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6ª Edição - Junho de 2010 - Faculdade Objetivo
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08<br />
O Acadêmico<br />
Geral<br />
Rotina corri<strong>da</strong> faz com<br />
que universitários se<br />
alimentem mal<br />
Por Francimar Germano<br />
niversitários se alimentam mal<br />
em virtude de sobrecarga de<br />
Urotina de estudos e de trabalho<br />
e sentem no organismo os efeitos de uma<br />
alimentação desequilibra<strong>da</strong> e <strong>da</strong> ingestão de<br />
alimentos inadequados.<br />
Para perseguirmos o ideal de nossos<br />
sonhos, necessitamos possuir boa saúde física e<br />
mental, objetivos que se tornam ca<strong>da</strong> vez mais<br />
difíceis de serem alcançados diante <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />
agita<strong>da</strong> que levamos. Ca<strong>da</strong> vez mais, há menos<br />
tempo para uma alimentação saudável. O ritmo<br />
de trabalho nos obriga muitas vezes a saltar<br />
refeições, comer mal e depressa.<br />
Essa mu<strong>da</strong>nça negativa de hábito<br />
alimentar é mais comum em pessoas que<br />
trabalham no período diurno e ingressam nas<br />
facul<strong>da</strong>des no período noturno. Os estu<strong>da</strong>ntes<br />
acabam tendo que se alimentar nas cantinas <strong>da</strong>s<br />
facul<strong>da</strong>des ou em bares próximos.<br />
Fernan<strong>da</strong> Oliveira Bolentini,<br />
nutricionista do Hospital Presbiteriano Dr.<br />
Gordon - Hospital Evangélico de Rio Verde,<br />
define bem a importância <strong>da</strong> alimentação<br />
correta no desenvolvimento escolar e os<br />
perigos dos alimentos industrializados, um<br />
desafio diário para os estu<strong>da</strong>ntes que ficam<br />
perdidos diante <strong>da</strong>s guloseimas a que são<br />
apresentados nas cantinas.<br />
Segundo a profissional, “o consumo de<br />
alimentos ricos em gorduras e açúcar, os<br />
chamados de caloria vazia (muita caloria e<br />
pouco ou nenhum nutriente) prejudicam o<br />
rendimento na sala de aula”. A caloria<br />
consumi<strong>da</strong> é gasta rapi<strong>da</strong>mente, não sustenta e<br />
ocasiona a falta de energia, principalmente nos<br />
últimos horários de estudo.<br />
Situação inversa de quando se tem uma<br />
alimentação de melhor quali<strong>da</strong>de. “Alimentos<br />
ricos em açúcar como: sucos industrializados,<br />
refrigerantes, doces, chocolates, balas, que as<br />
pessoas compram por ser mais barato para<br />
enganar a fome, acabam prejudicando.<br />
Enquanto em um kit de um salgado assado,<br />
suco natural, uma fruta ou sala<strong>da</strong> de fruta, esta<br />
energia poderia estar sendo usa<strong>da</strong> ao longo do<br />
período de estudo.”<br />
Paula Roberta Santana é um exemplo<br />
destes universitários, que precisam recorrer à<br />
alimentação fora de casa, em virtude <strong>da</strong> rotina<br />
corri<strong>da</strong>. A jovem reside em Turvelândia, a 70<br />
quilômetros de Rio Verde, onde cursa<br />
Jornalismo. Devido ao tempo de sete horas que<br />
fica distante de casa, muitas vezes é obriga<strong>da</strong> a<br />
se alimentar na cantina <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de. Por várias<br />
vezes já sentiu sintomas desconfortantes a<br />
Foto por Hugo Buarques/Agência 51<br />
exemplo de náusea, ânsia de vômito,<br />
queimação e pressão baixa, provocados por<br />
vários fatores que vão desde o tipo de alimento<br />
escolhido na cantina (principalmente se são<br />
frituras) ou motivados pelo longo intervalo de<br />
tempo que a aluna fica sem comer na<strong>da</strong>. “Às<br />
vezes para trazer fica complicado, é muito<br />
longe. De vez em quando eu trago uma maçã,<br />
alguma coisa. Eu lancho aqui muitas vezes pelo<br />
espaço de tempo que fico dentro <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de e<br />
que me proporciona fome”, relata a estu<strong>da</strong>nte.<br />
É certo que muitos estu<strong>da</strong>ntes alteram<br />
os seus hábitos alimentares ao iniciar um curso<br />
superior. A falta de tempo disponível, a<br />
mu<strong>da</strong>nça na rotina e o trabalho são fatores que<br />
fazem parte desta nova etapa. Mas o ambiente<br />
inovador, as cantinas com seu ambiente<br />
aconchegante, os colegas e a oportuni<strong>da</strong>de de<br />
socializar-se também contribuem para as<br />
escolhas no momento <strong>da</strong> alimentação.<br />
Vale lembrar que para se ter uma boa<br />
saúde é preciso ter uma boa alimentação. É ela<br />
que dita o que somos. Se comermos alimentos<br />
saudáveis, nosso corpo estará mais bem nutrido<br />
e assim será mais resistente às doenças.<br />
Universitários de outras ci<strong>da</strong>des vencem dificul<strong>da</strong>des<br />
para estu<strong>da</strong>r em Rio Verde Por Paula Santana<br />
O Instituto de Ensino Superior de Rio<br />
Verde/Facul<strong>da</strong>de Objetivo possui, atualmente,<br />
uma grande quanti<strong>da</strong>de de estu<strong>da</strong>ntes que<br />
reside em outras ci<strong>da</strong>des. Os motivos são<br />
diversos para essa procura desses universitários<br />
pela Instituição. Muitas vezes, nas ci<strong>da</strong>des<br />
vizinhas não existe facul<strong>da</strong>de e quando existem,<br />
são poucas as opções de curso, o que,<br />
consequentemente obriga o aluno a estu<strong>da</strong>r em<br />
um outro município. Alguns também<br />
conseguem bolsas federais nas instituições de<br />
Rio Verde convenia<strong>da</strong>s com o Governo.<br />
Mais de quinze ci<strong>da</strong>des do contorno<br />
rioverdense trazem universitários à Facul<strong>da</strong>de<br />
Objetivo diariamente. Podemos destacar: Santa<br />
Helena, Acreúna, Caçu, Bom Jesus,<br />
Quirinópolis, Cachoeira Alta, Cachoeira<br />
Doura<strong>da</strong>, Porteirão, Castelândia, Maurilândia,<br />
Turvelândia, Ouroana, Montividiu,<br />
Paranaiguara, Apareci<strong>da</strong> do Rio Doce, Jataí,<br />
Iporá, Itarumã, entre outras.<br />
Esses estu<strong>da</strong>ntes enfrentam muitas<br />
dificul<strong>da</strong>des no seu dia-a-dia, pois algumas<br />
ci<strong>da</strong>des são mais distantes de Rio Verde, e, além<br />
<strong>da</strong> viagem cansativa, muitos deles ain<strong>da</strong><br />
precisam trabalhar para poder pagar a<br />
facul<strong>da</strong>de. Wanderson Rezende Silva, 28 anos,<br />
gerente geral, é estu<strong>da</strong>nte de Direito e mora em<br />
Caçu, ci<strong>da</strong>de a 100 km de Rio Verde. Ele fala<br />
que seu trabalho é bastante puxado, <strong>da</strong>s 7 horas<br />
<strong>da</strong> manhã às 16h30. Seu ônibus sai às 17 horas e<br />
ele só tem meia hora para se arrumar. “A<br />
prefeitura disponibiliza o transporte e pagamos<br />
R$ 25 para a associação, para que se tenha<br />
dinheiro em caixa, caso algum ônibus<br />
estrague”.<br />
Ele fala que já enfrentou diversas<br />
dificul<strong>da</strong>des, pois muitas vezes o ônibus<br />
estragou e tinha que pegar carona na estra<strong>da</strong><br />
para chegar à facul<strong>da</strong>de e quando não<br />
encontrava, o único jeito era faltar à aula. Para<br />
Wanderson, os professores são bem flexíveis<br />
em relação a esses alunos, pois sabem que suas<br />
vi<strong>da</strong>s não são fáceis.<br />
Além dos transtornos pelos quais os<br />
estu<strong>da</strong>ntes passam, existe também o perigo de<br />
acidentes. Foi o que aconteceu com a estu<strong>da</strong>nte<br />
Morghana Larissa Santana, 19 anos, também<br />
aluna do curso de Direito. A ci<strong>da</strong>de que ela mora<br />
é uma <strong>da</strong>s mais distantes de Rio Verde - 150 km.<br />
A viagem é bastante longa e os alunos saem de<br />
Bom Jesus de Goiás às 16 horas. O retorno é<br />
ain<strong>da</strong> pior. Os alunos só chegam em casa por<br />
volta <strong>da</strong>s duas <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>. Ela conta que eles<br />
já passaram por vários acidentes, em que o<br />
motorista dormia ao volante, mas que houve<br />
um, em especial, mais grave. “Era<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 1 hora <strong>da</strong> manhã e estávamos<br />
quase chegando em Bom Jesus. Na época, o<br />
transporte era uma Kombi. Uma vaca<br />
atravessou na estra<strong>da</strong> e não deu tempo de o<br />
motorista frear. A Kombi estragou muito, mas<br />
só uma menina se machucou, teve o joelho<br />
fraturado. Foi depois disso que a prefeitura nos<br />
cedeu um microônibus”.<br />
Morghana, como tantos outros alunos<br />
que moram em outra ci<strong>da</strong>de, já pensou em<br />
desistir, faltou às aulas por causa do cansaço e<br />
enfrentou muitos perigos para poder estu<strong>da</strong>r.<br />
Atualmente, ela se mudou para Rio Verde, pois<br />
conseguiu emprego e tem familiares para se<br />
apoiar.