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ARCÁDIA | Arquieturas de Escape

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ARCÁDIA

arquiteturas de escape



ARCÁDIA

arquiteturas de escape



Universidade de Brasília

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho final de graduação

Aluno: Igor Araújo Dias

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Trevisan

Banca Examinadora: Profª. Drª. Maria Cláudia Candeia de Souza

Arquiteta Convidada: Júlia Huff Theodoro


arquiteturas de escape . equipamentos de fuga.


arquiteturas de escape . equipamentos de fuga. espaços de evasão. situações

improváveis para realidade e possíveis demais para uma utopia.

espaços de evasão. situações improváveis para realidade e possíveis demais para uma utopia.


RESUMO

O trabalho tem como intuito abordar o tema do escapismo na

contemporaneidade a partir do referencial mítico da Arcádia, uma

paisagem idílica e bucólica descrita em práticas literárias e pictóricas

como um espaço de refúgio, um Locus Amoenus. Após o resgate

desse imaginário, propõe-se o projeto de um parque urbano que

abriga arquiteturas relacionadas ao ócio, à descoberta e ao percurso.

Surge a possibilidade de se discutir, concomitantemente, como

equipamentos urbanos podem estar associados aos modais de

transporte coletivo e quais possíveis relações estabelecidas com

modos de vida da população que utiliza, diariamente, uma

infraestrutura de mobilidade em escala metropolitana.


APRESENTAÇÃO

A escolha pelo tema que norteia o presente trabalho surge de uma fascinação pela maneira como a natureza

toca o tecido humano.

som de folhas. percurso solar. ar em movimento. mudança de temperatura. correntezas

Os eventos naturais que, por vezes, passam despercebidos ao olhar, à pele, aos ouvidos, são postos em

evidência na prática artística. A arte parece nos lembrar de reconhecer o valor estético da natureza, de seus

fenômenos e de como a terra, o mar, a montanha, o sol e a tempestade são capazes de causar comoção. Em

poucas palavras, estar no mundo implica em uma experiência direta com os movimentos do planeta e em

algum momento, genuinamente, uma árvore, um som, ou uma cor são capazes de deslumbrar o olhar em

alguma medida, e é esse sentimento simples que enxergo como significativo que me instiga a pesquisá-lo

mais.

A arte tem papel inegável em nos revelar como a natureza pode ser transcendental, metafísica e etérea. Anne

Cauquelin observa que os dispositivos da arte, ao longo dos anos, instauram uma forma simbólica para

designar uma natureza estética e catártica: A Paisagem.

Foram múltiplas as formas pelas quais a natureza inspirou criações, seja na literatura, nas artes plásticas, na

música… O título deste trabalho (Arcádia) diz respeito a um imaginário, um lugar mítico, natural, bucólico e

pacífico. Esse espaço é o cenário de diversas produções artísticas tanto no campo literário como pictórico que

o descrevem como um espaço idílico, aprazível, o destino a quem busca uma realidade amena.

Abre-se, então, a possibilidade de realizar um trabalho de arquitetura que resgate essa noção e aluda à esse

espaço de ócio, paz, descanso, evasão, e sobretudo, escape.

A pergunta que alicerça o desenvolvimento deste projeto é : Como reimaginar um espaço de respiro, que

possa provocar sensações de serenidade, paz, ócio, e acolhimento para o qual se possa escapar na

contemporaneidade ? Escapar não apenas de espaços insípidos e opressores, mas escapar de uma rotina

estressante, do tédio, do cansaço e incontáveis situações hostis que permeiam a vida humana em distintos

níveis. Como conceber, então, essa atmosfera de evasão em um contexto onde a cidade e a urbanidade estão

presentes? Surge, então, uma suposição: Arcádia: Arquiteturas de escape, um complexo arquitetônico com

espaços instigam a percepção da paisagem e da arquitetura ao longo de percursos permeados por túneis,

rampas, casulos, conchas, mirantes e estruturas evocam a noção de escapismo.



1

Arte e Paisagem:

- Encontros

- Reencontros

13

2

Arcádia:

- O mito

- A Especulação

19

3

Área de intervenção

- Localização

- Mapas

- Gráficos

27

4

Referências Projetuais

- Compo de Arte Echigo

Tsumari

- Museu de Arte de Chichu

45

5

O projeto

- Arquiteturas de escape

-Proposta geral

- Zoneamento geral e programa

-Partido e geração da forma

-Desenhos técnicos, diagramas e

perspectivas

65

6

Referências Bibliográficas

134



ARTE E PAISAGEM

_01

-ENCONTROS

-REENCONTROS


Arte e Paisagem

Encontros

A paisagem, enquanto campo de investigação, assume caráter polissêmico. Distintas áreas do conhecimento como a geografia, a filosofia, as artes, a

arquitetura e várias outras se apropriam desse termo para tratar de tópicos diversos, conferindo à categoria paisagem múltiplas atribuições, entendimentos e

significados. Têm-se, então, paisagens urbanas, paisagens contemporâneas, paisagens naturais… abordagens possíveis que reforçam ainda mais o aspecto

de incerteza sobre o significado dessa palavra.

Tradicionalmente, a paisagem é um substantivo utilizado para se referir a uma porção do território alcançada em um lance visual. A origem do termo, no

ocidente, bem como sua percepção e seu entendimento estritamente ligado ao campo da visão muito se relacionam às manifestações artísticas do século XV,

no período do Renascimento, sobretudo no que diz respeito à prática pictórica que representava a natureza e seus elementos. É consenso nos estudos sobre

esse tema que antes disso não se pode dizer que havia uma noção já consolidada de acerca da paisagem em linhas terminológicas¹, não se poderia falar,

então, em uma cultura da paisagem.

Para Augustin Berque², considerar que a paisagem exista enquanto um conceito autônomo, estabelecido de forma mais consistente em determinada cultura é

necessário atentar-se a alguns critérios que ele desenvolve em seus estudos. O autor elenca os seguintes itens para atestar a existência de uma cultura

paisagística: 1. A existência de tratados sobre a paisagem; 2. A existência de termos capazes de designar essa noção; 3. A existência de representações

imagéticas; 4. A existência de jardins; 5. A existência de apreciações literárias do ambiente. (HOLZER, 2004, p.61).

A arte exerceu influência não só na origem desse conceito bem como no modo como se destinam os olhares às realidades externas, à natureza. Em “A Invenção

da Paisagem” Anne Cauquelin³ explicita como, sob os artifícios da arte, a paisagem se tornou um construto e como a apreensão que se tem desse tema foi

passado culturalmente ao longo das gerações como formas simbólicas. A paisagem seria uma herança. Com o avanço das técnicas de perspectiva na Idade

moderna e a possibilidade de representar grandes extensões territoriais em duas dimensões, o contato com imagens de montanhas, oceanos, árvores se

ampliaria e seria capaz de direcionar o olhar da humanidade aos elementos naturais, guiar os dados perceptivos em direção a uma natureza bela, ordenada,

que provoca êxtase, um processo que se perpetuaria ainda mais ao longo dos anos e que tornaria a paisagem um saber tácito.

“Sentimento tanto mais poderoso quanto mais a memória subjetiva ligada às

impressões da infância, à língua que falamos e ao contexto em que aprendemos a

decifrar o mundo faz causa comum para objetivar a percepção. É difícil transpor

nossas aprendizagens, retornamos sempre ao Jardim perfeito, ao Rio, ao Oceano, à

Montanha.” (CAUQUELIN, 2007, p.30)

14


1CAUQUELIN, Anne. A invenção da paisagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 49.

2Geógrafo orientalista considerado um importante nome no âmbito da Geografia Cultural Francesa, é

professor da École des hautes études en sciences sociales em Paris e concentra seus estudos acerca da

paisagem, embasando-se em perspectivas fenomenológicas e entendendo-a enquanto um sistem

proveniente das relações entre indivíduo e meio.

3Anne Cauquelin é uma reconhecida crítica de arte, pintora, filósofa, escritora e docente, tendo já publicadas,

durante a sua longa carreira, obras como As Teorias de Arte e A Invenção da Paisagem.

15


Quando se consolidava uma cultura da paisagem, essa noção está intimamente

ligada com um fragmento da realidade alcançado pela visão, uma

representação, um pedaço de uma porção maior que inicialmente foi retratado

como plano de fundo em obras de viés religioso por volta do século XIII e que

posteriormente, a partir do século XV, viria a se tornar uma escola que se

espalhou pela Europa, alcançando a Alemanha, Holanda, Inglaterra, França e

outros países. No século XVIII a temática da paisagem ainda encontra

relevância em movimentos artísticos como o Neoclassicismo e o Romantismo. A

representação Neoclássica era pautada em preceitos de equilíbrio e proporção,

mesmo que idealizada, ao passo que a paisagem romântica prioriza a

subjetividade, resultando em uma abordagem do espaço natural enquanto

projeção de sentimentos individuais.

Essa breve contextualização é importante para que se perceba como o elo

arte-paisagem se deu ao longo dos anos e como esse encontro seria um dos

responsáveis por configurar os modos de se perceber o espaço natural. A

paisagem enquanto ideia de representação esteve manifestada nas práticas

artísticas durante um longo período de tempo, mas aquele exercício

extremamente técnico e formal no que diz respeito aos códigos de composição

começaria a perder força diante da eclosão de movimentos de vanguarda no

final do século XIX e início do século XX, onde a arte começaria a se espacializar

e mais tarde, em expressões da contemporaneidade, outros modos de

incorporar o tema da paisagem entrariam em cena.

RED NEST, Nils Udo, 1999. Fonte: https://nilsudo.wordpress.com/2012/12/21/red-nest/

Reencontros

No final da década de 1960, o surgimento do movimento Land Art tornou possível uma nova discussão acerca de como a arte aborda o tema da

paisagem. As manifestações artísticas, na Land Art, ao promoverem um encontro entre objeto artístico, indivíduo e natureza, possibilitavam um

novo modo de incorporar a paisagem à prática artística na medida em que evocavam temas como a transposição dos limites museais, espaços

subvertidos pela indústria, processos de urbanização descontrolada, transformações geológicas, entre outros. Em alguns desses trabalhos,

linhas podiam ser gravadas no solo, elementos naturais como pedras, gravetos e a própria terra eram realocados em múltiplas configurações. A

arte incorpora, nesse sentido, a temática da paisagem de forma a entendê-la a partir de um sistema onde concorrem as ações humanas e da

natureza.

A Land Art teve e tem como expoentes Robert Smithson, Walter de Maria, Richard Long, Nancy Holt, Nils-Udo, Christo e Jeanne-Claude, Michael

Heizer, etc. No Brasil, tem-se a manifestação a partir das obras de Angelo Venosa, Nelson Félix, Artur Barrio, Carmela Gross, Nuno Ramos, entre

outros. Em 1998, esses artistas elaboraram trabalhos que permitiam interpretações acerca do tema “Fronteiras”, originando propostas artísticas

como o Minuano, de Nuno Ramos, o Aleph, de Angelo Venosa e Fronteira, de Carmela Gross, que incorporam a paisagem e seus distintos

espectros, tanto a partir de uma abordagem urbana quanto extraindo uma leitura mais mítica e relacionada aos elementos naturais.

16


Imersa em um contexto em que a arte tende a se espacializar, a Land Art trouxe trabalhos em que corpo e espaço estabeleciam uma forte

relação. As intervenções na paisagem viabilizavam a externalização do contato entre objeto artístico e espectador, propondo uma experiência

perceptiva onde o indivíduo encontra-se englobado pela proposta e faz parte dela. Percebe-se que há, nesse sentido, uma aproximação entre

os discursos evocados pelas produções artísticas in situ com os estudos sobre a paisagem observados em Michel Collot4. A apreensão da

paisagem a partir de uma lógica de interdependência entre indivíduo e meio também está presente nos estudos do autor. Em seu texto “Pontos

de vista sobre a percepção de paisagens (1986)” ele observa que a paisagem se revela numa experiência em que sujeito e objeto não se

separam, não somente porque o objeto espacial é constituído pelo sujeito, mas também porque o sujeito encontra-se englobado pelo espaço5.

Para ele, a paisagem se define como “espaço ao alcance do olhar e à disposição do corpo”, e que esse se torna o “eixo de uma organização

semântica do espaço

As obras de arte-paisagem muitas vezes pensadas levando em consideração o conceito site specific, eram dispostas em lugares ermos, o que

demandava artifícios imagéticos capazes de registrar e representar os processos e resultados, dando origem a fotografias, croquis e projetos,

produtos que propagaram a obra de diversos artistas e tornaram possíveis novos modos de encontro estético, onde o caráter discursivo das

obras se potencializa e se estabelece em primeiro plano. Configura-se, desse modo, um reencontro entre a prática artística e a questão da

paisagem.

Trazer considerações sobre o movimento Land Art ao corpo deste trabalho é um exercício pertinente na medida em que o trabalho de artistas

inseridos nesse contexto bem como o de artistas que sofreram influência dessa corrente artística trazem ricas referências sobre como a

dimensão estética da paisagem pode ser abordada em um recorte contemporâneo e sobre as formas de se pensar e de se produzir o espaço

no que tange às questões da abordagem do sítio, implantação, desenho e experiência perceptiva, aspectos relevantes para as intenções do

presente trabalho.

Observatory, Robert Morris, 1977. Fonte: Landartflevoland

O Minuano, 2000. Nuno Ramos. Fonte: https://www.nunoramos.com.br/

4Professor da Universidade Sorbonne-Nouvelle - Paris III, atua no estudo da poesia francesa moderna e contemporânea, utilizando-se do tema da paisagem para tratar de

questões como a relação entre a poesia e o espaço bem como a abordagem do eu-lírico a partir de uma lógica contemporânea da subjetividade.

5Pontos de vista sobre a percepção de paisagens, Michel Collot, in: NEGREIROS, Carmem; LEMOS, Masé; ALVES, Ida. Literatura e Paisagem em diálogo. Rio de Janeiro: Edições

Makunaima, , p. 13.

17



ARCÁDIA

_02

-O MITO

-A ESPECULAÇÃO


Arcádia

O Mito

Presente, ao longo dos anos, sob as mais variadas formas em manifestações pictóricas e literárias, a Arcádia pode ser entendida, em linhas

gerais, enquanto um espaço mental, um imaginário, uma atmosfera idílica. A imagem da Arcádia está intimamente ligada à descrição de um

espaço natural ambientado em um cenário onde a paz e a simplicidade operam em conjunto para obtenção de uma harmonia. Nesse sentido,

uma natureza é descrita, representada e idealizada.

Essa temática esteve presente desde a antiguidade sobretudo nas obras literárias de Teócrito e Virgílio, ela evocava aspectos essencialmente

bucólicos e pastoris que serão retomados no contexto da literatura neoclássica no século XVIII. Essa escola literária, também conhecida como

Arcadismo, demonstra oposição às características estilísticas barrocas e propunha uma volta aos moldes clássicos, uma busca por uma poesia

esteticamente equilibrada, harmônica e simples. Permeiam as produções árcades o tema da evasão, o retorno à simplicidade da vida no campo

em contraponto à vida nos centros urbanos, a fuga ao artificialismo e às hostilidades da urbanidade (Fugure Urbem), o anseio em escapar para

o Locus Amoenus.

Pode-se dizer que o imaginário arcadiano contribuiu , ao longo dos anos, para a forma como o homem direciona seu olhar ao meio externo e

como elementos naturais são percebidos, visto que em muitas produções literárias a imagem construída é de uma natureza divina, etérea e ideal.

Se for levada em consideração a hipótese de que, em sua gênese, a Arcádia não necessariamente estava atrelada a uma lógica de idealização,

esse caráter começa a aparecer e se desenvolver de forma dinâmica concomitantemente ao próprio conceito de paisagem6.

A Especulação

A Arcádia se instaurou, então, enquanto um imaginário que se transformou no espaço e no tempo em distintos contextos na pintura e na literatura,

se configura como uma paisagem mental e diz respeito ao destino para o qual aqueles que anseiam pela fuga se direcionavam. Após exposta

essa contextualização, inicia-se um exercício especulativo que aponta para algumas questões de partida: Seria possível reimaginar o espaço

mental arcadiano a partir de uma perspectiva contemporânea? Essa situação de evasão, fuga de realidades hostis cotidianas poderia se dar

mediante um projeto de um equipamento urbano? Seria possível subverter o caráter essencialmente bucólico da arcádia, propor um paradoxo,

uma arcádia no tecido urbano? a partir de qual programa? Qual configuração e qual função?

Essas questões apontam para a possibilidade de se pensar em um projeto de um equipamento público que servirá como um dispositivo de fuga

às situações hostis da vida cotidiana, um objeto arquitetônico sem uma função rigidamente definida, mas que se aproxima a um parque circular

onde estão dispostas “arquiteturas de escape”. Propõe-se que o parque seja cortado pela infraestrutura de mobilidade metroviária, uma localização

pensada estrategicamente para atender às demandas de escape de uma parcela da população que realiza viagens diárias em direção ao

trabalho e na volta pra casa.

20



A Arcádia estaria disposta como um ponto ao longo de uma infraestrutura de mobilidade, um

aspecto que a torna acessível quase que de forma imediata a quem percorre os fluxos

cotidianos, possibilitando experiências escapistas físicas aos que optarem por visitá-la ou até

mesmo visuais a quem está apenas de passagem. Por estar localizada em uma área onde há o

cruzamento entre dois eixos (ferroviário e metroviário) o presente trabalho tem como objeto do

projeto o seguinte complexo: (Estação Metroviária + Parque Circular (Arcádia) + Estação de

VLT). O intuito de propor uma Arcádia reimaginada para esse século é resgatar o cerne desse

imaginário que é a evasão, reconfigurando esse conceito com o suporte dos dispositivos de uma

paisagem não mais intangível, buscando apreensões que permeiam os modos de viver hoje em

um espaço que pode ser enxergado como sistema onde coexistem as ações naturais e

antrópicas.

Do que evadir? Quais a razões poderiam gerar no indivíduo uma busca por um Locus Amoenus

na contemporaneidade? A procura pela definição de “escapismo” logo revela que o termo diz

respeito a uma propensão em esquivar-se de da realidade ou do cotidiano por meio do

devaneio, da fantasia ou até mesmo do entretenimento. A partir de uma perspectiva pessoal,

acredito que os motivos pelos quais se busca refúgio existem em diferentes níveis e dimensões,

permeiam questões tanto de ordem física quanto psicológica: Dias estressantes, excesso de

trabalho, frio, calor, tristeza , cansaço, tédio, frustrações, saudade…Existe uma infinidade de

hostilidades possíveis de se mencionar, os indivíduos enfrentam situações hostis distintas e as

superam também de formas particulares, por isso o intuito de resgatar o imaginário escapista

da Arcádia não surge como algo rígido, como uma solução aos problemas e sim como

possibilidade de especular arquiteturas e espaços de descompressão, propor experiências,

percursos e ambientes que lancem as pessoas ao desconhecido, situações de ordem onírica,

ambientes que alimentem devaneios e instiguem a percepção na tentativa de amenizar, em

alguma medida, as situações adversas que integram a rotina da população, propõe-se um

respiro “espacial”.

22


É importante pontuar que se em um contexto longínquo o ambiente de fuga

(Arcádia) era descrito por seu caráter, sobretudo, natural, essa lógica não

necessariamente se estabelece como regra para o exercício projetual. Isso

porque a área escolhida para a intervenção, abordada mais detalhadamente

em outra seção deste caderno, encontra-se no Distrito Federal, um território

com uma configuração espacial repleta de vazios e que reverberam a escala

bucólica proposta por Lúcio Costa na concepção de Brasília, ou seja, não se

defende, nesse contexto, uma necessidade em fugir do cinza, do urbano e do

concreto pois diversas porções do DF são permeadas por áreas livres, a fuga

relaciona-se muito mais a uma questão de situações hostis do cotidiano.

CLICK FOR

FRESH AIR

23


AN ERROR HAS

OCURRED

AN ERROR HAS

OCURRED

24


25



ÁREA DE INTERVENÇÃO

_03

-LOCALIZAÇÃO

-MAPAS

-GRÁFICOS


Área de Intervenção

Tendo como prerrogativa para a escolha da área de intervenção a proximidade com a linha metroviária, foi elaborado, em estudo prévio, um mapa dos vazios

existentes ao longo desse eixo, pontuando em alguns deles possíveis potencialidades e fragilidades que pudessem indicar qual local se mostrava mais propício

à implantação da proposta arquitetônica. Inicialmente havia sido escolhido um terreno entre a estação Shopping e a estação Feira, no Guará, uma área com

considerável densidade de vegetação e não circundada por um tecido urbano imediato, um lugar que reverberava facilmente à um imaginário bucólico.

Contudo, as orientações de projeto apontaram uma nova possibilidade, uma área localizada no cruzamento da linha do metrô e da ferrovia que liga Brasília a

Valparaíso (com previsão para ser ativada). Surge, então, um sítio com um forte simbolismo: A interseção entre os percursos do passado e do presente,

paisagens que foram percebidas em fluxos ferroviários agora estagnados e as paisagens operantes na lógica de uma infraestrutura de mobilidade em escala

metropolitana. Paisagens abandonadas X Paisagens vivenciadas. A área em questão é polissêmica, incerta, assim como o próprio vocábulo paisagem. Ela tem

potencial de influência sobre três regiões distintas, Guará I, Guará II e a Colônia Agrícola Águas Claras (CAAA). O sítio se apresenta como complexo: edificações

existentes no polígono de intervenção, infraestrutura elétrica de pequena e grande escala que limitam algumas decisões de projeto, cruzamento de diferentes

meios de transporte e suas infraestruturas, enfim, um verdadeiro sistema, um metabolismo. As incertezas, nesse sentido, foram abraçadas, como uma

potencial oportunidade de se discutir a paisagem contemporânea, antrópica, dessacralizada, muito mais desnaturalizada do que natural, se incorporada a

dialética de Robert Smithson7. Na falta de grandes árvores, oceanos e montanhas, lida-se com torres de alta tensão, correntezas metálicas e horizontes

petrificados.

7 Robert Smithson foi um artista e intelectual estadunidense considerado

um dos expoentes mais significativos da arte contemporânea e do

movimento Land Art.

28


M

T


LOCALIZAÇÃO

N

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Mapa elaborado pelo autor

0 2000m 5000m 10000m

30


SITUUAÇÃO

N

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Mapa elaborado pelo autor

0 200m 500m 1000m

31


Aréa de Intervenção

N

0 500m 1000m

Guará I Guará II Colônia Agrícola Águas Claras EPTG Linha metroviária Linha ferroviária

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Elaborado pelo autor

32



2

1

M

3

Área de Influência

Seregação de espaços

A área de intervenção está localizada em um perímetro de

interseção entre três porções distintas circundantes. Nesse

sentido, entende-se essa característica enquanto um fator

favorável à implementação de um equipamento urbano

capaz de costurar os fluxos de pedestres que transitam de

uma região para outra bem como encurtar, dinamizar e

enriquecer os percursos pedonais do ponto de vista

paisagístico e arquitetônico .

A infraestrutura metroviária que corta o perímetro de

intervenção se estrutura em um formato de vala/talude, o

que requer dispositivos e estruturas de segurança por

conta do íngreme desnível. Contudo, esses muros que

acompanham a linha do metrô desde a estaçao Feira

promovem barreiras fisicas e visuais que afetam

dimensões funcionais e estéticas de quem experiencia

esses percursos e precisa alcançar os modais de transporte

público.

Gráficos de Análise

34


1

2

Sistema viário | Entorno imediato

Cruzamento de modais

As vias que contornam imediatamente o perímetro de

intervenção possuem uma dimensão bastante reduzida

sobretudo no loca da estrutura que promove a travessia

sobre o eixo metroviário. A distância entre os automóveis

em direções opostas acabam, as vezes, provocando

acidentes e congestionando o fluxo.

Uma forte característica da localidade é a multiplicidade de

travessias entre diferentes modais de transporte (metrô x

trem x carro ). No trecho 01 há um pequeno viaduto que

permite a travessia de automóveis e do tem sobre a linha do

metrô e no trecho 02 há o cruzamento entre o sistema viário

e a linha férrea.

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Análise elaborada pelo autor

N

0 250m 500m

35


Arquiteturas Hostis

A área de intervenção é rodeada por diferentes tipologias edilícias que são, predominante, habitações de um e dois pavimentos. Ao sul do

terreno existe uma série de torres, edifícios residenciais que, às vezes, ultrapassam 15 andares e estão implantados de forma que ignoram

a declividade natural do solo, pois propõem garagem nos níveis inferiores que criam muros e fachadas cegas para a direção oeste. Quem

transita nessa região se depara com grandes paredes que não dão acesso a lugar algum e muitas vezes estão repletas de tubos e

infraestrutura que canalizam o esgoto desses edifícios. Essa configuração espacial cria ainda mais segregação entre as áreas do entorno e

contribuem para um ambiente urbano inseguro.

Gráficos de Análise

36


Caminhos de desejo

Linhas de transmissão

As imagens de satélite permitem verificar algumas linhas

de desejo na área de intervenção. Elas indicam um fluxo

que parte principalmente da Colônia Agrícola Águas Claras

em direção à estação de metrô ( ou ao guará I) e também

um fluxo que acessa equipamentos de esporte e lazer na

porção sul da área de intervenção.

O terreno é cortado por 4 eixos de uma infraestrutura de

distribuição elétrica de grande porte. Sao 4 torres de alta

tensao sendo duas maiores e duas menores, uma

característica que limita, relativamente a adição de maciços

vegetais de grande porte em um futuro plano de

arborização.

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Análise elaborada pelo autor

N

0 250m 500m

37


A

B B

Mapa Topográfico | Curvas de nível 1m em 1m (2016) | Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Mapa elaborado pelo autor

1093

1089

1084

(m)

0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 120 130 140 150

Perfil de Elevação A


A

1093

1089

160 170 180 190 200 210

1084

(m)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Perfil de Elevação B


Percurso solar anual

(nascer ao por do sol)

Percurso solar | Solstício de Verão

(nascer ao por do sol)

Ventos predominantes

Linha Férrea

Mapa de insolação e ventos predominantes | Elaborado pelo autor


EQUIPAMENTOS URBANOS

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Mapa elaborado pelo autor

N

0 250m 500m

Equipamentos de Segurança

Espaços Comunitários

Mobiliários de esporte e lazer

Escolas

Feiras

41


USO DO SOLO

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Mapa elaborado pelo autor

N

0 250m 500m

Inst EP RE 3 CSII 2 RO1 RO2 Inst CSIIR 1 NO RE2 CSIIR 2 NO CSIIndR CSII 1 CSIIR 1

42


ÁREAS VERDES

CHEIOS E VAZIOS

N

0 250m 500m

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Mapa elaborado pelo autor

N

0 250m 500m

Fonte: IDE/DF(2022). Geoportal/DF | Mapa elaborado pelo autor

43



_04 -MUSEU DE ARTE DE CHICHU

-CAMPO DE ARTE ECHIGO TSUMARI

ESTUDOS DE CASO


46

Tendo em vista a próxima relação que este trabalho estabelece com o tema da

arte-paisagem, as referências projetuais e visuais que influenciaram a proposta

do partido arquitetônico dizem respeito às possibilidades contemporâneas de se

discutir como espaços edificados se relacionam com o entorno e poderiam remeter

a temas como o escapismo e à contemplação. Nesse sentido, espaços e intervenções

que tenham forte relação com o solo se mostram como uma importante

influência nesta etapa de projeto onde a implantação é uma questão fundamental.

O campo de arte localizado na região rural de Echigo-Tsumari, na Província

de Niigata no Japão e os equipamentos culturais situados no arquipélago composto

pelas ilhas de Naoshima, Teshima e Inujima, localizadas no Mar Interior de

Seto, também no Japão são exemplos pertinentes sobre como a natureza, a arte

e os espaços construídos são incorporados em experiências ao longo de um

percurso. Soma-se a essas referências projetuais a abordagem que as práticas

artísticas site specific fazem do entorno em que são implantadas. Alguns exemplos

são: Observatory, de Robert Morris, Spiral Jetty, de Robert Smithson, o Aleph,

de Angelo Venosa e Running Fence, de Christo and Jeanne-Claude. Pretende-se

realizar um estudo de caso mais detalhado de algumas dessas referências: O

museu Chichu e o campo de arte Echigo Tsumari .


Spiral Jetty, Robert Smithson

fonte: https://holtsmithsonfoundation.org/spiral-jetty

47


1

MUSEU DE ARTE

DE CHICHU


O Museu de Arte de Chichu (, Chichū Bijutsukan),

ou traduzido livremente para “museu de arte na terra”, está

localizado ao sul da ilha de Naoshima, na prefeitura de

Kagawa, Japão. O projeto do arquiteto japonês Tadao Ando

possui 2.500m² e foi inaugurado em julho de 2004. Ele

possui cinco galerias e faz parte do arquipélago das artes

Benesse Art Site composto pelas Ilhas de Naoshima, Teshima

e Inujima. O complexo dedicado às artes do qual faz

parte possui dezoito museus, galerias e instalações e foi

idealizado por Soichiro Fukutake na década de 1980. Outros

projetos de Ando para o complexo incluem o Benesse House

Museum e o Lee Ufan Museum, próximos ao Chichu. Obras

permanentes de seu acervo incluem artistas como o impressionista

Claude Monet e os contemporâneos James Turrell e

Walter De Maria. Sua planta é formada por galerias ao redor

de dois pátios, um triângulo equilátero e um quadrado,

ligados por passagens sem cobertura, sendo possível visualizá-los

claramente quando vistos de cima

Chichu Art

Museum

Naoshima

Japão

49


Implantação | Fonte:https://ilbar.tumblr.com/post/31736622786/tadao-ando-chichu-art-museum-2002-naoshima

Chichu museum spatial design

Fonte: https://abtproject.wordpress.com/modeling/chichu-museum_iat233/

Como o nome indica, o museu Chichu é majoritariamente subterrâneo. Isso

porque a ideia principal era “repensar a relação entre natureza e pessoas”

(disponível no portal Chichu Art Museum <http://www.chichu.jp/e/concept/>) e

deixar livre a vista para o Mar Interior de Seto. Apesar de subterrâneo, o projeto

facilita a entrada de luz natural por aberturas, clarabóias e recortes em

paredes, mudando a aparência do seu interior ao longo do dia e das estações

do ano, trazendo o edifício ao mesmo patamar das obras de arte exibidas nele.

Além disso há a presença de elementos naturais como pátios de fragmentos de

pedra e grama, ajudando a levar o mundo exterior para dentro do espaço. A

materialidade segue a linha dos projetos de Tadao Ando, sendo

majoritariamente em concreto aparente de textura lisa, aliado à detalhes em

aço, vidro e madeira, criando uma forma de linhas simples e suaves. A

simplicidade da forma alia área construída e vazios, pensando na experiência

do visitante que se move por ela. A implantação do museu também permite

isolar o visitante do mundo exterior, tornando sua percepção mais sensível,

permitindo-o concentrar-se somente na experiência do lugar.

50


N

0 20m 500m 100m

Museu Chichu | Vista superior

Fonte: Google Earth, com adaptações.

N

0 5m 30m

Museu Chichu | Corte

Fonte: Google Earth, com adaptações.

51


52

Chichu Art Museum, Naoshima | Iwan Baan

fonte: https://iwan.com


Chichu Art Museum, Naoshima | Iwan Baan

fonte: https://iwan.com

Walter de Maria space| Iwan Baan

fonte: https://iwan.com



O PROJETO

_05

-ARQUITETURAS DE ESCAPE

-PROPOSTA GERAL

-ZONEAMENTO E PROGRAMA

-PARTIDO E GERAÇÃO DA FORMA

-DESENHOS TÉCNICOS, DIAGRAMAS E PERPECTIVAS


ARQUITETURAS DE ESCAPE

Incorporando a referência espacial das folies presentes no projeto para o Parc de la Villette de Bernard Tchumi

No ano de 1982 o governo Francês propõe um concurso de arquitetura para o projeto de um parque urbano em em Paris. A proposta vencedora, idealizada pelo

arquiteto Bernard Tschumi trouxe uma abordagem que questionava a típica configuração de um parque urbano onde o verde predomina e o cinza desaparece,

ou seja, a ideia de parque desenvolvida por Tschumi não visava criar um contraponto à cidade e sim incorporá-la no tecido do parque. Para isso, a proposta

apresentada pelo arquiteto, em linhas gerais, se organiza a partir de três camadas principais : Pontos (estruturas desconstruídas e não funcionais), linhas

(caminhos sinuosos) e superfícies, (áreas verdes). O resultado é a concepção de um parque organizado em uma malha de 100m x 100m onde os nós são

preenchidos pelas folies ( a camada definida como ponto) e é nesse sentido que o presente trabalho traz esse elemento como referência para se propor

arquiteturas de escape.


As folies presentes no projeto para o Parc de la Villette são uma referência a um tipo de construção originada no século XVI e pode ser entendido, em linhas gerais,

como uma pequena construção que abriga funções não estritamente definidas e que geralmente estão vinculadas ao ócio e visavam evidenciar pontos de

interesse na paisagem. Para o projeto das arquiteturas de escape, as folies irão se configurar como espaços onde acontecem variados tipos de experiências,

blocos para onde os visitantes podem fugir(descansando, explorando, percorrendo) em diferentes níveis espaciais de abertura e fechamento ( áreas se relacionam

mais imediatamente com o entorno e áreas em mais voltadas ao interior).


Perspectiva geral do projeto



B

A

Tendo como questão de partida para o exercício projetual a possibilidade de incorporar a imagem da Arcádia sob outra perspectiva, mas trazendo à luz um dos

cernes desse imaginário que possibilita refletir sobre o tema da evasão, o presente trabalho aponta para a concepção de um complexo arquitetônico: um parque

circular que se articula com o entorno mediante passeios, com as arquiteturas de escape e com uma infraestrutura de mobilidade multimodal. As arquiteturas de

escape dizem respeito a volumetrias escultóricas que acontecem em diferentes níveis e que podem ser acessado por rampas. Essas estruturas não possuem

função rigidamente definida, são espaços que podem ser visitados ao longo de um percurso e experienciadas de diferentes formas

(descansar.explorar.percorrer), esse tópico será abordado com mais detalhes nos trechos posteriores deste caderno. Como exposto, a área de intervenção

situa-se no cruzamento de eixos de distintos meios de transporte (ferroviário e metroviário) em escala metropolitana. Surge, nesse sentido, a oportunidade de

criar um equipamento público que pode ser contemplado imediatamente por aqueles que experienciam o percurso metroviário e quase imediatamente por

aqueles que desembarcam na estação ferroviária. Por outras palavras, criam-se situações de escape: Contemplando ao passar de metrô pela arena, imerso na

arena ao aguardar na plataforma de embarque e visitando os 6 volumes)


Em uma macro escala, o projeto se divide em duas porções. A porção “A” (Parque circular + Arquiteturas de escape) é a porção do conjunto onde se projetam com

maior força as especulações sobre a ideia da Arcádia ( um lugar para escapar ). Propõe-se percursos que permeiam distintas situações de escapismo, entrar em

crateras, percorrer túneis semiabertos, olhar para o céu, percorrer espaços estreitos, amplos, rampas em espiral… O conceito tradicionalmente atrelada à Arcádia

vem acompanhada de imagens de uma natureza idealizada que construía um devaneio justamente para suprir um desejo de evadir, fugir para uma natureza,

uma evasão que poderia ser, sobretudo, mental. É justamente desse ponto que a proposta parte, de um questionamento acerca de como as pessoas poderiam

sentir-se imersas em uma realidade para além das habituais em um contexto cotidiano, ou de como propor um espaços destinados ao ócio, à contemplação, ao

descanso, à descoberta.


Fica estabelecido o seguinte zoneamento: em azul os espaços com as experiências de escape: túneis, lâminas d’água, rampas, cascas, mirantes... Em verde a

estação de metrô (edifício circular + plataforma de embarque e desembarque) abrigando um programa que abrange bilheteria, espaços administrativos, áreas

técnicas, etc. Em rosa a estação/ponto de parada que coleta o fluxo do VLT, contendo em seu programa áreas administrativas, café/lanchonete, áreas técnicas,

bilheteria, plataformas de embarque e desembarque, entre outras. O acesso aos Folies é possível em 4 pontos distintos, eles estão indicados no mapa pelos

tracejados rosa e preto, sendo o tracejado rosa o acesso mais indicado para experienciar o percurso. É importante pontuar que os folies, em um cenário de

suposição, funcionaria de forma autônoma, ou seja, existiriam por si só e poderiam ser entendidos como estruturas livres e fixas de um parque, o que também

não exclui a possibilidade de que haja um controle de acesso em alguns pontos em que podem ser adicionados alguns elementos de barreira.

1 2 3

FOLIES

METRÔ

VLT

1 - Mirante

2 - Túnel semi-aberto

3 - Túnel fechado

4 - Casulo (Espaço de descanso)

5 - Praça semi-aberta

6 - Observatório

7 - Corredor (exposição)

8 - Concha

9- Espaço de contemplação

1 - Saguão | Acesso

2 - Área pública

3 - Área paga

4 - Bilheterias

5- Acesso restrito ao subsolo

6 - Sanitários

7 - Centro de controle operacional

8 - Salas técnicas

9 - Circulação

10 - Plataformas de embarque e desembarque

11- Depósitos

12 - Sanitários

13 - DML

1 - Rampa de acesso

2 - Mirante e Hall de circulação

3 - Setores administrativos

4 - Bilheterias

5- Espaço para café/lanchonete

6 - Sanitários

7 - DML

8 - Pátio

9 - Salas técnicas

10 - Hall de circulação

11 - Plataformas de embarque

e desembarque.

12 - Bilheteria

13 - Sanitários

70


71


Partido e a abordagem da topografia - Porção A

Topografia atual da área de intervenção - Vista Superior

Abordagem da topografia - área de intervenção - Vista Superior

Topografia atual da área de intervenção - Axonométrica

Abordagem da topografia - área de intervenção - Axonométrica

A forma como a linha metroviária do DF se articula, estruturalmente, com o entorno, em diversos pontos de sua extensão, cria muros e segregam espaços de

diferentes formas. O partido arquitetônico surge da necessidade de se pensar sobre essas relações e sobre como alguns obstáculos poderiam ser superados. O

metrô passa pela área de intervenção em uma cota muito mais baixa que a do trânsito de pedestres, a diferença entre níveis é de cerca de 10 metros e se

configura em uma geometria de trincheira bastante íngreme. A premissa do projeto é que o espaço seja capaz de inserir fluxo dos passageiros em uma

experiência imediata, quem aguarda o próximo trem ou quem nem mesmo desembarca na plataforma poderia estar imerso de alguma forma em uma situação

de amplitude.

72


Permitir essa imersão seria possível de duas formas, ou trazendo o metrô ao nível térreo ou reconfigurando a topografia e trabalhando níveis e camadas. No

contexto da área de intervenção seria inviável propor que o metrô subisse até a o nível do pedestre, então foi fundamental pensar em uma maneira de como a

diferença de níveis poderia aliar-se às intenções projetuais. Tem-se então acima: alguns croquis que nortearam o partido arquitetônico e elucidam como a

criação de uma espécie de arena poderia ser um artifício que suavizasse o aspecto íngreme da trincheira, criando espaços às vezes mais planos e às vezes com

maior declividade. A intenção é que os vazios da arena não necessariamente façam parte de um percurso, mas que sejam áreas livres com arborização de médio

e pequeno porte possíveis de serem experienciados pelas pessoas para atividades como banho de sol, piqueniques, leitura, descanso, etc.

73


Geração da Forma

1 2 3

4 5 6

A configuração formal do parque, resulta, então, de uma série de intenções projetuais. De forma mais simplificada, foram desenvolvidos alguns

diagramas para ilustrar algumas etapas do projeto. Parte-se de um eixo norteador, a linha metroviária em geometria de talude (1). Adapta-se, posteriormente,

a superfície topográfica às margens do eixo metroviário para que ela se aproxime a uma geometria de arena, garantindo, assim, uma declividade menos

íngreme e que permite, mesmo em nível controlado, a possibilidade de caminhar e transitar pelo interior desse espaço (2). A próxima etapa diz respeito a

implementação de uma infraestrutura metroviária (3), uma forma de facilitar o acesso ao parque e torná-lo quase que imediato. Adiciona-se então, as

arquiteturas de escape (4) e os passeios que circundam esse complexo arquitetônico. Na página direita é possível visualizar duas fotografias de uma maquete

de estudos realizada durante a concepção do partido arquitetônico e mais abaixo uma maquete com as primeiras especulações formais de como uma

arquitetura poderia estar implantada ao longo de uma linha metroviária.

74


Maquete de estudo com intenções projetuais mais avançadas

Maquete de estudos : Primeiras especulações

75


Croquis do processo de concepção das arquiteturas de escape

76


Mapa topográfico com as intervenções.

N

0 50m 100m

Curvas que foram modificadas

77


Partido e a abordagem da topografia - Porção B

1086

1085

1084

1083

1082

1081

Topografia atual da área de intervenção - Estação VLT - Vista Superior

Topografia atual da área de intervenção - Estação VLT - Perspectiva

78


A premissa mais significativa para a definição da volumetria da estação do VLT era a de não propor uma edificação que se tornasse um obstáculo visual no

sentido oeste. Do ponto de vista do pedestre essa é uma das partes da área de intervenção com uma vista ampla e, dessa forma, busca-se preservar o horizonte.

A arquitetura dessa estação será composta por um mirante, pela plataforma de embarque e desembarque e por alguns blocos que irão abrigar algumas funções

como áreas administrativas, café e lanchonete, salas técnicas, etc.

N

Croquis do processo de concepção do volume da estação de VLT

79


IMPLANTAÇÃO

N

0 50m 100m 200m


A

COBERTURA

B

B

A

N

0 10m

30m

50m


CORTE AA

Dimensões de escape

Ao ar livre

Escape para áreas abertas da arena. Aqui há a

possibilidade de deitar na grama, tomar sol, contemplar

as folies, fazer piqueniques, ler, ou realizar outras

atividades que comumente acontecem em um parque.

Explorando as folies

Nessa dimensão é possível escapar de forma

imaginativa realizando percursos, se deparando com

diferentes elementos e materiais e contemplando o que

acontece fora e dentro. Visitar essas estruturas

permitem experiências de escape distintas, que podem

causar sensações de surpresa, paz, quietude,

movimento, entre outras.


Aguardando o transporte

Caminhando ao redor

Aqui é possível escapar de forma mais indireta,

enquanto se aguarda o transporte, o passageiro que se

encontra na plataforma de embarque se vê imerso pelo

grande círculo, está no centro do parque, englobado por

uma série de situações acontecendo ao seu redor:

pessoas transitando entre as arquiteturas de escape,

Talvez a maneira mais branda de escape. Quem utiliza

os passeios que contornam o parque pode experienciar

uma sensação de evasão mais difusa: caminhar em

direção ao seu destino sem necessariamente entrar na

arena e nas folies, mas perceber o equipamento como

uma situação inusitada em seu percurso.

esculturas flutuando sobre o espelho d’água…

DET. 01

PG-01

0 5m

10m


1 - Estrutura do piso

2 - Estrutura do deck

3 - Espreguiçadeira em estrutura de deck

4 - Futon dobrável

5 - Detalhe de iluminação externa ao casulo (LED)

6 - Detalhe de iluminação interna ao casulo (LED)

7 - Cobertura

7

4

3

6

5

2

1

Detalhe da área externa ao casulo

0 1m 2m

84


85


CORTE BB

0 5m

10m



88

Perspectiva do acesso às folies | Marcado no mapa ao lado com a letra “i” na rota verde.


Roteiro de escapes

i

3

2

1

Com o intuito de tornar o projeto mais

compreensível, propõe-se um roteiro com três

percursos (rotas) distintas que permeiam os

diferentes trechos desse conjunto arquitetônico.

Esse guia define uma ordem de percursos apenas

4

para a melhor compreensão do projeto e será a

5

6

4

2

3

1

sequência em que os desenhos técnicos serão

apresentados. A sigla “NR” corresponde a “nível de

referência”, ou seja, esse ponto foi considerado a

cota 0 do projeto da porção A ( Estação do metrô +

5

NR

i

arquiteturas de escape), então todos os niveis que

aparecem nas plantas dessa parte estão em

referência a esse ponto. A letra “i” indica o início da

rota e os números em cada tracejado são os

pontos de destaque, pontos que serão melhor

detalhados na etapa de apresentação das plantas

baixas e perspectivas. A rota verde inicia o roteiro,

onde o visitante acessa o bloco A de folies e logo

1

i

após percorre a estação metroviária e as

plataformas de embarque e desembarque. A rota

azul permite o percurso no interior das folies do

2

3

bloco B e por fim a rota vermelha direciona um dos

caminhos possíveis de acesso à estação de vlt e às

plataformas de embarque e desembarque.

Rota 1 Rota 2 Rota 3

i - Ínico do percurso partindo do nível de

referência (calçada)

1 - Folie 1A, o mirante.

2 - Acesso ao túnel semiaberto

3 - Folie 2A, o casulo (acessado por um túnel

fechado).

4 - Folie 3A, a praça.

5 - Estação metroviária

6 - Acesso às plataformas de embarque e

desembarque

i - Ínico do percurso partindo do nível de

referência (calçada)

1 - Folie 1B, o observatório

2 - Corredor orientado ao poente

3 - Acesso ao nível enterrado em direção à

próxima folie

4 - Folie 2B, a concha.

5 - Folie 3B, a casca

i - Ínico do percurso no nível de referência

(calçada)

1 - Acesso ao hall de circulação da estação de

VLT pela rampa

2 - Acesso ao café

3 -Descida à área de embarque e

desembarque por elevador.

89


_1

MIRANTE

Forma de escape:

( x ) Descansar ( ) Explorar ( )Percorrer

Parâmetros Espaciais

Abertura / Amplitude

Relação com a área externa

Permanência

Iluminação

Rampa de acesso

Planta Chave

N

Acesso

ao nível inferior

Pedrisco

Mobiliário

Espelho d’água

f1a

Espaço de permanência que captura o horizonte. A folie diz respeito a uma

ampla sala de descanso com diferentes superfícies : Concreto, pedrisco e

água. Aqui o visitante pode se acomodar em diferentes tipos de mobiliário e

assistir aos movimentos da água, das árvores e do entorno imediato , um

espaço pensado como uma maneira de escape, sobretudo, visual. A rampa

representada na planta baixa direciona o percurso à próxima arquitetura de

escape, localizada no nível inferior.

94


Planta Baiixa - Folie 1A - Mirante

N

0 5m 15m

95


96


97


98_2

f2a

Ao chegar no nível inferior, acessa-se um longo corredor, que dá a

possibilidade de de percorrer os espaços abertos ou de seguir o percurso

pelas folies. O corredor em questão imediatamente revela um uma abertura

circular (a entrada de um túnel), que quando acessado permite enxergar

logo à frente a iluminação interna do casulo, um espaço oval com alto pé

direito que instiga o visitante a olhar pra cima. Esse ponto de vista permite

observar o céu e os recortes da cobertura. Aqui é possível deitar em um

mobiliário contínuo e circular que funciona como uma espreguiçadeira ou se

apropriar do longo banco linear com mesas de apoio para atividades como

estudar, lanchar, jogar, ler, etc.

Planta Chave

N

CASULO

Forma de escape:

( X ) Descansar ( X ) Explorar ( )Percorrer

Parâmetros Espaciais

Abertura / Amplitude

Relação com a área externa

Permanência

Iluminação

Banco linear com

mesas de apoio

Espreguiçadeira

Acesso Projeção da Cobertura


Planta Baixa - Folie 2A - Casulo

N

0 5m 15m

Indica possibilidade de acessar espaços abertos (área externa)

99


100


101


102


103


_4

ESTAÇÃO | METRÔ

A estação foi pensada como uma espécie de arquitetura

ponte, ela permite transpor o eixo metroviário que se

encontra 10 metros abaixo. A área interna da estação

possui dois acessos por rampas nas fachadas noroeste e

sudoeste. O nível de referência utilizado para as plantas a

seguir é o mesmo dos desenhos anteriores, dessa maneira o

piso da estação encontra-se a menos 4,05 metros da

calçada principal do parque (nível 0).

ZONEAMENTO NÍVEL TÉRREO

Planta Chave

N

1 - Saguão | Acesso

2 - Área pública

3 - Área paga

4 - Bilheterias

5- Acesso restrito ao subsolo

6 - Sanitários

CORTE BB

0 5m 15m


4

5

1

6

B

B

2

3

DET. 01

PG-110

6

1

4

N

Estação Metroviária - Planta Baixa - Térreo

0 5m 15m




DETALHE | ESTRUTURA

A arquitetura da estação de metrô está implantada no centro

do talude da linha metroviária. É uma geometria de disco que

se apoia nas duas extremidades desse talude e possui um vão

6

1

4

3

2

livre de cerca de 30 metros. Nesse sentido, foi necessário

pensar em uma estrutura que vencesse essa distância sem

apoios centrais, o que ocasionou na escolha de um sistema de

treliça nos dois trechos demarcados no diagrama abaixo, em

conjunto com um sistema viga-pilar de aço e concreto.

5

Legenda

1 - Platibanda

2 - Laje Steel Deck

3 - Forro de gesso acartonado

4 - Treliça metálica

5- Esquadria | Cortina de vidro

6 - Membrana metálica perfurada

Pilares em concreto armado

Vigas metálicas | Perfil I

Treliça metálica | Trecho do vão livre

Diagrama do esqueleto estrutural da estação

metroviária com marcação da treliça metálica.

112


113


9

11

12

12

7 8

8

10

10

114


ZONEAMENTO NÍVEL SUBSOLO

7 - Centro de controle operacional

8 - Salas técnicas

9 - Circulação

10 - Plataformas de embarque e desembarque

11- Depósitos

12 - Sanitários

13 - DML

Estação Metroviária - Planta Baixa - Subsolo - Trecho I

N

0 5m 15m

115


116


10

11

8

10 11

8

Estação metroviária - Planta Baixa - Subsolo- Trecho II

N

0 5m 15m

117


_5

OBSERVATÓRIO

Forma de escape:

( ) Descansar ( x ) Descobrir ( x )Percorrer

Parâmetros Espaciais

Abertura / Amplitude

Relação com a área externa

Permanência

Iluminação

Planta Chave

N

Abertura circular

na parede

Corredor | Sol

Espelho d’água

f1b

Acesso à folie

Essa estrutura permite uma experiência contemplativa logo quando

acessada, um trecho mais fechado permite visualizar o reflexo de uma

abertura circular na água. Ao seguir o percurso, acessa-se um corredor

interno e logo depois um corredor externo, orientado à direção oeste, onde o

desaparecimento do sol no horizonte pode ser assistido. Após essa

experiência, existem duas possibilidades, seguir uma calçada que leva o

visitante a circular pela arena ou partir em direção à próxima folie.

118


Planta Baixa - Folie 1B - Observatório

N

0 5m 15m

Indica possibilidade de acessar espaços abertos (área externa)

119


120


121


122


123


_6

CONCHA

Forma de escape:

( x ) Descansar ( x ) Descobrir ( )Percorrer

Parâmetros Espaciais

Abertura / Amplitude

Relação com a área externa

Permanência

Iluminação

Planta Chave

N

Acesso ao exterior

Banco semi-círculo

Acesso

f2b

Acessado por uma passagem subterrânea, o espaço da concha diz respeito

a uma geometria circular com uma abertura que captura visualmente as

plataformas de embarque e desembarque da estação metroviária. Esse

espaço também possui frisos na cobertura e que permitem com que a luz

projete desenhos no piso. Essa folie possui dois bancos em formato de semi

circulo e permite acessar o espelho d’água em sua margem.

124


Planta Baixa - Folie 2B - Concha

N

0 5m 15m

125


126


127


_7

CASCA

Forma de escape:

( ) Descansar ( x ) Descobrir ( )Percorrer

Parâmetros Espaciais

Abertura / Amplitude

Relação com a área externa

Permanência

Iluminação

Escada | Acesso ao nível superior

Planta Chave

N

Casca

Banco semi-círculo

f1b

Acesso pela rampa

Partindo da concha é possível acessar uma rampa em direção a um nivel

mais elevado que conduz o visitante à última arquitetura de escape desse

bloco. Essa folie diz respeito a uma grande escultura em estrutura de casca

em concreto armado que permite ser acessada por um eixo central. Essa

volumetria se encontra no interior de uma sala retangular, iluminada, de dia,

por uma abertura circular zenital e, a noite, por um aro de led.

128


Planta Baixa - Folie 3B - Casca

N

0 5m 15m

129


130


131


_8

ESTAÇÃÕ | VLT

Cobertura

N

0 5 15

Planta Chave

N

ZONEAMENTO

A estação de VLT foi implantada com o intuito de não bloquear a vista na

direção oeste. A característica desse terreno, por si só, ja o configura como um

mirante, então a intenção foi propor uma volumetria que acontecesse do nível

do solo para baixo, indicando o acesso a estação por uma rampa. As

plataformas de embarque e desembarque podem ser acessadas tanto pela

entrada desse edifício quanto pela calçada que parte da estação metroviária.

A estrutura da estaçao de VLT é inteiramente de aço com vigas e pilares em

perfil I, seguindo uma modulação de 5m x 5m. Os fechamentos são de

alvenaria e a fachada sudoeste é composta por uma membrana de

policarbonato.

1 - Rampa de acesso

2 - Mirante e Hall de circulação

3 - Setores administrativos

4- Café/lanchonete

5 - Sanitários

6 - DML

7- Pátio

8 - Salas técnicas

9- Hall de circulação

10 - Bilheteria

11 - Plataformas de embarque

e desembarque

12 - Sanitários

13 - Hall de circulaçao secundário | Acesso ao café

130


2

1

3

3

4 5

5

6

7

8

8

N

0 5 15

Planta Baixa - Térreo

131




9

10

11

11

13

13

12 12

130


131


130


131


130


131



ARQUITETURAS DE ESCAPE

-CENÁRIOS NOTURNOS


CASULO

130


131


CONCHA

130


131


PRAÇA


CASCA



Referências Biblográficas

Arcadismo. Disponível em: http://www.nilc.icmc.usp.br/nilc/literatura/arcadismo1.htm#:~:text=A%20frase%20latina%3A%20Inutilia%20truncat,%22mediocridade%20do%20ouro%22).

Acesso em 01 de maço de 2022.

Campo de arte Echigo Tsumari. Japan Travel, 2022. Disponível em: <https://www.japan.travel/pt/spot/287/>. Acesso em: 28 de abril de 2022

CAUQUELIN, Anne. A Invenção da Paisagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

Chichu Art Museum, 2022. Disponível em: <https://web.archive.org/web/20080331064401/http://www.chichu.jp/e/concept/>. Acesso em: 21 de

abril de 2022

Chichu Art Museum by Tadao Ando: Art museum in the Earth. Rethinking the Future, 2022. Disponível em:<https://www.re-thinkingthefuture.-

com/case-studies/a3439-chichu-art-museum-by-tadao-ando-art-museum-in-the-earth/>. Acesso em: 21 de abril de 2022

Clássicos da Arquitetura: Parc de la Villette / Bernard Tschumi. Archdaily, 2022. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/01-160419/-

classicos-da-arquitetura-parc-de-la-villette-slash-bernard-tschumi>. Acesso em: 10 de setembro de 2022

COLLOT, Michel. Poética e filosofia da paisagem. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2013.

Echigo Tsumari travel information. Echigo Ttsumari, 2022. Disponível em: <https://www.echigo-tsumari.jp/en/>. Acesso em: 28 de abril de 2022

HOLZER, Werther. Augustin Berque: um trajeto pela paisagem. Espaçoe cultura, UERJ, Rio de Janeiro, RJ, n.17-18, p.55-63, 2004

LOUREIRO, Carlos Penim. Desenho da Arcádia - A Paisagem Utópica : A sua permanência na prática da intervenção arquitetônica atual.

Dissertação apresentada para obtenção do título de Doutor em Belas Artes – Universidade de Lisboa, 2013.

O arquipélago das artes no Japão: obras de Tadao Ando em Naoshima. Archdaily, 2022. Disponível em: https://www.archdaily.-

com.br/br/964361/o-arquipelago-das-artes-no-japao-obras-de-tadao-ando-em-naoshima>. Acesso em: 21 de abril de 2022

OLIVEIRA, Lívia de; MARANDOLA, Hugo Eduardo. Origens da Paisagem em Augustin Berque: Pensamento Paisageiro e Pensamento da Paisagem.

Editorial. Geograficidade, v. 8, n. 1, p. 139-148. 2018.

O Parc de la Villette de Bernard Tschumi. Marcos O. Costa, 2022. Disponível em:<https://marcosocosta.wordpress.com/2013/09/04/o-parc-de-

-la-villette-de-bernard-tschumi/>.Acesso em: 10 de setembro de 2022

TCHUMI, Bernard. Arquitetura e Limites I [1980]. In: NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura - antologia teórica 1965-95. São

Paulo: Cosac Naify 2006a. p. 172-176

Túnel da Luz/ MAD Architects. Archdaily, 2022. Disponível em: <https://www.archdaily.com/963906/tunnel-of-light-mad-architects>. Acesso em:

28 de abril de 2022

Tunnel of light. MAD, 2022. Disponível em: <http://www.i-mad.com/post-art/tunnel-of-light/>. Acesso em: 28 de abril de 2022

COLAGENS: Compilações com fotos dos artistas Alex Pragrer, Tadao Cern, Louis Quail e Evelyn Bencicova.


Este caderno é o resultado do trabalho final de conclusão de curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade de Brasília apresentado pelo discente Igor Araújo Dias, com orientação do Professor Dr. Ricardo Trevisan.

O projeto diz respeito, antes de tudo, a uma suposição. Propõem-se neste estudo, especulações espaciais que permitam

discutir questões como a paisagem contemporânea, o escapismo e as possibilidades para futuros modais de transporte

coletivo.

Em um contexto longínquo a prática artística evocava uma natureza ideal e sacra como uma forma de evasão. Parte-se

desse dado para criar alguns questionamentos norteadores : Quais as formas de escapar na contemporaneidade ?

De que maneira a arquitetura dos espaços poderia possibilitar o devaneio, o ócio, a pausa e a

contemplação sem necessariamente estarem atrelados a uma ideia de natureza ideal?

Universidade de Brasília | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo |Trabalho final de graduação | Orientação: Ricardo Trevisan | Autor: Igor Araújo Dias

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