FREI LUÍS DE SOUSA

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CENA V (JORGE, MADALENA, MARIA) JORGE — Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulário e depois a mão; Madalena somente o escapulário) MADALENA — Sejais bem-vindo, meu irmão! MARIA — Boas tardes, tio Jorge! JORGE — Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado como vós, mana Madalena; mas não vós aflijais, espero que não há de ser nada. É certo que tive notícias de Lisboa. MADALENA (assustada) — Pois que é, que foi? JORGE
— Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso volo digo. Os governadores querem sair da cidade. É um capricho verdadeiro. Depois de aturarem metidos ali dentro toda a força da peste, agora, que ela está, se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que por força querem mudar de ares. MADALENA — Pois coitados!. MARIA — Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraças assim, entendia eu, se governasse, que o serviço de Deus e do rei me mandava ficar, até à última, onde a miséria fosse mais e o perigo maior, para atender com remédio e amparo aos necessitados. Pois, rei não quer dizer pai comum de todos? JORGE — A minha donzela Teodora! Assim é, filha, mas o mundo é doutro modo, que lhe faremos? MARIA — Emendá-lo. JORGE
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Page 20 and 21: — Não, não tenho! MADALENA —
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Page 24 and 25: — Voz do povo, voz de Deus, minha
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Page 32 and 33: (para Madalena, baixo) — Sabeis q
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MADALENA — Porque nunca assim est
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tanto deseja conhecer. Olha se ela
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CENA IX JORGE (só) — Eu faço po
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MADALENA — Conto. Este amor, que
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— Para lá torno já, minha senho
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da vossa qualidade. A troco de uma
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CENA XIII (MADALENA, JORGE e MIRAND
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ROMEIRO — Oxalá! Padeci muita fo
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— E o que eu puder fazer-vos, tod
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— Sim, mas. ROMEIRO — Mas o jur
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— Cativo? ROMEIRO — Sim. MADALE
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CENA XV JORGE e o ROMEIRO, que segu
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CENA I (MANUEL DE SOUSA sentado num
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— Vê a palavra que disseste: «d
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JORGE (animando-o) — Ela não est
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— Então desengana-me. Desengana-
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— Está — imagina por ti — es
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— Não, homem; é o seu aio velho
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CENA II JORGE, MANUEL DE SOUSA, TEL
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JORGE — Ficai aqui. Em nós saind
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CENA IV TELMO (só) — Virou-se-me
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— Esta voz. Esta voz.! Romeiro, q
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— E porque não, se já me pesa a
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— E eu hei de mentir, senhor, eu
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— Eu. Vai, saberás de mim quando
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MADALENA — Meu marido, meu amor,
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— Estáveis aqui só, Telmo! E el
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JORGE (continuando a conversação
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naquela cruz! Pela última vez, Mad
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CORO (dentro) — Fiant aures tu en
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CENA XI O PRIOR DE BENFICA, o ARCEB
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MADALENA — Misericórdia, meu Deu
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— Minha irmã, rezemos por alma.
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