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PESQUISA INTERDISCIPLINARIDADE I

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aspectos orgânicos e de desenvolvimento da existência humana. O filósofo David Ray Griffin explicapor que não basta simplificar a reforma das instituições e das práticas dentro da sociedade moderna quesupere seu individualismo, antropocentrismo, patriarcalismo, mecanização, economicismo, consumismo,nacionalismo e militarismo. A crítica pós-moderna se estende ao núcleo dos temas culturais, às fontes designificado, que definem como uma sociedade vê o mundo. Muitos pensadores consideram hoje essa críticacomo uma “revolução intelectual e conceitual do pensamento ocidental”. Assim, o pós-modernismoinclui visões desconstrutivas, enquanto que o holismo pretende uma visão mais construtiva, pois, emboranão renuncie em desfazer as amarras mecanicistas da modernidade, a ênfase não está em separar os indivíduose os grupos humanos, mas na busca do significado transcendente e do propósito evolutivo daconsciência humana dentro de um contexto ecológico.Como exemplo indicamos a reflexão de Marshak (1998), que revela que no final do século XX encontramosnossas vidas presas em um paradoxo: nunca antes a capacidade humana havia sido tão poderosa,tão produtiva e tão diversa; mas nunca antes havia sido tão perigosa, nem havia feito tanto barulhopela saúde da biosfera. Nunca antes milhões de pessoas que vivem em culturas industriais “avançadas”desfrutaram de tão alto nível de abundância material, pois nunca antes bilhões de pessoas viveram em talextremo de pobreza e em constante vulnerabilidade para a catástrofe. E nunca antes houve nações comtanta riqueza, que poderiam dedicar mais de um bilhão de dólares ao ano para preparar e fazer a guerra,mesmo sem inimigos oficiais na maior parte das situações.A intensidade do paradoxo que vivemos é elevada devido à riqueza e à complexidade crescente denossos meios eletrônicos. Nunca antes as pessoas pelo planeta, tanto o pobre quanto o rico, estiveramconectadas umas com as outras pela poderosa rede de meios de comunicação. Na “aldeia global” do onipresenterádio, da televisão e da explosiva internet podemos guardar cada vez menos segredos sobre ascrises e as contradições de nossos tempos.Marshak prossegue assinalando que nos esforçamos por encontrar sentido para essas contradiçõese, quando muito, a maioria de nós fracassou enormemente ao fazê-lo porque não identificou o padrãoque marca e conecta tudo: a condição paradoxal de nossa evolução como espécie. Aqueles que vivenciarama cultura tecnológica desenvolveram-na muito mais do que a sabedoria e a compaixão, identificandosemuito mais com a separação entre as pessoas, com o seu habitat e com seu espírito do que com suasconexões com pessoas, com a Terra e com aqueles que vivem como “Deus”.De acordo com o raciocínio de Marshak, para captar efetivamente nossa condição paradoxal e sobreviverem nossa morada natural, de maneira que seja permitida a sobrevivência de muitas outras formas devida neste planeta, desejamos continuar evoluindo, principalmente em nossas dimensões morais e espirituais.Isso coloca nosso pensamento em uma mudaça drástica de orientação, uma mudança de paradigma.Sob essa perspectiva a questão do desenvolvimento humano abraça todas as interrelações e convidaao bem cuidar do ser, das relações que estabelece e de todo o ambiente, compreendendo, portanto,o ser humano como “natureza consciente de si” e não como elemento isolado da Natureza. Qual seria,então, o papel ou a função do desenvolvimento humano no mundo do trabalho? O ato de refletir sobreas implicações dos avanços tecnológicos tanto sobre as atividades profissionais quanto sobre o ambienteé já um excelente ponto de partida!A forma como construimos a cada um de nós e a nossa comunidade é o meio poderoso que temospara escolher, conscientemente, entre evoluir com e além de nossa crise atual. Podemos aprender a nutrire a educar nosso ser de uma maneira completamente diferente das normas da cultura “moderna”. Quantomais nos desenvolvermos como seres completos, melhor nos tornamos transformadores e empreenderemosações em prol da humanidade, levando essa nossa formação também para o âmbito da nossa atuaçãoprofissional, uma vez que, para além do saber técnico e operacional, conquistaremos continuamente asprincipais habilidades propriamente humanas.R. Miller (1997) assinala que nosso conhecimento técnico tornou o mundo perigoso para a vida.Hoje vivemos sob a permanente ameaça de bombas nucleares, químicas e biológicas, de envenenamentoPesquisa e Interdisciplinaridade I 29

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