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GERENCIAMENTO DE CONFLITOS EM PROJETOS - LabCEO

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ELISABETE FERREIRA <strong>DE</strong> ANDRA<strong>DE</strong><br />

<strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CONFLITOS</strong> <strong>EM</strong> <strong>PROJETOS</strong><br />

Orientadora:<br />

Sônia Lopes da Silva, M.Sc.<br />

Niterói<br />

2010<br />

1<br />

Monografia apresentada ao curso<br />

MBA em Gerência de Projetos, Pós<br />

Graduação lato-sensu, da<br />

Universidade Federal Fluminense<br />

como requisito parcial para a<br />

obtenção do Grau de Especialista<br />

em Gerência de Projetos.


<strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CONFLITOS</strong> <strong>EM</strong> <strong>PROJETOS</strong><br />

Aprovada em 17 de abril de 2010.<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

Prof. Luis Antônio da Paz Campagnac, D.Sc.<br />

(Universidade Federal Fluminense)<br />

Prof. Manoel Franklin de Sá, M.Sc.<br />

(Universidade Federal Fluminense)<br />

Profª. Sônia Lopes da Silva, M.Sc.<br />

(Universidade Federal Fluminense)<br />

2<br />

Monografia apresentada ao curso<br />

MBA em Gerência de Projetos, Pós<br />

Graduação lato-sensu, da<br />

Universidade Federal Fluminense<br />

como requisito parcial para a<br />

obtenção do Grau de Especialista<br />

em Gerência de Projetos.<br />

.<br />

.<br />

.


3<br />

Dedico este trabalho<br />

aos meus pais, Jorge e Elisabete;<br />

aos meus irmãos, Marcio e Viviane;<br />

aos meus cunhados Fellipe e Juliana<br />

e a Minha Neném , Maria Júlia<br />

pelo que representam em minha vida.


4<br />

”Seja bom com os outros.<br />

A distância que você caminha na vida<br />

vai depender da sua ternura com os jovens,<br />

da sua compaixão com os idosos,<br />

sua compreensão com aqueles que lutam,<br />

da sua tolerância com os fracos e os fortes.<br />

Porque algum dia na vida você poderá ser um deles.”<br />

George Washington Carver


À Deus, por tudo recebido até aqui.<br />

AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />

“Se você deseja um ano de prosperidade, cultive grãos.<br />

Se você deseja 10 anos de prosperidade, cultive árvores.<br />

Se você deseja 100 anos de prosperidade, cultive gente.”<br />

Ditado chinês<br />

À Professora Sônia Lopes da Silva pelas dicas, orientação, apoio e compreensão<br />

durante o desenvolvimento deste Trabalho.<br />

Aos Companheiros da turma GPRio 3 pelo convívio desse um ano e meio. Em<br />

especial ao Marco, Silmar, Antônio, Heline, Hercília e Jaqueline pelas trocas<br />

durante os trabalhos em grupo.<br />

À minha Família e aos Amigos que acompanharam e me apoiaram durante toda<br />

essa trajetória e tiveram paciência em momentos difíceis.<br />

5


RESUMO<br />

Neste trabalho é apresentada uma revisão bibliográfica sobre Gestão de Conflitos<br />

em Projetos.<br />

Para detalhar este tema são abordados aspectos de Gerência de Projetos e de<br />

Pessoas, algumas características de conflitos e como enfrentar situações<br />

conflituosas num ambiente de projetos.<br />

Liderança, incluindo maturidade em projetos, também são descritos pois são<br />

considerados complementares ao tema principal, uma vez administrar conflito pode<br />

ser uma oportunidade para o Gerente de Projetos transformá-lo em um aspecto<br />

positivo.<br />

Ao final, além da conclusão, são apresentadas algumas sugestões ou orientações<br />

para gerir uma equipe em um ambiente de conflito.<br />

Palavras-chaves: Gerente de projetos. Gerenciamento de pessoas. Conflito.<br />

Liderança.<br />

6


ABSTRACT<br />

This work makes a conflict management review within the project environment.<br />

In order to detail this theme some aspects of project and people management are<br />

presented, some characteristics of conflict and how to deal with these situations in<br />

an environment of projects.<br />

Leadership, including maturity in projects, are also described because they are<br />

considered complementary to the main theme, once manage conflict can be an<br />

opportunity for a Project Manager to turn it into a positive aspect.<br />

In the end, than the conclusion, are some suggestions or guidelines to manage a<br />

team in an environment of conflict.<br />

Keywords: Project manager. Managing people. Conflict. Leadership.<br />

7


ANS Padrão Nacional Americano<br />

LISTA <strong>DE</strong> ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

ANSI Instituto de Padrões Nacional Americano<br />

CPM Critical Path Method<br />

GP Gerente de Projetos<br />

ONU Organização das Nações Unidas<br />

PMBOK Project Management Body of Knowledge<br />

PMI Project Management Institute<br />

PMO Project Management Office<br />

PMP Project Management Professional<br />

PERT Program Evaluation and Review Technique<br />

8


LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

Figura 1 Sequência típica de fases no ciclo de vida de um projeto. 20<br />

Figura 2 Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo 21<br />

do ciclo de vida.<br />

Figura 3 Relação entre os stakeholders e a equipe do projeto. 23<br />

Figura 4 Comparação entre visão tradicional e interacionista. 45<br />

Figura 5 Relacionamento típico entre desempenho e estresse. 52<br />

Figura 6 Métodos de gerenciamento de conflitos. 53<br />

Figura 7 Os 4 estilos de liderança e as fases da maturidade 56<br />

da Teoria da Liderança Situacional.<br />

9


1. INTRODUÇÃO<br />

SUMÁRIO<br />

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 12<br />

1.2 SITUAÇÃO PROBL<strong>EM</strong>A 12<br />

1.3 OBJETIVOS 13<br />

1.3.1 Objetivo geral 13<br />

1.3.2 Objetivos específicos 13<br />

1.4 <strong>DE</strong>LIMITAÇÃO DO T<strong>EM</strong>A 14<br />

1.5 RELEVÂNCIA DO T<strong>EM</strong>A 14<br />

1.6 QUESTÕES DA PESQUISA 15<br />

1.7 METODOLOGIA DO ESTUDO 15<br />

1.8 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 15<br />

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17<br />

2.1 PROJETO 17<br />

2.1.1. Histórico do Gerenciamento de Projetos 17<br />

2.1.2 Projeto: Conceitos 19<br />

2.2 ÁREAS DO CONHECIMENTO <strong>EM</strong> <strong>PROJETOS</strong> 24<br />

2.2.1 Gerenciamento de integração do projeto 24<br />

2.2.2 Gerenciamento de Escopo 24<br />

2.2.3 Gerenciamento de Tempo 26<br />

2.2.4 Gerenciamento de Custos 27<br />

2.2.5 Gerenciamento de Qualidade 29<br />

2.2.6 Gerenciamento de Recursos Humanos do projeto 32<br />

2.2.7 Gerenciamento das comunicações do projeto 33<br />

2.2.8 Gerenciamento de Risco 33<br />

2.2.9 Gerenciamento de Aquisições 35<br />

2.3 <strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> PESSOAS <strong>EM</strong> PROJETO 38<br />

2.3.1 Histórico do Gerenciamento de Pessoas 38<br />

2.3.2 Gerente de Projetos 40<br />

2.4 CONFLITO 41<br />

2.4.1 A NATUREZA DOS <strong>CONFLITOS</strong> 43<br />

10


2.4.1.1 Quanto aos comportamentos 43<br />

2.4.1.2 Quanto aos contrários 43<br />

2.4.1.3 Quanto aos momentos de ação 44<br />

2.4.2 VISÃO DOS <strong>CONFLITOS</strong> 44<br />

2.4.3 NÍVEIS <strong>DE</strong> <strong>CONFLITOS</strong> 45<br />

2.4.3.1 Intrapessoal 46<br />

2.4.3.2 Interpessoal 46<br />

2.4.3.3 Intragrupal 46<br />

2.4.3.4 Intergrupal 46<br />

2.4.4 ANÁLISE DOS <strong>CONFLITOS</strong> 47<br />

2.4.5 SITUAÇÕES <strong>DE</strong> <strong>CONFLITOS</strong>: COMO ENFRENTÁ-LAS 48<br />

2.4.5.1 Com base na solubilidade 48<br />

2.4.5.2 Com base na intensidade 48<br />

2.4.5.3 Mediação e conciliação 49<br />

2.4.5.4 Formas de intervir 49<br />

2.4.6 CONFLITO NO AMBIENTE <strong>DE</strong> PROJETO 51<br />

2.4.6.1 Como negociar/gerenciar 52<br />

3. LI<strong>DE</strong>RANÇA 54<br />

3.1 Liderando pelo conflito 58<br />

4. CONCLUSÃO 61<br />

4.1 Orientações ou sugestões para gerir uma equipe em conflito 61<br />

BIBLIOGRAFIA 63<br />

11


1. INTRODUÇÂO<br />

1.1 CONTEXTUALIZAÇÂO<br />

A globalização é um desafio que os Gerentes de Projetos devem enfrentar<br />

para se manterem competitivos num mundo em constante mudança. Sendo assim, a<br />

formação de equipes em Projetos não se dá somente pela união de pessoas visando<br />

a realização de uma determinada tarefa, inclui a discussão de valores, visão,<br />

missão, expectativas e normas. As equipes deverão ser desenvolvidas de acordo<br />

com etapas estabelecidas: definição de objetivos, inventário das competências,<br />

plano de desenvolvimento individual (PDI), execução do plano, acompanhamento<br />

gerencial, avaliação de desempenho. A partir daí, surge o desafio de liderar com<br />

diferenças culturais e de onde saem os Conflitos.<br />

Conflito é parte da natureza humana e uma força construtiva da sociedade.<br />

De acordo com o professor da London Business School, Nigel Nicholson, conflito<br />

não é algo para se evitar e sim para se administrar.<br />

Idéias fixas, pré-determinadas, imutáveis, têm grande tendência à<br />

paralisação, ao preconceito e não deixam a criatividade aflorar.<br />

Nascendo de diferenças e/ou divergências, os conflitos tendem a incomodar, à gerar<br />

tensão. Essa energia que tensiona é a mesma que produz movimento, que induz à<br />

ação, sendo este o aspecto positivo do momento de conflito.<br />

Estimula-se a análise e a reflexão, se induz ao movimento, à ação, o conflito não<br />

pode ser visto sempre como algo negativo na vida do ser humano.<br />

Para que sua positividade possa acontecer vai depender de como lidamos com<br />

estas questões.<br />

1.2 SITUAÇÃO PROBL<strong>EM</strong>A<br />

O tema dissertado foi escolhido, pois conflito é considerado um dos pontos<br />

central no gerenciamento do relacionamento dentro de equipes de um projeto, dada<br />

às diversidades encontradas entre elas. Durante o desenvolvimento de um projeto,<br />

12


gerenciar conflitos é um desafio para o Gerente de Projeto. O GP deveria usar esta<br />

situação como uma forma de liderar, agindo como um mediador.<br />

Às vezes, os conflitos ocorrem porque os líderes falham no autocontrole e na<br />

autoavaliação. Há necessidade que os líderes estejam abertos a aprender e a ser<br />

inovadores.<br />

Um gerenciamento de conflitos bem-sucedido resulta em maior produtividade<br />

e relações de trabalho positivas. Regras básicas da equipe, normas de grupo e<br />

práticas sólidas de gerenciamento de projetos, como planejamento das<br />

comunicações e definição de funções, reduzem a quantidade de conflitos. Quando<br />

gerenciadas adequadamente, as diferenças de opinião são saudáveis, mas quando<br />

as diferenças se tornam um fator negativo, os membros da equipe do projeto são<br />

inicialmente responsáveis pela resolução de seus próprios conflitos. Se o conflito<br />

aumentar, o gerente de projetos deverá ajudar a facilitar uma resolução satisfatória.<br />

O conflito deverá ser tratado no início e geralmente em particular, usando<br />

uma abordagem direta e colaborativa. Se o conflito prejudicial continuar, será<br />

necessário usar procedimentos cada vez mais formais, inclusive a possível utilização<br />

de ações disciplinares.<br />

1.3 OBJETIVOS<br />

1.3.1 Geral<br />

Fazer uma revisão bibliográfica sobre Gestão de conflitos em Projetos,<br />

abordando algumas características sobre conflitos e projetos, e discurssar sobre o<br />

tema como liderar pelo conflito.<br />

1.3.2 Objetivos Específicos:<br />

• Fazer uma revisão bibliográfica sobre os temas principais do trabalho - projeto e<br />

conflito - caracterizando-os;<br />

13


• Descrever e caracterizar formas de liderança, já que a problemática do trabalho<br />

envolve este tema;<br />

• Discutir o gerenciamento de conflitos relacionando-o a liderança e a maturidade;<br />

• Descrever sobre o tema da liderança pelo conflito.<br />

1.4 <strong>DE</strong>LIMITAÇÃO DO T<strong>EM</strong>A<br />

Em relação ao tema Projeto será adotada a abordagem do PMBOK 2004,<br />

mas, temas e itens serão algumas vezes complementados por outros autores que<br />

também se dedicaram ao estudo da Gerência de Projetos.<br />

Serão utilizadas bibliografias relacionadas à gestão de pessoas, negociação e<br />

liderança para serem associados à gestão de conflitos em um ambiente de projetos.<br />

1.5 RELEVÂNCIA DO T<strong>EM</strong>A<br />

Vivenciar um conflito é a porta de entrada para o consenso que nada mais é<br />

do que uma mistura de idéias comparadas e uma conclusão assertiva e comum<br />

sobre um determinado tema.<br />

Saber lidar com situações conflituosas é saber gerenciar as próprias<br />

emoções. A raiva e o medo não são emoções negativas se bem utilizadas e<br />

controladas, elas podem ser gerenciadas de maneira que se transformem em<br />

energia produtiva e criativa. Entender e utilizar estas emoções a nosso favor,<br />

pensando em amadurecimento e crescimento é uma questão de autoconhecimento<br />

e autocontrole.<br />

Gerenciar conflitos é antes de tudo aceitar que os seres humanos são<br />

diferentes, podem pensar diferente, podem ter objetivos diferentes, valores<br />

diferentes e, mesmo assim, conviverem de maneira saudável e com qualidade.<br />

Entender as diferenças como forma de crescimento é o primeiro passo para o<br />

gerenciamento de conflitos. A idéia diferente pode existir e nem por isso deve ser<br />

uma ameaça à integridade física e/ou emocional da pessoa. Saber ouvir estas<br />

diferenças, analisar, ponderar, refletir, são outras habilidades importantes para o<br />

bom gerenciamento.<br />

14


Transformar o negativo em positivo é só uma questão de ponto de vista.<br />

Refletir e analisar são habilidades que se encarregam desta transformação.<br />

Diante do exposto, pode-se considerar o tema de grande relevância para o<br />

gerenciamento das pessoas/stakeholders em gerenciamento de Projetos.<br />

1.6 QUESTÕES DA PESQUISA<br />

Tendo como base o exposto acima, algumas questões foram levantadas para<br />

que sejam respondidas nesta revisão:<br />

• Quais as principais características de conflitos em projetos?<br />

• Como um conflito pode ser benéfico em um ambiente de projeto?<br />

• Como liderar em um ambiente de Conflito?<br />

1.7 METODOLOGIA DO ESTUDO<br />

Foi feita revisão e discussão dos temas, já citados, através de pesquisa<br />

bibliográfica baseada em publicações em geral (livros, revistas, jornais e rede<br />

eletrônica).<br />

1.8 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO<br />

O capítulo 1 deste trabalho apresenta a contextualização do tema, a situação<br />

problema, os objetivos do trabalho, a delimitação do estudo, relevância do tema, a<br />

metodologia utilizada e a forma como o trabalho está organizado.<br />

O segundo capítulo faz uma revisão bibliográfica dos temas principais,<br />

projetos e conflito, apresentando um breve histórico de gerenciamento de projetos e<br />

de pessoas, descreve conceitos e características de projetos, de gerente de projetos<br />

e sobre conflitos, abordando:<br />

15


1. A natureza/origem dos conflitos<br />

2. Visão dos conflitos (tradicional, contemporânea e interacionista)<br />

3. Niveis (intrapessoal, interpessoal, intragrupal e intergrupal)<br />

4. Análise dos conflitos<br />

5. Situações de conflito: como enfrentá-las<br />

O terceiro capítulo começa com abordagem sobre liderança, considerando<br />

tipos e características, para introduzir a problemática do trabalho: Liderança X<br />

conflito.<br />

No quarto capítulo estão descritas as conclusões em relação aos objetivos<br />

traçados, as considerações finais assim como uma análise das questões de estudo<br />

propostas e suas futuras aplicações.<br />

Além dos capítulos descritos acima, no quinto pode-se encontrar as<br />

Referências Bibliográficas.<br />

16


2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 PROJETO<br />

Do latim projectus, “é a ação de lançar para frente, de se estender, extensão”.<br />

Às várias definições de projeto, cada pessoa/empresa associa um significado<br />

próprio, dependendo do que esteja realizando, ou com a intenção de realizar.<br />

Projetos.<br />

Abaixo serão apresentadas algumas considerações sobre Gerenciamento de<br />

2.1.1 Histórico de Gerenciamento de Projetos<br />

As grandes organizações como o império romano, a igreja católica e os<br />

exércitos, tinham tanta necessidade de administração como hoje tem o governo<br />

federal, a ONU, as universidades e as prefeituras. Por causa dessa necessidade,<br />

gerentes e outros profissionais vêm desenvolvendo técnicas e aprimorando<br />

conhecimentos para que consigam atingir melhor, seus objetivos.<br />

Na Europa do Século XVIII, durante a Revolução Industrial, começaram a<br />

aparecer os primeiros conceitos de administração - a divisão de trabalho - e assim<br />

surgem os princípios da gerência de projetos. No livro As Riquezas das Nações,<br />

1776, Adam Smith evidenciou as vantagens do principio da divisão do trabalho, e<br />

entre elas estava fazer mais de maneira eficiente, e operários especializados seriam<br />

mais eficientes.<br />

No inicio do século XX, a administração estava focada na produção eficiente<br />

de bens, para atender um mercado sempre crescente. Mais tarde, esse foco<br />

deslocou-se para a competitividade, o que tornou mais exigente a tarefa de gerir as<br />

novas organizações.<br />

Frederick Winslow Taylor (1856-1915) demonstrou que o trabalho pode ser<br />

analisado e aperfeiçoado a partir do foco em pequenas partes para o todo. Para ele,<br />

o trabalhador não precisava pensar, mas teria que participar. Assim, no centro da<br />

ideia taylorista há uma enfática proposta de participação do trabalhador, mas, no<br />

resultado e não na formulação dos processos ou das decisões, que cabiam ao<br />

17


"gestor científico". Taylor era considerado o “pai dos processos de automação”<br />

(Clemente Nóbrega, 1997).<br />

O sócio de Taylor, Henry Gantt (1861-1919), estudou detalhadamente a<br />

ordem de operações no trabalho. Gantt construiu diagramas com barras de tarefas e<br />

marcos, que esboçam a sequência e a duração de todas as tarefas em um processo.<br />

Os diagramas de Gantt provaram ser uma ferramenta analítica poderosa para<br />

gerentes e foi atualizado com a inserção de linhas de ligação às barras de tarefa que<br />

mostram dependências entre elas. Taylor, Gantt e outros estudiosos ajudaram a<br />

desenvolver o processo de gerência como uma função distinta de negócio, que<br />

requer estudo e disciplina.<br />

Na década de 50 teve início a era moderna da gerência de projeto, as<br />

estratégias de marketing, a psicologia industrial e as relações humanas começaram<br />

a integrar o gerenciamento dos negócios e a administração das empresas.<br />

Ainda nesse período, dois modelos de projeto matemático foram<br />

desenvolvidos por DuPont Corporation e Remington Rand Corporation: Program<br />

Evaluation and Review Technique (PERT) e o Critical Path Method (CPM). Essas<br />

técnicas foram desenvolvidas para planejamento e controle de projetos e utilizam<br />

principalmente os conceitos de redes para planejar e visualizar a coordenação das<br />

atividades do projeto. Um exemplo da utilização de PERT/CPM é o planejamento e o<br />

gerenciamento da construção civil.<br />

Em 1969, o Project Management Institute (PMI ® ) foi fundado e iniciou o<br />

desenvolvimento de um conjunto de boas práticas de gerenciamento de projetos<br />

(PMBOK ® ) para servir aos interesses das mais diversas empresas, da indústria de<br />

software à de construção. O PMBOK ® , Project Management Body of Knowledge, foi<br />

aprovado como um Padrão Nacional Americano (ANS) pelo Instituto de Padrões<br />

Nacional Americano (ANSI). Desde 1984 o PMI ® tem se dedicado a desenvolver e<br />

manter um rigoroso programa de certificação profissional para promover o<br />

crescimento da profissão de Gerenciamento de Projetos. A certificação de Project<br />

Management Professional (PMP ® ) do PMI ® é a credencial mais reconhecida<br />

mundialmente para indivíduos envolvidos com o Gerenciamento de Projetos. Em<br />

1999, o PMI ® se tornou a primeira organização no mundo a ter seu Programa de<br />

Certificação reconhecido pela ISO 9001.<br />

A partir deste período, o gerenciamento de projetos começou a tomar uma<br />

forma moderna. Os vários modelos de negócio que se desenvolveram nesta época<br />

18


compartilharam uma estrutura de suporte comum: projetos são liderados por um<br />

gerente, que reúne pessoas em um time e assegura a integração e comunicação de<br />

fluxos de trabalho, através de diferentes departamentos.<br />

A maioria das organizações entende que precisam deste conhecimento de<br />

gerir projetos para obter sucesso. O PMI ® estima que aproximadamente 25% do PIB<br />

mundial são aplicados em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais<br />

estão envolvidos diretamente com alguma metodologia de gerenciamento de<br />

projetos no mundo (Torreão, 2007).<br />

Este volume de projetos e as mudanças no cenário mundial geram a<br />

necessidade de resultados mais rápidos, com qualidade maior e custo menor. É<br />

neste contexto que se insere o Moderno Gerenciamento de Projetos, com distintas<br />

metodologias, cada qual com vantagens e desvantagens.<br />

2.1.2 Projeto: Conceitos<br />

Projeto é um processo único, consistindo de um grupo de<br />

atividades coordenadas e controladas com datas para início e término,<br />

empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos específicos,<br />

incluindo limitações de tempo, custo e recursos. (ISO 10006, 1997)<br />

De acordo com o PMI ® (2004), Projeto é um esforço temporário empreendido<br />

para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Todo o projeto possui um<br />

início e um final definidos, é finito. Considera-se o final quando seus objetivos<br />

tiverem sido atingidos ou quando os mesmos não serão ou não poderão ser<br />

atingidos.<br />

Os projetos são um meio de organizar atividades que não podem ser<br />

abordadas dentro dos limites operacionais normais da organização. São<br />

freqüentemente utilizados como um meio de atingir o plano estratégico de uma<br />

organização.<br />

A organização ou os gerentes de projetos podem dividir projetos em fases,<br />

conhecidas como o ciclo de vida do projeto, para oferecer melhor controle gerencial.<br />

O ciclo de vida do projeto define as fases que conectam o início de um projeto<br />

ao seu final. Geralmente é feito um estudo de viabilidade para definir se o projeto<br />

deve ser realizado ou não.<br />

19


Não existe uma única e melhor maneira de definir o ciclo de vida ideal de um<br />

projeto, mas eles geralmente cabem as seguintes definições:<br />

• Que trabalho técnico deve ser executado por fase;<br />

• Quando as entregas devem ser geradas em cada fase e como cada entrega é<br />

revisada, validada e verificada;<br />

• Quem está envolvido em cada fase;<br />

• Como controlar e aprovar cada fase.<br />

• As descrições dadas ao ciclo de vida de um projeto podem ir das mais genéricas<br />

as mais detalhadas, mas a maioria dos ciclos de vida do projeto compartilha<br />

diversas características comuns (figura 1):<br />

• Fases seqüenciais e normalmente definidas por algum formulário de transferência<br />

ou entrega;<br />

• Níveis de custos e de pessoal baixo no início podendo atingir valor máximo nas<br />

fases intermediárias e caindo rapidamente no final;<br />

• Nível de incerteza maior no início, normalmente declinando no decorrer do<br />

projeto;<br />

• Influência das partes interessadas no resultado do projeto é mais alta no início e<br />

vai ficando menor conforme o andamento do projeto.<br />

Figura 1 – Sequência típica de fases no ciclo de vida de um projeto (PMI, 2004, p.23).<br />

A transição de uma fase para a outra dentro do ciclo de vida de um projeto em<br />

geral é definida por alguma forma de entrega. As entregas de uma fase geralmente<br />

são revisadas e aprovadas antes que seja iniciada a próxima fase (Figura 2). No<br />

20


entanto, não é incomum que uma fase seja iniciada antes da aprovação das<br />

entregas da fase anterior. Essa prática de sobreposição de fases é um exemplo da<br />

aplicação da técnica de compressão do cronograma denominada paralelismo.<br />

Figura 2: Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo do seu ciclo de vida<br />

(PMI, 2004, p.21).<br />

O sistema de gerenciamento de projetos é o conjunto de ferramentas,<br />

técnicas, metodologias, recursos e procedimentos usados para gerenciar um projeto.<br />

Ele pode ser formal ou informal e ajuda o gerente de projetos a conduzir um projeto<br />

ao seu término de modo eficaz.<br />

O plano de gerenciamento do projeto descreve como o sistema de<br />

gerenciamento de projetos será usado e seu conteúdo irá variar de acordo com a<br />

área de aplicação, a influência organizacional e a complexidade do projeto.<br />

Se existir um escritório de projetos (PMO) na organização executora, uma de<br />

suas funções normalmente será a de gerenciar o sistema de gerenciamento de<br />

projetos, para garantir a consistência na aplicação e a continuidade nos diversos<br />

projetos que estão sendo realizados.<br />

Isso não significa que o conhecimento, as habilidades e os processos<br />

descritos devam ser sempre aplicados uniformemente em todos os projetos. O<br />

Gerente de Projetos em colaboração com a equipe do projeto é sempre responsável<br />

pela determinação dos processos adequados e do grau adequado de rigor de cada<br />

processo, para qualquer projeto específico.<br />

Os processos são agregados em cinco grupos, definidos como os grupos de<br />

processos de gerenciamento de projetos:<br />

21


• Iniciação – Processos que ocorrem no início do projeto e têm como finalidade<br />

identificar o objetivo do projeto ou fase;<br />

• Planejamento – Processos que permitem o detalhamento dos objetivos e do<br />

escopo do projeto, bem como da seleção da melhor das alternativas de ação para<br />

alcançar os objetivos que o projeto estiver comprometido em atender. Planejar é<br />

um esforço contínuo por todo o projeto;<br />

• Execução – É o responsável por fazer que as atividades planejadas aconteçam.<br />

Nestes processos são necessárias habilidades técnicas e de relacionamento<br />

interpessoal. Os processos de execução e controle estão estreitamente<br />

interligados.<br />

• Controle – Processos utilizados para o acompanhamento do desempenho das<br />

atividades. Têm o objetivo de identificar algum desvio em relação ao plano,<br />

permitindo adotar ações corretivas de forma a recolocar o projeto dentro do<br />

planejado. Dados sobre o status e o progresso do projeto devem ser coletados<br />

periodicamente para o acompanhamento e controle do projeto, medindo a eficácia<br />

do Plano para o projeto.<br />

• Encerramento – Processos utilizados no fechamento do projeto, como condução<br />

de lições aprendidas, avaliações e documentação final do projeto e o aceite do<br />

cliente.<br />

Partes interessadas no projeto ou stakeholders são pessoas e organizações<br />

ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses podem ser afetados como<br />

resultado da execução ou do término do projeto (figura 3). Eles podem também<br />

exercer influência sobre os objetivos e resultados do projeto. A equipe de<br />

gerenciamento de projetos precisa identificar os stakeholders e gerenciar suas<br />

influências em relação aos requisitos do Projeto para garantir seu sucesso.<br />

22


Figura 3: ilustra a relação entre os stakeholders e a equipe do projeto<br />

(PMI, 2004, p. 25).<br />

Não basta suprir as exigências do cliente; os projetos bem sucedidos<br />

têm de corresponder a todas as expectativas dos participantes. ...<br />

A satisfação de todos os participantes é um alvo difícil,<br />

particularmente se eles aparecem mais adiante no projeto com novos<br />

pedidos e exigências ...<br />

É fundamental que os gerentes de projeto saibam exatamente desde<br />

o início quem são os participantes e o que eles querem.<br />

(Verzuh, 2000, p.62)<br />

Os stakeholders possuem diversos níveis de responsabilidade e de<br />

autoridade quando participam de um projeto. As responsabilidades, tanto dos<br />

stakeholders como o do GP, precisam ser respeitadas para que não tenham um<br />

impacto prejudicial nos objetivos do projeto.<br />

Os principais stakeholders em todos os projetos incluem:<br />

• Gerente de projetos - Responsável pelo gerenciamento;<br />

• Cliente/usuário - Quem utilizará o produto do projeto;<br />

• Organização executora - Empresa cujos funcionários estão mais diretamente<br />

envolvidos na execução do trabalho;<br />

• Membros da equipe do projeto - Responsáveis pela execução do projeto;<br />

• Equipe de gerenciamento de projetos - Membros da equipe que estão envolvidos<br />

nas atividades de gerenciamento;<br />

• Patrocinador - Responsável pelo fornecimento de recursos financeiros;<br />

• Influenciadores - Aqueles que não estão diretamente relacionados à aquisição ou<br />

ao uso do produto do projeto, mas que, podem influenciar, positiva ou<br />

negativamente, no andamento do projeto;<br />

23


• PMO - Se existir na organização executora, o PMO poderá ser uma parte<br />

interessada se tiver responsabilidade direta ou indireta pelo resultado do projeto.<br />

2.2 AS 9 ÁREAS DO CONHECIMENTO DO <strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PROJETOS</strong><br />

2.2.1 Gerenciamento de integração do projeto<br />

Esta área do projeto inclui os processos e as atividades necessárias para<br />

identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os diversos processos e atividades<br />

de gerenciamento de projetos dentro dos grupos de processos de gerenciamento de<br />

projetos. No contexto do gerenciamento de projetos, a integração inclui<br />

características de unificação, consolidação, articulação e ações integradoras que<br />

são essenciais para o término do projeto, para atender com sucesso às<br />

necessidades do cliente e de outras partes interessadas e para gerenciar as<br />

expectativas. A integração, no contexto do gerenciamento de um projeto, consiste<br />

em fazer escolhas sobre em que pontos concentrarem recursos e esforço e em<br />

qualquer dia específico, antecipando possíveis problemas, tratando-os antes de se<br />

tornarem críticos e coordenando o trabalho visando o bem geral do projeto. O<br />

esforço de integração também envolve fazer compensações entre objetivos e<br />

alternativas conflitantes. A necessidade de integração no gerenciamento de projetos<br />

fica evidente nas situações em que os processos individuais interagem.<br />

2.2.2 Gerenciamento de Escopo<br />

O gerenciamento do escopo do projeto inclui os processos necessários para<br />

garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário para terminar um projeto<br />

com sucesso. O gerenciamento do escopo do projeto trata principalmente da<br />

definição e controle do que está e do que não está incluído no projeto.<br />

• Planejamento do escopo – criação de um plano de gerenciamento do escopo<br />

do projeto que documenta como o seu escopo será definido, verificado e controlado<br />

e como a estrutura analítica do projeto (EAP) será criada e definida;<br />

24


• Definição do escopo – desenvolvimento de uma declaração do escopo<br />

detalhada do projeto como base para futuras decisões;<br />

• Criar EAP – subdivisão das principais entregas e do trabalho do projeto em<br />

componentes menores para serem mais facilmente gerenciáveis;<br />

• Verificação do escopo – formalização da aceitação das entregas do projeto<br />

terminadas;<br />

• Controle do escopo – controle das mudanças no escopo do projeto.<br />

Esses processos interagem entre si e também com processos de outras áreas<br />

de conhecimento. Cada processo pode envolver o esforço de uma ou mais<br />

pessoas com base nas necessidades do projeto. Cada processo ocorre pelo menos<br />

uma vez em todos os projetos e se estiver dividido em fases oderá ocorrer em uma<br />

ou mais fases do mesmo, Embora os processos sejam apresentados como<br />

componentes distintos com interfaces bem definidas, na prática eles podem se<br />

sobrepor e interagir de diferentes maneiras.<br />

No contexto do projeto, o termo escopo pode se referir a:<br />

Escopo do produto: As características e funções que descrevem um produto,<br />

serviço ou resultado;<br />

Escopo do projeto: O trabalho que precisa ser realizado para entregar um<br />

produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas.<br />

Esses processos de gerenciamento do escopo do projeto, e suas ferramentas e<br />

técnicas associadas, variam por área de aplicação, são normalmente definidos<br />

como parte do ciclo de vida do projeto e são documentados no plano de<br />

gerenciamento do escopo do projeto. A declaração do escopo detalhada do projeto<br />

aprovada, e a EAP e o dicionário da EAP associados a ela, constituem a linha de<br />

base do escopo do projeto.<br />

Em geral, o resultado de um projeto é um único produto, mas esse produto<br />

pode incluir componentes auxiliares, cada um deles com seu escopo, porém<br />

interdependente.<br />

O término do escopo do projeto é medido em relação ao plano de<br />

gerenciamento do projeto, à declaração do escopo do projeto, a EAP e ao dicionário<br />

da EAP associados a ele, mas o término do escopo do produto é medido em relação<br />

aos requisitos do produto. O gerenciamento do escopo do projeto precisa estar bem<br />

25


integrado aos outros processos da área de conhecimento, de forma que o resultado<br />

do trabalho do projeto seja a entrega do escopo do produto especificado.<br />

2.2.3 Gerenciamento de Tempo<br />

O gerenciamento de tempo do projeto inclui os processos necessários para<br />

realizar o término do projeto no prazo.<br />

Os processos de gerenciamento de tempo do projeto incluem os seguintes:<br />

• Definição da atividade – identificação das atividades específicas do cronograma<br />

que precisam ser realizadas para produzir as várias entregas do projeto;<br />

• Seqüenciamento de atividades – identificação e documentação das<br />

dependências entre as atividades do cronograma;<br />

• Estimativa de recursos da atividade – estimativa do tipo e das quantidades de<br />

recursos necessários para realizar cada atividade do cronograma;<br />

• Estimativa de duração da atividade – estimativa do número de períodos de<br />

trabalho que serão necessários para terminar as atividades individuais do<br />

cronograma;<br />

• Desenvolvimento do cronograma – análise dos recursos necessários,<br />

restrições do cronograma, durações e seqüências de atividades para criar o<br />

cronograma do projeto;<br />

• Controle do cronograma – controle das mudanças no cronograma do projeto.<br />

Em alguns projetos, especialmente nos de menor escopo, o seqüenciamento<br />

de atividades, a estimativa de recursos da atividade, a estimativa de duração da<br />

atividade e o desenvolvimento do cronograma estão tão estreitamente ligados que<br />

são considerados um único processo, que pode ser realizado por uma pessoa<br />

durante um período de tempo relativamente curto. Esses processos são<br />

apresentados aqui como processos distintos porque as ferramentas e técnicas para<br />

cada um deles são diferentes. Embora não seja mostrado aqui como um processo<br />

distinto, o trabalho envolvido na realização dos seis processos de gerenciamento de<br />

tempo do projeto é precedido por um esforço de planejamento da equipe de<br />

gerenciamento de projetos. Esse esforço de planejamento é parte do processo<br />

26


Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto, produzindo um plano de<br />

gerenciamento do cronograma que define o formato e estabelece os critérios de<br />

desenvolvimento e controle do cronograma do projeto. Os processos de<br />

gerenciamento de tempo do projeto, e suas ferramentas e técnicas associadas,<br />

variam por área de aplicação, são normalmente definidos como parte do ciclo de<br />

vida do projeto.<br />

O plano de gerenciamento do cronograma faz parte ou é um plano auxiliar do<br />

plano de gerenciamento do projeto e pode ser formal ou informal, bem detalhado ou<br />

genérico, com base nas necessidades do projeto.<br />

2.2.4 Gerenciamento de Custos<br />

3<br />

O gerenciamento de custos do projeto inclui os processos envolvidos em<br />

planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que seja<br />

possível terminar o projeto dentro do orçamento aprovado, além de outros processos<br />

de área de conhecimento relacionados:<br />

• Estimativa de custos – desenvolvimento de uma estimativa dos custos dos<br />

recursos necessários para terminar as atividades do projeto;<br />

• Orçamentação – agregação dos custos estimados de atividades individuais ou<br />

pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos;<br />

• Controle de custos – controle dos fatores que criam as variações de custos e<br />

controle das mudanças no orçamento do projeto.<br />

O gerenciamento de custos do projeto trata principalmente do custo dos<br />

recursos necessários para terminar as atividades do cronograma. No entanto, o<br />

gerenciamento de custos do projeto também deve considerar o efeito das decisões<br />

do projeto sobre o custo de utilização, manutenção e suporte do produto, serviço ou<br />

resultado do projeto. Por exemplo, a limitação do número de revisões de projeto<br />

pode reduzir o custo do projeto à custa de um aumento nos custos operacionais do<br />

cliente. Essa visão mais ampla do gerenciamento de custos do projeto muitas vezes<br />

é chamada de estimativa de custos do ciclo de vida. A estimativa de custos do ciclo<br />

de vida, juntamente com técnicas de engenharia de valor, pode aprimorar a tomada<br />

27


de decisões e é usado para reduzir o custo e o tempo de execução e para melhorar<br />

a qualidade e o desempenho da entrega do projeto.<br />

Em muitas áreas de aplicação, a previsão e a análise do desempenho<br />

financeiro esperado do produto do projeto são realizadas fora do projeto.<br />

O gerenciamento de custos do projeto considera as necessidades de<br />

informação das partes interessadas no projeto. Diferentes partes interessadas irão<br />

medir os custos do projeto de maneiras e em momentos diferentes.<br />

Em alguns projetos, especialmente os que apresentam menor escopo, a<br />

estimativa de custos e a orçamentação estão ligadas de forma tão estreita que são<br />

consideradas um único processo, que pode ser realizado por uma única pessoa<br />

durante um período de tempo relativamente curto. Esses processos são<br />

apresentados como processos distintos porque as ferramentas e as técnicas para<br />

cada um deles são diferentes. A capacidade de influenciar o custo é maior nos<br />

estágios iniciais do projeto e esse é o motivo pelo qual a definição do escopo logo no<br />

início é essencial.<br />

Embora esteja descrito como um processo distinto, o trabalho envolvido na<br />

execução dos três processos do gerenciamento de custos do projeto é precedido de<br />

um esforço de planejamento da equipe de gerenciamento de projetos. Esse esforço<br />

de planejamento faz parte do processo de desenvolver o plano de gerenciamento do<br />

projeto que produz um plano de gerenciamento de custos que determina o formato e<br />

estabelece os critérios para planejar, estruturar, estimar, orçar e controlar os custos<br />

do projeto. Os processos de gerenciamento de custos e suas ferramentas e técnicas<br />

associadas variam de acordo com a área de aplicação, geralmente são selecionados<br />

durante a definição do ciclo de vida do projeto e são documentados no plano de<br />

gerenciamento de custos.<br />

Por exemplo, o plano de gerenciamento de custos pode estabelecer:<br />

Nível de precisão: Os custos estimados das atividades do cronograma serão<br />

arredondados até uma precisão definida com base no escopo das atividades e na<br />

extensão do projeto, e podem incluir uma quantia para contingências;<br />

Unidades de medida: São definidas todas as unidades usadas nas medições, como<br />

equipe-horas, equipe-dias, semanas, preço global, etc., para cada um dos recursos;<br />

Ligações entre procedimentos organizacionais: O componente da EAP usado<br />

para a contabilidade de custos do projeto é denominado conta de controle (CC). A<br />

cada CC é atribuído um código ou um número de conta que é ligado diretamente ao<br />

28


sistema de contabilidade da organização executora. Se as estimativas de custos dos<br />

pacotes de planejamento forem incluídas na conta de controle, o método para os<br />

pacotes de planejamento de orçamentação será incluído;<br />

Limites de controle: Os limites de variação dos custos ou outros indicadores (por<br />

exemplo, pessoa-dias, volume de produto em pontos de tempo designados ao longo<br />

do projeto podem ser definidos para indicar a quantidade definida de variação<br />

permitida);<br />

Regras do valor agregado:. Três exemplos: 1) São definidas as fórmulas de cálculo<br />

do gerenciamento de valor agregado para a determinação da estimativa para<br />

terminar; 2) São estabelecidos os critérios de crédito de valor agregado (por<br />

exemplo, 0-100, 0-50-100, etc.) e 3) Definir o nível da EAP no qual será realizada a<br />

análise da técnica do valor agregado;<br />

Formatos de relatório: São definidos os formatos dos diversos relatórios de custos;<br />

Descrições de processos: São documentadas as descrições de cada um dos três<br />

processos de gerenciamento de custos.<br />

Todos os itens descritos acima, além de outras informações, são incluídos no<br />

plano de gerenciamento de custos como texto no corpo do plano ou como<br />

apêndices.<br />

O plano de gerenciamento de custos faz parte ou é um plano auxiliar do plano<br />

de gerenciamento do projeto e pode ser formal ou informal, bem detalhado ou<br />

genérico, dependendo das necessidades do projeto. O esforço de planejamento do<br />

gerenciamento de custos ocorre no início do planejamento do projeto e define a<br />

estrutura de cada um dos processos de gerenciamento de custos, de forma que o<br />

desempenho dos processos seja eficiente e coordenado.<br />

2.2.5 Gerenciamento de Qualidade<br />

Os processos de gerenciamento da qualidade do projeto incluem todas as<br />

atividades da organização executora que determinam as responsabilidades, os<br />

objetivos e as políticas de qualidade, de modo que o projeto atenda às necessidades<br />

que motivaram sua realização. Eles implementam o sistema de gerenciamento da<br />

qualidade através da política, dos procedimentos e dos processos de planejamento<br />

29


da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade, com atividades de<br />

melhoria contínua dos processos conduzidos do início ao fim, conforme adequado.<br />

seguintes:<br />

Os processos de gerenciamento da qualidade do projeto incluem os<br />

• Planejamento da qualidade – identificação dos padrões de qualidade relevantes<br />

para o projeto e determinação de como satisfazê-los;<br />

• Realizar a garantia da qualidade – aplicação das atividades de qualidade<br />

planejadas e sistemáticas para garantir que o projeto emprega todos os processos<br />

necessários para atender aos requisitos;<br />

• Realizar o controle da qualidade – monitoramento de resultados específicos do<br />

projeto a fim de determinar se eles estão de acordo com os padrões relevantes de<br />

qualidade e identificação de maneiras de eliminar as causas de um desempenho<br />

insatisfatório.<br />

A abordagem generalizada deve ser compatível com as abordagens<br />

proprietárias de gerenciamento da qualidade, como as recomendadas por Deming<br />

(1986), Juran (1986), Crosby (1979) e outros, e abordagens não-proprietárias, como<br />

Gerenciamento da qualidade total (GQT), Seis Sigma, Análise de modos e efeitos de<br />

falha, Revisões de projeto, Voz do cliente, Custo da qualidade (CDQ) e Melhoria<br />

contínua.<br />

O gerenciamento da qualidade do projeto deve abordar o gerenciamento do<br />

projeto e do produto do projeto. Enquanto o gerenciamento da qualidade do projeto<br />

se aplica a todos os projetos, independentemente da natureza de seu produto, as<br />

medidas e técnicas de qualidade do produto são específicas do tipo particular de<br />

produto produzido pelo projeto. O não atendimento dos requisitos de qualidade em<br />

qualquer dimensão pode trazer sérias conseqüências negativas para algumas ou<br />

todas as partes interessadas no projeto. Por exemplo:<br />

1. Atender às necessidades do cliente sobrecarregando a equipe do projeto pode<br />

trazer conseqüências negativas na forma de esgotamento dos funcionários, erros<br />

sem motivo aparente ou retrabalho;<br />

2. Atender aos objetivos de cronograma do projeto apressando as inspeções de<br />

qualidade planejadas pode trazer conseqüências negativas quando os erros não são<br />

detectados.<br />

30


A qualidade é “o grau até o qual um conjunto de características inerentes<br />

satisfaz as necessidades” (American Society for Quality, 2000). As necessidades<br />

declaradas e implícitas são as entradas para o desenvolvimento dos requisitos do<br />

projeto. Um elemento essencial do gerenciamento da qualidade no contexto do<br />

projeto é transformar as necessidades, desejos e expectativas das partes<br />

interessadas em requisitos através da análise das partes interessadas realizada<br />

durante o gerenciamento do escopo do projeto.<br />

Qualidade e grau não são a mesma coisa. Grau é uma categoria atribuída a<br />

produtos ou serviços que possuem o mesmo uso funcional, mas diferentes<br />

características técnicas. Qualidade baixa é sempre um problema; grau baixo talvez<br />

não seja. O gerente de projetos e a equipe de gerenciamento de projetos são<br />

responsáveis por determinar e fornecer os níveis exigidos de qualidade e de grau.<br />

Precisão e exatidão não são equivalentes. Precisão é a homogeneidade de<br />

medições repetidas que são agrupadas com pouca dispersão. Exatidão é a correção<br />

com que o valor medido se aproxima do valor real. As medições precisas não são<br />

necessariamente exatas. Uma medição muito exata não é necessariamente precisa.<br />

A equipe de gerenciamento de projetos precisa determinar o quanto à exatidão ou a<br />

precisão ou ambas são necessárias.<br />

O moderno gerenciamento da qualidade complementa o gerenciamento de<br />

projetos. Por exemplo, ambas as disciplinas reconhecem a importância de:<br />

Satisfação do cliente: Entendimento, avaliação, definição e gerenciamento de<br />

expectativas de forma a atender às necessidades do cliente. Isso exige uma<br />

combinação de conformidade com os requisitos (o projeto deve produzir o que<br />

afirmou que produziria) e adaptação ao uso (o produto ou serviço deve satisfazer as<br />

necessidades reais);<br />

Prevenção sobre inspeção: O custo de prevenção de erros em geral é muito<br />

menor que o custo de corrigi-los, conforme revelado pela inspeção;<br />

Responsabilidade da gerência: O sucesso exige a participação de todos os<br />

membros da equipe, mas é sempre responsabilidade da gerência fornecer os<br />

recursos necessários para que exista sucesso;<br />

Melhoria contínua: O ciclo PDCA é a base da melhoria da qualidade (conforme<br />

definido por Shewhart e modificado por Deming no ASQ Handbook, 1999). Além<br />

disso, as iniciativas de melhoria da qualidade realizadas pela organização executora,<br />

como GQT e Seis Sigma, podem melhorar a qualidade do gerenciamento do projeto<br />

31


e também a qualidade do produto do projeto. Os modelos de melhoria de processos<br />

incluem Malcolm Baldrige, CMM® e CMMISM.<br />

O custo da qualidade se refere ao custo total de todos os esforços<br />

relacionados à qualidade. As decisões do projeto podem afetar os custos<br />

operacionais da qualidade como resultado de devoluções de produtos, reclamações<br />

em garantia e campanhas de recall. No entanto, a natureza temporária do projeto<br />

significa que os investimentos em melhoria da qualidade de produtos, especialmente<br />

prevenção e avaliação de defeitos, podem muitas vezes ser realizados pela<br />

organização contratante, e não pelo projeto, pois o projeto pode não durar o<br />

suficiente para aproveitá-los.<br />

2.2.6 Gerenciamento de Recursos Humanos do projeto<br />

O gerenciamento de recursos humanos do projeto inclui os processos que<br />

organizam e gerenciam a equipe do projeto. A equipe do projeto é composta de<br />

pessoas com funções e responsabilidades atribuídas para o término do projeto.<br />

Embora seja comum falar-se de funções e responsabilidades atribuídas, os<br />

membros da equipe, também chamado de pessoal do projeto, devem estar<br />

envolvidos em grande parte do planejamento e da tomada de decisões do projeto. O<br />

envolvimento dos membros da equipe desde o início acrescenta especialização<br />

durante os processos e fortalece o compromisso com o projeto.<br />

Os processos de gerenciamento de recursos humanos do projeto incluem:<br />

• Planejamento de recursos humanos – Identificação de funções,<br />

responsabilidades e relações hierárquicas do projeto;<br />

• Contratar ou mobilizar a equipe do projeto – Obtenção dos recursos humanos<br />

necessários para terminar o projeto;<br />

• Desenvolver a equipe do projeto – Melhoria de competências e interação de<br />

membros da equipe para aprimorar o desempenho do projeto;<br />

• Gerenciar a equipe do projeto – Acompanhamento do desempenho de<br />

membros da equipe, fornecimento de feedback, resolução de problemas e<br />

coordenação de mudanças para melhorar o desempenho do projeto.<br />

32


2.2.7 Gerenciamento das comunicações do projeto<br />

O gerenciamento das comunicações do projeto é a área de conhecimento que<br />

emprega os processos necessários para garantir a geração, coleta, distribuição,<br />

armazenamento, recuperação e destino final das informações sobre o projeto de<br />

forma oportuna e adequada. Os processos de gerenciamento das comunicações do<br />

projeto fornecem as ligações críticas entre pessoas e informações que são<br />

necessárias para comunicações bem-sucedidas. Os gerentes de projetos devem<br />

gastar um tempo excessivo na comunicação com a equipe do projeto, partes<br />

interessadas, cliente e patrocinador.<br />

Todos os envolvidos no projeto devem perceber como as comunicações afetam o<br />

projeto como um todo.<br />

seguintes:<br />

Os processos de gerenciamento das comunicações do projeto são os<br />

• Planejamento das comunicações – determinação das necessidades de<br />

informações e comunicações das partes interessadas no projeto;<br />

• Distribuição das informações – colocação das informações necessárias à<br />

disposição das partes interessadas no projeto no momento adequado;<br />

• Relatório de desempenho – coleta e distribuição das informações sobre o<br />

desempenho. Isso inclui o relatório de andamento, medição do progresso e<br />

previsão;<br />

• Gerenciar as partes interessadas – gerenciamento das comunicações para<br />

satisfazer os requisitos das partes interessadas no projeto e resolver problemas<br />

com elas.<br />

2.2.8 Gerenciamento de Risco<br />

O gerenciamento de riscos do projeto inclui os processos que tratam da<br />

realização de identificação, análise, respostas, monitoramento e controle e<br />

planejamento do gerenciamento de riscos em um projeto; a maioria desses<br />

processos é atualizada durante todo o projeto. Os objetivos do gerenciamento de<br />

riscos do projeto são aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e<br />

diminuir a probabilidade e o impacto dos eventos adversos ao projeto.<br />

33


Os processos de gerenciamento de riscos do projeto incluem os seguintes:<br />

• Planejamento do gerenciamento de riscos – decisão de como abordar, planejar<br />

e executar as atividades de gerenciamento de riscos de um projeto;<br />

• Identificação de riscos – determinação dos riscos que podem afetar o projeto e<br />

documentação de suas características;<br />

• Análise qualitativa de riscos – priorização dos riscos para análise ou ação<br />

adicional subseqüente através de avaliação e combinação de sua probabilidade de<br />

ocorrência e impacto;<br />

• Análise quantitativa de riscos – análise numérica do efeito dos riscos<br />

identificados nos objetivos gerais do projeto;<br />

• Planejamento de respostas a riscos – desenvolvimento de opções e ações para<br />

aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos do projeto;<br />

• Monitoramento e controle de riscos – acompanhamento dos riscos identificados,<br />

monitoramento dos riscos residuais, identificação dos novos riscos, execução de<br />

planos de respostas a riscos e avaliação da sua eficácia durante todo o ciclo de vida<br />

do projeto.<br />

O risco do projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, terá um<br />

efeito positivo ou negativo sobre pelo menos um objetivo do projeto, como tempo,<br />

custo, escopo ou qualidade (ou seja, em que o objetivo de tempo do projeto é a<br />

entrega de acordo com o cronograma acordado; em que o objetivo de custo do<br />

projeto é a entrega de acordo com o custo acordado, etc.). Um risco pode ter uma<br />

ou mais causas e, se ocorrer, um ou mais impactos.<br />

As condições de risco podem incluir aspectos do ambiente da organização ou<br />

do projeto que podem contribuir para o risco do projeto, como práticas deficientes de<br />

gerenciamento de projetos, falta de sistemas de gerenciamento integrados, vários<br />

projetos simultâneos ou dependência de participantes externos que não podem ser<br />

controlados.<br />

34


2.2.9 Gerenciamento de Aquisições<br />

O gerenciamento de aquisições do projeto inclui os processos para comprar<br />

ou adquirir os produtos, serviços ou resultados necessários de fora da equipe do<br />

projeto para realizar o trabalho. O gerenciamento de aquisições do projeto inclui os<br />

processos de gerenciamento de contratos e de controle de mudanças necessários<br />

para administrar os contratos ou pedidos de compra emitidos por membros da<br />

equipe do projeto autorizados. O gerenciamento de aquisições do projeto também<br />

inclui a administração de qualquer contrato emitido por uma organização externa (o<br />

comprador) que está adquirindo o projeto da organização executora (o fornecedor) e<br />

a administração de obrigações contratuais estabelecidas para a equipe do projeto<br />

pelo contrato. 12<br />

Os processos de gerenciamento de aquisições do projeto incluem:<br />

Planejar compras e aquisições – determinação do que comprar ou adquirir e de<br />

quando e como fazer isso;<br />

Planejar contratações – documentação dos requisitos de produtos, serviços e<br />

resultados e identificação de possíveis fornecedores;<br />

Solicitar respostas de fornecedores – obtenção de informações, cotações, preços,<br />

ofertas ou propostas, conforme adequado;<br />

Selecionar fornecedores – análise de ofertas, escolha entre possíveis<br />

fornecedores e negociação de um contrato por escrito com cada fornecedor;<br />

Administração de contrato – gerenciamento do contrato e da relação entre o<br />

comprador e o fornecedor, análise e documentação do desempenho atual ou<br />

passado de um fornecedor a fim de estabelecer ações corretivas necessárias e<br />

fornecer uma base para futuras relações com o fornecedor, gerenciamento de<br />

mudanças relacionadas ao contrato e, quando adequado, gerenciamento da relação<br />

contratual com o comprador externo do projeto;<br />

Encerramento do contrato – terminar e liquidar cada contrato, inclusive a resolução<br />

de quaisquer itens em aberto, e encerrar cada contrato aplicável ao projeto ou a uma<br />

fase do projeto.<br />

Os processos de gerenciamento de aquisições do projeto envolvem contratos<br />

que são documentos legais entre um comprador e um fornecedor. Um contrato é um<br />

acordo que gera obrigações para as partes que obriga o fornecedor a fornecer os<br />

35


produtos, serviços ou resultados especificados e obriga o comprador a fornecer<br />

compensação monetária ou outra compensação de valor. Um contrato é uma<br />

relação legal sujeita a remediação nos tribunais. O acordo pode ser simples ou<br />

complexo e pode refletir a simplicidade ou a complexidade das entregas. Um<br />

contrato inclui termos e condições e pode incluir outros itens como a proposta ou<br />

publicações de marketing do fornecedor e qualquer outra documentação em que o<br />

comprador esteja se baseando para estabelecer o que o fornecedor deve realizar ou<br />

fornecer. É responsabilidade da equipe de gerenciamento de projetos ajudar a<br />

adaptar o contrato às necessidades específicas do projeto. Dependendo da área de<br />

aplicação, os contratos também podem ser chamados de acordo, subcontrato ou<br />

pedido de compra. A maior parte das organizações possui políticas e procedimentos<br />

documentados que definem especificamente quem pode assinar e administrar esses<br />

acordos em nome da organização.<br />

Embora todos os documentos do projeto estejam sujeitos a alguma forma de<br />

análise e aprovação, a natureza de obrigação legal de um contrato geralmente<br />

significa que estará sujeito a um processo de aprovação mais amplo. Em todos os<br />

casos, o foco principal do processo de análise e aprovação garante que a linguagem<br />

do contrato descreve os produtos, serviços ou resultados que irão satisfazer a<br />

necessidade do projeto identificada. No caso de projetos importantes realizados por<br />

órgãos públicos, o processo de análise pode incluir a revisão pública do acordo.<br />

A equipe de gerenciamento de projetos pode buscar desde o início o suporte<br />

de especialistas nas áreas de contratação, compras e legislação. Esse envolvimento<br />

pode ser exigido pela política de uma organização.<br />

As diversas atividades envolvidas nos processos de gerenciamento de<br />

aquisições do projeto compõem o ciclo de vida de um contrato. É possível evitar ou<br />

mitigar alguns riscos identificáveis do projeto gerenciando ativamente o ciclo de vida<br />

do contrato e redigindo cuidadosamente os termos e as condições do contrato.<br />

Assinar um contrato de produtos ou serviços é um método de alocar a<br />

responsabilidade do gerenciamento ou de assumir riscos potenciais.<br />

Um projeto complexo pode envolver o gerenciamento de vários contratos ou<br />

subcontratos simultaneamente ou em seqüência. Nesses casos, o ciclo de vida de<br />

cada contrato pode terminar durante qualquer fase do ciclo de vida do projeto. O<br />

gerenciamento de aquisições do projeto é discutido dentro da perspectiva da relação<br />

comprador-fornecedor. A relação comprador-fornecedor pode existir em muitos<br />

36


níveis em qualquer projeto e entre organizações internas e externas à organização<br />

contratante. Dependendo da área de aplicação, o fornecedor pode ser chamado de<br />

contratada, subcontratada, vendedor, prestador de serviços ou distribuidor.<br />

Dependendo da posição do comprador no ciclo de aquisição do projeto, ele pode ser<br />

chamado de cliente, usuário, contratada principal, contratada, organização<br />

contratante, agência governamental, solicitador de serviços ou adquirente. Durante o<br />

ciclo de vida do contrato, o fornecedor pode ser considerado primeiramente um<br />

licitante, depois uma fonte selecionada e, em seguida, o fornecedor ou vendedor<br />

contratado.<br />

O fornecedor normalmente irá gerenciar o trabalho como um projeto se a<br />

aquisição não for apenas de material, bens ou produtos comuns. Nesses casos:<br />

1. O comprador torna-se o cliente e, portanto, é uma importante parte interessada do<br />

projeto para o fornecedor;<br />

2. A equipe de gerenciamento de projetos do fornecedor está preocupada com todos<br />

os processos de gerenciamento de projetos, não apenas com os dessa área de<br />

conhecimento;<br />

3. Os termos e condições do contrato tornam-se entradas importantes para muitos<br />

processos de gerenciamento do fornecedor. O contrato pode realmente conter as<br />

entradas (por exemplo, principais entregas, marcos importantes, objetivos de custo)<br />

ou pode limitar as opções da equipe do projeto.<br />

3.<br />

4. 12<br />

37


2.3 <strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> PESSOAS <strong>EM</strong> PROJETO<br />

2.3.1 Histórico de Gerenciamento de Pessoas<br />

No fim das contas, são as pessoas que fazem a diferença.<br />

(Bernardinho, técnico da seleção brasileira de voleibol)<br />

No início do século XX, o engenheiro Frederick Taylor escreveu em seus<br />

livros, a busca pela maximização da eficiência na produção. De acordo com o<br />

taylorismo que se caracteriza pela ênfase nas tarefas com o objetivo de aumentar o<br />

operacional, Taylor propôs uma série de princípios, que organizaria o trabalho de<br />

forma racional, aumentando a produtividade e a prosperidade dos trabalhadores e<br />

da organização. Dentre eles, estava o princípio do Homus Economicus, que dizia<br />

que o salário era a principal motivação do trabalhador.<br />

Em 1916, Henri Fayol lançou o livro Administração Geral e Industrial citando<br />

pela primeira vez, à divisão das funções do administrador: planejar, organizar,<br />

coordenar, comandar e controlar. Direcionou seu trabalho para a empresa, cuidando<br />

desta de “cima para baixo”.<br />

A partir da década de 1930 foram iniciadas as pesquisas relativas às pessoas<br />

nas organizações e as interações humanas através dos estudiosos Mary Follett,<br />

Chester Barnard e Mayo. Ainda nesta década, as atividades de Recursos Humanos<br />

onde em muitas empresas se baseavam apenas em treinamentos funcionais e de<br />

curto prazo, passaram a ser desenvolvidas e aplicadas focando o treinamento,<br />

desenvolvimento e satisfação das pessoas na organização, e começaram também a<br />

surgir programas mais estruturados de treinamento para gerentes.<br />

Em 1945, surgiram os primeiros estudos sobre a liderança, a democracia no<br />

trabalho e a motivação humana. Nesta época, as Teorias de Mcgregor (Motivação) e<br />

de Barnard (Cooperação) foram ainda mais valorizadas em função do surgimento<br />

das questões legais e sindicais.<br />

Na década de 50, a função de Gerente de Pessoal passou a ser denominada<br />

como Gerente de Recursos Humanos.<br />

O enfoque de Gestão de Pessoas baseia-se no crescimento e<br />

desenvolvimento das pessoas no sentido de atingir níveis mais altos de<br />

38


competência, criatividade e realização, para que as pessoas sejam o recurso central<br />

em qualquer organização e qualquer sociedade.<br />

O gerenciamento de pessoas é muito sensível a mentalidade que predomina<br />

nas organizações, pois depende da cultura que existe em cada organização, da<br />

estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do<br />

negócio da organização, da tecnologia utilizada e dos processos internos. Cultura<br />

organizacional em gestão de pessoas entende-se como o conjunto de valores e<br />

normas que influenciam o modo de agir dos membros da organização, constituindo<br />

uma identidade organizacional.<br />

A década de 90 foi marcada por grande diversidade cultural, novas reformas<br />

produtivas e reestruturações administrativas nas organizações que culminaram “em<br />

novos modelos de gestão de pessoas” (Fischer, 1998). Segundo Albuquerque<br />

(1992), as novas políticas de Gestão de Pessoas deveriam estar voltadas a<br />

obtenção de resultados, principalmente na questão da produtividade.<br />

Ulrich (1998) discute os desafios da competitividade para o gerente de<br />

pessoas das organizações, expandindo seu papel de especialista administrativo. Os<br />

desafios para os gerentes nesse contexto de competição, segundo Nelson e Quick<br />

(2006), podem ser: gerenciar diversidades nas equipes e avançar e implementar<br />

inovações tecnológicas no ambiente de trabalho.<br />

Conforme publicado há 38 anos, no livro The Landmarks of Tomorrow, Peter<br />

Drucker previu que nos próximos 50 anos viveríamos a "Era do Conhecimento".<br />

Stewart (1998) descreveu que o conhecimento seria o ativo mais valioso de uma<br />

Empresa, onde cada vez mais esta deverá investir em seus talentos internos com o<br />

intuito de desenvolvê-los e retê-los.<br />

Segundo Bernardinho, em seu livro Transformando suor em Ouro (2006),<br />

existe sempre a necessidade de identificar talentos e de manter as pessoas<br />

motivadas, de se comprometer com o desenvolvimento de cada membro do grupo e,<br />

principalmente, de criar um espírito de equipe que torne o desempenho do grupo<br />

muito superior à mera soma dos talentos individuais .<br />

As empresas estão alerta ao fato de que colaboradores mais felizes são mais<br />

comprometidos e produtivos. Por conseqüência, a produtividade da empresa será<br />

maior, assim como sua competitividade, que é fator chave em um ambiente de<br />

competição intensa no qual estamos inseridos. As práticas de qualidade de vida no<br />

39


trabalho possibilitarão as empresas uma sobrevivência no mercado e com maior<br />

qualidade de vida dos seus colaboradores.<br />

2.3.2. Gerente de Projetos<br />

40<br />

O desenvolvimento e valorização do capital humano sempre foram e serão<br />

o maior diferencial competitivo das Organizações.<br />

Peter Druck, 1996.<br />

O Gerente de Projetos (GP) é a pessoa responsável pelo planejamento,<br />

implantação e encerramento do projeto. Desta forma, seu trabalho inicia-se por<br />

desencadear todas as atividades do projeto e termina quando todas as atividades<br />

previstas forem encerradas.<br />

O processo gerencial é integrador. Integram-se “indivíduos, chefias e<br />

ambientes” (Matos, 1985, p.235). Neste processo líder e liderado interagem e trocam<br />

experiências num processo de aprendizado permanente. O gerenciamento dessas<br />

interações, para atender satisfatoriamente às necessidades dos stakeholders,<br />

resulta num gerenciamento de projetos bem-sucedido.<br />

Os GPs possuem responsabilidades variadas, para dar conta de todas elas,<br />

precisam da combinação de habilidades administrativas, gerenciais, analíticas e<br />

interpessoais, tais como: comunicação eficaz, influência sobre a organização,<br />

liderança, motivação, negociação e gerenciamento de conflitos e resolução de<br />

problemas. Uma das principais funções do GP está na gerência de pessoas (Raj e<br />

cols., 2006).<br />

Segundo Dinsmore e Cavalieri, (2003: p.16),<br />

A arte de lidar com recursos humanos e criar estratégias aderentes<br />

às organizações e às necessidades dos empregados não é uma tarefa<br />

simples ou que possa ser assimilada com um breve treinamento. Exige<br />

constante pesquisa, sensibilidade a toda prova muita vivência do dia-a-dia<br />

e, acima de tudo, a utilização do bom senso.<br />

O gerenciamento do relacionamento com os stakeholders pelo GP é também<br />

fundamental para manter o projeto dentro de um escopo que venha a satisfazer as<br />

expectativas do patrocinador. A missão de um GP é complexa e requer o<br />

desenvolvimento de várias habilidades comportamentais, buscando o equilíbrio entre<br />

o conhecimento técnico e a gestão de pessoas. A área de gerenciamento de


pessoas é complexa e subjetiva. De acordo com o PMI ® (2004), planejar recurso<br />

humano significa determinar funções, responsabilidades e relações hierárquicas do<br />

projeto.<br />

O GP precisa gerenciar as expectativas dos stakeholders, o que pode ser<br />

difícil, pois eles em geral têm objetivos muito diferentes ou conflitantes. Cabe a ele<br />

perceber, analisar e avaliar os valores positivo e/ou negativo do conflito e<br />

correlacioná-lo ao desempenho do projeto, assim como saber utilizá-lo para melhoria<br />

da equipe. De fato, é quase impossível para pessoas com diversos níveis de preparo<br />

e educação, conviver, tomar decisões e atingir seus objetivos sem conflito. A melhor<br />

forma para isso é adotar uma metodologia com técnicas adequadas para resolvê-lo.<br />

O conflito deve ser percebido pelas partes envolvidas, pois, sua existência é<br />

uma questão de percepção. A oposição ou incompatibilidade e alguma forma de<br />

interação são outros fatores comuns nas definições de conflito, pois, estabelecem as<br />

condições que determinam o ponto inicial do processo de conflito.<br />

Robbins (2002) define conflito como um processo que tem início quando uma<br />

das partes percebe que a outra parte pode afetar, negativamente, alguma coisa que<br />

a primeira considera importante. O conflito no ambiente organizacional é definido por<br />

Montana (2005) como a divergência entre duas ou mais partes sobre como melhor<br />

alcançar as metas da organização.<br />

2.4 CONFLITO<br />

Nós não devemos ter medo do conflito, porém devemos reconhecer<br />

que existe um modo destrutivo e um modo construtivo de proceder em tais<br />

momentos. Na diferença em se tratar o conflito pode estar o sinal do<br />

saudável, uma profecia de progresso”. (Follet apud Hampton, 1991:290)<br />

Vencer não é tudo, é a única coisa.<br />

(Vince Lombardi)<br />

De acordo com o Dicionário Aurélio, “oposição de interesses, sentimentos,<br />

idéias. / Luta, disputa, desentendimento. / Briga, confusão, tumulto, desordem. /<br />

Desentendimento entre países. // Conflito armado, guerra. // Conflito de jurisdição,<br />

situação em que dois órgãos judiciais pretendem conhecer de uma mesma questão<br />

41


ou a isso se recusam, por atribuir cada qual ao outro tal competência. / Psicanálise<br />

Situação em que, no indivíduo, se opõem os impulsos primários e as solicitações ou<br />

interdições sociais e morais” (Ferreira, A.B.H.). Dentro desses conceitos, serão<br />

citados alguns autores que definem e tratam a questão do conflito.<br />

Conflito é o afloramento da discordância entre indivíduos (Dinsmore, 1990).<br />

Segundo Adams e Kirchof (1982), podem variar de um leve atrito até uma<br />

confrontação emocional.<br />

Handy (1983 apud Hodgson, 1996) distingue 3 tipos básicos de conflito nas<br />

organizações: discussão e competição – benéficos – e conflito, considerado nocivo.<br />

Visto que um ambiente de projeto possui muitas características que<br />

favorecem a aparição de conflitos, Verma (1996) descreveu que conflitos são<br />

inevitáveis neste ambiente:<br />

• São temporários e sendo assim a rotatividade nos relacionamentos interpessoais<br />

é muito grande. Tanto entre membros da equipe como entre os stakeholders;<br />

• Trabalha-se sempre sobre pressão: redução de custo e de tempo;<br />

• Trabalhar em equipe já é fator importante e ainda mais com alta rotatividade.<br />

De acordo com Richard Walton (1972), é importante a destinção dos conflitos<br />

com causas reais e com causas emocionais. Os conflitos com causas reais<br />

envolvem divergência acerca de políticas, recursos, papéis e relações formais entre<br />

as partes. Já os conflitos com causas emocionais compreendem sentimentos<br />

negativos, como desconfiança, desprezo, ressentimento, medo, rejeição, etc. A<br />

distinção entre essas causas é importante, pois serão determinantes para orientar a<br />

intervenção.<br />

Segundo Hodgson (1996), para que haja conflito basta a existência de<br />

grupos, composto por diferentes pessoas. Sendo assim, como as organizações são<br />

um aglomerado de subgrupos e interesses, constituem verdadeiras arenas para<br />

conflitos individuais ou grupais.<br />

O conflito nem sempre surge de um desacordo, muitas vezes, embora as<br />

partes busquem o mesmo objetivo discordam em relação ao meio ou à abordagem<br />

do problema. Por isso, a importância de identificar a origem do conflito, pois uma vez<br />

identificada é mais fácil unir as partes em uma negociação colaborativa. (Cohen,<br />

2000).<br />

Cabe ao GP identificar, analisar e avaliar valores positivos e negativos do<br />

conflito e seus efeitos sobre o desempenho do projeto, bem como saber como e<br />

42


quando utilizá-lo para melhorar a atuação dos membros da equipe. Atitude e estilo<br />

gerenciais podem fazer com que o conflito não tenha consequências destrutivas no<br />

ambiente do projeto. Conflitos de interesses entre stakeholders, normalmente, são<br />

resolvidos por meio de negociação.<br />

2.4.1 A natureza dos conflitos<br />

Lebel (1984 apud Martinelli, 1998:60) caracteriza conflito como “... um<br />

reconhecimento e um confronto de nossas diferenças; constitui uma fonte de<br />

enriquecimento mútuo potencial; é um germe para o progresso”. Disse ainda que<br />

não se pode definir um desacordo apenas por uma única dimensão. Assim propôs<br />

classificar a natureza dos conflitos em 3 tipos, sendo:<br />

2.4.1.1 Quanto aos comportamentos<br />

• Falhas conflitantes – presentes na aparência, já que não existe um desacordo<br />

latente;<br />

• Conflitos de opinião – provêm de divergências de opinião ou de julgamento.<br />

Situam-se entre diferenças de educação, de cultura, de personalidade ou de<br />

referenciais. É o desacordo mais difícil de solucionar;<br />

• Conflitos de interesse – são estabelecidos entre duas pessoas perfeitamente em<br />

acordo de opinião, mas em desacordo sobre a distribuição. Podem ser<br />

financeiros, intelectuais, estéticos e morais.<br />

2.4.1.2 Quanto aos contrários<br />

• Individuais – opõem quaisquer pessoas ou quaisquer pequenos grupos de<br />

pessoas uns com outros;<br />

• De igual para igual – entre vizinhos, colegas ou irmão;<br />

• Hierárquicos – quando envolvem chefe-subordinado, pai-filho, fornecedor-cliente;<br />

• Raciais – diferença racial entre as partes;<br />

43


• Entre instituições e organizações da sociedade – normalmente por questões de<br />

poder ou disputa de mercado;<br />

2.4.1.3 Quanto aos momentos de ação<br />

• Sobre os fatos – observação é percebida diferente por observadores distintos;<br />

• Sobre causas – as causas de um fenômeno estão condicionadas pelos sistemas<br />

de referência de cada um;<br />

• Sobre os objetivos – quando há diferentes pessoas envolvidas numa ação, há<br />

muita dificuldade de se encontrar um objetivo comum;<br />

2.4.2 Visão dos conflitos<br />

Segundo Verma (1996 apud Raj, 2006:128), há diferentes pontos de vista<br />

acerca dos conflitos que podem ocorrer entre pessoas ou entre grupos. São eles:<br />

• Tradicional – este enfoque assume que o conflito é ruim e tem sempre um<br />

impacto negativo nos projetos e nas organizações. De acordo com esta visão, o<br />

desempenho é inversamente proporcional ao nível de conflito. Aqui o conflito é<br />

associado a violência, destruição e irracionalidade – esse ponto de vista dominou a<br />

literatura do final do século XIX até meados de 1940. Assim, a reação mais comum<br />

dos Gerentes da época era suprimir os conflitos usando a autoridade. Dessa forma,<br />

o conflito sendo ignorado os aspectos positivos não podiam emergir;<br />

• Contemporânea – ou comportamental do conflito considera que os conflitos são<br />

naturais e inevitáveis em todas as organizações e podem ter aspecto negativo e<br />

positivo. Este enfoque advoga a aceitação do conflito e racionaliza sua existência.<br />

Desde que os projetos possam obter benefícios do conflito, os GPs devem gerenciá-<br />

lo em lugar de eliminá-los. Este ponto de vista prevaleceu a partir dos anos 40 até<br />

meados de 1970;<br />

44


• Interacionista – para Verma (1996 apud Raj, 2006:129), esta visão é a atual<br />

perspectiva sobre conflitos e assume que eles são necessários para melhorar o<br />

desempenho da equipe. Enquanto a visão contemporânea aceita o conflito, a<br />

interacionista encoraja o conflito porque acredita que harmonia, tranquilidade, a<br />

cooperação mútua em projeto podem torná-lo estático, apático, estagnado e não<br />

responsivo aos desafios de mudança e inovação. Este enfoque induz os Gerentes a<br />

aceitarem um nível mínimo de conflito, suficiente para manter o ambiente com<br />

autocrítica, viável, criativo e inovador.<br />

2.4.3 Níveis de conflito<br />

Figura 4: Comparação entre visão tradicional e visão interacionista<br />

(Verma, 1996 apud RAJ, 2006:130)<br />

Os níveis de conflito podem ser categorizados como um conflito que ocorre<br />

dentro do indivíduo/grupo e é associado a conflito de ideias, pensamentos,<br />

emoções, valores, predisposições (Cunha, 2004). E o outro descrito é o que ocorre<br />

entre as pessoas/grupos e que surge pelas seguintes razões: diferenças individuais,<br />

limitação dos recursos e diferenciação de papéis.<br />

Abaixo seguem algumas características dos níveis de conflitos supracitados.<br />

45


2.4.3.2 Conflito Intrapessoal<br />

Ocorrem em 2 casos: indivíduos insatisfeitos em relação ao papel que<br />

exercem na empresa ou indivíduos insatisfeitos em sua vida pessoal ou familiar.<br />

Este nível de conflito pode não afetar o projeto ou a equipe negativamente, mas<br />

certamente reduz a motivação e a produtividade dessa pessoa. Cabe ao GP ter<br />

sensibilidade e habilidade para resolver esse tipo de conflito.<br />

2.4.3.3 Conflito Interpessoal<br />

Pode ocorrer entre determinados membros da equipe do projeto ou entre<br />

uma pessoa e o resto da equipe. Geralmente é causado por diferenças na<br />

personalidade, habilidade de comunicação, estilos, egos ou ambições pessoais.<br />

Este conflito pode ser negativo ou positivo, pois um acordo pode ser alcançado sob<br />

um novo paradigma que não havia sido pensado antes pelo grupo e contribuir para o<br />

desenvolvimento da equipe. Nas relações interpessoais duas características são<br />

essenciais: autocontrole e auto-estima.<br />

2.4.3.4 Conflito Intragrupal<br />

Refere-se ao conflito entre um indivíduo e um grupo de pessoas (equipe de<br />

projeto). Uma forma de conflito é quando uma pessoa quer trabalhar contra as<br />

normas que a equipe estabeleceu. Se o indivíduo estiver atrapalhando, melhor<br />

afastá-lo do projeto. O GP precisa ter habilidade para resolver este nível de conflito<br />

sem prejudicar a produtividade da equipe, nem perder o foco quanto ao prazo, custo<br />

e qualidade e principalmente, a satisfação do cliente.<br />

2.4.3.5 Conflito Intergrupal<br />

Ocorre entre grupos dentro da equipe do projeto ou de fora do projeto.<br />

Ocorre quando um grupo não concorda com normas estabelecidas pelo outro.<br />

Normalmente, ocorre entre equipes funcionais e equipes de projeto em projetos<br />

multidisciplinares. Neste caso, um Gerente hierarquicamente superior resolve a<br />

46


questão, estabelecendo normas e tomando decisão em favor da Empresa e da<br />

satisfação do cliente.<br />

2.4.4 Análise dos Conflitos<br />

Segundo Rojot (1991) a presença do conflito é percebida com frequência, o<br />

que originou o crescimento de muitas escolas de pensamento que analisam estas<br />

diversidades. Mesmo com tantas teorias, Martinelli e Almeida (2008) classificaram-<br />

na em 3 categorias:<br />

• Tentar suprimi-lo, já que é negativo;<br />

• Tentar remediá-lo, já que é uma doença organizacional;<br />

• Reconhecê-lo e tentar administrá-lo.<br />

Com a identificação dessas categorias podem-se obter 3 métodos para<br />

análise do conflito: mecânico, de relações humanas e gerencial.<br />

As teorias mecânicas são parte da Teoria Clássica das Organizações,<br />

retornando a Taylor, Fayol e Weber. A principal suposição desta teoria é a de que<br />

conflito pode ser suprimido com a participação de todas as partes envolvidas na<br />

organização, e se ainda algum nível persistir é porque as regras da organização ou<br />

a postura de algumas pessoas estão falhas.<br />

As teorias originais de relações humanas tendem a considerar o conflito uma<br />

doença a ser curada. Elas se baseiam na análise de características e traços<br />

individuais e a principal suposição é a de que conflitos existem em função de mal-<br />

entendidos entre as pessoas.<br />

No enfoque gerencial as organizações são vistas como uma rede de<br />

negociações e se baseiam em 2 suposições:<br />

1. O predomínio do conflito – conflito não é patológico (de acordo com as teorias<br />

humanas) e não é acidente ou resultado de uma organização falha (conforme as<br />

teorias mecânicas);<br />

2. Conflito e negociação – podem ser considerados como conflito latente (interesses<br />

divergentes, alocação ou troca de recursos escassos) ou conflitos abertos ou<br />

ativos (discussão entre as partes).<br />

47


2.4.5 Situações de Conflito: Como enfrentá-las?<br />

A força construtiva ou destrutiva do conflito deriva de sua motivação e do<br />

clima existente nos grupos. A ausência do conflito significa acomodação, apatia,<br />

estagnação e improdutividade. Todavia, o conflito pode tornar-se negativo e<br />

indesejável, quando considerado não funcional, ou seja, quando se volta contra os<br />

objetivos da organização instituição.<br />

A tradição educacional, em reforço à autoridade paterna, estimulou conceitos<br />

anticonflito, identificados com paz e tranquilidade. Sendo assim, abaixo seguem<br />

algumas formas de como enfrentar os conflitos.<br />

2.4.5.1 Com base na solubilidade<br />

Sparks (1992) apresenta um modelo mental, originado de pesquisa<br />

psicológica relativa à administração das interações de grupos. De acordo com esse<br />

modelo, o negociador pode tomar 2 decisões chave em relação a qualquer conflito.<br />

A primeira decisão é classificar o conflito com base em sua solubilidade:<br />

1. Conflito terminal – parece ser impossível um acordo: “ganha-perde”.<br />

2. Conflito paradoxal – parece obscuro; sua solubilidade é questionável: “ganha-<br />

ganha”.<br />

3. Conflito litigioso – parece ser solúvel: “ganha-ganha”. Se for um ponto de alta<br />

importância, poderá passar para um conflito terminal.<br />

2.4.5.2 Com base na intensidade<br />

A segunda decisão é classificar o conflito com base na sua intensidade:<br />

1. Muito intensos – existem quando os interesses envolvidos têm muita importância<br />

para o negociador e seu oponente. Assim, os negociadores tendem a ser mais<br />

enérgicos e ativos;<br />

2. Menos intensos – os interesses têm menos importância. Dessa forma, os<br />

negociadores tendem a ser moderadamente enérgicos ou passivos.<br />

48


Ainda segundo Sparks, os negociadores que exercem uma disciplina apropriada<br />

só reagem a um conflito depois de tomarem ambas as decisões. Caso contrário,<br />

aumenta o risco de agir de modo incompatível com a solubilidade do conflito.<br />

2.4.5.3 Mediação e conciliação<br />

De acordo com o descrito por Carvalhal (2009), além da negociação, como<br />

processo e forma de resolver conflitos e que visa compatibilizar interesses pela via<br />

direta, a mediação e a conciliação são métodos alternativos, que fazem uso de<br />

terceiras partes e da negociação para viabilizar os resultados desejados.<br />

A mediação é um processo de autocomposição das controvérsias sendo útil<br />

a ação de um terceiro como facilitador. Por meio de procedimentos, o mediador<br />

estabelece um relacionamento funcional, identifica os interesses das partes, constrói<br />

um conjunto de alternativas de solução e estimula as partes a encontrarem as<br />

soluções mais adequadas.<br />

A conciliação requer do conciliador um conjunto de habilidades de<br />

investigação e ouvinte. A imparcialidade é necessária para que sem coagir as<br />

vontades das partes, o terceiro a convença das vantagens de um acordo, que<br />

mesmo não sendo totalmente satisfatório, poderá limitar o conflito e minimizar<br />

perdas.<br />

2.4.5.4 Formas de intervir<br />

Três formas de intervenção visando administrar conflitos que são usadas de<br />

maneira corrente estão descritas em Carvalhal (2009).<br />

Na forma estrutural tenta-se impedir que o conflito ocorra, ou mantê-lo dentro de<br />

limites, modificando as condições antecedentes que o produzem. São, geralmente,<br />

mais fáceis de realizar e exige menor grau de habilidade. Elas lidam com os<br />

antecedentes do conflito, e mudanças estruturais podem impedir que ocorram<br />

conflitos destrutivos. As ações gerais sao:<br />

49


• Encontrar objetivos comuns, minimizando as diferenças, identificando objetivos<br />

que possam ser partilhados entre as partes;<br />

• Criar sistemas de recompensa identificando incentivos para reconhecer o<br />

desempenho conjunto das partes;<br />

• Reagrupar, reorganizando, os membros dos grupos em conflito;<br />

• Separar as partes, reduzindo a interdependência e a probabilidade de conflito.<br />

A intervenção no processo envolve ações durante o episódio de conflito,<br />

buscando influenciar, passo a passo, o comportamento das partes. Essa intervenção<br />

exige grande habilidade e conhecimento do comportamento humano. As ações<br />

gerais sao:<br />

• Desativar, estimulando atitudes inesperadas ou imprevisíveis de cooperação que<br />

tendem a causar impacto positivo e desencadear a cooperação da outra parte,<br />

reduzindo gradativamente o conflito;<br />

• Confrontar, facilitando o posicionamento face a face para ajudar a filtrar as<br />

emoções e identificar pontos comuns. Negociar percepções ajuda a buscar a raiz<br />

dos antagonismos;<br />

• Colaborar, criando situações para as partes trabalharem juntas na identificação de<br />

soluções;<br />

• Mediar, destacando ganhos comuns para que as partes vislumbrem motivos para<br />

buscar um acordo, o que requer a intercessão de uma terceira parte para iniciar e<br />

garantir a continuidade da comunicação.<br />

E a outra forma envolve o uso de intervenções estruturais quanto de processo e é<br />

chamada de abordagem mista e requerem sempre razoáveis incursões no campo<br />

das emoções, percepções e sentimentos. As ações gerais sao:<br />

• Estabelecer regras especificando os procedimentos e limites para trabalhar o<br />

conflito;<br />

• Organizar grupos de trabalho estabelecendo equipes ou grupos maiores e<br />

multidisciplinares, para ampliar os objetivos de grupos que poderiam entrar em<br />

conflito ao trabalharem juntos. É um reagrupamento temporário;<br />

• Criar papéis de ligação utilizando serviços de terceiras partes<br />

intraorganizacionais, para ajudar no processo de comunicação;<br />

50


• Atribuir papéis integradores visando delegar funções integradoras a indivíduos,<br />

solicitando que coordenem esforços e ajudem a solucionar conflitos entre grupos.<br />

2.4.6 Conflito no ambiente de projeto<br />

No decurso do ciclo de vida de qualquer projeto, considerando-se suas fases<br />

e estágios, uma grande diversidade de negociações é realizada e muitos conflitos<br />

precisam ser abordados (Carvalhal, 2009).<br />

O potencial de conflitos em Projetos é muito grande devido a competições<br />

entre objetivos departamentais e pessoais e as necessidades de recursos. Porém,<br />

muitos GPs são contratados com base em conhecimento técnico, entretanto um GP<br />

deve ter muito mais conhecimento gerencial, pois as habilidades interpessoais<br />

possuem muito mais relevância neste ambiente.<br />

Filley (1975) identificou algumas condições, também descritas por Thamhain<br />

e Wilemon (1975), confirmado pelos estudos de Eschmann e Lee, e Stoycheff<br />

(ambos citados por Verma, 1996), que podem conduzir uma equipe de projetos a<br />

conflitos:<br />

• Objetivos incompatíveis entre membros da equipe de projeto;<br />

• Problemas de comunicação;<br />

• Necessidade de consenso para tomada de decisão;<br />

• Cronograma;<br />

• Alocação de recursos;<br />

• Conflitos anteriores mal rersolvidos, criando uma atmosfera de trabalho de tensa,<br />

que pode levar a um conflito destrutivo.<br />

Fontes de conflito em projetos podem incluir o GP, a equipe, os clientes,<br />

stakeholders internos (fornecedores, gerentes funcionais, alto gerenciamento,<br />

pessoal administrativo) e stakeholders externos (participam indiretamente do<br />

projeto).<br />

51


Figura 5: Relacionamento típico entre desempenho e estresse.<br />

(Verma, 1996 apud RAJ, 2006:140)<br />

2.4.6.1 Como negociar/gerenciar<br />

Em estudo realizado pela American Management Association em 1996,<br />

conclui-se que um GP gasta, em média, 20% de seu tempo gerenciando conflito em<br />

um ambiente de projeto. Inicialmente, o GP deve ter habilidade para entender e<br />

diagnosticar corretamente a causa. Em seguida, de acordo com as pessoas<br />

envolvidas, verificar quais as estratégias de comunicação e negociação a serem<br />

adotadas. Sendo assim, o GP precisa conhecer os diversos métodos e processos de<br />

gerenciar os conflitos existentes, sem esquecer que novos paradigmas podem surgir<br />

quando se estimula um conflito positivamente para encorajar novas idéias.<br />

Verma (1996) descreveu que existe um nível ótimo de conflito que aumenta o<br />

desempenho da equipe do projeto. O gerenciamento do conflito deve estimular o<br />

conflito construtivo, isto é, o que ajuda a atingir os objetivos do projeto, e<br />

desencorajar o destrutivo, ou seja, aquele que atrapalha os objetivos do projeto.<br />

Entretanto, isso é um desafio e somente GPs experientes e com muitas lições<br />

aprendidas devem aceitar, pois não constitui boas práticas fazer experimento com<br />

pessoas.<br />

52


Blake e Mouton, também citados por Verma (1996) apresentam seis técnicas<br />

para resolução de conflitos, tais como: retirar-se temporariamente; mudar o foco;<br />

empregar a força; solucionar problema e negociar.<br />

Figura 6: Métodos de gerenciamento de conflitos.<br />

(Verma, 1996 apud RAJ, 2006:144)<br />

53


3. LI<strong>DE</strong>RANÇA<br />

...Um estilo de liderança não é em si mesmo melhor ou pior do que<br />

o outro, nem tão pouco existe um tipo de comportamento em liderança<br />

apropriado para todas as condições. Dessa forma, quase todo mundo<br />

poderia ser capaz de ter sucesso como líder em algumas situações e quase<br />

todo mundo esta apto a falhar em outras.....(Fiedler, F.E., 1967)<br />

A liderança tem sido um tema muito abordado atualmente, porque a dinâmica<br />

das organizações tem gerado mudanças num ritmo e contexto nunca visto. Verifica-<br />

se que cada vez mais o conceito de liderança está relacionado com desempenho e<br />

resultados de uma equipe de trabalho. O tema liderança tem sido estudado há<br />

muitas décadas, nos campos da psicologia social e do comportamento<br />

organizacional.<br />

Liderar, etimologicamente, significa conduzir. Ou seja, guiar pessoas na<br />

direção de objetivos e metas; é saber lidar com as mudanças e influenciar pessoas<br />

na direção de resultados positivos. A palavra liderar sempre necessita de um<br />

complemento, ou seja, liderar é um verbo transitivo direto, então quando falamos em<br />

liderar necessitamos de respostas às perguntas: Liderar quem? Liderar quando?<br />

Liderar como?<br />

Um dos primeiros estudos do comportamento da liderança foi conduzido por<br />

Lewin, White e Lippitt (1939) para verificar o impacto causado por três diferentes<br />

estilos de liderança e os climas sociais resultantes, esses estilos são:<br />

• O estilo autocrático descreve um líder que normalmente tende a centralizar a<br />

autoridade limitando a participação dos subordinados, o líder toma decisões<br />

unilaterais e determina os métodos e a forma de trabalho. Normalmente o tipo de<br />

reação do grupo frente a esse estilo é de forte tensão, frustração, falta de<br />

espontaneidade e iniciativa por parte dos funcionários, desenvolvendo no grupo<br />

sentimentos reprimidos em relação ao líder;<br />

• O estilo democrático de liderança descreve um líder que tende a envolver os<br />

subordinados na tomada de decisão, delega autoridade, incentiva a participação na<br />

decisão dos métodos e usa o feedback como uma forma de treinamento.<br />

Normalmente o tipo de reação do grupo frente a esse estilo é o desenvolvimento de<br />

laços de amizade e relacionamento cordial, a comunicação flui de forma espontânea<br />

e franca, na ausência do líder o trabalho flui normalmente e há o desenvolvimento<br />

de responsabilidade e comprometimento do grupo;<br />

54


• O estilo liberal ou laissez-faire descreve um líder que normalmente dá ao grupo<br />

liberdade para tomar decisões e determinar a melhor forma de realizar um trabalho.<br />

Normalmente o tipo do grupo frente a esse estilo tende a ser medíocre ao se perder<br />

muito tempo com discussões de ordem pessoal e não relacionadas ao trabalho.<br />

Tannenbaum e Schmidt (1958) desenvolveram a Teoria do Continuum de<br />

Liderança, uma abordagem situacional da liderança, sugerindo que de uma forma<br />

prática o líder utiliza os três estilos de liderança, alterando-os de acordo com a<br />

situação, com as pessoas e com a tarefa a ser executada, dentro de um continuum<br />

de padrões de liderança.<br />

Modelo Contingencial de Fiedler (1967) pode avaliar em três termos de<br />

características: As relações entre líder e seguidores se forem uma relação positiva a<br />

situação é favorável. O grau de estruturação da tarefa se for bem definidas com alto<br />

grau de organização e certeza, são favoráveis para o líder. O poder da posição, se o<br />

líder puder fazer mudança, puder promover ou remover qualquer integrante da sua<br />

equipe, significa que seu título tem poder e isso indica autoridade e importância,<br />

uma situação favorável.<br />

Em 1972, Hersey & Blanchard divulgaram a Teoria da Liderança Situacional<br />

onde a liderança pode ser determinada de acordo com as demandas situacionais, ou<br />

seja, as circunstâncias, o contexto, as pessoas e suas características, a época e os<br />

objetivos em questão que são decisivos na execução de uma liderança. Através<br />

deste modelo qualquer pessoa que ocupa um cargo de liderança poderá aplicar o<br />

estilo mais apropriado, sejam eles: autoritário, liberal ou democrático.<br />

Esse modelo é sem dúvida um dos mais conhecidos modelos em termos de<br />

liderança situacional, é baseado em duas variáveis: o comportamento do líder e a<br />

maturidades dos seus subordinados. O conceito–chave desse modelo é o nível de<br />

maturidade dos subordinados (em relação ao desempenho com as tarefas, não em<br />

relação a sua personalidade). A maturidade consiste na capacidade de estabelecer<br />

objetivos/metas, aceitar as responsabilidades e a aptidão para desempenhar a tarefa<br />

solicitada (esse critério é avaliado pelo líder, se o subordinado tem experiência e<br />

formação para desempenhar essa tarefa, logo ele está apto a mesma).<br />

Segundo essa Teoria, existem quatro estilos de liderança que se adequam a<br />

quatro fases de maturidade dos subordinados. À medida que os subordinados vão<br />

atingindo níveis mais elevados de maturidade, o líder deve responder com uma<br />

55


edução do controle sobre as pessoas e as tarefas e com uma redução do<br />

comportamento de relação/orientação das pessoas.<br />

Estilo de Liderança Fases de Maturidade<br />

Comando: elevada orientação para as<br />

tarefas e reduzida orientação para as<br />

pessoas; o líder define as funções e diz às<br />

pessoas quais as tarefas e quando, como<br />

e onde deverão ser executadas e vigia de<br />

perto as suas ações.<br />

Orientação: elevada orientação para as<br />

tarefas e elevada orientação para as<br />

pessoas; o líder explica as suas decisões<br />

e dá oportunidade aos subordinados para<br />

especificarem alguns detalhes.<br />

O comportamento do líder continua<br />

diretivo, mas mais apoiante.<br />

Apoio: reduzida orientação para as<br />

tarefas e elevada orientação para as<br />

pessoas. O líder partilha e leva os<br />

subordinados a participarem na tomada de<br />

decisões. O principal papel do líder é o de<br />

facilitador e de comunicador.<br />

Delegação: reduzida orientação para as<br />

tarefas e reduzida orientação para as<br />

pessoas. O líder delega a<br />

responsabilidade nos subordinados quer<br />

para a tomada de decisão quer para a<br />

implementação.<br />

56<br />

M1: Os subordinados são novos na tarefa<br />

e não não estão preparados nem com<br />

desejos de tomar decisões. Não têm<br />

competência para a realização da tarefa e,<br />

por isso, pouca autoconfiança.<br />

M2: Os subordinados já desenvolveram<br />

alguma experiência na execução da<br />

tarefa, mas ainda têm dificuldades.<br />

Geralmente estão motivados, mas<br />

necessitam de apoio.<br />

M3: Os subordinados já possuem<br />

elevados conhecimentos e experiência<br />

sobre a tarefa, mas sentem-se<br />

desmotivados para efetuar o que o líder<br />

lhe solicita.<br />

M4: Os subordinados têm vastos conhecimentos<br />

sobre as tarefas e estão<br />

altamente motivados para fazer o que lhe<br />

é solicitado<br />

Figura 7: Os 4 estilos de liderança e as fases da maturidade da Teoria da Liderança<br />

Situacional, descritos por Hersey & Blanchard, 1972.<br />

Um ponto forte dessa Teoria é o reconhecimento da competência e da<br />

motivação como elementos–chave do processo de liderança, mas um problema<br />

encontrado nela é a idéia de que as pessoas “imaturas” devem ser tratadas com o<br />

“pulso forte”, mas esse tipo de tratamento não as desenvolveria, fariam com que elas<br />

ficassem ainda mais imaturas.<br />

Segundo o Dicionário Aurélio On Line (Ferreira, ABH) os conceitos de<br />

maturidade podem ser: Estado das pessoas ou das coisas que atingiram completo<br />

desenvolvimento; Período de vida compreendido entre a juventude e a velhice.<br />

Uma constatação vem ganhando importância nos últimos anos: as<br />

organizações necessitam amadurecer na ciência e arte de gestão de projetos. Para<br />

Kerzner (2006) as empresas devem, em primeiro lugar, desenvolver um plano


estratégico realista para orientar o aprimoramento contínuo de sua maturidade em<br />

gerenciamento de projetos. Sem um guia, atingí-la pode levar décadas. Em<br />

segundo, deve haver um comprometimento corporativo em torno desta evolução,<br />

celebrado com base na crença compartilhada pelos executivos quanto ao valor real<br />

adicionado à organização por este progresso obtido em um período de tempo<br />

razoável. E, em terceiro, deve haver um grupo de profissionais dedicado à efetiva<br />

implementação deste plano estratégico – isto normalmente se torna<br />

responsabilidade de um Escritório de Projetos.<br />

Maturidade em gerenciamento de projetos está ligada a habilidade que uma<br />

organização tem em gerenciar seus projetos, propiciando resultados mais<br />

previsíveis. As empresas estão cada vez mais conscientes tanto da importância do<br />

gerenciamento de projetos para concretizar suas estratégias como de que existe um<br />

caminho de amadurecimento para se atingir a excelência (Prado, 2008).<br />

Em organizações que atingiram certa maturidade organizacional em<br />

gerenciamento de projetos, o desenvolvimento de novas competências pelos<br />

gerentes de projeto tem alcançado resultados positivos e com muito sucesso.<br />

Minimizar os conflitos oriundos das mudanças, maximizarem a absorção de novas<br />

tecnologias pela equipe e pela organização, reduzir os custos e os prazos na<br />

especificação ou aquisição de novas tecnologias, contribuirá para melhoria das<br />

competências organizacionais.<br />

57


3.1 LI<strong>DE</strong>RANDO PELO CONFLITO<br />

Nenhum livro, método ou treinamento pode remediar os conflitos.<br />

Como o sol ou os ventos, os conflitos são forças que somente os tolos<br />

fingem dominar. (Mark Gerzon, 2006).<br />

Há desavenças em todo lugar: desde organizações divididas quanto às<br />

estratégias e funções, até comunidades separadas por raça, nível econômico,<br />

religião ou política. Os conflitos acalorados (cheios de emoções fortes e vozes<br />

exaltadas) e amenos (cheios de emoções reprimidas, silêncio tenso e estresse<br />

invisível) podem trazer consequências destrutivas se conduzidos de maneira<br />

inadequada, refletindo numa ineficiência crônica nas organizações.<br />

Atualmente, o desafio mais imediato de muitos líderes é lidar com as<br />

diferenças dentro das suas organizações. Dessa forma, precisam desenvolver<br />

habilidades para transformar essas diferenças em oportunidades. Os líderes<br />

precisam transcender limites que podem ajudar as partes a trabalhar em conjunto<br />

para fortalecer o todo.<br />

Se gerenciar é administrar e liderar, pode-se considerar que a negociação é<br />

um instrumento inseparável do cotidiano dos gestores, sejam eles líderes de equipes<br />

e projetos, atuando no campo dos processos ou de pessoas. A transformação de<br />

problemas e conflitos, potenciais ou reais, atenuados ou solucionados, assim como o<br />

aproveitamento de oportunidades em estado latente fazem parte do núcleo da<br />

missão gerencial (Carvalhal, 2009).<br />

O mundo se movimenta com rapidez. A tecnologia avança a cada dia. A<br />

diversidade e a mudança estão se tornando universais. A tomada de decisões está<br />

cada vez mais complexa. Os conflitos que ultrapassam fronteiras (culturais,<br />

econômicas, religiosas) são extremamente comuns. Dessa forma, num ambiente<br />

com essas características, liderar pelo conflito passou a ser um requisito vital.<br />

A liderança que ultrapassa os conflitos envolve o enfrentamento honesto e<br />

criativo das diferenças. Requer aplicação de aptidões pessoais e profissionais que<br />

transformam sérios embates em oportunidades valiosas de colaboração e inovação.<br />

Gerzon (2006) em seu livro Liderando pelo Conflito, diz que estudou como<br />

vários líderes do mundo transformaram, não apenas admininistraram, liquidaram,<br />

contiveram ou resolveram alguns dos conflitos mais díficeis e irreconciliáveis do<br />

58


nosso tempo. Esses líderes abriram caminho além do senso comum da concessão,<br />

a fim de alcançar o nível mais alto da criatividade e da inovação.<br />

Transformação significa que o conflito não foi nem superficialmente liquidado<br />

com uma concessão rápida e nem temporariamente “consertado”. Significa que os<br />

stakeholders passaram por um processo de mudança que eleva a dinâmica do<br />

conflito a outro nível.<br />

Três modelos de liderança foram definidos por Gerzon (2006): Mediador,<br />

Administrador e Demagogo:<br />

O Mediador representa uma abordagem de liderança que transforma as<br />

diferenças em oportunidades. Esses são os líderes que conseguem ver, conter ou<br />

cuidar das situações mais complexas e difíceis.<br />

O Administrador é limitado por sua própria identidade. Por não usarem as<br />

diferenças ativamente nem as alavancarem contra fins perniciosos e destrutivos,<br />

esse modelo acaba aprisionado às definições do cargo. Alguns líderes, desse<br />

modelo, conseguem resolver um conflito com uma decisão unilateral. De acordo com<br />

William Ury, esse tipo de decisão, que ele chama “de um homem só”, “de um jeito<br />

só”, “numa tacada só” é cada vez menos eficaz.<br />

O outro modelo, o Demagogo usa o medo da diferença como alavanca para<br />

aumentar o seu poder. As consequências desse modelo podem ser desastrosas.<br />

As 3 faces da liderança descritas acima, estão em diferentes graus em cada<br />

um. O resultado de qualquer conflito dependerá do modelo escolhido para executar<br />

a função de líder, que dependerá do tipo de conflito a ser enfrentado. Entretanto, o<br />

Mediador representa os líderes que conseguem “ver” ou “conter” ou “cuidar” de<br />

situações mais complexas.<br />

Desta forma, Gerzon (2006) descreveu oito ferramentas do Mediador para<br />

auxiliá-lo a lidar com os conflitos de maneira mais eficaz. No entanto, essas<br />

ferramentas precisam ser usadas com habilidade para causarem um impacto<br />

positivo. Mas, vale ressaltar que, para utilização dessas ferramentas é essencial<br />

conhecer os outros modelos de liderança.<br />

1. Visão integral – assumir o compromisso em considerar todos os lados do conflito,<br />

em toda sua complexidade – tanto racional quanto emocional;<br />

2. Raciocínio sistêmico – identificar o maior número possível de elementos<br />

importantes relacionados à situação de conflito e compreender as relações entre<br />

esses elementos;<br />

59


3. Presença – aplicar recursos mentais, emocionais e espirituais para presenciar o<br />

conflito do qual irá fazer parte;<br />

4. Questionamento – levantar questões que esclareçam as informações essenciais<br />

sobre o conflito e vitais para se compreender como transformá-lo;<br />

5. Conversação consciente – ter consciência da ampla variedade de maneiras de<br />

falar e de ouvir;<br />

6. Diálogo – comunicar-se de forma a catalisar a capacidade humana de inovar e<br />

estabeler ligações;<br />

7. Ligação – desenvolver parcerias que cruzem as fronteiras que dividem uma<br />

organização;<br />

8. Inovação – promover revoluções sociais e empresariais que criem novas opções<br />

para resolver conflitos.<br />

O principal objetivo do Mediador é administrar conflitos e diferenças. Porém,<br />

outros objetivos lhe são atribuídos para ajudá-lo a lidar de maneira mais criativa e<br />

eficaz com os conflitos:<br />

• Melhorar o ambiente de trabalho;<br />

• Revitalizar a organização;<br />

• Fortalecer as escolhas;<br />

• Ajudar a incentivar uma postura mais positiva, produtiva e curiosa em relação às<br />

diferenças entre os grupos em geral.<br />

As ferramentas para liderar pelo conflito foram desenvolvidas para transformar<br />

conflito em oportunidade. Para liderar desta forma, precisa-se encarar a perspectiva<br />

do que é possível; procurar sempre a oportunidade, nem que esteja enterrada no<br />

solo do conflito.<br />

60


4. CONCLUSÃO<br />

Este trabalho descreveu sobre o gerenciamento de conflitos em projetos.<br />

Entre outras áreas, foi discutida uma das mais importantes e difíceis áreas de<br />

conhecimento que um GP deve se aperfeiçoar para obter sucesso: PESSOAS.<br />

concluir que:<br />

De acordo com os objetivos traçados no ínicio deste trabalho foi possível<br />

• Foi atendida a revisão bibliográfica proposta sobre projeto e conflito abordando<br />

suas principais características;<br />

• As formas de liderança foram descritas de acordo com o tema principal do<br />

trabalho – gestão de conflitos.<br />

• O tema da liderança pelo conflito foi descrito e foram abordadas as ferramentas<br />

práticas para ajudar os líderes (mediadores) a se tornarem instrumentos de uma<br />

mudança positiva.<br />

• Na discussão sobre a correlação entre liderança e maturidade foi possível<br />

observar que a atitude de um lider pode estar diretamentamente relacionada ao grau<br />

de maturidade de seu subordinado, e consequentemente, de como agir em caso de<br />

conflito.<br />

4.1 ORIENTAÇÕES OU SUGESTÕES PARA GERIR UMA EQUIPE <strong>EM</strong> CONFLITO<br />

Instituições não funcionam sozinhas, não se gerem por toque de mágica, nem<br />

os cargos têm vida própria. Equipes, empresas, corporações ou governos é o<br />

resultado do trabalho de um grupo de indivíduos. Nesse processo, é preciso<br />

encontrar o que houver de melhor em cada um deles para tornar sólida a instituição;<br />

fazê-los entender que o esforço coletivo leva à vitória, mas o talento individual<br />

desorientado tende a fracassar.<br />

Entretanto, gerir e manter organizada uma equipe são uma tarefa difícil que<br />

cabe ao GP, pois num ambiente tão heterogêneo a presença de conflitos é<br />

inevitável. Neste trabalho pôde-se ver como o conflito deve ser tratado de tal forma a<br />

não atrapalhar o desempenho da equipe. Como disse Jandt (1985:29): “Organizar é<br />

introduzir fontes de conflito”.<br />

61


De acordo com o trabalho descrito, seguem algumas orientações ou sugestões<br />

para que um GP ou líder possa utilizá-lo em um momento de conflito em sua equipe:<br />

1. Identificar as causas do conflito: Real ou emocional. Se for oriundo de causas<br />

emocionais, exige a reestruturação das percepções das partes e o tratamento dos<br />

sentimentos existentes, além da intervenção de uma terceira pessoa habilitada. Se<br />

for, de causa real, exige negociações e soluções de problemas pelos participantes e,<br />

também a intervenção de terceiras partes neutras;<br />

2. Administrar o conflito: Após a identificação das causas do conflito, utilizar a(s)<br />

ferramenta(s) mais adequada(s), descritas no capítulo 2 deste trabalho;<br />

3. Sendo um líder, utilize o modelo que melhor lhe convier (descrito no caítulo 3<br />

deste trabalho), de acordo com a causa do conflito e com a equipe envolvida, para<br />

poder transformar este conflito em oportunidade.<br />

A abordagem realizada neste trabalho nos permite adquirir conhecimentos<br />

técnicos-específicos, para que na prática nos seja possível contribuir de forma ativa<br />

para a resolução de eventuais conflitos.<br />

62


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