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UNIDADES DE RELEVO DA BACIA DO RIO CUIABÁ E<br />

SUAS RELAÇÕES COM OS RECURSOS HÍDRICOS<br />

Prudêncio Rodrigues <strong>de</strong> Castro Junior 1 ; Renato Blat Migliorini 2 , Fernan<strong>do</strong><br />

RESUMO<br />

Ximenes <strong>de</strong> Tavares Salomão 3 , Antônio Brandt Vecchiato 4<br />

Este trabalho relaciona as <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> apresenta<strong>da</strong>s no Mapa Geomorfológico que integra<br />

o Sistema <strong>de</strong> Informações Geoambientais <strong>de</strong> Cuiabá, Várzea Gran<strong>de</strong> e Entorno, escala 1:100 000<br />

(SIG Cuiabá), com os recursos hídricos superficiais e subterrâneos, observa<strong>do</strong>s na região que possui a<br />

maior concentração populacional <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e, portanto, maior <strong>de</strong>man<strong>da</strong> pelos recursos hídricos e<br />

acentua<strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, colocan<strong>do</strong> em risco o equilíb<strong>rio</strong> <strong>de</strong><br />

funcionamento <strong>do</strong> Pantanal Matogrossense. A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comportamento <strong>do</strong>s recursos hídricos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mentalmente <strong>da</strong>s relações entre os elementos que constituem o meio físico (substrato<br />

geológico, formas e feições <strong>de</strong> <strong>relevo</strong>, cobertura pe<strong>do</strong>lógica) ao nível <strong>da</strong> vertente, e os elementos<br />

coman<strong>da</strong><strong>do</strong>s pela cobertura vegetal/formas <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> solo e pelo clima.<br />

ABSTRACT<br />

This work relates the releif units shown in the Geomorphologic Map which integrates the<br />

Geoenvironmental Information System of Cuiabá, Várzea Gran<strong>de</strong> and surrounding at the 1:100 00<br />

scale (SIG Cuiabá), with the surface and ground water resources, observed in the region where there<br />

is the largest population concentration and, therefore, largest <strong>de</strong>mand for water resources and<br />

accentuated environmental <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tion in the Cuiabá River Basin, putting at risk the functional<br />

equilibrium of the Mato Grosso Pantanal. The diversity in behavior of the water resources <strong>de</strong>pends<br />

fun<strong>da</strong>mentally upon the relations between the elements which constitute the physical environment<br />

(geological substrate, forms and shapes of relief, pe<strong>do</strong>logical cover) at the level of the slope, and the<br />

elements comman<strong>de</strong>d by the vegetation cover, the land use and the climate.<br />

Palavras chave: Geomorfologia, recursos hídricos, hidrologia, hidrogeologia.<br />

___________________________<br />

1. Professor Adjunto Dep.Geologia Geral, ICET, UFMT, Av. Fernan<strong>do</strong> Corrêa, s/nº Coxipó 78060-900 Cuiabá-MT. pru<strong>de</strong>ncio@ufmt.br<br />

2. Professor Adjunto Dep.Geologia Geral, ICET, UFMT, Av. Fernan<strong>do</strong> Corrêa, s/nº Coxipó 78060-900 Cuiabá-MT. rena@ufmt.br<br />

3. Professor Adjunto Dep.Geologia Geral, ICET, UFMT, Av. Fernan<strong>do</strong> Corrêa, s/nº Coxipó 78060-900 Cuiabá-MT. ximenes@ufmt.br<br />

4. Professor Adjunto Dep.Geologia Geral, ICET, UFMT, Av. Fernan<strong>do</strong> Corrêa, s/nº Coxipó 78060-900 Cuiabá-MT. brandt@ufmt.br<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 1


INTRODUÇÃO<br />

Na <strong>bacia</strong> hidrográfica <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, percebe-se que os cursos d’água superficiais apresentam<br />

comportamentos distintos: alguns são perenes manifestan<strong>do</strong>-se durante o ano to<strong>do</strong>, com alta<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem; outros são intermitentes on<strong>de</strong> o escoamento d’água manifesta-se durante o<br />

ano to<strong>do</strong>, no perío<strong>do</strong> chuvoso; e há também aqueles que somente ocorrem durante o evento<br />

chuvoso, sen<strong>do</strong> portanto efêmeros.<br />

Essa diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mentalmente <strong>da</strong>s relações entre os elementos<br />

que constituem o meio físico (substrato geológico, formas e feições <strong>de</strong> <strong>relevo</strong>, cobertura pe<strong>do</strong>lógica) ao<br />

nível <strong>da</strong> vertente, e os elementos coman<strong>da</strong><strong>do</strong>s pela cobertura vegetal/formas <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> solo e pelo clima.<br />

A distribuição e tipologia <strong>do</strong>s solos que se <strong>de</strong>senvolvem ao longo <strong>da</strong>s vertentes constituem<br />

claro indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ssas relações (Salomão, 1994). Deve-se ain<strong>da</strong> consi<strong>de</strong>rar que a circulação <strong>da</strong>s<br />

águas <strong>de</strong> chuva em superfície no inte<strong>rio</strong>r <strong>do</strong>s solos e <strong>da</strong>s rochas, mecanismo fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong><br />

pe<strong>do</strong>gênese e <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> dinâmica superficial, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo e organização <strong>do</strong> material por<br />

on<strong>de</strong> ela passa (Barros, 1985) refletin<strong>do</strong>, nas características pe<strong>do</strong>lógicas, as interações existentes na<br />

natureza entre os vá<strong>rio</strong>s elementos que a compõem.<br />

Os recursos hídricos subterrâneos se comportam em to<strong>da</strong> <strong>bacia</strong> como <strong>do</strong> tipo livre. Os<br />

aqüíferos <strong>da</strong> região são classifica<strong>do</strong>s neste trabalho em <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s grupos, um poroso composto<br />

pelas formações arenosas <strong>da</strong> Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Paraná e pelas formações superficiais cenozóicas,<br />

e outro fratura<strong>do</strong>, compostos pelas rochas <strong>do</strong> Grupo Cuiabá.<br />

Nestes termos, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho consiste em relacionar as principais formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> com<br />

os recursos hídricos <strong>de</strong> superfície e <strong>de</strong> subsuperfície, observa<strong>do</strong>s na região <strong>de</strong> Cuiabá e Várzea Gran<strong>de</strong>,<br />

região esta que apresenta a maior concentração populacional <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e, portanto, maior <strong>de</strong>man<strong>da</strong> pelos<br />

recursos hídricos e acentua<strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, colocan<strong>do</strong> em risco o<br />

equilíb<strong>rio</strong> <strong>de</strong> funcionamento <strong>do</strong> Pantanal Matogrossense, constituin<strong>do</strong> <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> paisagem facilmente<br />

i<strong>de</strong>ntificáveis, nas quais as águas <strong>de</strong> superfície e subsuperfície comportam-se <strong>de</strong> maneiras distintas.<br />

ÁREA DE ESTUDO<br />

A área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> abrange os municípios <strong>de</strong> Cuiabá e Várzea Gran<strong>de</strong>, e parte <strong>do</strong>s municípios <strong>de</strong><br />

Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Guimarães, Nossa Senhora <strong>do</strong> Livramento e Santo Antônio <strong>de</strong> Leverger, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

o trecho <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, que abrange as sub-<strong>bacia</strong>s <strong>do</strong>s <strong>rio</strong>s Coxipó, Pari, Aricá-Açu, Ban<strong>de</strong>ira,<br />

Esmeril e Cocais, perfazen<strong>do</strong> uma área <strong>de</strong> 5 250 km², entre as coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s 15º15' - 15º59' S e 55º27' -<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 2


56º44' W Gr, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as regiões geomorfológicas conheci<strong>da</strong>s como Pantanal Matogrossense,<br />

Depressão Cuiabana e Planalto <strong>do</strong>s Guimarães, conforme ilustra a Figura 1.<br />

Figura 1: Mo<strong>de</strong>lo tridimensional <strong>do</strong> <strong>relevo</strong> confecciona<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s topográficos <strong>da</strong> missão SRTM, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong><br />

as regiões geomorfológicas. Fonte: Castro-Junior et al, 2006.<br />

METODOLOGIA<br />

A análise e avaliação <strong>do</strong>s recursos hídricos superficiais e subterrâneos basearam-se nas<br />

características litológicas, estruturais, hidrológicas e hidrogeológicas conti<strong>da</strong>s nas <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong><br />

geomorfológicas. Essas informações encontram-se <strong>do</strong>cumenta<strong>da</strong>s no Sistema <strong>de</strong> Informações<br />

Geoambiental <strong>de</strong> Cuiabá, Várzea Gran<strong>de</strong> e Entorno (Thomé-Filho, 2006 e Migliorini, 1999).<br />

O mapa geomorfológico elabora<strong>do</strong> por Castro-Júnior et al (2006) encontra-se ampara<strong>do</strong> no<br />

conceito <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Ponçano et al (1979), no mapeamento <strong>do</strong><br />

Ra<strong>da</strong>mbrasil (1982), aprimora<strong>da</strong> por Ross (1992) e oficializa<strong>da</strong> pelo IBGE (1995).<br />

Foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a compartimentação geomorfológica apresenta<strong>da</strong> para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato<br />

Grosso por Ross et al (1997), que <strong>de</strong>fine sete <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> morfoestruturais e 32 <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong><br />

morfoesculturais, a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pelo Zoneamento Econômico-Ecológico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso<br />

(1997 e 2000), bem como nos estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por Bor<strong>de</strong>st (1984 e 1992) na Alta Bacia <strong>do</strong> Rio<br />

Coxipó, e os trabalhos <strong>de</strong> Latrubesse et al (1998).<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 3


A topografia e os solos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong>s rochas subjacentes (geologia), <strong>do</strong>s<br />

processos erosivos e <strong>de</strong>posicionais que teriam produzi<strong>do</strong> a topografia atual (geomorfologia) e <strong>do</strong><br />

clima sob o qual atuaram estes processos (Stewart & Perry, 1953). O sistema <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> é, portanto,<br />

uma classificação basea<strong>da</strong> em topografia, solos e vegetação, correlaciona<strong>do</strong>s com geologia,<br />

geomorfologia e clima, que permite analisar o comportamento <strong>do</strong>s recursos hídricos superficiais e<br />

subterrâneos.<br />

Na África <strong>do</strong> Sul, tal abor<strong>da</strong>gem foi utiliza<strong>da</strong> na engenharia ro<strong>do</strong>viária para o planejamento <strong>de</strong><br />

traça<strong>do</strong>s e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, além <strong>de</strong> ter auxilia<strong>do</strong> no planejamento urbano.<br />

Há referências <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s semelhantes também na antiga URSS, Inglaterra, Japão e<br />

EUA (Cooke & Doornkamp, 1974).<br />

O mapeamento geomorfológico consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> neste trabalho, avaliou várias propostas <strong>de</strong><br />

classificação <strong>do</strong> <strong>relevo</strong>, tais como a <strong>de</strong> Kudrnovská (1948 e 1969 apud Demeck, 1972), e a<strong>do</strong>tou<br />

crité<strong>rio</strong>s basea<strong>do</strong>s na amplitu<strong>de</strong> e gradiente topográfico, conforme apresenta<strong>do</strong> pelo IPT (1981),<br />

porém, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a características <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, que abrange as extensas áreas <strong>de</strong> topografia<br />

praticamente plana, com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s inexpressivas, incluiu-se a forma <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> plano.<br />

Os procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s envolveram a análise <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> meio físico existentes na área<br />

objeto, a interpretação <strong>de</strong> cartas planialtimétricas, fotografias aéreas, imagens <strong>de</strong> satélite e mo<strong>de</strong>los<br />

digitais e numéricos <strong>do</strong> terreno, visan<strong>do</strong> uma compartimentação em laborató<strong>rio</strong>, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

trabalhos <strong>de</strong> campo com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>linear com maior precisão a compartimentação inicial,<br />

bem como <strong>de</strong>screver as <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> geomorfológicas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s.<br />

A meto<strong>do</strong>logia utiliza<strong>da</strong> na elaboração <strong>do</strong> mapa geomorfológico, em escala 1:100 000,<br />

permitiu <strong>de</strong>stacar e <strong>de</strong>limitar <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> com características morfológicas e feições topográficas bem<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s, favorecen<strong>do</strong> a interpretação <strong>da</strong>s interações <strong>do</strong> <strong>relevo</strong> com a cobertura pe<strong>do</strong>lógica e com o<br />

comportamento hídrico, em relação às possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> infiltração e <strong>de</strong> escoamento <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong><br />

chuva, e <strong>de</strong> ocorrência e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> aqüífero freático.<br />

Esse mapa geomorfológico foi checa<strong>do</strong> em campo e observa<strong>do</strong> com certo rigor, os atributos<br />

<strong>do</strong> solo, especialmente a textura, estrutura, porosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e feições pe<strong>do</strong>lógicas (plintitas, concreções<br />

ferruginosas, mosqueamentos) que permitem compreen<strong>de</strong>r o comportamento <strong>da</strong> água no terreno,<br />

com base em crité<strong>rio</strong>s apresenta<strong>do</strong>s por Salomão (1999), Castro & Salomão (2000) e Castro-Junior<br />

(2002). A análise <strong>da</strong> cobertura pe<strong>do</strong>lógica em relação às suas características físico-hídricas, <strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

pelos atributos e feições observa<strong>da</strong>s, e em relação à forma e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vertente on<strong>de</strong> o solo se<br />

insere, permite, assim, <strong>de</strong>finir as tendências <strong>do</strong> comportamento <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuva e <strong>do</strong> aqüífero no<br />

terreno, e as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s processos <strong>da</strong> dinâmica superficial.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 4


RESULTADOS<br />

A geomorfologia <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Cuiabá e Várzea Gran<strong>de</strong> contempla uma parte <strong>de</strong> três gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> morfoestruturais brasileiras: a Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Paraná, <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> paleozóica, com suas<br />

rochas areníticas e argilíticas estratifica<strong>da</strong>s; a Faixa <strong>de</strong> Dobramentos Paraguai-Araguaia on<strong>de</strong><br />

pre<strong>do</strong>minam rochas metamórficas <strong>de</strong> baixo grau, <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> pré-cambriana, especialmente filitos com<br />

xistosi<strong>da</strong><strong>de</strong> bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> e metarenitos com veios <strong>de</strong> quarto; e a Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Pantanal<br />

com sedimentos recentes.<br />

A ação climática sobre essas morfoesculturas elaborou três importantes regiões<br />

geomorfológicas <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso conheci<strong>da</strong>s como Planalto <strong>do</strong>s Guimarães, ocupan<strong>do</strong> a<br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> norte e oeste <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, alcançan<strong>do</strong> as altitu<strong>de</strong>s em torno <strong>de</strong> 800 metros, on<strong>de</strong> se<br />

encontra importantes nascentes <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, sen<strong>do</strong> uma fonte ativa <strong>de</strong> sedimentos; a<br />

Depressão Cuiabana, representan<strong>do</strong> a maior parte <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> hidrográfica, com altitu<strong>de</strong>s que variam<br />

entre 150 a 300 metros; e o Pantanal Matogrossense, na porção sul <strong>da</strong> área, imensa planície<br />

inundável com altitu<strong>de</strong>s infe<strong>rio</strong>res a 150 metros, setor jusante <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> Cuiabá, que recebe a<br />

<strong>de</strong>posição <strong>do</strong>s sedimentos gera<strong>do</strong>s à montante, caracterizan<strong>do</strong>-se por <strong>relevo</strong>s agra<strong>da</strong>cionais.<br />

A transição entre o Planalto <strong>do</strong>s Guimarães e a Depressão Cuiabana é feita por meio <strong>de</strong><br />

escarpamentos elabora<strong>do</strong>s sobre arenitos friáveis <strong>da</strong> Formação Botucatu originan<strong>do</strong> uma escarpa<br />

festona<strong>da</strong> com <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> tálus, feições ruiniformes e esporões digita<strong>do</strong>s, cujo recuo <strong>de</strong>ixa para<br />

trás uma superfície inuma<strong>da</strong> sob a forma <strong>de</strong> rampas coluviona<strong>da</strong>s. On<strong>de</strong> ocorrem os arenitos <strong>da</strong><br />

Formação Furnas sobrepostos pela Formação Ponta Grossa, o escarpamento é simples, às vezes<br />

apenas ressaltos, cujo recuo revela um <strong>relevo</strong> exuma<strong>do</strong> sob a forma <strong>de</strong> morros com cristas e<br />

encostas ravina<strong>da</strong>s.<br />

O Planalto <strong>do</strong>s Guimarães é niti<strong>da</strong>mente compartimenta<strong>do</strong> em duas <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> morfológicas,<br />

uma, representa<strong>da</strong> pela Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Guimarães, com superfícies cimeiras, conserva<strong>da</strong>s a<br />

suavemente disseca<strong>da</strong>s com pequena amplitu<strong>de</strong>, cujas formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> receberam a <strong>de</strong>nominação<br />

<strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong>s, Colinas Amplas e Patamar. A outra uni<strong>da</strong><strong>de</strong> morfológica apresenta formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong><br />

com média a forte dissecação, amplitu<strong>de</strong> média e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> média a alta, com a presença <strong>de</strong> vales<br />

fecha<strong>do</strong>s e córregos encachoeira<strong>do</strong>s.<br />

A Depressão Cuiabana apresenta três <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> morfológicas, uma com dissecação média a forte, amplitu<strong>de</strong><br />

média e controle estrutural <strong>da</strong> faixa <strong>de</strong> <strong>do</strong>bramentos, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> Depressão Disseca<strong>da</strong>, constituí<strong>da</strong> por formas<br />

disseca<strong>da</strong>s em colinas morrotes e morros. Outra uni<strong>da</strong><strong>de</strong> morfológica caracteriza-se por formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> com<br />

suave dissecação, pequena amplitu<strong>de</strong>, baixa <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem e amplos interflúvios,<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 5


<strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> Depressão Pediplana<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> constituí<strong>da</strong> por pedimentos em forma <strong>de</strong> rampas com a presença <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>is inselbergs, sugerin<strong>do</strong> que a <strong>de</strong>nu<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se em paleoclima ári<strong>do</strong>.<br />

Na Depressão Cuiabana i<strong>de</strong>ntifica-se também a presença <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> morfológica <strong>de</strong><br />

origem agra<strong>da</strong>cional, representa<strong>da</strong> pela planície <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> Rio Cuiabá, caracteriza<strong>da</strong> por uma<br />

superfície plana, sujeita à inun<strong>da</strong>ção durante as cheias excepcionais.<br />

O Pantanal Matogrossense é i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como uma única uni<strong>da</strong><strong>de</strong> morfológica <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong><br />

Planícies Fluviais, sen<strong>do</strong> possível separá-las em três <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> agra<strong>da</strong>cional, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s<br />

Planície Fluvial com terraços baixos, Planície Aluvionar Meandriforme e Leque Aluvial.<br />

A Planície Fluvial com terraços baixos representa uma superfície plana <strong>de</strong> formato alonga<strong>do</strong>, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong><br />

em alguns trechos <strong>de</strong> Rio Aricá-Açu, a Planície Aluvionar Meandriforme, está representa<strong>da</strong> por uma superfície<br />

plana inundável nas cheias anuais, ao longo <strong>do</strong> Rio Cuiabá, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> barras fluviais e meandros<br />

aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s, o Leque Fluvial representa as superfícies planas compostas pela coalescência <strong>de</strong> cones aluviais.<br />

Ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> morfológica é constituí<strong>da</strong> por formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> relativamente semelhantes, conforme ilustra a<br />

figura 2. Este trabalho a<strong>do</strong>ta o crité<strong>rio</strong> <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> segun<strong>do</strong> a amplitu<strong>de</strong> e o gradiente,<br />

conforme IPT (1981, apud Moreira et al, 1988), apresenta<strong>do</strong> na Tabela 1, com a inclusão <strong>do</strong> <strong>relevo</strong> plano para as<br />

superfícies com amplitu<strong>de</strong> local menor que 100 metros e gradiente menor que 1%, comuns nos <strong>relevo</strong>s <strong>de</strong><br />

agra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s planícies fluviais, bem como nas superfícies <strong>de</strong> cimeira <strong>do</strong> planalto conserva<strong>do</strong>.<br />

Figura 2: Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> representa<strong>da</strong>s no Mapa Geomorfológico <strong>de</strong> Cuiabá,<br />

Várzea Gran<strong>de</strong> e Entorno. Fonte: Castro-Junior et al, 2006.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 6


Amplitu<strong>de</strong> local Gradiente pre<strong>do</strong>minante Formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong><br />

15% Morro<br />

>300 >15% Montanha<br />

Tabela 1: Classificação <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong>. Fonte: IPT 1981, modifica<strong>do</strong>.<br />

A esse crité<strong>rio</strong> ajustaram-se termos relaciona<strong>do</strong>s à gênese ou morfologia. Assim, as<br />

superfícies planas <strong>de</strong> cimeira foram <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong>; superfícies planas entre<br />

ressaltos/escapa, com controle estrutural <strong>da</strong>s rochas sedimentares <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Paraná, foram<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Patamar; superfícies planas em áreas <strong>de</strong> agra<strong>da</strong>ção foram <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

Planícies; aos morros e morrotes acrescentaram-se <strong>de</strong>signações referentes à morfologia, tais como o<br />

alongamento <strong>da</strong>s formas, o alinhamento com a estrutura regional, ou ain<strong>da</strong> o topo aguça<strong>do</strong>,<br />

constituin<strong>do</strong> Cristas com Encostas Ravina<strong>da</strong>s; as rampas receberam <strong>de</strong>signações relaciona<strong>da</strong>s à sua<br />

origem, por coluvionamento ou pediplanação.<br />

Chapa<strong>da</strong>s<br />

As Chapa<strong>da</strong>s localizam-se na porção norte <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, configuran<strong>do</strong> um divisor <strong>de</strong><br />

águas <strong>de</strong> três <strong>bacia</strong>s hidrográficas, <strong>bacia</strong>s <strong>do</strong>s <strong>rio</strong>s Aricá, Coxipó e Casca, em partes <strong>de</strong>scontínuas <strong>da</strong><br />

mesma superfície que ocupa as cotas 800 e 840 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, encontran<strong>do</strong>-se em uma <strong>de</strong>las a<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Guimarães, e em outra, a se<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sistema Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Defesa Aérea e<br />

Controle <strong>de</strong> Tráfico – SINDACTA.<br />

Representam superfícies conserva<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Planalto <strong>do</strong>s Guimarães, elabora<strong>da</strong>s sobre as rochas<br />

<strong>da</strong> Formação Ponta Grossa, caracterizan<strong>do</strong>-se por formas tabulares <strong>de</strong> suave dissecação, ocupan<strong>do</strong><br />

posições <strong>de</strong> cimeira, pequena amplitu<strong>de</strong>, baixa <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, interflúvios extensos e aplana<strong>do</strong>s,<br />

vertentes com perfil retilíneo, padrão paralelo, vales abertos, on<strong>de</strong> se concentram nascentes e cursos<br />

d’água <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m, com <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem muito baixa.<br />

Quan<strong>do</strong> as Chapa<strong>da</strong>s são constituí<strong>da</strong>s por Latossolos a água <strong>de</strong> chuva infiltra-se com relativa<br />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong>, dirigin<strong>do</strong>-se ao aqüífero que se encontra em gran<strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Entretanto, nas bor<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong>s Chapa<strong>da</strong>s, junto às escarpas, e em encostas <strong>de</strong> vale e cabeceiras, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumenta, o<br />

Latossolo passa para Plintossolo, tornan<strong>do</strong> o terreno pouco permeável em subsuperfície, ten<strong>do</strong> em<br />

vista a existência <strong>de</strong> cama<strong>da</strong> constituí<strong>da</strong> por couraça ferruginosa. Nestas condições, as águas <strong>de</strong><br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 7


chuva praticamente não se infiltram, favorecen<strong>do</strong> a saturação <strong>do</strong> horizonte superficial e escoamento<br />

superficial <strong>da</strong>s águas.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, em porções aplana<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong>, associa<strong>da</strong>s à Plintossolos, o impedimento<br />

<strong>de</strong> drenagem imposta pela couraça favorece a processos <strong>de</strong> alagamento, forman<strong>do</strong> em<strong>bacia</strong><strong>do</strong>s<br />

caracterizan<strong>do</strong> ecossistemas <strong>de</strong> campos úmi<strong>do</strong>s e vere<strong>da</strong>s extremamente frágeis, <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />

importância para a manutenção <strong>do</strong>s recursos hídricos superficiais e subterrâneos.<br />

A classificação hidrogeológica <strong>de</strong>sta região é <strong>de</strong> um aqüitar<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo livre, constituí<strong>do</strong> por<br />

rochas porosas, impermeáveis a semipermeáveis, composta por siltitos e siltitos com lentes <strong>de</strong><br />

arenito fino, <strong>da</strong> Formação Ponta Grossa, que funcionam como proteção ao Aqüífero Furnas,<br />

forman<strong>do</strong> uma barreira impermeável, permitin<strong>do</strong> a recarga <strong>do</strong> aqüífero infe<strong>rio</strong>r somente através <strong>de</strong><br />

fraturas.<br />

Colinas Amplas<br />

Ocorrem nos limites norte, noroeste e leste <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, em uma <strong>da</strong>s cabeceiras <strong>do</strong> <strong>rio</strong><br />

Coxipó, com <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem muito baixa a ausente, ocupan<strong>do</strong> as cotas 720 a 800 metros <strong>de</strong><br />

altitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> Planalto <strong>do</strong>s Guimarães, caracterizan<strong>do</strong>-se por formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> com suave dissecação,<br />

pequena amplitu<strong>de</strong>, baixa <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, amplos interflúvios, topos extensos e aplana<strong>do</strong>s, vertentes<br />

com perfis retilíneos a convexos, drenagem <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, padrão sub<strong>de</strong>ndrítico, vales abertos.<br />

Essas áreas <strong>de</strong> Colinas Amplas encontram-se elabora<strong>da</strong>s sobre as rochas <strong>da</strong> Formação<br />

Botucatu, associa<strong>da</strong>s a Neossolos Quartzarênicos que por apresentarem alta permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

favorecem a infiltração <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuva, que se dirigem ao aqüífero situa<strong>do</strong> a gran<strong>de</strong>s<br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Nessas áreas é comum a presença <strong>de</strong> profun<strong>da</strong>s ravinas, e <strong>de</strong> boçorocas, quan<strong>do</strong> o<br />

aqüífero freático é intercepta<strong>do</strong>.<br />

Nessa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> geomorfológica ocorre um <strong>do</strong>s mais importantes aqüíferos <strong>do</strong> Brasil, o Aqüífero<br />

Guarani, que exten<strong>de</strong>-se por to<strong>da</strong> a Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Paraná, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo livre, on<strong>de</strong> a recarga<br />

ocorre diretamente <strong>da</strong> infiltração <strong>da</strong>s precipitações pluviométricas. Trata-se <strong>de</strong> um aqüífero poroso,<br />

extenso, forma<strong>do</strong> <strong>de</strong> arenitos finos a grossos, grãos bem arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>s com alta esferici<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> origem<br />

eólica. A permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é alta e consequentemente a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> também.<br />

Próximo à bor<strong>da</strong> <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong>, isto é, nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s escarpas, embora a infiltração seja<br />

gran<strong>de</strong>, o aqüífero não retém água, a qual vai formar as nascentes <strong>do</strong>s <strong>rio</strong>s Paciência e Claro, <strong>de</strong>ntre<br />

outros, ao encontrar as rochas impermeáveis <strong>do</strong> Grupo Cuiabá. Já no inte<strong>rio</strong>r <strong>do</strong> Planalto, o<br />

Aqüífero Guarani po<strong>de</strong> ser explota<strong>do</strong> por poços tubulares, fornecen<strong>do</strong> boas vazões.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 8


Patamar<br />

Ocorre na porção nor<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, constituin<strong>do</strong> uma superfície aplana<strong>da</strong>, ocupan<strong>do</strong><br />

as cotas 680 e 720 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, compreendi<strong>da</strong> entre as colinas amplas na parte supe<strong>rio</strong>r, e os<br />

morros com cristas e encostas ravina<strong>da</strong>s, na parte infe<strong>rio</strong>r, contorna<strong>da</strong> por ressaltos ligeiramente<br />

escarpa<strong>do</strong>s.<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> comporta algumas nascentes e cursos d’água <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong><br />

Aricá-Açú, com a presença <strong>de</strong> cursos d’água intermitentes com baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem.<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> caracteriza-se por formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> em rampa com suave dissecação, pequena amplitu<strong>de</strong>,<br />

baixa <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, amplos interflúvios, topos extensos e aplana<strong>do</strong>s, padrão <strong>de</strong><br />

drenagem paralelo, vertentes com perfil retilíneo, vales abertos. Nota-se nessa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> a presença <strong>de</strong> cavernas e<br />

grutas, e <strong>de</strong> formas residuais isola<strong>da</strong>s <strong>de</strong> aspecto ruiniforme, e junto às drenagens ocorrência comum <strong>de</strong> vere<strong>da</strong>s.<br />

Recobrin<strong>do</strong> as formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> em Patamar, nota-se a ocorrência <strong>de</strong> Latossolos e <strong>de</strong> Neossolos<br />

Quartzarênicos, com comportamento <strong>da</strong>s águas pluviais e suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à erosão semelhantes ao<br />

apresenta<strong>do</strong> para as Colinas Amplas associa<strong>da</strong>s a arenitos <strong>da</strong> Formação Botucatu. Por outro la<strong>do</strong>, a<br />

presença <strong>de</strong> vere<strong>da</strong>s impõe processos diferencia<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> áreas muito frágeis sujeitas alagamentos, e<br />

que <strong>de</strong>vem ser preserva<strong>da</strong>s, especialmente por se constituírem em áreas <strong>de</strong> recarga <strong>do</strong>s aqüíferos.<br />

Solos Hidromórficos on<strong>de</strong> o nível <strong>da</strong> água subterrânea encontra-se próxima a superfície, e, quan<strong>do</strong><br />

intercepta<strong>do</strong> por pisoteio <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> ou <strong>de</strong> pessoas, ativa fenômenos <strong>de</strong> piping, com erosão interna <strong>do</strong><br />

solo, e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> boçorocamento, recalques e colapsos <strong>do</strong> terreno, além <strong>de</strong><br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> se instalar escorregamentos na forma <strong>de</strong> corri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> lama.<br />

O substrato geológico é constituí<strong>do</strong> por um conjunto <strong>de</strong> rochas sedimentares altamente<br />

permeáveis representa<strong>da</strong>s pela Formação Furnas e Grupo Rio Ivaí. Esse conjunto <strong>de</strong> rochas forma<br />

um aqüífero intergranular extenso <strong>do</strong> tipo livre, embora mais ao norte apresenta-se confina<strong>do</strong> pela<br />

sobrejacente Formação Ponta Grossa. Apresenta alta vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> se<br />

apresenta como aqüífero livre, e baixa vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na região confina<strong>da</strong>. A recarga ocorre pela<br />

infiltração direta <strong>da</strong>s precipitações pluviométricas, porém indireta na região confina<strong>da</strong>.<br />

É um <strong>do</strong>s mais importantes aqüíferos <strong>da</strong> região, tem gran<strong>de</strong> importância como reservató<strong>rio</strong> <strong>de</strong><br />

água subterrânea, além <strong>de</strong> perenizar os <strong>rio</strong>s Aricá-Açú. Contribui na recarga indireta <strong>do</strong> aqüífero<br />

fratura<strong>do</strong> subjacente, ou seja, o Grupo Cuiabá.<br />

Na bor<strong>da</strong> <strong>do</strong> Planalto <strong>do</strong>s Guimarães os poços tubulares apresentam baixa vazão, entretanto,<br />

no inte<strong>rio</strong>r <strong>do</strong> Planalto os poços tubulares oferecem excelentes vazões.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 9


Morros e Morrotes Alonga<strong>do</strong>s<br />

Conheci<strong>da</strong> popularmente como Vale <strong>da</strong> Benção, ocupa a porção norte <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, com<br />

altitu<strong>de</strong>s em torno <strong>de</strong> 800 metros, comportan<strong>do</strong> algumas nascentes <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Coxipó e cursos d’água <strong>de</strong><br />

primeira or<strong>de</strong>m. A vegetação é gran<strong>de</strong> porte nos vales e nas encostas.<br />

Apresenta formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> com forte dissecação, amplitu<strong>de</strong> média, alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, topos<br />

restritos e arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>s, vertentes com perfis retilíneos a convexos, drenagem <strong>de</strong> média <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

pequenos interflúvios, padrão paralelo a sub<strong>de</strong>ndrítico, vales estreitos, entalha<strong>do</strong>s sobre rochas<br />

argilíticas <strong>da</strong> Formação Ponta Grossa.<br />

Nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, a cobertura pe<strong>do</strong>lógica, constituí<strong>da</strong> por solos pouco profun<strong>do</strong>s (Argissolos) e<br />

rasos (Neossolos Litólicos, Cambissolos e Plintossolos) as águas <strong>de</strong> chuva apresentam tendência ao<br />

escoamento superficial com alta energia, favorecen<strong>do</strong> a instalação <strong>de</strong> processos erosivos por erosão<br />

laminar e linear (sulcos e ravinas). Os fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vales e cabeceiras <strong>de</strong> drenagem, por apresentar<br />

surgências e nível d’água <strong>de</strong> pequena profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, permitem quan<strong>do</strong> intercepta<strong>do</strong>s, a instalação <strong>de</strong><br />

boçorocas. Em função <strong>da</strong> alta suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à erosão, e por contemplar cabeceiras <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Coxipó,<br />

essas áreas <strong>de</strong>veriam ser preserva<strong>da</strong>s, entretanto notam-se, em boa parte, <strong>de</strong>smatamentos para uso<br />

em pastagem e significativo avanço <strong>da</strong> urbanização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Guimarães.<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um aqüiclu<strong>de</strong>, composto por siltitos e siltitos com lentes<br />

<strong>de</strong> arenito fino, que funciona como proteção ao aqüífero Furnas, forman<strong>do</strong> uma barreira<br />

impermeável que propicia o surgimento <strong>de</strong> algumas nascentes na bor<strong>da</strong> <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong>. Em uma <strong>de</strong>ssas<br />

nascentes encontra-se a captação <strong>da</strong> Água Lebrinha. A recarga para o aqüífero Furnas só é possível<br />

por meio <strong>de</strong> fraturas.<br />

Colinas Médias e Amplas<br />

Ocorrem na porção norte <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, ocupan<strong>do</strong> as cotas 680 e 720 metros, chegan<strong>do</strong> a<br />

alcançar 800 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Morros e Morrotes Alonga<strong>do</strong>s, no<br />

Planalto Disseca<strong>do</strong>, associa<strong>do</strong>s à Formação Ponta Grossa, comportan<strong>do</strong> cursos d’água <strong>de</strong> segun<strong>da</strong><br />

or<strong>de</strong>m, on<strong>de</strong> instalaram-se várias cachoeiras <strong>do</strong> Parque Nacional <strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Guimarães.<br />

Apresentam formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> com média dissecação, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> média, topos extensos e<br />

aplana<strong>do</strong>s, vertentes com perfis retilíneos a convexos, drenagem <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, padrão<br />

paralelo, vales abertos a fecha<strong>do</strong>s, às vezes escarpa<strong>do</strong>s com córregos encachoeira<strong>do</strong>s e feições<br />

ruiniformes elabora<strong>da</strong>s sobre os arenitos friáveis <strong>da</strong> Formação Furnas.<br />

Apresentam solos essencialmente arenosos e relativamente profun<strong>do</strong>s comportan<strong>do</strong>-se, em<br />

relação ao funcionamento hídrico e suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à erosão, <strong>de</strong> maneira similar às áreas <strong>de</strong> Colinas<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 10


Amplas associa<strong>da</strong>s a Neossolos Quartzarênicos ante<strong>rio</strong>rmente <strong>de</strong>scritas. Bor<strong>da</strong>s <strong>de</strong> escarpas,<br />

cabeceiras <strong>de</strong> drenagem e vere<strong>da</strong>s, existentes nessas áreas, constituem terrenos ain<strong>da</strong> mais sensíveis<br />

à erosão.<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> possui como substrato as rochas sedimentares que formam o Aqüífero<br />

Furnas, afloran<strong>do</strong> nos escarpamentos <strong>da</strong> bor<strong>da</strong> <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong>.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um aqüífero poroso, que nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>do</strong> tipo livre, sen<strong>do</strong> confina<strong>do</strong> pelas<br />

rochas <strong>da</strong> Formação Ponta Grossa nas porções mais ao norte. Possui alta permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a infiltração direta <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong>s chuvas, sen<strong>do</strong> altamente vulnerável à<br />

contaminação.<br />

Embora a recarga seja gran<strong>de</strong>, pre<strong>do</strong>mina a infiltração vertical, que ao encontrar as rochas<br />

impermeáveis <strong>do</strong> Grupo Cuiabá, forma uma parte consi<strong>de</strong>rável <strong>da</strong>s nascentes <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Coxipó.<br />

Escarpa Erosiva<br />

Ocorre no extremo norte <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, posiciona<strong>da</strong> entre as cotas 320 a 680 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>,<br />

totalizan<strong>do</strong> um <strong>de</strong>snível <strong>de</strong> 400 metros, constituin<strong>do</strong> uma escarpa erosiva sustenta<strong>da</strong> por arenitos <strong>de</strong><br />

origem eólica <strong>da</strong> Formação Botucatu, com aspecto festona<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às feições ruiniformes no topo e nas<br />

bor<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Planalto, aos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> tálus no sopé <strong>da</strong>s escarpas, bem como aos gran<strong>de</strong>s espigões lineares<br />

subparalelos que se projetam sobre as rampas coluviona<strong>da</strong>s em direção à Depressão Cuiabana.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong>, com uma configuração relativamente estreita, alonga<strong>da</strong> e<br />

sinuosa, com gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>, alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao perfil retilíneo e subvertical <strong>da</strong> encosta,<br />

baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, topos estreitos e angulosos, padrão <strong>de</strong> drenagem paralelo.<br />

Esten<strong>de</strong>-se por to<strong>da</strong> porção norte <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, fornecen<strong>do</strong> água às nascentes <strong>do</strong> <strong>rio</strong><br />

Coxipó por escoamento superficial. Embora nenhum curso d’água ocorra nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, algumas<br />

cachoeiras efêmeras formam-se nos episódios chuvosos mais intensos.<br />

A alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> terreno e a presença <strong>de</strong> solos rasos (Neossolos Litólicos), afloramentos<br />

rochosos, e coberturas <strong>de</strong>tríticas (corpos <strong>de</strong> tálus), condicionam a ocorrência tanto <strong>de</strong> processos<br />

erosivos (especialmente por sucos e ravinas) e <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> escorregamento. As águas <strong>de</strong> chuva<br />

praticamente não se infiltram, escoan<strong>do</strong> com gran<strong>de</strong> energia, sen<strong>do</strong> reti<strong>da</strong>s em fraturas abertas em<br />

rochas expostas, e nos corpos <strong>de</strong> tálus acumula<strong>do</strong>s nas porções infe<strong>rio</strong>res <strong>da</strong>s encostas. A exuberante<br />

vegetação existente é fator importante na dissipação <strong>da</strong>s energias erosivas e <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> massa,<br />

e, se <strong>de</strong>struí<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>m provocar <strong>de</strong>sequilíb<strong>rio</strong>s com a intensificação <strong>de</strong>sses processos.<br />

Embora esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> seja extremamente porosa e permeável não se caracteriza como um<br />

aqüífero, porque pre<strong>do</strong>mina o escoamento superficial.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 11


Rampas Coluviona<strong>da</strong>s<br />

Ocorrem no extremo norte <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, comportan<strong>do</strong> nascentes <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Coxipó, está<br />

posiciona<strong>da</strong> entre as cotas 320 e 360 metros, compreendi<strong>da</strong> entre o sopé <strong>da</strong>s escarpas festona<strong>da</strong>s e<br />

as Colinas Médias <strong>da</strong> Depressão Disseca<strong>da</strong>, representan<strong>do</strong> uma superfície inuma<strong>da</strong>, correspon<strong>de</strong>nte<br />

à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> geomorfológica <strong>de</strong> transição entre o Planalto <strong>do</strong>s Guimarães e a Depressão Cuiabana.<br />

Esta forma <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> apresenta indícios <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> massa, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong><br />

coluvionamentos, contemplan<strong>do</strong> formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> em rampa com suave dissecação, pequena amplitu<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> baixa, baixa a média <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, amplos e médios interflúvios, topos extensos e<br />

aplana<strong>do</strong>s, vertentes com perfil retilíneo, padrão <strong>de</strong> drenagem paralelo a sub<strong>de</strong>ndrítico, vales abertos.<br />

São áreas cobertas por solos relativamente profun<strong>do</strong>s e essencialmente arenosos (Neossolos<br />

Quartzarênicos), com ocorrência freqüente <strong>de</strong> vere<strong>da</strong>s/campos úmi<strong>do</strong>s, e surgências que dão origem a<br />

importantes cursos d’água. Comportam-se em relação ao funcionamento hídrico e suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à<br />

erosão <strong>de</strong> maneira similar ao ante<strong>rio</strong>rmente <strong>de</strong>scrito para as colinas e patamares com cobertura arenosa.<br />

Classifica-se como aqüífero freático, poroso e permeável, <strong>do</strong> tipo livre.<br />

Morros com Cristas e Encostas Ravina<strong>da</strong>s<br />

Esta forma <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> ocorre mais extensamente na porção norte <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, acompanhan<strong>do</strong>,<br />

como uma franja, o escarpamento forma<strong>do</strong> pelas rochas argilíticas <strong>da</strong> Formação Ponta Grossa e areníticas<br />

<strong>da</strong>s Formações Vila Maria e Furnas. Ocupa as cotas 360 a 760 metros, com topografia bem movimenta<strong>da</strong>,<br />

compreendi<strong>da</strong> entre o sopé <strong>da</strong>s escarpas e as Colinas Médias <strong>da</strong> Depressão Disseca<strong>da</strong>, caracterizan<strong>do</strong>-se<br />

como uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> geomorfológica <strong>de</strong> transição entre a Depressão Cuiabana e o Planalto <strong>do</strong>s Guimarães.<br />

Esta forma <strong>de</strong> <strong>relevo</strong>, com níti<strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> ravinamento nas encostas foi exuma<strong>da</strong> durante<br />

o processo <strong>de</strong> recuo <strong>da</strong> escarpa. Apresenta formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> com forte dissecação, amplitu<strong>de</strong> média,<br />

alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, média <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> cursos d’água perenes, e alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

cursos d’água intermitentes e efêmeros, interflúvios médios, topos restritos e angulosos forman<strong>do</strong><br />

cristas, vertentes ravina<strong>da</strong>s com perfil retilíneo, padrão <strong>de</strong> drenagem perene com padrão paralelo,<br />

vales fecha<strong>do</strong>s. Presença <strong>de</strong> formas residuais isola<strong>da</strong>s configuran<strong>do</strong> morros testemunhos <strong>do</strong> tipo<br />

mesa, <strong>de</strong>ntre os quais o Morro <strong>de</strong> São Jerônimo é o principal representante.<br />

Apresentam vertentes com alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, cobertura pe<strong>do</strong>lógica pouco profun<strong>da</strong> a rasa<br />

(Neossolos Litólicos e Cambissolos), afloramentos rochosos, e corpos <strong>de</strong> tálus na porção infe<strong>rio</strong>r.<br />

Tais características refletem alta energia erosiva, e possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong><br />

massa, comportan<strong>do</strong>-se, portanto, <strong>de</strong> forma similar ao apresenta<strong>do</strong> para a Escarpa Erosiva.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 12


O substrato geológico <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> é forma<strong>do</strong> por pelitos intensamente <strong>do</strong>bra<strong>do</strong>s<br />

com baixo metamorfismo <strong>do</strong> Grupo Cuiabá, não confere boas condições <strong>de</strong> armazenamento e<br />

circulação <strong>da</strong>s águas subterrâneas, que percolam apenas pelas zonas <strong>de</strong> fraturas.<br />

Morros e Morrotes Alinha<strong>do</strong>s<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> ocorre em quatro áreas distintas:<br />

Nas porções norte e oeste, ocupan<strong>do</strong> as cotas 280 a 440 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Abriga as<br />

cabeceiras <strong>da</strong>s <strong>bacia</strong>s <strong>do</strong>s <strong>rio</strong>s Ban<strong>de</strong>ira e Pari, condiciona<strong>do</strong>s às estruturas <strong>de</strong> direção SW–NE, em<br />

situação crítica quanto à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, sen<strong>do</strong> que no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estiagem os leitos ficam<br />

secos.<br />

No extremo leste <strong>da</strong> Depressão Pediplana<strong>da</strong>, acompanhan<strong>do</strong> os Morros com Cristas e<br />

Encostas Ravina<strong>da</strong>s, entre as cotas 320 e 400 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, forman<strong>do</strong> um notável alinhamento<br />

<strong>de</strong> morrotes com cristas aguça<strong>da</strong>s, configuran<strong>do</strong> uma linha cumea<strong>da</strong> na direção SW–NE.<br />

Alguns cursos d’água <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Aricá, nascem nos Morros com<br />

Cristas e Encostas Ravina<strong>da</strong>s, cortan<strong>do</strong> esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> perpendicularmente à direção estrutural.<br />

No sul <strong>da</strong> Depressão Pediplana<strong>da</strong>, próximo às Planícies e Leques Fluviais, em altitu<strong>de</strong>s<br />

varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 200 a 300 metros, forman<strong>do</strong> os morros <strong>do</strong> tipo inselbergs, conheci<strong>do</strong>s como Morro <strong>de</strong><br />

Santo Antônio e Morro Gran<strong>de</strong>.<br />

As formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> estão associa<strong>da</strong>s ao controle estrutural <strong>da</strong> Faixa <strong>de</strong><br />

Dobramentos Paraguai-Araguai, apresentan<strong>do</strong> forte dissecação, amplitu<strong>de</strong> média, alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(>30%), média <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, interflúvios médios, topos restritos, convexos, ligeiramente<br />

arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>s, vertentes com perfil retilíneo, padrão <strong>de</strong> drenagem paralelo a retangular, vales<br />

fecha<strong>do</strong>s. Presença freqüente <strong>de</strong> feições <strong>do</strong> tipo lineamentos e linhas cumea<strong>da</strong>s.<br />

A cobertura pe<strong>do</strong>lógica <strong>de</strong>ssa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> apresenta pequena espessura com <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong><br />

Neossolos Litólicos, Cambissolos e Plintossolos. As águas <strong>de</strong> chuva praticamente não se infiltram<br />

com a tendência ao escoamento superficial, impossibilitan<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> aqüífero freático e <strong>de</strong><br />

ocorrência <strong>de</strong> nascentes, pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong>, assim, linhas <strong>de</strong> talvegue <strong>de</strong> drenagens efêmeras ou, no<br />

máximo, <strong>de</strong> caráter intermitente, que se encontram condiciona<strong>do</strong>s às estruturas (acamamento e<br />

direção <strong>da</strong>s rochas) e à ocorrência <strong>de</strong> veios <strong>de</strong> quartzo nas litologias <strong>do</strong> Grupo Cuiabá.<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> morros e morrotes alinha<strong>do</strong>s não é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um bom reservató<strong>rio</strong> <strong>de</strong><br />

água subterrânea. As condições <strong>de</strong> armazenamento e circulação estão relaciona<strong>da</strong>s às zonas <strong>de</strong><br />

fraturas.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 13


Morrotes<br />

Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta-se alinha<strong>da</strong> com a direção SW–NE, sustenta<strong>da</strong> por veios <strong>de</strong> quartzo,<br />

<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se no inte<strong>rio</strong>r <strong>da</strong> Depressão Disseca<strong>da</strong>, ocupan<strong>do</strong> a cotas 200 e 240 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>,<br />

na porção centro-norte <strong>da</strong> área mapea<strong>da</strong>, configuran<strong>do</strong> um divisor <strong>de</strong> águas, entre o <strong>rio</strong> Ban<strong>de</strong>ira, o<br />

ribeirão <strong>da</strong> Ponte ou Olipa e o córrego Quarta-Feira, a oeste, e a <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Coxipó, a leste.<br />

Esta forma <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> apresenta dissecação média, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> média, amplitu<strong>de</strong> pequena,<br />

topos restritos e arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>s, vertentes com perfil convexo a retilíneo, média <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

drenagem, interflúvios médios, padrão <strong>de</strong>ndrítico, vales fecha<strong>do</strong>s a abertos.<br />

No âmbito <strong>da</strong> Depressão Disseca<strong>da</strong> associa<strong>da</strong> às rochas <strong>do</strong> Grupo Cuiabá, essa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>relevo</strong> residual é recoberta por solos rasos (Neossolos Litólicos) condicionan<strong>do</strong> tendências ao<br />

escoamento superficial <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuva e fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> vales que funcionam naturalmente como<br />

drenos coletores e condutores <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> águas pluviais que se dirigem para porções<br />

rebaixa<strong>da</strong>s <strong>do</strong> <strong>relevo</strong> em ambientes <strong>de</strong> agra<strong>da</strong>ção ou em locais micro-<strong>de</strong>primi<strong>do</strong>s ao longo <strong>de</strong>sses<br />

drenos.<br />

Trata-se <strong>da</strong> melhor zona aqüífera <strong>da</strong> Depressão Disseca<strong>da</strong>. É um aqüífero <strong>do</strong> tipo livre,<br />

forma<strong>do</strong> por metaconglomera<strong>do</strong>s, arenitos e metassiltitos, estan<strong>do</strong> suas condições <strong>de</strong><br />

armazenamento e circulação condiciona<strong>da</strong>s tanto à porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> primária quanto à porosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

secundária (fraturas).<br />

Colinas Médias<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> pre<strong>do</strong>minantes na área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à<br />

extensa área localiza<strong>da</strong> nas porções central, norte, noroeste, oeste e su<strong>do</strong>este, ocupan<strong>do</strong> as cotas 200<br />

e 240 metros, on<strong>de</strong> se localiza a maior parte <strong>da</strong> área urbana <strong>de</strong> Cuiabá e Várzea Gran<strong>de</strong>. Abrange a<br />

<strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Coxipó e partes <strong>da</strong>s <strong>bacia</strong>s <strong>do</strong> Ban<strong>de</strong>ira, Esmeril e Pari.<br />

Apresentam média dissecação, pequena amplitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> média, interflúvios médios,<br />

topos extensos, arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>do</strong>s, perfis <strong>da</strong>s vertentes convexos a retilíneos, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem<br />

média, padrão sub-retangular a <strong>de</strong>ndrítico, vales abertos a fecha<strong>do</strong>s.<br />

A cobertura pe<strong>do</strong>lógica com espessura relativamente pequena (Neossolos Litólicos,<br />

Cambissolos e Plintossolos) dificulta a infiltração <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuva que ten<strong>de</strong>m ao escoamento<br />

superficial, portanto comportamento hídrico similar ao apresenta<strong>do</strong> pela uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Morrotes <strong>da</strong><br />

Depressão Disseca<strong>da</strong>. Entretanto, a <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>da</strong>s vertentes, dificilmente supe<strong>rio</strong>r a 15%,<br />

permite controlar com relativa facili<strong>da</strong><strong>de</strong> a energia <strong>do</strong> escoamento <strong>da</strong>s águas, especialmente quan<strong>do</strong><br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 14


tais áreas encontram-se cobertas por vegetação. Por outro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> cobertura<br />

vegetal processos erosivos por erosão laminar e linear (sulcos e ravinas pouco profun<strong>da</strong>s)<br />

<strong>de</strong>senvolvem-se com relativa facili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

É um aqüífero <strong>do</strong> tipo livre forma<strong>do</strong> por metassedimentos <strong>de</strong> baixo grau, <strong>do</strong>bra<strong>do</strong>s, fratura<strong>do</strong>s<br />

e corta<strong>do</strong>s por veios <strong>de</strong> quartzo. Suas condições <strong>de</strong> armazenamento e circulação estão<br />

condiciona<strong>da</strong>s às zonas <strong>de</strong> fraturas e ao manto <strong>de</strong> alteração.<br />

Rampas Pediplana<strong>da</strong>s<br />

Esta forma <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> ocupa uma área equivalente a <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Colinas Médias,<br />

correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à extensa área localiza<strong>da</strong> nas porções centro-sul e centro-oeste, na <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> ribeirão<br />

Cocais, nas porções centro-norte, nor<strong>de</strong>ste e leste, na <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Aricá-Açu, esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> sopé<br />

<strong>da</strong> frente <strong>de</strong> escarpas, e <strong>da</strong>s cristas ravina<strong>da</strong>s, até as superfícies planas <strong>do</strong>s leques fluviais que<br />

compõem o Pantanal Matogrossense, bem como na porção noroeste, em uma pequena área no<br />

inte<strong>rio</strong>r <strong>da</strong> Depressão Pediplana<strong>da</strong>.<br />

Ocupam freqüentemente a cota 160 a 200 metros, apresentan<strong>do</strong> suave dissecação, pequena<br />

amplitu<strong>de</strong>, baixa <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, amplos interflúvios, topos extensos e<br />

aplana<strong>do</strong>s, vertentes com perfil retilíneo, padrão <strong>de</strong> drenagem subparalelo a <strong>de</strong>ndrítico, vales<br />

abertos, planícies aluvionares inte<strong>rio</strong>res <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s.<br />

Observa-se a presença <strong>de</strong> drenagem fecha<strong>da</strong>, forman<strong>do</strong> lagoas intermitentes ou em<strong>bacia</strong><strong>do</strong>s, e<br />

no seu inte<strong>rio</strong>r, duas formas residuais <strong>do</strong> tipo inselberg, sen<strong>do</strong> o mais conheci<strong>do</strong> o Morro <strong>de</strong> Santo<br />

Antônio <strong>de</strong> Leverger.<br />

Em relação à cobertura pe<strong>do</strong>lógica, três situações foram observa<strong>da</strong>s, condicionan<strong>do</strong> diferentes<br />

comportamentos <strong>de</strong> dinâmica superficial:<br />

1. Superfícies em rampa associa<strong>da</strong>s à Argissolos e Plintossolos. São áreas com drenagem<br />

imperfeita pela presença em subsuperfície <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> impedimento constituí<strong>da</strong>s por horizontes<br />

pe<strong>do</strong>lógicos praticamente impermeáveis, favorecen<strong>do</strong> o escoamento concentra<strong>do</strong> <strong>da</strong>s águas e<br />

processos erosivos e alagamentos.<br />

2. Áreas bem drena<strong>da</strong>s associa<strong>da</strong>s a solos rasos (Neossolos Líticos e Plintossolos<br />

Petroplínticos). As águas pluviais praticamente não se infiltram, escoan<strong>do</strong>-se com baixa energia, ou<br />

causan<strong>do</strong> alagamentos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vertente, impon<strong>do</strong>, tão somente, processos<br />

erosivos superficiais (erosão laminar).<br />

3. Áreas <strong>de</strong> agra<strong>da</strong>ção mal drena<strong>da</strong>s, ligeiramente em<strong>bacia</strong><strong>da</strong>s, associa<strong>da</strong>s a Campos Úmi<strong>do</strong>s,<br />

com ocorrência <strong>de</strong> Solos Hidromórficos, que permanecem alaga<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> chuvoso.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 15


Setores ligeiramente <strong>de</strong>clivosos são submeti<strong>do</strong>s a processos erosivos, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, por interceptação <strong>do</strong><br />

nível d’água, <strong>de</strong>senvolver fenômenos <strong>de</strong> piping com manifestação <strong>de</strong> colapsos por boçorocamento.<br />

Observam-se <strong>do</strong>is comportamentos hidrogeológicos distintos, um <strong>do</strong>mínio poroso mais<br />

superficial, no solo e manto <strong>de</strong> alteração, e outro <strong>do</strong>mínio fratura<strong>do</strong>, mais profun<strong>do</strong>, nas rochas <strong>do</strong><br />

Grupo Cuiabá, ambos são <strong>do</strong> tipo livre.<br />

Planície Fluvial - Terraços Altos<br />

Esta forma <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> correspon<strong>de</strong> à Planície <strong>de</strong> Inun<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, com perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

recorrência <strong>de</strong> cheias <strong>de</strong> cinco anos, atingin<strong>do</strong> a cota 148 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Cheias maiores<br />

ocorrem com perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> 50 anos atingin<strong>do</strong> a cota 150,23 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />

Apresenta superfície praticamente plana, sem dissecação ao longo <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá, sujeita a<br />

inun<strong>da</strong>ções nas cheias excepcionais, com terraços fluviais em posição topográfica visivelmente<br />

alça<strong>da</strong> em relação às margens <strong>do</strong> curso d’água, constituí<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>pósitos sedimentares, <strong>de</strong>ntre eles<br />

argilas expansivas.<br />

Nesta Planície Fluvial observa-se a presença <strong>de</strong> diques marginais, que são formas estreitas e<br />

alonga<strong>da</strong>s que se formam acompanhan<strong>do</strong> as margens <strong>do</strong> <strong>rio</strong>, resultantes <strong>do</strong> seu pretérito<br />

transbor<strong>da</strong>mento, constituí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> sedimentos semiconsoli<strong>da</strong><strong>do</strong>s silto-arenosos, livres <strong>da</strong>s<br />

inun<strong>da</strong>ções.<br />

Nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> o risco a alagamento e inun<strong>da</strong>ções nas cheias excepcionais é alto;<br />

quan<strong>do</strong> em solos argilosos, po<strong>de</strong>m-se observar processos <strong>de</strong> recalques e colapsos. Setores<br />

ligeiramente <strong>de</strong>clivosos permitem a instalação <strong>de</strong> processos erosivos, com possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver fenômenos <strong>de</strong> piping com manifestação <strong>de</strong> boçorocas. Tais processos <strong>da</strong> dinâmica<br />

superficial manifestam-se com similari<strong>da</strong><strong>de</strong> nas <strong>de</strong>mais <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> associa<strong>da</strong>s a Planícies e Terraços,<br />

que serão, a seguir, <strong>de</strong>scritas.<br />

Planície Fluvial - Terraços Baixos<br />

Superfície plana <strong>de</strong> formato alonga<strong>do</strong>, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s em alguns trechos <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Aricá-Açu com<br />

inun<strong>da</strong>ções freqüentes e presença <strong>de</strong> áreas alaga<strong>da</strong>s, constituin<strong>do</strong> <strong>de</strong>pósitos aluviais em superfícies<br />

praticamente planas ou levemente inclina<strong>da</strong>s, forman<strong>do</strong> um patamar entre o limite externo <strong>do</strong> canal<br />

fluvial e os <strong>de</strong>pósitos sedimentares atuais.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 16


Planície Aluvionar Meandriforme<br />

Superfície plana inundável nas cheias anuais, com presença <strong>de</strong> barras fluviais arenosas<br />

assinalan<strong>do</strong> a migração <strong>do</strong> canal fluvial, diques marginais e meandros aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s, que<br />

correspon<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>pósitos sedimentares <strong>do</strong> canal fluvial meandrante, com gênese associa<strong>da</strong> ao<br />

baixo gradiente <strong>de</strong> terrenos praticamente planos.<br />

Os meandros possuem feições características, como as margens côncavas, on<strong>de</strong> ocorre o<br />

processo <strong>de</strong> escavação (bancos <strong>de</strong> solapamento), enquanto nas margens convexas ocorre a<br />

sedimentação (point bar). Pântanos <strong>de</strong> reverso po<strong>de</strong>m ocorrer à retaguar<strong>da</strong> <strong>do</strong>s diques marginais,<br />

com presenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos orgânicos.<br />

Leque Fluvial<br />

Superfície plana composta pela coalescência <strong>de</strong> cones aluviais sujeita, concomitantemente,<br />

aos processos <strong>de</strong> sedimentação e erosão nas inun<strong>da</strong>ções anuais. A inun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>ssas áreas ocasiona<br />

a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> partículas, ao mesmo tempo em que o fluxo <strong>de</strong> água em filetes entrelaça<strong>do</strong>s na<br />

superfície <strong>do</strong> terreno provoca a erosão, muitas vezes individualizan<strong>do</strong> micror<strong>relevo</strong>s que<br />

poste<strong>rio</strong>rmente serão ocupa<strong>do</strong>s por térmitas edifican<strong>do</strong> os murundus.<br />

As <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> ante<strong>rio</strong>rmente <strong>de</strong>scritas, forma<strong>da</strong>s por processos agra<strong>da</strong>cionais, possuem o<br />

mesmo comportamento hidrogeológico e serão aqui individualiza<strong>da</strong>s em duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

aluviões: as <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong>s canais ativos <strong>da</strong>s drenagens e as <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s nas inun<strong>da</strong>ções<br />

sazonais. Formam um aqüífero poroso, extenso, livre, composto por lentes e cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> areia e<br />

conglomera<strong>do</strong>, intercala<strong>do</strong>s com sedimentos varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> argilo-arenoso a argilosos.<br />

Devi<strong>do</strong> à heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que varia tanto lateralmente<br />

como em profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, as melhores condições aqüíferas se encontram nas porções arenosas e<br />

conglomeráticas e as piores nas argilosas.<br />

O regime <strong>de</strong> recarga está liga<strong>do</strong> tanto à infiltração direta <strong>da</strong>s precipitações pluviométricas,<br />

quanto pela inun<strong>da</strong>ção sazonal <strong>do</strong>s cursos d’água que atingem gran<strong>de</strong>s áreas.<br />

Esses aqüíferos possuem alta vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à poluição e contaminação, embora mais<br />

vulneráveis nas porções on<strong>de</strong> afloram as areias e conglomera<strong>do</strong>s e menos vulneráveis nas porções<br />

mais argilosas.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 17


Superfície <strong>de</strong> chapa<strong>da</strong> observa<strong>da</strong> na<br />

área urbana <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong>.<br />

Colinas Médias e Amplas que recobrem o<br />

Planalto <strong>do</strong>s Guimarães, observa<strong>da</strong>s na Cachoeira<br />

Véu <strong>de</strong> Noiva, Parque Nacional <strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong>.<br />

Morros com Cristas e Encostas Ravina<strong>da</strong>s,<br />

observa<strong>do</strong>s ao longo <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via Emanuel<br />

Pinheiro, próximo ao <strong>rio</strong> Claro.<br />

Colinas Médias, observa<strong>da</strong>s em um<br />

loteamento <strong>de</strong> chácaras <strong>de</strong> recreio na ro<strong>do</strong>via<br />

Emanuel Pinheiro.<br />

Terraços baixos <strong>da</strong> Planície Fluvial <strong>do</strong> <strong>rio</strong><br />

Aricá ao fun<strong>do</strong>, contorna<strong>do</strong>s pelas rampas <strong>da</strong><br />

Depressão Pediplana<strong>da</strong>, em primeiro plano,<br />

mais eleva<strong>da</strong>s topograficamente.<br />

Colinas Amplas observa<strong>da</strong>s nas<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> estra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Água Fria.<br />

Escarpa erosiva <strong>de</strong> aspecto festona<strong>do</strong>,<br />

com feições ruiniformes, <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> tálus<br />

e esporões digita<strong>do</strong>s.<br />

Aspecto <strong>do</strong>s Morros e Morrotes<br />

Alinha<strong>do</strong>s, observa<strong>do</strong>s nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> ro<strong>do</strong>via Vicente Bezerra Neto.<br />

Rampas <strong>da</strong> Depressão Pediplana<strong>da</strong> ten<strong>do</strong><br />

ao fun<strong>do</strong> o morro <strong>do</strong> tipo inselberg,<br />

conheci<strong>do</strong> como Morro <strong>de</strong> Santo Antônio.<br />

Planície Aluvionar Meandriforme,<br />

evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> processo erosivo antrópico<br />

causa<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>smatamento <strong>da</strong>s margens<br />

côncavas <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Cuiabá.<br />

Morros e Morrotes Alonga<strong>do</strong>s, observa<strong>do</strong>s<br />

no Vale <strong>da</strong> Benção, nascentes <strong>do</strong> Rio Coxipó.<br />

Rampas Coluviona<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s nascentes e<br />

vere<strong>da</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Paciência, observa<strong>da</strong>s no Parque<br />

Nacional <strong>de</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Guimarães.<br />

Morrotes na zona norte <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuiabá.<br />

Planície Fluvial - terraços altos, mostran<strong>do</strong> a<br />

ocupação urbana em área <strong>de</strong> alto risco a<br />

inun<strong>da</strong>ção quan<strong>do</strong> <strong>da</strong>s cheias excepcionais.<br />

Superfície plana <strong>do</strong> Leque Fluvial<br />

<strong>do</strong> <strong>rio</strong> Aricá, com micror<strong>relevo</strong>s<br />

<strong>de</strong> térmitas.<br />

Figura 3: Aspectos <strong>da</strong>s <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> representa<strong>da</strong>s no Mapa Geomorfológico <strong>de</strong> Cuiabá, Várzea<br />

Gran<strong>de</strong> e Entorno. Fonte: Castro-Junior et al In: SIG CUIABÁ, 2006.<br />

I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 18


Conclusões<br />

É notável a interferência geológica e hidrogeológica nas águas superficiais. Ao norte <strong>da</strong> área,<br />

nas nascentes <strong>da</strong> <strong>bacia</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> Coxipó e Aricá as formações geológicas <strong>do</strong>am água para os <strong>rio</strong>s <strong>da</strong><br />

região, caracterizan<strong>do</strong>-os como <strong>rio</strong>s efluentes.<br />

Nos setores oeste e noroeste <strong>da</strong> área, nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estiagem a <strong>bacia</strong> hidrográfica apresenta<br />

muitos córregos e <strong>rio</strong>s intermitentes, ocorren<strong>do</strong> bruscas interrupções no fluxo ou mesmo seca total,<br />

durante vá<strong>rio</strong>s meses. Essas características são observa<strong>da</strong>s nos <strong>rio</strong>s Ban<strong>de</strong>ira, Esmeril e Pari.<br />

Os aqüíferos <strong>da</strong> região po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s grupos:<br />

Um aqüífero poroso, <strong>do</strong> tipo livre, composto pelas formações arenosas <strong>da</strong> Bacia Sedimentar<br />

<strong>do</strong> Paraná, nas <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s</strong> morfológicas Planalto Conserva<strong>do</strong> (Chapa<strong>da</strong>s, Colinas Amplas e Patamar)<br />

e Planalto Disseca<strong>do</strong> (Colinas Médias e Amplas, Escarpa Erosiva e Rampas Coluviona<strong>da</strong>s) e pelas<br />

Planícies e Leques Fluviais <strong>do</strong> Pantanal Matogrossense.<br />

O outro grupo é composto pelos aqüíferos fratura<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> tipo livre compostos pelas rochas <strong>do</strong><br />

Grupo Cuiabá na Depressão Disseca<strong>da</strong>, bem como na Depressão Pediplana<strong>da</strong>.<br />

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I Simpósio <strong>de</strong> Recursos Hídricos <strong>do</strong> Norte e Centro-Oeste. 20

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