Pai de bebé responde por homicídio qualificado - Região de Cister
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12 oPiniÃo<br />
opinião<br />
Champagne e caviar<br />
Emanuel Tomaz<br />
militante PS/Nazaré<br />
17 anos <strong>de</strong> PSD!<br />
17 anos <strong>de</strong><br />
inércia, <strong>de</strong><br />
suspeição, <strong>de</strong><br />
perseguição,<br />
controle<br />
dos media,<br />
<strong>de</strong>scalabro<br />
financeiro e do<br />
dasaparecimento<br />
da mais<br />
elementar regra<br />
da <strong>de</strong>mocracia: o<br />
<strong>de</strong>bate!<br />
JoRLiS, Lda<br />
Administração e Gestão<br />
arnaldo Sapinho<br />
Direcção Editorial<br />
José Ribeiro vieira<br />
orlando Cardoso<br />
arnaldo Sapinho<br />
Coor<strong>de</strong>nação Executiva<br />
Rui Pereira<br />
Director<br />
José Ribeiro vieira<br />
(jose.vieira@movicortes.pt)<br />
Live and let live! Se assim fosse, <strong>de</strong>certo que ninguém se<br />
im<strong>por</strong>tava! mas numa terra que tem estado a saque durante 17<br />
anos e num contexto <strong>de</strong> recursos limitados, isto tem sido “a la<br />
gardére” e o champagne e o caviar são sempre para os mesmos<br />
e <strong>por</strong> isso a Câmara da nazaré tem uma dívida <strong>de</strong> 26 milhões<br />
<strong>de</strong> euros e o Estado apresta-se para intervir, pondo travão no<br />
<strong>de</strong>scontrolo financeiro que tem feito fortunas à conta <strong>de</strong> todos<br />
nós. Segundo o ainda presi<strong>de</strong>nte, o dinheiro foi empregue na<br />
população, no social e nas pessoas.<br />
a recente <strong>de</strong>núncia do Centro Social <strong>de</strong> Famalicão acusando<br />
a autarquia nazarena <strong>de</strong> incumprimento que se arrasta há 23<br />
meses e cuja dívida <strong>de</strong> 129 mil euros se vai traduzir no corte das<br />
refeições das crianças, o corte no apoio à família, o não pagamento<br />
dos salários e o fim do apoio domiciliário bem como o<br />
fim do apoio às populações locais, põe a nu o discurso <strong>de</strong> Jorge<br />
barroso do investimento no social. a Câmara da nazaré <strong>de</strong>ve e<br />
não paga e há muito que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter credibilida<strong>de</strong>!<br />
Depois do escândalo que constituiu o não pagamento ao Estado<br />
dos <strong>de</strong>scontos dos funcionários camarários durante vários anos<br />
à Caixa Geral <strong>de</strong> aposentações, perfazendo o montante <strong>de</strong> um<br />
milhão e cem mil euros, <strong>de</strong>monstrando uma total falta <strong>de</strong> ética<br />
e <strong>de</strong> moral, o “affaire” Centro Social <strong>de</strong> Famalicão (que é apenas<br />
um entre muitos…) mostra a toda a socieda<strong>de</strong> nazarena o verda<strong>de</strong>iro<br />
Jorge barroso: um homem com um discurso promissor,<br />
mas com uma actuação digna <strong>de</strong> governante africano!<br />
Deixa como imagem <strong>de</strong> marca uma terra moribunda que parou<br />
no tempo, sem dinâmica, sem progresso, à beira da bancarrota<br />
e o facto <strong>de</strong> ter transformado a localida<strong>de</strong> numa municipalida<strong>de</strong>,<br />
empregando a granel antes das eleições e <strong>de</strong>spedindo em catadupa<br />
passado uns meses sem preocupação das pessoas e do<br />
social. tentou durante anos passar para o exterior uma imagem<br />
<strong>de</strong> letrado, mas a verda<strong>de</strong> é que se quer ser culto tem <strong>de</strong> saber<br />
que poesia concreta não é feita <strong>de</strong> alvenaria…<br />
Estamos perante o caso típico <strong>de</strong> alguém que confun<strong>de</strong> a gran<strong>de</strong><br />
obra do mestre Picasso, com a gran<strong>de</strong> pica-d’aço do mestre <strong>de</strong><br />
obra! Pena é que não tivesse tido outras veleida<strong>de</strong>s na aritmética,<br />
pois teria aprendido a fazer contas e não faria orçamentos <strong>de</strong><br />
20 milhões tendo apenas 5 milhões <strong>de</strong> receitas.<br />
os jantares <strong>de</strong> carnaval e as festas e romarias chegaram para<br />
se ir mantendo no po<strong>de</strong>r. E como cada terra tem aquilo que merece,<br />
todos aqueles que votaram nele <strong>por</strong> promessas ou <strong>por</strong> um<br />
emprego para os filhos, vão ter como prémio uma Câmara falida,<br />
um futuro cinzento para os filhos e responsabilida<strong>de</strong> intrínseca<br />
na estagnação <strong>de</strong>ste paraíso adiado chamado nazaré!<br />
17 anos <strong>de</strong> PSD! 17 anos <strong>de</strong> inércia, <strong>de</strong> suspeição, <strong>de</strong> perseguição,<br />
controle dos media, <strong>de</strong>scalabro financeiro e do dasaparecimento<br />
da mais elementar regra da <strong>de</strong>mocracia: o <strong>de</strong>bate! a<br />
recente entrega <strong>de</strong> pelouros a troco <strong>de</strong> um or<strong>de</strong>nado chorudo<br />
aos vereadores da oposição que lhe atrapalhavam os planos,<br />
foi o cair da máscara do homem que nunca teve um plano<br />
para a nazaré!<br />
Este natal que será triste e com um travo amargo para todas<br />
as crianças do Centro Social <strong>de</strong> Famalicão, terá a marca in<strong>de</strong>lével<br />
daquele que tanta <strong>de</strong>magogia usou no discurso social:<br />
Jorge barroso!<br />
Para os amigos “da cor” a quem dá or<strong>de</strong>nados chorudos, vai<br />
continuar a ser “a la carte”. Para quase todos os que atraiçoaram<br />
as suas convicções, se se sentirem enganados, lembrem-se que:<br />
Errar é humano… mas persistir no erro é <strong>de</strong> otário!… quem não<br />
é parte da solução, faz parte do problema!<br />
Redacção<br />
ana Ferraz Pereira (CP 2891)<br />
(ana.ferraz@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />
Joaquim Paulo (coor<strong>de</strong>nador) (CP 4229)<br />
(joaquim.paulo@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />
Luci <strong>Pai</strong>s (CP 6545)<br />
(luci.pais@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />
Luciano Larrossa<br />
(luciano.larrossa@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />
Colaboradores permanentes<br />
alexandra barata; Damião Leonel;<br />
Daniela Franco Sousa; Elisabete Cruz;<br />
Fernando José; Graça menitra; Jacinto<br />
Silva Duro; maria anabela Silva; miguel<br />
Sampaio; Paula Lagoa; Pedro Guerra;<br />
Raquel Sousa Silva; Ricardo Graça<br />
Colaboradores <strong>de</strong> opinião<br />
a<strong>de</strong>lino Granja; antónio ventura;<br />
Carlos bonifácio; César Santos; Gaspar<br />
vaz; Hélio Pires; isabel Fonseca; isabel<br />
Rufino; João Paulo Raimundo; manuel<br />
antónio Sequeira; orlando Rodrigues;<br />
Pimenta antunes; Rui Rasquilho<br />
Composição e paginação<br />
Jorlis, Lda<br />
Serviços administrativos,<br />
comerciais e assinaturas<br />
marlene Carreira<br />
(marlene.carreira@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />
(assinaturas@regiao<strong>de</strong>cister.pt)<br />
quinta-FEiRa 25 novEmbRo 2010<br />
opinião<br />
Acerca do religioso e divino<br />
António Ventura<br />
professor<br />
A mais perigosa<br />
ilusão da nossa<br />
civilização<br />
consiste em o<br />
homem preten<strong>de</strong>r<br />
libertar-se<br />
do sentido do<br />
transcen<strong>de</strong>nte<br />
e tornar-se ele<br />
próprio um <strong>de</strong>us<br />
proprieda<strong>de</strong>/Editor<br />
Jorlis – Edições e Publicações, Lda.<br />
Parque movicortes<br />
2403-001 azoia-Leiria<br />
Capital Social: 600.000 €<br />
Contribuinte: 502 010 401<br />
Sócios com mais 10%: movicortes,<br />
Serviços e Gestão, Lda.<br />
José Ribeiro vieira<br />
Morada<br />
av. Prof. Engenheiro vieira nativida<strong>de</strong>,<br />
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Telefone 262 598 627<br />
Fax 262 598 414<br />
não digamos que este tema, acerca do religioso, é uma reflexão<br />
que não vale a pena fazer, <strong>por</strong>que não nos leva a lado nenhum,<br />
ou que não tem interesse. tem interesse sim, <strong>por</strong>que afinal o<br />
fenómeno religioso é, antes <strong>de</strong> mais, um fenómeno cultural, característico<br />
<strong>de</strong> todos os povos. na verda<strong>de</strong>, se a quase totalida<strong>de</strong><br />
da população mundial segue uma <strong>de</strong>terminada religião, como<br />
po<strong>de</strong>remos dizer que não tem interesse?<br />
Sem querer ir ao fundo da questão, ou seja, que <strong>de</strong>us é esse que<br />
<strong>de</strong>u origem às religiões, eu fico pela superfície e prefiro reflectir,<br />
distinguir entre o religioso e o divino. não <strong>de</strong>vemos confundir estas<br />
duas realida<strong>de</strong>s, como aconteceu no passado, e em particular no<br />
oci<strong>de</strong>nte, e muito menos <strong>de</strong>vemos pensar que há uma religião<br />
verda<strong>de</strong>ira, e essa é o Cristianismo católico, apostólico, romano,<br />
como sempre Roma se empenhou em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Eu também já<br />
pensei assim, mas hoje penso que as religiões, todas as religiões,<br />
não passam <strong>de</strong> caminhos e todos muito tortuosos, semeados <strong>de</strong><br />
obstáculos que torcem e distorcem a i<strong>de</strong>ia do divino. ter uma religião<br />
não significa que <strong>de</strong>scobrimos o divino. Para fazermos a<br />
experiência do divino não é necessário sequer frequentarmos as<br />
igrejas, as sinagogas, as mesquitas, ou outros quaisquer templos.<br />
aí vive-se o religioso. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>scobrir o divino cá fora, na rua,<br />
na natureza, no silêncio, no nosso dia-a-dia, na preocupação pelos<br />
outros mas sobretudo po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>scobri-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós. Se <strong>por</strong><br />
um lado todas as religiões, à partida, estão vocacionadas para<br />
serem o meio on<strong>de</strong> nasce, cresce, se <strong>de</strong>senvolve e aprofunda a<br />
<strong>de</strong>scoberta do divino, <strong>por</strong> outro, creio que essa <strong>de</strong>scoberta não<br />
se faz nas exteriorida<strong>de</strong>s do religioso mas na intimida<strong>de</strong> da Razão.<br />
Po<strong>de</strong> parecer que sou um racionalista mas não é bem esse o caso. as<br />
profecias racionalistas sobre a religião, que anunciavam a morte <strong>de</strong><br />
Deus, mostraram-se falsas pois nem a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Deus morreu, nem<br />
a religião. a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um mundo sem religião aparece assim como<br />
uma utopia absurda. Po<strong>de</strong>ríamos viver num mundo sem religião?<br />
viveríamos melhor num mundo sem Deus? não sei, mas duvido.<br />
vão neste sentido as i<strong>de</strong>ias dum gran<strong>de</strong> filósofo Leszik Kolakowsky,<br />
polaco, partidário do marxismo Humanista falecido no mês <strong>de</strong><br />
Julho do ano passado, e que leccionou filosofia nas universida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> oxford, Yale e berkeley. Ele dizia que “é sumamente improvável<br />
que a Humanida<strong>de</strong>, privada das suas tradições religiosas, <strong>por</strong> serem<br />
tecnologicamente inúteis, pu<strong>de</strong>sse ser mais feliz. a sobrevivência<br />
da nossa herança religiosa é condição para a sobrevivência da<br />
civilização. a mais perigosa ilusão da nossa civilização consiste<br />
em o homem preten<strong>de</strong>r libertar-se do sentido do transcen<strong>de</strong>nte<br />
e tornar-se ele próprio um <strong>de</strong>us. isso seria o mais impressionante<br />
instrumento <strong>de</strong> suicídio criado pela cultura humana. quando a<br />
cultura per<strong>de</strong> o sentido do sagrado, do espiritual, per<strong>de</strong> todo o<br />
sentido”. a esta i<strong>de</strong>ia eu acrescento uma outra: a <strong>de</strong> que é preciso<br />
arrumar a casa <strong>por</strong>que encontrar o divino na trapalhada das religiões<br />
não é possível. toda a mensagem divina rejeita o extremismo, o<br />
fanatismo, a violação dos direitos humanos assim como rejeita o<br />
dogmatismo, o absolutismo ou a infalibilida<strong>de</strong> aqui está o sentido<br />
<strong>de</strong>sta minha reflexão: o religioso não é a mesma coisa que o divino.<br />
o religioso é o visível, e o divino é o invisível. o religioso é o dizível,<br />
e o divino, o indizível. o divino será belo, mas encontrar beleza<br />
nas religiões não é nada fácil. na religião há coisas a mais e divino<br />
a menos. E como se isso fosse pouco, a igreja Católica não pára <strong>de</strong><br />
a encher sempre um pouco mais, com novos santos e santas em<br />
cujos altares os religiosos se ajoelham e acen<strong>de</strong>m velas e pe<strong>de</strong>m<br />
milagres. o escritor e pensador israelita, amos oz, no seu livrinho<br />
“Contra o Fanatismo” diz o seguinte: “querido Deus, <strong>por</strong> favor, dizme,<br />
<strong>de</strong> uma vez <strong>por</strong> todas, qual é a verda<strong>de</strong>ira religião.” E Deus<br />
respon<strong>de</strong>:” Para te dizer a verda<strong>de</strong>, meu filho, não sou religioso,<br />
nunca o fui, nem sequer estou interessado na religião”.<br />
internet www.regiao<strong>de</strong>cister.pt<br />
Email geral@regiao<strong>de</strong>cister.pt<br />
impressão<br />
GRaFEDiSPoRt<br />
impressão e artes Gráficas, S.a.<br />
Distribuição Jorlis, Edições<br />
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Dia <strong>de</strong> publicação quinta-feira<br />
preço avulso 0,80 €<br />
Assinaturas 25€ (Portugal),<br />
42€ (restantes países da Europa),<br />
50€ (outros países do mundo)<br />
15€ (on line)<br />
Tiragem Média 4.500 exemplares<br />
n.º <strong>de</strong> Registo 116 942<br />
Depósito Legal 65280/93<br />
Membro<br />
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