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MANACORDA, Mario Alighiero. A educação no Oitocentos. In

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<strong>MANACORDA</strong>, <strong>Mario</strong> <strong>Alighiero</strong>. A <strong>educação</strong> <strong>no</strong> <strong>Oitocentos</strong>. <strong>In</strong> História da Educação – Da antiguidade aos<br />

<strong>no</strong>ssos dias.7ª ed. Rio de Janeiro: Cortez, 1999. pp. 269 – 310.<br />

necessidade de tantos estudos sobre as crianças, bastando-lhe, para tanto, 'a força das obras.'.”<br />

(<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p.279). Era um homem desconfiado das soluções pedagógicas e das suas<br />

experimentações. Entendia que os livros ao transformarem a <strong>educação</strong> em arte a ser ensinada, cuja origem<br />

identifica <strong>no</strong>s jesuítas, conduziu a uma pedanteria, ou seja, teoria sem sentimento. Para Caponni esse<br />

modelo de pedagogia passou dos mais velhos para os jovens, e consolidou literatos (teóricos)<br />

conservadores e i<strong>no</strong>vadores que não se diferem: todos pedantérios.. A pedanteria pedagógica adquiriu<br />

vários rumos e expressões, e a pior delas é a “[...] do afeto,que se arroga a doutrinar com suas regras.”<br />

(CAPONI in <strong>MANACORDA</strong>, 1999, P.280).<br />

A leitura de Caponni e outros indicam que o problema do método é o problema pedagógico do<br />

século. Mas, não o vê como decorrente da própria evolução história. Para Manacorda isso não tem sentido,<br />

uma vez que desde o momento que a instrução é posta como universal e laica há mudança de destinatários,<br />

conteúdos e objetivos. O que exigiu pensar o processo de como ensinar (método), sobretudo em relação só<br />

conteúdos da instrução concreta. ((?????).<br />

As escolas infantis e o ensi<strong>no</strong> mútuo nascem na <strong>In</strong>glaterra industrializada. As discussões<br />

teóricas e a iniciativa em outros países indicam convergência de dois fatores <strong>no</strong>vos para a <strong>educação</strong><br />

infantil: problemas da organização e didática.<br />

a) A escolas infantis. Após tratar de varias precedentes (p.280) Manacorda (1999) destaca as<br />

contribuições de Robert Owen. O aporte é identificado na experiência italiana (p. 281-282) do educar e<br />

instruir. Educar tratado como ação corretiva dos comportamentos. Não se trata de inspiração democrática<br />

uma vez que não compreende as tradições populares, mas como caminho para …. “lidas indecentes.”<br />

Segundo Manacorda, sua contribuição permitiu observar a tradição popular da Lombardia. Era<br />

contrário ao dialeto local que entendia ser causa das corrupções de mentes e corações. Concepção que<br />

naturaliza a divisão de classes ao promover o desenvolvimento moral e erudição segundo idades e classes,<br />

para que o trabalho possa ser distribuído e atendida a prosperidade de cada um; moraliza o povo, o que<br />

garante segurança pública por meio da gratidão aos benfeitores. Na verdade, a preocupação maior era<br />

enfrentar o socialismo e o comunismo. Trata-se de educar o povo e não de educar pelo povo.<br />

O valor da iniciattiva é identificado por Manacorda na difusão das escolas infantis e a<br />

conscientização dos poderes públicos.<br />

A proposição promoveu apoios e reações contrárias <strong>no</strong> meio católico (p. 283). A experiência<br />

não prosseguiu porque o foco era culturalista, antecipando a instrução primária, e pro carência de uma<br />

metodologia para a infância. A resposta foi dada mais adiante por Froebel.<br />

O protestante Friedrich Froebel (p.283), conhecedor e admirador de Pestalozzi 1 , elaborou um<br />

1 J. H. PESTALOZZI (261 – 268). Embora siga uma linha que se inspira em Rousseau, Pestalozzi vai além. Exerce uma<br />

atividade filantrópica e tinha capacidade de transformar princípios em ações práticas. Seu maior desafio foi unir o homem natural<br />

e realidade histórica, elementos que Rousseau havia separado. Para realizar isso não ig<strong>no</strong>rou seu tempo e orientou-se pelos<br />

ideais da sociedade pré-industrial. Sua contribuição (instituições infantis e didática) marcaram os rumos da <strong>no</strong>va pedagogia e do<br />

processo educativo dos a<strong>no</strong>s oitocentos.<br />

Suiço com cidadania francesa partir de 1798 aderiu à República Helvética instalada em 1798 por ocasião do domínio de<br />

Napoleão na região do pais. Durou até 1803.<br />

Sua ação humanitária e i<strong>no</strong>vadora rendeu-lhe a oposição dos conservadores. Reações que para Manacorda indicam a<br />

originalidade de suas propostas e ações. De Rousseau toma a concepção da bondade natural do homem, mas a entende como<br />

algo a se construída: um ser para a perfeição.<br />

Manacorda usa das cartas de Pestalozzi ao inglês Greaves em “Mãe e filho” para indicar os princípios da pedagogia<br />

pestalozziana:<br />

O “reconhecimento das imutáveis leis de <strong>no</strong>ssa natureza” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 261) o levou a valorizar de forma<br />

decisiva a extraordinária importância dos primeiros a<strong>no</strong>s de vida e o amor mater<strong>no</strong> na <strong>educação</strong> para o “[...] desenvolvimento da<br />

alma infantil[...]” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 261).<br />

Manacorda alerta que o princípio mater<strong>no</strong> é prolongamento e concretização da concepção natural do homem presente em<br />

Pestalozzi. Deste decorre suas compreensões e praticas de relação educativa, metodologia didática, contexto social, enfim os<br />

aspectos de sua pedagogia.<br />

Trata-se de dimensões de sua pedagogia, sobre a qual Manacorda pontua algumas pontos centrais:<br />

1) Quanto à relação educativa, Pestalozzi defende a bondade como princípio basilar da <strong>educação</strong>. É o meio pelo qual se<br />

consegue mais na prática educativa. Sua defesa não foi pacífica, sobretudo ao ser comparado com concepções que negavam o

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