Catálogo Miolo - Inpe
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©Greenpeace/Gilvan Barreto<br />
ZONA COSTEIRA<br />
Novos furacões no Atlântico Sul e a elevação do nível<br />
do mar ameaçam boa parte da população brasileira<br />
MUDANÇAS DO CLIMA, MUDANÇAS DE VIDAS<br />
O AQUECIMENTO GLOBAL PODE TRANSFORMAR PARTE DO<br />
LITORAL BRASILEIRO EM REGIÃO FAVORÁVEL À FORMAÇÃO<br />
DE CICLONES EXTRATROPICAIS INTENSOS. A ZONA COSTEIRA,<br />
ONDE HABITAM 42 MILHÕES DE PESSOAS, SERÁ IMPACTADA<br />
PELO AUMENTO DO NÍVEL DO MAR NAS PRÓXIMAS DÉCADAS.<br />
COM O BRANQUEAMENTO DOS CORAIS, HAVERÁ PERDA DE<br />
BIODIVERSIDADE E PREJUÍZO ECONÔMICO<br />
*<br />
O que parecia impossível aconteceu. Um furacão, formado<br />
sobre as águas do Atlântico Sul, atingiu no final de<br />
março de 2004 cidades costeiras em Santa Catarina e no<br />
Rio Grande do Sul. Constatou-se que o Catarina, como foi<br />
batizado, era mesmo um fenômeno idêntico aos que castigam<br />
com freqüência o Caribe, o Golfo do México e a costa<br />
leste dos Estados Unidos. O furacão de categoria 1 (a<br />
menos intensa), com ventos de 150 km/h, matou 11 pessoas<br />
e causou destruição em dezenas de municípios entre<br />
Laguna (SC) e Torres (RS). No estado de Santa Catarina, o<br />
furacão danificou mais de 32 mil casas e destruiu cerca de<br />
400, com prejuízos avaliados em mais de R$ 1 bilhão<br />
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS<br />
VÃO ALTERAR A<br />
TRAJETÓRIA DAS<br />
TEMPESTADES SEVERAS.<br />
GRANDES CIDADES<br />
BRASILEIRAS PODEM<br />
ENTRAR NA ROTA<br />
DOS FURACÕES<br />
(JB ONLINE, 2004).<br />
“Na madrugada, quando o<br />
furacão chegou, ficamos em<br />
casa e confiamos em Deus.<br />
Depois do vento, veio a<br />
chuva. Pela manhã encontramos<br />
casas quebradas,<br />
vidros por todo o lado,<br />
móveis no chão, árvores caídas,<br />
o mar levantou, foi hor-<br />
rível. Muitas pessoas ficaram traumatizadas. Os<br />
pescadores passaram horrores, só agora os peixes estão<br />
voltando”, relata a pescadora Maria Santana, moradora de<br />
Torres (RS), uma das cidades atingidas pelo Catarina.<br />
Cenários climáticos mais quentes podem fazer da costa<br />
do Rio Grande do Sul até o sul do Rio de Janeiro, entre 2071<br />
e 2100, uma região com condições favoráveis para o<br />
desenvolvimento de ciclones extratropicais. Se as mudanças<br />
climáticas trouxerem os furacões para o Atlântico Sul,<br />
haverá necessidade de mudanças nos códigos de edificações,<br />
prevendo construções resistentes aos ciclones<br />
(MARENGO e NOBRE, 2005).<br />
O aparecimento de furacões não é o único risco da elevação<br />
do nível do mar. Cidades litorâneas e 25% da popu-<br />
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