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Ano 12 nº<strong>123</strong> | novembro de 2016<br />

Vamos nos aprofundar nos estudos!<br />

E claro, colocá-los em prática!


ÍNDICE<br />

04<br />

06<br />

24<br />

32<br />

38<br />

Catequese Budista<br />

O Verdadeiro Budismo<br />

Culto Assistencial<br />

(texto: Jyunsho Yoshikawa)<br />

Coordenador de Grupo<br />

(texto: Eishin Suzuki)<br />

Doações<br />

(texto: Gyoushuu Tadokoro)<br />

Expediente<br />

Ano 12 / Revista N° <strong>123</strong> / novembro 2016<br />

Responsável Geral: Arcebispo Takassaky Nitiguen<br />

Editor: Kyohaku Correia<br />

Coordenador Site www.revistalotus.com.br: Gyouen Campos<br />

Coordenador Site www.budismo.com.br: Gyouun Vieira<br />

Colaborador: Gyouan Assis<br />

Colaboradora: Akemi Kawamata<br />

Contatos: budismo@budismo.com.br


Catequese Budista<br />

Catequese significa: Instrução<br />

metódica e oral sobre muito mais fiéis participam.<br />

des Cultos/Oeshiki, dia em que<br />

temas religiosos. Portanto,<br />

é um termo genérico sobre a tos, as catequeses foram ex-<br />

Apesar de breves quinze minu-<br />

doutrinação religiosa.<br />

tremamente instrutivas e muito<br />

Nos anos de 2002 e 2003, pelo bem aplicadas em cada templo.<br />

departamento de Expansão, foram<br />

realizadas cerca de 80 cateações<br />

e Visitas assistenciais,<br />

Os temas: Chefe de Grupo, Doqueses<br />

por todos os Templos do também foram oportunos, pois<br />

Brasil. Ou seja, fazia tempo que incentivam as práticas básicas<br />

não retomávamos essa prática existentes dentro de um templo.<br />

por igual em todos os Templos Agradecemos a todos os Templos<br />

que bem recepcionaram as<br />

do Brasil.<br />

Contudo, por orientação do Arcebispo<br />

Takassaky, este ano, nas contéudo seja bem aplicado na<br />

catequeses e esperamos que o<br />

ocasiões dos Grandes Cultos de prática do cotidiano.<br />

todos os Templos do Brasil os Aproveitamos também para veicular<br />

inicialmente o texto básico<br />

bispos, Suzuki Eishin, Yoshikawa<br />

Jyunshou e o sacerdote Tadokoro<br />

Gyoushuu, realizaram a cate-<br />

teórico e religioso das cateque-<br />

“Verdadeiro Budismo”, enfoque<br />

quese budista sobre temas práticos<br />

do dia a dia na atividade de que também valem como aprenses<br />

realizadas há quatorze anos<br />

um fiel.<br />

dizado.<br />

A intenção, além de doutrinar os<br />

fiéis, foi de aproveitar os Gran-<br />

Arigatougozaimassu.<br />

4 | Revista Lótus Revista Lótus | 5


O Verdadeiro Budismo<br />

Catequese Budista realizada em São Paulo/ Nikkyoji<br />

no dia 22 de fevereiro de 2012<br />

A<br />

Honmon Butsuryu – Shu é uma religião<br />

que surgiu com o objetivo de proporcionar<br />

a todos, e sem restrições, o caminho<br />

para a felicidade plena, independentemente<br />

de todas as possíveis diferenças e<br />

circunstâncias que possam existir entre os<br />

seres.<br />

Dentro do budismo existem várias ramificações<br />

e dentre elas está a HBS. Sua característica<br />

principal é: a fácil prática da fé. Ou<br />

seja, o estado de iluminação (ausência de sofrimento)<br />

pode ser atingido levando-se uma<br />

vida absolutamente normal, não havendo<br />

necessidade de renunciar aos afazeres cotidiano,<br />

apenas sempre lembrando que é essencial<br />

a prática da fé centrada na oração do<br />

Namumyouhourenguekyou.<br />

6 | Revista Lótus Revista Lótus | 7


É<br />

muito fácil alguma religião ou personagem tido<br />

como fundador da mesma, ou até mesmo seguidores<br />

dizerem “Minha Religião é verdadeira”. Na<br />

verdade falam a respeito da convicção que têm delas,<br />

não sobre a legitimidade daquilo que fundamenta<br />

a religião que praticam. Ninguém ainda não iluminado,<br />

tem conhecimento ou experiência suficiente<br />

para dizer a respeito da verdade, principalmente se<br />

esta está relacionada à religião. Então, como fazer<br />

para classificar as religiões e escolher um verdadeiro<br />

caminho a seguir?<br />

O que se define por<br />

Verdadeiro ?<br />

六 道 は 地 獄 鬼 畜 修 人 天 上<br />

これをまよひの 娑 婆 といふ 也<br />

Rokudou wa digoku ki tiku shu nintendyou<br />

kore o mayoi no shaba to yuu nari<br />

“Os Seis Mundos são:<br />

Inferno, ambição, animal,<br />

conflito, humano e celestial.<br />

Assim é o incerto mundo saha.”<br />

Saha: Planeta Terra. Terra de Resistência<br />

Grande Mestre Nissen Shounin nº3209<br />

Nós budistas,entendemos como<br />

critério básico de seleção os seguintes<br />

itens. Primeiro item: Ser<br />

capaz de mudar uma realidade<br />

definitivamente. Vejamos a citação<br />

do Mestre Nissen Shounin<br />

que diz respeito aos sucessivos<br />

renascimentos nos mundos ou<br />

estados de sofrimento:<br />

Este ensinamento nos transmite,<br />

a partir da nomenclatura dos<br />

Seis Mundos Cíclicos (Sânscrito:<br />

Sansara, ou Rinnetenshou em<br />

Japonês) que vivemos, a importância<br />

de nos determinarmos a<br />

nos emancipar. Ou seja, deixar<br />

de ser dominado pelo ciclo e<br />

passar a ser, pela prática da fé,<br />

um dominante do ciclo.<br />

Sendo assim, renascerá pela virtude<br />

da própria prática e consciência.<br />

A conotação “incerta” dada aos<br />

seis mundos, deriva da ignorância,<br />

propriedade gera incertos<br />

momentos, incertos acontecimentos<br />

e dúvida da importância<br />

da determinação na prática<br />

da fé e impedindo de receber a<br />

bênção da iluminação. Em outras<br />

palavras, a religião que segue<br />

deve ser capaz de lhe transmitir<br />

ensinamentos que torne<br />

capaz que transformar e não de<br />

burlar uma realidade.<br />

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Segundo item: Praticável<br />

por qualquer um.<br />

De que vale ser considerado<br />

um bom ensinamento<br />

se não é praticável. Prática<br />

de eremitas, ascetas e monges<br />

que se enclausuram, podem<br />

ser consideradas benéficas individualmente.<br />

Mas, um tipo de<br />

prática que permite apenas um<br />

determinado tipo de ser, capaz<br />

de suportar qualquer obstáculo,<br />

tanto físico como mental para<br />

desenvolver-se,não deve ser<br />

considerada verdadeira.<br />

A maior característica da<br />

verdade é que “Serve para todos”.<br />

Caso não servir , ou melhor,<br />

se servir para excluir alguém ,<br />

então ela é falsa. A prática pregada<br />

por uma determinada religião,<br />

não deve possuir restrições,<br />

físicas, intelectuais ou de<br />

qualquer outra natureza. Nem<br />

mesmo a própria pessoa pode<br />

se excluir da compaixão do<br />

Buda Primordial. Sempre terá<br />

sua chance.<br />

É praxe no budismo a prática<br />

da religião a partir das três<br />

disciplinas (Sangaku): Kai (Preservar<br />

os mandamentos), Dyou<br />

(Praticar a meditação), Ê (Desenvolver<br />

a sabedoria). Analisando<br />

friamente, não somos<br />

capazes de executar com perfeição<br />

nenhum dos três, devido à<br />

incontáveis limitações que possuímos.<br />

Sequer conseguimos<br />

manter a própria palavra. Meditar<br />

a partir da ignorância e experiências<br />

também não gera o<br />

resultado esperado. Quem não<br />

é capaz de realizar as duas primeiras<br />

disciplinas com perfeição,<br />

não conseguirá realizar a<br />

terceira e mais importante das<br />

disciplinas.<br />

Aprendemos do Grande<br />

Mestre Nitiren Daibossatsu que,<br />

devemos praticar pelo menos a<br />

terceira e mais importante disciplina,<br />

que por si só incorpora<br />

todas as outras. Porém, como<br />

superar nossas limitações? Pode<br />

parecer que não somos capazes<br />

de muita coisa, mas, somos capazes<br />

de acreditar e ter fé. Essa<br />

força nos permite superar todas<br />

as nossas limitações, dificuldades<br />

e imperfeições. Ou seja,<br />

se não temos a sabedoria, vamos<br />

recebê-la de quem têm. Do<br />

Gohouzen, do Buda Primordial,<br />

do iluminado.<br />

Quando estamos acometidos<br />

por alguma doença, buscamos<br />

um médico. Quando precisamos<br />

de dinheiro buscamos<br />

em sua fonte que é trabalho.<br />

Quando quisermos voar, procuraremos<br />

um avião. Da mesma<br />

forma, se almejarmos concluir<br />

a disciplina “Sabedoria” deveremos<br />

procurar em quem tem, e<br />

não procurá-la em nós mesmos.<br />

A forma de recebermos a sabedoria<br />

do iluminado é cambiar a<br />

Fé, único pertence nosso, pela<br />

sabedoria de Buda. Por esse<br />

método todos podem também<br />

receber a iluminação.<br />

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Terceiro item: Que a religião não se coloque acima do devoto.<br />

Ser capaz de elevá-lo a partir dela.<br />

Uma igreja ou templo deve<br />

existir em função do fiel<br />

e não o fiel em função da<br />

igreja. O fiel se move em função<br />

da proporção da sua fé. Todavia,<br />

a comunidade religiosa não<br />

deve se prevalecer disso e tornar-se<br />

dona da verdade, esquecendo<br />

que o principal é a salvação<br />

do ser.<br />

A religião é um instrumento, um<br />

meio e não um objetivo. O objetivo<br />

é atingir a iluminação. Como<br />

instrumento ela deve proporcionar<br />

todos os meios que possam<br />

realizar a plena felicidade do<br />

devoto e não “podar” o fiel com<br />

restrições que derivam de normas<br />

administrativas ou de natureza<br />

individual do administrador<br />

ou sacerdote. A religião deve lhe<br />

ser útil e não você ser uma utilidade<br />

dela. A medida que pratica<br />

a fé, deve tornar-se livre e não<br />

cada vez mais aprisionado.<br />

Todo budista necessita da religião<br />

e do budismo como uma<br />

religião. Todavia, o budismo não<br />

necessita que você seja simplesmente<br />

um devoto e que<br />

pelo resto dos seus dias seja<br />

um subordinado dela. Precisa<br />

que você seja ela própria, que<br />

você e todo seu ser seja um devoto<br />

independente da existência<br />

dela ou não. Quando você<br />

se iluminar não mais precisará<br />

da religião. Será eternamente<br />

grato por isso e, naturalmente<br />

se esforçará para expandir essa<br />

causa primordial e converterá<br />

outras pessoas a este meio que<br />

o realizou.<br />

Esta é função do templo no budismo.<br />

Na HBS isso é tão fundamental<br />

que conhecemos o<br />

templo como uma academia,<br />

lugar que deve freqüentar com<br />

assiduidade a fim de aprender<br />

a partir dos ensinamentos dos<br />

Grandes Mestres a forma correta<br />

de se superar. Se um dia não<br />

houver mais igrejas ou templos,<br />

o mundo estará acabado então?<br />

Pelo contrário, devido à existência<br />

de verdadeiros devotos estará<br />

mais presente do que nunca.<br />

Existem dois tipos de religiões.<br />

A fundada divinamente e outra<br />

fundada pelo homem. Quanto a<br />

religião fundada pelo homem,<br />

naturalmente, é manipulada<br />

pelo mesmo e, acumula todas<br />

as imperfeições do fundador<br />

não iluminado. Não é digna de<br />

ser seguida porque nos expõem<br />

ao risco (em fé não deve haver<br />

risco, só fé) de praticar algo derivado<br />

da imperfeição do fundador.<br />

Só podemos devotar algo<br />

realmente e, por excelência nobre.<br />

Que é, sempre foi e sempre<br />

será nobre, e portanto, digno<br />

da nossa devoção; o Gohonzon,<br />

que não foi criado e nem mesmo<br />

é o criador. Simplesmente é<br />

a energia que rege o universo.<br />

Pela fé que preenche os requisitos<br />

básicos da verdade, saberemos<br />

canalizar essa energia que<br />

tanto precisamos.<br />

Honmon Butsuryu-Shu significa<br />

“Religião Budista do Caminho<br />

Primordial estabelecida<br />

pelo Buda Primordial”. Portanto,<br />

carregamos no próprio nome, o<br />

nome do fundador e sua doutrina.<br />

Simplesmente o nome<br />

“Honmon Butsuryu-Shu” fun-<br />

12 | Revista Lótus Revista Lótus | 13


damenta tudo o que pregamos.<br />

Só existe uma religião, e essa<br />

deve ser aquela estabelecida<br />

pelo próprio Pai (Buda) Primordial.<br />

Nem mesmo seu devoto,<br />

mestre da era Mappou e quem<br />

nos ensinou o Namumyouhourenguekyou,<br />

ousou fundar alguma<br />

religião. Nitiren Daibossatsu<br />

durante toda sua vida nunca se<br />

considerou dessa forma. Sempre<br />

declarou-se devoto incondicional<br />

e cumpriu sua missão<br />

sem permitir ou deixar margem<br />

de interpretação para que alguém<br />

o colocasse acima da sua<br />

missão. Ele próprio diz: “Seria o<br />

maior insulto que poderiam fazer-me”.<br />

Essas são as características que<br />

uma religião que diz ser verdadeira,<br />

deve apresentar, além de<br />

ter uma doutrina escrita (que<br />

conste ensinamentos do iluminado<br />

exatamente como pregado),<br />

não extrapolar a lei da causa<br />

e efeito , tanto como a lei da<br />

inter-dependência. E, principalmente,<br />

apresentar os resultados<br />

da prática.<br />

É impossível querer ser verdadeiro<br />

sem antes disso ser a própria<br />

verdade.<br />

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Cinco Divisões de Três Itens<br />

O verso ao lado possui um tema<br />

que é: A simultaneidade da oração<br />

e orientação<br />

われも 唱 へ 人 にもとなへ させんとの<br />

心 やゝがて ぼさつなるらん<br />

Ware mo tonae hito nimo tonae sassen to no<br />

kokoro ya yagate bossatsu naru ran<br />

“Ao orar o Namumyouhourenguekyou<br />

e incentivar os outros também,<br />

à medida do tempo o seu coração<br />

se transformará em um Bossatsu.”<br />

Grande Mestre Nissen Shounin nº3345<br />

No momento que ora, nunca<br />

estará orando por si só. Sua<br />

oração, o Namumyouhourenguekyou,<br />

por si só tem o poder<br />

de contagiar outras pessoas.<br />

Todavia, é importante<br />

também que façamos a nossa<br />

parte do compromisso, o de expandir<br />

o Darma. A medida que<br />

vou colocando em prática meu<br />

compromisso espiritual vou me<br />

transformando num Bossatsu,<br />

num ser predisposto à iluminação,<br />

principalmente a partir do<br />

ato de compaixão. Neste caso<br />

a maior representação de compaixão<br />

será ensinar alguém a<br />

orar, pois esta nova pessoa tornar-se-a<br />

capaz de praticar como<br />

você e se tornará também num<br />

Bossatsu.<br />

Um Bossatsu é um ser predisposto<br />

à iluminação, esta disposição<br />

vem dele, da determinação<br />

e fé dele mesmo. Veremos<br />

na seqüência o que um Bossatsu<br />

faz em prol da sua iluminação e<br />

de outrem.<br />

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1 - As Três causas do recebimento da Bênção (Goriyaku)<br />

5 - As Três condições para iluminação (Dyoubutsu)<br />

Ação<br />

Determinação da Fé<br />

Por que?<br />

Significa ter a fé em primeiro plano<br />

Causa<br />

Orar ao limite máximo<br />

Por que?<br />

Para dedicar sua própria vida<br />

Humildade e sinceridade<br />

Puro esforço<br />

Possibilita a aceitação dos ensinos e a<br />

reflexão.<br />

Representa continuidade<br />

Acumular virtude<br />

Por vidas praticar a fé<br />

Não poupar de si<br />

Para que todos pratiquem e se<br />

iluminem<br />

2 - As Três causas do não recebimento da Bênção (Houbou)<br />

Causa<br />

Por que?<br />

Incerteza e dúvida É derivado da heresia<br />

Orgulho<br />

O estaciona e faz decair a fé<br />

Negligência<br />

Aos poucos o afasta da fé<br />

3. Os Três bons meios de acumular virtudes (Kudoku)<br />

Ação<br />

Por que?<br />

Alegrar-se<br />

Transmite alegria<br />

Agradecer<br />

Perpetua a alegria<br />

Retribuir<br />

Para fazer alguém feliz<br />

4 - As Três condições para expansão. (Goguzuu)<br />

Ação<br />

Por que?<br />

Orar<br />

Fazer se emanar a luz do Gohonzon<br />

Orientar<br />

Demonstrar compaixão<br />

Praticar<br />

Promover à expansão<br />

Um Bossatsu basicamente<br />

faz a seqüência de<br />

ações acima citadas.<br />

Por isso é um Bossatsu. Pelo<br />

que notamos o que faz não é<br />

nada sobrenatural.<br />

Simplesmente coloca em ação<br />

os princípios que aprende a<br />

partir dos ensinamentos religiosos<br />

e os estabelece como<br />

sua meta. Prestemos bem<br />

atenção que o Bossatsu estabelece<br />

suas metas na prática<br />

da causa e nunca meramente<br />

na visualização de um resultado.<br />

Sabe pela fé, que todos os resultados<br />

serão meras e óbvias<br />

conseqüências de todo seus<br />

esforço. Principalmente no<br />

esforço relacionado a doutrinação<br />

e orientação das pessoas<br />

que ainda não se tornaram<br />

em Bossatsu.<br />

O Grande Mestre Nissen Shounin<br />

realiza uma seqüência de<br />

perguntas e respostas que<br />

refletem bem a realidade da<br />

prática da fé de um Bossatsu.<br />

“Como o Darma se expande?<br />

Se não através da oração e<br />

orientação, não há como se<br />

expandir. A oração para eliminar<br />

as heresias e a orientação<br />

para fazer surgir as bênçãos”.<br />

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Prova Concreta (irrefutável)<br />

(Interpretação da Doutrina Sagrada da HBS. Butsuryu Seiten pag.591)<br />

Não há nada nesse mundo<br />

tão misterioso quanto<br />

o coração. Pela essência,<br />

Buda o chamou de<br />

“Natureza Búdica”(Busshou)<br />

ou de “Idêntico a verdade”<br />

(Shinnyo)<br />

*O coração retratado aqui não<br />

é o que nos referimos normalmente,<br />

mas aquele que é uno<br />

a verdade universal e pela<br />

oração do Odaimoku é invocado.<br />

A Natureza Búdica (Busshou)<br />

possui as duas faces:<br />

• Shoutoku Busshou = Por<br />

possuirmos como virtude inerente<br />

à vida.<br />

• Shuutoku Bushou = Aquisição<br />

por meio de prática.<br />

A Natureza Búdica,se apresenta<br />

em duas formas. Uma<br />

como “Verdade condicionada”<br />

(ZuienShinyo) e outra<br />

como “Verdade Imutável”<br />

(FuhenShinyo).<br />

(ZuienShinyo) = A natureza<br />

búdica como verdade condicionada,<br />

atua de forma prática<br />

sobre a causa e efeito<br />

proporcionando à salvação<br />

dos seres. É estimulada pelas<br />

condições.<br />

(FuhenShinyo) = A verdade<br />

imutável é o estado inerte da<br />

natureza búdica.<br />

No que diz respeito ao Sutra<br />

Lótus existe a regra da abordagem<br />

do coração como verdade<br />

imutável no Caminho<br />

Provisório (1º ~ 14º capítulo)<br />

e como verdade condicionada<br />

pela prática, no Caminho<br />

Primordial (15º ~ 28º). O caminho<br />

provisório representa a<br />

teoria e o primordial à prática.<br />

O ápice da teoria é a transformação<br />

prática. A duplicidade<br />

da verdade condicionada<br />

e imutável se revela num só<br />

coração (sentimento). Quando<br />

o caminho provisório é a<br />

20 | Revista Lótus Revista Lótus | 21


frente, o primordial é o verso<br />

e, quando o caminho primordial<br />

é a frente, o provisório é<br />

o verso<br />

O Buda Dármico (Houbutsu) é<br />

a teoria e na prática se encontra<br />

o Buda Causa e efeito<br />

(Houbutsu. “Mukui”). O Buda<br />

Shakamuni, nascido na Índia<br />

é o Buda histórico, portanto<br />

transitório. Devotamos o<br />

Buda que rege a causa e efeito<br />

representado na forma do<br />

Gohonzon.<br />

Num verso, “Quando souberes<br />

que toda onda é água, verás<br />

que não haverá onda sem<br />

água”. A tentação e a iluminação<br />

são simultâneas , vida-<br />

-morte e o nirvana, também.<br />

No Sutra Lótus consta: “Sem<br />

romper a tentação e nem extirpar<br />

os cinco desejos”<br />

(o verso acima cita a “onda”<br />

como o fenômeno mutável,<br />

expresso nos ensinamentos<br />

pré-Sutra Lótus).<br />

Numa carta de Nitiren enviada<br />

ao Sr. Shijyou consta: Existe<br />

algum ensinamento que conduza<br />

à iluminação mesmo que<br />

não se rompa com as tentações<br />

e não se separe dos cinco<br />

desejos? Sim. O Namumyouhourenguekyou<br />

transmitido<br />

pelo Jyougyou Bossatsu. Pois,<br />

não há como atingir a iluminação<br />

renunciando a condição<br />

humana (pressuposto de um<br />

Bossatsu). *cinco desejos:<br />

Volúpia, Comer, Beber, Dormir,<br />

Glória.<br />

Este ensinamento confirma a<br />

possibilidade de recebermos<br />

a benção independente de todos<br />

os nossos defeitos humanos,<br />

ou melhor, que por detrás<br />

deles se encontra a condição<br />

necessária para a iluminação.<br />

Não somos fruto de um erro e<br />

nem de um pecado, mas sim<br />

somos, todos igualmente condicionados<br />

pela natureza búdica<br />

a sermos plenamente felizes.<br />

O condicionamento pela<br />

fé (oração e vivificação do Namumyouhourenguekyou)<br />

nos<br />

fará unos à verdade imutável.<br />

22 | Revista Lótus Revista Lótus | 23


Cartilha para<br />

uma boa<br />

celebração<br />

de um culto<br />

assistencial<br />

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ORE PARA TODOS<br />

Quando um fiel celebra um<br />

Culto Assistencial na casa<br />

de outro fiel, ele ajuda<br />

outrem a se fortalecer espiritualmente<br />

e consequentemente<br />

estará renovando sua própria<br />

crença e reforçando o seu caminho<br />

em busca da verdadeira<br />

felicidade.<br />

Por isso, crie oportunidades<br />

para visitar os fiéis que moram<br />

por perto ou que, por exemplo,<br />

estão próximos da sua rota de<br />

trabalho. Faça questão de levar<br />

pessoalmente o informativo<br />

mensal do seu Templo, tente entregar<br />

em mãos o convite para<br />

o Grande Culto, evento ou Culto<br />

Grupal. E o mais importante,<br />

se ofereça para “orar um pouco”<br />

no oratório desta residência.<br />

CARTILHA PARA<br />

UMA BOA<br />

CELEBRAÇÃO DE<br />

UM CULTO<br />

ASSISTENCIAL<br />

AGORA É O MOMENTO<br />

DA SEMEAÇÃO!<br />

PROPAGUE<br />

A PRÁTICA DA FÉ!<br />

Culto Assistencial<br />

(Odyogyou)<br />

(o) = partícula de respeito<br />

(dyo) = salvar, ajudar<br />

(gyou) = ir, ação, agir<br />

OBJETIVO:<br />

FORTALECER A FÉ<br />

Culto (ou Visita) Assistencial<br />

(Odyogyou) é<br />

uma Visita Religiosa voluntária<br />

(Gohoukou) que<br />

o Sacerdote e o fiel podem<br />

celebrar e oferecer a<br />

outro fiel. Tem como objetivo,<br />

através da oração<br />

em conjunto, incentivar<br />

o fortalecimento da prática<br />

da fé tanto de quem<br />

recebe como de quem<br />

visita. As visitas podem<br />

ser agendadas ou não.<br />

Algumas recomendações<br />

e orientações<br />

para uma bom<br />

Culto Assistencial:<br />

1<br />

A duração de um Culto Assistencial<br />

de incentivo deve<br />

ser no mínimo de 15 minutos<br />

de oração.<br />

2<br />

A duração de um Culto Assistencial<br />

para recuperação<br />

da saúde deve ser de no mínimo<br />

1 hora. Em caso de cirurgia,<br />

a duração deve ser a mesma<br />

deste procedimento médico.<br />

3Se preocupar com a intensidade<br />

do som da oração e<br />

a controlar força das batidas<br />

dos bastonetes (hyoshigui)<br />

e xilofones (mokkin) para não<br />

causar ruídos desagradáveis à<br />

audição e também para não incomodar<br />

os vizinhos.<br />

4Sempre levar os informativos<br />

mensais, panfletos<br />

e/ou convites dos Grandes<br />

Cultos e eventos do Templo<br />

para divulgação e atrair o fiel e<br />

sua família a pisarem em solo<br />

sagrado. Na ausência do fiel,<br />

deixar na caixa do correio com<br />

algum tipo de mensagem.<br />

26 | Revista Lótus Revista Lótus | 27


5Não é recomendável aceitar<br />

o pedido para levar doações<br />

(mensalidade e qualquer<br />

tipo de donativo) e oferendas<br />

ao Templo. Sempre haverá exceções<br />

e cada um deverá julgar<br />

se realmente é uma impossibilidade<br />

(pela distância do Templo<br />

ou por uma dificuldade física)<br />

ou uma negligência.<br />

É dever de cada fiel contribuir<br />

com a manutenção do seu Templo<br />

e levar pessoalmente a sua<br />

doação. É uma responsabilidade<br />

de cada um e na impossibilidade<br />

de ir pessoalmente, a doação<br />

poderá ser realizada, por exemplo,<br />

via depósito bancário (Para<br />

isto, o Templo deverá se organizar<br />

para receber depósitos bancários<br />

não identificados).<br />

Todo este cuidado deve sempre<br />

existir, justamente para evitar<br />

equívocos como, “só veio em<br />

casa para pegar dinheiro e comer...”<br />

Fiéis inativos e seus familiares<br />

que podem não ser fiéis,<br />

mas sempre estão vendo e<br />

acompanhando estas recepções<br />

de Visitas Religiosas, observam<br />

atentamente e veem apenas o<br />

que querem ver, e a partir disto<br />

que pode surgir o equívoco.<br />

Por isso, seguir um padrão de<br />

postura deve existir igualmente<br />

para todos, em uma Visita que<br />

tem um objetivo estritamente<br />

de prática religiosa.<br />

6Não é recomendável receber<br />

qualquer tipo de agradecimento<br />

(oferta ou ofussê)<br />

financeiro ou material.<br />

7Não é recomendável receber<br />

oferendas (refeição ou<br />

lanches), no máximo água.<br />

Para isto, sempre evitar as visitas<br />

em horários de refeição e/ou<br />

do seu preparo também.<br />

Muitos fiéis preparam lanches<br />

em função da satisfação de poder<br />

promover um Culto Assistencial.<br />

Contudo, deixar de participar<br />

da oração para preparar<br />

o lanche não é recomendável. A<br />

confraternização é muito importante,<br />

assim como a prática da<br />

oferenda também é importante<br />

pois é uma fonte de virtudes,<br />

mas em um Culto Assistencial<br />

o preparo desta oferenda não<br />

deve ser o principal foco desta<br />

Visita Religiosa.<br />

8Sempre ter em mãos os<br />

dados bancários, nome,<br />

endereço completo e telefone<br />

do Templo.<br />

9Saber o nome e os contatos<br />

(número do telefone<br />

celular e e-mail) do Sacerdote<br />

(ou Bispo) também poderão<br />

ajudar na comunicação.<br />

“Tem como objetivo, através da oração<br />

em conjunto, incentivar o fortalecimento<br />

da prática da fé tanto de quem<br />

recebe como de quem visita.<br />

Vamos<br />

Aprender<br />

28 | Revista Lótus Revista Lótus | 29


ひろめんと おもへば 信 を かためんと<br />

するぞ 御 のりの 心 なりける<br />

Hiromen to omoeba shin o katamen to<br />

suru zo Minori no kokoro narikeru<br />

“Se pensar em expandir<br />

deve fortalecer a fé.<br />

Assim é o espírito<br />

do Darma Sagrado.”<br />

Grande Mestre Nissen Shounin nº2381<br />

30 | Revista Lótus<br />

Revista Lótus | 31


Chefe de Grupo<br />

32 | Revista Lótus Revista Lótus | 33


Coordenador de grupo (chefe<br />

ou monitor de grupo)<br />

Arigatougozaimassu! Olá,<br />

que tal aprendermos um<br />

pouco sobre uma figura<br />

que é muito importante dentro<br />

do nosso templo: o (a) coordenador(a)<br />

de grupo. Ele(a) é responsável<br />

pela assistência religiosa<br />

a um determinado grupo<br />

de fiéis.<br />

Papel do coordenador de<br />

grupo<br />

3 itens importantes a saber<br />

Como não é possível abordar<br />

tudo a respeito do coordenador<br />

de grupo nesta breve palestra,<br />

vamos apenas aprender 3 coisas<br />

importantes a respeito dele:<br />

1 - Ação voluntária<br />

forma de oferta ao Darma Sagrado<br />

(Gohouzen).<br />

2 - Assistência às pessoas<br />

Organização dos templos<br />

em grupos<br />

Os templos da HBS têm uma organização<br />

baseada na divisão<br />

em grupos. Isto tem como objetivo:<br />

1- criar força de coesão e<br />

união entre os fiéis que residem<br />

próximos entre si, e 2- facilitar<br />

as atividades de assistência aos<br />

fiéis.<br />

Seu papel é vital para o bom<br />

andamento das atividades em<br />

cada região. O coordenador de<br />

grupo exerce a função de elo<br />

de ligação e de comunicação do<br />

templo com os fiéis de variadas<br />

regiões.<br />

Por exemplo, pode acontecer de<br />

mudar o bispo ou os sacerdotes<br />

de um templo, mas como o<br />

coordenador de grupo continua<br />

residindo na região, ele exerce<br />

o papel de auxiliar na ligação e<br />

aproximação do templo/bispo<br />

com os fiéis, fazendo a função<br />

de ponte entre os sacerdotes e<br />

os fiéis, fazendo com que não se<br />

interrompa a comunicação entre<br />

estes dois polos. E na prática da<br />

fé, a ligação entre as pessoas é<br />

a parte mais fundamental.<br />

As atividades exercidas pelo coordenador<br />

de grupo, assim como<br />

todas as atividades realizadas<br />

por fiéis no templo, são voluntárias.<br />

Nenhum cargo é remunerado.<br />

É realizado com boa-vontade,<br />

sempre com forte senso<br />

de missão (de ajudar e salvar<br />

as pessoas do sofrimento), e<br />

não apenas um senso de função<br />

(como se eu fosse um funcionário<br />

cumprindo seu trabalho).<br />

Seu esforço porém é recompensando<br />

em forma de virtudes<br />

(kudoku). O tempo dispendido,<br />

os gastos, o esforço, o desprendimento<br />

que o coordenador de<br />

grupo realiza são também uma<br />

O coordenador de grupo tem<br />

como atividades principais: visitar<br />

os fiéis do grupo mensalmente<br />

para entregar o informativo<br />

do templo, ou periodicamente<br />

para convidar para os eventos<br />

do templo, além de solicitar<br />

gohoukous (trabalhos religiosos<br />

voluntários), e conversar com<br />

os fiéis para esclarecimento de<br />

dúvidas e orientação na prática<br />

da fé. Além disso, presta assistência<br />

aos fiéis do grupo, principalmente<br />

em casos de enfermidade,<br />

acidente, falecimento de<br />

alguém da família, entre outros<br />

momentos de dificuldade. Faz<br />

isto para que cada fiel sinta nem<br />

que seja uma parcela da alegria<br />

de praticar a fé, receber as vir-<br />

34 | Revista Lótus Revista Lótus | 35


tudes e as bênçãos.<br />

Porém, é importante ressaltar<br />

que esta assistência tem o objetivo<br />

de fazer com que cada fiel<br />

receba as bênçãos pelas virtudes<br />

que ele próprio gerou, ao praticar<br />

de maneira correta a fé. O<br />

sacerdote ou o coordenador de<br />

grupo não são curandeiros nem<br />

milagreiros. Eles estão para nos<br />

ajudar a praticar corretamente<br />

o budismo, e pelas virtudes da<br />

prática correta receber a benção<br />

verdadeira.<br />

Para entender melhor, vamos<br />

comparar a missão do coordenador<br />

de grupo com um médico.<br />

Quando alguém está doente,<br />

vai ao médico que receita<br />

um remédio. A pessoa adoecida<br />

acha que o médico fará todo o<br />

trabalho de curá-lo. Porém, na<br />

verdade, o que o médico faz é<br />

com que todas as nossas funções<br />

possam trabalhar plenamente,<br />

para que nosso sistema<br />

imunológico, nossa vitalidade<br />

se reestabeleça para poder recuperar<br />

de verdade. Para isto, o<br />

médico pode executar cirurgias,<br />

extrair aquilo que está causando<br />

o mau funcionamento, pode<br />

também suprir o que falta como<br />

vitaminas, diagnosticar o que<br />

está em excesso, localizar o que<br />

está causando a dor e desequilibrando<br />

em nosso corpo, e assim<br />

nos ajudar a recuperar nosso<br />

equilíbrio e pelas nossas forças<br />

nos recuperar.<br />

Da mesma maneira, o coordenador<br />

de grupo (ou o sacerdote)<br />

vai nos ajudar nos orientando,<br />

orando conosco, levando-nos ao<br />

templo com eles, incentivando<br />

espiritualmente, tudo isto para<br />

que nós mesmos possamos nos<br />

ajudar, e assim receber as bênçãos<br />

o mais rápido possível.<br />

Principalmente, quando estamos<br />

muito doentes, o coordenador<br />

de grupo dará a assistência junto<br />

com os demais fiéis do grupo<br />

a superarmos nossas dificuldades,<br />

mesmo as mais delicadas,<br />

que não conseguimos superar<br />

apenas com nossas forças.<br />

3 - Comunicar com o coordenador<br />

de grupo<br />

Mesmo que o coordenador de<br />

grupo, mais do que qualquer<br />

outra pessoa do templo, seja<br />

a pessoa mais próxima de nós,<br />

é difícil que ele saiba de todos<br />

os detalhes de cada família. Por<br />

isso, devemos por nós mesmos<br />

procurar estar em contato com o<br />

coordenador de grupo nas mais<br />

variadas situações para receber<br />

sua orientação.<br />

Por exemplo, no nascimento dos<br />

filhos, batizado, para realizar<br />

preces, agradecimentos, orações<br />

a antepassados, realizar<br />

cultos na nossa residência, doenças,<br />

falecimentos. Principalmente<br />

quando alguém adoece<br />

ou falece na nossa casa ou família,<br />

esta comunicação se faz ainda<br />

mais importante. Isto porque<br />

há casos em que a pessoa fica<br />

adoecida e passa anos sozinha<br />

combatendo sua doença, e cada<br />

vez mais isolada, deprimindo-<br />

-se, piorando sua situação física<br />

pelo enfraquecimento espiritual,<br />

ou vice-versa.<br />

Há ainda casos em que alguém<br />

falece e não é comunicado ao<br />

templo. Os fiéis que por anos<br />

conviveram juntos não tem nem<br />

condições de fazer a última despedida,<br />

e no momento derradeiro<br />

e <strong>final</strong> de sua vida, parte<br />

desta vida sem menos uma<br />

despedida do grupo de fiéis com<br />

que conviveu. Ou sem uma oração,<br />

como acontece em alguns<br />

casos.<br />

Portanto, o aprendizado e a vivência<br />

na prática da fé se dá,<br />

principalmente, através desta<br />

relação próxima de todos com todos.<br />

Por isso, vamos ter a nossa<br />

parcela de responsabilidade em<br />

contatar o coordenador de grupo,<br />

principalmente nas seguintes<br />

ocasiões: solicitar cultos de<br />

grupo/especiais/póstumos/assistenciais;<br />

comunicar em caso<br />

de enfermidade, problemas na<br />

família; e avisar de imediato o<br />

falecimento de familiares.<br />

Certa vez, um sábio chinês disse<br />

o seguinte:<br />

¨ Assim como as aves voam<br />

juntas para se ajudar, assim<br />

como os animais unem a passada<br />

para avançar, em todas as<br />

coisas existem os companheiros<br />

para ajudarem uns aos outros a<br />

avançarem em seus caminhos¨.<br />

Na prática da fé também, é necessário<br />

bons amigos e companheiros<br />

de fé para podermos<br />

avançar em nosso caminho de<br />

forma correta. E o coordenador<br />

de grupo é este bom amigo e<br />

companheiro.<br />

36 | Revista Lótus Revista Lótus | 37


Conscientização<br />

da Doação<br />

38 | Revista Lótus Revista Lótus | 39


Para onde vão minhas doações?<br />

Para qualquer pessoa, as finanças<br />

tem um papel fundamental<br />

em suas vidas.<br />

Seja para a educação dos filhos,<br />

sobrevivência e lazer.<br />

A Honmon Butsutyu shu, é uma<br />

religião que tem como objetivo<br />

preservar e propagar os ensinamentos<br />

primordiais sem deturpações,<br />

por esse motivo, não<br />

realiza qualquer tipo de empreendimento<br />

que possa gerar renda<br />

paralela, ou seja, trabalha<br />

única e exclusivamente em prol<br />

da expansão do Darma Sagrado.<br />

Para essa atividade de perpetuação<br />

dos ensinamentos,<br />

seja nos templos, centros,<br />

núcleos e associações, tanto<br />

sacerdotes como fieis realizam<br />

doações (espontâneas).<br />

Todas as contribuições são destinadas<br />

exclusivamente para a<br />

expansão e manutenção da HBS<br />

e Templos. Dentro disso está incluso<br />

a educação dos sacerdotes,<br />

criação de meios de expansão<br />

como: panfletos revistas e<br />

livros com conteúdos didáticos.<br />

Poder contribuir para o<br />

templo significa, estar ajudando<br />

a preservar os ensinamentos,<br />

assim como era realizado na<br />

época de Buda.<br />

40 | Revista Lótus Revista Lótus | 41


No budismo existem inúmeros<br />

ensinamentos que<br />

nos conduzem ao aprimoramento<br />

espiritual. Porém<br />

precisamos saber que também<br />

existe uma ordem para praticar<br />

estes ensinamentos. Assim<br />

como nenhuma criança começa<br />

aprendendo física ou biologia,<br />

nós também temos metodologia<br />

de aprendizado e prática.<br />

Para nós que nascemos nesta<br />

era chamada “Mappou” era<br />

de decadência, nos foi deixada a<br />

prática da oração do Odaimoku.<br />

Porém orar é uma prática pessoal<br />

e não alcança outras pessoas<br />

“diretamente”. Se o objetivo é<br />

a preservação e propagação do<br />

Darma também é necessário que<br />

se realize a prática impessoal.<br />

Uma dessas práticas é<br />

chamada de “Os seis Paramitas”<br />

ou seis práticas do devoto.<br />

Ofertar; preservar; resistir;<br />

esforçar; orar e conhecer.<br />

E já como primeiro item é o<br />

ofertar, isso significa oferecer seu<br />

tempo, seu esforço sua devoção<br />

e também recursos financeiros.<br />

Essa prática é a demonstração<br />

de desapego, pois sabemos<br />

que deste mundo nada se leva<br />

apenas as virtudes que acumulamos<br />

neste mundo.<br />

Por que preciso doar?<br />

42 | Revista Lótus Revista Lótus | 43


Quais são os tipos de doações?<br />

Desde o passado, na época do Buda, as pessoas realizavam<br />

suas doações de diversas formas. Ofereciam sândalo,<br />

velas, flores, tecidos e comida para os monges.<br />

Porém, nos dias de hoje é muito difícil propagar os ensinamentos<br />

nestes moldes, pois a sociedade se desenvolveu de<br />

modo que só com flores e incensos não é possível.<br />

O Budismo Primordial Honmon Butsuryu-Shu,<br />

adota dois tipos de doações: Contribuição ao<br />

templo e a oferta ao sacerdote.<br />

Dentre as contribuições existem:<br />

- Goyushi - Doação espontânea ao templo<br />

- Primeira luz do Ano<br />

- Três Grandes Mestres<br />

- Finados<br />

- Flores, velas, oferendas ao altar e etc.<br />

- Godikai - Contribuição mensal de manutenção do templo.<br />

O Godikai é considerada uma das contribuições mais importantes<br />

pois é dela que o templo pode se manter. É importante ressaltar<br />

que essa contribuição seja realizada individualmente e não como<br />

representante familiar.<br />

- Ofusse - Oferta espontânea ao sacerdote.<br />

O Ofusse é o meio de sobrevivência do monge. Como nenhum<br />

monge tem atividade remunerada paralela ao sacerdócio é de<br />

fundamental importância que os fiéis cuidem de seu sacerdote.<br />

44 | Revista Lótus Revista Lótus | 45


Quanto devo fazer?<br />

Essa é a pergunta mais comum<br />

entre os novos fieis e<br />

até mesmo dentro dos veteranos.<br />

Precisamos deixar claro<br />

que todas as contribuições devem<br />

ser feitas de coração. Não<br />

podemos pensar “quanto devo<br />

fazer?” mas sim “quanto posso<br />

fazer”.<br />

No budismo nós aprendemos<br />

o espírito de “sasseteitadakimassu”<br />

ou seja, oferecer de<br />

coração sem pensar ou esperar<br />

um resultado futuro. Algo que<br />

muitas pessoas se esquecem, de<br />

onde provém os frutos colhidos<br />

hoje. No Brasil tem-se o costume<br />

de falar “graças a deus” no<br />

oriente “okagessamade” (graças<br />

à ....) nós budistas podemos<br />

dizer Graças ao Gohouzen . Mas<br />

se de fato é graças ao Gohouzen<br />

porque eu não consigo retribuir<br />

isso de forma pura e sem apego.<br />

Goyushi em japonês significa<br />

possuir sentimento,<br />

ou seja se possuir demonstra<br />

e não faz cálculos.<br />

Acima de tudo o que gera<br />

virtude de fato é o espírito de desprendimento.<br />

Pois aquele que<br />

se faz de coração independente<br />

do valor é que recebe a virtude .<br />

46 | Revista Lótus Revista Lótus | 47


O que eu ganho com tudo isso?<br />

Quem dera poder simplesmente dizer “ receberás infinitas virtudes”<br />

e a pessoa aceitar tranquilamente.<br />

No que de fato é a resposta mais correta a ser dita, porém,<br />

não são muitos que se satisfazem com essa resposta. A melhor<br />

forma de ver e compreender isso é somente fazendo. Não há outra<br />

forma de explicar ou definir qual é o ganho por isso. É mais<br />

fácil pensar que o esforço em ofertar é o resultado do ganho, ou<br />

seja é inverter a forma de interpretar. Se posso ofertar quer dizer<br />

que estou próspero e essa é minha singela demonstração disso.<br />

Quando há alegria na prática ela se manifesta nos atos, por<br />

isso dedicar-se à preservação e propagação do Darma Sagrado é<br />

uma oportunidade de se tornar um verdadeiro devoto.<br />

Viver uma vida escrava do apego e tentação, nos distancia do<br />

verdadeiro significado de praticar a fé religiosa.<br />

金 は 陽 つかひやうにて 陰 となる<br />

身 の 害 となる ためやうをすな<br />

Kane wa you tsukai younite in to naru<br />

mi ni gai to naru tameyou o suna<br />

“O dinheiro é positivo,<br />

dependendo do uso é negativo.<br />

Evite a forma de acumular<br />

que possa trazer prejuízo.”<br />

Grande Mestre Nissen Shounin nº 771<br />

48 | Revista Lótus Revista Lótus | 49


Templos no Brasil<br />

Taissenji - Lins / SP<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Nove de Julho, 50 Caixa<br />

Postal 43 - Centro - Lins/SP -<br />

CEP: 16400-110<br />

CONTATO<br />

(14)3522-2457<br />

haikawa@budismo.com.br<br />

Catedral Nikkyoji - São Paulo /<br />

SP<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Ibaragui Nissui, 166 - Jardim<br />

Vila Mariana - São Paulo/<br />

SP - CEP: 04116-200<br />

CONTATO<br />

(11)5572-7273<br />

hbs.tcn@gmail.com<br />

Nissenji - Presidente Prudente<br />

/ SP<br />

ENDEREÇO<br />

Rua José Bongiovani, 1345 -<br />

Jardim Esplanada - Presidente<br />

Prudente/SP - CEP: 19061-450<br />

CONTATO<br />

(18)3908-4198<br />

hoomei@uol.com.br<br />

Ryushoji - Mogi das Cruzes / SP<br />

ENDEREÇO<br />

Avenida Pedro Machado, 710<br />

- Mogi Moderno - Mogi das<br />

Cruzes/SP - CEP: 08717-720<br />

CONTATO<br />

(11)4728-2126<br />

hbs.mogi@gmail.com<br />

Butsuryuji - Taubaté / SP<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Padre Fischer, 1947 -<br />

Parque São Luís - Taubaté/SP<br />

- CEP: 12061-600<br />

CONTATO<br />

(12)3424-6303<br />

Hoshoji - Itaguaí / RJ<br />

ENDEREÇO<br />

Estrada RJ-99, 716 - Piranema<br />

- Itaguaí/RJ - CEP: 23825-800<br />

CONTATO<br />

(21)2687-6114<br />

hbs.rio@gmail.com<br />

Hompoji - Londrina / PR<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Albânia, 32 ao lado da<br />

Cativa - Jardim Igapó - Londrina/PR<br />

- CEP: 86046-290<br />

CONTATO<br />

(43)3341-7145<br />

hompoji@sercomtel.com.br<br />

Honmyoji - Sarandi / PR<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Pedro Álvares Cabral, 415<br />

- Jardim Panorama - Sarandi/<br />

PR - CEP: 87113-110<br />

CONTATO<br />

(44)3264-2952<br />

hbs.honmyoji@hotmail.com<br />

Rentokuji - Campinas / SP<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Martin Luther King Júnior,<br />

360 - Jardim Eulina - Campinas/SP<br />

- CEP: 13063-580<br />

CONTATO<br />

(19)3242-2202<br />

Nyorenji - Curitiba / PR<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Sebastião Marcos Luiz, 92<br />

- Cajuru - Curitiba/PR - CEP:<br />

82940-250<br />

CONTATO<br />

(41)3226-2153<br />

kondo@budismo.com.br<br />

Núcleo Florianópolis - Florianópolis<br />

/ SC<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Huberto Rohden, 835<br />

casa 03 - paralelo com a Av.<br />

Pequeno Príncipe - Campeche -<br />

Florianópolis/SC - CEP: 88065-<br />

030<br />

CONTATO<br />

(48)3209-9531<br />

pedroni@budismo.com.br<br />

Jyoushou Betsuin -Zona Leste -<br />

São Paulo / SP<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Nazaré da Mota, 232A -<br />

Cidade Patriarca - São Paulo/SP<br />

- CEP: 03550-030<br />

CONTATO<br />

(11)4371-5323<br />

hbs.kyokai@gmail.com<br />

Filial Ryushoji - Suzano / SP<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Sebastião Luis, 91 - Centro<br />

- Suzano/SP - CEP: 08674-060<br />

CONTATO<br />

(11)4295-1225<br />

hbs.mogi@gmail.com<br />

Núcleo de Brasília - Taguatinga<br />

/ DF<br />

ENDEREÇO<br />

QNM 38 Conjunto R. Casa 12<br />

Complemento Setor M Norte<br />

CEP 72145-760<br />

Bairro Taguatinga Norte,<br />

Brasília - DF<br />

CONTATO:<br />

tadokoro@budismo.com.br<br />

(61)3548-0875<br />

Núcleo de Salvador<br />

ENDEREÇO<br />

Rua Otacílio Santos, 17, Ap.<br />

202 - Brotas<br />

CONTATO:<br />

(71)3178-8575<br />

paulo.rezende71@gmail.com

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