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EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA DO RIO CUIABÁ ...

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<strong>EVOLUÇÃO</strong> <strong>DA</strong> QUALI<strong>DA</strong>DE <strong>DA</strong> <strong>ÁGUA</strong> <strong>NA</strong> <strong>BACIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>RIO</strong> <strong>CUIABÁ</strong>: TENDÊNCIAS E<br />

FATORES DETERMI<strong>NA</strong>NTES<br />

Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima (1)<br />

Flávio César Borba Mascarenhas(2)<br />

Rui Carlos Vieira (3)<br />

Peter Zeilhofer (4)<br />

Resumo - Este estudo aprofundou no conhecimento da dinâmica da poluição nas águas da bacia do<br />

rio Cuiabá, decorrente do processo de urbanização registrado ao longo das últimas décadas. A área<br />

de estudo compreendeu os pontos localizados à montante e à jusante do perímetro urbano das<br />

cidades de Cuiabá e Várzea Grande na região denominada Baixada Cuiabana. A metodologia do<br />

trabalho centrou-se na realização de coletas de campo e ainda no levantamento de dados de diversas<br />

fontes disponíveis sobre o rio Cuiabá, para determinação de variáveis físico-químicas,<br />

bacteriológicas e hidrológicas. Ferramentas analíticas como séries temporais e testes de hipóteses<br />

foram aplicadas a essa base múltipla de dados, com o objetivo de medir e avaliar a extensão<br />

temporal e espacial dessa poluição, identificar as forças dominantes de mudança e, ainda, prever<br />

cenários futuros. Destaca-se que a capacidade de reaeração do rio vem diminuindo ao longo do<br />

tempo e as previsões levam a valores inferiores aos de um rio de classe II. As concentrações de<br />

cargas orgânicas, nutrientes e de coliformes vêm sofrendo incrementos decorrentes dos esgotos<br />

domésticos. Medidas estruturais de contenção dessas cargas devem ser tomadas, como ampliação da<br />

cobertura de esgoto tratado com unidades que permitam a remoção de coliformes e nutrientes a<br />

níveis que atendam a Resolução CO<strong>NA</strong>MA 20.<br />

Abstract - This study has as objective the evaluation of temporal pollution dynamics in the Cuiabá<br />

River basin, caused by urbanization processes occurring in the last decades. The study area covers a<br />

26 km reach of the Cuiabá river, passing the cities of Cuiabá and Várzea Grande, suited in the<br />

“Cuiabá Lowland”.Applied methodology involved two years lasting field campains, realized every<br />

sixteen days, in the two points of the river reach for determination of physical, chemical, biological<br />

and hydrological variables. There were also considered measurements about the Cuiabá river<br />

realized by other sources. Time series and hypotysis tests analysis were applied, in order to evaluate<br />

spatial and temporal patterns of pollution dynamics and to identify the driving forces of water<br />

quality in the watershed. The analysis of temporal evolution of water quality showed an intact<br />

reaeration capacity of the Cuiabá river due its physical characteristic. Nevertheless, water quality<br />

(1) Universidade Federal de Mato Grosso- Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Av Fernando Correa da Costa<br />

s/n, cep: 78060-900 Cuiabá – MT (65) 6158722, (65)615 8721 elianar@cpd.ufmt.br<br />

(2) Universidade Federal do Rio de Janeiro – COPPE - Programa de Engenharia Civil Centro de Tecnologia bloco B –Ilha do Fundão<br />

cep. 21945 Rio de Janeiro RJ, (21) 25737630 flaviob@pec.ufrj.br<br />

(3) Universidade Federal do Rio de Janeiro-Programa de Engenharia Civil Centro de Tecnologia bloco B – Ilha do Fundão cep.<br />

21945-970 Rio d Janeiro RJ, (21) 2528460, rui@pec.ufrj.br<br />

(4) Universidade Federal de Mato Grosso- Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Av Fernando Correa da Costa s1/n1,<br />

cep: 78060-900 Cuiabá-MT (65) 6158722, (65)615 8721 pitalike@zaz.combr


has decreased along the observed time period and simulations are predicting values lower than<br />

allowed by the CO<strong>NA</strong>MA resolution for rivers qualified as class II. Concentrations of organic and<br />

nutrients loads show a significant increase in time, predominantly caused by loads of domestic<br />

waste water. Concentrations of fecal coliforms are showing the same tendency. To control and<br />

reduce impacts of domestic and industrial point sources, investments in infrastructure of wastewater<br />

treatment are highly recommended.<br />

Palavras Chaves: Qualidade da Água, Series Temporais, Cargas Orgânicas<br />

INTRODUÇÃO<br />

A água, componente integrado ao sistema global, vem sendo fortemente alterada com as mudanças<br />

demográficas, a velocidade e a extensão da globalização e com o desenvolvimento sócio-econômico<br />

impulsionado pelo avanço tecnológico. Esses fatores têm sido observados pelos autores BISWAS<br />

(1999), YOFFE et al. (1999) e TAVARES et al. (1999) como preponderantes para o aumento da<br />

demanda sobre os recursos hídricos, refletindo na sua escassez e deterioração dos mananciais.<br />

Dessa forma, a água passou a ser uma preocupação crescente não apenas no que se refere à<br />

quantidade disponível, mas, principalmente, em relação à sua qualidade acarretando prejuízos e<br />

restrições nos seus usos múltiplos.<br />

Os problemas relativos à qualidade da água envolvem um espectro bastante amplo dentro das áreas<br />

de estudo hidroambiental e na determinação das potenciais fontes de contaminação resultantes de:<br />

disposições inadequadas dos resíduos líquidos e sólidos, de natureza doméstica e industrial;<br />

alterações provocadas por empreendimentos para geração de energia (barragens), resfriamento de<br />

águas de termoelétricas, além das práticas agrícolas e de criação de animais em pequenas áreas nas<br />

bacias urbanas. Todas essas ações antropogênicas acarretam impactos que se inter-relacionam com<br />

os processos naturais que ocorrem na bacia.<br />

Nesse contexto, a gestão de bacias urbanas tornou-se complexa, pois envolve toda a rede de infraestrutura<br />

deficitária existente que se traduz em reduzidos percentuais de cobertura de rede de esgoto<br />

e estações de tratamento inoperantes ou com baixo desempenho operacional, bem como na<br />

disposição inadequada dos resíduos sólidos. Porém, se a situação se agrava, em decorrência do<br />

efeito acumulativo gerado pelo crescimento populacional dos centros urbanos, em geral<br />

desordenado, novas perspectivas surgem com a implementação da política de recursos hídricos que<br />

introduziu importantes mudanças administrativas, de ordenamento institucional e de gerenciamento<br />

dos recursos hídricos dentro da unidade da bacia hidrográfica.<br />

Essas alterações têm levado não apenas a uma inovação conceitual, onde a água passa a ser<br />

considerada um bem econômico e finito, conforme estabelece a legislação nacional dos recursos<br />

2


hídricos, mas avançam para o gerenciamento desse recurso de forma a atender aos seus usos<br />

múltiplos, impondo, assim, a necessidade de se buscar um novo modelo de gestão das águas.<br />

FERRIER et al. (2001) enfatizam que, em geral, as propriedades de um sistema hídrico tendem a<br />

refletir a combinação dos atributos geomorfológicos modificados pela variação da influência direta<br />

e indireta dos aspectos climatológicos e da ação antropogênica na bacia. Ressaltam que a associação<br />

entre os processos que ocorrem dentro do compartimento terrestre da bacia hidrográfica interfere no<br />

compartimento aquático, provocando alterações nos aspectos quantitativos e qualitativos dos corpos<br />

d’água. Vários exemplos podem ilustrar os impactos decorrentes do processo de urbanização nos<br />

médios e grandes centros urbanos, que resultaram na degradação e comprometimento da qualidade<br />

das águas dos corpos receptores (TUCCI, et al.,2000, DIAS, 2001, RODRIGUES,2001).<br />

Dentro desse mesmo cenário, uma das importantes contribuintes para a região do Pantanal, a bacia<br />

do rio Cuiabá, localizada na porção central da bacia do Alto Paraguai, denominada Baixada<br />

Cuiabana, sofreu, nas décadas de 70 e 80, um crescimento bastante acelerado. Apesar de apresentar<br />

um declínio a partir da década de 90 até os dias atuais, seus municípios não se estruturaram para<br />

acompanhar esse intenso processo de urbanização, que se caracterizou por uma ocupação<br />

desordenada e heterogênea, principalmente nas áreas periféricas das cidades de Cuiabá e Várzea<br />

Grande.<br />

A ocupação eminentemente urbana desses municípios resultou em um incremento da demanda nos<br />

diversos usos das águas do rio Cuiabá e conseqüente aumento das cargas orgânicas, de nutrientes e<br />

de coliformes gerados pelos esgotos domésticos, bem como das contribuições de fontes difusas<br />

ligadas às atividades agrícolas e de criações de animais nas pequenas propriedades rurais.<br />

Dessa maneira, a situação da qualidade e quantidade de suas águas tornou-se uma preocupação<br />

constante na vida desse povo e de toda a população mato-grossense. Vários trabalhos e estudos têm<br />

sido realizados por universidades, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e entidades nãogovernamentais,<br />

com o objetivo de avaliar a magnitude dos impactos nos aspectos qualiquantitativos<br />

de suas águas e da comunidade aquática do rio Cuiabá. Assim, embora exista uma<br />

grande disponibilidade de dados, essas informações encontram-se compiladas de forma<br />

desorganizada e dispersas nas diversas instituições e órgãos.Buscando resgatar esses dados e<br />

organizá-los de forma sistematizada, está sendo desenvolvido, por pesquisadores e professores do<br />

Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, um projeto denominado Sistema Integrado de<br />

Monitoramento Ambiental de Gerenciamento da Bacia do Rio Cuiabá - SIBAC.<br />

A proposta básica deste estudo centra-se no objetivo geral de ampliar e aprofundar o conhecimento<br />

da dinâmica evolutiva da poluição nas águas do rio Cuiabá, em conseqüência da forma do seu uso.,<br />

dando subsídio: ao licenciamento de atividades poluidoras; à outorga pelo uso da água; ao<br />

3


monitoramento e controle da bacia, com base, principalmente, nos princípios de conservação da<br />

biodiversidade e da sustentabilidade.<br />

CARACTERISTÍCAS <strong>DA</strong> ÁREA DE ESTU<strong>DO</strong><br />

A população da bacia do rio Cuiabá é de 723.599 habitantes, distribuídos em uma área de 28.732,73<br />

km 2 , dos quais 722.348 estão na área urbana e 51.246 na área rural (IBGE, 2000). Sua ocupação é<br />

eminentemente urbana, Sua ocupação é eminentemente urbana, com apenas 7% residindo na zona<br />

Figura 1- Caracterização dos Trechos da Bacia do Rio Cuiabá<br />

rural, sendo que a maior concentração ocorre no trecho médio da bacia onde se localizam as cidades<br />

de Cuiabá e Várzea Grande, pólo mais densamente ocupado e industrializado (PCBAP, 1997).<br />

Esses municípios, de acordo com o IBGE (2000), representam 35% de todo o estado de Mato<br />

Grosso e constituem também as áreas de maior adensamento populacional, com 121,65 hab./km e<br />

211,28 hab./km, respectivamente.<br />

TUCCI (2000) comenta que, devido a essa grande concentração urbana, vários conflitos e<br />

problemas têm sido gerados nesse ambiente, tais como: degradação e assoreamento dos mananciais;<br />

aumento de riscos das áreas de abastecimento com a poluição orgânica e química; contaminação<br />

dos rios por esgotos doméstico, industrial e pluvial; gerenciamento inadequado da drenagem urbana<br />

e falta da coleta e disposição do lixo urbano. O autor acima enfatiza que a tendência urbana atual é<br />

de redução do crescimento das metrópoles e aumento das cidades médias. Nesse sentido, os<br />

impactos tenderiam a se disseminar para esse tipo de cidade que ainda não atingiu o estágio de<br />

degradação das metrópoles, havendo ainda espaço para prevenção. Apesar do quadro atual dos<br />

4


impactos já gerados nesses municípios, medidas de prevenção e mitigadoras podem ser adotadas de<br />

forma a garantir a sustentabilidade ambiental dessas cidades.<br />

Usos Múltiplos da Água na Bacia<br />

O rio Cuiabá e seus principais tributários respondem por 69,3% do total de água destinada ao<br />

abastecimento público na bacia, o que representa uma adução de 1.406,8 l/s, sendo 30,7% retirados<br />

de poços, além do abastecimento rural que é feito de forma difusa ao longo de todo o rio, atendendo<br />

a fazendas, sítios, entre outros (TEIXEIRA, 1997). Nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, o rio<br />

Cuiabá supre um percentual ainda maior, 95% e 82%, respectivamente, do abastecimento desses<br />

municípios (ENGEPOLI, 1999) o que reforça, ainda mais, a importância e a necessidade de se<br />

garantir o uso sustentável desse recurso.<br />

A Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso - SANEMAT foi, durante três décadas, a<br />

concessionária responsável pelo gerenciamento dos sistemas de abastecimento e esgotamento do<br />

Estado. Porém, com o processo de modernização dos serviços de saneamento, esses sistemas<br />

passaram para a gestão municipal, ficando ainda vinte remanescentes sob a responsabilidade dessa<br />

Empresa. Embora o Decreto-lei n. º 7.358, de 13/12/2000, que autoriza a sua extinção, já esteja em<br />

vigor, esses sistemas não foram repassados ao município, devido às dificuldades operacionais e<br />

tarifárias apresentadas pelos mesmos.<br />

TEIXEIRA & LIMA (2001) apontam que o processo de municipalização desencadeado em Mato<br />

Grosso causa preocupação quanto aos novos rumos de gestão desses sistemas. O Estado, ao repassar<br />

o papel de operador e não assumir concretamente o de regulador, deixa uma lacuna, já que os<br />

operadores (municípios / iniciativa privada) não contam com diretrizes, indicadores e padrões a<br />

serem cumpridos pelos seus sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário. Esse vazio pode<br />

apresentar, já em curto espaço de tempo, implicações que refletirão na qualidade da água tratada e<br />

no aumento de esgoto não tratado, interferindo diretamente na saúde pública, através da<br />

disseminação de doenças de veiculação hídrica e no comprometimento da qualidade das águas dos<br />

mananciais superficiais.<br />

A bacia do rio Cuiabá, de acordo com PCBAP (1997), apresenta 88% de sua área total composta<br />

com vegetação natural e 12% constitui as áreas antropizadas. Desse último percentual, 87%, são<br />

ocupadas com pastagem plantada com sub-dominância de policultura, onde predomina o<br />

desenvolvimento da pecuária extensiva. Apenas 9% de sua área é destinada à plantação de soja e<br />

milho que se desenvolvem, predominantemente, nas áreas de nascentes dos rios Casca, Roncador e<br />

Manso. Estima-se que cerca de 504 ha são irrigados, o que representa uma estimativa de consumo<br />

de 6.840 litros/h/ha, (PCBAP, 1997)..Na Baixada Cuiabana, notadamente nas sub-bacias localizadas<br />

dentro do perímetro urbano das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, desenvolve-se, basicamente, a<br />

5


criação de animais em pequenas chácaras e a agricultura de subsistência para plantio de mandioca,<br />

milho e hortaliça.<br />

Diluição de Despejo<br />

O rio Cuiabá tem sido largamente utilizado para a diluição dos efluentes domésticos gerados nas<br />

sub-bacias urbanas, principalmente nas que apresentam maiores concentrações populacionais. Nelas<br />

são diretamente lançados esgotos domésticos, resíduos sólidos in natura, além da parcela<br />

proveniente dos efluentes industriais. O Quadro 2 apresenta a evolução, no período de 1990 a 2000,<br />

dos incrementos realizados nos sistemas de abastecimento de água e esgoto da cidade de Cuiabá,<br />

onde a cobertura de rede de esgoto dessa cidade e de Várzea Grande atinge 52% e 16 % da<br />

população, respectivamente. Apesar de Cuiabá apresentar um total de 57.721 economias de esgoto<br />

cadastradas pela Agência Municipal, apenas 46.259 delas estão sendo faturadas, o que representa<br />

uma cobertura de 38% em relação à coleta do esgoto. A parcela desse esgoto coletado, que recebe<br />

tratamento, corresponde a 29%, é tratado na ETE D.Aquino e atende a um total de 16.929<br />

economias referente às sub-bacias 18 e 19, o que garante uma vazão média de 115 l/s. Os demais<br />

sistemas isolados espalhados pela cidade (Morada do Ouro, CPA e Tijucal) contribuem ainda com<br />

9%, totalizando 38% de esgoto tratado no município de Cuiabá. A característica do esgoto bruto<br />

que chega até a ETE tem apresentado uma concentração de DBO bastante elevada, variando de 600<br />

a 400mg/l, muito embora a fração da DBO solúvel verificada tenha sido de 200 mg/l e uma DBO<br />

final, após tratamento, de 40 a 60 mg/l, apresentando, assim, uma eficiência de 98% na remoção de<br />

matéria orgânica (<strong>DO</strong>MINGUES, 2000).<br />

Quadro 1 -Evolução do Número e Economias de Água e Esgoto na Cidade de Cuiabá – Mato<br />

Grosso - 1990-2000.<br />

Ano<br />

Populaç<br />

ão<br />

(Hab)<br />

(1)<br />

N o Economia<br />

s Faturadas<br />

de Água (2)<br />

População<br />

Atendida<br />

Água<br />

População<br />

Atendida<br />

com Esgoto<br />

N o<br />

Economias<br />

Faturadas de<br />

Esgoto (2)<br />

População<br />

Atendida Com<br />

Esgoto<br />

1990 389.071 89.314 359.935 119.393 29.626 119.393<br />

1991 402.812 93.936 378.562 126.739 31.449 126.739<br />

1992 419.783 102.567 413.345 125.970 31.258 125.970<br />

1993 435.514 105.888 426.729 133.002 33.003 133.002<br />

1994 450.563 108.331 436.574 135.497 33.622 135.497<br />

1995 465.107 115.719 451.154 178.537 44.302 178.537<br />

1996 433.355 117.930 420.354 183.147 45.854 183.147<br />

1997 440.969 127.389 427.740 183.228 45.446 183.228<br />

1998 453.448 131.099 439.845 182.962 45.400 182.962<br />

1999 466.281 135.190 452.293 186.963 46.393 186.963<br />

2000 482.498 136.513 468.023 186.423 46.259 186.423<br />

Fonte : (1) IBGE n o de pessoas por domicilio=4,03 (1998), (2) SANEMAT/Agência de Saneamento da cidade de<br />

Cuiabá<br />

6


Nos vinte cinco sistemas isolados existentes, a parcela tratada é relativamente pequena, pois apenas<br />

quatro encontram-se em funcionamento, ainda que precariamente, sendo que os demais apresentam<br />

problemas físicos e operacionais. A cobertura no município de Várzea Grande é de 16% em relação<br />

à população abastecida, servida apenas com o sistema de coleta, cobrindo um total de 6537<br />

economias de esgoto cadastradas pelo Departamento de Águas e Esgoto - <strong>DA</strong>E-VG. Esse<br />

percentual é proveniente dos sistemas de tratamento isolados, construídos nos Núcleos<br />

Habitacionais que se encontram, na sua maioria, desativados ou em situação de operação bastante<br />

precária e de 2.300 ligações implantadas dentro do programa PROSEGE, e de 3237 ligações<br />

referentes aos sistemas isolados existentes que também encontram-se em funcionamento precário<br />

(ENGEPOLI, 1999).<br />

MATERIAIS E MÉTO<strong>DO</strong>S<br />

Este estudo utilizou uma base de dados múltiplos para avaliar os impactos do processo de<br />

urbanização na evolução da qualidade da água da bacia do rio Cuiabá, no trecho correspondente ao<br />

perímetro urbano das cidades de Cuiabá e Várzea Grande. Foram considerados os aportes da carga<br />

poluidora provenientes das fontes pontuais dos esgotos domésticos e industriais lançados nos<br />

principais tributários desse rio. Para lidar com as complexas interações de bases múltiplas de dados<br />

hidrológicos, de qualidade da água, utilizaram-se ferramentas analíticas como estatísticas séries<br />

temporais e testes de hipóteses<br />

Banco de Dados<br />

Este projeto envolveu o levantamento de dados primários e secundários (existentes) do rio Cuiabá e<br />

seus principais afluentes. As campanhas de campo foram realizadas a cada 16 dias, com início em<br />

novembro de 1998.Os dados secundários obtidos junto a várias fontes: Departamento de Engenharia<br />

Sanitária e Ambiental - UFMT, FEMA, CPRM, Furnas, Defesa Civil, ANEEL, Ministério de<br />

Agricultura, SANEMAT e Agência Municipal de Saneamento de Cuiabá.Esses dados coletados<br />

foram desde o ano de 1987 até 2000.<br />

Todas as informações foram armazenadas no banco de dados do SIBAC, que é constituído por um<br />

Sistema de Gerenciador de Banco de Dados (SGBD), desenvolvido em Microsoft Access, e um<br />

Sistema de Informação Geográfica (SIG), implementado em Arc View. O SGBD objetiva organizar<br />

e sistematizar as informações hidrológicas, climatológicas e de qualidade da água da bacia, de<br />

forma a permitir consultas simplificadas a qualquer usuário, conforme observado na Figura 2, onde<br />

7


pesquisas podem ser realizadas atendendo aos critérios definidos pelo usuário, de período, seleção<br />

dos pontos, parâmetros e fontes desejadas. Embora a bacia apresente um grande número de pontos<br />

de monitoramento, as freqüências e tipos de variáveis analisadas alteram de acordo com as fontes e<br />

natureza dos estudos realizados. Dessa forma, para atender aos objetivos propostos neste estudo, os<br />

pontos Rc5 e Rc12 foram escolhidos para análise devido a sua localização estratégica, à montante e<br />

à jusante do perímetro urbano, e por possuírem uma série histórica com maior número de<br />

observações, permitindo, assim, atender às exigências das análises estatísticas a serem realizadas.<br />

Fonte: SIBAC, 2000.<br />

Figura 2 – Formulário do Banco de Dados do SIBAC para Visualização da Consulta do Banco<br />

de Dados.<br />

Variáveis Analisadas<br />

O Quadro 2 contém os tipos de variáveis levantadas, métodos adotados, limite de detecção e<br />

equipamentos utilizados para realizar as análises, que foram baseadas em Métodos para as Análises<br />

de Águas Potáveis e Residuárias - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater<br />

APHA-AWWA-WPCF (1995) 19 edição.<br />

8


Quadro 2 - Síntese dos Métodos e Equipamentos Empregados para Análises Físico - Químicas<br />

e Microbiológicas e Limites de Detecção. Variáveis Analisadas nas Seções Amostradas da<br />

Bacia do Rio Cuiabá – Mato Grosso - 1998 – 2000.<br />

Variável Método<br />

Limite de<br />

Detecção Equipamentos<br />

PH Eletrométrico 0,1 pHmetro, Digimed-Dm20<br />

Temperatura Ar,<br />

Agua (ºC)<br />

Termômetro<br />

contato<br />

de<br />

0,5<br />

Termômetro c/ coluna Hg, certificado,<br />

escala de 0 a 100ºC c/ variação 0,1ºC<br />

Cor (uH)<br />

Comp. visual solução<br />

padrão de cobaltoplatina<br />

2,5<br />

Colorímetro/Polilab/Aqua<br />

An1000<br />

Nessler<br />

Turbidez (uT) Nefelométrico 0,1 Turbidímetro/Polilab/AP-1000<br />

Alcalinidade<br />

(mg/l CaCo3)<br />

Potenciométrico com<br />

titulação c/ H2S04<br />

0,02N<br />

0,1<br />

1. Phmetro/Digime/Dm20.<br />

2. Bureta automática/<br />

Herisau/ E-1.85-10ml<br />

Metrohm<br />

Condutividade<br />

(us/cm)<br />

Laboratório –<br />

empregando eletrodo<br />

de platina<br />

0,01 Condutivímetro/Micronal/ B-330<br />

OD (mg/l)<br />

Método de Winkler<br />

Modificado<br />

0,1 Titulador<br />

1. Cápsula de Porcelana<br />

2. Balança eletrônica de precisão de<br />

Sólidos Totais<br />

0,1 µg /Scientech/AS-210<br />

Sólidos Fixos<br />

Sólidos Voláteis<br />

Gravimétrico 1,0<br />

3. Estufa/ FANEM/ 320SE/ temp.<br />

105ºC.<br />

(mg/l)<br />

Método das Diluições<br />

4.Mufla/Engro/M-355,Temp 550-600<br />

ºC.<br />

5.Dissecador/Pyrex/200mm<br />

DBO<br />

Incubado a 20ºC, 5<br />

dias<br />

0,1 Titulador<br />

DQO (mg/l)<br />

Refluxo c/ K2Cr2O7<br />

0,025N e Titulação c/<br />

Fe(NH4)2(SO4) 2 .<br />

6H20<br />

0,010<br />

1.Aquecedor p/ refluxo conjunto<br />

SEBELIN c/ 06 provas / Ética<br />

2. Agitador magnético/FANEM/ 257<br />

3. Pipetador Automático /Metrohm<br />

Herisau/ E485<br />

Nitrogênio<br />

Kjeldhal (mgN/l)<br />

Perssulfato e leitura<br />

colorimétrica<br />

0,01<br />

Espectrofotômetro/Micronal- B-375<br />

Comprimento de onda<br />

Fósforo<br />

(mgP/l)<br />

Total Ácido ascórbico<br />

leitura colorimétrica<br />

e<br />

0,010<br />

Espectrofotômetro/Micronal- B-375/<br />

Comprimento de onda 660 nm.<br />

Coliformes<br />

Totais e Fecais<br />

(NMP/100ml)<br />

Fermentação em tubos<br />

múltiplos<br />

2,0<br />

1. Estufa de cultura/ FANEM/ 002 CB<br />

2. Banho-maria/ FANEM<br />

Fonte: adaptado de FARIAS, (2001)<br />

Tratamento dos Dados<br />

Os dados levantados foram analisados a partir do pacote estatístico SPSS, versão 9.0, em etapas<br />

distintas. Na primeira etapa, procedeu-se à análise comparativa para verificar se ocorriam diferenças<br />

significativas das variáveis entre as diversas fontes disponíveis no banco de dados. Além disso,<br />

9


ealizaram-se as análises descritivas das tendências e oscilações de cada variável por período<br />

sazonal, sendo, ainda, estudadas as hipóteses de verificação do atendimento aos limites<br />

estabelecidos pela Resolução CO<strong>NA</strong>MA 20. Na segunda etapa, realizou-se a análise do<br />

comportamento da série cronológica e das tendências apresentadas por cada variável nos pontos em<br />

questão. Foram também obtidos modelos para prognosticar os novos valores das variáveis, nos<br />

pontos Rc5 e Rc12, para os anos de 2001 e 2002.<br />

DISCUSSÃO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

A análise do curso evolutivo da poluição no perímetro urbano da bacia do rio Cuiabá, enfatizada<br />

neste estudo, enfocou as implicações do processo de urbanização das cidades de Cuiabá e Várzea<br />

Grande, na qualidade das águas desse rio.<br />

Evolução Espacial e Temporal da Qualidade da Água da Bacia<br />

Os resultados obtidos foram avaliados com uma abordagem sobre os impactos causados pelo<br />

processo de urbanização, no que se refere aos aspectos ecológicos e de saúde pública do rio Cuiabá,<br />

determinando a intensidade das concentrações e a tendência observada nos componentes orgânicos,<br />

inorgânicos, nutrientes e cargas de coliformes, que retratam os reflexos dessa poluição na bacia ao<br />

longo dos anos.<br />

Aspectos Ecológicos<br />

Os teores de oxigênio dissolvido obtidos entre os anos de 1987 e 2000, Figuras 2 a-d, apresentaram<br />

concentrações variando em torno de 7,0 mg/l no ponto Rc5, localizado à montante do perímetro<br />

urbano, e de 6,5 mg/l, no ponto Rc12, à jusante. Ocorreram ainda variações significativas no eixo<br />

montante-jusante e entre os períodos sazonais, com maiores valores durante a seca e menores na<br />

cheia. Essas diferenças podem ser explicadas pela ação dos afloramentos rochosos, ao longo do rio,<br />

que provocam turbulência no período de estiagem, propiciando, então, uma elevação da taxa de<br />

oxigenação na massa. No período chuvoso, a lâmina d’água no leito do rio cobre esses<br />

afloramentos, reduzindo, assim, esse efeito da turbulência. De fato, notam-se menores<br />

concentrações de OD nos períodos de chuva. Esse impacto já fora observado por FIGUEIRE<strong>DO</strong><br />

(1996) e PCBAP (1997) que apontaram a aeração atmosférica, ocasionada pelo fluxo turbulento,<br />

como a principal fonte de entrada de oxigênio dissolvido no rio Cuiabá.<br />

10


OD (mg/l) - Rc5<br />

OD - Rc12<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

0<br />

0<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

10<br />

10<br />

20<br />

20<br />

30<br />

30<br />

(a) (b)<br />

2002-seca<br />

2001-seca<br />

2000-seca<br />

1999-sseca<br />

1998-seca<br />

1997-seca<br />

1996-seca<br />

1995-seca<br />

1994-seca<br />

1993-seca<br />

1992-seca<br />

1991-seca<br />

1990-seca<br />

1989-seca<br />

1988-seca<br />

1987-seca<br />

Figura 3 a-d - Análise das Tendências e Modelo Gerado do OD por Período nos Pontos Rc5 e<br />

Rc12, Cuiabá e Várzea Grande– Mato Grosso - 1987-2000.<br />

A análise da evolução temporal dessa variável mostra que no ponto Rc12, localizado à jusante do<br />

perímetro urbano, tem ocorrido uma taxa declinante de OD, ao longo dos anos, sem atingir,<br />

contudo, a concentração limite de 5,0 mg/l, estabelecida pela Resolução CO<strong>NA</strong>MA 20 para um rio<br />

de classe 2. Teixeira (1994) define o ponto Rc12 como o local onde ocorre a máxima depleção de<br />

oxigênio. Apesar do déficit aí apresentado, o autor comenta que o rio Cuiabá revelou uma boa<br />

capacidade de oxigenação, elevando o conteúdo dessa variável ao longo de sua trajetória.<br />

As concentrações da DBO para os dois pontos, entre os anos de 1987 e 2000, apresentadas na<br />

Figura 3a-d, evidenciaram valores da mediana de 1,0 mg/l. Na época da seca, verificaram-se<br />

concentrações inferiores a 1 mg/l e, na chuva, ocorreu um incremento, nos respectivos pontos,<br />

atingindo concentrações de 7,0 a 8,0 mg/l. Essas diferenças dos teores, nos períodos sazonais,<br />

resultam da alta disponibilidade de oxigênio engendrado ao meio pelas corredeiras, no período de<br />

seca, conforme já enfatizado anteriormente. No período de chuva, entretanto, registraram-se picos<br />

de variação devido ao carreamento de matéria orgânica junto com as águas da chuva para o leito do<br />

rio. Observou-se também, nesse período, um aumento mais significativo do material em suspensão<br />

no ponto Rc12, localizado à jusante de todo o lançamento. SANTOS (1990) salienta que, devido às<br />

altas temperaturas nesse período do ano, ainda pode ocorrer a diminuição da solubilidade do<br />

oxigênio e o aumento da intensidade dos processos biológicos.<br />

OD (mg/l) - Rc5<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

SÉRIE<br />

(c) (d)<br />

OD - Rc12<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

2002-seca<br />

2001-seca<br />

2000-seca<br />

1999-seca<br />

1998-seca<br />

1997-seca<br />

1996-seca<br />

1995-seca<br />

1994-seca<br />

1993-seca<br />

1992-seca<br />

1991-seca<br />

1990-seca<br />

1989-seca<br />

1988-seca<br />

1987-seca<br />

SÉRIE<br />

11


DBO (mg/l) - Rc12<br />

DBO (mg/l) - Rc5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

,5<br />

0<br />

4,0<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

,5<br />

0<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

10<br />

10<br />

20<br />

20<br />

30<br />

30<br />

(a) (b)<br />

2002-seca<br />

2001-seca<br />

2000-seca<br />

1999-sseca<br />

1998-seca<br />

1997-seca<br />

1996-seca<br />

1995-seca<br />

1994-seca<br />

1993-seca<br />

1992-seca<br />

1991-seca<br />

1990-seca<br />

1989-seca<br />

1988-seca<br />

1987-seca<br />

Figura 4 a-d - Análise das Tendências e Modelo Gerado da DBO por Período nos Pontos Rc5<br />

e Rc12, Cuiabá e Várzea Grande – Mato Grosso - 1987-2000<br />

Projetos e estudos têm sido desenvolvidos em várias regiões do país com o objetivo de se medir a<br />

capacidade de resposta dos corpos d’água quando submetidos a grande contribuição de cargas<br />

orgânicas. SALATI et al. (1999) enfatizam a importância da capacidade de autodepuração do rio<br />

Corumbataí, localizado na cidade de São Paulo, que por ser um rio típico de uma região de Planalto,<br />

consegue assimilar parte de suas cargas orgânicas, evitando sérios comprometimentos da qualidade<br />

da água para a região à jusante. No Projeto BRA/96/017(1998), desenvolvido na bacia do Paraíba<br />

do Sul, observou-se que em um trecho do rio, onde são lançados efluentes domésticos de várias<br />

cidades ribeirinhas, sem nenhum tipo de tratamento, os níveis de DBO variaram entre 3,0 e 4,0 mg/l<br />

e teores de oxigênio se mantiveram acima de 6,0 mg/l, apesar da contribuição dos efluentes<br />

domésticos.oscilações.<br />

Os teores de cor não mostraram oscilações ao longo do trecho, sendo, contudo, marcantes as<br />

variações entre os períodos .Na seca verificou-se menor coloração da água, com valores medianos<br />

de 15 uH e na época da chuva observou-se uma elevação acentuada, atingindo valores de 70 uH.<br />

MOTA (1995) pondera que a cor pode estar associada tanto ao material dissolvido, proveniente dos<br />

DBO (mg/l) - Rc5<br />

4,0<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

,5<br />

0,0<br />

SÉRIE<br />

(c) (d)<br />

DBO (mg/l) - Rc12<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

,5<br />

0,0<br />

1987-seca<br />

SÉRIE<br />

2002-seca<br />

2001-seca<br />

2000-seca<br />

1999-seca<br />

1998-seca<br />

1997-seca<br />

1996-seca<br />

1995-seca<br />

1994-seca<br />

1993-seca<br />

1992-seca<br />

1991-seca<br />

1990-seca<br />

1989-seca<br />

1988-seca<br />

12


processos de decomposição, como ao material em suspensão, que é trazido pela lavagem do solo, na<br />

época de chuvas.<br />

Os valores medianos encontrados para a turbidez em ambos os pontos foram próximos a 10 uT, na<br />

seca, e a 47 uT, na cheia,, enfatizando-se, assim as diferenças entre os períodos. Em geral, os teores<br />

de turbidez estão relacionados ao material em suspensão presente nos corpos d’água. Observou-se<br />

que as concentrações dos sólidos suspensos variaram nos pontos e entre os períodos. Valores<br />

medianos de 13 mg/l foram registrados, no período de seca, e de 75,00 mg/l na cheia. Verificou-se,<br />

ainda, que o aumento dessa variável ocorreu no sentido montante-jusante, em função do incremento<br />

das cargas de sólidos trazidas pelos principais tributários.<br />

A alcalinidade evidenciou diferenças entre os períodos sazonais, com menores concentrações no<br />

período de cheia, até 35 mg/l, e maiores na seca. Essa variação ocorre em função do processo de<br />

diluição provocado pelas águas da chuva. Na análise da série temporal, Figura 13 a-d, a curva no<br />

ponto Rc5 mostrou-se decrescente, atingindo valores próximos a 30 mg/l e, no ponto Rc12,<br />

observou-se uma curva crescente dos valores até o final de 1999, que corresponde ao início do<br />

período de chuva do 2000 quando, então, diminui abruptamente. NETTO (1993) salienta que as<br />

maiores concentrações de alcalinidade encontradas nas cabeceiras do rio Cuiabá devem-se às<br />

diferenças geológicas da área de captação do rio Cuiabazinho que drena rochas carbonácias das<br />

formações Diamantino e Araras. Após a confluência com o rio Manso, “pobre em eletrólitos”, o rio<br />

Cuiabá diminui a alcalinidade, permanecendo praticamente constante até a região do Pantanal.<br />

A condutividade apresentou variações significativas entre os períodos, com maiores valores na seca,<br />

e incrementos foram observados na concentração desta variável, no ponto Rc12, atingindo até 220<br />

µS/cm, Figura 14 a-d. O mesmo ocorreu no ponto Rc5, nesse período, reduzindo o efeito das cargas<br />

orgânicas e evidenciando a contribuição da geologia da bacia. NETTO (1993) FIGUEIRE<strong>DO</strong><br />

(1996) e SALATI et al. (1999) citam exemplos de degradação da qualidade da água dos rios Tietê e<br />

Jundiaí, que se localizam em áreas de urbanização intensa. Um estudo sobre esses rios, realizado em<br />

1999, mostrou uma variação no sentido montante-jusante entre 31 e 602 µS/cm e 81 e 503µS/cm,<br />

respectivamente.<br />

Os valores dos nutrientes medidos através do NTK e fósforo e Figura 6a-d, verificados no rio<br />

Cuiabá, evidenciaram um acréscimo significativo, no ponto Rc12, localizado à jusante do perímetro<br />

urbano, com maiores concentrações, no período de chuvas, nas formas de nitrito, nitrato, nitrogênio<br />

amoniacal e fósforo. MAIER (1978) observa que os compostos nitrogenados podem ter origens na<br />

erosão do solo, na drenagem de águas de irrigação e de terrenos pantanosos, na descarga de<br />

efluentes industriais e esgotos domésticos e na decomposição da vegetação marginal. Pode-se<br />

considerar que para o ponto Rc5, os teores de NTK presentes estejam associados ao processo<br />

erosivo das margens, resultado de atividades agrícolas praticadas ao longo do rio Cuiabá, nos<br />

13


trechos correspondentes ao Alto Cuiabá. Porém, observa-se, ainda, que as contribuições oriundas<br />

dos esgotos domésticos e industriais, lançados pelos principais tributários no perímetro urbano,<br />

concorrem para a elevação dessas concentrações no ponto Rc12.<br />

A evolução temporal dessa variável, apresentou uma curva crescente ao longo dos anos e os teores<br />

de fósforo total encontrados nos dois pontos variaram entre 0,05 e 0,129 mg/l, superiores ao limite<br />

da Resolução CO<strong>NA</strong>MA 20.<br />

FÓSFORO TOTAL (mg/l) - Rc5<br />

FÓSFORO TOTAL (mg/l) - Rc12<br />

,4<br />

,3<br />

,2<br />

,1<br />

0,0<br />

-,1<br />

,5<br />

,4<br />

,3<br />

,2<br />

,1<br />

0,0<br />

-,1<br />

0<br />

0<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

10<br />

10<br />

20<br />

20<br />

30<br />

30<br />

(a) ,4<br />

(b)<br />

FÓSFORO TOTAL (mg/l) - Rc5<br />

Figura 6 a-d – Análise das Tendências e Modelo Gerado do Fósforo Total por Período nos<br />

Pontos Rc5 e Rc12, Cuiabá e Várzea Grande – Mato Grosso – 1987-2000<br />

No rio Paraíba, observou-se umcomprometimento dos níveis de fosfato, com praticamente todos os<br />

resultados de fósforo total acima do recomendado de 0,020 mg/l e os valores médios de 0,07<br />

atingindo até 0,22 mg/l.<br />

na água constituem fator limitante para o desenvolvimento de algas e bactérias, sendo os principais<br />

responsáveis pela eutrofização da água. Fosfatos e polifosfatos reduzem também a tensão<br />

superficial da água, como fazem todos os detergentes, facilitando a formação de espumas na<br />

superfície da água, fenômeno que tem ocorrido ao longo do rio Cuiabá de forma bastante freqüente.<br />

Saúde Pública<br />

Os valores medianos de coliformes totais, Figura 17 a-d, evidenciaram, entre os anos de 1987 e<br />

2000, concentrações distintas por período sazonal, no ponto Rc5, variando entre 500 e 3000<br />

,3<br />

,2<br />

,1<br />

0,0<br />

-,1<br />

1<br />

3<br />

SÉRIE<br />

5<br />

7<br />

9<br />

11<br />

13<br />

15<br />

17<br />

(c) (d)<br />

FÓSFORO TOTAL (mg/l) - Rc12<br />

,5<br />

,4<br />

,3<br />

,2<br />

,1<br />

0,0<br />

SÉRIE<br />

19<br />

21<br />

2002-seca<br />

2001-seca<br />

2000-seca<br />

1999-seca<br />

1998-seca<br />

1997-seca<br />

1996-seca<br />

1995-seca<br />

1994-seca<br />

1993-seca<br />

1992-seca<br />

1991-seca<br />

1990-seca<br />

1989-seca<br />

1988-seca<br />

1987-seca<br />

23<br />

25<br />

27<br />

29<br />

31<br />

14


NMP/100ml e no ponto Rc12 ficaram acima de 20.000 NMP/100ml, não havendo distinção<br />

significativa entre os períodos. Para os coliformes fecais, na seca, as concentrações ao longo do eixo<br />

montante-jusante oscilaram na seca, entre 230 e 11.000 NMP/100ml e na cheia entre 700 e 8000<br />

NMP/100ml.<br />

Dessa forma, nota-se que altas concentrações dos coliformes fecais, Figura 16 a-d, foram<br />

observadas em todo o trecho do perímetro urbano, mais acentuadamente no ponto Rc12, durante a<br />

seca. Esses teores denotam uma baixa capacidade do rio Cuiabá em diluir as cargas de coliformes<br />

oriundas dos esgotos domésticos.<br />

COLIFORMES TOTAIS (NMP/100ml) - Rc5<br />

COLIFORMES TOTAIS (NMP/100ml) - Rc12<br />

40000<br />

30000<br />

20000<br />

10000<br />

0<br />

-10000<br />

50000<br />

40000<br />

30000<br />

20000<br />

10000<br />

0<br />

0<br />

0<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

SÉRIE (1987-2000)<br />

10<br />

10<br />

20<br />

20<br />

30<br />

30<br />

(a) (b)<br />

2002-seca<br />

2001-seca<br />

2000-seca<br />

1999-sseca<br />

1998-seca<br />

1997-seca<br />

1996-seca<br />

1995-seca<br />

1994-seca<br />

1993-seca<br />

1992-seca<br />

1991-seca<br />

1990-seca<br />

1989-seca<br />

1988-seca<br />

1987-seca<br />

Figura 5 a-d - Análise das Tendências e Modelo Gerado dos Coliformes Totais por Período<br />

nos Pontos Rc5 e Rc12, Cuiabá e Várzea Grande– Mato Grosso - 1987-2000<br />

Isso também foi observado no rio Paraíba do Sul, onde as concentrações variaram entre 3000 e<br />

4000 NMP/100ml, ou seja, superiores às faixas estabelecidas para um rio de classe 3, o que indica<br />

sua incapacidade de absorver a carga lançada. HELLER & CHERNICARO (1992) discutem a<br />

dificuldade do cumprimento da legislação para coliformes, mesmo em rios de médio porte que<br />

apresentem uma boa capacidade de diluição.<br />

COLIFORMES TOTAIS (NMP/100ml) - Rc5<br />

40000<br />

30000<br />

20000<br />

10000<br />

5000<br />

4000<br />

3000<br />

2000<br />

1000<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

SÉRIE<br />

(c) (d)<br />

COLIFORMES TOTAIS (NMP/100ml) - Rc12<br />

50000<br />

40000<br />

30000<br />

20000<br />

10000<br />

SÉRIE<br />

2002-seca<br />

2001-seca<br />

2000-seca<br />

1999-seca<br />

1998-seca<br />

1997-seca<br />

1996-seca<br />

1995-seca<br />

1994-seca<br />

1993-seca<br />

1992-seca<br />

1991-seca<br />

1990-seca<br />

1989-seca<br />

1988-seca<br />

1987-seca<br />

15


Determinação das Forças Dominantes na Alteração da Qualidade da Água da Bacia<br />

Estudos têm mostrado que a variabilidade da qualidade das águas é muito complexa e apresenta<br />

flutuações que podem estar associadas a fatores e processos hidrológicos, geomorfológicos e à acão<br />

antropogênica na bacia. Medir e isolar a contribuição específica de cada fator torna-se<br />

extremamente difícil, porém pode-se observar a predominância de alguns em relação a outros.<br />

Efeitos dos Fatores Climatológicos e Geológicos<br />

A partir dos testes de Mann-Whitney para amostras independentes e acopladas aos gráficos Box-<br />

Plot, pôde-se verificar a interferência da sazonalidade, Figura 17, onde para algumas variáveis como<br />

cor, DQO e alcalinidade registraram-se diferenças significativas entre os períodos. Para a cor,<br />

turbidez e DQO os valores elevaram-se em virtude do carreamento e lavagem do solo pelas águas<br />

da chuva, já a alcalinidade sofreu o efeito da diluição, sendo registradas concentrações nesse<br />

período. FIGUEIRE<strong>DO</strong> (1996) reporta que a temperatura da água, pH, condutividade, alcalinidade<br />

e oxigênio dissolvido não mostraram alterações evidentes nos trechos do rio Cuiabá sob influência<br />

da área urbana, o que demonstra maior relação com os fatores climáticos, geológicos e<br />

geomorfológicos.<br />

Ferramentas de Analises<br />

O banco de dados utilizado foi considerado um componente de extrema importância, já que<br />

facilitou a organização, retirada e filtragem dos dados. Observou-se, contudo, que inúmeros erros<br />

ocorreram durante várias etapas do processo, decorrentes dos levantamentos feitos em campo, das<br />

realizações das análises, armazenamento e cálculos inerentes á determinação das concentrações das<br />

variáveis. Alguns desses erros foram minimizados com a inserção de uma tabela de cálculo<br />

acoplada ao próprio banco, evitando-se, assim, a utilização de planilhas complementares. As séries<br />

temporais definidas neste estudo permitiram compreender a variabilidade existentes no<br />

comportamento de quatorze variáveis físico-químicas e bacteriológicas, identificando as<br />

componentes aleatórias e determinísticas causadas pela sazonalidade e a tendência observada ao<br />

longo do tempo, decorrente das alterações graduais naturais ou impostas pelo processo de<br />

urbanização e outras formas de uso e ocupação da bacia. As curvas de tendências obtidas<br />

salientaram, também, as diferenças espaciais que ocorreram ao longo desse trecho. Variabilidade no<br />

comportamento das variáveis identificando fatores aleatórios e determinísticos (sazonalidade) ao<br />

longo do tempo. Algumas limitações foram verificadas decorrente do tamanho da série disponível<br />

tais como: restrições a previsões de curto prazo; sensibilidade a lacunas de dados, sobretudo na<br />

16


utilização de modelos de maior ordem; necessidade de se utilizar métodos mais avançados para<br />

remoção de variações cíclicas e séries temporais interrompidas.<br />

Os testes de Mann-Whitney foram também utilizados para verificar se ocorriam desigualdades<br />

significativas nos pontos, em função de sazonalidade e diferenças decorrentes da sua localização<br />

espacial. O teste da mediana, aplicado para verificar o comportamento dessas variáveis em relação<br />

aos limites estabelecidos pela Resolução CO<strong>NA</strong>MA 20, para um rio Classe II, identificaram que as<br />

concentrações de fósforo e coliformes fecais registraram valores significativamente mais elevados e<br />

definiram medidas a serem tomadas no sentido de minimizar esse impacto.<br />

Apesar das limitações verificadas, as ferramentas utilizadas se mostraram bastante eficientes para<br />

lidar com a base de dados e ainda a combinação de diferentes técnicas. Porém faz se necessário<br />

continuar implementando e melhorando o desenvolvimento técnico do sistema SIBAC de forma a:•<br />

manter a alimentação do Banco de Dados para permitir estudos mais avançados.<br />

CONCLUSÕES<br />

O processo de urbanização verificado na bacia do rio Cuiabá, ao longo dessas últimas décadas,<br />

resultou na contaminação dos córregos, com acentuado comprometimento da qualidade de suas<br />

águas, decorrente de fontes pontuais e difusas. Esses córregos, principais tributários do rio Cuiabá,<br />

tornaram-se canais preferenciais, condutores de cargas orgânicas de esgoto doméstico para o rio.<br />

Tal fato resulta das deficiências dos sistemas de coleta e tratamento do esgoto das cidades de<br />

Cuiabá e Várzea Grande que, apesar de apresentarem uma cobertura de esgoto coletado de 52% e<br />

16%, respectivamente, contam com apenas 29% de esgoto tratado, que se limita somente a remoção<br />

da matéria orgânica, devido às características operacionais dos sistemas de tratamento existentes.<br />

O aprofundamento do conhecimento da dinâmica da poluição na bacia se deu a partir da<br />

determinação, em escala temporal e espacial, das condições da qualidade da água em decorrência do<br />

processo de urbanização e pela identificação dos componentes que responderam mais diretamente a<br />

essas alterações. Dentro desse cenário, destaca-se a capacidade de reaeração do rio, devido as suas<br />

características físicas, porém observa-se que essa capacidade vem diminuindo ao longo do tempo e<br />

os prognósticos futuros levam a valores inferiores ao de um rio de classe II. As concentrações de<br />

cargas orgânicas, medidas através da DBO, caminham em sentido inverso, sofrendo incrementos<br />

decorrentes dos esgotos, se medidas de contenção dessas cargas não forem tomadas. Os coliformes<br />

fecais, que nas condições atuais já se mostram excessivos, tendem a crescer com o aumento<br />

populacional e para esse constituinte, níveis de tratamento mais rigorosos são necessários, como a<br />

implantação de unidades de lagoas de maturação, calhas ultravioletas e desinfeção. Os nutrientes,<br />

mais enfaticamente o fósforo, apresentaram teores elevados em todo trecho, oriundos não apenas da<br />

contribuição de origem doméstica, mas também das fontes difusas ao longo da bacia.<br />

17


Cabe ressaltar que, apesar do enfoque deste estudo ter sido direcionado para a contribuição das<br />

fontes pontuais de origem doméstica, os resultados encontrados apontam para as fortes<br />

contribuições advindas de fontes difusas que, em geral, passam a largo dos programas de<br />

monitoramento e da fiscalização do órgão ambiental, por serem contribuições consideradas<br />

insignificantes. Nesse sentido, destaca-se a importância dos resultados qualitativos obtidos ao longo<br />

deste trabalho, uma vez que as respostas quantitativas, representadas pelas equações de regressão e<br />

de modelos matemáticos, requerem ainda um incremento no número de observações para<br />

definirem menores intervalos de predição e melhores coeficientes de determinação. Isso permitiria a<br />

definição de modelos mais ajustados e com maior força de prognosticar valores futuros de dados<br />

qualitativos em sub-bacias que não apresentem avaliação da qualidade de suas águas.<br />

Dessa forma, ressalta-se a importância de se manter o banco de dados atualizado de modo a<br />

permitir, inicialmente, a construção de uma base de dados sólida e consistente e, posteriormente, a<br />

agregação de informações de uso e ocupação urbana e rural para a implementação de modelos que<br />

avaliem tanto a carga pontual como a difusa. Esse banco de dados e seus produtos devem ser de<br />

fácil acesso aos usuários garantindo o fluxo da informação nos diversos segmentos da sociedade.<br />

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