fungos no grão de milho. Verificam que à

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32CONTROLE DE PRAGAS

medida que aumentava a percentagem de infestação dos

grãos por insetos de 20 para 40%, no milho não infectado

por fungo, não houve aumento da produção de aflatoxina

B1 e G1 em relação ao milho não infestado.

Silva et al. (2003) relataram que para os grãos de trigo

a norma brasileira permite o valor máximo de umidade de

13% para todos os tipos comerciais 1, 2 e 3, e com relação

ao percentual de grãos danificados, o máximo permitido é

de 0,5%, 1,0% e 1,5% em massa de grãos carunchados por

insetos, para os tipos 1, 2 e 3, respectivamente.

Danos indiretos - aquecimento e disseminação de microorganismos

na massa de grãos

Os insetos são capazes de aumentar a temperatura

dos grãos mesmo que estes estejam secos. Faroni & Silva

(2000) relatam que os fatores que determinam a quantidadede

calor gerado estão relacionados com a espécie de

inseto, com o tamanho da população e com a temperatura

e umidade dos grãos. Pacheco (1996) relata que o metabolismo

dos insetos presentes em uma massa de grãos

provoca a elevação da umidade e da temperatura local.

Como os grãos têm baixa condutividade térmica (1/3 da

cortiça), a quantidade de calor gerada neste foco de infestação

não é dissipada, formando bolsa de calor.

Puzzi (2000) diz que o aumento da temperatura incrementa

a atividade metabólica dos insetos, aumentando a

área de infestação, até que toda massa fique danificada.

Massa de grãos atacada por inseto apresenta maior taxa

de respiração quando comparada com grãos sadios. O

metabolismo dos insetos, comparado com o dos grãos, é

muito mais elevados, pois os grãos são órgãos em estágio

de repouso e os insetos estão em constante atividade.

Lazzari (1997) descreve que os insetos favorecem o

crescimento de fungos de armazenamento através de sua

atividade metabólica, que aumenta a umidade e a temperatura

dos grãos. Os bolsões de calor dentro da massa

de grãos fornecem condições para o desenvolvimento

de fungos. Aumentando a infestação de inseto aumenta

o percentual de grãos contaminados

por fungos. Pacheco (1996) cita que

estes bolsões criam uma diferença

de temperatura dentro da massa,

produzindo uma corrente de convecção

e causando o movimento do ar

quente. Esse ar quente, ao encontrar

uma superfície fria, irá aumentar sua

umidade relativa e, ao atingir a temperatura

do ponto orvalho, provocará

a condensação da umidade, aumentando

umidade dos grãos e favorecendo,

então, a sua deterioração por

fungos.

Insetos e ácaros têm se envolvido

em transporte de esporos de fungos

na massa de grãos. Os insetos-praga

mais comuns nos grãos armazenados

transportam grandes quantidades

de inóculos de fungos. Estes insetos

também têm grande potencial

de transmissão de bactérias patogênicas, possivelmente

introduzidas no armazém por pombos e roedores, como

Salmonella sp., Streptococus sp.. O gorgulho do arroz (S.

oryzaes) reteve, internamente e externamente, a bactéria

S. montevides por pelo menos cinco semanas e foi capaz

de transmiti-la para um trigo não contaminado (Faroni &

Silva, 2000).

As pragas primárias internas como R. dominica, S.

oryzae e S. zeamais, perfuram os grãos e neles completam

seu desenvolvimento, e isso possibilita a instalação

de outros agentes de deterioração de grãos (Lorini, 2002).

RESISTÊNCIA DE INSETOS DE GRÃOS ARMAZENA-

DOS AOS INSETICIDAS

A baixa disponibilidade de inseticidas registrados para

o controle de pragas de grãos armazenados é outro agravante.

Para lavouras, há dezenas de inseticidas registrados,

no entanto, para pragas de grãos armazenados há

apenas seis ingredientes ativos registrados e comercializados,

sendo que nem todos podem ser utilizados para

todas as pragas e situações (Lorini, 1993). A aplicação indiscriminada

destes inseticidas, devido à falta de conhecimento

técnico na aplicação e escolha do produto correto,

tem levado o desenvolvimento de resistência por parte das

pragas.

Collins (2006) afirma que a incidência de resistência

para os protetores de grãos é de grande extensão. Populações

das principais espécies têm desenvolvido resistência

para organofosforados, piretróides, carbamatos e outros

agentes como methoprene e Bacillus thuringiensis. Em

algumas regiões, a situação é precária, com populações

de insetos contendo resistências múltiplas, partindo para

a não eficácia e tirando dos protetores uma opção viável.

Segundo Sartori (1993), o primeiro caso de indício de

resistência foi registrado em 1908, no entanto, só nos últimos

50 anos que foi observado um crescimento bastante

acentuado de resistência principalmente em artrópodes

envolvendo insetos e ácaros. O mesmo autor relata que

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONTROLE DE PRAGAS 33

em levantamentos realizados entre 1989 e 1991, em oito

estados brasileiros, para resistência a inseticidas protetores

organofosforados, foram obtidos os seguintes resultados:

(1) resistência ao malation foi detectada em 90% das

populações de S. oryzae, 73,3% de R. dominica e 100% de

T. castaneum; (2) resistência a pirimifhos methyl foi detectada

em 20% das populações S. oryzae e 53,8% de T. castaneum

e nenhuma resistência a R. dominica; (3) resistência

ao fenitrothion foi detectada em 10% das populações

de S. oryzae, 27% de R. dominica e 39% de T. casteneum;

(4) nenhuma resistência foi detectada em S. zeamais a

todos os inseticidas testados; (5) T. castaneum mostrou

maior habilidade de desenvolver resistência, exibindo a

mais alta freqüência de indivíduos resistentes.

Em dez linhagens brasileiras de R. dominica foi avaliada

resistência cruzada a permetrina, pirimifhos methyl

e chlorpirimifos methyl. Os resultados indicam resistência

cruzada a permetrina em duas linhagens, mas nenhuma

evidência clara de resistência cruzada ao pirimifhos methyl

e ao chlorpirimifos methyl, em nenhuma das linhagens

testadas (Sartori & Lorini, 2002).

Segundo Faroni & Silva (2000), no Brasil foi encontrada

resistência de S. oryzae ao DDT, lindane e malathion.

Também foi observada resistência a organofosforados em

T. castaneum e R. dominica. Nestas três espécies foi relatada

resistência a fosfina. Resistência a DDT e piretróides

foi detectada em seis raças de S. zeamais, coletadas em

quatro estados do Brasil. A resistência a malathion foi generalizada

em S. oryzae, R. dominica, T. castaneum e S.

zeamais. Em poucas linhagens de S. oryzae, R. dominica e

T. castaneum, foram encontradas resistência ao pirimifós

methyl e fenitrotion. Algumas linhagens de T. casteneum

foram resistentes ao pirimifós methyl e ao fenitrotion.

Santos (1988) relata a resistência de quatro populações

de S. zeamais,infestadas artificialmente, ao inseticida

deltamethrin 2,5 CE. Observou que o deltamethrin não

controlou satisfatoriamente os carunchos do armazém

de Jacarezinho-SP e de Santa Cruz do Sul - RS, e que os

fosforados eliminaram por completo os insetos das quatro

populações. Num último ensaio, em testes com outros

piretróides, além do deltamethrin, os resultados indicaram

que todos os piretróides testados não controlaram bem os

carunchos de Jacarezinho, donde se concluiu que a maior

tolerância deste inseto foi adquirida contra o grupo e não

somente contra o deltamethrin.

Steverwald et al. (2006), estudaram a tolerância de fosfina

em pragas de grãos armazenados, concluíram que a

suscetibilidade para fosfina decresce com a seqüência:

L.serricorne, T. castaneum, S. granarius e O. surinamenis.

Esta seqüência está de acordo com o teste de mortalidade,

sendo o mais sensível à fosfina o L. serricorne, e o mais

resistente O. surinamensis.

Lorini et al. (2007) estudaram resistência de R. dominica

originada do Brasil a fosfina e verificaram que estas

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34CONTROLE DE PRAGAS

apresentaram alta resistência e frequência nas amostras

analisadas. Das 19 amostras coletadas entre 1991 e 2003,

100% foram resistentes a fosfina e 74% foram diagnosticadas

como genótipos de alta resistência. A maioria das

amostras que apresentou forte resistência foi coletada em

1991, indicando que estes genótipos têm estado no Brasil

desde, no mínimo, aquele tempo.

Segundo Sartori (1993), as conseqüências da resistência

podem ser graves. Usualmente, a primeira medida

tomada pelo usuário quando um inseticida está perdendo

a eficácia é aumentar a dosagem aplicada e a freqüência

de aplicação. Quando a primeira passa a ser antieconômica,

faz-se a mudança para outro produto, geralmente

mais caro.

Entretanto, a mudança para novos produtos químicos,

sem alterar a forma de utilização, é uma solução transitória,

porque, com o tempo, a resistência a cada um deles

provavelmente vai se desenvolver.

Lorini et al. (2007) descreveram os diversos fatores

que podem levar à alta resistência à fosfina, como: 1) Alta

população de insetos, por causa do clima favorável e ao

não gerenciamento das aplicações; 2) A fosfina é o tratamento

selecionado junto ao maior número de gerentes,

por causa dos grandes problemas de resistência de insetos

aos inseticidas protetores; 3) Os armazéns geralmente

não são lacrados antes da fumigação, deste modo, sub-

-doses são rotinas e as concentrações não são monitoradas.

Subdoses têm permitido a sobrevivência de insetos

heterozigotos para genes de resistência e a ocorrência de

refumigações, devida falhas na anterior, têm resultado em

seleções de populações com alta freqüência de insetos

homozigotos para genes resistentes; 4) É muito pequeno

o conhecimento da correta aplicação nas indústrias e unidades

armazenadoras.

Sartori (1993) relata que no Brasil a fosfina tem sido

nas duas últimas décadas, praticamente o único fumigante

utilizado em grãos armazenados e produtos derivados.

Isso se deve à facilidade de aplicação, à boa penetrabilidade

na massa de grãos e à degradação em compostos

que não apresentam problemas de resíduos. No Estado

São Paulo, pesquisadores do ITAL constataram no ano de

1985 que o tratamento com fosfina estava sendo realizado

principalmente em graneleiros, sob condições altamente

insatisfatórias de vedação, com conseqüente sub-dosagem

e tempo inadequado de exposição e, também que

junto a esses outros fatores, como estruturas de armazenagem

inapropriadas com grandes quantidades de “locais

de refúgios” para insetos, limpeza e sanitização deficiente

das instalações e métodos operacionais inadequados.

Beckel et al. (2006) estudaram a detecção de resistência

da espécie O. surinamensis, exposta a inseticidas piretróides

e organofosforados. Os autores concluíram que

esta espécie apresenta variado nível de resistência aos

inseticidas fenitrothion, deltamethrin, pirimifhos methyl e

bifethrin, em concordância com o histórico de exposição

para o ingrediente ativo, evidenciando que o uso de inseticidas

para controle de pragas de grãos armazenados necessita

ser manejado cuidadosamente num programa de

manejo de resistência.

Collins (2006) registra que gerentes de unidade de

grãos armazenados, em todos os níveis, devem introduzir

um instrumento integrado de controle de insetos-praga

usando diversas técnicas, como resfriamento, secagem e

sanitização e outras estratégias. Entretanto, comumente

e capaz para antecipar o futuro, a ferramenta mais efetiva

e confiável em controle de insetos está na introdução, integrando

maior número de tratamentos, seja tratamento

químico, incluindo fumigantes, desinfetantes e protetores.

Estes instrumentos irão capacitar para manter a segurança

dos alimentos, para acesso ao mercado, para implementar

efetivo sistema de garantia, proteger o suprimento

da cadeia e prover as pessoas com alimentos de alta qualidade.

Segundo Lorini et al. (2007), as quebras no controle

são comuns. A típica opção de um gerente de armazém é

para refumigação e para aplicação de altas doses de fosfeto

de alumínio. Cita o trigo como exemplo, que é tipicamente

fumigado três a quatro vezes ainda no armazém.

Nisso é evidente uma urgente necessidade para troca na

fumigação e manejo de práticas no Brasil para o gerenciamento

da resistência a fosfina.

Santos & Maia (1991), estudaram a resistência de S.

Zeamais e de S. cerealella à fosfina e verificaram que na

prática é difícil de obter hermeticidade necessária para

manutenção da dose letal de fosfina em silos e armazéns

graneleiros e devido ao escape de gás é comum encontrar

expurgos realizados com sub-doses, podendo haver

sobrevivência de alguns insetos criando condições para o

aparecimento de resistência ao inseticida. Neste mesmo

trabalho observaram que nas doses de um a dois g de fosfina

m -3 houve 100% de mortalidade, no entanto nas doses

de 0,25 e 0,5 de fosfina m -3 houve sobrevivência de insetos

na fase de ovo e pupa, mostrando que estes ínstares são

mais resistentes a fosfina.

Sartori (1993) descreve que a resistência é um fenômeno

natural resultante de alterações nas populações de

pragas ou patógenos, que levam à perda de eficácia do

produto. Ela tem origem genética, sendo, portanto, transmissível

por hereditariedade. O planejamento de manejo e

gerenciamento da resistência, visando evitar, retardar ou

reverter a sua evolução, exige um completo conhecimento

dos fatores que influenciam na pressão de seleção.

Os insetos de grãos armazenados têm sido extensivamente

controlados por métodos químicos há décadas,

mas a crescente limitação ao uso de inseticidas convencionais

tem incentivado as pesquisas sobre sistemas de

controle integrado, envolvendo métodos químicos e não

químicos, na seqüência e no momento apropriado para se

alcançarem os resultados desejados (Silva et al., 2003).

Em todo mundo, a forma mais utilizada para a proteção

de grãos contra ataque de pragas é o controle químico; no

entanto, o crescente desenvolvimento de resistência dos

insetos aos agentes químicos, a possibilidade de intoxicação

de operadores e a presença de resíduos de ingrediente

ativo nos alimentos levaram à busca de alternativas para

se alcançar maior nível de proteção da saúde humana e

com menor impacto ambiental (Santos et al., 2002; Lorini,

2005).

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONSERVAÇÃO 35

Inovação e Eficiência

no Monitoramento de

Grãos Armazenados

Via Sensores de CO 2

Através da tecnologia

patenteada da GARTEN,

o GAS METER monitora a

concentração de CO 2

nos silos

de armazenagem, que relaciona

diretamente com a qualidade da

massa de grãos. Esse método

de monitoramento, além de mais

eficiente que outros métodos,

é mais confiável, detectando

alterações na massa de grãos

até 5 semanas antes do sistema

de termometria convencional.

O armazenamento de grãos seguro e rentável depende da manutenção da

qualidade e da integridade física (peso) do produto armazenado. Para que isso

seja possível, variáveis físicas, químicas e biológicas devem ser controladas ao

longo da estocagem.

O uso da termometria é uma forma de monitorar o que está acontecendo na

massa de grãos, medindo a elevação da temperatura, mas a elevação da temperatura

é uma consequência do processo metabólico dos grãos, da agressão

dos mesmo por insetos e más condições de conservação. O tempo necessário

para que a massa de grãos se aqueça e seja detectada pela termometria é muito

grande, sendo que quando enfim é detectada pela termometria um grande

prejuízo já foi causado e o dano é irrecuperável.

A fim de minimizar esses danos, a Garten desenvolveu o sistema de medição

GAS METER, que é baseado na medição dos gases resultantes dos processos

metabólicos dos grãos e ainda faz a análise e tomada de decisão para o

perfeito controle de grãos armazenados. Essa tecnologia permite que se faça

a aeração e conservação dos grãos no grau máximo de qualidade e segurança,

pois não haverá aquecimento e consequente deterioração dos grãos ou perda

de suas características.

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36CONSERVAÇÃO

Sendo a respiração e a emissão

de CO 2

um fator inerente não só dos

grãos, mas também do metabolismo

de organismos associados,

os sensores de CO 2

são altamente

sensíveis e capazes de analisar a

totalidade da massa de grãos com

apenas um sensor instalado por silo.

Isso é possível porque o equipamento

é instalado na parte superior da

estrutura (chapéu), e o CO 2

gerado

na massa de grãos é transportado

para parte superior do silo via correntes

de ar de convenção natural,

possibilitando assim a medição do

gás acumulado e suas alterações ao

longo do armazenamento através do

sensor único, sem a necessidade de

periféricos adicionais distribuídos na

massa de grãos.

Figura 1: Sensor

de CO 2

MEDIDOR

DE GAS

As medições realizadas são enviadas para o sistema

eletrônico de bordo, que é responsável pelo armazenamento

e análise dessas informações em um banco de

dados. Através dessas informações se faz o controle da

aeração visando manter sempre dentro do silo as condições

ambientais ideais para o armazenamento dos grãos.

Nas safras 2021 e 2022 foi realizado o acompanhamento

e monitoramento da qualidade de grãos armazenados

com diferentes teores de umidade (12,5% e 16%)

no estado do Rio Grande do Sul. Durante o respectivo

levantamento, os níveis de CO 2

gerados pelos grãos secos

(12,5% de umidade) e grãos úmidos (16% de umidade)

foram comparados através da tecnologia Garten. Ao

analisar o histórico de medições e a representação gráfica

dos dados foi possível detectar comportamentos distintos

entre grãos secos e úmidos, onde os níveis de CO 2

de

grãos úmidos (Figura 3: linha verde – silo 2) foram drasticamente

maiores e com maior oscilação que os grãos

secos (Figura 4: linha azul - silo 1), embora os dados de

termometria de ambos os silos não apresentassem diferenças

significativas

Figura 3: Dados de armazenamento (texto, quantidade de grãos, umidade);

observação do estado dos aeradores na unidade.

Figura 2: Visão geral dos níveis de CO 2

no silo.

Além de sua alta eficiência no monitoramento da qualidade,

com o uso do GAS METER é possível acessar ao

longo do tempo o histórico de medições do dia, semana ou

mês anterior (conforme ilustrado na Figura 2), facilitando

assim a gestão da armazenagem.

O sensor Garten já faz parte da realidade dos armazéns

do Brasil e tem sido uma ferramenta de destaque na

manutenção da qualidade dos grãos e maximização de

ganhos operacionais e financeiros.

Figura 4: Produção de CO 2

gerada por grãos secos (linha azul-silo 1) e grãos

úmidos (linha verde-silo 2) durante o armazenamento.

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


CONSERVAÇÃO 37

Além de monitorar o comportamento distinto dos

grãos em função do teor de umidade de armazenamento,

os sensores de CO 2

também auxiliam a indicar a presença

de insetos e fungos na massa de grãos de forma prévia

à ocorrência de perdas qualitativas e quantitativas drásticas,

o que auxilia na tomada de decisão antecipada e no

manejo assertivo.

Quando há presença de insetos, o aumento nos níveis

de CO 2

tende a ocorrer de forma drástica, sendo notoriamente

perceptível durante a observação dos gráficos de

leitura e histórico de dados (Figura 5).

Figura 5: Produção de CO 2

gerada na massa de grãos sem infestação de

insetos (linha azul) e com infestação “(linha vermelha) durante 72 h.

Além da melhoria na eficiência de monitoramento, a

tecnologia Garten permite maior agilidade e praticidade na

inspeção dos grãos garantindo acesso rápido aos níveis

de CO 2

no interior dos silos via sistema IoT.

Através do sistema GAS METER, o usuário realiza seu

login e visualiza de qualquer lugar todos os dados por

meio de dispositivos digitais como notebooks, tablets e

smartphones.

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38CONSERVAÇÃO

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


UTILÍSSIMAS 39

KSU iniciará a primeira fase da atualização

da infraestrutura agrícola - Por: Arvin Donley

A Kansas State University (KSU) levantou US$ 81,4

milhões para uma atualização de infraestrutura de vários

departamentos da Faculdade de Agricultura, incluindo o

Departamento de Ciência e Indústria de Grãos, disseram

representantes da universidade em uma recente entrevista

exclusiva com editores da Sosland Editora Co.

O dinheiro inicial arrecadado com contribuições de

doadores privados e corporativos, bem como US$ 50

milhões em dotações prometidas pela legislatura do Kansas,

permitirá que a KSU inicie a primeira fase da atualização nos

próximos meses. Espera-se uma segunda fase, mas fundos

adicionais precisarão ser garantidos para que o plano

se concretize, disse Ernie Minton, reitor da Faculdade de

Agricultura da KSU e diretor de Pesquisa e Extensão K-State.

O plano inclui a desativação e demolição do Shellenberger

Hall, que abriga o Departamento de Ciência e Indústria de

Grãos desde 1960, e a construção de um novo prédio no

lado norte do campus, disse Minton. Também fará parte

da primeira fase a construção de um centro agronômico

que abrigará o componente de pesquisa de campo do

Departamento de Agronomia, incluindo o programa de

melhoramento de trigo, e reformas no Weber Hall e no Call

Hall do Departamento de Zootecnia.

O pontapé inicial do projeto de infraestrutura será a

construção do centro agronômico, que Minton disse que

deve começar no final deste ano e ser concluído em 2024. A

construção do novo Centro Global de Inovação em Grãos e

Alimentos ocorrerá logo em seguida.

“Nós nos preparamos para o que esperamos ser uma

experiência estudantil inigualável e continuamos o sucesso

que tivemos com a divulgação e o envolvimento da

pesquisa”, disse Minton.

Minton disse que a legislatura estadual inicialmente

comprometeu US$ 25 milhões com o plano e prometeu US$

25 milhões adicionais em uma proporção de 1 para 3 se a

universidade levantasse US$ 75 milhões. Susan Metzger,

diretora associada de agricultura e extensão da KSU, disse

que as doações arrecadadas pela universidade junto com

o dinheiro prometido pelo estado colocam o total geral em

cerca de US$ 125 milhões. Mas há mais arrecadação de

fundos a ser feita.

“O projeto vai custar pouco mais de US$ 200 milhões

quando tudo estiver pronto”, disse Metzger. “Fizemos

grandes progressos aqui.”

Para atingir os US$ 81 milhões em doações, Metzger disse

que a KSU recebeu US$ 51,1 milhões de doadores individuais,

US$ 11,5 milhões de partes interessadas e organizações

agrícolas e de commodities, US$ 10 milhões de parceiros

da indústria e US$ 8,8 milhões da venda de um terreno.

Isso incluiu uma doação de US$ 5 milhões do Kansas Farm

Bureau e uma doação de US$ 4 milhões da Kansas Soybean

Association and Commission, disse ela, observando que a

universidade recebeu várias outras doações significativas,

mas muitos dos doadores desejam permanecer anônimos.

Minton disse que a segunda fase do projeto incluirá

renovação adicional para Weber Hall e Call Hall, bem como a

construção de uma arena de competição de gado de última

geração no extremo norte do campus, perto do Stanley Stout

Center, outra instalação de ciência animal.

Minton disse que vários fatores exigiram o plano de

construir um novo prédio para substituir as antigas

instalações da Shellenberger. A primeira é que, como a

maioria dos edifícios construídos há mais de seis décadas,

ele se tornou obsoleto e sua condição física se deteriorou.

Enquanto isso, o Centro de Pesquisa e Inovação em

Agronomia será construído a oeste do Complexo de Ciência

de Grãos, que inclui o Hal Ross Flour Mill, O.H. Kruse Feed

Mill, IGP Institute e outras instalações. Minton disse que ter

esses departamentos aproximadamente no mesmo local

“eliminaria as barreiras à colaboração interdisciplinar” que

existem atualmente.

“Isso removerá as barreiras físicas que impedem os

alunos que estão se formando em diferentes departamentos

de interagir e estudar ao lado de alunos de outra disciplina”,

disse ele. “Acreditamos que os problemas realmente difíceis

que a alimentação e a agricultura enfrentarão nas próximas

duas décadas não serão resolvidos por nenhuma disciplina.

Será um esforço multidisciplinar, e achamos que isso

também é verdade neste caso.”

“Projetamos salas de aula de grande porte que podem

ser utilizadas tanto pela ciência animal quanto pela ciência

dos grãos”, disse Minton. “Acho que o design inicial dos

laboratórios realmente abre a colaboração com menos

paredes, menos portas e muita mistura de ciências de cereais

com outras em um espaço de laboratório coletivo maior e,

além disso, que moderniza as instalações para fabricação

de alimentos para animais de estimação também .”

Além de Weber Hall e Call Hall receberem a reforma

necessária, o Departamento de Ciência Animal também

espera levantar fundos suficientes para construir uma

arena de gado de classe mundial que substituiria a arena

localizada ao lado de Weber Hall.

Minton descreveu a instalação proposta como uma

“arena do tamanho de apresentações com 3.000 lugares

sentados que também possui camarotes de luxo. Terá

um estacionamento completo com conexões de serviços

públicos e os tipos de coisas que as pessoas que trazem

gado precisarão para esse tipo de evento.”

Se o plano para a nova arena pecuária for concretizado,

o Departamento de Zootecnia poderá “reaproveitar

estrategicamente” a Weber Arena para vários usos.

Fuente: https://www.world-grain.com/articles/18092-

ksu-to-start-first-phase-of-ag-infrastructure-upgrade

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40UTILISSIMAS

Da esquerda para a direita: Caroline Martins, Setor de Qualidade da COAMO,

Marcia Cavalcante; Gerente Geral da COAMO Paranaguá, João Ivano Marson e

o responsável pelo setor de qualidade do PPF, Giovanni Araujo.

Porto Ponta do Félix realiza operação inédita:

transporte de trigo pela costa brasileira

O Porto Ponta do Félix, localizado em Antonina, litoral

do Paraná, concluiu nesta quarta-feira (08) uma operação

inédita: a sua primeira navegação por cabotagem para

a expedição do transporte de trigo. O cereal - produzido

no Paraná e comercializado pela Coamo Agroindustrial

Cooperativa - tem como destino os moinhos do Ceará. No

total, foram embarcadas 15 mil toneladas do produto.

A cabotagem é uma modalidade de transporte marítimo

que acontece pela costa litorânea, de um porto a outro

dentro do próprio país.

Segundo o presidente do Porto Ponta do Félix, Gilberto

Birkhan, a operação abre espaço para o aumento na

movimentação de grãos e cereais pelo terminal. “A

navegação de cabotagem ainda é pouco explorada no

Brasil, e é uma forma de movimentar as riquezas produzidas

pelo agronegócio pelo transporte marítimo. Esta é uma

ótima opção quando a distância entre a origem e o destino

ultrapassa 1500 quilômetros”, explica Birkhan.

Navegação de cabotagem

Até o ano passado, a modalidade era realizada apenas

por navios de bandeira brasileira. A Lei da Cabotagem

derrubou esta exigência e liberou progressivamente o uso

de navios estrangeiros no país. “As novas regras devem

estimular a navegação na costa brasileira, elevando a oferta

de embarcações e reduzindo os custos do setor”, destaca

Birkhan.

Para realizar a operação, o Porto Ponta do Félix possui

a liberação, emitida pelo governo federal, para operar

mercadorias em tráfego de cabotagem.

Neste ano, o Porto Ponta do Félix prevê aumentar em 65%

a movimentação de cargas. O terminal é multipropósito,

com capacidade para movimentar e armazenar diferentes

tipos de cargas, como fertilizantes, açúcar ensacado, sal,

malte, trigo, pellet de madeira e alimentos. "Investimos

cada vez mais na customização do serviço, para atender

a demanda dos clientes e assim aumentamos também a

diversidade dos itens movimentados", afirma o presidente

do Porto Ponta do Félix, Gilberto Birkhan.

Novos investimentos

Ao longo dos próximos meses, o Porto Ponta do Félix

também contará com novos armazéns, que possibilitam

o aumento de 85% da capacidade de armazenagem,

passando de 280 mil toneladas para 520 mil toneladas, de

forma gradativa.

“O incremento da capacidade estática abre mercados

em novos segmentos. Temos também no cronograma das

operações, por exemplo, além da cabotagem de trigo, a

importação de barrilha, que é um produto a base de sódio

usado pela indústria para a produção de alimentos”, ressalta

Birkhan.

Neste início de ano, o Porto também completou os

investimentos em novas defensas marítimas, equipamentos

que proporcionam mais segurança durante a atracação

dos navios. As defensas servem para amortecer o impacto

resultante do encontro entre um navio e a estrutura de

atracação, reduzindo os riscos de avarias.

“Primamos pela segurança e, com relação às embarcações,

não pode ser diferente. As melhorias devem atrair ainda

mais navios para Antonina, por seguir rigorosamente os

padrões de instalações portuárias seguras a nível mundial”,

finaliza Birkhan.

Porto Ponta do Félix

O Porto Ponta do Félix é uma empresa privada,

concessionária do terminal portuário público multipropósito

de Antonina -- fundada em 1995.

A concessão se deu através de contrato de arrendamento

outorgado pela Administração dos Portos de Paranaguá e

Antonina -- APPA.

Em 2000, foi inaugurado o cais de atracação e iniciou-se

exportação de produtos refrigerados, produtos florestais e

aço.

Em 2009, a FTS Par assumiu a gestão do Porto

Ponta do Félix e iniciou uma nova fase nas diretrizes do

contrato de arrendamento do Terminal Portuário, focado

principalmente na conversão da vocação do terminal, antes

predominantemente de carga refrigerada, para carga geral

e a granel.

Agora você pode encomendar Granos 151

Apresentamos a última edição de nossa prima-irmã a

revista Granos (em espanhol).

Entre outros temas, são apresentadas informações sobre:

Sementes forrageiras, o que entendemos quando dizemos

"A qualidade de uma semente se faz no campo."; Conservação

de grãos em zonas tropicais e subtropicais; Comparação do

frete rodoviário de grãos na Argentina em relação ao Brasil

e aos Estados Unidos; Rendimento e qualidade do trigo

na região centro do país; Cálculo abrangente do custo de

secagem; O campo sempre presente; Pragas, quebrando

as regras; Foco na Argentina.

Prestigiosas empresas do

Brasil, Turquia, Canadá, Bélgica

e de outras partes do mundo

participam desta publicação,

que já cumpriu 27 anos e chega

a todos os países de língua

espanhola.

Interessados em fazer

assinatura gratuita da revista

digital ou fazer publicidade

contatar: forogranos@gmail.com

Revista Grãos Brasil - Fevereiro / Março 2023


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